boletim esperança 012 suplemento
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Suplemento
Boletim EsperançaSUPLEMENTO E SPEC I A L
GERALDO RODRIGUES
Pode-se medir uma amizade? Como poderei expressar em palavras
uma convivência diária? Como é possível expressar sentimentos tão solidificados
pelo tempo e pela convivência?
Meu amigo Geraldo Guimarães ficou encantado, sofreu um processo
de encantamento e transformou-se num ponto de luz desde o dia 11 de janeiro de
2010, esta é a forma que encontrei para compensar a ausência física do querido
amigo: parodiando João Guimarães Rosa.
Tantas conversas tivemos, ele gostava de contar passagens de sua
convivência com Divaldo Franco, lá em Salvador, os primeiros tempos de muito
esforço na formação da Mansão do Caminho, as extraordinárias e memoráveis
passagens da mediunidade do médium e companheiro.
Em qualquer circunstância onde sua lúcida palavra era req
bastavam alguns segundos de busca em sua privilegiada memória e lá vinha uma citação de um Espírito mentor, a
ilustrar o assunto em pauta, e depois, lá ia ele viajando pela estrada do conhecimento, a ilustrar seus atentos
ouvintes, tão ricas eram suas palavras e sinceras as suas inflexões, que era possível imaginar
concretos de suas lembranças.
Era gratificante ouvi-lo contar como encontrou Ana, sua companheira da vida,
interior de São Paulo, ele que era nascido em
Espiritismo, foi encontrá-la tão longe, imersa nos mesmos ideais que ele e com ela, juntou suas esperanças, formou
sua família, teve filhos... Cumpriu o seu destino.
Meu amigo tinha um fino
interlocutores, era uma alegria contagiante, marota, de quem sabia conquistar. Durante anos, tivemos nossas salas
vizinhas, lá no Lar Fabiano de Cristo, separadas por fina parede
quando o Geraldo chegava, porque o Nean, que dividia a sala com ele, começava a soltar uma gargalhada sonora e
alegre, graças a alguma novidade jocosa que ele trazia.
Geraldo lia muito, estudava, sempre fez isso, era
na mais pura recomendação de Kardec, o fazia um convicto arauto do espiritismo, palestrante ímpar, culto e
arrebatador.
expressão espírita
lugares do exterior, levando a fé que os animava.
Suplemento Especial do Boletim Esperança 12 – Página 1
Boletim EsperançaSUPLEMENTO E SPEC I A L
GERALDO RODRIGUES GUIMARÃES
se medir uma amizade? Como poderei expressar em palavras
uma convivência diária? Como é possível expressar sentimentos tão solidificados
Meu amigo Geraldo Guimarães ficou encantado, sofreu um processo
se num ponto de luz desde o dia 11 de janeiro de
2010, esta é a forma que encontrei para compensar a ausência física do querido
amigo: parodiando João Guimarães Rosa.
Tantas conversas tivemos, ele gostava de contar passagens de sua
nvivência com Divaldo Franco, lá em Salvador, os primeiros tempos de muito
esforço na formação da Mansão do Caminho, as extraordinárias e memoráveis
passagens da mediunidade do médium e companheiro.
Em qualquer circunstância onde sua lúcida palavra era requerida,
bastavam alguns segundos de busca em sua privilegiada memória e lá vinha uma citação de um Espírito mentor, a
ilustrar o assunto em pauta, e depois, lá ia ele viajando pela estrada do conhecimento, a ilustrar seus atentos
uas palavras e sinceras as suas inflexões, que era possível imaginar
lo contar como encontrou Ana, sua companheira da vida,
interior de São Paulo, ele que era nascido em Aracaju, passado por Salvador, onde sedimentou os fundamentos do
la tão longe, imersa nos mesmos ideais que ele e com ela, juntou suas esperanças, formou
sua família, teve filhos... Cumpriu o seu destino.
humor, nunca descendo o nível e sempre provocando o riso de seus
interlocutores, era uma alegria contagiante, marota, de quem sabia conquistar. Durante anos, tivemos nossas salas
vizinhas, lá no Lar Fabiano de Cristo, separadas por fina parede - fomos vizinhos de sala e de coração
quando o Geraldo chegava, porque o Nean, que dividia a sala com ele, começava a soltar uma gargalhada sonora e
alegre, graças a alguma novidade jocosa que ele trazia.
Geraldo lia muito, estudava, sempre fez isso, era dotado de prodigiosa memória e sua fé raciocinada,
na mais pura recomendação de Kardec, o fazia um convicto arauto do espiritismo, palestrante ímpar, culto e
arrebatador.
Geraldo e Ana Guimarães tornaram-se um binômio da mais esclarecida
expressão espírita, leais amigos de Divaldo Franco, percorreram o Brasil e muitos
lugares do exterior, levando a fé que os animava.
Boletim Esperança
bastavam alguns segundos de busca em sua privilegiada memória e lá vinha uma citação de um Espírito mentor, a
ilustrar o assunto em pauta, e depois, lá ia ele viajando pela estrada do conhecimento, a ilustrar seus atentos
uas palavras e sinceras as suas inflexões, que era possível imaginar-se os cenários
lo contar como encontrou Ana, sua companheira da vida, lá em Araçatuba, no
Aracaju, passado por Salvador, onde sedimentou os fundamentos do
la tão longe, imersa nos mesmos ideais que ele e com ela, juntou suas esperanças, formou
humor, nunca descendo o nível e sempre provocando o riso de seus
interlocutores, era uma alegria contagiante, marota, de quem sabia conquistar. Durante anos, tivemos nossas salas
inhos de sala e de coração – eu sabia
quando o Geraldo chegava, porque o Nean, que dividia a sala com ele, começava a soltar uma gargalhada sonora e
dotado de prodigiosa memória e sua fé raciocinada,
na mais pura recomendação de Kardec, o fazia um convicto arauto do espiritismo, palestrante ímpar, culto e
se um binômio da mais esclarecida
, leais amigos de Divaldo Franco, percorreram o Brasil e muitos
Suplemento
Continuarão juntos, não é uma simples troca dimensional que vai separar esses dois, ela daqui,
ternamente cantando “eu sei que vou te amar...”
continuará apresentando suas palestras, onde for necessário.
Durante anos fizemos nosso
que eu no ar, sempre pelo Clube de Arte do Lar Fabiano de Cristo, depois quando o ICEB
Espírita do Brasil – assumiu o Clube de Arte,
Geraldo, e formamos um trio voltado para as reflexões da obra de Deolindo Amorim.
Meu amigo também escrevia muito bem, crônicas inolvidáveis, temas espíritas, verbo e escrita fáceis,
qualidades inatas nessa pessoa especial.
De si, nada tinha de material
coerente, provedor da família e agradecido pelo que podia fazer pela esposa e filhos, não enriqueceu, em
compensação, construiu uma fortuna incalculável em forma de amigos, de pessoas
era muito feliz e isso, como sabemos, nem a ferrugem e as traças podem corroer... Esses valores
agora, não tenho dú
Certa vez, em um momento difícil para mim, ele teve a percepção de
procurar saber o que se
que só as melhores almas podem fazer, em silêncio e com alegria, o que, aliás, ele fez
com dezenas de amigos.
Certamente, como todos os seres humanos, nem todos os seus atos foram
certos e coere
extremamente favorável para o saldo credor de sua vida.
Junto com a esposa e sua família, fundou o Grupo
Espírita Caminho da Esperança, ponto luminoso difusor da doutrina espírita, apoio dos
pobres e necessitados, testemunho do que melhor a caridade pode exemplificar. O
Caminho da Esperança é a aplicação prática dos postulados que ele aprendeu na doutrina
espírita.
Não posso negar que algumas lágrimas brotaram de minha emoção, como
explicar para a minha natureza humana, aquilo que minha natureza espiritual compreende tão bem? Foram
lágrimas de alegria, um reconhecimento pelo privilégio de ter tido um amigo tão querido.
Não cabe tristeza quando se sabe que ele foi ao encontro de veneráveis companheiros, amigos que um
dia também acolherão a todos nós, que tanto nos esforçamos para sermos um pouco melhores.
O nosso Geraldo vai caminhar por uma estrada melhor, em uma esteira luminosa que nos dá a certeza
de estarmos no melhor caminho, é ainda no início, mas agora, como a
Suplemento Especial do Boletim Esperança 12 – Página 2
Continuarão juntos, não é uma simples troca dimensional que vai separar esses dois, ela daqui,
ternamente cantando “eu sei que vou te amar...” e ele respondendo: ─ Eu também... Cada um, na sua escala,
continuará apresentando suas palestras, onde for necessário.
Durante anos fizemos nosso programa espírita semanal, na Rádio Rio de Janeiro, ele com mais tempo
que eu no ar, sempre pelo Clube de Arte do Lar Fabiano de Cristo, depois quando o ICEB
assumiu o Clube de Arte, juntou-se a nós o companheiro César Reis, também velho amigo
Geraldo, e formamos um trio voltado para as reflexões da obra de Deolindo Amorim.
Meu amigo também escrevia muito bem, crônicas inolvidáveis, temas espíritas, verbo e escrita fáceis,
qualidades inatas nessa pessoa especial.
De si, nada tinha de material, sempre trabalhou muito, teve uma rica experiência profissional, ético,
coerente, provedor da família e agradecido pelo que podia fazer pela esposa e filhos, não enriqueceu, em
compensação, construiu uma fortuna incalculável em forma de amigos, de pessoas que realmente o queriam bem,
era muito feliz e isso, como sabemos, nem a ferrugem e as traças podem corroer... Esses valores
agora, não tenho dúvida.
Certa vez, em um momento difícil para mim, ele teve a percepção de
procurar saber o que se passava e, solidário, ajudou-me com palavras e ações, coisas
que só as melhores almas podem fazer, em silêncio e com alegria, o que, aliás, ele fez
com dezenas de amigos.
Certamente, como todos os seres humanos, nem todos os seus atos foram
certos e coerentes, mas a média é, sem questionamentos,
extremamente favorável para o saldo credor de sua vida.
Junto com a esposa e sua família, fundou o Grupo
Espírita Caminho da Esperança, ponto luminoso difusor da doutrina espírita, apoio dos
testemunho do que melhor a caridade pode exemplificar. O
Caminho da Esperança é a aplicação prática dos postulados que ele aprendeu na doutrina
Não posso negar que algumas lágrimas brotaram de minha emoção, como
ana, aquilo que minha natureza espiritual compreende tão bem? Foram
lágrimas de alegria, um reconhecimento pelo privilégio de ter tido um amigo tão querido.
Não cabe tristeza quando se sabe que ele foi ao encontro de veneráveis companheiros, amigos que um
dia também acolherão a todos nós, que tanto nos esforçamos para sermos um pouco melhores.
O nosso Geraldo vai caminhar por uma estrada melhor, em uma esteira luminosa que nos dá a certeza
de estarmos no melhor caminho, é ainda no início, mas agora, como amigos para sempre.
Assaruhy Franco de Moraes
Continuarão juntos, não é uma simples troca dimensional que vai separar esses dois, ela daqui,
Eu também... Cada um, na sua escala,
dio Rio de Janeiro, ele com mais tempo
que eu no ar, sempre pelo Clube de Arte do Lar Fabiano de Cristo, depois quando o ICEB – Instituto de Cultura
sar Reis, também velho amigo do
Meu amigo também escrevia muito bem, crônicas inolvidáveis, temas espíritas, verbo e escrita fáceis,
, sempre trabalhou muito, teve uma rica experiência profissional, ético,
coerente, provedor da família e agradecido pelo que podia fazer pela esposa e filhos, não enriqueceu, em
que realmente o queriam bem,
era muito feliz e isso, como sabemos, nem a ferrugem e as traças podem corroer... Esses valores o acompanham
Certa vez, em um momento difícil para mim, ele teve a percepção de
me com palavras e ações, coisas
que só as melhores almas podem fazer, em silêncio e com alegria, o que, aliás, ele fez
Certamente, como todos os seres humanos, nem todos os seus atos foram
ntes, mas a média é, sem questionamentos,
Junto com a esposa e sua família, fundou o Grupo
Espírita Caminho da Esperança, ponto luminoso difusor da doutrina espírita, apoio dos
testemunho do que melhor a caridade pode exemplificar. O
Caminho da Esperança é a aplicação prática dos postulados que ele aprendeu na doutrina
Não posso negar que algumas lágrimas brotaram de minha emoção, como
ana, aquilo que minha natureza espiritual compreende tão bem? Foram
lágrimas de alegria, um reconhecimento pelo privilégio de ter tido um amigo tão querido.
Não cabe tristeza quando se sabe que ele foi ao encontro de veneráveis companheiros, amigos que um
dia também acolherão a todos nós, que tanto nos esforçamos para sermos um pouco melhores.
O nosso Geraldo vai caminhar por uma estrada melhor, em uma esteira luminosa que nos dá a certeza
migos para sempre.
Assaruhy Franco de Moraes