boletim sífilis 2019 especial - ministério da...
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Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Out. 2019
Sífilis | 2019
Boletim Epidemiológico
Boletim EpidemiológicoSecretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
Número Especial | Out. 2019
Sífilis | 2019
©1969. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.
Boletim Epidemiológico de SífilisAno V – n0 01
Tiragem: 1000Ministério da SaúdeSecretaria de Vigilância em SaúdeDepartamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis – DCCISRTVN, Quadra 701, lote D, Edifício PO700, 50 andarCEP: 70719-040 – Brasília/DF
Disque Saúde – 136e-mail: [email protected]: www.aids.gov.br
Organização e colaboraçãoGerson Fernando Mendes PereiraAngélica Espinosa Barbosa MirandaAlessandro Ricardo Caruso da CunhaFlavia Kelli Alvarenga PintoRachel Abrahão RibeiroRonaldo de Almeida Coelho
Revisão ortográficaAngela Gasperin Martinazzo (DCCI/SVS)
Projeto gráfico/Diagramação Fred Lobo, Sabrina Lopes (GAB/SVS)Marcos Cleuton de Oliveira (DCCI/SVS)
ISSN 2358-9450
Número Especial | Out. 2019
Boletim Epidemiológico EspecialSecretaria de Vigilância em SaúdeMinistério da Saúde
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A presente edição do Boletim Epidemiológico de Sífilis, do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde (MS), foi produzida com o propósito de promover a disponibilidade de dados básicos, indicadores e análises sobre as tendências da sífilis no país, visando aperfeiçoar a capacidade de formulação, gestão e avaliação de políticas e ações públicas.
Em essência, o conteúdo do Boletim Epidemiológico busca refletir algumas das principais características da epidemiologia da sífilis no Brasil, nos vinte e seis estados e no Distrito Federal, assim como na agregação por regiões. Apresenta três grandes grupos de informações: casos de sífilis adquirida, casos de sífilis em gestantes e casos de sífilis congênita, notificados até 30 de junho de 2018 no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e transferidos das Secretarias Estaduais de Saúde ao Setor de Produção do Departamento de Informática do SUS (Datasus), do Ministério da Saúde.
O Boletim também apresenta dados de mortalidade perinatal por sífilis congênita, obtidos por meio do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), e inclui uma seção intitulada “Indicadores Epidemiológicos e Operacionais para o Monitoramento da Sífilis”, com o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento permanente da produção de dados.
Para o DCCI, é essencial expandir e facilitar o acesso às informações. Nesse sentido, para fornecer uma imagem mais completa da atual situação da sífilis em todo o país, os dados deste Boletim também constam do Painel de Indicadores Epidemiológicos dos 5.570 municípios brasileiros, disponível na página www.aids.gov.br/indicadores. Esse painel apresenta a distribuição municipal de 18 indicadores epidemiológicos e operacionais de sífilis, visando melhorar a qualidade e tempestividade das tomadas de decisão realizadas por diferentes instâncias de gestão.
Por fim, espera-se que o presente Boletim auxilie a disseminação de informações, como uma das bases da construção de uma saúde coletiva que se vale das evidências geradas a partir da prática da epidemiologia em serviço.
Editorial
Figura 1 – Taxa de detecção de sífilis adquirida (por 100.000 habitantes), taxa de detecção de sífilis em gestantes e taxa de incidência de sífilis congênita (por 1.000 nascidos vivos), segundo ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2018 ............................................................................................................................................... 13Figura 2 – Taxa de detecção de sífilis em gestantes e taxa de incidência de sífilis congênita por 1.000 nascidos vivos, segundo região. Brasil, 2018 ................................................................................................... 14Figura 3 – Taxa de detecção de sífilis em gestantes e taxa de incidência de sífilis congênita por 1.000 nascidos vivos, segundo UF. Brasil, 2018 .......................................................................................................... 15Figura 4 – Taxa de detecção de sífilis em gestantes e taxa de incidência de sífilis congênita por 1.000 nascidos vivos, segundo capitais. Brasil, 2018 ................................................................................................ 15Figura 5 – Taxa de detecção (por 100.000 habitantes) de sífilis adquirida, segundo região de residência por ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2018 .................................................................................................. 16Figura 6 – Taxas de detecção de sífilis adquirida (por 100.000 habitantes) segundo UF e capitais.Brasil, 2018 .....................................................................................................................................................................................17Figura 7 – Taxa de detecção de sífilis adquirida (por 100.000 habitantes) segundo faixa etária. Brasil, 2010-2018 ..........................................................................................................................................................................18Figura 8 – Distribuição proporcional de casos de sífilis adquirida e sífilis em gestante, segundo sexo erazão de sexos por ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2018 ........................................................................................ 19Figura 9 – Distribuição proporcional de casos de sífilis adquirida segundo raça/cor e ano de diagnóstico. Brasil, 2010-2018 ................................................................................................................................................ 19Figura 10 – Distribuição proporcional de casos de sífilis adquirida segundo escolaridade e ano de diagnóstico. Brasil, 2010-2018 ..........................................................................................................................................20Figura 11 – Taxa de detecção de sífilis em gestantes (por 1.000 nascidos vivos) por região e anode diagnóstico. Brasil, 2008 a 2018 ........................................................................................................................................ 21Figura 12 – Taxas de detecção de sífilis em gestantes (por 1.000 nascidos vivos) segundo UF e capitais. Brasil, 2018 ............................................................................................................................................................... 22Figura 13 – Idade gestacional no momento do diagnóstico de sífilis, segundo região de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2014 a 2018 ......................................................................................................................................... 22Figura 14 – Distribuição proporcional de sífilis em gestantes com tratamento prescrito com penicilina (ao menos uma dose) e prescrito conforme classificação clínica, segundo UF. Brasil, 2018 ..............................23Figura 15 – Taxa de incidência de sífilis congênita em menores de 1 ano de idade (por 1.000 nascidos vivos) por região de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2008 a 2018 .......................24Figura 16 – Taxas de incidência de sífilis congênita (por 1.000 nascidos vivos) segundo UF e capital. Brasil, 2018 ..................................................................................................................................................................................... 25Figura 17 – Distribuição proporcional de casos de sífilis congênita por tipo de desfecho desfavorávelsegundo ano de diagnóstico. Brasil, 2008 a 2018 ..............................................................................................................26Figura 18 – Coeficiente de mortalidade infantil por sífilis congênita (por 100.000 nascidos vivos) segundo região de residência. Brasil, 2008 a 2018 ............................................................................................................................. 27Figura 19 – Coeficiente de mortalidade infantil por sífilis congênita (por 100.000 nascidos vivos) segundo UF residência. Brasil, 2018 ....................................................................................................................................................... 28
Lista de figuras
Tabela 1 – Nascidos vivos em 2017, casos e taxas de sífilis adquirida, sífilis em gestantes e sífilis congênita
e óbitos por sífilis congênita, segundo região, Unidade da Federação e Brasil, 2018 ........................................................ 12
Tabela 2 – Casos e taxa de detecção (por 100.000 habitantes) de sífilis adquirida segundo UF e região
de residência por ano de diagnóstico. Brasil, 2010-2019 ............................................................................................................. 29
Tabela 3 – Casos de sífilis adquirida segundo sexo, faixa etária, escolaridade e raça por ano de diagnóstico.
Brasil, 2010-2019 ......................................................................................................................................................................................30
Tabela 4 – Casos e taxa de detecção (por 1.000 nascidos vivos) de gestantes com sífilis segundo UF e região
de residência por ano de diagnóstico. Brasil, 2005-2019 .............................................................................................................31
Tabela 5 – Casos de gestantes com sífilis segundo idade gestacional, faixa etária, escolaridade e raça por
ano de diagnóstico. Brasil, 2005-2019 ............................................................................................................................................... 32
Tabela 6 – Casos de gestantes com sífilis segundo UF de residência, esquema de tratamento prescrito
e ano de diagnóstico. Brasil, 2016 a 2018 .......................................................................................................................................... 33
Tabela 7 – Casos de gestantes com sífilis segundo classificação clínica e ano de diagnóstico. Brasil, 2007 a 2019 ............34
Tabela 8 – Casos notificados de sífilis congênita em menores de um ano de idade (número e taxa de incidência
por 1.000 nascidos vivos), segundo UF e região de residência por ano de diagnóstico. Brasil, 1998-2019 .................. 35
Tabela 9 – Casos notificados de sífilis congênita (número e percentual), segundo características dos casos
por ano de diagnóstico. Brasil, 1998-2019 .......................................................................................................................................36
Tabela 10 – Casos notificados de sífilis congênita (número e percentual), segundo variáveis selecionadas
por ano de diagnóstico. Brasil, 1998-2019 ....................................................................................................................................... 37
Tabela 11 – Óbitos por sífilis congênita em menores de 1 ano (número e coeficiente por 100.000 nascidos vivos), segundo UF e região de residência por ano. Brasil, 1998-2018 .................................................................................................38
Lista de tabelas
Sumário
Introdução .......................................................................................................................................................................... 9
Situação epidemiológica da sífilis no Brasil ........................................................................................................... 10
Sífilis adquirida ............................................................................................................................................................... 16
Sífilis em gestantes ........................................................................................................................................................ 20
Sífilis congênita ............................................................................................................................................................... 24
Tabelas .............................................................................................................................................................................. 29
Apêndice – Indicadores epidemiológicos e operacionais para o monitoramento da sífilis ...................... 39
Anexo – Nota Informativa nº 2, de 19 de setembro de 2017 .................................................................................40
9
Introdução
As infecções sexualmente transmissíveis (IST) são consideradas um problema de saúde pública e estão entre as patologias transmissíveis mais comuns, afetando a saúde e a vida das pessoas em todo o mundo. As IST têm um impacto direto sobre a saúde reprodutiva e infantil, porquanto acarretam infertilidade e complicações na gravidez e no parto, além de causar morte fetal e agravos à saúde da criança. Elas também têm um impacto indireto na facilitação da transmissão sexual do vírus da imunodeficiência humana (HIV).
Em maio de 2016, a Assembleia Mundial de Saúde adotou a estratégia 2016–2021 do setor global de saúde para as IST1. Essa estratégia inclui a expansão de intervenções e serviços baseados em evidências para controlar as IST e diminuir seu impacto como problema de saúde pública até 2030. A estratégia definiu metas para a redução na incidência de gonorreia e sífilis em adultos e recomendou a realização de levantamento de incidências globais de IST até 2018.
Com base nos dados de prevalência de 2009 a 2016, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou o total de casos incidentes de IST curáveis em 376,4 milhões, entre os quais 127,2 milhões (95% IC: 95,1-165,9 milhões) de casos de clamídia, 86,9 milhões (95% IC: 58,6-123,4 milhões) de casos de gonorreia, 156,0 milhões (95% IC: 103,4-231,2 milhões) de casos de tricomoníase e 6,3 milhões (95% IC: 5,5-7,1 milhões) de casos de sífilis. A prevalência global estimada de sífilis, em homens e mulheres, foi de 0,5% (95% IC: 0,4-0,6), com valores regionais variando de 0,1 a 1,6%2.
Ainda segundo a OMS, a situação da sífilis no Brasil não é diferente da de outros países. Os números de casos
da infecção são preocupantes e a infecção precisa ser controlada. Neste novo Boletim Epidemiológico, pode-se observar que a sífilis adquirida, agravo de notificação compulsória desde 2010, teve sua taxa de detecção aumentada de 59,1 casos por 100.000 habitantes, em 2017, para 75,8 casos por 100.000 habitantes, em 2018. Também em 2018, a taxa de detecção de sífilis em gestantes foi de 21,4/1.000 nascidos vivos, a taxa de incidência de sífilis congênita foi de 9,0/1.000 nascidos vivos e taxa de mortalidade por sífilis congênita foi de 8,2/100.000 nascidos vivos. Entretanto, apesar do aumento de casos notificados, nenhuma Unidade da Federação (UF) apresentou taxa de incidência de sífilis congênita mais elevada que a taxa de detecção de sífilis em gestantes, o que pode refletir a melhora da notificação dos casos de sífilis em gestantes no país.
O Ministério da Saúde vem executando diversas estratégias de abrangência nacional para o controle da sífilis no país, entre as quais: compra centralizada e distribuição de insumos de diagnóstico e tratamento (testes rápidos, penicilina benzatina e cristalina); desenvolvimento de instrumentos de disseminação de informação estratégica aos gestores, auxiliando a tomada de decisão; instrumentalização de salas de situação em todos os estados e no Distrito Federal; realização de Campanha Nacional de Prevenção; e desenvolvimento de estudos e pesquisas voltados para o enfrentamento da sífilis no SUS.
Conforme citado no Editorial, o presente Boletim traz dados de sífilis adquirida, sífilis em gestantes e sífilis congênita e sua ampla divulgação subsidia a tomada de decisões e a programação das ações em saúde.
1 World Health Organization. Global health sector strategy on sexually transmitted infections, 2016-2021: Towards ending STIs. Report No.: WHO/RHR/16.09. Geneva: WHO; jun. 2016. Disponível em: https://www.who.int/reproductivehealth/publications/rtis/ghss-stis/en/. Acesso em: 1 out. 2019.2 Rowley J, Vander Hoorn S, Korenromp E, et al. Chlamydia, gonorrhoea, trichomoniasis and syphilis: global prevalence and incidence estimates, 2 2016. Bull World Health Organ. 2019; 97(8): 548-562P. Disponível em: https://www.who.int/bulletin/volumes/97/8/18-228486/en/. Acesso em: 1 out. 2019.
Situação epidemiológica da sífilis no Brasil
11
A notificação compulsória de sífilis congênita em todo o território nacional foi instituída por meio da Portaria nº 542, de 22 de dezembro de 1986; a de sífilis em gestantes, mediante a Portaria nº 33, de 14 de julho de 2005; e, por último, a de sífilis adquirida, por intermédio da Portaria nº 2.472, de 31 de agosto de 2010. Atualmente, a portaria vigente que define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional e dá outras providências é a Portaria de Consolidação nº 4, de 28 de setembro de 20173.
A Tabela 1, reproduzida a seguir, apresenta os seguintes dados: 1) número de casos e distribuição proporcional de nascidos vivos em 2017 no Brasil, regiões e UF; 2) número de casos, distribuição proporcional e taxa de
detecção de sífilis adquirida em 2018 no Brasil, regiões e UF; 3) número de casos, distribuição proporcional e taxa de detecção de sífilis em gestantes em 2018 no Brasil, regiões e UF; 4) número de casos, distribuição proporcional e taxa de incidência de sífilis congênita em 2018 no Brasil, regiões e UF; e 5) número de casos, distribuição proporcional e taxa de mortalidade por sífilis congênita em 2018 no Brasil, regiões e UF.
Em 2018, foram notificados no Sinan 158.051 casos de sífilis adquirida (taxa de detecção de 75,8 casos/100.000 habitantes); 62.599 casos de sífilis em gestantes (taxa de detecção de 21,4/1.000 nascidos vivos); 26.219 casos de sífilis congênita (taxa de incidência de 9,0/1.000 nascidos vivos); e 241 óbitos por sífilis congênita (taxa de mortalidade de 8,2/100.000 nascidos vivos).
3 Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0004_03_10_2017.html. Acesso em: 1 out. 2019.
12
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial |Out. 2019
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13
Na Figura 1, observa-se a evolução das taxas de sífilis de 2010 a 2018. Nesse período, verifica-se que a taxa de incidência de sífilis congênita aumentou 3,8 vezes, passando de 2,4 para 9,0 casos por mil nascidos vivos, e a taxa de detecção de sífilis em gestantes aumentou 6,1 vezes, passando de 3,5 para 21,4 casos por mil nascidos vivos.
A sífilis adquirida, agravo de notificação compulsória desde 2010, teve sua taxa de detecção aumentada de 34,1 casos por 100.000 habitantes em 2015 para 75,8 casos por 100.000 habitantes em 2018.
Em 2018, em comparação com o ano de 2017, observou-se aumento 25,7% na taxa de detecção em gestantes e de 5,2% na incidência de sífilis congênita. Em parte, o aumento observado na detecção de sífilis em gestantes pode ser atribuído à mudança no critério de definição de casos para fins de vigilância, que o tornou mais sensível, enquanto o aumento menos acentuado de sífilis congênita pode ser atribuído ao novo critério mais específico.
Houve também aumento de 28,3% na detecção de sífilis adquirida, que passou de 59,1 para 75,8 casos/100.000 habitantes.
FIGURA 1 Taxa de detecção de sífilis adquirida (por 100.000 habitantes), taxa de detecção de sífilis em gestantes e taxa de incidência de sífilis congênita (por 1.000 nascidos vivos), segundo ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2018
2,1
9,5
14,5
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25,1
34,1
44,5
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3,5 4,7 5,7 7,28,9
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17,0
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2,4 3,3 4,0 4,8 5,5 6,5 7,4 8,5 9,0
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
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2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Taxa
Ano do diagnós�coAdquirida Gestante Congênita
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2019.
Na Figura 2, observam-se as taxas detecção de sífilis em gestantes e de incidência de sífilis congênita por 1.000 nascidos vivos, segundo região e taxas do país. Em relação à sífilis em gestantes, observa-se que o Sudeste
e o Sul apresentam taxas de detecção superiores à do Brasil. Quanto à sífilis congênita, as regiões com taxas maiores que a nacional são o Nordeste e o Sudeste (Figura 2, Tabelas 4 e 8).
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial |Out. 2019
Na Figura 3, observam-se as taxas detecção de sífilis em gestantes e de incidência de sífilis congênita por 1.000 nascidos vivos, segundo UF e taxas do país. Em relação à sífilis em gestantes, observa-se que os estados do Rio de Janeiro, Acre, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Tocantins, Santa Catarina e Pernambuco apresentam taxas de detecção superiores à do Brasil. Quanto à sífilis congênita, os estados com taxas maiores que a média nacional são Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Tocantins, Pernambuco, Amazonas, Sergipe, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí (Figura 3, Tabelas 4 e 8).
Verifica-se também que nenhuma UF apresenta taxa de incidência de sífilis congênita mais elevada que a taxa de detecção de sífilis em gestantes (Figura 3, Tabelas 6 e 8). Em 2016, havia cinco estados e em 2017 dois estados com taxas de incidência de sífilis congênita maiores que as taxas de detecção de sífilis em gestantes.
A Figura 4 apresenta as taxas de detecção de sífilis em gestantes e de incidência de sífilis congênita por 1.000 nascidos vivos, segundo capital, e as taxas do país. Também se nota que nenhuma capital apresentou, em 2018, taxa de incidência de sífilis congênita mais elevada que a taxa de detecção de sífilis em gestantes (Figura 4). Em 2017, Recife, Natal, Fortaleza, João Pessoa, Porto Alegre, Teresina, Maceió e Aracaju mostravam taxas de sífilis congênita maiores que as de sífilis em gestantes.
Em relação à sífilis congênita, observa-se que Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Porto Alegre, Florianópolis, Palmas, Manaus, Maceió, São Luís, Natal, Teresina, Fortaleza, Belo Horizonte, João Pessoa e Porto Velho apresentaram taxas de incidência superiores à do Brasil (Figura 4).
18,1 18,0
24,4
23,0
20,3
7,1
9,6 9,78,9
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0,0
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Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Taxa
x 1
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Síf. Gestante Síf. Congênita Brasil Gestante Brasil Congênita
Brasil 21,4
Brasil 9,0
FIGURA 2 Taxa de detecção de sífilis em gestantes e taxa de incidência de sífilis congênita por 1.000 nascidos vivos, segundo região.BRASIL, 2018
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2019.
15
Brasil 21,4
Brasil 9,0
0,0
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30,0
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Síf. Gestante Síf. Congênita Brasil Gestante Brasil Congênita
FIGURA 3 Taxa de detecção de sífilis em gestantes e taxa de incidência de sífilis congênita por 1.000 nascidos vivos, segundo UF. Brasil, 2018
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2019.
Brasil 21,4
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Síf. Gestante Síf. Congênita Brasil Gestante Brasil Congênita
FIGURA 4 Taxa de detecção de sífilis em gestantes e taxa de incidência de sífilis congênita por 1.000 nascidos vivos, segundo capitais. Brasil, 2018
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2019.
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No Brasil, a população mais afetada pela sífilis são as mulheres, principalmente as negras e jovens, na faixa etária de 20 a 29 anos. Somente esse grupo representou 13,8% de todos os casos de sífilis adquirida e em
gestantes notificados em 2018. Na comparação por sexo, em 2018, as mulheres de 20 a 29 anos alcançaram 24,4% do total de casos notificados, enquanto os homens nessa mesma faixa etária representaram apenas 16,1%.
Sífilis adquirida
No período de 2010 a junho de 2019, foram notificados no Sinan um total de 650.258 casos de sífilis adquirida, dos quais 53,5% ocorreram na Região Sudeste, 22,1% no Sul, 12,9% no Nordeste, 6,5% no Centro-Oeste e 4,9% no Norte (Tabela 2).
Em 2018, o número total de casos notificados no Brasil foi de 158.051. Na estratificação por regiões, observaram-se 71.842 (45,5%) casos notificados na Região Sudeste, 36.808 (23,3%) na Região Sul, 26.644 (16,9%) na Região Nordeste, 12.855 (8,1%) na Região Centro-Oeste e 9.890 (6,3%) na Região Norte (Tabela 2).
0
20
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2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Taxa
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Ano do diagnós�co
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Entre 2017 e 2018, verificou-se que o Brasil e regiões apresentaram crescimento em suas taxas de detecção de sífilis adquirida. No país, o aumento foi de 28,3% (de 59,1 para 75,8 casos por 100.000 hab.). Além disso, o incremento foi de 59,3% na Região Norte (de 34,1 para 54,4 casos por 100.000 hab.), 71,1% no Nordeste (de 27,4 para 46,9 casos por 100.000 hab.), 12,2% no Sudeste (de 73,0 para 81,9 casos por 100.000 hab.), 24,9% no Sul (de 99,1 para 123,7 casos por 100.000 hab.) e 58,9% no Centro-Oeste (de 50,3 para 79,9 casos por 100.000 hab.), conforme a Figura 5 e a Tabela 2.
FIGURA 5 Taxa de detecção (por 100.000 habitantes) de sífilis adquirida, segundo região de residência por ano de diagnóstico. BRASIL, 2010 A 2018
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2019.
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Quanto às UF, em 2018, a taxa de detecção mais elevada foi observada em Santa Catarina (164,1 casos/100.000 hab.) e a mais baixa em Alagoas (16,1 casos/100.000 hab.), conforme a Figura 6 e Tabela 2. Além de Santa Catarina, dez estados apresentaram taxas de detecção superiores à taxa média nacional: Mato Grosso do Sul (163,0 casos/100.000 hab.), Rio Grande do Sul (134,8 casos/100.000 hab.), Espírito Santo (114,1 casos/100.000 hab.), Roraima (111,3 casos/100.000 hab.), Rio de Janeiro (90,5 casos/100.000 hab.), Paraná (87,5 casos/100.000 hab.), Tocantins (83,1 casos/100.000 hab.), São Paulo (82,1 casos/100.000 hab.), Amazonas (81,5 casos/100.000 hab.) e Pernambuco (79,6 casos/100.000 hab.), de acordo com a Figura 6 e a Tabela 2.
Com relação às capitais, 16 delas apresentaram taxa de detecção mais elevada que a nacional: Florianópolis (307,1 casos/100.000 hab.), Campo Grande (282,4/100.000 hab.), Vitória (166,1/100.000 hab.), Porto Alegre (165,8/100.000 hab.), Curitiba (163,9/100.000 hab.), Boa Vista (145,2 casos/100.000 hab.), Belo Horizonte (129,8/100.000 hab.), Recife (127,4 casos/100.000 hab.), São Paulo (126,6/100.000 hab.), Palmas (125,7/100.000 hab.), Salvador (122,7/100.000 hab.), João Pessoa (109,8/100.000 hab.), Cuiabá (108,5 casos/100.000 hab.), Rio de Janeiro (105,9/100.000 hab.), Goiânia (95,5 casos/100.000 hab.) e Manaus (89,8/100.000 hab.), conforme a Figura 6.
Brasil 75,8
0
50
100
150
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SC MS RS ES RR RJ PR TO SP AM PE GO MG RO BA DF AC AP MT
RN PB SE PA CE MA PI AL
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UF Capital Brasil
FIGURA 6 Taxas de detecção de sífilis adquirida (por 100.000 habitantes) segundo UF e capitais. Brasil, 2018
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2019.
Em 2018, a maior parte das notificações de sífilis adquirida ocorreu em indivíduos entre 20 e 29 anos (35,1%), seguidos por aqueles na faixa entre 30 e 39 anos de idade (21,5%), conforme a Tabela 3.
A Figura 7 apresenta as taxas de detecção de sífilis adquirida segundo faixa etária, no período de 2010 a
2018. Observa-se um incremento na taxa de detecção para todas as faixas etárias, ressaltando a tendência mais acentuada de aumento na faixa etária de 20 a 29 anos, que em 2018 contabilizou 163,3 casos por 100.000 habitantes.
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A Figura 8 apresenta os casos notificados de sífilis adquirida em homens e mulheres, incluindo os casos notificados em gestantes e razão de sexos por ano de diagnóstico no Brasil, de 2010 a 2018. Quando analisada a série histórica de casos notificados de sífilis, observa-se que 347.064 (40,6%) ocorreram em homens e 506.873 (59,4%) em mulheres; destas, 235.664 (46,5%) foram notificadas como sífilis adquirida e 271.209 (53,5%) como sífilis em gestante.
Em 2010, a razão de sexos (M:F) era de 0,2 (dois casos em homens para cada dez casos em mulheres); em 2018, foi de 0,7 (sete casos em homens para cada dez casos em mulheres), razão que vem se mantendo estável desde 2014, conforme a Figura 8 e a Tabela 3.
No ano de 2018, em 36,5% das notificações, a informação sobre escolaridade foi preenchida como “ignorada” ou
não houve preenchimento do campo. Entre os casos informados, 1,2% eram analfabetos, 20,0% não possuíam o ensino fundamental completo, 16,9% possuíam o fundamental completo ou médio incompleto e 24,9% possuíam pelo menos o ensino médio completo, conforme a Tabela 3.
Quanto à raça/cor, observou-se uma melhora no preenchimento dessa informação: em 2010, 34,0% tinham a informação ignorada, percentual este que foi reduzido para 15,1%, em 2018. Nesse ano, a maior parte das pessoas notificadas eram pardas (36,8%), seguidas de brancas (36,2%) e pretas (10,3%); considerando-se pardos e pretos, o percentual foi de 47,1%. Em toda a série histórica, a notificação de indivíduos de raça/cor amarela e indígena separadamente não ultrapassou 1% dos casos, conforme a Figura 9 e a Tabela 3.
0,0
20,0
40,0
60,0
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2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
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<13 anos 13 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 anos ou mais
FIGURA 7 Taxa de detecção de sífilis adquirida (por 100.000 habitantes) segundo faixa etária. Brasil, 2010-2018
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2019.
19
17,6
34,4 38,5 39,0 39,5 40,9 41,8 41,7 42,6
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0,7 0,7 0,7
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2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
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Ano do diagnós�co
Masculino Feminino - Adquirida Feminino - Gestante Razão de sexos
FIGURA 8 Distribuição proporcional de casos de sífilis adquirida e sífilis em gestante,, segundo sexo e razão de sexos por ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2018
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2019.
30,638,8 38,7 39,3 39,8 39,8 38,3 38,3 36,2
8,6
9,1 9,3 8,9 9,2 9,2 9,4 9,7 10,3
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31,2 30,7 31,5 32,1 31,2 33,3 34,5 36,80,6
0,5 0,5
0,5 0,6 0,6 0,60,8
0,9
0,9
0,7 0,50,4 0,4 0,4 0,5 0,5
0,734,1
19,7 20,2 19,3 17,9 18,8 17,8 16,1 15,1
0
10
20
30
40
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80
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100
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018Ano de diagnós�co
Branca Preta Parda Amarela Indígena Ignorado
Perc
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FIGURA 9 Distribuição proporcional de casos de sífilis adquirida segundo raça/cor e ano de diagnóstico. Brasil, 2010-2018
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2019.
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial |Out. 2019
Com relação à escolaridade, observou-se pequena redução no percentual de casos em indivíduos analfabetos ou com ensino fundamental incompleto e aumento no percentual de casos em indivíduos com ensino fundamental ou com médio completo.
Entretanto, as informações relativas à escolaridade ainda possuem déficit de preenchimento na ficha de notificação: em 2018, 36,5% das fichas apresentaram essa informação ignorada e em 0,6% dos casos a variável não se aplica, conforme a Figura 10 e a Tabela 3.
1,4 1,6 1,4 1,4 1,3 1,2 1,2 1,1 1,2 1,0
20,626,9 26,0 25,0 24,2 21,9 21,2 20,6 20,0 18,8
12,7
15,8 15,2 15,7 15,916,3 16,1 16,5 16,9 17,0
12,5
16,0 18,3 18,4 19,0 19,5 19,9 20,2 21,1 22,52,8
3,1 3,8 3,6 4,0 3,8 3,7 3,8 3,8 4,1
50,0
36,6 35,4 36,0 35,7 37,3 38,0 37,7 37,1 36,5
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Analfabeto Fundamental incompleto Fundamental completo Médio completo Superior completo Não se aplica/Ignorado
FIGURA 10 Distribuição proporcional de casos de sífilis adquirida segundo escolaridade e ano de diagnóstico. Brasil, 2010-2018
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2019.
Sífilis em gestantes
No período de 2005 a junho de 2019, foram notificados no Sinan 324.321 casos de sífilis em gestantes, dos quais 45,0% eram residentes na Região Sudeste, 21,0% na Região Nordeste, 14,7% na Região Sul, 10,4% na Região Norte e 8,9% na Região Centro-Oeste.
Em 2018, o número total de casos notificados no Brasil foi de 62.599 (25,7% mais casos que no ano anterior), dos quais 28.103 (44,9%) eram residentes no Sudeste, 14.705 (23,5%) no Nordeste, 9.153 (14,6%) no Sul, 5.675 (9,1%) no Norte e 4.953 (7,9%) no Centro-Oeste.
De 2017 para 2018, o número de notificações apresentou aumento em todas as regiões, com destaque para o incremento de 59,6% na Região Nordeste, conforme a
Tabela 4. Esse aumento pode ser atribuído, em parte, à mudança no critério de definição de casos, que passou a considerar a notificação durante o pré-natal, parto e puerpério a partir de outubro de 2017.
Em 2018, no Brasil, observou-se uma taxa de detecção de 21,4 casos de sífilis em gestantes/1.000 nascidos vivos (25,7% superior à taxa observada no ano anterior). As taxas de detecção das regiões Sudeste (24,4/1.000 nascidos vivos) e Sul (23,0/1.000 nascidos vivos) foram superiores à nacional. No último ano, constata-se que as regiões Nordeste e Centro-Oeste apresentaram os maiores aumentos em suas taxas de detecção, e a Região Sul foi a que apresentou o menor incremento, conforme a Figura 11 e a Tabela 4.
21
Ainda em relação às UF, a taxa de detecção mais elevada, em 2018, foi observada no Rio de Janeiro (41,4 casos/1.000 nascidos vivos, com incremento de 16,3% em relação ao ano anterior), e a mais baixa no Distrito Federal (12,2 casos/1.000 nascidos vivos, com incremento de 38,3% na comparação com 2017). Oito estados brasileiros apresentaram taxa de detecção em gestantes acima da taxa nacional: Rio de Janeiro (41,4/1.000), Acre (37,8/1.000), Mato Grosso do Sul (36,2/1.000), Espírito Santo (32,0/1.000), Rio Grande do Sul (28,6/1.000), Tocantins (25,1/1.000), Santa Catarina (23,1/1.000) e Pernambuco (22,1/1.000). Com exceção de Pernambuco, todos os estados da Região Nordeste apresentaram taxas abaixo da média nacional, conforme a Figura 12 e a Tabela 4.
Com relação às capitais, Rio Branco, Rio de Janeiro, Campo Grande, Vitória, Recife, Salvador, Porto Alegre, Florianópolis, Palmas, Manaus, São Paulo, Maceió, São Luís, Natal, Teresina, Fortaleza, Belo Horizonte e Boa Vista apresentaram as maiores taxas de detecção de sífilis em gestantes em 2018, todas superiores à taxa nacional, com destaque para as taxas de Rio Branco
(56,8 casos/1.000 nascidos vivos), do Rio de Janeiro (51,5 casos/1.000 nascidos vivos) e de Campo Grande (48,0 casos/1.000 nascidos vivos), conforme a Figura 12.
Quando analisada a idade gestacional de detecção de sífilis em gestantes, observou-se que, em 2018, a maior proporção das mulheres (39,0%) foi diagnosticada no primeiro trimestre, ao passo que 25,2% representaram diagnósticos realizados no segundo trimestre e 29,6% no terceiro trimestre. Ressalte-se que vem ocorrendo melhora no preenchimento dessa informação nas fichas de notificação: a opção “idade gestacional ignorada”, que era preenchida em 8,7% dos casos notificados em 2008, caiu para 5,8% no ano de 2018, conforme a Tabela 5.
Quando observado o diagnóstico de sífilis em gestantes segundo idade gestacional por regiões, no ano de 2018, nota-se que o diagnóstico no primeiro trimestre ocorre com maior proporção nas regiões Sul (50,2%) e Sudeste (44,7%), e com menor proporção nas regiões Nordeste (25,9%) e Norte (28,3%). Todas as regiões nos últimos cinco anos vêm apresentando aumento do diagnóstico da sífilis no primeiro trimestre da gestação, conforme a Figura 13.
0,0
5,0
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2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
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Ano do diagnós�co
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
FIGURA 11 Taxa de detecção de sífilis em gestantes (por 1.000 nascidos vivos) por região e ano de diagnóstico. Brasil, 2008 a 2018
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2019.
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial |Out. 2019
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30,0
40,0
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60,0
AC RJ MS ES PE BA RS SC TO AM SP AL MA RN PI CE MG RR GO PB PR MT AP SE RO PA DF
Taxa
de
dete
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cido
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UF Capital Brasil
Brasil 21,4
FIGURA 12 Taxas de detecção de sífilis em gestantes (por 1.000 nascidos vivos) segundo UF e capitais. Brasil, 2018
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2019.
17,2
%
18,2
%
23,1
%
25,3
%
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% 34,1
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2014 2015 2016 2017 2018 2014 2015 2016 2017 2018 2014 2015 2016 2017 2018 2014 2015 2016 2017 2018 2014 2015 2016 2017 2018
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre Idade gestacional ignorada
FIGURA 13 Idade gestacional no momento do diagnóstico de sífilis, segundo região de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2014 a 2018
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2019.
23
No Brasil, considerando a série histórica de 2005 a 2018, observou-se que 52,5% das gestantes diagnosticadas com sífilis encontravam-se na faixa etária de 20 a 29 anos, 24,7% na de 15 a 19 anos e 19,4% na de 30 a 39 anos. Desde 2005, a proporção de diagnóstico de sífilis em gestantes entre 30 e 39 anos era superior à daquelas entre 15 a 19 anos, tendo-se observado uma inversão dessa relação a partir de 2011 (Tabela 5).
Quanto à escolaridade, 26,6% dessa informação foi registrada como “ignorada” em 2018. Além disso, 21,9% completaram o ensino médio e 51,5% das mulheres não tinham o ensino médio completo (Tabela 5).
Sobre o critério raça/cor, identificou-se que, em 2018, 50,8% das mulheres gestantes diagnosticadas com sífilis eram pardas, 28,6% brancas e 12,2% pretas. Se consideradas as mulheres negras (pretas e pardas), o percentual foi de 63,0%. Observou-se melhora no preenchimento da variável raça/cor, cuja proporção de “ignorados” passou de 10,5% em 2008 para 6,9% em 2018. Em 2018, as mulheres indígenas e amarelas representaram 1,5% do total de gestantes com sífilis (Tabela 5).
Com relação ao tratamento, em 2018, 89,6% das prescrições foram de penicilina benzatina (pelo menos
uma dose) e 1,7% referiram-se a outros esquemas. Em 5,2% dos casos não houve tratamento e em 3,5% não constou informação sobre o tratamento (“ ignorado”). As proporções de prescrição de penicilina na estratificação por UF variaram de 95,8% no Acre a 79,9% no Distrito Federal, conforme a Figura 14 e a Tabela 6.
Em 2018, as UF com as maiores proporções de gestantes com informação de tratamento não realizado foram Distrito Federal (9,8%), Pernambuco (8,4%) e Rio Grande do Sul (7,9%), como observado na Tabela 6.
Quando analisada a forma de tratamento prescrito, em 2018, observa-se que 81,1% tiveram tratamento prescrito de acordo com a classificação clínica da doença. Sergipe (90,4%), São Paulo (87,8%) e Rio de Janeiro (87,3%) foram os estados com maiores proporções de tratamento prescrito de acordo com a classificação, enquanto no Maranhão (69,9%), Pernambuco (71,0%) e Distrito Federal (71,8%) essa proporção foi menor (Figura 14 e Tabela 6). Há limitações nessas informações, pois não se pode garantir que os dados sobre a classificação clínica da doença informada estão condizentes com sua real fase, uma vez que se observa, em 2018, que 26,5% das gestantes foram classificadas como portadoras de sífilis primária (Tabela 7).
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Prescrição Penicilina Prescrição conforme classificação
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Brasil 81,1
FIGURA 14 Distribuição proporcional de sífilis em gestantes com tratamento prescrito com penicilina (ao menos uma dose) e prescrito conforme classificação clínica, segundo UF. Brasil, 2018
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2019.
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Sífilis congênita
De 1998 a junho de 2019, foram notificados no Sinan 214.891 casos de sífilis congênita em menores de um ano de idade, dos quais 95.353 (44,4%) eram residentes na Região Sudeste, 64.991 (30,2%) no Nordeste, 24.343 (11,3%) no Sul, 18.119 (8,5%) no Norte e 11.979 (5,6%) no Centro-Oeste (Tabela 8).
Em 2018, foram notificados 26.219 casos, a maioria dos quais (42,5%) residiam na Região Sudeste, seguidos pelo Nordeste (30,0%), Sul (13,5%), Norte (8,4%) e Centro-Oeste (5,6%). De 2017 para 2018, houve aumento de 5,2% no número de notificações no Brasil. Com relação às regiões, o maior incremento ocorreu na Região Nordeste (13,3%), seguida das regiões Centro-Oeste (4,3%),
Sudeste (2,9%) e Norte (1,4%). A Região Sul foi a única em que houve redução no número de casos notificados: em 2018 apresentou 1,1% a menos do que em 2017 (Tabela 8).
Em 2018, observou-se uma taxa de incidência de 9,0 casos/1.000 nascidos vivos no Brasil, tendo as Regiões Sudeste (9,7 casos/1.000 nascidos vivos) e Nordeste (9,6 casos/1.000 nascidos vivos) mostrado as maiores taxas, ambas acima da taxa nacional. A taxa da Região Sul apresentou-se quase igual à do país (8,9 casos/1.000 nascidos vivos), enquanto as regiões Norte (7,1 casos/1.000 nascidos vivos) e Centro-Oeste (6,0 casos/1.000 nascidos vivos) mostraram taxas de sífilis congênita abaixo da taxa do país, conforme a Figura 15 e a Tabela 8.
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7,0
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2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
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Ano do diagnós�co
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
FIGURA 15 Taxa de incidência de sífilis congênita em menores de 1 ano de idade (por 1.000 nascidos vivos) por região de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2008 a 2018
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2019.
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Entre os anos de 2017 e 2018, as UF que apresentaram aumentos mais expressivos nas taxas de incidência foram Roraima (132,0%) e Maranhão (97,2%). Por outro lado, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso foram as UF que tiveram as maiores reduções nessa taxa entre 2017 e 2018: 23,3% e 20,6%, respectivamente (Tabela 8).
No Brasil, em geral, nos últimos dez anos, em especial a partir de 2010, houve um progressivo aumento na taxa de incidência de sífilis congênita: em 2008, a taxa era de 2,0 caso/1.000 nascidos vivos e, em 2018, foi mais de quatro vezes maior que a taxa de 2008, passando para 9,0 casos/1.000 nascidos vivos, conforme a Tabela 8.
Em 2018, 11 UF apresentaram taxas de incidência de sífilis congênita superiores à taxa nacional (9,0
casos/1.000 nascidos vivos): Rio de Janeiro (18,7 casos/1.000 nascidos vivos), Pernambuco (14,3 casos/1.000 nascidos vivos), Rio Grande do Sul (13,9 casos/1.000 nascidos vivos), Rio Grande do Norte (12,5 casos/1.000 nascidos vivos), Tocantins (11,3 casos/1.000 nascidos vivos), Ceará (10,6 casos/1.000 nascidos vivos), Piauí (10,3 casos/1.000 nascidos vivos), Espírito Santo (10,0 casos/1.000 nascidos vivos), Amazonas (9,9 casos/1.000 nascidos vivos), Sergipe (9,7 casos/1.000 nascidos vivos) e Minas Gerais (9,3 casos/1.000 nascidos vivos). As outras 16 UF apresentaram taxas inferiores, variando de 3,6 casos/1.000 nascidos vivos no Mato Grosso a 8,7 casos/1.000 nascidos vivos em Alagoas e no Distrito Federal, conforme a Figura 16 e a Tabela 8.
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25,0
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RJ PE RS RN TO CE PI ES AM SE MG AL DF MS
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UF Capital Brasil Congênita
Brasil 9,0
FIGURA 16 Taxas de incidência de sífilis congênita (por 1.000 nascidos vivos) segundo UF e capital. Brasil, 2018
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2019.
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial |Out. 2019
Dentre as capitais, Recife e Porto Alegre foram as que apresentaram as maiores taxas de incidência em 2018: 29,3 e 28,3 casos/1.000 nascidos vivos, respectivamente, taxas que representam mais de três vezes a taxa do Brasil. Doze capitais estão abaixo da média nacional (9,0/1.000 nascidos vivos): Goiânia (2,2 /1.000 nascidos vivos), Belém (3,2/1.000 nascidos vivos), Rio Branco (4,0/1.000 nascidos vivos), Cuiabá (4,2/1.000 nascidos vivos), Macapá (6,5 /1.000 nascidos vivos), Curitiba (6,6/1.000 nascidos vivos), Campo Grande (6,7/1.000 nascidos vivos), Aracaju (6,9/1.000 nascidos vivos), Boa Vista (7,0/1.000 nascidos vivos), São Paulo (7,1/1.000 nascidos vivos), Vitória (7,6/1.000 nascidos vivos) e Brasília (8,6/1.000 nascidos vivos), conforme a Figura 16.
Ao se compararem as taxas de detecção de sífilis em gestantes com as taxas de incidência de sífilis congênita em cada uma das capitais, nota-se que, em 2018, nenhuma capital apresentou taxa de incidência de sífilis congênita maior do que a taxa de detecção de sífilis em gestantes. Goiânia, Curitiba, Cuiabá, Macapá,
Aracaju, Belém e Brasília são as únicas capitais que apresentaram as duas taxas menores do que as taxas nacionais, conforme a Figura 4.
Em 2018, houve 25.889 (98,4%) casos de sífilis congênita em neonatos (até 28 dias de vida), dos quais 25.456 (96,8%) foram diagnosticados na primeira semana de vida. Quanto ao diagnóstico final dos casos (26.308), observou-se que 93,6% foram classificados como sífilis congênita recente, 3,4% como aborto por sífilis, 2,8% como natimorto e 0,2% como sífilis congênita tardia (Tabela 9).
Com relação à evolução dos casos, nota-se redução do percentual de desfechos desfavoráveis ao longo dos anos. Em 2018, do total de 26.308 casos, 88,6% das crianças com sífilis congênita estavam vivas e 11,4% apresentaram algum desfecho desfavorável, dos quais 1,3% foram classificados como óbito por sífilis congênita, 0,7% como óbito por outras causas, 3,4% como aborto e 2,8% como natimorto, e 3,2% tiveram evolução ignorada (Figura 17 e Tabela 9).
4,22,4 2,0 2,4 2,1 1,7 1,7 1,9 1,4 1,5 1,3
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1,6 3,5 4,24,6 4,9
4,0 3,8 3,53,1 3,2
2,8
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3,8 3,6
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12,0
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16,0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Óbito por sífilis congênita Óbito por outras causas Aborto Na�morto Ignorado
FIGURA 17 Distribuição proporcional de casos de sífilis congênita por tipo de desfecho desfavorável segundo ano de diagnóstico. Brasil, 2008 a 2018
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2019.
27
Os maiores percentuais de casos de sífilis congênita, em 2018, ocorreram em crianças cujas mães tinham entre 20 e 29 anos de idade (53,6%), seguidas daquelas nas faixas de 15 a 19 anos (23,4%) e de 30 a 39 anos (18,0%), conforme a Tabela 10.
Quanto à escolaridade materna, observou-se que a maior parte possuía da 5ª à 8ª série incompleta (22,2%) e que, em 27,0% dos casos, essa informação foi classificada como ignorada (Tabela 10).
Em relação à raça/cor das mães das crianças com sífilis congênita, a maioria delas se declararam como pardas (58,4%), seguidas das brancas (23,4%) e pretas (8,9%), conforme a Tabela 10.
No que concerne ao acesso ao pré-natal, em 2018, 81,8% das mães de crianças com sífilis congênita fizeram pré-natal, enquanto 13,3% não o fizeram e 4,9% apresentaram informação ignorada. Em relação ao momento do diagnóstico, 57,6% tiveram diagnóstico de sífilis durante o pré-natal, 31,8% no momento do parto/curetagem, 5,6% após o parto e 0,8% não tiveram diagnóstico, além de haver 4,3% de ignorados (Tabela 10).
Quanto à mortalidade infantil (em menores de um ano de idade) por sífilis congênita, no período de 1998 a 2018, o número de óbitos declarados no SIM foi de 2.575, sendo 1.120 (43,5%) na Região Sudeste (dos quais 732 foram registrados no estado do Rio de Janeiro, o que corresponde a 28,4% do Brasil), 805 (31,3%) no Nordeste, 287 (11,1%) no Norte, 245 (9,5%) no Sul e 118 (4,6%) no Centro-Oeste, conforme a Tabela 11.
Em 2018, foi declarado no SIM um total de 241 óbitos por sífilis em crianças menores de um ano, o que corresponde a um coeficiente de mortalidade de 8,2 por 100.000 nascidos vivos. Em relação à região de residência, verificou-se um coeficiente de 9,4 para a Região Nordeste, 8,8 para o Sudeste, 8,6 para o Norte, 6,1 para o Centro-Oeste e 5,3 para o Sul, segundo a Tabela 11.
Nos últimos dez anos, no Brasil, o coeficiente de mortalidade infantil por sífilis passou de 1,9/100.000 nascidos vivos em 2008 para 8,2 /100.000 nascidos vivos em 2018. Em 2017, o coeficiente de mortalidade foi de 7,6/100.000 nascidos vivos, o que representa um aumento de 8,5% em relação a 2018, conforme a Figura 18 e a Tabela 11.
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2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
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Ano do diagnós�co
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
FIGURA 18 Coeficiente de mortalidade infantil por sífilis congênita (por 100.000 nascidos vivos) segundo região de residência. Brasil, 2008 a 2018
Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), atualizado em 31/12/2018.Nota: taxas suavizadas pelo método de médias móveis.
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial |Out. 2019
As UF com os maiores coeficientes de mortalidade por sífilis congênita em menores de um ano por 100.000 nascidos vivos em 2018 foram Rio de Janeiro (23,3), Pernambuco (22,1), Acre (12,2), Rondônia (10,9), Rio Grande do Norte (10,8), Alagoas (9,9), Pará (9,4), Rio
Grande do Sul (9,2), Amazonas (9,0), Espírito Santo (9,0), Mato Grosso (8,7) e Roraima (8,5), todas com coeficientes acima do coeficiente de mortalidade nacional, conforme a Figura 19.
Brasil 8,2
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5,0
10,0
15,0
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FIGURA 19 Coeficiente de mortalidade infantil por sífilis congênita (por 100.000 nascidos vivos) segundo UF residência. Brasil, 2018
Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), atualizado em 31/12/2018.
29
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial |Out. 2019
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial |Out. 2019
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial |Out. 2019
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial |Out. 2019
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial |Out. 2019
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial |Out. 2019
Nota Informativa nº 2, de 19 de setembro de 2017
ALTERA OS CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DE CASOS PARA NOTIFICAÇÃO DE SÍFILIS ADQUIRIDA, SÍFILIS EM GESTANTES E SÍFILIS CONGÊNITA DO GUIA DE VIGILÂNCIA DA SVS/2017
MINISTÉRIO DA SAÚDESecretaria de Vigilância em Saúde
Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais
SRTVN Quadra 701, Lote D, Edifício PO700 – 5º andarCEP: 70719-040 – Brasília/DF
TEL: (61) 3315-7737 – 7738 - 7739
NOTA INFORMATIVA nº 2-SEI/2017-DIAHV/SVS/MS
Altera os Critérios de Definição de Casos para notificação de Sífilis Adquirida, Sífilis em Gestantes e Sífilis Congênita do Guia de Vigilância da SVS/2017
1. INTRODUÇÃO
A Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos em saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional inclui a notificação semanal de sífilis adquirida, sífilis em gestante e sífilis congênita, conforme Portaria vigente do Ministério da Saúde.
A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência ao paciente, em conformidade com o art. 8º da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975.
Diante da necessidade de diminuir a subnotificação dos casos de sífilis em gestantes, define-se que todos os casos de mulheres diagnosticadas com sífilis durante o pré-natal, parto e/ou puerpério devem ser notificados como sífilis em gestantes e não como sífilis adquirida.
Para adequar a sensibilidade da vigilância e atualizar a definição dos casos de sífilis congênita em consonância com a Organização Pan-Americana da Saúde4 e da Organização Mundial da Saúde5, deve ser avaliada a história clínico-epidemiológica da mãe e/ou os critérios clínicos e laboratoriais da criança exposta, deixando de ser considerado, para fins de notificação desses casos, o tratamento da parceria sexual da mãe.
Além disso, considera-se a necessidade de divulgar a definição de caso de sífilis adquirida e reforçar a importância da notificação dos casos.
Destaca-se que o Sistema Único de Saúde (SUS) possui testes não treponêmicos (VDRL, RPR, TRUST e USR) e testes treponêmicos para sífilis (teste rápido, FTA-ABS, ELISA, EQL, TPHA, TPPA, MHA-TP) incorporados na sua lista de procedimentos, e que o Ministério da Saúde adquire e fornece testes rápidos para sífilis aos serviços de saúde.
4 OMS (Organización Mundial de la Salud). Orientaciones mundiales sobre los criterios y procesos para la validación de la eliminación de la transmisión maternoinfantil del VIH y la sífilis. Ginebra: OMS, 2015.5 PAHO (Pan American Health Organization). Elimination of mother-to-child transmission of HIV and syphilis in the Americas. Update 2016. Washington, D.C.: PAHO, 2017 .
Anexo
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2. RECOMENDAÇÕES
2.1. Das definições de casos
Diante do exposto, o Departamento de Vigilância Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis do HIV/Aids e das Hepatites Virais, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde atualiza os critérios de definição de casos de Sífilis Adquirida, Sífilis em Gestantes e Sífilis Congênita:
SÍFILIS ADQUIRIDA
Situação 1Indivíduo assintomático, com teste não treponêmico reagente com qualquer titulação e teste treponêmico reagente.
Situação 2Indivíduo sintomáticoa para sífilis, com pelo menos um teste reagente - treponêmico ou não treponêmico com qualquer titulação.
a Para mais informações sobre a sintomatologia da sífilis, consultar o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis, disponível em www.aids.gov.br/pcdt.
SÍFILIS EM GESTANTES
Situação 1Mulher assintomática para sífilis, que durante o pré-natal, o parto e/ou o puerpério apresente pelo menos um teste reagente - treponêmico ou não treponêmico com qualquer titulação – e sem registro de tratamento prévio.
Situação 2Mulher sintomáticab para sífilis, que durante o pré-natal, o parto e/ou o puerpério e apresente pelo menos um teste reagente - treponêmico OU não treponêmico com qualquer titulação. b Para mais informações sobre a sintomatologia da sífilis, consultar o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção
às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis, disponível em www.aids.gov.br/pcdt.
Situação 3Mulher que durante o pré-natal, o parto e/ou o puerpério apresente teste não treponêmico reagente com qualquer titulação E teste treponêmico reagente, independente de sintomatologia da sífilis e de tratamento prévio.
SÍFILIS CONGÊNITA
Situação 1Todo recém-nascido, natimorto ou aborto de mulher com sífilisc não tratada ou tratada de forma não adequadad,e.
c Ver definição de sífilis em gestante (situações 1, 2 ou 3)d Tratamento adequado: Tratamento completo para estágio clínico da sífilis com penicilina benzatina, e INICIADO até 30
dias antes do parto. Gestantes que não se enquadrarem nesses critérios serão consideradas como tratadas de forma não adequada.
e Para fins de notificação de caso de sífilis congênita, não se considera o tratamento da parceria sexual da mãe.
Situação 2fToda criança com menos de 13 anos de idade com pelo menos uma das seguintes situações:
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial |Out. 2019
- Alteração clínica, liquórica ou radiológica de sífilis congênita E teste não treponêmico reagente; - Títulos de teste não treponêmicos do lactente maiores do que os da mãe, em pelo menos duas diluições de amostras de
sangue periférico, coletadas simultaneamente; - Títulos de testes não treponêmicos ascendentes em pelo menos duas diluições; - Títulos de testes não treponêmicos ainda reagentes após 6 meses de idade, exceto em situação de seguimento terapêutico; - Testes treponêmicos reagentes após 18 meses de idade sem diagnóstico prévio de sífilis congênita.f Nesta situação, deve ser sempre afastada a possibilidade de sífilis adquirida.
Situação 3Evidência microbiológicag de infecção pelo Treponema pallidum em amostra de secreção nasal ou lesão cutânea, biópsia ou necrópsia de criança, aborto ou natimorto.g Detecção do Treponema pallidum por meio de exames diretos por microscopia (de campo escuro ou com material corado).
2.2. Do preenchimento das fichas de notificação
Para notificação dos casos de sífilis adquirida, deve ser utilizada a ficha de notificação individual do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), que contém atributos comuns a todos os agravos.
As fichas de notificação/investigação dos casos de sífilis em gestantes e sífilis congênita continuarão sendo as mesmas vigentes do Sinan até a atualização das novas fichas no sistema.
Ressalta-se que, na ficha de notificação/investigação de sífilis em gestante, para o preenchimento dos campos 37 a 40, referentes aos resultados dos exames, devem ser consideradas as informações do pré-natal, parto e/ou puerpério. Todos os casos de mulheres diagnosticadas com sífilis durante o pré-natal, parto e/ou puerpério devem ser notificados como sífilis em gestantes e não notificadas como sífilis adquirida.
Quanto à ficha de notificação/investigação de sífilis congênita, a nova definição de caso considera como tratamento adequado - o tratamento completo para estágio clínico da sífilis, com penicilina benzatina, e iniciado até 30 dias antes do parto-, desconsiderando a informação do tratamento concomitante da parceria sexual das gestantes. Portanto, para não gerar inconsistência no Sinan, torna-se provisória a inserção da informação “1-SIM” no campo 46 (parceiro tratado concomitantemente com a gestante), independente da informação coletada.
Brasília, 19 de setembro de 2017
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