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Ano V • Número 18 • 2º Trimestre/2016
Esta é uma publicação trimestral da ANBIMA sobre regulação internacional e seus impactos
nos mercados financeiro e de capitais brasileiros
FSB propõe recomendações para indústria de fundos »
Como parte do trabalho para identificação e tratamento dos potenciais riscos à estabilidade financeira associados
às atividades de gestão de recursos, o FSB publicou uma consulta contendo 14 recomendações que deverão ser
incorporadas, em geral, pela IOSCO e pelos reguladores nacionais. [leia mais]
Instituições Financeiras adotam Planos de Recuperação na Europa e nos EUA »
Autoridades nos EUA, Reino Unido e União Europeia adotam medidas para requerer e avaliar planos de
recuperação elaborados pelos bancos que supervisionam. [leia mais]
Comissão Europeia adia entrada em vigor de regras para infraestruturas de mercado e margem »
Europeus postergam prazo de adaptação para reconhecimento de contrapartes centrais por mais seis meses e sua
indefinição quanto aos requerimentos de margem para derivativos de balcão compensados fora de contraparte
central indica que descumprirão cronograma internacional. [leia mais]
Entra em vigor a norma que regulamenta Benchmarks financeiros na Europa »
Autoridades europeias editam novo marco regulatório para benchmarks financeiros, com soluções de
confiabilidade, transparência e governança para os índices mais utilizados no continente. [leia mais]
ESMA consulta sobre as aplicações da tecnologia por trás do bitcoin nos mercados de títulos »
A autoridade europeia consulta instituições financeiras e empresas de FinTech sobre as aplicações da distributed
ledger technology (DLT) nos mercados de capitais. [leia mais]
Departamento do Trabalho dos EUA define os deveres fiduciários para os consultores previdenciários »
Regra editada pelo Departamento do Trabalho norte-americano define novo padrão de responsabilidade fiduciária
para atividades de aconselhamento no mercado previdenciário, abarcando um conjunto maior de agentes sujeitos
a esses requerimentos. [leia mais]
Cingapura amplia opções de investimento para varejo »
A Autoridade Monetária de Cingapura editou duas novas medidas que permitem a oferta de títulos corporativos,
tradicionalmente autorizados apenas a investidores institucionais ou com grandes denominações, a pequenos
investidores. [leia mais]
Basileia: novos padrões para risco de taxa de juros no banking book e tratamento de securitizações »
O Comitê atualizou os princípios para risco de taxa de juros na carteira não negociável, trazendo orientações sobre
processos de gestão interna, divulgação de informações e supervisão, e alterou o arcabouço de tratamento de
securitizações, introduzindo benefícios de capital para operações simples, transparentes e comparáveis. [leia mais]
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FSB propõe recomendações para indústria de fundos
O FSB publicou, em junho, uma consulta, propondo uma série de recomendações
de política para tratar das vulnerabilidades sistêmicas relacionadas às atividades
da indústria de gestão de recursos (tais como identificadas pelo próprio
organismo, em setembro de 2015). Em linhas gerais, a consulta do FSB aponta
uma série de ações que deverão ser tomadas pela IOSCO ou diretamente pelos
reguladores domésticos para responder aos riscos identificados.
Como apresentado em ocasião anterior (Radar ANBIMA nº 14), as críticas que
foram recebidas pelas duas propostas de metodologia para identificação de
gestores e fundos sistemicamente relevantes (ver Radar ANBIMA nº 13 e nº 8)
motivaram os fóruns multilaterais, FSB e IOSCO, a suspenderem os trabalhos
nessa área, até que seja finalizada a agenda de análise das vulnerabilidades
estruturais da indústria de gestão de recursos. A consulta recém publicada faz
parte desta agenda em andamento e busca responder, ao menos em parte, às
preocupações que o organismo internacional tem demonstrado em relação aos
potenciais efeitos do crescimento considerável da indústria de gestão de recursos
na última década sobre a estabilidade do sistema.
Ao todo, são abordados os riscos associados às quatro seguintes áreas:
Descasamento de liquidez entre ativos do fundo e os termos de resgate;
Alavancagem em fundos;
Riscos operacionais e desafios na transferência de mandatos de
investimento ou contas de clientes;
Atividades de empréstimo de valores mobiliários por gestores e fundos.
Além destes quatro tópicos, o FSB também identificou em sua análise prévia uma
quinta área: as potenciais vulnerabilidades relacionadas aos fundos soberanos e
fundos de pensão. Todavia, como os fatores de riscos associados a tais entidades
estariam relacionados a variáveis como tamanho, natureza e configuração legal
individual, o FSB optou por deixar sua avaliação para quando retomar a análise de
gestores e fundos sistemicamente relevantes.
De maneira objetiva, as recomendações referentes à liquidez são direcionadas aos
fundos abertos (incluindo ETFs, mas excluindo money market funds – que não são
objeto da consulta, por já terem sido abordados em documentos específicos),
que, por conseguinte, poderiam estar sujeitos a corridas de resgates. As
recomendações sobre alavancagem são voltadas a quaisquer fundos (abertos ou
fechados, mas excluindo money market funds) com essa prerrogativa. Estes dois
primeiros temas são apontados pelo próprio FSB como os mais relevantes e a
série de fechamentos de fundos de investimento imobiliários britânicos no
período que se seguiu ao referendo favorável à saída da União Europeia
contribuiu para a percepção de premência do tema liquidez nas economias
centrais. As demais propostas, sobre riscos operacionais e empréstimos de Consulte também pelo endereço: http://portal.anbima.com.br/informacoes-tecnicas/regulacao/radar/Pages/Radar.aspx
► Em documento deconsulta, FSB analisae propõerecomendações depolíticas para riscosassociados a fundos egestores nas áreas deliquidez,alavancagem, riscosoperacionais eempréstimo devalores mobiliários.
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valores mobiliários são direcionadas, respectivamente, a grandes gestores que
exerçam atividades complexas ou essenciais e a gestores que facilitem
empréstimos de valores mobiliários dos seus fundos, arcando com possíveis
indenizações no caso de descumprimento dos acordos pelas contrapartes.
Para os quatro temas acima, a consulta segue a seguinte estrutura: primeiro, o
texto apresenta o conjunto de riscos sistêmicos mais gerais que poderiam ser
derivados de cada um dos elementos; em seguida, são expostos os mitigadores
existentes (sejam por legislação, regulação ou prática do mercado); analisando
estes dois pontos – riscos e mitigadores – em conjunto, o FSB apresenta quais
seriam os riscos remanescentes que demandam recomendações de política
adicionais; por fim, o FSB propõe questões sobre pontos específicos sobre os
quais gostaria de receber mais subsídios. Ao todo, são 14 recomendações,
apresentadas no anexo.
Respostas à consulta devem ser encaminhadas para o FSB até 21 de setembro. O
relatório final contendo recomendações deverá ser publicado até final de 2016 e,
então, a IOSCO terá aproximadamente um ano, para desenvolver as
recomendações sob sua responsabilidade. A implementação das recomendações
nas diferentes jurisdições ficará a cargo das autoridades locais e será
periodicamente avaliada pelo FSB..
A ANBIMA está promovendo a discussão sobre as recomendações propostas pelo
FSB, à exemplo da sua atuação na consulta sobre a identificação de gestores e
fundos sistemicamente relevantes (resposta disponível na página Reformas
Internacionais).
Direto da fonte:
Proposed Policy Recommendations to Address Structural Vulnerabilities from Asset
Management Activities, FSB, 22/6/16:
http://www.fsb.org/wp-content/uploads/FSB-Asset-Management-Consultative-
Document.pdf
Property funds in “vicious circle of redemptions”, Financial Times, 8/7/16:
https://next.ft.com/content/5c1be46c-4456-11e6-b22f-79eb4891c97d
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RADAR
Instituições Financeiras adotam Planos de Recuperação na
Europa e nos EUA
Nos últimos meses, as autoridades europeias e americanas publicaram relatórios
sobre o status e recomendações acerca dos planos de recuperação das
instituições financeiras nas respectivas jurisdições.
No caso da Europa, a EBA publicou em julho de 2016 um relatório comparativo
analisando aspectos referentes aos arranjos de governança e aos indicadores de
recuperação das instituições. Esse relatório visa complementar os estudos sobre
as áreas relevantes e funções críticas (publicados em março de 2015) e o relatório
sobre a abordagem dos cenários de estresse (publicado em dezembro de 2015).
De acordo com a EBA, os planos de recuperação precisam considerar processos e
procedimentos de governança claros, para sua elaboração, manutenção e
eventual implementação e execução. Além disso, as instituições deveriam
estabelecer indicadores qualitativos e quantitativos que refletissem seu tamanho
e complexidade, de forma que os riscos pudessem ser monitorados.
Dentre as principais melhorias a serem implementadas, a EBA indicou a
necessidade de uma melhor coordenação entre a alta administração da instituição
e as lideranças locais. Além disso, verificou que muitas instituições integraram
seus planos de recuperação às estruturas de governança existentes, registrando
que em muitos casos essa junção pode gerar dúvidas e não indica de forma clara
quais são os procedimentos a serem adotados em cenários de deterioração
financeira.
Nos casos dos indicadores, a EBA observou que várias instituições limitam sua
análise a apenas duas categorias (capital e liquidez), enquanto outras categorias,
como qualidade de ativos, rentabilidade e indicadores macroeconômicos, são
utilizadas apenas como sinais de alerta, mas não acionam qualquer mecanismo de
recuperação, o que, na visão da autoridade, precisa ser melhorado.
Ainda em julho, foi publicada a norma da Comissão Europeia que dispõe, entre
outros aspectos, sobre as características básicas dos planos de recuperação e os
poderes das autoridades de resolução, de maneira complementar à Diretiva de
Recuperação e Resolução Bancária.
No Reino Unido, a FCA publicou em maio suas observações iniciais acerca dos
planos de recuperação apresentados à Autoridade. Entre os pontos positivos, a
FCA indicou que (i) a maioria dos planos trata corretamente a responsabilidade da
alta administração; e (ii) há uma boa identificação e encaminhamento das opções
de recuperação. Quanto às melhorias a serem apresentadas a FCA destacou: (i)
necessidade de melhor identificação da interconexão de operações; (ii)
estabelecimento de indicadores de risco claros e confiáveis; (iii) indicação de
opções de recuperação compreensíveis e críveis; (iv) definição de funções
► Autoridades nosEUA, Reino Unido eUnião Europeiaavaliaram os planosde recuperaçãoencaminhados erecomendaram umasérie de pontos querequerem maioratenção dosparticipantes demercado.
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essenciais e críticas de maneira mais precisa; e (v) aprimoramento dos planos de
comunicação das instituições.
Nos EUA, o Fed e o FDIC publicaram, em abril de 2016, um relatório contendo a
análise dos planos apresentados pelas instituições financeiras norte-americanas
sistemicamente relevantes, assim como as respectivas determinações que devem
ser implementadas. Ao todo, foram apresentados oitos planos de recuperação,
mas somente um foi aprovado sem ressalvas. As Autoridades observaram que (i)
todas as instituições estão aderentes ao ISDA 2015 Universal Resolution Stay
Protocol; (ii) muitas instituições contam com captação de longo prazo de suas
controladoras, que podem ser utilizadas para absorver prejuízos; (iii) diversas
instituições apresentaram propostas para racionalizar suas estruturas
corporativas; e (iv) a maioria das instituições estabeleceram mecanismos para que
os serviços compartilhados sejam mantidos nas hipóteses de resolução da
instituição. Em julho de 2017, as instituições precisarão encaminhar nova versão
completa de seus planos.
No Brasil, os planos de recuperação para determinadas instituições financeiras
passaram a ser exigidos por meio da Resolução nº 4.502, do CMN. Segundo esta
norma, tais planos devem ter como objetivo “restabelecer níveis adequados de
capital e de liquidez e preservar a viabilidade das instituições, em resposta a
situações de estresse, contribuindo para a manutenção da estabilidade e do
regular funcionamento do SFN”. O prazo final para que as instituições impactadas
pela Resolução enviem o primeiro plano de recuperação é 31 de dezembro de
2017, mas o calendário de implementação das medidas previstas no normativo
inicia-se já em outubro de 2016 (ver Informe de Legislação nº 032/2016 para mais
detalhes sobre os requerimentos nacionais).
Direto da fonte:
Comparative Report on Governance Arrangements and Recovery Indicators, EBA,
5/7/16:
https://www.eba.europa.eu/documents/10180/1360107/EBA+BS+2016+Compara
tive+report+on+RP+governance+and+indicators_July+2016.pdf
Recovery Plans – Initial Observations, FCA, 19/5/16:
http://www.fca.org.uk/news/recovery-plans-initial-observations
Resolution Plan Assessment Framework and Firm Determinations, Fed e FDIC,
13/4/16:
https://www.federalreserve.gov/newsevents/press/bcreg/bcreg20160413a2.pdf
Informe de Legislação nº 032/2016 - Planos de Recuperação de Instituições
Financeiras, ANBIMA, 1/7/16:
http://www.anbima.com.br/informe_legislacao/2016_032.asp
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Comissão Europeia adia entrada em vigor de regras para
infraestruturas de mercado e margem
A Comissão Europeia decidiu adiar, pela quinta vez consecutiva, o prazo de
adaptação para que contrapartes centrais contem com status temporário de
QCCP (do inglês, “qualified central counterparty”), por mais seis meses, até
15/12/2016.
Como mencionado em ocasiões anteriores (ver Radar ANBIMA nº 17 e Radar
ANBIMA nº 15), o reconhecimento de uma contraparte central como qualificada é
relevante tanto para fins do regulamento de infraestruturas de mercado, quanto
para os requerimentos de capital europeus. Ao todo, este processo requer, no
mínimo, quatro etapas: entrada do pedido de reconhecimento, pela
infraestrutura de mercado; determinação da regulação à qual a infraestrutura
está sujeita como equivalente, pela Comissão Europeia; assinatura de um
memorando de entendimento entre os reguladores domésticos e a ESMA; e, por
fim, o efetivo enquadramento da infraestrutura estrangeira como QCCP,
condicionado a uma avaliação positiva da ESMA.
Atualmente, o processo de reconhecimento da contraparte central brasileira
encontra-se no segundo estágio: ainda não foi publicada uma decisão de
equivalência favorável ao país – a despeito da regulação nacional atender aos
requisitos previstos para esta decisão. Com o prazo recentemente adiado, será
necessário percorrer esta e as demais etapas até dezembro de 2016; caso
contrário, as instituições sujeitas aos requerimentos de capital europeus se
depararão com incrementos significativos nos fatores de ponderação de risco das
suas exposições em derivativos à Bolsa brasileira a partir de então.
Pesa a favor do Brasil o fato que, no primeiro semestre de 2016, os europeus
avançaram bastante no diálogo com os norte-americanos. Neste período, foi
reconhecida a primeira contraparte central norte-americana, após a publicação
do memorando de entendimento e decisão de equivalência em relação à CFTC. O
progresso no diálogo com os EUA significa a possibilidade dos europeus
dedicarem mais recursos para avaliação das demais jurisdições
Uma diferença crítica que existia entre os regimes regulatórios na Europa e nos
EUA era o período mínimo de liquidação (em inglês, Margin Period of Risk ou
MPOR) de instrumentos financeiros, excetuando os derivativos de balcão. Nos
EUA, este prazo é de um dia e é condicionado à entrega de margem bruta, pelos
agentes de compensação, sem permitir a liquidação entre as posições dos seus
clientes. Na Europa, o prazo é de dois dias, mas permite que agentes de
compensação depositem, na contraparte central, margem referente ao valor
líquido das operações de clientes em uma mesma conta. Para evitar os problemas
competitivos que esta diferença entre os dois modelos poderia trazer, a Comissão
Europeia (conforme sugestão da ESMA) promoveu alterações regulatórias que
► Postergação doprazo de adaptaçãoàs provisões do EMIRpermitiu quecontraparte centralbrasileira tenha maisseis meses para quesua qualificação sejareconhecida naEuropa.
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permitiram às infraestruturas de mercado europeias se valerem também do
período mínimo de liquidação disponível a seus pares norte-americanos.
A Comissão Europeia também adiou a publicação dos seus requerimentos de
margem para derivativos de balcão não compensados em infraestruturas de
mercado. Como apontado no Radar ANBIMA nº 17, as Autoridades Supervisoras
Europeias haviam encaminhado uma minuta de requerimentos de margem para a
Comissão Europeia. O braço executivo da UE, porém, recusou a proposta
encaminhada e, portanto, adiou a publicação da norma definitiva – a princípio –
para o final de 2016.
Com isso, a União Europeia estaria efetivamente descumprindo o cronograma
estabelecido pelos princípios publicados pela dupla BCBS-IOSCO (ver Radar
ANBIMA nº 15) e previstos pelas autoridades norte-americanas (Radar ANBIMA nº
16). Segundo o calendário proposto inicialmente, os maiores operadores de
derivativos de balcão (isto é, conglomerados com notional superior a €3 trilhões)
deveriam se adequar aos requerimentos de margem inicial a partir de setembro
de 2016; com o adiamento, tais agentes poderão adiar sua adaptação até meados
de 2017.
O GT Regulação Internacional, da ANBIMA, trata destes e outros temas
relacionados à reforma de balcão, analisando as regulações e avaliando seus
principais impactos, com vistas às especificidades do mercado doméstico.
Direto da fonte:
Regulamento de Execução nº 2016/892 (prorrogação dos períodos transitórios),
Comissão Europeia, 7/6/16:
http://eur-lex.europa.eu/legal-
content/PT/TXT/HTML/?uri=CELEX:32016R0892&from=EN
Regulamento Delegado nº 2016/822 (alteração dos horizontes temporais para o
período de liquidação), Comissão Europeia, 21/4/16:
http://eur-lex.europa.eu/legal-
content/PT/TXT/HTML/?uri=CELEX:32016R0822&from=EN
EU delays rules on uncleared swaps margin, International Financing Review,
10/6/16:
http://www.ifre.com/eu-delays-rules-on-uncleared-swaps-
margin/21251204.fullarticle
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Entra em vigor a norma que regulamenta Benchmarks
financeiros na Europa
Os escândalos, em 2012, envolvendo a manipulação da LIBOR e de
outros benchmarks relevantes em nível global (EURIBOR, TIBOR etc.) vêm
provocando uma série de ações e medidas por parte de diversos reguladores
(para o histórico internacional recente, ver, por exemplo, Radar ANBIMA nº 13 e
nº 7). Na Europa, as autoridades editaram em junho de 2016 a regra de prevenção
à manipulação de tais índices, que entrou em vigor ainda no mesmo mês.
A nova regra tem como objetivo tornar o processo de elaboração dos indicadores
mais confiável e robusto, ampliar sua transparência e aprimorar mecanismos de
governança, de forma a evitar situações de conflito de interesse.
Três categorias foram criadas, determinadas de acordo com o grau de influência
do índice sobre a estabilidade dos mercados financeiros, e para cada uma delas é
determinado um regime de supervisão. Têm-se assim as seguintes diferenciações:
Benchmarks “críticos”, utilizados como referência para instrumentos
financeiros e contratos com valor médio acima de € 500 bilhões, e com
capacidade de afetar a estabilidade dos mercados financeiros em nível
regional, em um ou mais Estados-Membros. Também se enquadram nesta
categoria índices com nenhum ou poucos substitutos adequados e que
sejam relevantes para a integridade e estabilidade do mercado;
Benchmarks “significativos”, aqueles com referência direta ou indireta em
instrumentos financeiros e contratos com valor médio acima de € 50
bilhões e com poucos ou nenhum substituto adequado;
Benchmarks “não significativos”, referentes aos demais casos, que não se
inserem na categoria “significativos”.
A norma também determinou que todos os administradores de benchmark
devem ser autorizados por autoridade competente, ou registrados,
independentemente da categoria em que atuem. Adicionalmente, devem publicar
uma declaração com definição precisa do tipo de benchmark mensurado,
metodologia e esclarecimentos e recomendações acerca dos impactos sobre
contratos frente a mudanças ou mesmo interrupção de geração do respectivo
indicador.
Os dados utilizados na elaboração dos benchmarks também estarão sujeitos a
padronizações para garantir maior qualidade e precisão. Inclusive os índices
provenientes de coleta de dados deverão contar com colaboradores confiáveis, os
quais deverão aderir a códigos de conduta atrelados ao respectivo benchmark.
Ainda em termos de governança, administradores de benchmarks “críticos”
deverão providenciar uma estrutura organizacional transparente voltada à
prevenção de conflitos de interesse, e sujeita a controles eficazes de
► RegulaçãoEuropeia visa garantira integridade dosbenchmarks, comrequerimentos quevariam de acordocom o valor médio denegociação doscontratosreferenciados nestesíndices.
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procedimentos. Já administradores de benchmarks “não significativos” serão
dispensados do atendimento a certos requisitos, porém devem notificar
imediatamente as autoridades competentes caso seu índice de referência exceda
o limite de €50 bilhões.
Para complementar o texto da regulação, a Comissão Europeia havia solicitado
orientações técnicas da ESMA em respeito a quatro áreas: definições utilizadas
(e.g. o critério de “disponível para o público”, utilizado na identificação de
benchmarks); mensuração da utilização de benchmarks críticos e significativos;
critérios para identificação de benchmarks críticos; tratamento de benchmarks
constituídos em outras jurisdições; e provisões transitórias. A ESMA já divulgou o
relatório das respostas a esta consulta, mas as orientações definitivas quanto à
Regulação de benchmarks europeia deverão ser publicadas apenas em outubro,
quatro meses após a entrada em vigor da norma.
Direto da fonte:
Regulamento nº 2016/1011 (Benchmarks), Parlamento e Conselho Europeu,
8/6/16:
http://eur-lex.europa.eu/legal-
content/PT/TXT/HTML/?uri=CELEX:32016R1011&from=EN
Interest rates: final vote to ensure robust and transparent benchmark setting,
Parlamento Europeu, 28/4/16:
http://www.europarl.europa.eu/news/en/news-room/20160426IPR24757/Interest-
rates-final-vote-to-ensure-robust-and-transparent-benchmark-setting
Consultation Paper: technical advice on Benchmarks Regulation, ESMA, 28/4/16: https://www.esma.europa.eu/press-news/consultations/consultation-paper-
esma-technical-advice-benchmarks-regulation#TODO
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RADAR
ESMA consulta sobre as aplicações da tecnologia por trás do
bitcoin nos mercados de titulos
A última edição do Radar ANBIMA discutiu a difusão das novas tecnologias nos
mercados financeiros e respostas que tem sido dadas pelos reguladores. A
respeito da distributed ledger technology (DLT), as discussões vêm progredindo
mais rapidamente, tanto na indústria como no nível dos reguladores e bancos
centrais. Neste contexto, no inicio de junho, a Autoridade Europeia de Mercados
de Valores Mobiliários (ESMA) publicou um documento para discussão sobre as
aplicações da tecnologia nos mercados de capitais, com foco nas operações de
pós-negociação.
DLT é o sistema de registro decentralizado que foi inicialmente utilizado nas
operações de troca da moeda virtual, os bitcoins. Porém, a DLT, nas suas
aplicações fora dos bitcoins, apresenta algumas características diferentes do
blockchain. Em particular, enquanto o blockchain é um sistema aberto, a ESMA
aponta que a DLT necessitará de um sistema de autorização prévia dos
participantes (sistema baseado em permissões).
No documento de consulta, a ESMA destaca os benefícios dessa tecnologia que
vão além da redução de custos, como a disponibilidade contínua do sistema, sua
segurança e resiliência. As áreas seguintes são identificadas como segmentos que
poderiam se beneficiar ainda mais da DLT:
A compensação e a liquidação das transações, ao deixar o processo de
reconciliação mais eficiente e mais rápido;
O registro e depósito, ao introduzir um sistema único de referências
combinado à utilização de contratos inteligentes (smart contracts) para
instrumentos financeiros mais complexos, um desenvolvimento da tecnologia
que permite traduzir termos contratuais em matérias computacionais;
A remessa de informações e a supervisão, ao facilitar a coleta, a consolidação
e o compartilhamento de dados e ao disponibilizar aos reguladores uma
quantidade de dados maior e de melhor qualidade;
O gerenciamento do risco de contraparte e a gestão do colateral, ao reduzir o
ciclo de liquidação das transações.
O documento discute os principais desafios para a adoção da tecnologia. Alguns
desses já estão sendo resolvidos pelos progressos técnicos, outros poderão
requerer a intervenção das autoridades ou ainda não estão sendo tratados. A
ESMA detalha os seguintes problemas:
Problemas tecnológicos, entre eles, a aplicação da tecnologia em grande
escala, sua interoperabilidade com sistemas existentes, a irreversibilidade das
transações, a relação com a moeda banco central, e outros aspectos, como a
possibilidade de realizar vendas a descoberto ou de calcular posições
liquidadas, como no caso das transações de derivativos;
► No documento deconsulta, a ESMAdeixa claro quemuitas perguntaspermanecem abertas,tanto no que dizrespeito à extensãodas mudançastrazidas pela novatecnologia, quanto naresolução dosdesafios técnicos,jurídicos, regulatóriose de governançarelacionados aoprojeto.
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Problemas de governança e de privacidade, em particular relacionados à
administração das autorizações no sistema e ao acesso às informações;
Problemas jurídicos e regulatórios, devido à coexistência de vários
arcabouços jurídicos e às possíveis dificuldades na supervisão de um sistema
descentralizado;
Riscos cibernéticos, de fraude ou de lavagem de dinheiro ou riscos
operacionais: apesar da tecnologia DLT apresentar um nível de segurança
maior frente a ameaças cibernéticas, o sistema deve demostrar sua robustez
diante de riscos de fraude ou operacionais;
Outros riscos relacionados à estrutura do mercado: a ESMA discute possíveis
implicações em termos de volatilidade, interconexões e competição; por fim,
o período de transição traz seus próprios riscos.
O restante do documento avalia a compatibilidade da tecnologia com as
legislações europeias existentes relativas às operações de compensação e
liquidação e às obrigações de reporting (MiFID, EMIR, CSDR, SFD). No caso das
transações sujeitas à obrigação de compensação centralizada, o sistema não
poderá substituir a CCP. Já para liquidação, a DLT poderá ser considerada como
um sistema de liquidação como definido pelo Regulamento europeu CSDR. Para
fins de registro, leis europeias como MiFID e UCITS se aplicarão, bem como o
direito comercial nacional. Não fica claro também se o sistema poderá substituir
as trade repositories, os sistemas de registro de transações.
A consulta da ESMA ilustra os esforços das autoridades para acompanhar o
desenvolvimento da DLT, uma vez que a tecnologia poderia eliminar boa parte
das ineficiências existentes nos processos atuais de pós-trading e trazer benefícios
significativos para os participantes daquele mercado. Outro destaque ocorreu
durante a última reunião do Comitê Consultivo dos Membros Afiliados da IOSCO
(AMCC), presidido pela ANBIMA, em maio. Uma mesa redonda sobre o assunto
confirmou que a indústria quer avançar rapidamente para chegar a conclusões
sobre cada segmento do mercado. Ressalte-se, por fim, que a IOSCO está
conduzindo uma pesquisa sobre a possível adoção da tecnologia com o apoio do
AMCC. O relatório será publicado no final do ano.
Direto da fonte:
Discussion Paper on the Distributed Ledger Technology Applied to Securities Markets,
ESMA, 2/6/16:
https://www.esma.europa.eu/file/18727/download?token=j_lKec2m
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Departamento do Trabalho dos EUA define os deveres
fiduciários para os consultores previdenciários
O Departamento do Trabalho dos EUA editou, em abril, um conjunto de regras
que redefine as situações nas quais os consultores de planos de previdência e de
contas individuais de aposentadoria (ou IRA, na sigla em inglês) devem observar
deveres fiduciários em relação a seus clientes – ou seja, atuar sempre no melhor
interesse de seus clientes, evitando situações de conflito. A medida deve ter
efeitos sobre consultores de valores mobiliários, gestores e intermediários que
atuam nos mercados previdenciários, em aspectos como regras de conduta,
estruturas de remuneração e contratos.
A legislação norte-americana (em especial, o Employee Retirement Income
Security Act – ERISA e o Internal Revenue Code) dispõe que os agentes que
prestarem serviço remunerado de aconselhamento financeiro a algum plano de
previdência ou conta individual devem atuar na condição de fiduciário, seja em
relação aos próprios planos ou a seus beneficiários.
Até a edição das novas regras, alguns serviços de aconselhamento exercidos por
consultores de investimentos (investment advisors) não estavam incluídos entre
as funções sujeitas a requerimentos fiduciários. Para resolver esta questão, a
agência norte-americana estabeleceu um novo conjunto de testes para definição
de atividades de aconselhamento que, segundo sua interpretação, melhor
refletiria os objetivos dos diplomas legais e, ao mesmo tempo, mitigaria conflitos
de interesse.
Os consultores cujas operações sejam enquadradas nestas categorias terão
deveres fiduciários em relação aos seus clientes, razão pela qual devem atuar de
forma imparcial, buscando os melhores interesses desses planos e de seus
beneficiários e recebendo remuneração compatível com as suas atribuições. Além
disso, os consultores deverão estabelecer procedimentos que mitiguem os
possíveis conflitos de interesses, terão que informar aos seus clientes os conflitos
existentes e estabelecer, claramente, a forma de cobrança da sua remuneração.
Outro aspecto importante das normas norte-americanas é a vedação a estruturas
de remuneração que poderiam gerar conflitos de interesse entre consultores
fiduciários e seus clientes. Para preservar alguns dos modelos de remuneração
existentes e, por conseguinte, mitigar os custos de adaptação às novas regras, o
Departamento de Trabalho definiu um conjunto de isenções, sendo a principal
delas a “Best Interest Contract Exemption” (BICE). Segundo esta provisão, um
agente poderá receber remuneração de formas antes vedadas caso registre no
contrato com o cliente que atua de acordo com os princípios fiduciários. Isto
obrigará contratualmente os consultores a aderirem a padrões de conduta que
coloquem os interesses dos clientes à frente dos seus, a despeito da estrutura de
remuneração.
► Departamento doTrabalho, dos EUA,edita norma quedefineresponsabilidadesfiduciárias para ummaior número deprestadores deserviços no mercadoprevidenciário.
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Direto da fonte:
Definition of the Term ‘‘Fiduciary’’; Conflict of Interest Rule—Retirement
Investment Advice […], Department of Labor, 8/4/16:
http://webapps.dol.gov/FederalRegister/PdfDisplay.aspx?DocId=28806
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Cingapura amplia opções de investimento para varejo
Em 19 de maio de 2016, a Autoridade Monetária de Cingapura (MAS) editou duas
novas medidas para facilitar a oferta de títulos corporativos a investidores em
geral, ambas com eficácia imediata.
A primeira, Bond Seasoning Framework, ampliou o acesso a títulos corporativos
de atacado, cuja oferta era tradicionalmente restrita a investidores profissionais
ou a denominações acima de S$200.000,00, e dispensa dos requerimentos de
prospecto. A oferta ao varejo poderá ocorrer após decorridos seis meses de
listagem desses ativos e apenas no caso de emissão autorizada para companhias
que satisfaçam determinados critérios de elegibilidade previstos pela Bolsa de
Cingapura (SGX), como tamanho, antecedentes da empresa e histórico de
listagem. Findo o período de carência, tais títulos “amadurecidos” poderão ser
repartidos em lotes menores (denominação mínima de S$1.000,00) e ofertados a
investidores de varejo no mercado secundário. Emissores elegíveis poderão
também prescindir de prospecto. Destaca-se que a SGX já adaptou suas regras
para acomodar tais mudanças e emitiu uma nota de orientação aos emissores
sobre procedimentos e processos relevantes.
Adicionalmente, a autoridade monetária também anunciou uma nova
regulamentação de isenção, no âmbito da Exempt Bond Issuer Framework.
Companhias emissoras que satisfizerem determinados valores-limite, mais
elevados que os critérios de elegibilidade para os títulos acima, poderão ofertar
ativos diretamente aos investidores de varejo, já na primeira oferta, sem
prospecto. Entretanto algumas condições devem ser seguidas, como
direcionamento mínimo de 20% da oferta aos investidores profissionais,
divulgação de documento simplificado, e para os investidores de varejo, reserva
de parcela da oferta e publicação de lâmina adicional.
As mudanças fazem parte de um esforço da autoridade monetária de Cingapura
para aumentar as opções de investimento disponíveis para investidores de menor
porte, ampliando o acesso a produtos mais simples e relativamente menos
arriscados. As novas diretivas consubstanciam processo de consulta pública
abertos em setembro e dezembro 2014, respectivamente, para a primeira e
segunda alteração.
Como incentivo adicional a essas mudanças, o Ministério das Finanças irá garantir
uma dedução fiscal para os emissores elegíveis de até duas vezes o custo de
emissão. A isenção estará disponível por cinco anos e também contou com
vigência imediata.
► Bolsa de Cingapuraabre a possibilidadede títuloscorporativos, degrandesdenominações ouofertadosexclusivamente ainvestidoresinstitucionais, seremtambém colocadospara investidores devarejo.
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RADAR
Direto da fonte:
MAS Makes It Easier For Retail Investors to Buy Corporate Bonds, MAS, 19/5/19: http://www.mas.gov.sg/News-and-Publications/Media-Releases/2016/MAS-Makes-It-Easier-For-Retail-Investors-to-Buy-Corporate-Bonds.aspx
Exemption for Offers of Post-seasoning Debentures, MAS, 19/5/16: http://www.mas.gov.sg/Regulations-and-Financial-Stability/Regulations-Guidance-and-Licensing/Securities-Futures-and-Funds-Management/Regulations/2016/Securities-and-Futures_OI_Exemption-for-Offers-of-Post-seasoning-Debentures_Regs-2016.aspx
Exemption for Offers of Straight Debentures, MAS, 19/5/16: http://www.mas.gov.sg/Regulations-and-Financial-Stability/Regulations-Guidance-and-Licensing/Securities-Futures-and-Funds-Management/Regulations/2016/Securities-and-Futures_Offers-of-Investments_Exemption-for-Offers-of-Straight-Debentures_Regs-2016.aspx
SGX provides retail investors greater access to bonds, SGX, 19/5/16:
http://infopub.sgx.com/Apps?A=COW_CorpAnnouncement_Content&B=Announceme
ntToday&F=G72JIDG2K76PO063&H=71aabbec197182f69e7d495dbd8d3b6891b82a01
e3a374b064ed4c69c734c7b2
What retail investors should be aware of when investing in bonds, SGX, 1/6/16:
http://www.sgx.com/wps/wcm/connect/sgx_en/home/regulation_v2/consultations_a
nd_publications/Regulators/what-retail-investors-should-be-aware-of-when-investing-
in-bonds
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RADAR
Basileia: novos padrões para risco de taxa de juros no banking
book e tratamento de securitizações
O Comitê de Basileia divulgou, em abril, o documento que apresenta os padrões
internacionais para identificação, mensuração, monitoramento e controle do risco
de taxas de juros na carteira não negociável (banking book, no original). Como
evidenciado no documento, flutuações nas taxas de juros podem alterar o valor
econômico de diferentes instrumentos retidos na carteira não negociável.
Alternativamente, tais movimentos também podem impactar diretamente as
rendas e as despesas sensíveis aos juros. A formação de riscos de juros excessivos
na carteira não negociável poderia, portanto, implicar em uma eventual
deterioração da base de capital e dos rendimentos de um banco.
Por meio dos novos princípios sobre este tema, o Comitê buscou substituir a
orientação que vigorava desde 2004, sobre gestão e supervisão do risco de taxa
de juros, adequando suas recomendações às mudanças nas práticas de mercado e
de supervisão que ocorreram desde então. Os padrões mais recentes foram
objeto de uma consulta em 2015 (ver Radar ANBIMA nº 14), na qual o Comitê
questionava se seria mais apropriado tratar do tema por meio de propostas de
Pilar 1 (isto é, requerimentos de capital) ou Pilar 2 (supervisão) com elementos no
Pilar 3 (transparência). A natureza heterogênea do risco de taxa de juros dificulta
a elaboração de uma medida padronizada suficientemente precisa e sensível ao
risco. Isso fez com que o fórum internacional optasse pela segunda opção, com
foco em supervisão e disciplina de mercado (via divulgação de informações). As
principais alterações foram as seguintes:
Orientação mais detalhada quanto às expectativas para os processos de
gestão interna do risco de taxa de juros na carteira negociável em áreas
como: desenvolvimento de cenários para choques nas taxas de juros e
hipóteses para modelagem que devem ser consideradas pelos bancos na
mensuração do referido risco;
Aprimoramento dos requerimentos para divulgação de informações, para
promover maior consistência, transparência e comparabilidade na
mensuração e gestão do risco de taxa de juros na carteira não negociável.
Isto inclui requerimentos para divulgações de informações quantitativas
baseadas em cenários comuns para choques na taxa de juros;
Atualização da abordagem padronizada, que pode ser requerida pelos
supervisores ou adotada espontaneamente por bancos;
Definição mais restritiva de critérios para identificação de bancos outliers
pelas autoridades que terão que divulgá-los e, no mínimo, deverão
realizar um teste que compare a variação esperada no valor de equity, em
um cenário padronizado de choque nos juros, com um limiar de 15% do
capital nível 1 do banco analisado.
► O Comitê deBasileia atualizou ospadrões referentes aorisco de taxa de jurosna carteira nãonegociável (com focona supervisão edisciplina demercado) e introduziutratamento de capitaldiferenciado parasecuritizaçõessimples,transparentes ecomparáveis.
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RADAR
De acordo com o cronograma definido internacionalmente, os padrões para
tratamento do risco de taxa de juros na carteira não negociável deverão ser
adotados em cada jurisdição até janeiro de 2018.
Ainda no segundo trimestre de 2016, o Comitê promoveu a revisão da
metodologia de tratamento de capital para exposições a securitizações, com a
inclusão de tratamento preferencial para securitizações simples, transparentes e
comparáveis (STC). Nessa revisão foram incluídos critérios para enquadramento
nesta categoria que significam requerimentos adicionais aos parâmetros que
haviam sido definidos pelo Comitê, junto com a IOSCO, em 2015. Entre os
aprimoramentos neste quesito, destacam-se:
Requerimentos mais explícitos sobre o histórico mínimo de performance;
Exclusão de certas operações, caso o fator de ponderação do ativo
subjacente exceda determinados níveis (e.g. 75% para exposições a
varejo);
Uma definição mais explícita de granularidade, de modo que nenhuma
única exposição represente mais de 1% da cesta de ativos subjacente.
Segundo o Comitê, os critérios reduziriam riscos do ativo e de estruturação,
governança e operacionais associados a estas operações, o que, por conseguinte
justificaria a redução dos seus fatores de ponderação de risco. Todavia, o
organismo internacional também nota que, a despeito desta mudança tornar a
apuração do capital regulatório mais sensível ao risco, ela também poderia
resultar em custos operacionais significativos. Por este motivo, a introdução do
tratamento diferenciado para securitizações STC é uma faculdade – e não uma
obrigação – de cada regulador nacional.
Direto da fonte:
Interest Rate Risk in the Banking Book, BCBS, 21/4/16:
http://www.bis.org/bcbs/publ/d368.pdf
Revisions to the securitisations framework, BCBS, 11/7/16:
https://www.bis.org/bcbs/publ/d332.pdf
Criteria for identifying STC securitisations, BCBS e IOSCO, 23/7/15:
https://www.bis.org/bcbs/publ/d332.pdf
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RADAR
SIGLAS
AMCC: Affiliate Members Consultative Committee
(IOSCO)
BICE: Best Interest Contract Exemption
BCBS: Basel Committee on Banking Supervision
CCPs: Central Clearing Counterparties
CFTC: Commodity Futures Trading Commission
CMN: Conselho Monetário Nacional
CSDR: Central Securities Depositories Regulation
CVM: Comissão de Valores Mobiliários
DLT: Distributed Ledger Technology
EBA: European Banking Association
EMIR: European Market Infrastructure Regulation
ERISA: Employee Retirement Income Security Act
ESMA: European Securities and Markets Authority
ETF: Exchange Traded Fund
EUA: Estados Unidos da América
EURIBOR: Euro Interbank Offered Rate
FDIC: Federal Deposit Insurance Corporation
Fed: Federal Reserve
FCA: Financial Conduct Authority
FSB: Financial Stability Board
GTRI: Grupo Técnico sobre Regulação Internacional
IMA: Índice de Mercado ANBIMA
IOSCO: International Organization of Securities
Commissions
IRA: Individual Retirement Account
ISDA: International Swaps and Derivatives Association
LIBOR: London Interbank Offered Rate
MAS: Monetary Authority of Singapore
MiFID: Markets in Financial Instruments Directive
MPOR: Margin Period of Risk
QCCP: Qualifying Central Counterparty
SFD: Settlement Finality Directive
SFN: Sistema Financeiro Nacional
SGX: Singapore Stock Exchange
STC: (Securitização) Simples, transparente e
comparável
TIBOR: Tokyo Interbank Offered Rate
UE: União Europeia
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RADAR
AGENDA INTERNACIONAL
2° trimestre/2016
3° trimestre/2016
CONFIRA AQUI AS NOTAS SOBRE A PARTICIPAÇÃO DA ANBIMA NESSES EVENTOS
José Carlos Doherty é reeleito presidente do Comitê Consultivo de Membros Afiliados da Iosco
http://portal.anbima.com.br/a-anbima/noticias/Pages/2016/04/Jose-Carlos-Doherty-e-reeleito-presidente-
Comit%C3%AA-Consultivo-de-Membros-Afiliados-da-Iosco.aspx
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RADAR
SUPERINTENDÊNCIA GERAL
José Carlos Doherty
GERÊNCIA DE ESTUDOS REGULATÓRIOS
Patrícia Fesch Menandro, Julie Ansidei, Gabriel Porto, Bernardo Kruel, Gabriela Goulart e Bruno Grimaldi
DIAGRAMAÇÃO
José Carlos Oliveira Farias
PRESIDENTE: Robert van Dijk
VICE-PRESIDENTES: Carlos Ambrósio, Flavio Souza, José Olympio Pereira, Márcio Hamilton Ferreira, Pedro Lorenzini,
Sérgio Cutolo e Valdecyr Gomes
DIRETORES: Alenir Romanello, Celso Scaramuzza, Felipe Campos, Fernando Rabello, José Eduardo Laloni, Luiz
Chrysostomo, Luiz Fernando Figueiredo, Luiz Sorge, Renato Oliva, Richard Ziliotto, Saša Markus e Vital Menezes
COMITÊ EXECUTIVO: José Carlos Doherty, Ana Claudia Leoni, Guilherme Benaderet, Patrícia Herculano, Valéria Arêas
Coelho, Marcelo Billi, Soraya Alves e Eliana Marino
RIO DE JANEIRO: Avenida República do Chile, 230
13º andar CEP 20031-170 + 21 3814 3800
SÃO PAULO: Av. das Nações Unidas, 8501 21º andar
CEP 05425-070 + 11 3471 4200
www.anbima.com.br