boletim de conjuntura econÔmica · boletim trimestral 2013 grupo de conjuntura econômica (gce) 10...
TRANSCRIPT
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
1
Coordenadores:
Wilson Luiz Rotatori Corrêa (PPGEA/UFJF)
Paulo C. Coimbra (PPGEA/UFJF)
Sidney M. Caetano (PPGEA/UFJF)
Equipe Técnica:
Aline Caixeta (Economia Internacional)
Ascânio Vasconcelos (Política Fiscal e Monetária)
Thallis Macedo de Assis (Nível de Atividade)
Apoio:
BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA 1º Trimestre de 2013
Pró-Reitoria de Extensão
Faculdade de Economia
Laboratório de Economia ECONS
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
2
Conteúdo ECONOMIA INTERNACIONAL .............................................................................................. 3
PAÍSES DESENVOLVIDOS .................................................................................................. 3
PAÍSES EMERGENTES ........................................................................................................ 6
POLÍTICAS MONETÁRIA E FISCAL ..................................................................................... 8
IPCA E INFLAÇÃO ................................................................................................................ 8
TAXA BÁSICA DE JUROS-SELIC .................................................................................... 12
CRÉDITO, CONSUMO E INADIMPLÊNCIA .................................................................. 15
CÂMBIO ............................................................................................................................... 16
POLÍTICA FISCAL .............................................................................................................. 17
RESULTADOS DO GOVERNO ......................................................................................... 18
NÍVEL DE ATIVIDADE ......................................................................................................... 22
SETOR EXTERNO .............................................................................................................. 22
PRODUÇÃO ......................................................................................................................... 25
RENDIMENTO MÉDIO, DESOCUPAÇÃO E EXPECTATIVAS .................................. 28
ECONOMIA REGIONAL .................................................................................................... 32
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
3
ECONOMIA INTERNACIONAL
PAÍSES DESENVOLVIDOS
No panorama internacional a dívida soberana europeia ainda é uma questão de
risco para a economia global. Apesar das medidas tomadas para se evitar o
agravamento da crise como a implementação do Mecanismo de Estabilidade Europeu
que oferece ajuda monetária além de fiscalizar e regulamentar os setores bancários e
financeiros.
O combate ao aumento da taxa de desemprego de muitos países da união
europeiatem se mostrado um grande desafio aos governos. Visto que, sobre um
cenário de moeda única, a ausência de mecanismos de ajuste cambial leva ao
desequilíbrio em outras áreas da economia. Assim, os países que apresentam maiores taxas
de desemprego são aqueles cujas moedas deveriam estar desvalorizadas frente às cotações
internacionais - a desvalorização da moeda nacional traz competitividade aos produtos deste
país por simples diferença cambial. Dessa forma, o desemprego elevado pode refletir, sob essa
ótica, a baixa produtividade dos países da periferia da UE frente às economias mais dinâmicas.
Ou seja, o aumento do desemprego durante a crise é resultado da rigidez cambial engendrada
pela adoção da moeda única por esses países.
A Itália a fim de combater o desemprego que no final do mês de março atingiu
11,9% (Gráfico 1.1), estuda uma política de “revezamento” entre trabalhadores idosos
e jovens. Tal política consistiria em reduzir as horas de trabalho dos trabalhadores mais
velhos, que passariam a ser ocupadas por jovens trabalhadores. Com isso, o governo
propõe diminuir as altas taxas de desemprego entre jovens (Gráfico 1.2), porém tal
política não criará mais empregos e os contribuintes terão que arcar com a
contribuição previdenciária dos trabalhadores mais velhos que participarem do plano.
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
4
Na União Europeia, o desemprego espanhol merece destaque pelo fato de
mais de 50% dos jovens menores de 25 anos encontram-se sem trabalho (Gráfico 1.2).
Essa onda de desempregados jovens tem aumentado não só na Espanha, mas nos
demais países pertencentes aos PIIGS (na sigla em inglês, criada pela imprensa,
Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha). O que tem gerado uma série de protestos
contra as medidas de austeridade.
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
Gráfico 1.1: Taxa de Desemprego (PEA) - Europa (março 2010-março 2013)
Alemanha
Irlanda
Grécia
Espanha
França
Itália
Chipre
Portugal
Fonte: Eurostat
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
5
No contexto internacional atual, a economia dos Estados Unidos está
crescendo a um ritmo moderado, impulsionada pelo fortalecimento dos setores de
construção civil e indústria. Já a economia Alemã de acordo com o FMI deve crescer
menos no ano de 2013 com relação ao ano anterior(Gráfico 1.3). Devido às incertezas
decorrentes da crise da zona do euro, que tem afetado as perspectivas de exportação
e de investimentos do país.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%2
00
8M
03
20
08
M0
6
20
08
M0
9
20
08
M1
2
20
09
M0
3
20
09
M0
6
20
09
M0
9
20
09
M1
2
20
10
M0
3
20
10
M0
6
20
10
M0
9
20
10
M1
2
20
11
M0
3
20
11
M0
6
20
11
M0
9
20
11
M1
2
20
12
M0
3
20
12
M0
6
20
12
M0
9
20
12
M1
2
20
13
M0
3
Gráfico 1.2: Taxa de Desemprego entre Jovens (até 25 anos) - Europa (Março 2008- Março 2013)
Alemanha
Irlanda
Grécia
Espanha
França
Itália
Chipre
Portugal
Fonte: Eurostat- Abril 2013
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
6
PAÍSES EMERGENTES
O fator que mais tem preocupado os países em desenvolvimento é a
desaceleração chinesa. O FMI reduziu a estimativa de crescimento do país asiático de
8% para 7,75% (Gráfico 1.4). Esse ajuste foi provocado devido as condições
econômicas globais, que fragilizaram a demanda por exportações chinesas.
-8%
-6%
-4%
-2%
0%
2%
4%
6%
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Gráfico 1.3: - Previsões taxa de crescimento do PIB real (%) - G7 (2006-2014)
Canadá
França
Alemanha
Itália
Japão
Reino Unido
EstadosUnidos
Fonte: FMI - World Economic Outlook Database - April 2013
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
7
Desde o final dos anos noventa a inflação anual mexicana tem mostrado um
processo de convergencia para a meta estabelecida pelo Banco do México, de 3%
(Gráfico 1.5). Para isso, deve se destacar que houve uma série de avanços em
comunicação e transparência por parte do Instituto Central. Em particular, a partir de
2011 começou a ser publicado as atas dasreuniõesque regemas decisões da
Diretoriasobrepolítica monetáriapara oferecer aomercado e ao público informações
gerais sobre oprocesso de tomada dedecisões. Além de maior transparência,
aumentos salariais moderados que mitigaram pressões sobre o custo do trabalho, uma
intensificação em níveis de competição e as condiçõesde folgaque vêm
prevalecendoem termos deatividade econômica são fatores que influenciam na
estabilidade dos niveis de inflação mexicana.
Assim o México vem apresentando uma politica monetaria focada em
preservar a estabilidade do poder de compra da moeda juntamente com uma política
fiscal prudente o que tem permitido ao país avanços significativos no controle da
inflação e maior resistencia a choques externos.
Em contrapartida, a previsão da inflação dos demais países emergentes é de
aumento. O que vem preocupando os presidentes dos Bancos Centrais de todo
mundo, principalmente de economias que enfrentam, paralelamente , um freio no
crescimento.
-10%
-5%
0%
5%
10%
15%
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Gráfico1.4 : Taxa de Crescimento do PIB real (%) - países emergentes (2006-2013)
Brasil
China
Índia
México
Rússia
África do Sul
Fonte: FMI - World Economic Outlook Database - April 2013
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
8
POLÍTICAS MONETÁRIA E FISCAL
IPCA E INFLAÇÃO
Se por um lado, o governo reduziu o preço da energia elétrica que abateria o
índice de preços em 2013 em aproximadamente 0,5 ponto percentual, segundo o
Ministério da Fazenda; por outro lado, o mesmo elevou em 6,6% o preço da gasolina e,
em dois momentos, o preço do diesel nas refinarias (reajuste total em torno de 10,88%),
a fim de alinhar os preços dos combustíveis com os praticados no mercado externo.
Entretanto, é difícil mensurar a compensação de ambas as medidas no índice de preços
ao consumidor, ainda mais com a utilização de usinas termoelétricas devido ao baixo
nível dos reservatórios que contrabalançaria a redução da energia elétrica a partir de 24
de janeiro. Sabe-se que o peso dos combustíveis no IPCA (Índice Nacional de Preços ao
Consumidor amplo) e, consequentemente, o peso do aumento em seus preços, é menor
do que o peso da energia elétrica no índice.
Somam-se a esses impactantes da inflação para o ano: (i) a taxa cambial, agora,
menos desvalorizada; (ii) menores avanços futuros nos preços de alimentos com
tendência para uma oferta agrícola maior ao longo do ano, mesmo com os preços dos
-2%
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Gráfico 1.5 : Taxa de Inflação (IPC médio) - Emergentes (2006-2013)
Brasil
China
Índia
México
Rússia
Africa doSul
Fonte: FMI - World Economic Outlook Database - April 2013
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
9
alimentos ainda elevados no trimestre; (iii) a gradual elevação do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI); (iv) a isenção de impostos federais sobre a cesta básica;
(v) o menor reajuste do salário mínimo em 2013 se comparado ao ano passado, e (vi) os
efeitos da redução dos custos de produção que podem ser repassados aos bens e
serviços.
Como as expectativas para a inflação nos próximos trimestres são, de certa
forma, pessimistas por parte do mercado, haja vista as expectativas de redução da
inadimplência e das taxas de crédito; outro instrumento utilizado pelo governo na
tentativa de frear a inflação foi o congelamento dos preços de tarifas de ônibus e metrôs
em regiões metropolitanas, cujo resultado, no curto prazo, associado ao impacto da
energia elétrica, não permitiu uma variação ainda maior do IPCA no trimestre. Mas,
baseando-se na experiência brasileira no período de hiperinflação, tal instrumento é
bastante pontual e questionável, já que, quando a adequação dos preços de passagens de
ônibus e metrôs vier, o aumento dos preços dos combustíveis e o não reajustamento das
passagens no ano passado devido às eleições municipais pesarão no cálculo do reajuste
das passagens.
Com isso, são poucas as políticas que o governo poderá utilizar em 2013 para
conter a alta dos preços. Muitas destas foram ou seriam bem pontuais, sem benefícios e
controle futuros.
O que o governo parece deixar claro é uma preferência em utilizar medidas
macroprudenciais, como a valorização do real frente ao dólar e a utilização do Imposto
sobre Operações Financeiras (IOF), a um aperto monetário que desestimularia o crédito
e o crescimento do país que, impreterivelmente, necessita de investimentos alocados no
setor produtivo da economia. Além disso, se realmente o governo se mostrasse
parcialmente tolerante com a inflação, as ações do Banco Central (BC) estariam sujeitas
aos desejos do governo e a sua independência operacional estaria reduzido. Nesse
aspecto, o tripé de atuação do BC que contempla o sistema de meta para a inflação tem
de ser mantido, ainda mais que uma inflação elevada por um período mais prolongado
reduz a confiança das famílias e dos empresários, bem como corrói o poder de compra
da sociedade e quem paga a conta é, principalmente, aqueles com rendas mais baixas.
Ao final de Março, a presidenta Dilma Roussef veio, publicamente, defender a atuação
do governo contra a inflação, afirmando que certa declaração sua, durante a 5° Cúpula
dos BRICS, havia sido manipulada de forma a parecer que o governo estaria
complacente com uma taxa de inflação mais elevada.
O BC, como divulgou em seu Relatório de Inflação, ao final de 2012, esperava
uma inflação acumulada em 4,8% ao final de 2013. Na atualização do mesmo relatório
divulgado em março, a autoridade monetária elevou sua projeção para 5,7%, de forma a
acreditar em uma inflação resistente no curto prazo, com tendência à desaceleração no
longo prazo, mas sem descartar “uma eventual acomodação da inflação em patamar
mais elevado”. Em outro cenário, o mercado, via relatório Focus, esperava ao final de
março que a inflação fechasse 2013 em 5,71% (Gráfico 1). O mercado, ainda,
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
10
acreditava em uma inflação resistente ao longo do ano, ao mesmo tempo em que
observava a economia crescendo lentamente, em um processo já defendido por alguns
economistas de “estagflação”.
Gráfico 2.1: Evolução semanal da mediana de expectativas do mercado (FOCUS) para
a Inflação (%).
Fonte: Elaboração do GCE a partir de dados do BC.
Independente se as expectativas até o momento poderiam ser consideradas
“corretas”, já que muitos fatores positivos ou negativos ainda estariam por vir, o IPCA
acumulado em 12 meses finalizado em março (Gráfico 2) – com alta de 6,59% e
superior ao teto da meta para o ano – já deu motivos para o Banco Central se preocupar
com os preços este ano, já que essa estatística poderia influenciar as expectativas de
mercado que, por sua vez, ganham mais destaques nas discussões de profecias auto-
realizáveis. Entretanto, o lento crescimento econômico fez com que a maioria dos
analistas não acreditasse em uma taxa de inflação acima do limite superior da meta
instituída pelo Conselho Monetário Nacional.
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
11
Gráfico 2.2: Inflação acumulada nos últimos 12 meses (%).
Fonte: Elaboração do GCE a partir de dados do IBGE.
Como se percebe na Tabela 1, a alta dos preços se mostrou distribuída por toda a
economia, principalmente em janeiro, quando os efeitos sazonais se mostraram um
pouco mais inibidos. Neste mês, o índice de preços ao consumidor refletiu as quebras de
safra (sazonalidade inerente ao período) no grupo Alimentação e Bebidas e a incidência
de um maior IPI sobre automóveis e cigarros nos grupos Transportes e Despesas
Pessoais, respectivamente. Também em janeiro, o preço da energia reduziu somente
3,91% dos 20% previstos, já que a medida entrou em vigor apenas no final do mês.
Mesmo assim, tal medida resultou em abatimento de 0,13 p.p no IPCA de janeiro. Os
gastos com educação novamente tiveram a maior variação no mês de fevereiro (de
0,35% em janeiro para 5,40% em fevereiro) devido aos reajustes de mensalidades,
compras de materiais escolares, dentre outros gastos e, consequentemente, foi o
principal impactante no índice. Ressalta-se o impacto da manutenção dos preços dos
alimentos em alta (1,45%) e a redução do preço da energia elétrica (15,17%) no índice
do mês que interrompeu 5 (cinco) acelerações mensais consecutivas do índice. Em
março, houve desaceleração do IPCA devido a menores variações de preços em relação
ao mês anterior, principalmente no grupo Educação. Excetuando os grupos Habitação e
Comunicação, os demais grupos observaram avanços menores de preços. Mesmo com o
corte de impostos federais que incidem sobre a cesta básica, o preço da mesma se
elevou em diversas regiões metropolitanas, segundo o IBGE, de forma que o grupo
Alimentação e Bebidas teve desaceleração abaixo da esperada. O índice do mês foi
importante para o BC traçar os rumos de sua política monetária.
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
12
Tabela 2.1 – Variações mensais do IPCA e por grupos no trimestre.
Fonte: Elaboração do GCE a partir de dados do IBGE.
Assim, a taxa de inflação acumulada no primeiro trimestre deste ano
(aproximadamente 1,94%), calculada a partir do IPCA, foi superior ao índice registrado
em igual período de 2012 quando se situou próximo a 1,22%. A aceleração da inflação
no primeiro trimestre decorreu de pressões de oferta, em que as negociações salariais
possibilitam ganhos aos trabalhadores acima da inflação e da produtividade que
impactam os preços de serviços. Assim, com o consumo em alta e com o investimento
estancado, observa-se um cenário com demanda crescente e oferta estagnada.
Como ainda se nota na Tabela 1, o grupo Alimentação e Bebidas manteve fortes
variações em seus preços nos meses que compõem o trimestre. Assim, o grupo que
representa 24% de todo o índice apresentou variação em torno de 3,64%. Foram muitos
os alimentos que tiveram seus preços elevados, devido a problemas climáticos. Em
especial, destacou-se o preço do tomate que, em janeiro, elevou-se 26,15%; em
fevereiro, 20,17% e; em março, 6,14%. Sendo considerado e ironizado como o grande
vilão da inflação no começo do ano.
TAXA BÁSICA DE JUROS-SELIC
O COPOM assegurou, em suas últimas atas de 2012, que cortes adicionais nos
juros deveriam ser realizados com “máxima parcimônia”. Assim, a instituição tenderia a
ser mais conservadora neste ano, tornando necessárias estratégias mais cautelosas
quanto aos juros, haja vista que os cortes anteriores não proporcionaram efeito integral
na economia, o que traria mais riscos à inflação. Além disso, seria preciso que a SELIC
permanecesse na meta de 7,25% a.a. (Gráfico 3) para que os agentes econômicos se
acostumassem com rentabilidades menores de fundos e aplicações, evitando a
especulação excessiva e quem sabe, deslocassem seus recursos para as atividades
produtivas e de infraestrutura.
Janeiro Fevereiro Março
Grupos 0,86 0,6 0,47
Alimentação e Bebidas 1,99 1,45 1,14
Habitação -0,20 -2,38 0,51
Artigos de Residência 1,15 0,53 0,11
Vestuário -0,53 0,55 0,15
Transportes 0,75 0,81 -0,09
Saúde e Cuidados Pessoais 0,73 0,65 0,32
Despesas Pessoais 1,55 0,57 0,54
Educação 0,35 5,40 0,56Comunicação -0,08 0,10 0,13
Variação (%)
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
13
Manter a SELIC relativamente a um nível baixo é importante para o
cumprimento da meta de superávit primário de 3,1% do PIB. E de forma complementar,
atingir a meta cheia do superávit fiscal é essencial para que o governo freie a inflação, já
que adotaria uma política mais contracionista. Entretanto, percebe-se que o governo
adota uma política fiscal expansionista, ao mesmo tempo em que defende juros menores
e câmbio competitivo para aquecer a economia.
Como foi apresentado na ata do COPOM de março, o BC “iria acompanhar a
evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os
próximos passos na sua estratégia de política monetária”. Assim, houve uma mudança
no tom de discurso do Banco Central que se, antes assegurava uma SELIC estável por
um tempo prolongado, passou a se mostrar preocupado com os preços, ainda mais com
aumentos sucessivos dos preços de serviços e de alimentos, além do grau elevado de
disseminação na economia e, principalmente, com a taxa de inflação acumulada em 12
meses finalizada em março acima do teto da meta. Assim, se no início de 2012, o foco
do BC fosse, talvez, o crescimento e a atividade econômica, pela necessidade de se
aquecer a economia doméstica que fechou com um crescimento de apenas 0,9% no ano.
Em 2013, voltou a ser o combate à inflação que acelerou no começo do ano. O próprio
presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que o crescimento econômico não era
meta do BC. O que aumentou as expectativas, ao fim de março, para um possível novo
aumento na SELIC ainda no primeiro semestre de 2013.
Gráfico 2.3: Meta SELIC e Taxa de Juros Real (%).
Fonte: Elaboração do GCE a partir de dados do BC.
Não surpreendentemente, o setor industrial, defendendo seu crescimento e a
melhora da competitividade, mostrou-se preocupado com uma possível elevação dos
juros e com o câmbio mais valorizado. Neste ponto, o BC deveria se atentar ao hiato de
produto existente na economia doméstica, com crescimento abaixo do produto potencial
e, assim, não começar um novo ciclo de aperto monetário.
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
14
Assim, é consenso de que a SELIC só não foi elevada no primeiro trimestre
porque o BC esperou os resultados da indústria, bem como os juros se tornaram um
forte instrumento político para o governo, enquanto sua função monetária foi
deteriorada.
Já a preocupação do governo com uma possível redução na captação da
caderneta de poupança – devido a sua menor rentabilidade ao ter sido atrelada à SELIC
– e, consequentemente, um aumento no consumo (impactante da inflação) reduz à
medida que saem os novos relatórios mensais da aplicação. Nos meses do primeiro
trimestre de 2013, a poupança teve captações recordes que se deram pelo aumento da
renda da população e pela preferência dos agentes em manter o valor do seu dinheiro ao
não empregá-lo em outras aplicações nos quais os riscos são maiores. Para os
poupadores, ainda valeu a rentabilidade segura (e sem incidência do Imposto de Renda)
e a facilidade de aplicação da caderneta. Assim, percebe-se na aversão dos agentes, que
os mesmos agem de forma “inesperada”, para não se dizer irracional, ao preferirem uma
aplicação na qual a taxa de rendimento é inferior à taxa de inflação acumulada. De
forma que a aplicação proporciona ao agente perda em sua renda. Aos agentes, ou falta
informações básicas ou coragem em arriscar – essenciais nesta nova fase de juros
menores. Neste último ponto, depende do perfil do aplicador escolher entre retorno,
riscos e liquidez.
Os saldos da caderneta de poupança em relação ao mês anterior mantiveram
variações semelhantes em relação à igual período de 2012 (Gráfico 4). No acumulado
ao ano, o acréscimo da caderneta somou R$17,5 bilhões.
Gráfico 2.4 – Evolução dos saldos de Poupança e Fundos de Renda Fixa (%) – base =
maio de 2011.
Fonte: Elaboração do GCE a partir de dados do BC.
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
15
CRÉDITO, CONSUMO E INADIMPLÊNCIA
Apesar da redução das taxas cobradas às pessoas e às empresas em 2012 terem
sido aquém da desejada, espera-se que com a melhora do cenário econômico no
decorrer de 2013, com a expectativa de redução do nível de inadimplência – como
ocorrida no primeiro trimestre – e com a maior competitividade do sistema financeiro,
após os bancos públicos diminuírem suas taxas de juros, as taxas de crédito tenham
maiores reduções neste ano.
Entretanto, as taxas médias cobradas aos agentes fecharam, ao final do trimestre,
próximas às registradas ao final de 2012, observando-se elevação em fevereiro
Gráfico2.5: Evolução das Taxas de Juros cobradas à PF e à PJ e Taxa Média.
Fonte: Elaboração do GCE a partir de dados do BC.
As reduções consecutivas da taxa de inadimplência nos meses do primeiro
trimestre deste ano podem ser utilizadas pelo governo como base para aumentar o
acesso ao crédito pelas famílias e por empresários. Em sentido oposto, as taxas
inflacionárias do trimestre poderiam fazer com o governo restringisse o acesso ao
crédito pelos agentes.
A taxa de inadimplência geral das pessoas físicas e das empresas fechou o
trimestre em 5,5% do saldo total dos créditos com recursos livres (Gráfico 6). Os
números confirmam a perspectiva do governo de que a inadimplência iria recuar ao
longo de 2013 devido à redução das taxas de juros no crédito, à portabilidade e à
procura pela renegociação de dívidas, à seletividade na concessão de crédito por parte
dos bancos, à manutenção das taxas de desemprego em níveis historicamente baixos e à
renda em ascensão advinda dos ganhos salariais acima da inflação. No trimestre, os
atrasos de pagamentos para pessoas físicas acima de 90 dias encerraram em alta de
7,6%, com redução de 0,26 pontos percentuais em relação ao final de 2012, enquanto a
taxa para as empresas reduziu 0,4 p.p. em relação ao mesmo período.
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
16
Gráfico 2.6 – Evolução da Inadimplência de PF, PJ e Taxa Geral (%).
Fonte: Elaboração do GCE a partir de dados do BC.
Já a aceleração da inflação no primeiro trimestre impactou o consumo dos
brasileiros, principalmente o consumo das classes média e baixa. É importante ressaltar
que a perda do poder de compra dessas classes pode diminuir a popularidade do atual
governo. Além da inflação, a intenção de consumo do brasileiro caiu devido à taxa de
endividamento ainda elevada, bem como devido à elevação da alíquota do IPI.
CÂMBIO
O câmbio continuará flutuante, só que administrado dentro de uma faixa de
tolerância de desejo do governo. Se o câmbio foi utilizado pelo governo no ano anterior
para incentivar a competitividade da indústria doméstica via desvalorização, com a
moeda americana valendo um pouco mais de 2 reais. Em 2013, o real se valorizará,
mesmo que pouco, visando o controle inflacionário. Contribui também para o
enfraquecimento de uma possível desvalorização cambial, a fraca demanda do setor
externo, tornando a depreciação pouco significativa para as transações externas. Além
disso, o BC não permitirá uma apreciação excessiva que prejudicaria os exportadores.
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
17
Para isso, conta com manobras de elevação do IOF sobre entradas estrangeiras e de
negociações de swaps cambiais.
As Intervenções do Banco Central não permitiram que o dólar fosse
comercializado com valor inferior a R$1,95 em certas negociações no período. Para o
governo, será uma tendência a menor intervenção do BC no mercado cambial com uma
SELIC menor, mesmo com as instabilidades e com as ofertas de liquidez do cenário
internacional. De qualquer forma, o país detém elevadas reservas internacionais – que
atingiram saldo de US$377 bi ao final de março – para intervir na economia.
Gráfico 2.7 – Saldo acumulado ao final de cada período das Reservas Internacionais
(US$Bilhões).
Fonte: Elaboração própria a partir de dados do BC.
O governo afirma que não utilizará o câmbio como instrumento para controlar os
preços, pois mesmo a valorização reduzindo os preços de importados, a pressão sobre a
inflação está na oferta e não no consumo. O controle dos preços ficaria a cargo dos juros
ou de medidas macroprudenciais. Quanto à indústria, mesmo a moeda americana
valendo um pouco abaixo de R$2, o maior crescimento esperado da indústria em 2013
não será negativamente afetado, haja vista outros estímulos dados pelo governo, como
as desonerações. O que preocupa o setor industrial são os custos mais elevados de
insumos desde o início do ano, decorrentes da alta do dólar a partir do ano passado e do
aumento da alíquota de importação.
POLÍTICA FISCAL
35.866
37.823
49.296
52.935
53.799
85.839
180.334
193.783
238.520
243.762
253.114
275.206
288.575
317.146
335.775
349.708
352.012
365.216
373.910
378.726
373.147
376.934
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
400.000
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
18
A alíquota de IPI voltou a subir gradativamente desde o início do ano, tanto para
automóveis em janeiro, quanto para móveis e eletrodomésticos da linha branca em
fevereiro. A alíquota de IPI para caminhões permaneceu a 0%. Com isso, a renúncia
fiscal até junho de 2013 está prevista em R$3,26 bi.
Em janeiro, foi sancionada a medida que reduziria o preço da energia elétrica em
média 20%. Sendo esperada pelo governo, uma redução de 18% para os consumidores
residenciais e 32% para o setor produtivo. Para o governo, a redução nos custos de
produção seria importante para conter a inflação e para incentivar a atividade produtiva
com geração de renda e emprego, além de elevar a popularidade do governo. Tanto que
foi anunciada em rede nacional. A redução do preço da energia elétrica foi permitida via
redução de encargos nas renovações das concessões de geração, transmissão e
distribuição a companhias elétricas e entrou em vigor no dia 24 de janeiro.
Também em janeiro, a Petrobrás anunciou reajustes de 6,6% e de 5,4% nos
preços da gasolina e do diesel, respectivamente. A Petrobrás voltaria a reajustar em
mais 5% o preço do diesel em março. Nos dois momentos, o governo afirmou que não
reduziria alíquotas de impostos federais incidentes nos combustíveis para
contrabalancear os reajustes.
A isenção total de impostos federais sobre a cesta básica, realizada em março,
foi certamente uma importante medida para se combater a inflação em 2013. Outro
decreto, simultaneamente, atualizou a lista de produtos que compõem a cesta básica
que, até então, não era modificada desde 1938. A desoneração na cesta básica foi
realizada via redução nas alíquotas de PIS-Pasep e Cofins e o repasse das desonerações
aos consumidores viria de acordo com a “consciência” dos empresários.
A desoneração da cesta básica abriu discussão para que os estados também
reduzam a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
sobre a mesma, já que o tributo corresponde a aproximadamente 45% do preço dos
alimentos e incide de forma desigual, em que cada estado é responsável por sua
alíquota.
RESULTADOS DO GOVERNO
O governo talvez reconhecendo a frustração nas receitas e no cumprimento da
meta cheia do superávit primário no ano passado e, ao mesmo tempo, mantendo as
políticas anticíclicas para melhora do cenário econômico, bem como não sendo corajoso
em propor uma mudança na meta, haja vista que suas políticas macroeconômicas
mudaram ao se observar juros menores, depreciação do câmbio e a necessidade de se
alavancar os investimentos, utiliza-se de ajustes na Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) para o “cumprimento” da meta fiscal. Se em 2012, o governo poderia abater
R$45,2 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na meta, o mesmo
elevou para R$ 65,2 bi o limite de abatimento para este ano. Assim, a meta fiscal de
R$155,85 bi prevista para 2013 poderá ser ajustada e corresponder a apenas 1,8% do
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
19
PIB, caso o cenário de 2012, com arrecadação fraca dos Estados e Municípios e com
desonerações se mantiverem. Entretanto, o governo afirma que sempre buscará atingir a
meta cheia.
O acréscimo de 20 bilhões de reais no abatimento se explicou pelo desejo do
governo utilizar tal montante em desonerações a setores da economia tanto no primeiro
trimestre quanto no decorrer de 2013, bem como na isenção total de impostos federais
sobre produtos da cesta básica. A dedução das desonerações tributárias na meta fiscal
em 2012 e neste ano explicita a não transparência da política do governo, ao invés de
reduzir a meta de superávit fiscal primário. Já que uma economia um pouco abaixo dos
3,1% do PIB ainda possibilitaria o movimento de queda da dívida líquida do setor
público em relação ao Produto Interno Bruto.
Se a expectativa é de um crescimento maior em 2013, as receitas advindas de
uma maior arrecadação são descartadas com as desonerações, o que somadas ao
aumento de gastos do governo com custeio e a uma flexibilização das metas fiscais dos
estados para incentivarem os investimentos regionais e o despertar do “espírito animal”
dos empresários do setor privado, garantem o não cumprimento da meta cheia este ano.
No primeiro trimestre, o setor público consolidado (União, Estados, municípios
e empresas sob controle dos respectivos governos, excluídos bancos estatais, Petrobras e
Eletrobras) alcançou superávit primário de R$30,7 bilhões. Em comparação com igual
período de 2012, o resultado caiu R$15,2 bi. Já no acumulado em 12 meses, a economia
atingiu R$89,7 bi, equivalendo a 1,99% do PIB (Gráfico 8).
A redução de arrecadação no primeiro trimestre se deu pelas baixas arrecadações
do Imposto de Renda para Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSSL), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Cide-Combustíveis e
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Para os Estados, as receitas tiveram forte
queda devido à baixa arrecadação de ICMS sobre a energia elétrica, após corte em
janeiro. Assim, as arrecadações estaduais recuaram no trimestre, quando comparadas
com o mesmo trimestre do ano anterior.
Os resultados do primeiro trimestre enfatizam a política fiscal expansionista e
anticíclica que vem sendo realizada pelo governo. Sendo assim, deverá o governo se
utilizar novamente de dividendos das estatais para engordar o superávit até o final do
ano.
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
20
Gráfico 2.8 – Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP) Primário –
acumulado em 12 meses - (% do PIB).
Fonte: Elaboração do GCE a partir de dados do BC.
No acumulado do primeiro trimestre, os juros nominais1 alcançaram R$62,3
bilhões, equivalente a 5,51% do PIB. A queda de 0,19 p.p do PIB em relação ao
registrado no mesmo período de 2011 teve influência da SELIC estável (indexador
significativo na dívida pública).
O resultado nominal que representa o superávit primário somado aos juros
nominais apropriados melhorou ao acumular saldo deficitário de R$31,5 bilhões (2,79%
do PIB no acumulado ao ano) até março, elevando-se 1,53 p.p. do PIB em relação ao
mesmo período do ano anterior, quando o déficit nominal fechou próximo aos R$13
bilhões (Gráfico 9).
1 Refere-se ao fluxo de juros, apropriados por competência, incidentes sobre dívida interna e externa.
Inclui os juros reais e o componente de atualização monetária da dívida. Corresponde ao componente financeiro do resultado fiscal.
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
21
Gráfico 2.9 – Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP) Nominal –
acumulado ao ano - (% do PIB).
Fonte: Elaboração do GCE a partir de dados do BC.
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP2) atingiu R$1,596,3 trilhões (35,5%
do PIB) em março, ante 35,13% registrado ao final de 2012. A elevação de 0,37 p.p. ao
longo do ano se deu pela valorização cambial no período e dos juros nominais
apropriados. O BC, de acordo com o Relatório de inflação de março, esperava que a
DLSP em relação ao PIB ao final deste ano fechasse em 34,1%, ante expectativa de
34,2%. Oberve o Gráfico 14.
Gráfico 2.10: Dívida Líquida do Setor Público - Interna e Externa.
Fonte: Elaboração do GCE a partir de dados do BC.
2 Corresponde ao saldo líquido do endividamento do setor público não financeiro e do Banco Central
com o sistema financeiro (público e privado), o setor privado não financeiro e o resto do mundo. Entende-se por saldo líquido o balanceamento entre as dívidas e os créditos do setor público não financeiro e do Banco Central.
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
22
Para o Fundo Monetário Internacional (FMI) é crucial o Brasil cumprir a meta
de superávit primário de 3,1% do PIB este ano, haja vista que a dívida líquida do
governo brasileiro está bem acima da média dos países emergentes, próxima ao patamar
de 23,6% do produto
NÍVEL DE ATIVIDADE
SETOR EXTERNO
Acompanhando o Balanço de Pagamentos brasileiro vemos nesse primeiro
trimestre um cenário preocupante do déficit em trasanções correntes, que atingiu cerca
de US$24,86 bilhões de dólares no acumulado do trimestre, mais que o dobro que o
visto no mesmo período do ano passado.
Não só pelo montante que vem crescendo, tanto absolutamente como em
porcentagem do PIB – no acumulado de 12 meses encerrados em março último o déficit
-12,00
-10,00
-8,00
-6,00
-4,00
-2,00
0,00
JAN
MA
R
MA
IO
JUL
SET
NO
V
JAN
MA
R
MA
IO
JUL
SET
NO
V
JAN
MA
R
MA
IO
JUL
SET
NO
V
JAN
MA
R2010 2011 2012 2013
Fonte: INDICADORES ECONÔMICOS CONSOLIDADOS/BCB
Gráfico 3.1: Saldo em Transações Correntes - US$ Bilhões
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
23
chegou a 2,95% do PIB, enquanto no mesmo período o IED3 ficou em 2,8% do PIB –
mas também pela forma de financiamento, que nesse primeiro trimestre foi
principalmente via Outros Investimentos4, uma conta geralmente de menor importância
no balanço que foi impactada sobre maneira por uma atípica movimentação na conta
moeda e depósitos, onde viu-se que brasileiros repatriaram mais de US$ 9 bilhões em
disponibilidades monetárias. O perigo deste tipo de financiamento é que ele é muito
volátil e sai do país com a mesma velocidade que entrou, diferentemente dos
investimento diretos (em geral envolvem compromisso de longo prazo e financiam o
setor produtivo) que somaram cerca de US$ 10,2 bilhões nesse primeiro trimestre,
enquanto Outros Investimentos somaram US$ 15,3 bilhões no período.
3 Investimentos extrangeiros diretos. Referente a conta de mesmo nome do balanço de pagamentos em
que são contabilizados investimentos de estrangeiros em participação no capital de negócios e projetos no país e empréstimo intercompanhias (fluxos entre matrizes no exterior e filiais no Brasil). 4 Conta do Balanço de Pagamentos que registra os fluxos de moedas e depósitos, empréstimos e
financiamentos (de curto e longo prazos), créditos comercias e outras trasações que não se encaixam em nenhuma das contas anteriores do balanço, entre o Brasil e o resto do mundo.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
JAN
MA
R
MA
IO JUL
SET
NO
V
JAN
MA
R
MA
IO JUL
SET
NO
V
JAN
MA
R
MA
IO JUL
SET
NO
V
JAN
MA
R
2010 2011 2012 2013
Fonte:IPEADATA - BCB Boletim/BP
Gráfico 3.2: Déficit em Transações Correntes - Últimos 12 meses - % do PIB
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
24
Preocupa-se também com a Balança Comercial que fechou o primeiro trimestre
com déficit acumulado de US$5,2 Bilhões (Exportação:US$50,8 bilhões e
Importação:US$56 bilhões), tendo resultado positivo mensal apenas em março, contudo
modesto (US$164 milhões). Na comparação por média diária de exportação com o
primeiro trimestre de 2012, apenas Semimanufaturados tiveram aumento (1,5%), todas
os demais fatores agregados registraram queda no valor exportado. Os principais
semimanufaturados exportados pelo Brasil foram Açucar em bruto e Celulose que
apesar de terem tido queda de preços em relação ao mesmo trimestre do ano passado
(-19%,-0,5% respectivamente) resgistraram aumento nos valores exportados, dados os
expressivos aumentos em quantidade exportada (75% e 6,5% respectivamente). Em
relação aos nossos parceiros comerciais, estes compraram menos do Brasil (em valor)
neste trimestre que no mesmo trimestre do ano passado. A China está em desaceleração,
os EUA ainda não se recuperaram satisfatoriamente e a Argentina está implementando
políticas protecionistas.
No lado da importação observa-se que o aumento dos investimentos neste
primeiro trimestre expandiu a importação de Bens de Capital, que têm maior valor
agregado e impactam significativamente a balança nestre primeiro trimestre. Destaca-se
também a balança de Petróleo, Óleos e Combustíveis, em que houve expansão do
déficit, com a menor exportação de óleos combustíveis (- 47,4% em relação ao mesmo
-12000
-7000
-2000
3000
8000
13000
Jan
Mar
Mai
o
Jul
Set
No
v
Jan
Mar
Mai
o
Jul
Set
No
v
Jan
Mar
2011 2012 2013
Fonte:BCB
Gráfico 3.3: Formas de Financiamento
InvestimentoDireto
Investimentosem Carteira
OutrosInvestimentos
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
25
período do ano passado) e o expressivo aumento no valor médio diário de 35,6% na
importação de Combustíveis e Lubrificantes, em relação ao primeiro trimetre de 2012.
PRODUÇÃO
O Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado apresentou variação positiva
de 0,6% na comparação do primeiro trimestre de 2013 contra o quarto trimestre de
2012, na série com ajuste sazonal. Na comparação com igual período de 2012, houve
aumento do PIB de 1,9% no primeiro trimestre do ano. No acumulado dos quatro
trimestres terminados no primeiro trimestre de 2013, o PIB apresentou crescimento de
1,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Em valores correntes,
o PIB foi de R$ 1,1104 trilhões.
-10 000
-5 000
0
5 000
10 000
15 000
20 000
25 000
30 000
Maio Jul Set Nov Jan Mar Maio Jul Set Nov Jan Mar
2011 2012 2013
Fonte:BCB
Gráfico 3.4: Balança Comercial - US$ milhões
EXPORTAÇÕES
IMPORTAÇÕES
SALDO
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
26
Dos três grandes setores da economia, o destaque foi a Agropecuária que teve
crescimento de 9,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior, com ajuste
sazonal, quando a agropecuária recuou 6,1% na mesma base de comparação. Essa
melhora vem de encontro com a estimativa do IBGE de que a safra brasileira de 2013
será 12% maior que a de 20125.
Em relação ao trimestre imediatamente anterior, com ajuste sazonal, houve
queda de 0,3% na indústria, puxada pelo baixo desempenho da Extrativa Mineral
(-2,1%), enquanto a Industria de Transformação esboçou leve recuperação de 0,3%.. Na
mesma base de comparação, os serviços cresceram em 0,5%, destaque para o
crescimento das atividades de Administração, saúde e educação pública (0,8%),
Atividades imobiliárias e aluguel (0,7%), Comércio (0,6%) e Serviços de
informação(0,3%).
5 Estimativa do LSPA/IBGE – Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) – de março deste ano.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
2011.I 2011.II 2011.III 2011.IV 2012.I 2012 II 2012 III 2012 IV 2013 I
Fonte:IBGE
Gráfico 3.5: PIB a preços de mercado - variação % contra trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal)
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
27
Pela ótica da despesa nota-se uma situação de estabilidade nas despesas do
governo e no consumo das famílias, sendo a boa notícia a retomada dos investimentos,
com expansão de 4,6% na FBCF ( Formação Bruta de Capital Fixo) sendo esse o
segundo trimestre de recuperação da FBCF, após 5 trimestres de redução nesse índice6,
indicativo positivo para a economia, principalmente se permanecer.
6 Na série que compara trimestre contra trimestre imediatamente anterior com ajuste sazonal.
-12
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
Fonte:IBGE
Gráfico 3.6: PIB setorial - variação(%) trimestre contra trimestre imediatamente anterior com ajuste sazonal
Agropecuária
Indústria
Serviços
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
Cons. dasfamílias
Cons. doGoverno
FBCF Exportação Importação
Fonte:IBGE
Gráfico 3.7: PIB- òtica da Despesa (Var.% Trim. Contra trim. imediatamente anterior c/
ajuste sazonal)
2012 I
2012 II
2012 III
2012 IV
2013 I
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
28
A indústria tem sido uma preocupação nos anos recentes, dado o cenário de
estagnação do setor, mas que ainda tem apresentado ganhos reais de salário e valor da
folha de pagamento, reflexo da escassez de mão de obra, visto que temos ainda um
número insatisfatório de trabalhadores bem qualificados, dificuldade essa ainda
agravada pelas baixas taxas de desemprego registradas recentemente no Brasil. Abaixo
apresenta-se uma estimativa do IBGE acerca da produtividade na indústria7:
RENDIMENTO MÉDIO, DESOCUPAÇÃO E EXPECTATIVAS
Segundo dados da PME (Pesquisa Mensal de Emprego) realizada pelo IBGE nas
regiões metropolitanas de Salvador, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre, São Paulo e
Belo Horizonte a taxa de desocupação no conjunto das 6 regiões metropolitanas ficou
em 5,7% em março último, sendo 0,5 ponto percentual menor que em março de 2012,
estável em relação a fevereiro e registrando pequena variação em relação a janeiro
7 Este cálculo foi realizado cruzando dados da PIM-PF (Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física) e da
PIMES (Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário), ambas realizadas pelo IBGE.
-30,0 -25,0 -20,0 -15,0 -10,0 -5,0 0,0 5,0 10,0 15,0
Ind. Geral
Ind. Extrativas
Ind. transformação
Alimentos
Fumo
Têxtil
Vestuário e acessórios
Calçados e artigos de couro
Madeira
Celulose, papel e produtos de papel
Refino de petróleo, e álcool
Borracha e plástico
Minerais não-metálicos
Metalurgia básica
Prodts. de metal, excl. máqs. e equipam.
Máqs. e equipamentos
Fonte: IBGE
Gráfico 3.8: Produtividade - Var(%) 1º trim.2013/1ºtrim.2012 (var.produção física
(quamtum)/Var.Nº de horas pagas na produção)
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
29
último quando a taxa foi de 5,4%. Em janeiro, a taxa teve uma alta de 0,8 ponto
percentual em relação a dezembro de 2013, o que não surpreende, dado que a taxa de
dezembro último foi a menor da série histórica iniciada em abril de 2002 (4,6%).
Na comparação mês contra mesmo mês do ano anterior os grupamentos de
atividade que registraram os maiores crescimentos em seus contingentes de ocupados
nesses 3 primeiros meses de 2013, foram: Educação, Saúde e Administração Pública e
Outros serviços. E o maior declínio foi em serviços domésticos, o que preliminarmente
pode indicar uma reação a PEC 478/2010 (PEC das domésticas) que estendeu aos
empregados domésticos direitos previstos na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho),
elevando os custos deste tipo de serviço. Porém tendo em vista que a época das
pesquisas a medida ainda não havia sido aprovada no congresso, é prudente esperar as
próximas pesquisas para ver o real impacto da lei no mercado de trabalho.
De acordo com a PME/IBGE, o rendimento médio real habitual dos
trabalhadores no conjunto das 6 regiões metropolitanas pesquisadas ficou em
R$1855,40 em março último, sendo estável em relação a fevereiro e 0,6% maior que o
verificado em março de 2012. Pode-se observar que, nesse primeiro trimestre de 2013, o
rendimento oscilou, mas terminando em patamar superior a março do ano passado, isto
é, continua em ritmo de crescimento, porém pode-se observar no gráfico que está bem
mais lento que no início do ano passado, o que pode indicar maior estabilidade deste
rendimento em 2013, em comparação com 2012.
0
1
2
3
4
5
6
7
Mar
Ab
r
Mai
o
Jun
Jul
Ago Se
t
Ou
t
No
v
De
z
Jan
Fev
Mar
Ab
r
Mai
o
Jun
Jul
Ago Se
t
Ou
t
No
v
De
z
Jan
Fev
mar
2011 2012 2013
Fonte:PME-IBGE
Gráfico3.9: Taxa de Desocupação (%)
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
30
O INEC (índice nacional de expectativas do consumidor) elaborado pela CNI
(Confederação Nacional das Indústrias) a partir de pesquisa de opinião pública realizada
pelo IBOPE ficou em 114,3 (ante 113,6 em fevereiro) em março, voltando a crescer
após 3 meses de queda. Observa-se uma melhora na percepção do consumidor quanto a
evolução da inflação nos próximos 6 meses e de sua atual condição financeira em
relação aos últimos 3 meses, porém houve piora em relação a expectativas de compras
de bens de maior valor, desemprego e renda pessoal o que pode se concretizar em
quedas futuras do índice como um todo, dada uma possível piora da situação financeira
futura.
R$ 1600,00
R$ 1650,00
R$ 1700,00
R$ 1750,00
R$ 1800,00
R$ 1850,00
R$ 1900,00
Mar
Ab
r
Mai
o
Jun
Jul
Ago Se
t
Ou
t
No
v
De
z
Jan
Fev
Mar
Ab
r
Mai
o
Jun
Jul
Ago Se
t
Ou
t
No
v
De
z
Jan
Fev
Mar
2012 2013
Fonte:PME/IBGE
Gráfico3.10: Rendomento Médio Real Habitual
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
31
A confiança do empresário industrial medida pelo ICEI (índice de confiança do
empresário industrial) da CNI começou o ano registrando 56,7 pontos em janeiro,
mostrando redução tanto em relação a dezembro último (-0,7 ponto), como em relação a
janeiro de 2012 (-0,6 ponto), reforçando a visão do CNI de que a recuperação da
indústria ainda era lenta e com interrupções. Apesar da recuperação do índice em
fevereiro (58,1 pontos), este voltou a registrar queda em março, encerrando o trimestre
em 57,1 pontos (ainda indicando otimismo do empresário por estar acima dos 50
pontos. Abaixo desse nível indica-se um quadro de pessimismo no âmbito geral).
A perda de confiança em março foi bem disseminada, havendo perda de
confiança em todas as regiões em todos os portes (pequena, média e grande) e nos três
seguimentos considerados (construção, extrativa, transformação). É importante destacar
que o que segura o índice ainda no nível de otimismo geral (acima dos 50 pontos) dos
empresários é o índice de expectativas para os próximos 6 meses que está em 61,4
pontos, sendo ainda maior quando se considera as expectativas apenas com a própria
empresa (64 pontos), pois no que tange a percepção das condições atuais, os
empresários de forma geral demonstram pessimismo, estando o índice em 48,5 pontos,
1,2 pontos menor que em fevereito último e 0,5 ponto menor que em março do ano
passado, quando já se encontrava abaixo dos 50 pontos.
90,00
95,00
100,00
105,00
110,00
115,00
120,00
Mar
Ab
rM
aio
Jun
Jul
Ago Se
tO
ut
No
vD
ez
Jan
Fev
Mar
Ab
rM
aio
Jun
Jul
Ago Se
tO
ut
no
vd
ez jan
fev
mar
2011 2012 2013
Fonte: CNI/IBOPE
Gráfico 3.11: Índice Nacional de Expectativas do Consumidor
Expectativa deinflação
Intenção de comprasde bens de maiorvalor
Expectativa de rendapessoal
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
32
ECONOMIA REGIONAL
Com o setor agropecuário mais fraco que o conjunto da economia brasileira e a
indústria com retração nesse primeiro trimestre, o desempenho da economia mineira foi
pior que o do conjunto da economia nacional, o que destoa de uma longa série de
desempenhos do estado em relação a nacional. Com relação ao mesmo trimestre do ano
anterior Minas Gerais cresceu 0,3%, enquanto o Brasil cresceu 1,9%.
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
jan mar mai jul set nov jan mar maio jul set nov jan mar
2011 2012 2013
Fonte: CNI
Gráfico 3.12: Índice de Confiança do Empresário Industrial
Condiçõesatuais
Expectativa
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
33
Na agropecuária de Minas Gerais teve desempenho abaixo do esperado diante
dos bons resultados nacionais, contudo o conjunto da economia brasileira vem de um
ano instável na agricultura, enquanto Minas Gerais teve um desempenho melhor, em
proporção, no setor como um todo. Além de uma praga8 ter afetado a produção de
feijão, que teve grande impacto no primeiro trimestre, em que foi colhida toda a
primeira safra de feijão de Minas Gerais. Os Serviços continuaram com resultado
positivo, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, porém mais fraco, crescendo
1,4% após longa série de trimestres crescendo acima de 2%. Contudo o grande destaque
foi a indústria que recuou 2,5% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior,
impactada pelo fraco desempenho das industrias extrativas, fundamentais para a
economia do estado e por uma queda de 11,9% em relação ao mesmo trimestre do ano
anterior na Indútria de Energia e Saneamento, explicada pela extraordinária redução dos
reservatórios de água no lago de Furnas − com o consequente colapso na geração de
energia hidroelétrica compensado através da importação de energia termoelétrica dos
estados vizinhos.
8 Segundo o informativo do PIB mineiro do primeiro trimestre do Centro de Estatísticas e Informações
da Fundação João Pinheiro (CEI/FJP) a praga da mosca-branca implicou determinantimente na retração de 30,2% da primeira safra de feijão deste ano em relação a primeira safra de feijão do ano passado.
0,02,04,06,08,0
10,012,014,0
Fonte: CEI/FJP & IBGE
Gráfico 3.13: PIB trimestral - Variação (%) trimestre contra mesmo trimestre do ano passado
Brasil
Minas
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
34
A desocupação medida pela PME/IBGE na RMBH (região metropolitana de
Belo Horizonte) ficou em 4,6% em março de 2013. Apesar de mais baixa que a taxa de
desocupação medida para o conjunto das 6 regiões metropolitanas contempladas na
PME, seu comportamento foi semelhante. Após uma alta da taxa em janeiro, em relação
a dezembro de 2012 (3,5% para 4,2%), a taxa manteve-se estável em fevereiro e teve
uma leve alta em março. E foi o grupamento de Serviços Domésticos que mais registrou
perdas no contingente de ocupados neste primeiro trimestre em relação aos respectivos
meses em 2012. Segundo a PME de março o grupamento Serviços domésticos emprega
6,2% da população ocupada na RMBH, ou cerca de 158 mil pessoas.
-5,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
I II III VI I II III VI I II III IV I
2010 2011 2012 2013
Fonte: CEI/FJP
Gráfico 3.14: Variação (%) do PIB mineiro por setores - trimestre contra mesmo trimestre do ano anterior
Agropecuária
indústria
Serviços
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
35
Quanto ao rendimento médio real habitual da população ocupada na região
metropolitana de Belo Horizonte, houve crescimento em janeiro e fevereiro, chegando a
R$1835,32 em fevereiro, porém em março houve redução do rendimento para
R$1802,90. Redução que foi disseminada por todas as posições na ocupação, destaque
para Militares ou funcionários públicos estatutários que tiveram queda no rendimento de
3,8% na comparação mensal e 4,3% na comparação com março de 2012.
Entre os grupamentos de atividade, apenas o Comércio registrou ganhos de
rendimento na comparação com fevereiro de 2013 (+2,3%), enquanto os demais
registraram redução. Na comparação com março de 2012 (quando o rendimento médio
real habitual da população ocupada foi de R$1788,87) apenas os grupamentos de
Comércio (-3,2%), de Educação, saúde e administração pública (-1,1%) e Outros
serviços (-1,9%) registraram redução, os demais grupamentos tiveram ganhos de
rendimento nesta base de comparação.
22,5
33,5
44,5
55,5
66,5
7
Mar
Ab
r
Mai
o
Jun
Jul
Ago Se
t
Ou
t
No
v
De
z
Jan
Fev
Mar
Ab
r
Mai
o
Jun
Jul
Ago Se
t
Ou
t
No
v
De
z
Jan
Fev
mar
2011 2012 2013
Fonte: PME-IBGE
Gráfico 3.15: Taxa de Desocupação (%)
Geral
RMBH
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
36
O empresário industrial mineiro se mostra menos confiante que o empresário
industrial brasileiro em geral, o ICEI (índice de confiança do empresário industrial) de
Minas Gerais elaborado pela FIEMG registrou 53,7 pontos em março, ainda indicando
otimismo porém mais próxima do limiar de confiança do empresário (50 pontos) do que
estava em fevereiro, quando era de 55,1 pontos. A queda no índice foi puxada pela
perda de confiança entre os pequenos e grandes empresários, estando cada vez mais
preocupados com as condições atuais da economia do estado, do país e com as da
prórpia empresa, além de perderem confiança diante do cenário dos próximos 6 meses.
O Índice de condições atuais ficou em 45 pontos (quedas de 2,5 pontos em
relação afevereito e de 2,8 pontos em relação a março de 2012) e o índice de
expectativas em 58 pontos (0,9 ponto menor quem fevereiro e 3,9 pontos menor que em
março de 2012).
1.500,00
1.550,00
1.600,00
1.650,00
1.700,00
1.750,00
1.800,00
1.850,00
1.900,00
Mar Maio Jul Set Nov Jan Mar Maio Jul Set Nov Jan Mar
2011 2012 2013
Fonte: PME-IBGE
Gráfico 3.16: Rendimento Médio Real Habitual
Brasil
Minas
Boletim Trimestral 2013
Grupo de Conjuntura Econômica (GCE)
37
46
48
50
52
54
56
58
60
62
64
Jan
Mar
Mai
o
Jul
Set
No
v
Jan
Mar
Mai
o
Jul
Set
No
v
Jan
Mar
2011 2012 2013
Fonte: FIEMG & CNI
Gráfico 3.17: Índice de Confiança do Empresário Industrial
Brasil
Minas Gerais