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Vale Dia da Vale em 2019 4 de dezembro de 2019 Boas-Vindas e Observações de Abertura Eduardo Bartolomeo Diretor Executivo (CEO) I. Preâmbulo Bom dia todo mundo, e obrigado por estarem aqui esta manhã com a gente. 2019 foi um ano duro para a Vale e um dos anos mais desafiadores para nós. A tragédia de Brumadinho custou a vida de nossos colegas, amigos e membros da comunidade, então eu gostaria de começar este Dia da Vale pedindo um momento de silêncio em respeito e memória das vítimas. [Foi respeitado um minuto de silêncio] Nós nunca iremos esquecer Brumadinho e, por isso, nos comprometemos a construir uma empresa mais segura e confiável. II. Roteiro para a Redução dos Riscos da Vale Desde que eu assumi a liderança da Vale em março, nós temos nos manifestado repetindo três palavras: pessoas, segurança e reparação. Essas três palavras nos inspiraram a criar o roteiro que nós acreditamos ser fundamental para de-risk a Vale. Primeiro de tudo, a reparação de Brumadinho. Para isso, nós já temos 400 pessoas envolvidas. Este departamento se reporta diretamente a mim. Em segundo lugar, garantir que nossas barragens são seguras, garantindo a integridade de nossos ativos e que estamos caminhando para ser uma empresa mais segura. Em terceiro lugar, precisamos trazer de volta os volumes de forma sustentável, que discutiremos mais tarde. Finalmente, precisamos ter disciplina sobre o capital que iremos estar gerando. Por isso, eu gostaria de dizer-lhes que nossa estratégia aqui, esta manhã, é apresentar esses elementos para vocês, porque acreditamos que é isso que a comunidade de investidores está pedindo de nós. Gostaria de pedir que prestem atenção para duas palavras que devem aparecer com frequência durante a apresentação: ouvir e executar. Vale é conhecida por sua capacidade de execução e nós podemos mostrar durante a apresentação que nós estamos fazendo isso. Nós não estamos fazendo muito em termos de ouvir, por isso precisamos melhorar nossa escuta, e é isso que estamos fazendo. Com isso dito, eu gostaria de pedir para Marcelo Klein, que nós nomeámos para fazer a reparação em Brumadinho, que nos conduza através do que ele vem fazendo até agora. Obrigado.

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Page 1: Boas-Vindas e Observações de Abertura...Boas-Vindas e Observações de Abertura Eduardo Bartolomeo Diretor Executivo (CEO) I. Preâmbulo Bom dia todo mundo, e obrigado por estarem

Vale Dia da Vale em 2019

4 de dezembro de 2019

Boas-Vindas e Observações de Abertura

Eduardo Bartolomeo

Diretor Executivo (CEO)

I. Preâmbulo

Bom dia todo mundo, e obrigado por estarem aqui esta manhã com a gente. 2019 foi um ano duro

para a Vale e um dos anos mais desafiadores para nós. A tragédia de Brumadinho custou a vida de

nossos colegas, amigos e membros da comunidade, então eu gostaria de começar este Dia da Vale

pedindo um momento de silêncio em respeito e memória das vítimas.

[Foi respeitado um minuto de silêncio]

Nós nunca iremos esquecer Brumadinho e, por isso, nos comprometemos a construir uma empresa

mais segura e confiável.

II. Roteiro para a Redução dos Riscos da Vale

Desde que eu assumi a liderança da Vale em março, nós temos nos manifestado repetindo três

palavras: pessoas, segurança e reparação. Essas três palavras nos inspiraram a criar o roteiro que nós

acreditamos ser fundamental para de-risk a Vale. Primeiro de tudo, a reparação de Brumadinho. Para

isso, nós já temos 400 pessoas envolvidas. Este departamento se reporta diretamente a mim. Em

segundo lugar, garantir que nossas barragens são seguras, garantindo a integridade de nossos ativos

e que estamos caminhando para ser uma empresa mais segura. Em terceiro lugar, precisamos trazer

de volta os volumes de forma sustentável, que discutiremos mais tarde. Finalmente, precisamos ter

disciplina sobre o capital que iremos estar gerando. Por isso, eu gostaria de dizer-lhes que nossa

estratégia aqui, esta manhã, é apresentar esses elementos para vocês, porque acreditamos que é isso

que a comunidade de investidores está pedindo de nós.

Gostaria de pedir que prestem atenção para duas palavras que devem aparecer com frequência durante

a apresentação: ouvir e executar. Vale é conhecida por sua capacidade de execução e nós podemos

mostrar durante a apresentação que nós estamos fazendo isso. Nós não estamos fazendo muito em

termos de ouvir, por isso precisamos melhorar nossa escuta, e é isso que estamos fazendo. Com isso

dito, eu gostaria de pedir para Marcelo Klein, que nós nomeámos para fazer a reparação em

Brumadinho, que nos conduza através do que ele vem fazendo até agora. Obrigado.

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Reparação de Brumadinho

Marcelo Klein

Diretor de Recuperação e Desenvolvimento

I. Preâmbulo

Obrigado, Eduardo. Bom dia, pessoal. Nossa missão na Vale é a reparação integral de Brumadinho:

a reparação dos danos causados às pessoas e à terra. Nós estruturámos nossos esforços de reparação

inspirados nos Princípios Orientadores das Nações Unidas para as Empresas e os Direitos Humanos,

nos quais o Princípio 31 diz que as empresas devem garantir que elas tenham, a um nível operacional,

mecanismos que garantam que as queixas são tratadas e resolvidas com base no compromisso e no

diálogo.

II. Escutar as Pessoas Afetadas

Eu vou mostrar para vocês uma versão simplificada de uma semana típica . Minha semana começa

na segunda-feira, por participar de uma reunião com nosso CEO, Eduardo, e com outros diretores

executivos, onde nós informamos sobre como as reparações estão evoluindo, quais são os problemas

críticos durante a semana, e quais são os riscos de médio e longo prazo. Também aproveito a

oportunidade para falar com cada executivo e pedir sua ajuda em termos de responsabilidade social,

jurídica e de TI. Todas as funções corporativas da Vale estão disponíveis para auxiliar em termos de

reparação, e essa dinâmica funciona muito bem.

Também gostamos de dizer que, além desse diálogo forte, nós também temos uma forte presença no

terreno. Em 400 pessoas, cerca de 200 ficam em Brumadinho todos os dias, falando com as pessoas

e com a comunidade, prestando atenção e captando as demandas onde elas realmente acontecem. Ao

longo da semana, eu também falo com os promotores públicos e com outras autoridades. Eu tenho

reuniões com o corpo de bombeiros. Gostaria apenas de lembrar que, das 270 vítimas, ainda estamos

procurando por 13. Esta é uma grande operação de resgate que já dura por mais de 10 meses. Eu

também tenho reuniões com representantes das famílias das vítimas. Eles trazem suas demandas

semanalmente e nós estamos criando juntos uma boa agenda. É importante dizer que eles permitirem

estarmos com eles, ouvindo suas demandas e seus receios, é uma grande oportunidade e uma grande

chance para realmente nós realmente elaborarmos uma reparação eficaz.

III. Comprometidos com a Reparação Plena e Eficaz de Brumadinho

1. Restaurar a Subsistência e a Dignidade das Pessoas Afetadas

Estruturámos nossa reparação em torno de quatro pilares principais. O primeiro é restaurar o sustento

e a dignidade das pessoas afetadas. O segundo engloba a compensação econômica e não econômica.

O terceiro diz respeito a restaurar a capacidade produtiva das áreas afetadas e o quarto é a reabilitação

do meio ambiente. Vou dar-lhes alguns detalhes sobre cada um desses pilares e sobre as principais

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ações que nós estamos desenvolvendo para garantir que, juntos, iremos elaborar uma reparação

eficaz.

Falando de restaurar o sustento e a dignidade das pessoas afetadas, é importante dizer que a coisa

mais importante é acolher as pessoas afetadas, proporcionando-lhes informação, cuidado, atenção e

vários tipos de serviços e recursos, para que possam superar com dignidade aquele que foi,

provavelmente, o pior momento de suas vidas.

Quando falamos sobre restaurar os meios de subsistência, há itens físicos que precisam ser

fornecidos, e há também problemas emocionais. Os itens físicos são mais fáceis de fornecer; estamos

falando de água, alimentos, banheiros, itens pessoais, habitação e transporte, por exemplo. No

entanto, ao nível individual, restaurar os meios de subsistência requer muita atenção ao apoio

psicossocial e de saúde mental, porque é difícil avaliar se a ação que estamos exercendo nesses

campos é eficaz, e realmente leva tempo nós conseguirmos garantir a eficácia dessas ações. Estamos

prestando muita atenção para o apoio psicossocial e de saúde mental. Nós estamos recebendo

orientação das equipes de peritos da ONU. E reconhecemos que ainda existem oportunidades de

melhoria a serem captadas nesses campos.

Uma vez que estamos perante um enquadramento de tristeza, medo e incerteza, é realmente

importante prestar atenção aos detalhes. Como exemplo, em um dos encontros com as famílias, elas

nos pediram para mudarmos a cor dos ônibus que prestam serviços de transporte regional, indo pegar

e deixar os funcionários entre a casa e o trabalho. Elas se queixam que, ver os ônibus que percorrem

a cidade todos os dias, as lembra das pessoas que elas perderam e fere seus corações. Nós mudámos

as cores, bem como as rotas, a fim de evitar que os ônibus passem por ruas onde vivem várias famílias

de vítimas. Este é apenas um exemplo de como esses detalhes se tornam tão importantes. Eles não

são apenas detalhes; eles são muito importantes para as famílias. Nós apenas podemos atingir esse

nível de interação se estivermos muito perto delas. Isso é um exemplo de como a escuta real e eficaz

está funcionando.

2. Avançar com a Reparação Econômica e não Econômica

O nosso segundo pilar abrange a reparação econômica e não econômica. Ambas são importantes.

Precisamos ter pagamentos de compensações, que são um meio importante para restaurar a

subsistência das pessoas. Também precisamos cuidar das compensações não econômicas.

Em termos de compensação econômica, gostaria de salientar que estabelecemos acordos-quadro

muito importantes em um período muito curto de tempo. Em 20 de fevereiro, menos de um mês

depois da tragédia, tivemos a oportunidade de estabelecer um acordo para o pagamento de apoio

econômico mensal para todos os cidadãos de Brumadinho e para os residentes ao longo da margem

do rio Paraopeba de leste e oeste. Isso é ajuda que já beneficiou 108.000 pessoas, e até agora nós já

pagámos mais de 1 bilhão de reais. Na semana passada, nós renovámos este acordo por mais 10

meses, com novos critérios de elegibilidade. Isso garante à cidade ser capaz de prestar seus serviços

básicos e evitar uma situação ainda mais difícil para os cidadãos, enquanto nós continuamos com

nossos esforços de reparação.

Outro importante ajuste de reparações foi celebrado com a Defensoria Pública do Estado de Minas

Gerais, em que nós chegámos a um acordo para indenizações por danos morais e materiais para

pessoas e grupos. Este é um acordo amigável que abrange mais de 2.300 pessoas. Se trata de uma

solução mais definitiva através da qual as pessoas podem realmente recuperar os meios de

subsistência que perderam.

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Um terceiro acordo importante é o trabalhista. Das 270 vítimas, 250 eram funcionários, por isso

estamos falando principalmente sobre uma tragédia laboral. Juntamente com o Ministério Público do

Trabalho no Brasil, estabelecemos um amplo acordo pelo qual nós pagamos indenizações justas e

competitivas para todos os trabalhadores. Nós já beneficiámos mais de 1.500 pessoas. Das 250

famílias de vítimas, 244 já estabeleceram acordos.

Paralelamente a estruturas de compensação econômica, também temos as questões não econômicas.

Nós assinámos outros 22 acordos que abrangem, por exemplo, o monitoramento da qualidade da

água, o resgate e cuidados com animais e as melhorias necessárias a fim de aumentar a quantidade

de água que pode ser captada. Como a água do rio não está disponível, temos bombas e sistemas de

tratamento de água. Estamos perfurando novos poços para fornecer água para pontos críticos, como

hospitais e escolas. Há uma série de ações importantes que não são diretamente econômicas, mas que

são fundamentais para restaurar as condições gerais na área.

3. Trabalhar para Restaurar e Desenvolver a Capacidade Socioeconômica

Nosso terceiro pilar revela sobre como nós vamos restaurar e desenvolver a capacidade

socioeconômica de Brumadinho e das cidades próximas. Temos ações que abrangem as pessoas, as

comunidades e as entidades e governos. Para as pessoas, nós temos um programa que dá total apoio

às pessoas afetadas, através do qual fornecemos educação e planejamento financeiro para que elas

possam fazer o melhor uso do dinheiro de que ganharam. Nós também fornecemos aconselhamento

e apoio técnico para elas na escolha de uma casa, e também sobre como elas irão recuperar suas

atividades de agricultura familiar ou de pequenos negócios. É um programa de voluntariado, onde os

técnicos explicam e planejam com elas, em reuniões semanais, como podem reorganizar suas vidas.

Para a comunidade, estamos patrocinando vários programas com o objetivo de reforçar e refortalecer

os laços interpessoais. Nós temos atividades comunitárias, como hortas de produção, onde elas

plantam coisas para comerem juntas. Temos oficinas de artesanato. O objetivo principal dessas

atividades é que as pessoas redescubram sua força enquanto uma comunidade.

Para as entidades, estamos dando apoio financeiro para diversos secretárias do município de

Brumadinho e de outras cidades próximas, para que eles possam prestar melhores serviços à

comunidade em, por exemplo, questões relacionadas à saúde, educação e turismo, entre outras.

Também estamos tentando incentivar atividades que vão para além das atividades mineradoras, para

que Brumadinho possa pensar em um novo futuro menos dependente da mineração.

4. Recuperar o Meio Ambiente

O quarto pilar é relativo a recuperação ambiental. Desde o rompimento da barragem em janeiro, nós

temos estado muito preocupados com como evitar a continuação de danos ambientais, uma vez que

o sedimento pode ser levado para o rio principal. Instalámos várias estruturas de engenharia para

evitar que os materiais sejam transportados durante as fortes chuvas que duram de outubro/novembro

até fevereiro. Até agora, estas estruturas estão funcionando muito bem, por isso estamos conseguindo

limitar o principal problema a uma área específica antes de chegar ao rio principal.

Também temos ações relacionadas à revegetação e à proteção das nascentes fluviais. Em vez de

contar para vocês, eu vou mostrar um vídeo que fornece muito mais informações sobre nossos

principais esforços na recuperação ambiental.

[Apresentação do vídeo]

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Com este vídeo, eu gostaria de terminar minha palestra dizendo que a reparação de Brumadinho

tornou-se um propósito de vida para nós, e reforçando duas mensagens principais. Estamos realmente

baseando nossas ações na participação e no diálogo social, com uma pequena presença no terreno.

Estamos oferecendo compensação rápida e justa para que as pessoas possam restaurar, na medida do

possível, a normalidade de suas vidas. Estamos trabalhando duro para que as pessoas afetadas possam

se sentir respeitadas e dignificadas em meio a tanta tristeza. Eu agora dou de volta a palavra para

Eduardo.

5. Ir Além de Reabilitar Brumadinho para Construir uma Vale Melhor

Eduardo Bartolomeo

Obrigado, Klein. É bastante claro que estamos fazendo a reparação de uma forma eficaz, mas, mais

importante, com qualidade e fazendo exatamente o que as pessoas estão esperando que seja feito.

Precisamos ir além disso e construir uma Vale melhor. Agora nós temos todos os elementos juntos

para nos empurrar nessa direção.

A primeira vez que eu mencionei os dois pilares (Vou voltar para eles, sobre os outros três depois),

mas os estes dois principais são segurança e excelência operacional e um novo pacto com a sociedade

–– foi em Barcelona – foi um conceito, veio como óbvio para nós, uma vez que precisávamos

garantir, como mencionei no início, a segurança em nossas operações. No entanto, nós queremos ir

além, e temos a ambição de querer construir uma empresa mais segura e uma das mais seguras na

indústria de mineração. Nós vamos mostrar como.

Em segundo lugar, nós precisamos ser um verdadeiro facilitador do desenvolvimento nas

comunidades onde operamos e mais além. Essas duas questões são transversais em nossa empresa.

Nós não iremos mudar nossa estratégia. O valor e o volume do aço permanecem ao mesmo nível.

Nós vamos falar sobre como iremos trazer de volta a flexibilidade para fazermos isso. Os Metais

Básicos continuam sendo a chave para nós. Precisamos nos transformar e estamos passando por isso.

Como eu mencionei antes, precisamos ter disciplina. Nós temos disciplina e iremos mostrar ações

nesse sentido também.

Para começar, nada será feito nesta empresa se realmente nós não provarmos para nós mesmos, para

as comunidades e para os investidores que estamos mais seguros e temos segurança. Quando eu

cheguei, nós começámos com um núcleo. Quando eu assumi, em abril, nós aprovámos um novo cargo

de nível C em nosso conselho. Estrutura é importante, mas não chega. Cultura é muito mais

importante que isso. No entanto, nós precisávamos reforçar a segunda linha de defesa. Para isso,

convidámos Carlos Medeiros, um executivo experiente da produção, que acredita nas mesmas coisas.

Eu acredito que a excelência operacional é o que irá determinar a segurança. É a estabilização de

nossas rotinas e a disciplina na execução daquilo que temos que executar. Nós temos cerca de US$ 60

bilhões de ativos na Vale e eles devem ser bem administrados. Para isso, nós temos uma ambição e

um sonho, como já mencionei, de sermos umas das mineradoras mais seguras do mundo. Medeiros,,

por favor, guie-nos através do que estamos fazendo nessa direção.

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Segurança e Excelência Operacional

Carlos Medeiros

Diretor Executivo de Segurança e Excelência Operacional

Marcello Spinelli

Diretor Executivo de Materiais Ferrosos e Carvão

I. Preâmbulo

Carlos Medeiros

Bom dia. Esse cargo foi criado na sequência da decisão da Vale de fortalecer sua governança em

segurança e gestão de riscos. Eu dirijo a segunda linha de defesa da Vale e me reporto diretamente a

Eduardo. É importante fazer dois esclarecimentos. Primeiro, minha remuneração não está vinculada

a quaisquer metas operacionais; segundo, minha equipe e eu temos autoridade para interromper

qualquer operação toda vez que isto seja necessário.

II. Diretoria de Segurança e Excelência Operacional Composta de Quatro

Equipes Técnicas

A fim de evitar a ocorrência de qualquer grande evento indesejado, esta diretoria foi organizada em

quatro áreas diferentes. Em primeiro lugar, rejeitos, temos que garantir que nossas barragens são

seguras e cumprem as normas internacionais. Quanto à integridade dos ativos, nós temos que manter

nossos ativos e garantir que eles possam ser operados com segurança. Excelência operacional,

usamos o Sistema de Produção Vale (VPS) como veículo para todas as mudanças que irão acontecer

daqui para frente. Em relação aos riscos operacionais e de saúde e segurança, melhorar a cultura de

segurança e estabelecer uma metodologia para mapear todos os riscos.

III. Nosso Dogma: Cada Acidente é Evitável

Nós acreditamos também que cada acidente é evitável e, portanto, cada ação tomada irá ter como

objetivo construir uma empresa mais segura e mais confiável. Há alguns marcos que irão ser

alcançados no próximo par de anos, e que eu gostaria de compartilhar com vocês.

A primeira, a avaliação de risco global, nós já adotámos uma metodologia muito completa de

identificação de perigos e análise de risco para mapear todos os riscos em toda a Vale. Rever o nosso

sistema de gerenciamento de rejeitos implica criar um novo sistema alinhado às melhores práticas

internacionais. O VPS foi revisado e relançado, este é o nosso sistema de produção que foi revisado

e até agora, mais de 60.000 pessoas foram treinadas e agora estão prontas para usá-lo como uma

ferramenta de apoio para a transformação em curso. Fortalecer nossa estrutura de manutenção global

visa implementar uma única estratégia global de manutenção para garantir a integridade dos ativos.

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IV. Governança e Fluxo de Informações de Risco Aprimorados

A governança, como vocês sabem, desempenha um papel fundamental na prevenção de acidentes.

Esse slide mostra nosso modelo atual e anterior de governança para riscos, então nosso conselho

aprovou uma nova política de risco alguns meses atrás. Na sequência desta decisão, quatro comitês

executivos de risco foram criados. Com o modelo de governança atual, acreditamos que podemos

monitorar e gerenciar nossos riscos de uma forma muito mais eficaz, além de permitirmos que a

informação flua livremente e abertamente através de todos os níveis organizacionais.

Quanto às estruturas geotécnicas, nós optámos por adotar um modelo diferente, que, e devido ao

design, tem várias redundâncias para maximizar a segurança. Então, começando no seu lado

esquerdo, as duas primeiras caixas pertencem a primeira linha de defesa que são as nossas operações..

Então, na extrema esquerda, a equipe de Operações Geotécnicas administra nossos ativos e é

responsável por nossos riscos. Ela é supervisionada pela segunda caixa, a equipe de Suporte

Geotécnico. Em seguida, tem a segunda linha de defesa é a organização que eu lidero. E depois, um

comitê independente do conselho que reporta diretamente ao conselho, e seus membros são peritos

geotécnicos bem conhecidos no Brasil. A terceira linha de defesa são nossos auditores internos.

Existem, então, duas camadas externas. A primeira integra empresas que emitem a nossa declaração

de estabilidade. Elas trabalham com a Vale em uma base contínua. Depois há empresas que se

reportam ao Promotor Público. Elas também trabalham com a Vale em uma base contínua.

Ao todo, temos sete instâncias supervisionando as principais decisões sobre as operações e sobre o

estado geral de nossa estrutura geotécnica. Isto vai muito além do modelo tradicional na indústria das

três-linhas-de-defesa. Além disso, a Vale também está usando os serviços de uma empresa

internacional bem reconhecida para avaliar e nos ajudar na reconstrução de nosso sistema de

gerenciamento de rejeitos.

V. Fazendo Progresso com a Descaracterização de Nove Barragens a

Montante

Esse slide mostra o calendário para descaracterizar nove barragens a montante, semelhantes à de

Brumadinho. As estrelas amarelas indicam a data de conclusão das paredes de contenção para as

estruturas mais críticas. Descaracterizar uma barragem a montante é um processo bastante complexo

e que envolve vários passos. Enquanto nós falamos, empresas foram contratadas e pessoas

mobilizadas para que possamos cumprir o calendário proposto. De fato, a barragem 8B que está no

topo do slide já foi totalmente descaracterizada, e a área que ela costumava ocupar já foi devolvida

para a sociedade. Agora nós vamos mostrar um vídeo que irá ajudar vocês a entenderem como

funciona o processo de descaracterização.

[Apresentação do vídeo]

Antes de concluir, gostaria de deixar três mensagens-chave com vocês. Em primeiro lugar, para de-

risk suas atividades, a Vale está construindo uma forte e independente segunda linha de defesa. Em

segundo lugar, gostaria de assegurar para vocês que os riscos e a segurança estão no centro de todas

as decisões que nós tomamos na Vale. Em terceiro lugar, um sistema de gerenciamento de rejeitos

muito forte e robusto está sendo montado agora.

Agora eu irei passar a palavra a Marcello Spinelli, que irá explicar como a Vale irá tratar de suas

barragens restantes daqui para frente.

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VI. Desenvolver Alternativas Seguras e Sustentáveis para as Barragens de

Rejeitos

Marcello Spinelli

Bom dia. Além do gerenciamento de riscos que Carlos acabou de mencionar, bem como da

descaracterização das barragens, estamos investindo em alternativas para as barragens de rejeitos,

mas eu realmente queria dizer - eu sou o operador de minério de ferro. Eu sou a primeira linha de

defesa, e estou realmente empenhado em evitar o uso de barragens. Esse é meu primeiro objetivo.

Em relação ao que temos vindo a fazer, em 2014 nossa capacidade de processamento a seco – ou

seja, sem o uso de barragens – foi de 40%. Isso atingiu 60% este ano e, em 2023, 70% da nossa

capacidade usará o método de processamento a seco. Isso é o melhor para nos.

O Sistema Norte vai chegar a 100% em dois anos. No Sistema Norte, temos a mina de Carajás e seu

minério de alta qualidade. Dada a estratégia de mistura na China, que usa minério melhor para se

combinar com o do Sistema Sul, podemos reduzir o método de processamento a úmido no sul. Mas

ainda restam 30%, o que estamos fazendo além? Essa informação é nova, nós prevemos US$ 1,8

bilhões de investimento para instalar filtros para separar os rejeitos da água. Podemos reutilizar a

água e ter empilhamento seco, afinal de contas. Isto tem estado em construção nos principais locais

do Sistema Sul.

Nós ainda teremos 15% a 14% da capacidade usando o método de tratamento a úmido. Esta é outra

informação importante, que vocês sabem bem, nós comprámos a tecnologia New Steel, que é baseada

em um método magnético a seco. Podemos separar os rejeitos e o minério sem água. Em 2022, nós

seremos a primeira empresa no mundo a utilizar esta metodologia em escala industrial. Isso está em

construção. Se formos bem sucedidos - e eu acredito que nós realmente seremos - nós poderemos

deixar de usar esse método que usa barragens e água.

Para resumir esta parte, como um operador, eu estou realmente comprometido em que, no futuro da

atividade de mineração de minério de ferro, nós não vamos mais usar barragens. Eduardo, por favor

volte para o palco.

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Novo Pacto com a Sociedade

Eduardo Bartolomeo

Diretor Executivo (CEO)

Luciano Siani

Diretor Financeiro (CFO)

I. Preâmbulo

Eduardo Bartolomeo

Acredito que conseguem ver que claramente nós estamos trabalhando com eficiência. Isto não são

palavras, mas ações. A governança está sendo estruturada e reforçada. Estamos eliminando os ros

nas barragens a montante e estamos trabalhando duro para eliminar e criar maneiras mais seguras de

operar, não só nas barragens, mas em todos os ativos que nós operamos. Pode ser um sonho agora,

mas isso é uma ambição que nós vamos perseguir dia após dia, desde que estejamos juntos aqui como

uma equipe. Isso está certo, mas não é suficiente. A sociedade exige muito mais. Brumadinho

acelerou várias iniciativas que estavam disponíveis na empresa. A sociedade trouxe a Vale e a

indústria da mineração uma mudança na percepção de como deveria interagir com a sociedade. A

sociedade quer compartilhar o valor que nós criamos. Isso é algo de fundamental.

II. Compromissos para 2030 Revistos para Metas Mais Ambiciosas

No ano passado, nós anunciámos aqui estes compromissos que vão desde a mudança climática e do

uso de água e energia até o desenvolvimento econômico específico. Nós entendemos, depois de ter

ouvido os stakeholders, acionistas e comunidades - e nosso conselho é extremamente ativo nisso -

que precisamos ir muito mais longe em termos de como podemos interagir localmente, de como nós

realmente agregamos valor localmente e de como nós realmente ajudamos a sociedade a avançar, por

isso revisámos nossos objetivos. Alinhámos nossas metas para as mudanças climáticas ao Acordo de

Paris. Luciano irá entrar em mais detalhes, mas isto representa uma ambição enorme. Nós queremos

ser neutros em carbono até 2050. Na energia, temos mais ambições para irmos para o nível global.

Estamos focados não apenas no Brasil. Em termos de florestas, nossa meta vai ser de 50% e acima.

Por que isso? Uma das coisas que está por trás é que precisamos ir mais longe – e nós podemos ir

mais longe. Isso não está baseado em algo que nós pensamos que é possível. Temos um portfólio que

nos permite realmente induzir a mudança em nossa cadeia de valor. Nossa cadeia de valor na indústria

do aço corresponde a cerca de 10% das emissões mundiais. Como uma empresa de mineração, nossas

emissões são relativamente baixas mas, quando olhamos mais além, elas são bastante elevadas. Nós

temos os produtos certos para fazer isso, mesmo fora do minério de ferro com o níquel.

Na energia, temos uma matriz muito limpa nos três países mais importantes em que atuamos:

Indonésia, Canadá e Brasil. Relativamente às florestas, somos um interveniente na Amazônia. Isso

nos deixa com uma base muito forte para termos a ambição de liderar esta transição.

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Como eu mencionei antes, esses cinco pontos estão sendo revisados. Um ponto muito importante são

nossas lacunas em torno das questões Ambiental, Social e de Governança (ESG). Estamos atentos e

fizemos uma grande revisão. Falámos com várias instituições, tais como empresas de consultoria,

acionistas e organizações não-governamentais (ONGs), e estamos mapeando essas lacunas. 50%

foram eliminadas apenas fazendo uma divulgação, mas nós criámos um roteiro para isso. Eu voltarei

a isso mais tarde, mas agora gostaria que Luciano provasse para vocês que nós lideraremos essa

transição de carbono.

III. Ambição de se Tornar Neutra em Carbono e Estimular a Cadeia de Valor

Luciano Siani

Houve muito entusiasmo na Vale sobre isso. Hoje, eu diria que talvez metade do tempo de nossas

discussões no conselho é gasta com esse legado que nós pretendemos criar. É verdade que muitos na

indústria anunciaram objetivos semelhantes, então há uma chamada para a ação entre as empresas,

especialmente para as alterações climáticas. Vocês podem estar pensando: “Por que isso é diferente

do que os outros estão fazendo?”

Nós acreditamos que, em termos das três áreas em que temos novas metas, podemos liderar o

caminho por causa dos atributos que temos em termos de ativos e pegadas. Começando pelas

mudanças climáticas, onde estamos hoje é que nós estamos alinhados com o Acordo de Paris. Isso

implica aumentarmos para 30% a meta de redução de emissões até 2030. Nós temos hoje um roteiro

que aborda cerca de 70% disso; quanto aos outros 30%, não sabemos como chegar lá, mas estamos

trabalhando nisso. Fixámos o preço de carbono em US $50 por tonelada. Até agora, outros têm feito

isso. Nós também estamos visando a neutralidade de carbono no escopo 1 e 2 até 2050. Mais uma

vez, outros têm feito isso também.

Em termos de onde nós acreditamos que podemos liderar – e é aqui que o entusiasmo está

aumentando em nossa organização – temos as pelotas e produtos de minério de ferro de alta qualidade

que nossos clientes precisam para alcançar seus objetivos em termos de redução de emissões.

Também temos níquel de Classe I que vai eletrificar o mundo. Com base nisso, estamos agora

trabalhando nas metas do escopo 3, que vamos apresentar em breve, para o navegação e siderurgia.

Estamos criando todo um plano para a Vale ser, daqui a 10 anos, o fornecedor de produtos ideal para

ajudar os clientes a lidar com as mudanças climáticas. Em termos de metálicos, nós tivemos o

Investor Tour focando apenas nisso, e iremos voltar a isto na apresentação de Marco Spinelli. Nós

acreditamos que esta é uma oportunidade de negócio para chegar lá. É por isso que nós pretendemos

ser líderes nessa frente.

IV. Auto geração a partir de fontes limpas

Outra frente onde pretendemos ser líderes é na auto geração de energia. Hoje, 60% da auto geração

é proveniente de fontes renováveis e pretendemos chegar a 100% no Brasil até 2025 e até 2030 ao

nível global. Nossa pegada ajuda com isso. Nós temos muita energia hidrelétrica no Brasil, no Canadá

e Indonésia também. Tanto quanto sabemos, sermos abastecidos com 100% de energia renovável é

algo que nos coloca em uma posição de liderança.

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V. Proteção Florestal

O outro tópico onde nós acreditamos que vamos liderar é na proteção florestal. Já temos hoje, cerca

de 100 milhões de hectares de floresta, principalmente na Amazônia, sendo protegidos pela Vale.

100 milhões de hectares corresponde a cerca de 100 vezes o tamanho de cidades como Manchester

ou Liverpool, quase sete vezes o tamanho da área da Grande Londres, e cerca de um terço do tamanho

da Bélgica. Nós pretendemos aumentar a área protegida e reflorestada em 50%. Quando nós fizermos

isso, essa área será maior que a da Irlanda do Norte.

Como um exemplo concreto disso, vocês sabem que nossas maiores minas de minério de ferro estão

na Amazônia. Devido a essa proteção, a animação que vocês vão ver agora mostra como,

infelizmente, toda a área circundante fora dos limites das áreas protegidas da Vale foram desmatadas

nos últimos 30 anos, deixando apenas a área protegida pela Vale e suas operações como intocadas.

De 1973 para 2018, isto é como avançaram, deixando apenas as áreas onde a Vale possui suas áreas

de mineração. As porções vermelhas são as áreas da Vale. No entanto, nós estamos sendo muito

eficazes na proteção dessas áreas.

VI. Impactar Positivamente a Sociedade por meio do Desenvolvimento

Capacitante

Quando se trata de desenvolvimento sustentável – nos falamos do “E”, agora do “S” nós queremos

ir além da cobrança de impostos em torno da responsabilidade social corporativa (RSE) tradicional.

Sermos um verdadeiro capacitador de desenvolvimento significa pensar intensamente e investir

muito dinheiro em nosso legado. O primeiro exemplo fica na cidade de Itabira, onde a Vale nasceu

na década de 1940. As minas vão esgotar em cerca de 15 anos. Nós acabamos de assinar acordos,

ouvindo as demandas, preocupações e ambições da sociedade, para proporcionarmos um legado que

irá além de nossas operações. Deixem-me mostrar para vocês um pequeno vídeo.

[Apresentação do vídeo]

A cidade está muito animada com este projeto. Nós conversámos sobre onde acreditamos que

podemos liderar, mas agora vamos falar sobre superar nossas deficiências e lacunas em termos do

que ouvimos de vocês, especialmente sobre governança, onde podemos melhorar.

VII. Tornar a Vale uma Empresa Mais Sustentável

Eduardo Bartolomeo

Como nós dissemos no início, primeiramente precisamos ouvir, mas também precisamos falar

também. Luciano mencionou montes de coisas, mas muito poucas de nossos stakeholders sabem o

quanto estamos envolvidos no reflorestamento da Amazônia ou a energia limpa que nós temos. De

qualquer forma, nossos compromissos foram assumidos e nós vamos avançar.

Mapeámos algumas lacunas e colmatámos 50. Um exemplo de algo que estamos realizando na

direção de fechar a trajetória é o equilíbrio de gênero. Como uma empresa de mineração, nós não

estamos equilibrados e temos uma força de trabalho feminina de apenas 13%. Queremos duplicar

isso até 2030. Precisamos certificar nossas operações, apenas 22% das quais são certificadas sob a

norma ISO 14001. Nós vamos conduzir isso por um período mais longo, mas vamos tentar realizá-

lo e vamos realizá-lo. Um aspecto importante da governança é o Comitê de Auditoria, que nós iremos

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criar em 2020. Curiosamente, nós já costumávamos ter uma política de direitos humanos. Lançámos

uma consulta pública e a revisámo-la.

Igualmente importante, o que também era solicitado era que articulássemos nossa remuneração. Em

termos de remuneração de curto prazo, cada empresa tem metas de segurança e meio ambiente, e nós

também costumávamos ter. Nós acordámos, com a diretoria, em articular nossa remuneração a longo

prazo, com a qual colocamos nosso dinheiro onde está nossa boca. O nível C da Vale, eu e nossos

funcionários, todos estamos comprometidos com essas metas. Elas são ambiciosas, mas nós vamos

tentar alcançá-las.

VIII. Aumentar a Transparência de Nossa Abordagem de Sustentabilidade

Como eu já mencionei, nós precisamos falar também. Nós criámos um portal ESG onde todas as

informações que estou dando a vocês ficaram online na segunda-feira. Agora eu irei convidar você a

verem como ele se parece.

[Apresentação do vídeo]

Agora vamos fazer o câmbio das engrenagens. Nós abordámos reparação, segurança e sociedade.

Isso é transversal ao negócio. Nós agora queremos falar sobre o Minério de Ferro. Marcello vai falar

sobre como vamos recuperar nossa flexibilidade e sobre o que vem em seguida para o Minério de

Ferro. Mark vai discutir como estamos evoluindo com a transformação de metais básicos e algumas

mudanças que nós estão fazendo para a estratégia. Por fim, Luciano encerrará tudo com as

oportunidades que temos e as ações que estamos tomando com alguns ativos não essenciais. No final,

eu voltarei e encerrarei.

Diminuindo o Risco no Minério de Ferro

Marcello Spinelli

Diretor Executivo de Materiais Ferrosos e Carvão

I. Preâmbulo

Vamos falar sobre o Minério de Ferro. A regra é diminuir o risco no negócio do Minério de Ferro, o

que significa retornar aos níveis de eficiência e recuperar a capacidade de 2018. Eu quero insistir em

nosso mantra hoje. Nós estamos realmente comprometidos com a segurança das pessoas e a

integridade dos ativos. Segurança em primeiro lugar é algo que realmente está acontecendo.

II. Retomada da Capacidade de Minério de Ferro em Marcha

Em termos de retomada das operações, como vocês sabem, nós perdemos 93 milhões de toneladas

após a tragédia de Brumadinho. Ainda temos capacidade restante para restaurar, por isso estamos

planejando voltar para 15 milhões de toneladas no próximo ano e 25 milhões de toneladas em 2021.

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Eu quero explicar como vamos fazer isso. É um processo gradual. Eu posso simplificar em duas

fases. A primeira fase está relacionada com a desmontagem mecânica. Capacidade significa

quantidade, volumes e qualidade. Na primeira fase, nós podemos recuperar a quantidade, mas não a

qualidade. Nós não usamos processamento úmido, por isso não temos os minérios da melhor

qualidade. A segunda fase está relacionada com a evolução das barragens para que possamos

incrementar uma melhor avaliação delas e usar o processamento úmido, aumentando assim os

volumes e a qualidade. No processo do alto forno, podemos ter mais eficiência. Este é um processo

gradual.

Uma informação importante é que, a cada dia, nós avaliamos e investigamos todas as barragens em

termos de gestão de risco. Temos três exemplos que acabaram de acontecer. Isto é uma nova

normalidade. Eu quero enfatizar isso. Aos poucos, vamos ter alguns altos e baixos e algumas paradas

operacionais, a fim de reafirmar que estamos prontos para iniciar a operação.

Dois meses atrás, tivemos um problema com a operação de ferrosos. Era um problema autorização

que já foi resolvido e, na sexta-feira, voltámos. Tivemos um problema com uma barragem, numa

operação muito importante, há quase um mês. Decidimos ir mais longe e mais fundo na análise da

barragem Itabiruçu na operação de Itabira. A boa notícia é que estamos antecipando parte da operação

em janeiro.

Na segunda-feira passada, no Dia da Vale em Nova Iorque, minha equipe me ligou para dizer:

“Temos que melhorar a investigação na barragem de Laranjeiras”, que está na operação de Brucutu.

Nós decidimos a parada da operação. Precisamos de mais um mês para olhar mais profundamente

uma trinca. Obtivemos muita informação sobre as barragens, de satélites utilizando a melhor

tecnologia, e decidimos parar a operação e reduzi-la em 60%, a fim de garantir que a barragem está

bem. Em um mês, esperamos retornar a operação de forma mais segura. Segurança é o nome do jogo.

O novo normal é: se você precisa avaliar uma operação ou uma barragem, nós faremos isso, mas a

segurança será a primeira coisa a analisar.

III. Níveis de Produção Dependentes das Condições de Mercado e Abordagem

de Qualidade acima de Quantidade

1. Volumes

Agora eu vou falar sobre o futuro: volumes e eficiência. Em termos de capacidade nos próximos

anos, no próximo ano, esperamos uma faixa de 340 a 355 milhões de toneladas. É muito importante

ressaltar que valor acima de volume é a nossa estratégia. Isto é quanto à capacidade. Se vocês

puderem entregar a qualidade e o volume que o mercado precisa, nós o faremos. Se não houver

demanda, nós podemos ajustar a capacidade para a produção certa. Em dois anos, nós podemos nos

recuperar para a anterior capacidade de 2018.

Outra informação importante é que estamos retornando gradualmente. O primeiro semestre do

próximo ano irá ter dois impactos nos volumes. Primeiro, estamos recuperando o estoque da Brazilian

Blend Fines (BRBF) na China que usamos este ano. Parte da oferta no início do ano será usada para

esta recuperação. Em segundo lugar, a qualidade está sendo reforçada e será melhor no segundo

semestre do que no primeiro semestre. Precisamos orientar e ajustar nossos volumes, considerando a

qualidade e também o estoque que precisamos recuperar. Esperamos que a produção de pelotas no

próximo ano seja de 49 milhões de toneladas.

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2. Retomada das Operações Suspensas e dos Ganhos de Produtividade

Vou dividir a eficiência em três partes. Em primeiro lugar, em termos de custos de C1 da mina para

o porto brasileiro, a boa notícia aqui é que, a médio prazo, estamos de volta para o nível de 2018, a

US$13-13,5 por tonelada. Em termos das principais alavancas para chegar lá, a primeira está

diretamente relacionada com volumes. Podemos diluir os custos fixos e reduzir os custos variáveis

em US$1,0-1,2. A segunda alavanca é a eficiência. Estamos trabalhando duro para tornar esta

empresa cada vez mais eficiente. Estamos passando por uma transformação digital, com

monitoramento autônomo e automação, por isso esperamos ter uma melhor operação e uma reparação

confiável. Como usamos processos de filtragem para evitar o uso de barragens, estamos aumentando

parte de nossos custos. Já mencionamos o investimento que estamos prevendo, mas o opex

relacionado a este tipo de operação aumenta como parte disso. Nós podemos compensar isso com

nossas iniciativas em torno da eficiência.

3. Compensação de Aumentos de Custo de Frete

A segunda camada de custos é, depois de deixar o porto brasileiro e ir para a China ou para outras

partes do mundo, o frete. Há notícias muito boas aqui. Estamos aplicando nossa estratégia de grandes

navios como Valemaxes. Eu gostaria apenas de lembrar que podemos reduzir 40% das emissões com

um Valemax em comparação com a Capesize, e os resultados estão lá. Os Valemaxes estão chegando

e estamos no caminho certo. Também temos os Guaibamaxes e estamos reduzindo frete a médio e

longo prazo para US$16 por tonelada.

No próximo ano, de acordo com as normas da Organização Marítima Internacional (IMO), teremos

que usar combustível de baixo teor de enxofre. Nós temos um intervalo entre o baixo e alto teor

enxofre de cerca de US$200 hoje. Não estamos contando com o ajuste do mercado em termos de

oferta e demanda, então o baixo teor de enxofre poderia ir descer. Para evitar isso, estamos instalando

filtros que nos permitem usar o combustível de navio de alto teor de enxofre e compensar os custos

aumentados face ao combustível de navio de baixo teor de enxofre. A trajetória está indo muito bem

e esperamos chegar a 76% de nossa frota este ano, e a 100% em dois anos.

4. Prêmios Recuperam com Retorno ao Equilíbrio do Mercado

A parte de nossa competitividade são os prêmios. Isso é algo sobre o que todos vocês me perguntaram

muito este ano: e os prêmios? Vocês não estão confiantes quanto a eles. Isto é um pouco complexo,

então vou passar por isso. No lado esquerdo tem uma tabela sobre os componentes. O componente

ou função que temos os prêmios. Os prêmios são uma função entre as margens do aço e o preço da

energia utilizada no processo do aço. Quanto maiores as margens, mais os clientes são estimulados a

usar melhor o minério para produzir mais. Essa é a tendência que temos. Se houver um custo mais

elevado da energia, a energia pode ser economizada usando menos carvão de coque e pagando mais

por isso. Este é o padrão do que aconteceu no ano passado.

Se olharmos para uma matriz que mostra o intervalo entre o Índice 65% e o Índice 62%, estamos

indo para o lado superior direito. O lado inferior esquerdo foi o que aconteceu no meio deste ano,

quando tivemos um desequilíbrio na oferta e demanda causado por Brumadinho e pelo Ciclone

Veronica na Austrália e todas as questões climáticas. Isto foi seguido por um índice alto e nós

convidámos novos concorrentes para o jogo. Nós temos concentrados da China. O Canadá está

enviando concentrados para a China. O preço do aço caiu. Como consequência da guerra comercial,

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a China aumentou a produção e as políticas relaxadas relacionadas ao meio ambiente, de modo que

o preço caiu e as margens reduziram. Isso foi o que aconteceu durante o ano.

O que nós vemos agora, no entanto, é o aço estável como uma boa referência para o que nosso negócio

é. Estamos ao redor 12 no intervalo entre os dois índices, o que é muito perto da margem do aço hoje

e do preço do carvão de coque. Nós realmente acreditamos que, a longo prazo, o preço que vamos

precisar é de US$60-80. A margem retornará e os prêmios serão maiores, pois temos mais margens

neste domínio.

5. Competitividade da Vale Voltando a Níveis de 2018

Resumindo, nossa empresa continua sendo forte. Se considerarmos o EBITDA equilibrado – ou seja,

a soma dos custos – veremos o retorno a longo prazo ao que aconteceu em 2018. Nós fomos os

primeiros no mundo. Vamos alcançar US$28-30 por tonelada. Se vocês considerarem um preço de

longo prazo mais baixo de $60 por tonelada, ainda temos um EBITDA 50% neste negócio, por isso

é um gerador muito forte de dinheiro.

IV. Minério de Ferro de Alta Qualidade Apoiando Desenvolvimentos Globais

para um Futuro Mais Verde

1. Produtos Premium que Reduzem Emissões e Atendem às Necessidades Regionais

Em termos de futuro, nossos clientes estão na Europa. Eles sabem muito bem de todos os esforços e

pressões em termos de emissões aqui. Estamos prontos agora para enfrentar este problema. Temos o

melhor portfólio e o melhor minério de ferro do mundo. Se você simular o impacto de nossos

produtos em nossos clientes, podemos hoje economizar 30 milhões de toneladas de CO2, ou cerca de

9% do escopo 3, que é o que chamamos o CO2 que é imediato dos nossos clientes. Mais de 85% de

nossos produtos são produtos premium.

Quero enfatizar o produto GF88, que foi uma iniciativa que começamos a fim de compreender a

China. O problema com a China é que há um atraso em relação à Europa. Eles estão mais preocupados

agora com a poeira e estão investindo em pelotização para evitar o processo de sinterização. Para

fabricar as pelotas, eles precisam de matéria-prima, por isso estamos moendo finos de Carajás para

alimentar esse mercado. São cerca de 30 milhões de toneladas neste mercado e podemos usar o que

chamamos de Carajás livre para aplicar em uma nova possibilidade. Este ano, nós esperamos cerca

de 7 milhões de toneladas deste produto.

2. Olhando Além para um Portfólio Mais Verde no Longo Prazo

Nós também estamos olhando além disso. Como disse Luciano, temos algumas iniciativas em torno

de metálicos. Sabemos que existe uma tendência em algumas partes do mundo mudar de altos-fornos

para fornos de arco elétrico. Queremos ajudá-los não só a usar mais sucata, mas também a usar

metálicos para limpar essas sobras, ou mais diretamente em sua parte do processo. Estamos estudando

soluções com eles. Por que o HBI? O ferro briquetado a quente (HBI) pode ser uma possibilidade. O

Brasil está explorando o pré-sal, onde há uma grande quantidade de gás que pode ser alocada para o

gás natural. Nós também podemos ter usinas HBI com os nossos clientes para alimentar essa

necessidade.

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Outra possibilidade é o que nós chamamos de ferro-gusa “verde”. Dentro da Vale, há mais de 15 anos

que nós temos Tecnored, que é uma tecnologia de ferro-gusa. Isso está indo muito bem e temos um

ensaio industrial em curso. Nós podemos usar a biomassa como fonte de energia. Já testamos 50%

da biomassa neste tipo de tecnologia e podemos reduzir as emissões em 50% entre nossos clientes.

Se usarmos 100% de biomassa, podemos diminuir a diferença em termos dos desafios para 2050.

A mensagem principal aqui, para resumir nossa estratégia, é que precisamos voltar aos volumes.

Também precisamos ser cuidadosos em termos de colocar a segurança em primeiro lugar. Este é um

mantra: volumes e qualidade. Valor acima de volume é uma estratégia-chave para nós, que vocês

conhecem muito bem. Em segundo lugar, em termos de custos, nós estamos trabalhando duro e, à

medida que avançamos com os volumes, podemos ir trabalhar com as iniciativas para reduzir custos.

Estamos em boa forma para sermos os melhores do mundo em poucos anos. Estamos prontos para o

futuro e para um mundo mais verde. Hoje, temos o melhor portfólio e estamos trabalhando duro com

nossos clientes para dar a eles, no curto e longo prazo, o melhor portfólio para os novos desafios.

Mark irá agora continuar com a estratégia de Metais Básicos.

Metais Básicos

Mark Travers

Diretor Executivo Interino, Metais Básicos

I. O Níquel Tem um Papel Fundamental

Gente, boa tarde. Marcello falou para vocês sobre o potencial que nós temos em nosso portfólio de

minério de ferro para um futuro mais verde. Quero falar hoje com vocês sobre o turnaround no

negócio dos Metais Básicos que está em andamento, bem como a oportunidade que temos porque o

níquel desempenha um papel fundamental em um mundo movido a veículos elétricos e energia

renovável.

Com a adoção de veículos elétricos (VEs), o níquel está pronto para uma mudança dramática. O

níquel é um componente-chave na bateria de VEs que cria maior desempenho e reduz o seu custo.

Com níquel, vamos permitir a adoção em massa de VEs ao nível global.

II. Futura Demanda de VE Abrindo Nova Dinâmica do Mercado

Claro, isso irá aumentar a demanda por níquel dramaticamente, e eu quero falar com vocês sobre

como nós vemos a dinâmica do mercado aparecendo para a indústria de níquel. Atualmente, enquanto

a demanda aumenta para o fornecimento de baterias de VE, em pequenos números agora e enquanto

ela cresce, temos excesso de níquel de Classe I disponível no estoque, sendo o Classe 1 nosso níquel

de alta pureza, e particularmente na forma de briquetes, que estão atualmente alimentando a indústria

de baterias de VE.

No entanto, isso não vai durar e não será suficiente para atender a demanda nos próximos anos, e o

que vamos precisar ver é o aumento do uso de minérios de laterita, principalmente através da adoção

de plantas de lixiviação por ácido de alta pressão (HPAL). Esta é uma tecnologia que a indústria de

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níquel tentou, com algum sucesso, mas claramente com algumas deficiências na nossa indústria, e

que vamos precisar melhorar dramaticamente para atender à demanda no futuro. Em geral, vemos

uma dinâmica de oferta/demanda apertada na indústria do níquel e vemos o surgimento de três

mercados muito distintos, cada um com sua própria dinâmica de oferta/demanda: Produtos de classe

I de alta pureza, produtos de aço inoxidável e produtos que alimentam baterias por meio de sulfato

de níquel.

III. Nova Estratégia Comercial

Com o surgimento destas dinâmicas de oferta / demanda, eu vou falar com vocês agora sobre a nova

estratégia comercial que desenvolvemos para a Vale Metais Básicos. Temos uma base de produto de

níquel de alta pureza muito forte, Classe I , que vem em muitas formas diferentes e pode alimentar

muitas aplicações diferentes. À medida que vemos a dinâmica de oferta/demanda se tornando mais

apertada, vemos uma grande oportunidade de preservar e restaurar nossa participação de mercado

em níquel de classe I. Vemos a oportunidade de praticar o preço da London Metal Exchange (LME)

como o vemos corresponder nos próximos anos à demanda de VEs, e para obter maior valor dos

prêmios que obtemos a partir desses produtos de níquel de alta qualidade.

Também temos oportunidades no mercado de ferroníquel de Classe II que alimenta o aço inoxidável,

assim como na indústria de baterias, mas participaremos seletivamente dessas oportunidades,

conforme vemos as oportunidades à nossa frente, garantindo que tenhamos retornos robustos

disponíveis para nós. Vou falar com vocês sobre a oportunidade que temos de aumentar a nossa

produção de ferroníquel em Onça Puma, mas também temos oportunidades no mercado de baterias,

como o projeto greenfield em Pomalaa, Indonésia de que vou falar em alguns minutos, em parceria

com a Sumitomo. Nós também temos a capacidade de direcionar nossos produtos de Classe I para o

mercado de baterias, pois faz sentido, particularmente com nossos produtos de níquel.

IV. Metais de Básicos Gerando Fluxo de Caixa Robusto após 2022

O que vamos fazer para aproveitar essa oportunidade? Nosso desafio é fazer o turnaround do negócio

de Metais Básicos e é um desafio que estamos empreendendo agora. Isso irá nos guiar para os

próximos anos e eu explicarei por que. Em primeiro lugar, precisamos ser um produtor seguro e

confiável. Nossos ativos falharam conosco nos últimos anos, e este ano em particular. Precisamos

investir em nossa integridade de ativos e focar nos pilares que Carlos nos explicou anteriormente,

adotando a estratégia de manutenção preventiva que ele discutiu. Vemos isso colhendo benefícios

para nós nos próximos anos.

Temos também um programa de investimentos muito significativos em minas de reposição no

Canadá. Anunciamos e estamos empreendendo o desenvolvimento da mina subterrânea de Voisey’s

Bay, que irá substituir a mina a céu aberto que vai exaurir nos próximos anos. Nós também estamos

expandindo a mina Copper Cliff em Sudbury. Durante este período, teremos exigências muito

significativas sobre nosso capital, mas é muito importante que nós tenhamos desenvolvido uma

estratégia onde alcançaremos um fluxo de caixa positivo ao longo deste período difícil de

investimento.

Conseguimos isso por meio da nossa estratégia de hedging do níquel anunciada recentemente, que

carrega cerca de 30% de nossa produção até 2020 e já gerou valor para nós.

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Finalmente, à medida que passamos por esse período de reinvestimento, temos a possibilidade de

opção para o crescimento, particularmente em nosso portfólio indonésio.

V. Conclusão do Desinvestimento na PT Vale Indonésia (PTVI) em Duas Fases

Para garantir os investimentos na Indonésia, precisamos garantir o caminho para a extensão de nosso

contrato de trabalho, que termina em 2025. Recentemente, anunciamos a assinatura de um

memorando de entendimento para cumprir a exigência de desinvestimento, que é um pilar

fundamental para a extensão do contrato de trabalho. Foi anunciado que Inalum, uma entidade estatal

na Indonésia, vai comprar 20% da PTVI, 15% provenientes da Vale e 5% da Sumitomo Metals.

Acreditamos que este será um pilar crítico para garantir o sucesso da extensão do contrato de trabalho,

o que irá permitir os investimentos na Indonésia.

VI. Projetos da Indonésia Autofinanciados por meio de Parcerias e Joint

Ventures (JVs)

Temos a oportunidade de expansão brownfield em Sorowako, onde temos uma história longa e

rentável de funcionamento. Temos a oportunidade de expandir em 10 kt através da produção de

ferroníquel no curto prazo. Também estamos em discussão de por meio de parcerias desenvolver dois

projetos, sendo o primeiro Bahodopi, que seria um projeto de ferroníquel de 70 kt, principalmente

com parceiros chineses, usando a metodologia chinesa de engenharia e a metodologia de engenharia,

aquisição e gerenciamento da construção (EPCM). É importante dizer que, com esses dois projetos,

nós mantemos 100% de participação nas minas. Em Pomalaa, vamos fazer parceria com a Sumitomo,

que domina a tecnologia HPAL, e nós temos um projeto de 40 kt disponível para nós, fornecendo

HPAL para o mercado de VE.

VII. Foco na Confiabilidade da Produção de Níquel no Curto Prazo

Onde estamos agora e para onde isto nos leva? Vou analisar nosso perfil de produção no próximo

ano e nos próximos anos. Esses números não incluem a produção da Vale Nova Caledônia, da qual

Luciano falará com vocês em poucos minutos. Atualmente, estamos em uma taxa de produção de

cerca de 210.000 toneladas por ano, como nós nos concentramos em se tornar um produtor seguro e

confiável. No curto prazo, temos a capacidade de crescer para cerca de 240.000 toneladas,

principalmente por vermos a produção aumentando em nossas operações no Atlântico Norte

Canadense. Também temos a oportunidade de expandir com um segundo forno em Onça Puma, um

projeto fantástico com retornos promissores e robustos. Finalmente, temos a oportunidade de crescer

para 360.000 toneladas com a adição dos projetos indonésios que anunciei.

VIII. Cobre Essencial para a Infraestrutura Urbana de um Mundo em

Desenvolvimento

Como para o níquel, temos grandes oportunidades no negócio de cobre também. Como o níquel, o

cobre tem a capacidade de responder e crescer com o VE e as indústrias de energias renováveis.

Vamos começar a ver a aplicação nestas indústrias para adicionar para as aplicações industriais

tradicionais que vemos atualmente. Isto é apenas enquanto as minas de cobre e os graus de minério

estão esgotando.

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IX. Potencial para Aumentar a Produção de Cobre

Concluirei com uma visão geral de nosso portfólio de cobre e das oportunidades de crescimento que

temos. Vamos produzir a uma taxa de 400.000 toneladas no próximo ano, com uma capacidade de

no curto prazo aumentar para 430.000 toneladas em 2021, por vermos aumentos da produção

provenientes do Canadá, bem como de Sossego no Brasil. Em 2022 e 2023, vamos ver aumentos

significativos à medida que nosso projeto de crescimento Salobo 3 se desenvolve.

Finalmente, não incluídos na produção estão três projetos que eu vou mencionar agora. O projeto

Victor - que discutimos neste evento no ano passado - é um projeto de cobre / níquel, mas

principalmente de cobre, que fica ao lado do projeto Nickel Rim da Glencore. Atualmente estamos

estudando com a Glencore o desenvolvimento e operação conjuntos dessa mina, que teria 30 kt

atribuíveis à Vale. Esperamos estar anunciando um sancionamento do projeto no segundo semestre

do próximo ano.

Alemão é outro projeto que temos na região de Carajás, no Brasil, com o potencial de 60.000

toneladas, e com o sancionamento do projeto previsto para o segundo semestre do próximo ano.

Por fim, a longo prazo, temos um importante projeto de cobre / ouro na Indonésia com o potencial

de 250.000 toneladas por ano. Este é um projeto muito promissor que estaremos analisando.

Em resumo, estamos realizando o turnaround do negócio de Metais Básicos, nos tornando em um

produtor seguro e confiável e tirando proveito de todas as oportunidades do potencial que nós

prevemos nos mercados de níquel e cobre daqui para frente. Agora, passo a palavra para o Luciano

concluir.

Alocação de Capital

Luciano Siani

Diretor Financeiro (CFO)

I. Preâmbulo

Aonde tudo isso nos leva? Qual é a oportunidade de investimento da Vale neste momento? Se há

uma frase que você deve lembrar hoje, é de-risking. Estamos muito conscientes de que a história do

patrimônio da Vale depende de de-risking, ou seja, de-risking para melhorar os fluxos de caixa do

core business; de-risking para melhorar o fluxo de caixa fora do core business, de que nós vamos

falar; e de-risking para melhorar a forma como esses fluxos de caixa se traduzem nas avaliações.

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II. Produção Destinada para Crescer em Nosso Core Business

Começando com os negócios, se vocês juntarem o que foi dito hoje, cada um de nossos core

businesses) aumentará a produção em 10-30% nos próximos três anos. Tenham em mente esta linha

do tempo: três anos. 2022 é o ano em que queremos entregar uma Vale completamente diferente para

vocês. Junto com o aumento da produção de que falamos, a retomada dos volumes de minério de

ferro e o aumento da produção em níquel e cobre, também teremos melhorias de competitividade em

todas as atividades.

Isto não virá a um custo elevado. Nós sempre apresentamos os números das despesas de capital, e há

duas mensagens aqui. Continuamos prevendo um nível de despesas de capital de US$ 4,5 bilhões a

partir de 2022, que é exatamente onde estávamos antes. No entanto, ao longo dos próximos dois anos,

haverá um pequeno aumento para US$ 5 bilhões, a razão sendo a antecipação desses investimentos

em filtragem e empilhamento a seco que Marcello acabou de mencionar, devido a nosso

compromisso de evitar e eliminar as consequências das barragens de rejeitos. Estamos antecipando

esses investimentos em dois anos e, em seguida, voltaremos para 4,5, mesmo com as oportunidades

de crescimento que acabaram de ser mencionadas, por exemplo, em metais básicos. Reduzir o risco

no core business significa que os fluxos de caixa vão melhorar.

III. Reduzir o Risco Fora do Core Business

Agora, falaremos sobre desarriscar fora do negócio principal, e nós entendemos que existem muitas

ineficiências e problemas que precisamos resolver dentro da alçada da Vale, começando por ativos

não realizados, como Moatize, VNC e todas as JVs. Vou me concentrar em Moatize e VNC. Para

Moatize, um choque em curto prazo levará a fortes ganhos em fluxos de caixa. Esse é nosso objetivo.

Sobre que é o choque? A razão pela qual estamos com baixo desempenho em Moatize este ano é por

termos começado a extração em seções da mina onde o corpo de minério é muito pobre. Por causa

de uma falta de perfuração nós não antecipamos isso, e a planta não é capaz de tratar esse minério.

Nós vamos fazer duas coisas. Primeiro, há um plano de mineração completamente novo. Vamos

abandonar as partes pobres do corpo de minério. Vamos encurtar a vida útil da mina. Iremos em

busca das coisas boas e vamos melhorar, por exemplo, o rendimento do carvão de coque na mistura.

Em segundo lugar, iremos parar a usina em Moçambique e toda a produção por três meses, a fim de

fazermos uma revisão completa da planta para adaptá-la ao corpo de minério que temos e a fazermos

algumas mudanças na folha de fluxo. Após fazermos isso, o objetivo é no segundo semestre de 2020

ter a fábrica instalada e funcionando com uma produção de 50 milhões de toneladas e, portanto, com

EBITDA positivo.

Quando se trata da Vale Nova Caledônia, tomamos a decisão de cortar o VNC. Nós comunicamos

isso para as autoridades francesas, tanto na França como na província do sul. Nós vamos sair com

responsabilidade. Existem algumas razões pelas quais acreditamos que seremos bem-sucedidos e por

que estamos fazendo isso. Primeiro, percebemos que não temos competência para elevar os níveis de

produção com essa tecnologia para onde queremos que ela esteja. Percebemos que outros podem ter

essa competência, já que a HPAL é uma tecnologia que agora é muito falada em algumas partes do

mundo, porque ela vai ser uma tecnologia-chave para abastecer o mercado de eco bateria. Outros

estão fazendo sua lição de casa e talvez a façam melhor do que nós.

Finalmente, a Nova Caledônia produz não só produtos finais, mas também intermediários que são

muito procurados hoje. O VNC é muito importante para o mercado de baterias e pode haver uma

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4 de dezembro de 2019 21

oportunidade de trabalhar com esses intermediários e de mudar completamente o fluxograma . Outros

estão enxergando isso também. Uma decisão final sobre a configuração final do VNC será anunciada

no primeiro semestre de 2020.

Não é só Moatize e VNC, há outros drenos de fluxo de caixa dentro do sistema da Vale.

Independentemente do que acontece fora do Vale, apenas fechando as torneiras podemos melhorar o

fluxo de caixa significativamente, e aqui está uma lista delas. Nós acabamos de mencionar Moatize

e VNC. Eles estão consumindo mais de US$1 bilhão em 2019. Nosso compromisso com vocês é de

eliminar essas saídas até 2022. Nós temos as despesas de paralisação. Todas as despesas que estão

saindo por causa das minas suspensas correspondem a 900 milhões este ano. O compromisso para

2022 é que haverá zero. Lembrem-se, Samarco ainda é um dreno de fluxo de caixa – Samarco e

Renova, a fundação. Isto ainda vai existir em 2022. As despesas vão durar, mas vão diminuir

consideravelmente. No entanto, o próximo ano é importante por causa do reinício e de mais algumas

indenizações da Fundação Renova. Estamos recomprando as ações preferenciais de MBRdentro do

negócio de minério de ferro e as saídas de 200 milhões por ano vão cessar no próximo ano. Existem

outras saídas que estamos vigorosamente combatendo.

Se vocês tivessem a coluna de 2019, que é de quase US$3 bilhões fora as despesas de Brumadinho

que saíram sem uma boa finalidade econômica e nós temos a intenção de eliminar a maioria delas

2022, reduzindo o risco fora do core business.

Falando dos gastos de Brumadinho, sim, eles foram pesados em 2019. Eles serão pesados em 2020.

Eles serão pesados em 2021. Eles vão começar diminuindo até 2022. A razão pela qual em 2020 e

2021 são muito fortes é por causa das despesas de descaracterização, que estão concentradas na maior

parte nesses dois anos. Elas não vão desaparecer em 2022, mas esperamos que elas sejam

substancialmente menores.

O de-risking fora do core business conduzirá a melhorias importantes nos fluxos de caixa. Portanto,

até 2022, se vocês virem o EBITDA e o fluxo de caixa livre, temos a intenção de entregar para vocês

uma empresa muito saudável. Há algumas hipóteses aqui de preços de minério de ferro e níquel e

vocês podem ver vocês mesmos o fluxo de caixa esperado e como eles convertem-se muito

saudavelmente em fluxo de caixa livre por causa do baixo nível de despesas de capital.

IV. Avaliação

A questão-chave é como esses números se traduzem em valorização e estamos muito conscientes de

que vocês têm muitas dúvidas sobre a Vale. Vocês duvidam sobre as viabilidades dos esforços de

reparação. Vocês duvidam sobre as questões de segurança. Vocês duvidam sobre a retomada dos

volumes. Você duvidam sobre como vamos lidar com Moatize e VNC. É por isso que gastamos 70%

desta apresentação falando sobre todas essas questões para transmitir-lhes a mensagem de que a

administração está totalmente comprometida em de-risk a empresa. Vocês têm em cima disso os

números de EBITDA. Existem três cenários diferentes. Há um cenário mais pessimista com 15,4, um

cenário de caso base com 19,5 e um cenário mais otimista em 23,5.

Como esses fluxos de caixa se traduzem na avaliação? Se nós reduzirmos o risco e eliminarmos todas

essas incertezas, acreditamos que possamos merecer de você uma avaliação e múltiplos valor

patrimonial , que podem voltar para a faixa de 5,5 a seis que nós negociamos há cerca de 10 anos, a

partir de quatro vezes hoje ou talvez até menos de quatro vezes. Esse é um componente-chave da

história e se fizermos isso e ainda com o objetivo de US$10 bilhões de dívida líquida, vocês podem

ver como a capitalização de mercado pode melhorar substancialmente, e quando vocês adicionarem

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o fluxo de caixa livre que será gerado ao longo dos próximos três anos até 2022, pode haver um

retorno potencial ao acionista, se vocês tomarem apenas o cenário médio, de mais de 25% ao ano.

Vamos fazer tudo o que estamos falando, porque é a coisa certa a fazer, mas também porque haverá,

esperamos, recompensas a partir disso. É o que nós pretendemos entregar para vocês até 2022.

Eduardo Bartolomeo

Obrigado, Luciano. Penso que com isso, nós concluímos. Como vocês viram, estamos nos de-risking.

As dúvidas estão ficando menores ou mais reduzidas, mas fundamentalmente quero lembrar o que

nós dizemos dentro da Vale. Nós não vemos isso como uma arrancada. É uma maratona. É necessário

tempo e esforço. Duas palavras que vocês podem esperar de nós são disciplina e persistência. A

reparação, como Klein mostrou, está acontecendo e está acontecendo com qualidade. A segurança é

algo que está incorporado em nós. Nós vamos ser a empresa mais segura do mundo. Precisamos

estabilizar nossa produção. Estamos recebendo de volta os nossos volumes rapidamente, mas com

segurança e, mais importante, estamos preparados para esta valorização porque, como eu disse no

início, seremos disciplinados. Acho que o mais importante é que nós queremos construir uma melhor

Vale que seja mais segura, mais humana e mais sustentável. Agradecemos e vamos para as perguntas

e respostas. Mais uma vez obrigado.

Perguntas e Respostas

Doug Upton, Capital Group

Muito obrigado, senhores. Eu tenho uma pergunta. É uma continuação da pergunta sobre de-risking,

penso. Luciano, obrigado pelo que analisou. Do ponto de vista do acionista, no curto prazo a redução

do risco também trata do encerramento final das questões de Brumadinho. Você poderia falar apenas

das questões-chave ainda enfrentadas pela empresa em Brumadinho, em termos das contrapartes

principais e talvez principalmente a partir de um ponto de vista jurídico, eu acho, e como poderão ser

os prazos? Obrigado.

Eduardo Bartolomeo

Obrigado, Doug. Vamos colocar isso desta forma. Eu acho que há uma investigação óbvia que tem

que ser concluída interna e externamente e que irá avaliar as responsabilidades e o prazo para isso.

Nós acreditamos internamente que nossas avaliações técnicas serão entregues este mês. Nós

finalmente enfrentámos isso. Essa é a avaliação interna da ruptura. Dos promotores, acreditamos que

isso vai acontecer ou antes do recesso do Judiciário, ou mais tarde no início do ano. Há um recesso e

uma retomada agora para isso, e esse é um ponto muito importante, porque cria uma possibilidade

para os outros acordos que precisam ser feitos. Nós temos três ações cíveis contra nós que congelaram

11 bilhões de reais ou cerca de US$ 2 bilhões. Isso não interessa.

Uma é em torno do meio ambiente. Temos reparação e compensação. Os estudos sobre a reparação

são muito bem avançados, mas o problema é a compensação. Estamos discutindo com eles e, de

novo, eu acho que nós poderíamos esperar algo em torno do primeiro trimestre. A segunda é o dano

social e econômico. Nós avançamos muito nos acordos que Klein mencionou aqui, mas precisamos

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colocar isso coletivo. Isso se torna mais complexo, mas de qualquer forma, mais uma vez, eu vou

chegar à terceira para esclarecer isso.

Há uma compensação fundamental para o governo. O governo assumiu a liderança e tentou criar

acordos em torno do que os stakeholders estavam falando aqui, os promotores públicos do Estado de

Minas Gerais, os governos em si, o sistema judiciário e nós mesmos, é claro. A complexidade de

gerenciar esses quatro elementos está sendo conduzida pelo governo. Acreditamos que devemos

esperar pelo menos para o primeiro semestre, não este ano. Não temos nenhum tempo. Tínhamos

esperança em poder obter o acordo, mas existem muitas pessoas envolvidas , e muitas complexidades.

Acreditamos que no primeiro semestre do próximo ano isso é razoável.

Se você se lembrar, Samarco levou muito mais tempo do que isso. Eu acho que uma diferença

fundamental aqui é a rapidez com que estamos lidando e, como dissemos em outros eventos, ela está

tirando o fardo da ACP. A ACP é a ação cível que exige isso, por isso não estamos esperando por

essa ação. Sobre a água, nós estamos agindo. Essas coisas eu acho que vão nos permitir concluir isto

no primeiro semestre, mas é, mais uma vez, muito ambicioso.

Luciano Siani

Mais importante, do ponto de vista contábil quando fizemos, por exemplo, a provisão no segundo

trimestre para o lado socioambiental, fizemos a reparação, pois basicamente sabemos o que precisa

ser feito. Alguns dos acordos que já foram mencionados lidam com isso, mas nós também já

provisionámos para compensação. Por que isso? Porque nós nos envolvemos com as autoridades e

sabemos muito bem de onde elas estão vindo. Por exemplo, o vídeo falou sobre os esforços de

saneamento. Há o desejo de, por exemplo, aumentar a segurança do abastecimento de água para a

área metropolitana de Belo Horizonte, por isso há planos de longo prazo e coisas que estamos

discutindo com a empresa de abastecimento de água.

Os acordos que Eduardo mencionou vão cair sob o guarda-chuva de compensação e ainda não foram

estabelecidos, mas foram provisionados, de acordo com nossas estimativas. É a mesma coisa com o

socioeconômico. As provisões foram grandes. Se você apenas pensar em indenizações para as

pessoas, você nunca vai chegar aos valores que foram provisionados. A diferença para as provisões

é nossa própria estimativa dos fundamentos e da ordem de magnitude de onde esses acordos de

compensação devem vir. Uma vez resolvidos, então teremos naturalmente um ajuste para cima ou

para baixo.

Marcelo Klein

As autoridades legais e públicas dirão que é melhor tomar um pouco mais de tempo em todos os

arranjos para legitimar o pacote de compensação, ao invés de ir muito rápido e ter problemas no

futuro.

Serafino Capoferri, Macquarie Bank

Eu apenas tenho uma pergunta para Marcelo sobre minério de ferro. Você prevê mais dificuldades

ou disrupções no primeiro trimestre, durante a estação chuvosa, decorrentes da operação das

instalações de processamento a seco? Poderia comentar sobre o risco em torno disso?

Marcello Spinelli

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Acho que este ano nós enfrentamos um problema único com o Sistema Norte. Em março tivemos um

monte problemas e tivemos muitos problemas, mas desde então temos trabalhado duro para termos

uma situação melhor na estação das chuvas. A estação chuvosa começou antes do que nós

esperávamos, mas nós pensamos que estamos mais preparados para isso. Está chovendo mais, mas

estamos muito mais preparados, então existem muitas iniciativas para que tal aconteça. Vejo em

termos de disrupções que estaremos em muito melhor forma do que este ano.

Sergey Donskoy, Societe Generale

Eu tenho duas perguntas. Uma é realmente um seguimento para a pergunta de Doug. Eu vejo

corretamente que, em relação às provisões que você tomou até agora, tanto quanto é de seu

conhecimento não há nada de um tipo substancial que nós devemosmos ter em mente que tenha

ficado fora dessas provisões em seu balanço, falando desses processos jurídicos e de suas interações

com os promotores e o governo? Essa é a primeira questão. Você forneceu uma perspectiva para o

crescimento da produção de minério de ferro ao longo dos próximos quatro anos. O que você pensa

sobre a evolução na qualidade, por exemplo os teores, e como eles vão evoluir de onde estamos agora

para o próximo ano e para 2022 ou quaisquer outros parâmetros que sejam aplicáveis? Obrigado.

Eduardo Bartolomeo

Certo. Obrigado pela sua pergunta. Apenas esclarecendo, eu acho que Marcelo Klein acabou de

mencionar que estamos interagindo com os promotores de justiça e não só com os promotores, mas

há uma pessoa organizando as demandas. Novamente, temos certeza que nos sentimos confortáveis

nessa faixa, mas temos que ter em mente que congelamos 11 bilhões de reais e provisionamos 16

bilhões de reais. Como Luciano mencionou, é mais do que pensávamos antes.

Na parte ambiental, não se pode nem mesmo comparar com Fundão porque a faixa é muito menor e

o impacto é muito menor, portanto não há relevância. Também temos a referência de Samarco para

isso. O dano coletivo é a que tem a maior incerteza, mas acho que Luciano pode comentar também.

Temos certeza de que sabemos até agora e até mesmo da ação que temos contra nós, estamos bem

no lado conservador.

Luciano Siani

Só para dar uma ideia, uma das ações cíveis apresentadas mesmo no começo foi a ação cível dos

promotores públicos do trabalho, porque isso foi basicamente um acidente de trabalho. 250 das 270

vítimas eram trabalhadores, funcionários da Vale ou prestadores de serviço, de modo que os

promotores públicos trabalhistas se adiantaram e colocaram esta ação cível. Isso foi resolvido e, como

mencionou Marcelo, 244 das 250 famílias já chegaram a acordo com a Vale, então a indenização é

justa. Eles já estabeleceram nesta ação cível o valor da compensação coletiva em 400 milhões de

reais, de modo que ela já foi paga. Isso é cerca de US$ 100 milhões. Quando você vai para as 108.000

pessoas da cidade de Brumadinho e dos arredores, obviamente tem muito mais gente. No entanto,

estas não são as famílias das vítimas. Algumas delas foram muito menos afetadas, mas isso dá a você

uma ordem de magnitude dos tipos de compensação que poderiam vir. Por exemplo, o saneamento

em 22 municípios deverá custar cerca de 1,2 bilhões de reais. Isso é cerca de US$ 300 milhões.

Provavelmente este acordo será uma colcha de retalhos de muitas dessas. “Tudo bem. Vocês devem

fazer saneamento para 22 municípios. Vocês devem fazer algo para as empresas de serviços públicos

de água. Vocês deveriam fazer algo aqui. Vocês deveriam fazer alguma coisa lá”. Quando você junta

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tudo isso, ao nosso melhor conhecimento, nós acreditamos que já temos fundos suficientes para cobrir

essas estimativas.

Eduardo Bartolomeo

Um ponto que eu acho de lembrar é sobre a incerteza que neste caso nós não temos quanto ao limite

das pessoas impactadas. Se vocês tivessem visto 108.000 pessoas, nós até acreditamos que as pessoas

impactadas são muito menos, porque elas estão na faixa do rio, mas, de qualquer forma, nós não

temos essa incerteza agora.

Luciano Siani

Isso é interessante. Na semana passada os pagamentos de emergência foram renovados, mas eles

foram renovados com critérios diferentes. Das 108.000 pessoas, 9.000 continuarão recebendo os

pagamentos completos de emergência. As outras 99.000, que são considerados menos afetadas por

assim dizer, agora vão receber apenas metade dos apoios, então há algum tipo de convergência para

um número de pessoas afetadas em cerca de 10.000 ou talvez 15.000. É disso que estamos falando

em termos de maior impacto.

Marcelo Klein

Acordos [inaudível] promotores, todo mundo envolvido entendendo e concordando que este é um

ajuste justo na compensação.

Marcello Spinelli

Em relação a qualidade, nós podemos dividir isto em duas fases. No curto prazo, como mencionei,

nós temos muito boas notícias. S11D está indo muito bem. Nós esperamos um próximo ano inteiro

de 90 milhões de toneladas, assim com Carajás isso é a base da qualidade. Como eu mencionei,

durante o primeiro semestre temos o retorno do método de processamento úmido, para às vezes

podermos ter certeza da alta qualidade dos produtos no início.

Nós vamos adaptar o valor do volume para não exceder a oferta de produtos de elevado teor em sílica.

Isso é o principal. Depois disso, como eu mencionei, temos o melhor portfólio. Temos a mistura no

Carajás que vai crescer. Temos outros produtos para melhorar, se vocês precisam melhorar Carajás.

A alta qualidade é a estratégia-chave da Vale.

Tyler Broda, RBC

Muito obrigado por vir a Londres para esta apresentação. Há duas perguntas do meu lado. A previsão

de 340 a 355 milhões de toneladas que vocês têm para este ano, incluindo o potencial para mais

situações do tipo Laranjeiras, ou seja, se vocês vão estar se focando mais em segurança, isso está

incluído no caso de base? Eu estou apenas curioso em termos do guidance. Em segundo lugar, o

calendário da descaracterização tem um impacto ainda no perfil de produção e, se vocês podem

explicar, como, se for o caso? Finalmente, eu acho que, em termos de metálicos e da mudança

interessante lá com sugerindo com o gás mais barato no Brasil que potencialmente eles vão crescer

acima da capacidade de EAF no Brasil, há algum pensamento da Vale para mover para mais a jusante

enquanto esse processo se desenvolve?

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Eduardo Bartolomeo

Deixe-me começar com a última. Não há nenhuma chance de irmos para jusante. A ideia aqui é

resolver um problema do cliente. Se ele quer resolver o problema, ele vem junto com a gente. Nós

temos a oportunidade de resolver um grande problema. Estamos conversando com os europeus,

principalmente agora e, é claro, o que queremos fazer é cativar nosso minério de ferro com o cliente.

Esse é o principal impulsionador por trás disso. Queremos resolver um problema e queremos cativá-

lo. É mais ou menos como Brascos as plantas de pelotização 50 anos atrás. Se eles quiserem, eles

vêm junto com a gente. Caso contrário, nós não vamos. Tivemos uma experiência muito ruim nisso.

Isso se baseia em nossa disciplina de capital que mencionei antes. Estamos aprendendo com o

passado, por isso estamos extremamente otimistas em relação a isso, mas extremamente

conservadores sobre a opcionalidade a jusante. Nós não vemos isso como uma opcionalidade. Nós o

vemos como uma oportunidade se o cliente vem junto, assumindo ou pagando, ou investindo. Claro,

nós não projetamos a área, mas a filosofia é essa.

Marcello Spinelli

Em termos de capacidade, eu posso ver capacidade porque, sim, nós podemos ter alguma disrupção.

Novamente, nós temos sete camadas de defesa. Se alguém colocar um sinal de aviso e disser, ‘Há um

problema aqui’, nós vamos cuidar disso. Estamos contando com isso nessa faixa, para que isso possa

acontecer, mas realmente acreditamos que seja um bom número para buscar.

Em termos de descaracterização, não contamos com as barragens para nossa produção. Nas nove

barragens, acho que há duas ou três que precisamos entender que causam impacto na produção em

outra barragem. Nós não as usamos. Não precisamos finalizar a descaracterização, mas precisamos

verificar a interação entre a operação lá. O desmantelamento mecânico é a primeira fase, porque nós

não podemos utilizar o alto-forno por causa do impacto disso. A interação está relacionada ao impacto

e não ao envolvimento direto no processo de descaracterização.

Jason Fairclough, Bank of America Merrill Lynch

Apesar de Brumadinho, parece que o verdadeiro core business do negócio ainda é o negócio do

minério de ferro e quanto mais nos afastamos do Brasil, mais problemas vocês têm operacionalmente

e do ponto de vista da qualidade. Vocês estão descartando na Nova Caledônia, estão recapitalizando

em Moçambique e recapitalizando no Canadá. Como podemos pensar sobre esses negócios a mais

longo prazo? Eles realmente têm um lugar na Vale? Há algum foco? Vemos algumas das outras

grandes empresas de mineração eliminando parte de sua cauda de ativos. Você poderia razoavelmente

chamar alguns desses ativos uma cauda?

Eduardo Bartolomeo

Não necessariamente. Acho que, como mencionamos antes, os metais básicos são core para nós.

Claro, como Luciano mencionou, a Nova Caledônia, como falamos aqui no ano passado, é algo em

que estamos tendo dificuldades e acreditamos que é tempo com o perfil de risco e muito mais quanto

ao perfil de risco do que quanto ao perfil de retorno. Se você fizer isso muito bem, isso não deveria

estar no core business de metais básicos, mas se você fosse uma empresa independente faria a mesma

coisa. Estamos tomando esta abordagem de uma empresa independente com os metais básicos para

sustentar seus investimentos. Acho que isso é muito importante de se entender. Acho que fizemos

montes de incursões. Ano passado nós prometemos aqui que nós aproveitaríamos todas as minas

subterrâneas. Nós cumprimos o orçamento para as minas subterrâneas, mas, é claro, os gargalos

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movem, então agora tivemos alguns problemas nas refinarias. Acho que é muito mais fácil de resolver

isso. Estamos aprendendo como operar no Canadá. Acho muito importante que isso tenha a ver com

nosso modelo de gestão. Nós também mencionamos o famoso VPS no ano passado.

Acho que não temos dúvidas quanto a nossos ativos canadenses. Todos estão à procura de ativos

canadenses, mas nós somos mais do que todo mundo. Nós sentimos a opcionalidade na indústria na

Indonésia. Você pode perguntar: “Por que estar na Indonésia?” É porque nós temos os melhores

recursos do mundo. O que aconteceu no preço este ano foi exatamente a reação à Indonésia. Nós

estamos lá. Estamos lá há 15 anos. Nós sabemos como operar lá. Ela é fundamental para nós. Não há

dúvida sobre isso.

Especificamente quanto ao carvão, acho que a resposta óbvia é que precisamos consertar o negócio.

Se nós falamos em sair, partir, compartilhar ou fazer parceria, estamos destruindo valor para a Vale.

Primeiro de tudo, precisamos corrigir isto e eu acho que nesse caso é muito mais confiável corrigir

do que em uma capacidade HPAL. Nós temos plantas de beneficiamento no Brasil. Eu penso que nós

fomos infelizes por não transferirmos o conhecimento de mineração e o conhecimento da planta para

lá.

Nós nos saímos muito bem nos trens. Operamos os trens e os portos em Moçambique muito bem,

então no final eles são negócios diferentes, por sinal. Eu acho que mais objetivamente em nossa

resposta, não, eles não são caudas. Eles são core para nós. Os metais básicos são core business para

nós. Acreditamos que vamos alcançar 30%. Acho que os números estão em nosso plano estratégico.

Claro, nós precisamos que o preço chegue. Vimos o movimento esse ano. Eu acho que fomos muito

afortunados em travar. Estamos ganhando dinheiro na trava que fizemos. Nós sabemos que somos

tomadores de preços lá, mas se o mercado se organiza, fundamentalmente o mercado de níquel vai

ser organizado no futuro por causa do que Mark mencionou. Estamos muito otimistas em relação ao

mercado de classe alta, porque é onde nós sabemos como planejar e é onde sabemos como precificar.

Acho que essa é a resposta para sua pergunta.

Mark Travers

Uma coisa que eu esqueci de mencionar em relação aos investimentos indonésios é que isso será

autofinanciado ao nível subsidiário indonésio. Não haverá requisitos em dinheiro chegando no nível

do acionista.

Sylvain Brunet, Exane BNP Paribas

Minha primeira pergunta foi sobre minério de ferro. Nós vimos o impacto em Laranjeiras. Vocês

poderiam nos dar exemplos mais concretos do que a equipe de intervenção fez 10 meses após o

acidente? Vocês mencionaram que precisam reconstruir o estoque na Malásia. Vocês poderiam nos

ajudar com o nível de estoque de lá? Qual a tonelagem que devemos assumir? Vocês vão ficar

satisfeitos com uma estimativa de 20 ou 30 milhões de toneladas e o que vocês acham do estoque

com o vosso novo estilo operacional? Ele deve ser um pouco maior do que antes? Finalmente, sobre

o cobre, poderiam nos dar alguma pista por trás do número mais baixo de produção em 2020 em

relação ao ano passado e a origem disso? Obrigado.

Marcello Spinelli

Laranjeiras é mesmo o exemplo que nós queremos entregar para vocês que nós estamos fazendo desta

vez. Estamos usando a melhor tecnologia disponível para avaliar os danos. Temos satélites que

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estamos verificando todos os dias quanto a movimentos e quaisquer sinais de problemas. Nós vimos

que algo se moveu durante o período. Estou falando de 8 centímetros ou algo assim, e fomos para o

campo e achámos a trinca. É uma pequena trinca. São oito metros. Como você descobriu, precisamos

investigar com todas as equipes de lá, incluindo minha equipe e a equipe do Carlos, e não pudemos

responder à pergunta completa sobre o que aconteceu. Como não sabemos o que aconteceu,

precisamos investigá-lo, então decidimos parar, investigar e ver, mas não vemos um problema de

segurança neste caso, mas o padrão é esse. Se você não tem o instrumento no momento, você precisa

investigar, então pare. Estamos fazendo esta investigação durante um mês. Nossa expectativa é de

que não existe grandes problemas, mas precisamos analisar e fizemos isso. Devemos retornar ao que

aconteceu após um mês. Foi exatamente isso o que aconteceu. Isso é exatamente o que aconteceu na

barragem antes e que pode acontecer com as outras, mas estamos confiantes de que este é o caminho

certo desta vez com toda a equipe envolvida.

Você perguntou sobre a Malásia, certo? O papel da Malásia é muito importante. É um dos 17 portos

que operamos na Ásia, servindo a China e todos os países de lá. Parte de nosso modelo de precificação

se baseia ali. Podemos definir o preço com base nesse porto. Estamos planejando expandir esse porto.

Ainda não aprovamos, mas temos um plano para expandi-lo em torno de 13% da capacidade, mas na

verdade estamos muito bem servidos agora na China com os 17 portos. Estamos usando quatro portos

para acesso de volume e ao porto da Malásia. Nós vemos isso como uma estratégia muito boa para

manter a marca e toda a distribuição com isso e eles querem realmente melhorar a distribuição na

China com outros tipos de serviços na Malásia. Essa é a estratégia que temos lá.

Eduardo Bartolomeo

Ele perguntou sobre o guidance para o cobre.

Mark Travers

Nós demos um guidance de 400.000 toneladas. Isso está no lado conservador. Há o potencial de

serem mais alguns milhares de toneladas lá, se nós executarmos muito bem no próximo ano. Acho

que existem alguns diferentes fatores. Um deles é que há alguma refinação que eu penso em nosso

guidance, principalmente tentando ser conservador, dada a parte da jornada em que estamos em nossa

programação de manutenção preventiva e obtendo melhor disponibilidade de nossos equipamentos.

Existe um trabalho significativo que está atrasando um pouco o ramp-up de Long Harbour, então há

alguns cortes lá. Há também o impacto de alguma redução no fornecimento de terceiros em Sudbury,

pelo fato de um dos fornecedores de lá ter fechado uma mina, então isso reduz a tonelagem em

Sudbury devido a esse impacto também.

Roberto Lampl, Alquity Investment Management

Muito obrigado pela vossa apresentação. É realmente encorajador ver como vocês estão incorporando

fatores ESG, que são muito claros para nós e para nossos stakeholders. Por que apenas 20% de vossa

remuneração de longo prazo está ligada a esse fator? Essa é uma pergunta. A outra é sobre as outras

barragens de rejeitos no portfólio da Vale. Quantas delas vocês classificariam como de alto potencial

de risco, seja por algum tipo de ruptura ou material tóxico penetrando na água potável e assim por

diante? Por fim, como o comitê de auditoria que você estabelecerá será diferenciado em termos de

responsabilidades em relação ao conselho fiscal implantado no Brasil?

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Eduardo Bartolomeo

Primeiro de tudo, obrigado por reconhecer isso. Acho que nós somos os primeiros das três grandes

mineradoras que terão remuneração de longo prazo com fatores relacionados à ESG. Essa foi uma

decisão discutida com o Conselho de Administração. Nós achamos que é uma jornada. É um começo,

por isso podemos reavaliar isso quando o tempo for devido. Especificamente sobre as barragens, nós

temos 18 barragens que não têm a estabilidade certificada. Elas são bem conhecidas. Nós estamos

tomando cuidado. Elas não são barragens a montante. Isso é muito importante mencionar. É claro

que as barragens a montante que mencionamos aqui não possuem a estabilidade certificada, mas,

como o Carlos mencionou, estamos construindo barragens de suporte para elas. Se perguntar o que

mais nos preocupa, são as barragens a montante. Quando eu mencionei sobre a segurança, eu falei

governança, backlogs e reduzir o uso de rejeitos. Já temos uma que está concluída. Ela está na região

de Gongo Soco. É uma estrutura enorme. É uma barragem de suporte que, no caso de algo acontecer,

vai aguentar e esse impacto que você mencionou não vai acontecer.

Vamos pegar todas. As que realmente estão nos preocupando quanto ao fator de segurança estarão

prontas até fevereiro, porque Forquilha está levando mais tempo devido às questões geológicas lá,

mas a B3 e B4, se vocês se lembram da apresentação, estarão prontas até dezembro. Esta é uma

demonstração muito eficaz de que não estamos subestimando nenhum risco. Talvez vocês perguntem

por que estamos construindo estas estruturas, porque isso pode acontecer, mas nós, é claro, estamos

trabalhando para reduzir a chegada de água. Estamos drenando-a. Como Spinelli mencionou,

aumentamos o fator de segurança, mas não estamos contando com isso. Estamos contando quando

estamos fazendo ações eficazes para mitigar isso, de modo que é, especificamente, a forma como

estamos lidando com as barragens. Acho que Luciano pode aprofundar o comitê de auditoria. É uma

exigência de longo prazo ser independente, mas eu acho que Luciano tem mais detalhes.

Luciano Siani

Apenas adicionando em relação às barragens de rejeitos, as vezes há um pouco de confusão. O

material que é armazenado em barragens de rejeitos não é tóxico. É basicamente minério de ferro

com um monte de sílica. É 20% minério de ferro, sílica, que é basicamente areia, e água, mas às

vezes você obtém relatórios após a ruptura da barragem. Às vezes, o leito do rio já contém alguns

destes metais mais pesados e, então o fundo do leito do rio foi abalado por causa do fluxo dos rejeitos

e, em seguida, alguns destes que talvez provenham de mineração artesanal, subiram para a superfície.

Uma prova muito evidente disso é algumas de nossas barragens de rejeitos serem usadas para

fornecer água para a Vale, por exemplo, em Salobo. A água para a operação de Salobo vem da

barragem de rejeitos. Ela pega água da chuva e, em seguida, bombeia para o consumo de nossos

funcionários e nossas atividades, por isso não é nem um pouco tóxica.

Em termos de comitê de auditoria e conselho fiscal, o conselho fiscal é algo que a legislação

corporativa brasileira exige. É um corpo onde as minorias podem ser representadas. É outro nível de

auditoria das contas da empresa, mas não oferece apoio e consultoria ao conselho de administração.

Geralmente no Brasil é o comitê financeiro. Alguns conselhos de administração estabeleceram o

comitê financeiro como subcomitê como forma de fornecer esse tipo de conselhos, que nos EUA,

por exemplo, é dado principalmente pelo comitê de auditoria. O comitê de auditoria requer

basicamente especialistas independentes e, como na Vale por exemplo, o comitê financeiro não tem

esses conselheiros ou peritos certificados.

Precisamos sair da diretoria para levar esses caras para o comitê de auditoria. O presidente do comitê

de auditoria precisa ser independente, mas ele vai trabalhar em conjunto com o conselho de

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administração, a fim de fornecer aconselhamento preciso sobre as questões mais complexas de

auditoria e financeiras, enquanto a interação do conselho fiscal com o conselho de administração não

é tão frequente e eles respondem a diferentes esferas. Portanto, o conselho fiscal não vem fornecendo

o tipo de apoio de que o conselho de administração precisa, embora a SEC, por exemplo, entenda

que um conselho fiscal com certas características pode compensar a falta de um comitê de auditoria,

e por isso a Vale continua sendo negociada na Bolsa de Valores de Nova Iorque em conformidade

com as leis de valores mobiliários dos EUA. Mas reconhecemos que ter um comitê de auditoria

verdadeiramente independente como apoio ao conselho de administração é a melhor prática, e vamos

implementar isso.

Douglas Upton

Eu tenho três perguntas. Acho que todas são técnicas. A primeira é sobre a filtragem e empilhamento

a seco no processamento a úmido do minério de ferro. Parece que vocês planejam fazer metade do

processamento a úmido com o filtro e empilhamento a seco. Parte do restante será a separação

magnética seca. Minha pergunta é esta. Por que não filtrar e empilhar a seco todo o minério de ferro,

todo o processamento a úmido? Em segundo lugar, vocês poderiam apenas nos atualizar sobre a ideia

de fazer mais 50 milhões de toneladas de capacidade em Carajás? Em terceiro lugar, após a venda na

Indonésia, vocês ainda vão consolidar a da Indonésia ou isso vai sair para o patrimônio? Eu pensei

em uma quarta também. Quando você fizer o relatório interno sobre Brumadinho, publicará?

Eduardo Bartolomeo

Mais uma vez obrigado. Sim à quarta pergunta. Publicaremos assim que o tivermos. Obrigado por

sua pergunta, porque isto é algo muito importante. Nós somos extremamente diligentes em entregar

todas as informações para resolver o problema. Sim, absolutamente. Os dados que estão na minha

mesa estarão no mercado. Isso é o fundamental que está conduzindo nossas ações. Obviamente,

queremos saber exatamente como responder a esse tipo de questão. Nós estamos mais ou menos

jogando a rede sobre tudo. Não nos preocupamos com o que está sendo inferido ou percebido.

Estamos fazendo o que é correto. Se tivermos percepções mais técnicas, vamos usá-las novamente

para as barragens a montante para prevenção, embora já estejamos prevenidos pelas estruturas de

suporte.

Agora vou distribuir as perguntas. Acho que Mark pode dar mais cor sobre a consolidação.

Mark Travers

Sim, o acordo será fechado provavelmente no início do Ano Novo. Com base na forma como estamos

estruturando a governança e no acordo dos acionistas, e através de alguma relação com a Sumitomo,

acreditamos que poderemos nos consolidar no fechamento dessa transação. Há uma exigência de

desinvestimento adicional porque vamos para um novo regime quando nós mudarmos em 2025 para

um regime de licença. Há uma venda adicional de 11%. Isso já é uma história diferente.

Eduardo Bartolomeo

Podemos ter uma resposta sobre o processamento?

Marcello Spinelli

Sobre o processamento a seco e o processamento a úmido, é uma etapa da solução. Você precisa de

um espaço para o empilhamento seco. Em algumas partes da mina nós não temos espaço para

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empilhamento seco. Nós temos as barragens que estão funcionando, de modo que podemos usá-las.

Há uma limitação para isto. Em que tipo de coisas nós estamos trabalhando? Estamos tentando usar

alguns produtos diferentes para tornar as pilhas mais fortes. Nós podemos fazer isso. Estamos

tentando sair disso. É como um produto de carvão. Estamos desenvolvendo outras soluções para

expandir o uso de empilhamento seco.

Novamente, a secagem magnética é muito mais simples, porque você pode fazer isso em pequenas

quantidades de 1 milhão ou 2 milhões. É mais flexível fazer isso. Estamos trabalhando duro para

combinar todas as tecnologias para encontrar uma solução, mas isso é uma restrição.

Eduardo Bartolomeo

Há uma proposta de valor compartilhado que estamos analisando, que eu acho que será disruptiva.

Rejeitos são um problema, tanto úmidos como secos. Você não pode subestimar isto. Isso é, por

vezes, ainda pior nas pilhas. Tentaremos extrair areia deles. Isso é algo para estar atento.

Alguém já me perguntou sobre isso. Nós não temos barragens em nosso plano principal. Não há mais

barragens sendo projetados na Vale. Estamos construindo três barragens, se não estou enganado:

Maravilhas, Torto e Grupo, mas não há mais. Nós vamos encontrar uma solução. A necessidade é a

mãe da inovação. Vamos precisar empilhar e descartar ou vender. Mas, contudo, isso é demais. Não

vamos correnteza abaixo com isso, mas podemos até mesmo ganhar dinheiro com isso. De qualquer

forma, nossa proposta é agora de reduzir algo que não é, obviamente, a melhor ou a mais adequada

maneira de fazê-lo. Nosso conhecimento até agora é razoável. New Steel é algo onde nós vemos

algumas oportunidades também, porque ele tem que secar. Isso consome energia. Nós podemos

reduzir o consumo de energia. Há muitas coisas acontecendo lá. Este impulso como eu mencionei no

início, estamos movendo um monte de peças dentro da Vale para nos tornarmos muito melhores e

mais seguros.

Os 50 milhões são relativos a flexibilidade. Nós estamos fazendo a engenharia. Isso é tudo. De

qualquer forma, você pode entrar nos detalhes.

Marcello Spinelli

Nós estamos com 90. Estamos prontos para mais 10. Estamos estudando e provavelmente

melhorando em breve para mais 20. Ainda estamos estudando como planejar para 150. Isso depende

do mercado; depende da necessidade. A qualidade é uma tendência-chave para isso. Apenas para

reforçar o que Eduardo estava dizendo, meu negócio hoje é de minério de ferro, mas – eu não sei –

em breve poderia ser de minério de ferro e areia. Depende da tecnologia e de nossa competência.

Eduardo Bartolomeo

Os 50 milhões são muito mais relativos a engenharia e a criação de flexibilidade e finalmente, é claro,

para garantir que tenhamos o melhor recurso do mundo. Isso é onde o dinheiro deve fluir para investir,

se necessário. Mais uma vez, tenho sido muito insistente sobre esses temas por causa da questão do

de-risking. Nós não vamos criar nenhuma capacidade a jusante ou excessiva. Tentaremos olhar para

o passado e ver o que fizemos certo, porque fizemos muitas coisas certas, mas também aprender com

o que não fizemos certo, é claro. Precisamos assinalar no sistema que temos o melhor minério e a

melhor logística, porque apenas investimos para dobrar a faixa em Carajás e expandir Ponta da

Madeira. Isso está aí. Se você olhar para Vitória-Minas e o que aconteceu no passado, isto é o que

nos permitiu estar onde estamos e ser o que somos. Estamos preparando a empresa para os próximos

10-20 anos.

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Paulo Vitor Carvalho, CRU Consulting

Você mencionou metálicos, e um cavalheiro fez uma pergunta sobre metálicos mais cedo. Acho que

o Sr. Siani se referiu à apresentação aos investidores focada quase exclusivamente na avaliação da

oportunidade dos metálicos. Vocês mencionaram que estão avaliando essa oportunidade para

aumentar o portfólio de produtos premium que vocês oferecem para vossos clientes. Minha pergunta

seria está. Qual é o momento dessa iniciativa? Qual é o lado positivo na margem que a Vale prevê

nessa oportunidade? Existe apetite fora da Europa, por exemplo, na China, por esses tipos de produtos

que ajudarão vossos clientes a reduzir as emissões e a serem mais rentáveis?

Marcello Spinelli

Nós temos diferentes mercados. A Europa sofre mais pressão quanto a emissões. Na China, nós

vemos isso como mais a longo prazo. Em cinco anos, eles ficarão mais preocupados com as emissões.

Agora eles têm problemas com poeira, e outros tipos de problemas. Os metálicos podem ser uma

solução para a Europa ou mesmo para os EUA. Mas a forma que vemos os metálicos é para bloquear

a maneira como vendemos minério de ferro ou pelotas.

Não é algo onde nós queremos ser um investidor neste negócio, que é próximo do negócio de nossos

clientes. Nós queremos ser uma solução para eles. Sugerimos nossa logística, localização, fonte de

energia – porque este é o negócio. Em termos de tipo de energia, a biomassa poderia ser até uma

grande possibilidade no minério de ferro. Se você pensar em HBI, HBI é gás natural. O Brasil pode

ser tornar uma fonte disso. Estamos tentando arranjar uma solução e fazer parte disso, mas não

queremos ser o principal investidor disso. Se o cliente precisar de nós, nós estaremos lá para ter a

solução e focar na capacidade de vender minério de ferro ou pelotas de minério. É assim que nós

queremos evoluir esse tipo de negócio.

O cronograma disso são cinco anos, para a Europa e os EUA. Irá levar mais tempo para a China. O

tipo de produto para a China será diferente nos próximos cinco anos. Será mais tipo de pelotas, para

pelotizar em terreno baixo, Carajás e todos os tipos de produtos que ainda estamos desenvolvendo.

Em poucos meses, podemos mostrar-lhes outras soluções para a China.

Luciano Siani

Existe um tema-chave aqui. Em cinco anos, o mercado marítimo irá começar a contrair. Em 10 anos,

ele será muito contestado. Um componente da estratégia da Vale para o minério de ferro é focar em

seus clientes e ser a empresa diferenciada. Nós iremos garantir que, quando se tratar de competição ,

são os outros que irão perder participação de mercado. Estamos reforçando nossos recursos técnicos

de marketing e nossos produtos para estarmos prontos para o que irá acontecer em 10 anos.

Eduardo Bartolomeo

Temos tempo para uma última pergunta. Eu acho que há uma pergunta aqui.

Tom Borgen-Davis, Optiver

Eu tenho duas perguntas rápidas. Elas são mais do lado regulatório. Qual é vosso nível de

preocupação com o potencial para um imposto especial de participação? Em segundo lugar, eu avalio

que não seja uma prioridade no momento, mas, dada a legislação corporativa brasileira, que nós

estávamos discutindo há pouco, as provisões que vimos e também, mais recentemente, os prejuízos,

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qual a probabilidade de que a Vale possa ser obrigada a pagar um dividendo mínimo, talvez neste

mês ou em março?

Eduardo Bartolomeo

Obrigado. Qual foi a primeira pergunta? Foi da participação. Sim. Sinto muito. Eu estava pensando

sobre os dividendos. Lamento. Nós temos uma visão muito objetiva sobre isso, uma visão jurídica.

Você não pode dobrar a tributação de qualquer coisa. Há um royalty escolhido que é o CFEM. Você

não pode fazer uma participação especial. Isso está na Constituição. Essa é a nossa visão. Mas,

novamente, nós sempre dizemos a mesma coisa: essa é a visão de um minerador em um país de

mineração. Nós claro que usaremos nossas entidades para defender nossa posição no congresso

através do IBRAM e do ICMM. Estamos muito confiantes que não pode acontecer. Essa é a nossa

visão. Claro, não estamos apenas dizendo isso. Isso é uma das coisas.

Há outra sobre a cobrança de imposto de importação ou exportação, IVA. Isso é mineração. Isso é

tributar as exportações. Isso vai trazer – como posso dizer isso – fragilidade à indústria brasileira.

Novamente, o jeito de que eles estão tentando fazer isso é só para os mineradores. Mais uma vez,

isso não faz sentido. É esse tipo de coisas. É natural. É uma coisa que acontece. Precisamos lembrar

que acabamos de passar por isso em 2017, eu acho. Pelo nosso sentimento, o momento ainda não

chegou. A propósito, como já falamos, nós reformamos todo o sistema para tornar nosso país mais

competitivo. Nessa discussão, isso também não faz sentido. Em nosso sentir, estamos confiantes de

que a legalidade não é absoluta – pelo contrário, é o oposto – ou pelo lado competitivo, para o país

e para a empresa, isso não faz sentido.

Em termos de dividendos, estamos obrigados a pagar os 25%. Ainda não sabemos o impacto dos

impactos, mas vamos analisar isso. Não queremos fazer projeções sobre isso, mas Luciano pode

explicar os aspectos técnicos sobre os 25%.

Luciano Siani

Se fizermos as contas com o impairment e acumularmos os resultados, eu acho que poderemos ter

uma boa ideia sobre se estaremos em território positivo ou negativo. Com pouco trabalho você poderá

ter a resposta para sua pergunta.

Eduardo Bartolomeo

Estou realmente sendo empurrado para fora. Espero que nós tenhamos respondido às vossas

perguntas. Claro, eu acho que a linha principal que estamos tentando transmitir para vocês é que

estamos fazendo o nosso melhor com persistência disciplinar para de-risk a empresa. Isso não é um

corrida de curta distância, é uma corrida mais longa. Isso vai ser feito. Nós faremos isso com nossa

equipe. Nós tentamos mostrar que estamos comprometidos com isso. A propósito, obrigado. Tenho

que ir, senão perderei meu voo. Muito obrigado. Acho que já perdi ele.