boletim mensal de monitoramento de focos de calor e ... · 2 modelo conceitual do fluxo de ar ... a...
TRANSCRIPT
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade
Diretoria de Meteorologia e Hidrologia - SEMAS/PA
http://www.semas.pa.gov.br/
Boletim Mensal de Monitoramento de Focos de Calor
e Queimadas no Estado do Pará
Elaborado em: 05/02/2018
1. INTRODUÇÃO
Durante o mês de fevereiro de 2018, foram detectados apenas 46 focos de queimadas sobre o
Estado do Pará. De acordo com os dados do Satélite de Referência foram detectados 27 focos de
queimada em áreas de floresta densa e 19 focos em áreas de pastagens, agricultura... O valor mensal
de focos de fevereiro/2018 ficou abaixo da normalidade.
A condição climática do La Niña no Pacífico e boas atuações de sistemas meteorológicos
influenciaram para um bom quantitativo de chuva mensal sobre o estado do Pará.
De acordo com informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o
município de Monte Alegre apresentou 15 focos de queimadas. A seguir tem-se a descrição mais
detalhada das condições climáticas observadas e da distribuição dos focos de queimadas.
2. RESUMO DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS
A figura 1 mostra a distribuição das anomalias de TSM (Temperatura da Superfície do Mar)
sobre os oceanos Pacífico e Atlântico, observadas no mês de fevereiro de 2018. O fenômeno La
Niña1 favoreceu a intensificação da Célula de Walker2 sobre a região amazônica, e por
consequência contribuiu no quantitativo de precipitação sobre o estado do Pará. Nas áreas de Nino
3, 3.4 e 4, houve registros de anomalias negativas entre -1ºC a -2ºC; e anomalias de até -1ºC na área
de Nino 1+2.
Foi observado anomalias negativas de TSM de até 1ºC no Atlântico Tropical Norte e
predominância de neutralidade no Atlântico Tropical Sul. O padrão de anomalias presentes no
Atlântico Tropical favoreceu atuações de sistemas meteorológicos, tais como: Zona de
Convergência Intertropical, Zona de Convergência do Atlântico Sul e Zona de Convergência de
Umidade.
1 Fenômeno provocado pelo resfriamento das águas superficiais do Pacífico equatorial que ajuda na intensificação das
chuvas sobre a região amazônica.
2 Modelo conceitual do fluxo de ar na troposfera (no sentido leste-oeste) da região tropical.
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade
Diretoria de Meteorologia e Hidrologia - SEMAS/PA
http://www.semas.pa.gov.br/
Figura 1 - Anomalia mensal de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) em ºC sobre os oceanos Pacífico e
Atlântico e a anomalia de precipitação em mm, observada em Fevereiro/2018. Produto gerado pela RPCH
com dados do NCEP3.
A Figura 2 representa a climatologia mensal (A), precipitação observada (B) e o desvio de
precipitação (C) para o mês de fevereiro de 2018.
Em boa parte das regiões Norte e Nordeste do Brasil, há desvio positivo de chuva. Dando
destaque para o Estado do Pará, nota-se na figura B, registro de chuva mensal superior a 500 mm
sobre os municípios: Belém, Barcarena, Conceição do Araguaia, Pau D´Arco e Redenção. No
extremo da Região da Calha Norte, o índice pluviométrico mensal observado foi baixo, com valores
entre 10 mm a 100 mm.
Reportando-se ao desvio de precipitação, nota-se em boa parte do estado paraense categoria
de chuva Acima da normalidade esperada. Durante o mês de fevereiro o bom regime pluviométrico
foi favorecido pela atuação da ZCIT de forma direta e indireta na porção Norte, pelo
posicionamento dos sistemas de ZCAS e ZCOU na porção Sul. Além disso, as chuvas decorreram
também pelo processo de convecção amazônica. E por fim, nos dias 3 e 4 de fevereiro, as chuvas
fortes que ocorreram na porção Norte foi provocada pela interação da ZCIT com um ramo de ramo
de sistema frontal oriundo do Hemisfério Norte.
3National Centers for Environmental Prediction
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade
Diretoria de Meteorologia e Hidrologia - SEMAS/PA
http://www.semas.pa.gov.br/
Figura 02. Climatologia (A), Precipitação acumulada (B) e desvio de precipitação para o mês de fevereiro.
Produto gerado pelo RPCH (Rede Estadual de Previsão Climática e Hidrometeorológica).
3. SITUAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE FOCOS DE QUEIMADAS EM FEVEREIRO DE 2018
Durante o mês de fevereiro o satélite de referência (AQUA_M-T) detectou apenas 46 focos
de queimadas sobre o estado do Pará, sendo 27 focos em área de floresta densa e 19 em áreas com
características de agricultura, pastagem, urbana, etc...
Reportando-se ao banco de dados da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade
(SEMAS), o numero de focos de queimadas durante o mês de fevereiro ficou abaixo da
normalidade para época, que é de aproximadamente de 90 focos.
Na figura abaixo, estão representados a distribuição espacial dos focos, além da relação dos
15 municípios que mais apresentaram focos de queimadas. Podemos destacar os municípios de
Monte Alegre com 14 focos.
A) B) C)
A) B) C)
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade
Diretoria de Meteorologia e Hidrologia - SEMAS/PA
http://www.semas.pa.gov.br/
Figura 3: Distribuição de focos de calor no Pará em fevereiro de 2018 (Fonte: INPE – SEMAS/PA).
3.1. SITUAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE FOCOS DE QUEIMADAS EM ÁREAS PROTEGIDAS
A Figura 4 mostra o mapa de focos de calor detectados em áreas protegidas no Estado do
Pará (Unidades de Conservação Federal – UCs Federal, Unidades de Conservação Estadual – Ucs
Estadual e Terras Indígenas - TIs). Foram detectados apenas 5 focos de queimadas em áreas
protegidas, distribuídos na seguinte forma: 1 foco em UCs Estadual, 1 foco em UCs Federal e 3
focos em TI.
Reportando-se a UCs Estadual e Federal, foram registrados focos de calor sobre APA Paytuna e Rex
Tapajós-Arapiuns. Já na sobre TI foi registrado focos de calor em Coyabi, Cachoeira Seca e Parque do
Tumucumaque.
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade
Diretoria de Meteorologia e Hidrologia - SEMAS/PA
http://www.semas.pa.gov.br/
Figura 4: Focos de calor em unidades de conservação (áreas protegidas) em fevereiro de 2018 (Fonte: INPE
– SEMAS/PA).
Figura 03: Quantidade de focos em áreas protegidas durante o mês de fevereiro. (Fonte: INPE-SEMAS/PA).
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade
Diretoria de Meteorologia e Hidrologia - SEMAS/PA
http://www.semas.pa.gov.br/
Nota 1: A equipe de Monitoramento da Diretoria de Meteorologia e Hidrologia - SEMAS/PA utiliza os focos de calor
detectados pelo satélite referência como dados oficiais. Para outras informações, inclusive estatísticas, consultem a
página do INPE no seguinte endereço: http://sigma.cptec.inpe.br/queimadas/
Nota 2: Queimadas provocadas em florestas é considerado um crime ambiental. Conforme consta no artigo 50 do
Decreto Federal 6.514/2008 incorre em infração destruir ou danificar florestas ou qualquer tipo de vegetação nativa
ou de espécies plantadas sem autorização ou licença da autoridade ambiental competente, resultando em multas a
partir de R$ 5.000,00 por hectare. Também enquadra-se nos incisos I e IV da Lei Estadual nº 5.887/1995 e está em
consonância com artigo 70, parágrafo 1º da Lei de Crimes Ambientais (nº 9605/1998).
Nota 3: O Produtor rural que necessitar recorrer à queimada como forma de supressão vegetal deverá seguir a
Instrução Normativa nº 08/2015, disponível no Site da SEMAS. https://www.semas.pa.gov.br/2015/11/03/instrucao-
normativa-no-08-de-28-de-outubro-de-2015/.