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BLOOMERS
MARIA MEIRA
Lights and Shadows
Além da ausência de luz, a sombra é
também a forma que um corpo desenha
numa superfície quando este se interpõe
entre ela e uma fonte de luz. Apesar de se
apresentar habitualmente como um reflexo
negro daquilo que representa, nem sempre
a sombra provém de uma forma igual à sua.
É a procura das formas possíveis, por detrás
de uma projeção, que acaba por revelar o
processo criativo, gerando as premissas
através da qual este se desenvolve,
traduzindo uma visão ambígua de um
universo onde a luz e a sombra se
confundem e se transformam numa
representação pictórica de si mesmos.
Contactos
i. by.mariameira
t. 914866676
RITA SÁ
Still sun
Ponto de partida – Luanda, Angola, a terra em tons
de terra. Lugar onde a música, as cores e a
humidade se misturam num sufoco. Lá, onde o
inverno é quente e o sorriso é fácil.
A inspiração surge de uma série de memórias
preservadas em fotografias de crianças de rua na
roda de uma dança que nunca acaba e sorriem
quando vêem uma câmara. Misturas explosivas de
peças de universos distintos resultam em
combinações aleatórias e descoordenadas.
A indiferença em relação ao vestuário, que
representa metaforicamente a indiferença a muitos
outros aspetos do quotidiano, quando
percepcionada por alguém que “vem lá de longe”
transforma, inevitavelmente, todo o conceito que
tem sobre o que é, ou não, prioritário.
Com forte influência do universo do vestuário
desportivo, esta coleção explora diferentes
referências de vestuário, materializado no contraste
de materiais, cor e acabamentos, tal como em
peças divididas entre o direito e o avesso, reflexo
dum estado de descontração e desembaraço.
Há sempre um olhar pequenino de pé descalço que
nos faz entender que nem sempre os sapatos estão
bem calçados. Às vezes, na dança, atrapalham.
Contactos
i. ritasa.brand
f. ritasa.brand
t. 960 302 377
Unflower
The Intimate Love
Na tela, Lucian Freud retratou Celia
Paul com um enorme poder afetivo,
com insistência e insensibilidade pela
sua vulnerabilidade. Quando Freud
faleceu, Celia Paul expressou a sua
própria história. Coberta de tinta, num
apartamento comprado por ele,
desenvolve camadas de afecto e
vingança transcritas na tela.
Essa dinâmica - a força e a
fragilidade - inspiram a coleção,
alternando sarjas e peças em pele
sobrepostas a malhas justas e
estruturadas, remendadas com
pespontos e costuras sobrepostas, e
cetins que denunciam a fragilidade e
o envolvimento amoroso.
Sobre as malhas, manchas e prints de tie dye, retratam o trabalho de Celia. Os prints
inspirados na estética de trabalho de Jonathan Lasker, apresentam uma abordagem
divertida e colorida, com formas e ideias de espaço preenchido/vazio.
A mensagem chega-nos de uma forma subtil, inspirando não só os grafismos dos
estampados mas também a forma como aparecem ao longo da coleção - interrompida
mas forte, quase como manchas de informação visual, característica do universo
UNFLOWER.
Contactos
i. unflowerbrand
f. unflowerbrand
t. 915215921 / 912734474
ARIEV– João Vieira
Ensayo 21
X Lo Siento
A dor de não conseguir respirar esse ar que sempre respiraste. A ausência de Força
para resistir ao medo de querer ficar, o mais intenso adeus. A despedida que sempre
te acompanhou.
Há um vazio, mas quando algo acontece a dor que sentes no peito perdura 25
segundos até que deixas de sentir, paras de sentir o que quer que seja. Acrescentas
os momentos que precisas para a informação circular do coração ao cérebro, do
cérebro até aos pulmões. Sim estão a morrer. O corpo, a matéria, ascende ou chega…
depende do ponto de vista. A realidade paradigmática faz-te sentir outra pessoa. Mas,
na verdade, és apenas a visita de uma alma que deixou-te experimentar a sensação
de morrer. Em vez de sentir tudo isto, inconscientemente, vês o teu corpo a ser
invadido e levado por alguém que te quer testar o que sentes em 25 minutos, até que
o teu corpo, inerte, esteja completamente morto.
Eu sei que não disse Adeus…
Contactos
i. @_arieiv_
t. 910860226
Carolina Sobral
Shift
Inspirada por peças intemporais e uma atitude “work wear”, esta
coleção pretende criar um “guarda-roupa completo” para a
mulher atual. É constituída por linhas clássicas, casuais e
versáteis, que refletem a criatividade e a confiança da
mulher moderna. Cores como bege, verde e preto são
predominantes destacando-se ainda apontamentos de azul
e amarelo. Mantendo a estética da marca, “SHIFT” pretende
apresentar uma coleção funcional e prática para uma mulher
sofisticada e contemporânea.
Contactos
i. _carolinasobral
f. carolinasobral.cs
t. 916 462 122
João Sousa
Bellamira FW20
Por vezes é complicado dizer às pessoas o quanto gostamos delas, principalmente
quando essa pessoa é um familiar. Esta coleção é uma homenagem à minha avó
Belmira, daí a analogia Bella (por crescer com ela e fantasiar todas as coisas belas da
imaginação) e Mira (nome pelo qual a chamo). Esta é uma coleção que reflete todos
os problemas na vida dela, o cancro da mama, por consequente a perda do peito
esquerdo e a perda das pernas devido aos diabetes. As manipulações das peças e as
assimetrias simbolizam esses obstáculos, que aparecem quando menos esperamos.
Escolhi materiais inspirados nos tecidos que a minha avó utilizava para fazer as
roupas da minha mãe e as peças para a missa de domingo. Os brilhos e as formas
representam a sua vaidade e pomposidade.
Esta coleção é representativa da luta
entre o claro e o escuro, assente no
mote “depois da chuva vem sempre o
sol”. Se acreditarmos, todos os
obstáculos podem ser vencidos e a
vida pode voltar a brilhar!
Contactos
i. joaosousabrand
f. joaosousabrand
t. 916 075 043
0.9 VÍRUS
Dissemination
Indivíduo mergulha num mar cristalino, até que emerge e se depara com a mancha
negra que bloqueia a comunicação de luz e calor.
Inspirado na água, recurso passível de findar- um monstruoso desgaste da fonte do
ser e nas capacidades do magma derretido em recuperar. O Homem como
responsável, pelas alterações daquilo que o rodeia e em si mesmo. O magma
derretido, a sua capacidade de tornar o solo fértil - A natureza motivada para se
recuperar. Uma possível mudança rumo à sustentabilidade e consciencialização do
indivíduo.As peças, de formas e silhuetas distintas, conferem à coleção um aspeto
descontraído e juvenil. Destacam-se as camadas que retratam ondulações referentes
à fluidez, ao efémero e ao esmorecer. Estrutura através de cortes - a interação do
Homem. Utilização de matérias maioritariamente orgânicas e recicláveis - felpa, sarja e
o denim em preto e tons de azul, alusivos ao poder e à exuberância perante os
recursos. Prints a negro, que caracterizam as ondulações de óleo sobre a água
cristalina.
Contactos
i. 0.9virus
t. 911 068 97
CONCURSO BLOOM
Kensal
Híbridos
Híbridos relata a história de um amor incessante
entre duas tribos - a Nyaneka Humbi e os Punk.
Ambos mostram-se como referenciais primários,
dando lugar a manifestações de um novo ser. Por
si só, os HÍBRIDOS fazem-se de opostos,
desintegram-se de qualquer estilo único, porém
resgatam pequenos traços de ADN - do clássico
ao street wear. Esta materialização ergue-se em
vários contrastes de matéria prima, texturas,
comprimentos, volumetrias e pormenores
estéticos trabalhados em monocromo.
Contactos
i. kllaukenzo
t. 964222043
RITA IBS
Arcana
ARCANA é inspirada na carta “The High Priestess”, 2º Arcano Maior do Tarot. Alude
ao esotérico, desconhecido, que intriga a Humanidade desde sempre - o instinto
feminino. Vemos retratada uma figura feminina, serena e confiante, com a lua a seus
pés (símbolo de medos e inseguranças) e uma a “tora” nas mãos (símbolo de
conhecimento e sabedoria). É alguém que tudo
vê e nada revela. Representa o equilíbrio das
forças opostas através da presença de dois
pilares: um preto (com a letra B de Boaz) e um
branco (com a letra J de Jachin).
ARCANA foi criada a partir do equilíbrio de
contrastes: Feminino/Masculino;
Estética/Conforto; Racional/Intuição;
Riqueza/Carência . Peças únicas, com materiais
de qualidade, linhas e formas contemporâneas
que balançam entre o orgânico e o arquitetónico.
É o despertar do lado místico feminino.
Contactos
t. 916 627 704
MARIA CARLOS BAPTISTA
Arquétipo
A coleção ‘Arquétipo’ passa pela subversão de códigos de
vestuário através de uma nova proposta de
coordenação (que não a sua função primária). Recorre-
se à valorização de artigos masculinos usados pelo
sexo feminino.
É a redefinição de novos essenciais num guarda-
roupa, numa nova dimensão entre o que é privado e
íntimo, através de acumulação de camadas associada
ao encapsulamento.
Pretende-se aqui criar um equilíbrio do universo
masculino, revigorando artigos clássicos. Gerar uma
harmonia nas oposições e um espaço intermediário de
possibilidade e disponibilidade, de materialidade através
de acumulação.
As proporções são alteradas criando dimensões
exageradas que contrastam com camadas justas e
colantes; e faz-se a hiperbolização de todos estes fatores
através da paleta e dos materiais utilizados.
Contactos
i. mariacarlosbaptista
t. 916329653
AHCOR
Hibérbole FW2020/21
Ainda não chegamos a um consenso.
Ser menos, ou mais ou até diferente dos parâmetros impostos pela sociedade ainda
não é completamente aceite.
Ser livre (ou “a ideia de”) na sua plenitude da expressão parece ser um conceito
inacessível. A maquilhagem, tipo, cor e tamanho do vestuário, as modificações
corporais, as crenças religiosas e políticas, a orientação sexual são constantemente
motivo de reprovação social.
Hipérbole dá nome à coleção FW20, vai
além das convenções. Surge como crítica a
um franja da sociedade que vive com
preconceito.
Querer um mundo livre de estigmas será
uma utopia?
Ou será uma utopia querer a aceitação
total?
Contactos
i. ahcor_lab
t. 918737959
MARCELO ALMISCARADO
Pasmo
Pasmo começa com Helena da Presa, a minha avó, que ao decorar a casa com flores
campestres no dia de Páscoa acaba por aliená-las inocentemente do seu ambiente
natural.
Partindo da descontextualização dos
elementos naturais, o foco é
direcionado a elementos específicos,
que aparecem associados a técnicas
de produção manual como tecelagem
artesanal, tricot e crochet.
Paralelamente são exploradas
perspetivas retro-futuristas, a presença
de aliens como elemento exterior à
norma e a reação do ser humano à sua
presença desconhecida.
Paradoxalmente são postas em prática
referências religiosas, nomeadamente
às vestes de Francisco de Assis e
Santa Clara, de “Cântico das Criaturas”
de Miguel Gomes.
O termo Pasmo remete para o poema
“O meu olhar é nítido como um girassol” de Alberto Caeiro, e é empregue para
descrever a sensação do autor em relação aos elementos naturais que descobre num
processo contínuo, larger than life.
Contactos
i. marceloalmiscarado
t. 916441590
HUARTE
Afterlove
Afterlove, nome de um local escuro no
centro da cidade, de aparência
decadente, pouco ornamentado e com
muito fumo no ar. Um lugar onde se
respira uma atmosfera de nostalgia e
onde, de uma forma divertida, as
pessoas de séculos anteriores começam
a interagir umas com as outras. Sorriem,
divertem-se enquanto dançam ao ritmo
da música que o DJ no final da sala.
Aos poucos, as horas passam, a sala
começa a iluminar-se e as luzes neon
definem a aparência dos convidados.
Contactos
t. 34 677 448 005
LUIS BISANTI
Esta coleção nasce da busca interna pelo momento em que comecei a desenhar. Uma
etapa que se funde num projeto familiar que envolvia eu e a minha irmã.
Este momento marcou-me de tal maneira que cedo decidi que a minha primeira
coleção teria de aludir a este primeiro momento de contacto que tive com o desenho e
a relação que nasceu com a minha família depois disso.
Esta coleção apresenta uma figura
totalmente idílica de uma vencedora e
vincula elementos extravagantes e
abstratos. A feminilidade tem importância
cimeira, é a génese da criação das peças
que representam a mulher.
Nesta coleção conto a história em que as
personagens vivem de exageros, de
excentricidade e de estilos nas peças e na
forma de vestir. Formam uma subcultura
de valores diferenciados. É uma fantasia
que nos transporta para um mundo
diferente. Um mundo de celebração do
exagero, onde não há medo aos extremos.
Contactos
t. 968 965 517
VAA BARROS
Txabeta
Coleção outono/inverno de 20/21.
Uma Coleção que nos transporta para a história de Cabo-Verde e do
seu povo, uma história de violência marcada pela escravidão e
o estupro. Não obstante este passado, os cabo-verdianos têm
uma enorme alegria de viver e são humildes. As silhuetas, as
volumetrias e as misturas de padrões foram inspiradas nas
indumentárias antigas de Cabo-Verde.
Algumas peças contêm “panu di terra”, um tecido que é
considerado património nacional de Cabo-Verde. Os
estampados de várias tonalidades simbolizam as misturas no
povo cabo-verdiano e os com rostos de quem muito fez pelo
país são a homenagem merecida a este país.
Contactos
t. 960211307
b. behance.net/vaniabarros