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Bons Conselhos Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

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Bons Conselhos

Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

Bons Conselhos

Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

Campinas2019

AutoresLeandro Augusto F. V. PinheiroLincoln MoreiraLucas M. MatosMariana S. Pedro

Leitura críticaBenedito dos SantosCarlos NicodemosCarolina Freire

ColaboradoresAna Lídia M. PucciniSílnia Martins Prado

Diagramação e projeto gráficoB.J. Carvalho

FUNDAÇÃO FEACRua Odila Santos de Souza Camargo, N° 34, Jd. Brandina Campinas, SP – Brasil – CEP: 13092-540

A Fundação FEAC

Organização independente, privada, de interesse público, sem vínculos político-partidários, e com fins não eco-

nômicos. Fundada em 1964, tem como missão a promoção humana missão é a promoção humana, a assis-

tência e o bem-estar social, com prioridade à criança e ao adolescente no município de Campinas, São Paulo.

O Programa Cidadania Ativa

Iniciativa da Fundação FEAC que investe na mobilização e engajamento de todos, com objetivo de energizar

a sociedade para agir na superação dos seus desafios e promover o bem-estar social.

Dentre os objetivos do Programa estão o incentivo e a qualificação da participação nos espaços de controle

social das políticas públicas, visando que estes orientem sua atuação a partir de premissas de participação e

transparência. No âmbito deste objetivo, o desafio com que se espera contribuir com este projeto é a propo-

sição de modelos eficientes de gestão que ampliem os resultados dos conselhos em termos de impacto na

garantia e defesa de direitos.

Todo o conteúdo de Bons Conselhos - conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e do Adolescente está licenciado sob Creatrive Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Isso significa que o material pode ser reproduzido, total ou parcialmente, sem finalidade comercial, sempre fazendo referência aos seus autores e desde que as obras criadas a partir dele sejam licenciadas de acordo com estes mesmos termos.

Aos CMDCA que participaram

Gostaríamos de registrar nosso agradecimento aos conselhos, conselheiros e conselheiras que, direta ou indiretamente, contribuíram para a elaboração deste documento, em especial ao CMDCA do município de Jundiaí-SP.

Introdução 7Apresentação 9

Representatividade e participação popular 13Representatividade do Conselho 14Participação popular e escuta ativa do CMDCA 18Transparência 22

Foco do Conselho 27Atuação baseada em evidências 28Planejamento estratégico 32Elaboração e execução de Plano de Ação Anual 37Autoavaliação 41Foco das deliberações 45

Incidência 50Orçamento da Criança e do Adolescente 51Meios de articulação, monitoramento e proposição sobre políticas públicas 56Produtividade das comissões 61Monitoramento e avaliação de projetos 67

Sumário

Gestão do FMDCA 72Produção e competências da Comissão do FMDCA 73Administração dos recursos do Fundo 78

Estrutura de Gestão 85Clareza e orientação de responsabilidades diretivas do CMDCA 86Equipe técnica para a autonomia institucional 91

Referências bibliográficas 95

Aparticipação social em espaços e instâncias públi-cas está prevista na Constituição Federal de 1988. Para tanto, o ordenamento jurídico brasileiro pre-

viu alguns instrumentos democráticos que viabilizassem o acesso participativo da sociedade para as formulações, fisca-lização e tomadas de decisão sobre os mais diversos temas de interesse à população junto ao poder público.

Dentre os espaços de participação popular, estão os conse-lhos de direitos. São órgãos “constituídos, de forma paritária, por representantes do governo e da sociedade civil (...) vin-culados administrativamente à gestão pública do estado ou do município1”.

Os conselhos estão presentes em âmbito nacional, estadual e municipal para a garantia de direitos de diferentes segmentos

e públicos da sociedade. Como alguns exemplos, podemos ci-tar os órgãos de defesa de direitos da criança e do adolescente, nas três esferas federativas: Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente — CONANDA; no âmbito estadual, no Estado de São Paulo, pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e Adolescente — CONDECA; e, por fim, em âmbito municipal, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA.

Os conselhos municipais dos direitos da criança e do adolescente são hoje uma realidade no Brasil. Previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, estão presentes em 91,4% dos municípios do país, conforme o IBGE, 20092.

O último CENSO (IBGE, 2010), indicou que o muni-cípio de Campinas contava, em 2010, com 37.409 crianças

Introdução

“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”

Constituição Federativa do Brasil, 1988

1 http://www.direitosdacrianca.gov.br/conselhos2 Disponível em https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/13827-asi-munic-2009-apenas-71-dos-municipios-tem-delegacia-da-mulher. Acessado em agosto de 2018.

e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, quase 30% do total da população nesta faixa etária. Campinas é hoje o 14o

município mais populoso do país e apresenta grandes desafios em relação à priorização, proposição e avaliação de ações efetivas na temática, assim como o controle social sobre estas.

Para que possa atuar de forma efetiva em seu papel de garantia de direitos e fazer frente a estes desafios, é importante que o CMDCA de Campinas qualifique e viabilize meios para alcançar resultados reais positivos nos complexos problemas sociais, contribuindo de fato para a garantia dos direitos da população infanto-juvenil.

Na construção das políticas públicas, os conselhos devem ga-rantir que os problemas reais da população sejam resolvidos, que as soluções construídas tenham embasamento em evidências e estejam abertos à escuta ativa e à participação dos usuários da política desde sua formulação.

Em suma, são grandes as complexidades envolvidas no pro-cesso de gestão de um conselho de direitos. Justamente com o objetivo de contribuir com o fortalecimento do CMDCA de Campinas, a Fundação FEAC realiza, neste documento, um es-forço propositivo a partir do mapeamento de boas práticas de gestão de conselhos reconhecidas em outros municípios brasilei-ros. A partir da comparação, é possível realizar análises de ques-tões chave em cada uma delas e recomendações específicas que objetivem o fortalecimento deste órgão como veículo de trans-formações sociais positivas.

Este estudo visa, portanto, subsidiar e contribuir com as to-madas de decisão estratégicas dos conselhos municipais da crian-ça e do adolescente no que diz respeito à sua gestão, em especial o Conselho de Campinas.

8 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

Objetivo

Subsidiar e contribuir com o fortalecimento da gestão estraté-gica do CMDCA de Campinas e sua atuação na defesa e garantia dos direitos da criança e do adolescente no município.

Como fizemos

O método utilizado foi um estudo comparativo a partir do mapeamento de diferentes práticas de gestão nos conselhos mu-nicipais dos direitos da criança e do adolescente selecionados. Este método foi escolhido por permitir a identificação de prá-ticas de gestão formalizadas. Além disso, a comparação objetiva entre as práticas em diferentes eixos de cada um dos conselhos, torna possível identificar as que têm o potencial de produzir os melhores resultados em relação ao alinhamento com o caráter finalístico do conselho.

Os conselhos foram escolhidos para o estudo por critérios como:

Atuação baseada em evidências documentais e práticas, como a utilização de diagnósticos da situação da criança e do adolescente em seus municípios.

Adequação dos conselhos às últimas legislações vigen-tes (por exemplo, o Decreto da Lei nº 13.019/14, que dispõe sobre o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil ― MROSC).

Conselhos de direitos de municípios considerados mé-dios, grandes ou metrópoles3 que apresentassem uma relação de transparência e prestação de contas à socie-dade, com toda a produção do conselho publicizada e atualizada, tais como site ou redes sociais.

No recorte para o estudo comparativo foram analisa-dos, além do CMDCA de Campinas, os CMDCA de Belo

Apresentação

1

2

3

3 Segundo o IBGE, municípios acima de 100.001 a 500.000 habitantes são considerados médios; enquanto, os municípios grandes e metrópoles estão a equivalentes acima de 500.000 e 1.000.000.000 de habitantes, respectivamente. Atualmente, Jundiaí tem 354.204 mil habitantes; Joinville 486.803 mil habitantes; Campinas conta com 1.081.000 habitantes e Belo Horizonte, com 2,503 milhões. Disponível em <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/belo-horizonte/panorama>.

Horizonte, Jundiaí e Joinville, pelos critérios já apresentados acima.

Foram feitas análises documentais de publicações e informa-ções públicas disponíveis sobre os conselhos — entendendo que estes atendem à prerrogativa legal de publicizar os produtos e o trabalho desenvolvido de forma transparente.

Após a identificação dos principais aspectos envolvidos na gestão de um conselho de direitos para o cumprimento efeti-vo de suas funções, estes foram agrupados por similaridade nos cinco grandes eixos detalhados a seguir. Para obter ainda maior especificidade sobre estes grandes eixos de gestão, foram dividi-dos em subeixos em que foram comparadas as práticas de gestão em maior detalhe.

Representatividade e participação popular

O conselho dos direitos da criança e do adolescente é um ór-gão independente, cujos representantes da população são eleitos para exercer o controle social no âmbito da defesa e da garantia de direitos da criança e do adolescente. Para cumprir com seu papel de forma eficaz e legítima, precisa ouvir os usuários da política de forma ativa e de modo a garantir que as demandas tratadas são as demandas reais dos beneficiários. Desta forma,

é fundamental que, ao se falar de gestão de conselhos, a repre-sentatividade plural e a participação popular sejam consideradas como eixos centrais de gestão.

0 Representatividade do conselho

0 Participação popular e escuta ativa

0 Transparência

Foco

Qualquer órgão responsável pela construção e gestão de po-líticas públicas trata, inevitavelmente, de questões e problemas sociais complexos, que envolvem uma miríade de interconexões com outros problemas, causas, soluções e prioridades diversas a serem consideradas.

Sendo assim, é fundamental que haja um processo de priori-zação de demandas a serem resolvidas e racionalização na cons-trução de soluções. Somente por meio de um processo eficiente de planejamento, embasado em dados, os conselhos de direito são capazes de ter o foco necessário para fazer frente às questões inerentes a sua atuação.

0 Atuação baseada em evidências

0 Planejamento estratégico

10 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

0 Elaboração e execução de plano de ação anual

0 Autoavaliação

0 Foco das deliberações

Incidência

É preciso que o conselho tenha estratégias de incidência para obter resultados reais em sua temática a curto, médio e longo prazo. Essa incidência é tangibilizada por uma agenda intensa de pautas finalísticas que incentivem a busca de soluções. Esta associada à capacidade de articular todos os atores das políticas públicas afeitas, garantir aplicação efetiva dos recursos públicos, coordenar os esfor-ços e catalisar ações finalísticas em sinergia com outros atores para gerar impactos sociais positivos.

É importante levar em conta também, como meio de incidên-cia, a capacidade do conselho de monitorar as ações realizadas e avaliá-las. Sendo que, a partir deste processo, é subsidiado um aprendizado institucional com vistas à efetividade.

0 Orçamento da Criança e do Adolescente (OCA)

0 Meios de articulação, monitoramento e proposição so-bre políticas públicas

0 Produtividade das comissões

0 Monitoramento e avaliação de projetos

0 Foco das deliberações

Gestão do Fundos Municipais da Criança e do Adolescente

O Fundo Municipal (em Campinas FMDCA) é um dos principais recursos do Conselho Municipal (em Campinas CMDCA) para a promoção de ações em sua temática. Além da eficácia geral do conselho, é prioritário também que este tenha eficiência na gestão deste mecanismo. Desta forma, critérios uti-lizados na gestão do Fundo, assim como práticas de governança, transparência e processos que visem sua efetividade são também aspectos fundamentais para a boa gestão de conselhos.

0 Produção e competências da comissão do FMDCA

0 Administração dos recursos do fundo municipal

Estrutura de gestão

É importante que a gestão do conselho seja feita de forma im-pessoal e que este organize sua operação a partir de responsabi-lidades, funções e objetivos claros estabelecidos aos conselheiros e à equipe técnica.

Organização do trabalho — 11

Uma estrutura de gestão adequada é vital para fortalecer a atuação continuada e finalística do conselho. Por meio da pre-visão de uma estrutura de gestão e boa governança, é possível perenizar a gestão, minimizando descontinuidades decorrentes de ciclos eleitorais e permitindo ganhos crescentes de efetivida-de. Desta forma obtendo resultados mais expressivos a partir de estratégias de incidência mais longas — que superam os períodos dos mandatos dos conselheiros e os ciclos políticos, garantindo a perpetuação dos avanços obtidos.

0 Clareza e orientação de responsabilidades diretivas do CMDCA

0 Equipe técnica para a autonomia institucional

1. A seguir, a importância, observação e recomendações espe-cíficas em cada eixo, para os conselhos.

2. Para cada um deles é apresentada uma tabela comparativa, em que está em destaque a melhor prática dentre os conselhos estudados.

A seguir, a importância, observação e recomendações específi-cas em cada eixo, para os conselhos.

Para cada um deles é apresentada uma tabela comparativa, em que está em destaque a melhor prática dentre os conselhos estudados.

12 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

Representatividade do Conselho

Participação popular e escuta ativa do CMDCA

Transparência

Representatividade e

participação popular

Para a formulação da política de direitos da criança e do adolescente, é preciso que os diferentes segmentos da sociedade que a compõe estejam presentes no dia a dia

do conselho.

Quanto maior a pluralidade dos representantes de um con-selho de direitos, maior a possibilidade de que a política seja construída de forma transversal, abordando de forma sistêmi-ca os problemas sociais relacionados à sua temática.

O conselho deve tangibilizar a visão de que a agenda de pro-moção e garantia de direitos das crianças e adolescentes não se restringe ao tripé “assistência, educação e saúde” e às organiza-ções da sociedade civil, de alguma forma relacionadas a estas políticas, e sim que perpassa toda a sociedade e a gestão pública.

Sem a devida pluralidade, tem-se uma perda de legitimida-de do conselho perante a sociedade. Se o conselho não buscar uma pluralidade de perspectivas por meio de consultas aos di-versos segmentos da sociedade, esta não se verá representada como um todo no conselho. Assim há risco de criar um distan-ciamento entre as demandas das organizações participantes do

conselho e as demandas que de fato são perti-nentes ao público alvo da política.

A pluralidade dos re-presentantes tem tam-bém potencial de trazer para o debate da agenda de promoção e garantia de direitos outros atores fundamen-tais responsáveis pela segurança pública, orçamento público, desenvolvimento urbano, entre outros. Esta diversidade qua-lifica a atuação do conselho, cria novos canais de influência e possibilita um maior compromisso institucional de estruturas muitas vezes distantes da agenda.

É importante ressaltar que, em muitos casos, os avanços na agenda de promoção e garantia de direitos das crianças e adoles-centes encontra gargalos em estruturas, órgãos e instituições dis-tantes da agenda, seja pela falta de familiaridade com a temática, seja por não priorizar a criança e o adolescente.

Se o conselho não buscar uma pluralidade

de perspectivas por meio de consultas aos diversos segmentos da sociedade, esta não se

verá representada como um todo no conselho...

Representatividade do Conselho

Dos 50% de representantes da socie-dade civil, 90% são provenientes dos segmentos de Educação e Assistência

Social, não havendo pluralidade

da representação no conselho. Consta em regimento e na lei de criação do conselho apenas a divisão paritá-ria entre poder público e sociedade civil, sem maiores especificações.

Existe, além da paridade de repre-sentação entre poder público e so-ciedade civil, pluralidade entre os representantes da sociedade civil, in-cluindo, com previsão regimental e em lei municipal, a participação de

movimentos sociais, usuários dos serviços, instituições de pesquisa e representantes de categorias profissionais. A nomeação dos representantes do poder público no con-selho é feita sob exigência de experiência na temática ou participação em secretarias com temas diretamente rela-cionados a este conselho.

Campinas

Jundiaí

Há paridade de representantes da sociedade civil e poder público,

sem maiores especificações a respeito de segmentos partici-pantes ou qualificações necessárias para compor o conselho.

Belo Horizonte

Representatividade e participação popular — 15

Há paridade de representantes da sociedade civil e poder público, com especificações para os segmen-tos da sociedade civil participante,

incluindo associações, entidades religiosas e iniciativa privada. Em relação ao poder público, é previsto ape-nas que haja um terço de representantes da secretaria de assistência social.

Joinville

Percebe-se que no CMDCA observado como melhor prática, Jundiaí, são representados pela sociedade civil: usuários da política, categorias de profissionais, academia e diferentes executores do sistema de garantia de direitos.

Esta pluralidade corrobora o caráter democrático que deve estar presente na construção da política da criança e do adolescente e dá também solidez para a atuação do con-selho frente a problemas sociais complexos, assim como au-toridade para o exercício de sua função de controle social.

No que tange à representação do poder público, o CMDCA de Jundiaí tem como um pré-requisito para par-ticipação o domínio da temática, além da necessidade de aprovação da indicação pelos componentes do próprio órgão.

No CMDCA de Campinas, consta a previsão de represen-tantes do poder público. No entanto, sem especificações de requisitos de qualificação.

Para dar solidez e garantir a continuidade desta plurali-dade, o Conselho de Jundiaí conta ainda com previsões re-gimentais e lei municipal atualizadas que dispõe sobre estes critérios e especificidades, garantindo seu cumprimento de forma perene, independentemente da gestão vigente.

A partir dos dois conselhos mencionados, observa-se que há oportunidades de ganhos em relação à representativi-dade do conselho de Campinas, tanto em sua composição quanto em relação a previsões regimentais e à lei municipal, que ajudem a consolidar uma estrutura duradoura e mais representativa.

Análise

16 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

RecomendaçõesRecomendações

Estabelecimento de mecanismos de garantia – previsões regimentais e alteração da lei municipal que dispõe sobre este assunto – para assegurar a participação plural e qualificada de diferentes segmentos em temáticas pertinentes da sociedade civil no CMDCA. Nestas previsões, deve ser considerada a participação, entre outras, de:

0 Usuários da política da criança e do adolescente.

0 Associações de moradores.

0 Representantes da academia.

0 Representantes de organizações de assessoramento.

0 Representantes de organizações de garantia de direitos.

0 Representantes de organizações de atendimento aos usuários.

0 Representantes de movimentos sociais e populares.

Da mesma forma, em relação à representação do poder público, recomenda-se:

0 A exigibilidade de representação por profissionais de car-reira, em áreas afeitas à temática, com expertise na atuação

do órgão para o qual foi indicado e poder de decisão sobre a política relacionada. Poderiam estar presentes re-presentantes das secretarias da Saúde, Assistência Social, Educação, Juventude, Mulher, Direitos Humanos, entre outras relevantes à temática da Criança e Adolescente.

0 Incentivar a participação de outras secretarias como: Planejamento e Finanças, Negócios Jurídicos e de órgãos relacionados à segurança pública, por exemplo.

0 Prever que cada secretaria, instituição e órgão da adminis-tração pública municipal indique formalmente um inter-locutor com o conselho para atuar como ponto focal da agenda nos seus respectivos órgãos. Estes interlocutores passariam por ações de informação e sensibilização em re-lação à agenda de promoção e garantia de direitos.

Por fim, recomenda-se que:

0 O conselho preveja iniciativas de divulgação e ações descentralizadas de mobilização e de promoção de seus a interessados a participar como conselheiros da socie-dade civil.

Representatividade e participação popular — 17

Mecanismos que garantam que o conselho se man-tenha próximo à população fortalecem sua legi-timidade para o exercício de suas funções. Isso

só se torna viável caso a população seja uma voz ativa no ór-gão, subsidiada por ele, na construção e monitoramento das políticas relacionadas à criança e ao adolescente. Utilizando uma linguagem clara, acessível e visual, bem como processos pouco burocráticos de acesso ao conselho, é preciso que o órgão disponha de todos os meios necessários para que se torne atrativo e esteja ao alcance da população, prevendo, in-clusive, estratégias para a escuta de crianças e adolescentes4. Por isso, o conselho não deve se restringir a um espaço físico fixo que torne o acesso um obstáculo à população, e sim uma

instância de diálogo que garanta o debate e a pluralidade de ideias sobre sua temática.

Não havendo este processo, uma das consequências tende a ser o desconheci-mento das pessoas e instituições sobre o papel do conselho e, consequentemente, um desinteresse pelo tema. No longo prazo, isto cria uma distância entre o órgão e os usuários e beneficiários da política, acabando por minar sua legiti-midade também perante os outros atores envolvidos em sua atividade e sua efetividade na agenda de defesa e garantia de direitos da criança e do adolescente.

...o conselho não deve se restringir a um espaço

físico fixo que torne o acesso um obstáculo à

população.

Participação popular e escuta ativa do CMDCA

4 Conforme a recomendação da resolução no 191 de 7 de Junho de 2017 do CONANDA:  https://www.direitosdacrianca.gov.br/conanda/resolucoes/resolucao-no-191-de-07-de-junho-de-2017, acessado em 30/04/2019.

A participação da população nas reuniões do conselho é permi-tida apenas mediante autoriza-ção de um conselheiro e valida-ção pelo presidente do conselho. O CMDCA de Campinas não

realiza reuniões descentralizadas que promovam

o debate com a sociedade civil em outros espaços. Além disso, não estão claros os canais de comunicação com fluxos formalizados para encaminhamento de de-núncias ou demandas que caracterizem um processo de escuta ativa do conselho. As reuniões são realizadas no período da tarde, em dias da semana, e dificultam o acesso da população em geral.

A participação da população nas reu-niões do conselho é livre, tanto para a presença quanto para a fala. O con-selho realiza reuniões descentraliza-das em pontos que fomentam a par-ticipação social em suas discussões.

Além disso, existem meios (redes sociais atualizadas e fluxos formalizados, claros e disponíveis para encami-nhamento de denúncias diversas) para a realização de escuta ativa da população através da plenária e das co-missões e portais de comunicação.

Campinas

Jundiaí

A participação da população nas reu-niões do conselho é livre tanto para a presença quanto para a fala. O conse-lho realiza reuniões descentralizadas

em pontos que fomentam a participação social em suas discussões. Além disso, existem fluxos formalizados para encaminhamento de denúncias.

Belo Horizonte

Representatividade e participação popular — 19

A participação da população nas reu-niões do conselho é livre tanto para a presença quanto para a fala, confor-me regimento interno do órgão. Não

há evidências da realização de reuniões descentralizadas. Além disso, não estão publicados e publicizados, de forma clara, os fluxos para encaminhamento de denúncias.

Joinville

Neste sentido, o CMDCA de Jundiaí apresenta caracte-rísticas que melhor se aproximam desta descrição e caracteri-zam um processo de escuta ativa da população. O conselho oferta livremente voz à população para que se manifeste em todas as suas reuniões e disponibiliza, em seu site, um flu-xo formalizado, funcional, claro e acessível à população para que sejam encaminhadas denúncias de violações de direitos da criança e do adolescente.

Além da participação nas reuniões e canais de denúncias, o conselho se utiliza de redes sociais atualizadas e reuniões des-centralizadas nas regiões do município, em lugares acessíveis para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, por exemplo. Através da utilização destes meios, visa ao mesmo tempo convidar a população para o debate de forma atrativa e

também facilitar o acesso ao controle social, se tornando um ambiente de debate engajado e motivador tanto para os con-selheiros quanto para os usuários e outros atores interessados.

No município de Campinas, segundo o regimento inter-no do Conselho, é necessário que haja a autorização de um conselheiro para que a população tenha direito a voz nas reu-niões do órgão. Estas, por sua vez, são realizadas de forma centralizada na Casa dos Conselhos de segunda a sexta-feira e em horário comercial, o que pode dificultar a participação popular nas reuniões. O local das reuniões não é acessível, visto que há barreiras arquitetônicas — o que pode vir a de-sestimular a participação de pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida nas reuniões e comissões do conselho.

Análise

20 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

No Conselho de Campinas, não se tem conhecimento, de forma clara, de um fluxo formalizado e funcional para o encaminhamento de denúncias, bem como canais de co-municação simplificados e acessíveis para a população. Por

fim, a convocação para as reuniões é feita exclusivamente por meio de publicações em diário oficial, não havendo redes so-ciais atualizadas ou outros meios que convidem a população a comparecer.

RecomendaçõesRecomendações

Observando a análise, é possível constatar que há oportu-nidades para que o CMDCA de Campinas desenvolva meios que o tornem um espaço atrativo para a participação popular na construção da política e que exerça o controle social nesta temática, viabilizado pela escuta ativa da população.

Dentre estes meios, recomenda-se como relevantes:

0 Direito de voz ativa livre à população em todas as reuniões, inclusive, a participação de crianças e adolescentes usuá-rios da política, em caráter consultivo, segundo recomen-dação da resolução 199/2017 do CONANDA e de con-ferências de direitos da criança e do adolescente – a título de exemplo, recomendação da X Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – “Assegurar e efetivar a participação de crianças e adolescentes em todas as instâncias, nos Conselhos de Direitos, com voz e voto e

com garantia de acessibilidade para participação nos con-selhos e em todas suas ações”.

0 Agendamento de reuniões descentralizadas e acessí-veis, em regiões que fomentem a participação popu-lar – preferencialmente em horários que facilitem o seu comparecimento.

0 Estabelecimento de um fluxo formalizado, funcional, aces-sível e publicizado em redes sociais e página do CMDCA, para o encaminhamento de denúncias e sugestões da po-pulação, assim como prestação de contas sobre estas.

0 Utilização de canais de comunicação efetivos para a divul-gação e convite à participação da população nas reuniões do colegiado e das comissões – por exemplo, redes sociais atualizadas, site atualizado e acessível.

Representatividade e participação popular — 21

Como órgão de controle social, é fundamental que um CMDCA tenha total transparência de todos os seus processos e ações.

O Conselho tem, dentre suas atribuições, o fomento de ca-nais de comunicação e outros meios de interatividade que tor-nem públicas, acessíveis e inteligíveis suas atividades, informa-ções relevantes e essenciais, seus critérios e suas decisões. Isto para promover uma gestão transparente à sociedade.

Como agentes de função pública relevante, os conselhei-ros devem prestar contas e mostrar o desenvolvimento de suas atividades aos usuários e outros interessados em sua atuação. Ademais, é sabido que cada vez mais exige-se de órgãos públicos e privados, por meio de normativas e sanções administrativas, como a Lei de acesso à informação e improbidade administra-tiva, a publicização dos atos das atividades de interesse público.

É vital que a transparência permeie todo o processo de ges-tão do conselho, que tem como pontos nevrálgicos o processo eleitoral, o acesso à informação geral, os meios para participação da população no conselho, os critérios para seleção de projetos a

serem financiados, os resultados obtidos e os critérios impessoais estabelecidos em suas deliberações e produções, assim como o encaminhamento de denúncias pertinentes.

A demonstração transparente das atividades de um conselho efetivo em seu papel o fortalece institucionalmente, algo que tem o efeito diametralmente oposto caso não ocorra.

Não havendo transparência na gestão de um conselho de di-reitos, são causados prejuízos duplos para os usuários da política de direitos da criança e do adolescente. Em primeiro lugar, estes ficam impossibilitados de acompanhar, conhecer e compreender o desenvolvimento e a construção da política que os afeta. Em segundo, há um enfraquecimento institucional do conselho na articulação com outros órgãos ou instituições e também em sua legitimidade para promover e deliberar sobre políticas públicas na temática da criança e do adolescente.

Segundo o ECA – conforme seu artigo 260-I — os conselhos

É vital que a transparência permeie

todo o processo de gestão do conselho...

Transparência

municipais dos direitos da criança e do adolescente devem di-vulgar amplamente à comunidade: “o calendário de suas reu-niões, ações prioritárias para aplicação das políticas de aten-dimento à criança e ao adolescente, os requisitos para a apre-sentação de projetos a serem beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais, a relação dos projetos apro-vados em cada ano-calendário e o valor dos recursos previstos para implementação das ações, por projeto, o total dos recur-sos recebidos e a respectiva destinação, por projeto atendido,

inclusive com cadastramento na base de dados do Sistema de Informações sobre a Infância e a Adolescência, a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais”. Ainda segundo o ECA, o descumpri-mento do disposto neste artigo pode ensejar responsabilização via ação judicial proposta pelo Ministério Público a requeri-mento ou representação de qualquer cidadão. A exceção a esta normativa são questões que tramitam em segredo de justiça e casos em sigilo.

Não há informações de fácil aces-so quanto ao processo eleitoral do CMDCA de Campinas, apenas fo-ram encontrados os requisitos para os candidatos à vaga da sociedade civil, trazendo uma série de docu-

mentos a ser entregue à comissão eleitoral. Além disso, as informações sobre as ações do CMDCA e acompa-nhamento de eventuais denúncias não são publicadas de forma simplificada e de fácil acesso para a sociedade. Não foram encontradas, no site do CMDCA, informações sobre atividades anuais, excetuando-se as atas das reuniões desenvolvidas pelo conselho.

Não há relatório mensal, bimestral, semestral ou anual, bem como não tem fotos/vídeos das ações.Site não possui as ferramentas de acessibilidade segundo a LBI (Lei Brasileira de Inclusão).Site não possui resoluções de anos anteriores, nem gestões anteriores (o histórico é importante para se pensar presente e futuro, bem como para a transparência).Site não apresenta dados dos Programas de Medida Socioeducativa, Famílias Acolhedoras, Abrigos etc.Não estão disponíveis também os critérios utilizados pelo conselho para embasar suas deliberações e selecionar os pro-jetos a serem financiados via FMDCA.

Campinas

Representatividade e participação popular — 23

O processo eleitoral do Conselho é claro, simplificado e publicizado de forma organizada e centralizada para acesso da população em geral – em um fluxo simples e de fácil entendimen-to em página própria do CMDCA.

Toda a produção anual do conselho e das comissões é pu-blicada e, inclusive, on-line no site e em redes sociais para

acesso livre do público. Ademais, estão claros os critérios que o conselho utiliza para embasar sua atuação em geral e há investimento, por meio do plano de aplicação do con-selho, em transparência por meio de assessoria de comu-nicação. Por fim, estão dispostos também de forma clara e acessível os critérios utilizados para seleção de projetos a serem financiados com recursos do FMDCA.

Jundiaí

O processo eleitoral é democrático e claro, estando toda a produção anual do Conselho e das comissões publi-cada e, inclusive, on-line para acesso livre do público – observando que o CMDCA não tem uma página pró-

pria e está vinculado à página da gestão municipal.

O fluxo para encontrar as informações não é claro e acessí-vel à população em geral. Ademais, estão claros os critérios que o conselho utiliza para embasar sua atuação em geral e há investimento em transparência por meio de assessoria de comunicação. Estão claros também, por meio de do-cumentos, os critérios utilizados para seleção de projetos a serem financiados via FMDCA.

Belo Horizonte

24 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

O processo eleitoral é claro e publi-cizado para acesso da população em geral. Toda a produção do conselho e das comissões é publicada

on-line. Documentos importantes como diagnóstico do município, resoluções de edital de chamamento pú-blico, atas de reuniões do conselho são publicados de forma atualizada.

Joinville

Ao serem buscadas fontes públicas sobre a atuação do CMDCA de Campinas não foram encontradas informações relevantes e atualizadas disponibilizadas sobre suas atividades em meios de comunicação claros e acessíveis à população em geral, ou outras instituições. Os meios eletrônicos de comu-nicação utilizados não são atualizados e há apenas a publi-cação de atas de reuniões e registros de entidades. Além dis-so, não são observadas informações detalhadas e justificadas relacionadas a processos, critérios de atuação e deliberação, meios de encontro e formas de participação no conselho, sendo que quaisquer informações relevantes publicadas são disponibilizadas apenas no Diário Oficial do Município.

O CMDCA escolhido como melhor prática, Jundiaí, tem disponibilizadas as informações-chave sobre sua

atuação de forma transparente e acessível, em uma estru-tura que facilita a compreensão e as centraliza para que sejam facilmente encontradas por qualquer interessado ― em página exclusiva do CMDCA. As informações estão disponíveis por meios eletrônicos atualizados e utilizados pela população, além de um canal direto de comunicação. Toda a produção do conselho é acessível e estão dispo-níveis os critérios e o embasamento técnico estruturado utilizado.

Como ressalva, observa-se que nenhum dos conselhos dispõe de métodos de acompanhamento de projetos e pres-tação de contas sobre estes que sejam atrativos para poten-ciais investidores, indicando seus resultados e impactos na temática.

Análise

Representatividade e participação popular — 25

RecomendaçõesRecomendações

No atual cenário, entende-se que é possível que o CMDCA de Campinas adote mecanismos de transparência que o for-taleçam institucionalmente e explicitem de forma clara, es-truturada e atrativa todos os aspectos chave de sua atuação, aprimorando sua transparência de forma geral.

Dentre estes destacam-se como principais recomendações:

0 O estabelecimento e publicização, em diversas mídias sociais, bem como campanhas publicitárias, dos crité-rios utilizados para a condução do processo eleitoral do conselho.

0 O estabelecimento, divulgação e publicização do emba-samento e critérios técnicos, objetivos, legais e impesso-ais que norteiam o conselho em suas áreas prioritárias,

deliberações, produção, seleção e prestação de contas de projetos para financiamento via FMDCA.

0 Publicização da forma de planejamento e critérios utiliza-dos para aplicação efetiva dos recursos;

0 Prestação e publicação de contas sobre a utilização de recursos.

0 Meios de comunicação acessíveis, claros, organizados, in-clusive com banco de dados, estruturados e atrativos ao público geral – respeitando os critérios de acessibilidade preconizados na LBI.

0 A criação de um canal de acompanhamento livre ao status e prestação de contas sobre eventuais denúncias, disponi-bilizados ao denunciante.

26 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

Foco doConselho

Foco das deliberações

Atuação baseada em evidências

Planejamento estratégico

Elaboração e execução de Plano de Ação Anual

Autoavaliação

Odiagnóstico de situação da criança e do adolescente é a ferramenta que embasa toda a atuação do con-selho na execução de suas atividades finalísticas.

Para a proposição de ações efetivas em sua temática, é im-prescindível que um conselho tenha sua atuação baseada em evidências técnicas concretas sobre a situação da criança e do adolescente no município e foco em áreas prioritárias a serem contempladas para discussões e deliberações do conselho, proposição de projetos e destinação de recursos via FMDCA.

São necessários subsídios de conhecimento e diagnós-ticos de situação que evidenciem os principais problemas a serem enfrentados pelo conselho e permitam estabelecer prioridades para atuação, assim como meios efetivos para fazer frente aos desafios encontrados.

Um conselho que tem sua atuação baseada em evidên-cias é capaz de realizar um planejamento que estruture, de forma objetiva, ações para os desafios de sua temática que, complementado por processo de mensuração dos impactos,

consegue gra-dualmente dizer com proprieda-de se está ou não alcançando seus objetivos de lon-go prazo, assim como as razões para este resultado.

Uma vez que tem clareza do cenário onde atua e consegue de-monstrar suas prioridades, resultados e domínio da temática com dados concretos, o conselho ganha também legitimidade frente à sociedade e potencialmente aprimora sua capacidade de mobilização de recursos para ações e articulação com ou-tros órgãos. Ademais, é imprescindível a articulação do conse-lho municipal com os poderes legislativo e executivo a fim de criar estratégias para direcionar, de forma eficaz, os recursos públicos a curto, médio e longo prazo, inclusive aqueles que já foram aprovados e vinculados nos próximos exercícios.

Atuação baseada em evidências

...é imprescindível que um conselho tenha sua atuação

baseada em evidências técnicas concretas sobre a situação da criança e do

adolescente no município...

O conselho municipal de Campinas não dispõe de diagnóstico ou estudos que tragam evidências para a funda-mentação de sua atuação, ainda não tendo publicado um diagnóstico de

situação da criança e do adolescente no município.

O CMDCA não tem articulação com universidades locais para o levantamento de diagnósticos e estudos temáticos, ainda que tenha termo de cooperação e par-ceria com diversas universidades para campo de estágio universitário.

O conselho municipal de Jundiaí dispõe de diagnóstico da Situação da Criança e do Adolescente do município, publicado em 2017, bem como outros documentos que

embasam seu planejamento: Fluxo de Atendimento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes; Programa Prefeito Amigo da Criança. Além disso, o município conta com o plano decenal de direitos humanos da criança e adolescente.

Campinas

Jundiaí

O conselho municipal de Belo Horizonte utiliza, além do diagnóstico de situação municipal, uma série de es-tudos que embasam sua atuação e dire-cionam seu foco, por exemplo:

0 Índice de Vulnerabilidade Juvenil dos municípios mi-neiros, (Governo do Estado de Minas Gerais);

0 Diretrizes Nacionais para o Atendimento às Crianças e Adolescentes em Situação de Rua;

0 Pesquisa Conhecer e Cuidar 2015 ― situação do uso/abuso de drogas e o funcionamento da rede de assistência a usuários de drogas e seus familiares, no município de Belo Horizonte; Diretrizes para a execução do Programa de Apadrinhamento Afetivo de crianças e adolescentes em programa de acolhimento institucional no município.

Belo Horizonte

O conselho municipal de Joinville utiliza o Diagnóstico social da situação da criança e adolescente no município para embasar sua atuação e plano

municipal de direitos humanos da criança e adolescente.

A partir disso, são definidos eixos temáticos e valores para financiamento direto de projetos apresentados e aprovados no FMDCA, no exercício vigente.

Joinville

Na cidade de Campinas, no melhor conhecimento des-te trabalho, não há evidências de diagnósticos ou outros ma-teriais utilizados pelo conselho para embasamento de suas ações, bem como a escolha das áreas prioritárias, critérios utilizados para monitoramento e avaliação de ações e comu-nicação institucional sobre a temática. Há disponível uma publicação específica referente à aplicação de medidas socioe-ducativas (Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo SIMASE) e Plano Municipal de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária/2011, elaborados pelo conselho em conjunto com a rede da criança e do adolescente. Até a data da pesquisa, não haviam evidências da implantação do plano.

No CMDCA de Belo Horizonte, conselho observado como melhor prática, existe, além do diagnóstico de situação da criança

e do adolescente, uma série de estudos e documentos transversais que subsidiam sua atuação. As evidências utilizadas partem de uma perspectiva de diretrizes nacionais, estaduais e municipais, a partir das quais são elaborados estudos encadeados e específi-cos que embasam os planos de ação e de aplicação do conselho. Estes documentos são elaborados em conjunto por consultores externos, pela rede da criança e do adolescente e pelo próprio conselho. Desta forma, o conselho consegue, além de conhecer com propriedade o cenário em que atua, propor medidas que sejam efetivas, ter uma grande clareza de objetivos e monitorar os resultados esperados para futura prestação de contas. No caso de Joinville, merece destaque o fato que a aplicação dos recursos do FMDCA é definida a partir de eixos temáticos indicados como prioritários pelo diagnóstico.

Análise

30 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

RecomendaçõesRecomendações

Recomenda-se ao CMDCA de Campinas:

0 Articulação e mobilização – ou contratação — para a re-alização de um diagnóstico sobre a situação da criança e do adolescente no município, bem como a definição de periodicidade para atualização.

0 Definição anual de uma pauta de necessidades de estudos e pesquisas específicas para subsidiar um diálogo contí-nuo com as universidades do município com intuito de ampliar a base de conhecimento do CMDCA acerca da situação da criança e adolescente no município.

0 Buscar ativamente estudos relevantes sobre a temática realiza-dos em outros municípios, em âmbito estadual ou nacional e convidar periodicamente os autores para apresentar os resul-tados destes estudos para os conselheiros.

0 A partir do diagnóstico, elaboração de estudos que subsi-die o conselho no estabelecimento de:

Diretrizes gerais de atuação e planejamento estratégico;

Planos de ação com o estabelecimento de priorida-des claras;

Metas detalhadas;

Planos de acompanhamento e avaliação de resulta-dos da política da criança e do adolescente nas temá-ticas específicas, prevendo a utilização de dados para correções de rota nas ações tomadas;

Prestação de contas da gestão e das comissões do conselho, assim como dos projetos financiados pelo FMDCA.

Por fim, recomenda-se, também, que o conselho partici-pe ativamente na construção destes estudos e do diagnós-tico, buscando agregar e analisar criticamente diferentes perspectivas durante o processo.

1

2

3

4

5

Foco do Conselho — 31

Oplanejamento estratégico é uma forma de estru-turar uma visão de futuro por meio de um pro-cesso formal e sistemático. Ele deve fundamentar

a tomada de decisões e a formulação de ações efetivas para concretizar resultados finais e intermediários que se busca al-cançar rumo a um objetivo.

No âmbito da gestão pública são tratados problemas so-ciais de natureza complexa. Por definição, estes são duradou-ros, envolvem uma vasta gama de partes interessadas com diferentes crenças e valores, estão em evolução e modificação constante, tem desafios profundos, não têm solução única ou definitiva e estão inter-relacionados a outros problemas complexos.

Para fazer frente a desafios desta natureza, é imprescindí-vel que os órgãos de gestão pública como um todo empre-guem esforços de planejamento que os permita, a partir de um profundo conhecimento sobre o problema e as partes envolvidas, articular um processo lógico e participativo que resulte em ações objetivas e verdadeiramente efetivas.

O planejamento estratégico é fundamental também para o aprendizado organizacional dos conselhos. Estes devem utilizar meios para verificação dos resultados que estão sendo atingidos, assim como avaliações periódicas que possibilitem adaptações e melhorias constantes em sua atuação. Além de planejamentos individuais de cada órgão público, é importante que o conjunto da gestão pública seja capaz de dialogar para o estabelecimento de suas prioridades e construa soluções de forma conjunta ex-plorando ao máximo suas sinergias de atuação.

Fazendo parte deste sistema, é de vital importância a um conselho consolidar um processo de planejamento estraté-gico alinhado ao do município, se houver. Não havendo, é importante que articule com o poder executivo para garantir que seus documentos sejam observa-dos nesta elabo-ração e que haja

Planejamento estratégico

...planejamento que permita, a partir de um profundo conhecimento

sobre o problema e as partes envolvidas, articular

um processo lógico e participativo...

alinhamento de prioridades entre os dois planejamentos. Este processo deve nortear a atuação do conselho no longo pra-zo, deixando claras a todos suas estratégias e a racionalidade

e coerência que amarram suas ações ― que podem passar por adaptações ao longo do tempo conforme se identifica a necessidade.

O conselho municipal de Campinas não utiliza, como um todo, planeja-mento de longo prazo para orientar

suas atividades. Há plano decenal que orienta a atuação referente a apenas um tema específico ― atendimento so-cioeducativo, aprovado em 2014.

O conselho municipal de Jundiaí utiliza, como um todo, planejamen-to a longo prazo para orientar suas atividades. Há planos decenais que

orientam a atuação referente apenas a temas prioritá-rios, tais como o Plano Municipal Decenal de Direitos Humanos da Criança e do Adolescente de Jundiaí e Plano Decenal Municipal de Atendimento Socioeducativo.

Campinas

Jundiaí

O conselho municipal de Joinville não utiliza, como um todo, plane-jamento estratégico de longo prazo para orientar suas atividades, apenas diretrizes gerais de temas prioritários, selecionados a partir do diagnóstico

de situação da criança e do adolescente e os seguintes do-cumentos: Diretrizes para plano de aplicação ao exercício de 2018-2021, para ao PPA e LOA; Além disso, há planos decenais que orientam a atuação refe-rente a um tema específico — Direitos Humanos, bem como os planos de ações e de aplicações, anuais.

Joinville

O município de Belo Horizonte exe-cuta planejamento estratégico com diretrizes que vão de 2016 até 2031. Sendo assim, o CMDCA-BH utiliza o documento como guia para elabo-ração de seus planos decenais, anuais

e de aplicação de recursos, fundamentados também pelo diagnóstico de situação da criança e do adolescente, além dos seguintes documentos: 0 Plano Municipal para Infância e Adolescência – PMIA;

0 Plano Municipal de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência

Familiar e Comunitária;

0 Plano Municipal de Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador de Belo Horizonte; propostas a serem incluídas no Plano Plurianual de Ação Governamental – PPAG 2018/2021;

0 Diretrizes e Ações prioritárias para o Plano Plurianual de Ações Governamentais – PPAG 2018/2021;

0 Diretrizes e Prioridades do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Belo Horizonte para os exercícios de 2017/2018.

Belo Horizonte

34 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

Neste sentido, dentre os conselhos observados, o muni-cípio de Belo Horizonte apresenta práticas de gestão que se destacam. O município conta com um planejamento estratégico para 15 anos (2016-2030)5 com as principais prioridades e propostas definidas para todas as pastas do executivo. A partir do planejamento estratégico da cidade, o CMDCA de Belo Horizonte realiza planos decenais e anuais alinhados com o documento municipal, além de diretrizes e prioridades que vinculam a atuação da ges-tão por prazos que asseguram a continuidade das ações. Além disso, participa ativamente da construção e elabora

propostas para o orçamento da criança e do adolescente no município.

No município de Campinas, não consta um processo de planejamento estratégico que estabeleça de forma objetiva e sistematizada as prioridades e diretrizes para as pastas da gestão. Apesar de não haver este documento norteador, não é observado também, no CMDCA, um processo de plane-jamento estratégico de longo prazo que estabeleça diretrizes e prioridades a serem tratadas nos próximos anos e estruture de forma evidenciada e efetiva proposições e soluções para os desafios na temática da criança e do adolescente.

Análise

5 Disponível em:  https://issuu.com/geel/docs/20160608_relatorio_bh_2030_otimizad.

Foco do Conselho — 35

RecomendaçõesRecomendações

Recomenda-se ao CMDCA de Campinas:

0 Estabelecer diretrizes e princípios orientadores de um processo de planejamento estratégico de longo prazo – minimo 5 anos — para a atuação do CMDCA. Este planejamento deve abranger de forma transversal as di-versas temáticas da política da criança e do adolescente como um todo, tendo como norteadores a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário. Deve, além disso, considerar to-das as partes envolvidas na construção desta política, prevendo pontos nevrálgicos de atuação e sinergias que o conselho pode vir a utilizar para potencializar suas ações.

0 Recomendar a implantação do orçamento da criança e do adolescente em Campinas, como forma de eviden-ciar os investimentos públicos que estão sendo realiza-dos na promoção e garantia de direitos.

Por fim, é preciso que o planejamento estratégico detalha-do do conselho contenha:

0 Embasamento técnico e análise de cenários fundamen-tados em documentos e dados pertinentes.

0 Objetivos finalísticos de longo prazo – ligados à situa-ção da criança e do adolescente.

0 Ações, responsabilidades e metas estabelecidas – com quan-tidades, ações relevantes, prazos e responsáveis definidos.

0 Meios de monitoramento, avaliação e aprendizado que permitam uma melhora organizacional constante e du-radoura, independentemente da gestão vigente.

0 Uma metodologia de revisão e gestão adaptativa do con-selho e de seu planejamento estratégico, coerente com as evidências obtidas sobre seu cenário atual de atuação.

0 Gere um produto que seja publicizado nos diversos canais de comunicação do CMDCA, como forma de transparência.

36 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

Tão importante quanto a elaboração de um planeja-mento estratégico para o longo prazo é a capacidade da gestão de um conselho em transformar seus ob-

jetivos de longo prazo em objetivos detalhados e ações práticas e operacionais. Estas devem ser estruturadas em relação a todo o planejamento com responsáveis, prazos e metas definidos de uma forma focada e que deem sustentação ao objetivo de longo prazo. Para que isto ocorra, é importante que sejam re-alizados planos de ação anuais viáveis e executados a partir de um recorte de prioridades a serem tratadas pelas ações, com resultados intermediários que precisam ser alcançados.

É importante que estas sejam pen-sadas de forma estratégica, ob-jetiva e coerente com a realidade, além de monitoradas e avaliadas de forma criteriosa. Para a elaboração destes planos de ação, deve-se observar e garantir a compatibilidade com o OCA, tópico a seguir, que detalha os investimentos já realizados e a serem realizados pelo mu-nicípio nesta temática.

Elaboração e execução de Plano de Ação Anual

...é importante que sejam realizados planos de ação anuais viáveis de serem

executados a partir de um recorte de prioridades...

O CMDCA publicou, em 2017 e 2018, dois planos de ação, por meio de suas atas de reuniões, com as prin-cipais temáticas a serem trabalhadas pelo conselho. No entanto, não há a fundamentação de diagnóstico, plano

decenal, municipal e/ou estudos que embasem este planeja-mento. A fundamentação é feita exclusivamente pelo plano

municipal de assistência social e o de atendimento socio-educativo, publicados em 2011, e pelas ações prioritárias definidas pelas secretarias de governo do poder executivo. Foram 21 propostas a serem financiadas com os recursos do FMDCA, ainda não liberados. Ainda assim, não houve proposta, no documento, relacionada diretamente com a liberação do recurso em questão, por parte da comissão de finanças ou dos conselheiros.

O conselho municipal de Jundiaí executa um plano de ação anual com o calendário das principais temáticas para o CMDCA, com fundamenta-ção por meio de um diagnóstico so-bre a situação da infância e juventu-

de no município e dados complementares das comissões temáticas. Por exemplo, a comissão de enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil compila dados sobre

as notificações de violências contra criança e adolescen-tes, de órgãos como Conselho Tutelar, Fundação Casa, Delegacias e de outros órgãos e os utiliza para embasar o planejamento de ações. Para a execução das ações e aplicação de recursos do FMDCA, o conselho de Jundiaí elabora e executa plano de ação que detalha percentuais do recurso destinados a cada eixo de atuação/área prioritária.

Campinas

Jundiaí

38 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

O conselho municipal de Joinville executa, a partir de um plano decenal de direitos humanos da criança e do

adolescente e diagnóstico, um Plano Anual de aplicação para a escolha dos eixos temáticos para o FMDCA.Joinville

O conselho municipal de Belo Horizonte executa um Plano de ação anual com as principais temáticas e datas do CMDCA organizadas em programas, ações, objetivos, suba-ções, produtos, metas e prazos. Isso

é feito a partir do diagnóstico sobre a situação da criança,

adolescente e jovem até os 21 anos do município e alinha-do ao plano decenal — bem como a outros documentos já citados, conforme a atuação baseada em evidências e pla-nejamento estratégico. Além disso, realiza planejamento anual detalhado para a execução do OCA e de aplicação dos recursos do FMDCA, que são apresentados aos pode-res legislativo e executivo.

Belo Horizonte

No CMDCA de Campinas, observa-se nos anos de 2017 e 2018, a proposição de dois planos de ação descontínuos, com foco difuso – 21 temas de atuação em um único plano de ação – e sem a observação de embasamento em evidências técnicas fornecidas por diagnósticos de situação. Os planos de ação propostos não estão atualmente abrangidos por ou ali-nhados a um planejamento estratégico próprio nas temáticas

pertinentes. Dentre as ações propostas nos planos de ação 2017/2018, muitas não foram executadas devido à dificuldade de liberação de recursos do FMDCA.

O CMDCA do município de Belo Horizonte foi avaliado como melhor prática por organizar seu plano de ação anual de uma forma estruturada em programas, detalhada em ações, objetivos e subações com produtos e metas definidos para cada

Análise

Foco do Conselho — 39

uma delas, assim como prazos de execução. O plano de ação é pensado com base e alinhado a um planejamento estratégico de longo prazo do próprio conselho, além de ser subsidiado por diagnósticos de situação que fornecem dados técnicos para

a proposição de ações efetivas. Este modelo organizacional se-gue de maneira próxima às disposições da Resolução 137 do CONANDA e das leis orçamentárias que também regem o funcionamento dos conselhos de direitos, Lei 4.320/1964.

RecomendaçõesRecomendações

Recomenda-se ao CMDCA de Campinas:

0 Identificar objetivos, resultados e produtos intermediá-rios alinhados ao planejamento estratégico que precisam ser alcançados em períodos anuais pelo CMDCA.

0 Consolidar planos de ação anuais, construídos a partir dos diagnósticos, que orientem a implementação de ações viá-veis e sistêmicas, mas objetivas, para atingir estes objetivos.

0 Alinhar os planos de ação à execução orçamentária (tan-to do FMDCA, quanto das pastas das secretarias de Governo) para implementar as ações necessárias.

0 Formação e/ou capacitação aos conselheiros para a ela-boração, execução, monitoramento e prestação de con-tas dos mais diversos tipos de planejamento de interesse do conselho além de noções sobre finanças, gestão e políticas públicas.

Uma vez estruturados, o diagnóstico para atuação e um planejamento estratégico de longo prazo, o conselho deve propor e acompanhar a execução de planos de ação em áreas temáticas – possivelmente linhas programáticas – com ações concisas e objetivas, que tenham partes interessadas defini-das, assim como metas, prazos e responsabilidades. Na pro-posição das ações, devem estar especificados também meca-nismos que garantam seu cumprimento, tanto nas reuniões do colegiado quanto nas comissões, e gerem subsídios para o aperfeiçoamento da atuação do conselho através de méto-dos de monitoramento, avaliação, aprendizado e uma pres-tação de contas transparente. Por fim, estas ações precisam também estar em conformidade com a disponibilidade de recursos públicos financeiros, bem como as leis que regem o orçamento público.

40 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

Sem autoavaliação, é impossível melhorar uma ges-tão de forma adaptativa. Somente a partir da autoa-valiação um conselho é capaz de reconhecer as fragi-

lidades em sua gestão e efetivamente encontrar caminhos para correções de rota e melhorias.

Um dos processos autoavaliativos do conselho se dá pelo monitoramento das ações, da avaliação de seus resultados e impactos e da consolidação do conhecimento organizacional produzido ao longo do tempo. Estes servem para assegurar que as ações e objetivos propostos estão caminhando – com a observação de indicadores claros, pertinentes e objetivos definidos. São utilizados para aperfeiçoar continuamente a gestão do órgão e permitir a tomada de decisões mais asser-tivas – por meio de avaliações com reflexões críticas e pro-dutos de conhecimento que validem ou invalidem premissas

da gestão para a construção con-tínua da política.

Controles in-ternos de avalia-ção dos próprios conselheiros podem compor um sistema de autoavaliação que auxilie na prestação de contas, na garantia da idoneidade e na transparência do órgão, exi-bindo a participação e a produtividade de todos os seus membros.

Além disso, do ponto de vista externo, o conselho deve estar aberto e assegurar meios ou canais de acesso às críticas, de avaliação e de denúncias, prestando contas sobre o seu desfecho, salvo questões sigilosas ou de segredo de justiça.

Autoavaliação

...um sistema de autoavaliação que auxilie na prestação de contas, na

garantia da idoneidade e na transparência do órgão...

O conselho municipal de Campinas não possui mecanismos previstos

para autoavaliação de suas atividades.

Avaliação do Planejamento de 2017. Consta previsão de avaliação

do planejamento realizado, mas não há nenhuma infor-mação publicada a respeito.

Campinas

Jundiaí

O conselho de Belo Horizonte utili-za um mecanismo de autoavaliação via relatório de avaliação anual das ações do CMDCA. No entanto, este mecanismo de avaliação não

está incorporado ao funcionamento do conselho de for-ma atualizada, o último dado publicado diz respeito ao ano de 2015, e não tem o perfil de autoavaliação do con-selho e seus conselheiros.

Belo Horizonte

42 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

Não há qualquer informação publi-cada do conselho de Joinville que

diga respeito a mecanismos de autoavaliação das ativida-des desenvolvidas.Joinville

Do ponto de vista da autoavaliação, nenhum dos conse-

lhos observados apresenta práticas de gestão que se considere

suficientes. O que mais se aproxima é o CMDCA de Belo

Horizonte, que conta com um relatório de atividades com

um descritivo anual sobre as ações do conselho. Este relatório

não prevê meios de reflexão crítica sobre a atuação do órgão e

nem dos conselheiros, além de não estar incorporado às prá-ticas de gestão como uma forma de aprendizado e prestação de contas – último relatório publicado no ano de 2015.

Em Campinas, no melhor entendimento deste estudo, não há a previsão de métodos de autoavaliação como os ci-tados acima.

Análise

Foco do Conselho — 43

RecomendaçõesRecomendações

Recomenda-se que o conselho adote práticas de monitora-

mento, avaliação e aprendizado de todas as suas ações, com:

0 Métricas e indicadores claros, objetivos e relevantes

sobre a produtividade finalística do conselho e tam-

bém de suas rotinas administrativas e seus projetos

financiados.

0 Processos de avaliação e reflexão crítica sobre as ações

realizadas e projetos financiados.

0 Mecanismos formais de incorporação deste aprendiza-do para aperfeiçoamento da gestão.

0 Além das avaliações feitas internamente, recomenda-se que o conselho esteja aberto e preveja meios de avalia-ção externa independente – seja por meio de contri-buições da sociedade civil ou consultores especializados – de suas ações, que contribuam com a gestão e forta-leçam também a transparência para a sociedade – por meio da apresentação de uma avaliação isenta.

44 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

Otempo de reunião da plenária do conselho precisa ser utilizado de forma focada. Visto que a plenária dos CMDCA tem apenas uma reunião mensal, é

importante que o tempo deliberativo e as pautas das reuni-ões sejam extremamente focadas e objetivas, concentrando--se nas questões finalísticas do CMDCA – formular e avaliar as políticas públicas municipais para criança e adolescente. A distribuição destas pautas ajuda a traçar o perfil do conselho. Estas devem ter como prioridade questões relativas à política de direitos da criança e do adolescente e não questões admi-nistrativas do próprio conselho – atividades meio.

O pouco tempo deliberativo voltado às pautas finalísticas tem como potencial impacto negativo a redução da produ-ção efetiva do conselho e prejuízos ao público-alvo da políti-ca. As discussões produzidas e aprofundadas pelas comissões ou demandas pontuais pertinentes trazidas por conselheiros devem ser levadas à plenária do conselho apenas, via de re-gra, para aprovação e deliberação do colegiado. As comissões

precisam então ser atuantes e cumprir seu pa-pel no debate e na promoção das questões para as quais foram cria-das. Mais uma vez, pode haver um questionamento sobre a legitimidade e da seriedade do conselho quando este não se dedica predominantemente às suas questões finalísticas. As reuniões se tornam desinteressantes a públicos externos participantes, que não identificam na discussão de questões administrativas temas pertinentes à política, bem como po-tenciais reivindicações da população.

Em uma análise detalhada de todas as pautas dos dife-rentes CMDCA compreendidos por este estudo em 2017 e 2018, observou-se a disposição de pautas exibida no Gráfico 1 a seguir:

Foco das deliberações

...ter como prioridade questões relativas à política de direitos da criança e do adolescente e não questões administrativas do próprio

conselho...

Disposição das Pautas do CMDCA

Pautas final íst icas Pautas meio

Campinas Jundiaí Belo Horizonte Joinvi l le

75%

25%

37% 40%

63% 60%

93%

7%

Entre 2017 e início de 2018, foram totalizadas 140 pautas do conselho, entre 20 reuniões. Os assuntos das pautas foram classificados em ativi-dades meio (assuntos administrativos, funcionamento da estrutura do conse-

lho, por exemplo) e pautas finalísticas, que buscam ter im-pacto no município ao que envolve à criança e adolescente:

0 75% das pautas foram atividades meio do CMDCA;

0 25% pautas finalísticas, considerando que apenas as deliberações para aprovação de registros de entidades no conselho somaram 19%.

No mais, houve a produção de 2 minutas, sendo apenas uma publicada.

Campinas

46 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

Entre 2017 e início de 2018, foram totalizadas 78 pautas do conselho, entre 27 reuniões.

0 37% das pautas foram atividades meio do CMDCA;

0 63% pautas finalísticas, considerando que apenas as

deliberações para aprovação de registros de entidades no conselho somaram 19%.

No mais, houve a produção de 6 resoluções publicadas, relacionadas aos planos de ação e de aplicação; fluxo de atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violên-cia sexual; eleições para o CMDCA 2018.

Entre 2017 e início de 2018, foram totalizadas 23 pautas do conselho, entre 08 reuniões.

0 60% das pautas foram atividades finalísticas;

0 40% atividades meio.

No mais, houve a produção de 11 resoluções, cujos temas são referentes ao chamamento público para apresentação de projetos a serem financiados pelo FMDCA; planos de aplicação e de ação anual; ações prioritárias para o pla-no plurianual e 24 deliberações do conselho referentes a aprovação de registro e plano de trabalho aprovados das entidades.

Jundiaí

Belo Horizonte

Foco do Conselho — 47

Entre 2017 e início de 2018, foram totalizadas 146 pautas do conselho, entre 18 reuniões.

0 93% das pautas foram atividades finalísticas;

0 7% atividades meio.

A porcentagem alta das pautas finalísticas devem-se às comissões que se apresentam em todas as ordinárias do

Conselho. O envolvimento destes órgãos é participativo e muito presente nas reuniões.

No mais, houve a produção de 20 resoluções, cujos temas são referentes ao chamamento público para apresentação de projetos a serem financiados pelo FMDCA; planos de aplicação e de ação anuais; ações prioritárias para o pla-no plurianual; aprovação de registro e plano de trabalho aprovados das entidades; autorização para capacitação/formação dos conselheiros.

Joinville

Como é possível observar, dentre os CMDCA estudados, o conselho de Campinas, no exercício 2017/2018, é aquele que dedica a maior parte de seu tempo deliberativo a questões meio – administrativas internas como troca de conselheiros, renúncias de conselheiros, extinção de comissões, entre ou-tras. Neste caso, 25% do tempo deliberativo do conselho de Campinas é efetivamente utilizado para deliberação de ques-tões relativas à política de direitos da criança e do adolescen-te. Destes 25%, cerca de 19% são utilizados para registros

de entidades e apenas 6% ao debate sobre a política pública, fragilizando seu papel como órgão de controle social.

O conselho onde se observa a melhor prática, Joinville, tem 93% de seu tempo deliberativo voltado a pautas finalísticas. Neste conselho, há uma dinâmica de prestação de contas de todas as comissões para a plenária do conselho nas reuniões. Além disso, há a presença de órgãos como o ministério públi-co, judiciário, defensoria pública, conselho tutelar e outros nas comissões, que trazem substância às discussões promovidas.

Análise

48 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

RecomendaçõesRecomendações

Recomenda-se ao CMDCA de Campinas:

0 A criação de mecanismos garantidores para que a ple-nária do conselho seja um espaço de deliberação apenas das questões críticas relativas ao cumprimento de seu papel de fiscalização, controle, deliberação e formulação da política da criança e do adolescente no município.

0 Garantir que as comissões formadas sejam atuantes, produzam e levem à plenária as pautas e discussões per-tinentes à política para deliberação.

0 Delegar questões técnicas administrativas ao corpo téc-nico vinculado ao conselho na garantia de que questões administrativas sejam realizadas por ele e não se esten-dam desnecessariamente às comissões e aos conselheiros.

Por fim, é benéfico que o conselho busque meios de arti-culação para fomentar a presença de outros atores envolvidos no sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente nas deliberações, necessária para que haja consenso entre os diferentes atores e seja reduzida a necessidade de retrabalho das decisões tomadas.

Foco do Conselho — 49

Orçamento da Criança e do Adolescente (OCA)

Meios de articulação, monitoramento e proposição sobre políticas públicas

Produtividade das comissões

Monitoramento e avaliação de projetos

Incidência

OOrçamento para a Criança e o Adolescente (OCA) tem como função identificar com objetividade e transparência quais recursos públicos são desti-

nados especificamente à criança e ao adolescente no âmbito nacional, estadual e, principalmente no caso do CMDCA, municipal – elaborado em consonância com os instrumen-tos de gestão e orçamento do poder executivo, o PPA (Plano Plurianual), a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e a LOA (Lei Orçamentária Anual).

O OCA é uma poderosa ferramenta de incidência para um conselho de direitos. Em síntese, conforme o documen-to “de olho no orçamento da Criança” da UNICEF, o OCA constitui o levantamento do conjunto de ações e despesas do orçamento público destinado à proteção e desenvolvimen-to da criança6. Sua elaboração parte da análise dos investi-mentos públicos em diversas áreas para identificar, detalhar e quantificar quais gastos são destinados a este público em cada uma das áreas do governo.

Somente a par-tir da clareza orça-mentária se torna possível que análi-ses observem quais áreas da política da criança e ado-lescente estão ou não cobertas pelo investimento público, assim como a sua distribuição. Esta clareza, por sua vez, faz com que o conselho seja capaz de avaliar com precisão a efetividade do gasto público na temá-tica e incida para a realização de investimentos prioritários.

A importância de se ter um OCA claro e transparente é

fornecer também aos gestores públicos, órgãos de controle

social e sociedade civil um maior domínio, clareza e poder de decisão e proposição sobre o orçamento público para esta

Orçamento da Criança e do Adolescente (OCA)

Somente a partir da clareza orçamentária se torna possível que análises observem quais áreas da política da criança e adolescente estão ou não cobertas pelo investimento

público...

6 Disponível em https://www.unicef.org/brazil/pt/de_olho_orcamento_crianca.pdf pg. 08

política. Ele torna possível identificar lacunas no investimen-to público em áreas específicas e também oportunidades de sinergia e diálogo com ações de outros órgãos.

Em relação à elaboração do OCA do município, os con-selhos de direitos municipais têm como papel fundamental

a articulação, proposição e monitoramento de ações junto aos órgãos pertinentes do poder público – câmara dos vere-adores, assembleias legislativas, poder executivo, tribunal de contas, entre outros –, para que este documento seja elabora-do de forma objetiva e transparente.

Embora exista na lei de criação do con-selho a previsão que o órgão é compe-tente para apresentar sugestões para o orçamento municipal destinado à as-sistência social, saúde e educação, bem como ao funcionamento do Conselho

Tutelar, não são encontradas evidências concretas de que o CDMCA de Campinas tenha apresentado proposições orça-mentárias consistentes para a realização OCA municipal. O Município promulgou, em 2002, uma lei que tornava obri-gatória a formulação didática do OCA, não estando esta re-gulamentada pelo poder legislativo até o presente momento.

Campinas

O CDMCA de Jundiaí participa da elaboração do OCA municipal em au-diências públicas do poder legislativo, articulando também com o poder exe-cutivo os temas prioritários para inves-timento em sua temática de atuação.Cabe à comissão do FMDCA moni-

torar, elaborar, discutir e propor o OCA com os órgãos

do poder legislativo e executivo, que deliberam sobre este orçamento em suas pautas, tanto anual como plurianu-al. O Município aderiu, em 2017, ao programa Prefeito Amigo da Criança. Além disso, o órgão é competente para elaborar estudos, pareceres, minutas de editais de chamamentos e serem en-caminhados às reuniões do CMDCA, em que será discu-tido e/ou deliberado sobre o assunto.

Jundiaí

52 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

O CDMCA de Joinville participa e faz proposições para o OCA do muni-cípio em audiências públicas do poder legislativo para estabelecimento de te-mas prioritários para investimento.Cabe à comissão do FMDCA moni-

torar, elaborar, discutir e propor o OCA com os órgãos do poder legislativo e executivo, que deliberam sobre o

orçamento da criança em suas pautas, tanto anual como plurianual.Além disso, o órgão é competente para elaborar estudos, pa-receres, minutas de editais de chamamentos e serem encami-nhados às reuniões do CMDCA, em que será discutido e/ou deliberado sobre o assunto. Há planos decenais que orientam a atuação referente a um tema específico, direitos humanos, bem como os planos de ações e de aplicações anuais.

O Município de Belo Horizonte adota boas práticas para a elaboração do OCA recomendadas pelo progra-ma Prefeito Amigo da Criança. O OCA de Belo Horizonte é atualiza-do, publicizado, tem um bom nível de detalhamento e chega a analisar

ações e subações de diversas políticas para a criança e o adolescente, sendo reconhecido nacionalmente como um modelo a ser seguido por outros municípios. São publica-dos ainda relatórios comparativos anuais que demonstram as diferenças dos investimentos realizados em cada ano.

O CDMCA de Belo Horizonte participa e faz proposi-ções para o OCA do município em audiências públicas do poder legislativo, articulando também com o poder executivo os temas prioritários para investimento. O Município tem um OCA detalhado e transparente, que possibilita a visualização clara das áreas de investimento na temática. Cabe à comissão do FMDCA monitorar, elaborar, discu-tir e propor o OCA com os órgãos do poder legislativo e executivo, que deliberam sobre este orçamento em suas pautas, tanto anual como plurianual.

Joinville

Belo Horizonte

Incidência — 53

O Município de Belo Horizonte apresenta um modelo de gestão deste orçamento aderente ao proposto pelo programa Prefeito Amigo da Criança, criado pela Fundação ABRINQ para apoiar os municípios com subsídios técnicos e recomen-dações na formulação de seu OCA. Os gastos públicos para a criança e ao adolescente são especificados até o nível das políti-cas às quais pertencem, às áreas dentro destas políticas e ainda a subáreas de atuação, além de funções e subfunções do governo que detalham as rubricas de utilização dos recursos, conforme detalhado no item Recomendações a seguir. Por fim, o OCA do Município é atualizado e facilmente acessível.

Em Campinas, não se encontra documentos que eviden-ciem uma participação ativa do conselho e da comissão do FMDCA na articulação para a proposição e acompanhamento de um orçamento detalhado para a política da criança e do adolescente. Até a presente data, o Município não aderiu ao programa Prefeito Amigo da Criança, cujo objetivo está em subsidiar tecnicamente os municípios comprometidos com a política da criança e adolescente e capacitar agentes públicos para a elaboração do OCA do Município.

No Município, há um OCA formulado apenas para sub-venções sociais nos termos da Lei 4.320/1964, apresentan-do dificuldades para adequação ao modelo de orçamento

atualizado pelo marco regulatório vigente (Lei 13.019/2014). A forma de apresentação atual do OCA trata, na mesma nor-mativa, sobre recursos oriundos de destinação fiscal e subven-ção social, que deveriam seguir procedimentos distintos para aplicação – recursos fiscais exclusivamente por chamamento público elaborado em conjunto pelo CMDCA e o poder exe-cutivo e subvenções mediante aprovação do poder legislativo. Apesar de o Município ter promulgado, em 2002, lei muni-cipal que tornava obrigatória a formulação didática do OCA, esta, no entanto, não foi regulamentada pelo poder executivo até a presente data e, portanto, o OCA não é hoje formulado nos moldes estabelecidos por esta Lei ou qualquer outra.

A formulação de um OCA detalhado traria ganhos para que o conselho fosse capaz de argumentar e debater com pro-fundidade a política da criança e do adolescente no município, estabelecendo também procedimentos de atuação que o aju-dem a consolidar seu papel de controle social sobre a política pública nesta temática.

Os ganhos de um OCA detalhado podem ainda ser poten-cializados caso este seja utilizado em conjunto com um diag-nóstico de situação já que, desta forma, podem ser compara-dos os recursos que estão atualmente sendo aplicados em cada área com as áreas prioritárias identificadas pelo diagnóstico

Análise

54 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

RecomendaçõesRecomendações

Neste tópico, entende-se que as principais recomendações são que:

0 Que o CMDCA fomente a participação do poder executivo no programa Prefeito Amigo da Criança e a consulta a outros documentos como o “de olho no orçamento da Criança”, da UNICEF, que fornecem referenciais e melhores práticas para a elaboração de or-çamentos específicos para esta política.

0 Articule e apresente, anualmente, proposições para a ela-boração do OCA junto aos poderes executivo e legislati-vo. Estas devem estar baseadas em estudos e diagnósticos como os já mencionados anteriormente e alinhadas aos

instrumentos de gestão e orçamento do poder executivo.

0 Incida para que os poderes executivo e legislativo pu-bliquem e discriminem o orçamento público às suas secretarias e entidades públicas de forma acessível e in-teligível e didático ao público geral e quaisquer interes-sados em suas informações apresentadas.

0 Articule para regulamentar, em Campinas, a Lei municipal 11.410/02, que especifica a elaboração do OCA.

0 A partir da análise do OCA, sistematize seus prin-cipais pontos de atenção e sugira aos poderes legis-lativo e executivo áreas prioritárias de investimento.

Incidência — 55

Nos termos do ECA, os CMDCA têm como uma de suas funções fundamentais a articulação com ou-tros órgãos para a promoção, deliberação e fiscali-

zação/monitoramento da política da criança e do adolescente. Desta forma, as normas que regem seu funcionamento no mu-nicípio preveem autonomia para pautar seus trabalhos inter-nos, para acionar o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente assim como editar resoluções próprias que sejam vinculadas à administração pública, sob pena de ação civil pública.

É preciso que um conselho aja de forma ativa na delibe-ração de temas que envolvem seu escopo. Um exemplo atu-al é a presença dos CMDCA e demais conselhos de direitos que dispõe sobre os fundos na regulamentação municipal da Lei 13.019/2014 que, dentre outras alterações, estabele-ce editais de chamamento público como forma de aplicação dos recursos do FMDCA. Outro exemplo é articulação do CMDCA para implantação da Lei 13.431 no município,

que propõe alte-rações no ECA visando estabele-cer e qualificar os fluxos de atendi-mento a crianças e adolescentes vitímas ou testemunhas de violência.

Institucionalmente, é preciso que esta articulação seja feita por meio de um processo estruturado e transparente. Este se inicia com o diagnóstico e dados concretos de si-tuação atual da política, passa pelo planejamento e análise do conselho para a construção de ações próprias, e outras junto aos poderes legislativo, executivo e ao sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente, e culmina com a articulação do CMDCA e de todos os atores deste sistema para a inclusão destas ações nos planos plurianu-ais, na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na Lei Orçamentária Anual (LOA), concretizando as propostas e

Meios de articulação, monitoramento e proposição sobre políticas públicas

...é preciso que esta articulação seja feita por

meio de um processo estruturado e transparente.

viabilizando sua implementação – que deve ser fiscalizada também pelo conselho.

Neste cenário, é importante também que o conselho se mantenha atualizado e busque por capacitações e formações

constantes sobre sua temática, por exemplo formações téc-nicas sobre o orçamento público. Além disso, pode buscar aproximação com outros conselhos para prospecção de boas práticas e oportunidades de atuação em sinergia com estes.

O CMDCA de Campinas tem arti-culação com os conselhos de outras políticas públicas – predominante-mente assistência social e, em menor nível, saúde – e outros órgãos por meio de suas comissões, articulando

principalmente com o Poder Ecutivo. No entanto, devido à ausência de diagnóstico e planejamento sistemático para a proposição de ações, há dificuldade de concretizar ações e

monitorar a política junto a outros órgãos do sistema de ga-rantia de direitos visando promoção da política da criança e do adolescente, inclusive articulação regional com as or-ganizações relevantes. Ademais, não constam informações públicas relacionadas ao monitoramento pelo conselho de temas críticos à política da criança e do adolescente, por exemplo demanda de vagas da educação infantil, explora-ção/violência sexual contra a criança e o adolescente, em que a implantação da Lei 13.341 poderia comtribuir.

Campinas

Evidencia-se um planejamento e proposições do CMDCA de Jundiaí que atinjam diversos assuntos den-tro da temática da criança e do adolescente. Além disso, há uma forte relação institucional entre o

CMDCA e o CMAS para elaboração e discussão de po-líticas públicas.

Essa elaboração é embasada por diagnósticos, estudos e relatórios sobre a situação da criança e do adolescente do município que permitem ao conselho articular com ou-tros órgãos, assim como se relacionar outras temáticas. Este participa das conferências e seminários de outros ór-gãos relacionados e, por fim, desenvolve suas ações em uma relação de proximidade e proatividade com a procu-radoria do município.

Jundiaí

Incidência — 57

O CMDCA de Joinville participa da construção de outras políticas públicas por meio, por exemplo, da sua participação nas conferências municipais da saúde e da assistência

social, bem como previsões conjuntas de atuação, esta-belecidas em seu planejamento anual e decenal em direi-tos humanos e interface com outras pastas, como a da saúde, em especial.

O CMDCA de Belo Horizonte ar-ticula com outras políticas públicas por meio de diagnósticos, estudos e relatórios sobre a situação da criança e do adolescente do Município, as-sim como o relacionamento do con-

selho com outras temáticas, sua articulação com outros órgãos. Evidencia-se um planejamento e proposições

que atingem diversos assuntos dentro deste público em específico. Algumas destas articulações geraram a cons-trução de ficha de notificação contra suspeita e confir-mação de violência contra crianças e adolescentes; ações em conjunto com a área da saúde, judiciário, defensoria pública, assistência social e a academia sobre a destitui-ção familiar a crianças com mães usuárias de substâncias psicoativas.

Joinville

Belo Horizonte

O conselho municipal de Belo Horizonte foi escolhi-do como melhor prática por apresentar uma gestão arti-culada com outros órgãos públicos – Ministério Público, Defensoria Pública, poderes legislativo, executivo e judiciário

– e privados – organizações da sociedade civil, universidades privadas – evidenciada pela presença destes órgãos nas reu-niões do conselho e documentos publicados em conjunto. O CMDCA de Belo Horizonte utiliza um diagnóstico de

Análise

58 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

situação da criança e do adolescente, e também outros estu-dos e relatórios que embasam sua atuação e proposições sobre esta política, ajudando, assim, a viabilizar a implementação de propostas mais efetivas, impessoais e coerentes com a rea-lidade social do município. Esta forma integrada de atuação facilita a inclusão destas propostas no orçamento público e fortalece o conselho em seu papel. Além disso, o CMDCA articula ativamente para a deliberação e seguimento de temas que o proporcionam autonomia, tais como a elaboração do decreto que regulamenta a Lei 13.019/2014, e facilitam a destinação de recursos via FMDCA. Tendo este ponto esta-belecido, atua como protagonista na elaboração de editais de chamamento e outras normativas, que são apenas validados pelo poder executivo.

O CMDCA de Campinas apresenta majoritariamente um processo de interrelação para a realização de eventos temáti-cos e formações de curta duração. A ausência de diagnóstico, planejamento estratégico e planos de ação formulados difi-culta o processo de estabelecimento de prioridades e ações viáveis na temática, consequentemente tornando difícil tam-bém a articulação com outros órgãos para a promoção da política da criança e do adolescente.

Há também evidências de oportunidades de iniciativa/participação do CMDCA de Campinas no que tange ao as-pecto jurídico/normativo do Município. Um exemplo é a re-gulamentação municipal da Lei 13.019, publicada em 2014, e, para a qual, até este momento, o decreto não foi editado.

Incidência — 59

RecomendaçõesRecomendações

Recomenda-se que, uma vez estabelecidos processos in-dispensáveis para a articulação – elaboração de diagnóstico, planejamento estratégico do conselho e planos de ação –, o CDMCA:

0 Consolide uma agenda de participação e articulação ativa para a apresentação de propostas em sua temática e busque estratégias efetivas para atuação conjunta com outros órgãos públicos e privados. Além do pleito pela implementação de propostas, é preciso que haja uma agenda prevista de monitoramento, avaliação e contro-le social para prover aprimoramento contínuo, atuali-zação e transparência a todo o processo.

0 Preveja a capacitação constante dos próprios conselhei-

ros, a fim de contribuir com a discussão qualificada da

temática no município.

0 Participe, contribua e monitore junto aos demais con-

selhos de direitos a regulamentação do decreto muni-

cipal da Lei 13.019/2014 no município de Campinas.

0 Realize e contribua em audiências públicas, com arti-

culação institucional com a procuradoria do município

e outras autoridades visando participação e celeridade

na deliberação e aprovação de questões institucionais e

de competências do conselho.

60 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

As comissões são os ambientes de debate, estudo e planejamento de um conselho de direitos. Por esse motivo, agem como um meio para a efetivação da

missão dos conselhos de direitos. Elas têm como função prin-cipal o debate dos planejamentos operacional e institucional de questões complexas que precisam de maior aprofunda-mento, levando-as ao colegiado do conselho de forma siste-matizada para a tomada de decisões. É ainda um espaço de participação social onde a sociedade civil pode se apropriar do debate de questões específicas da política.

As comissões são criadas e extintas de acordo com as ne-cessidades e a pertinência de temas sobre os quais o conselho deseja atuar, e devem respeitar as normativas do ECA, do CONANDA, dos conselhos estaduais da criança e do ado-lescente e demais legislações que incidem sobre o conselho. Podem ser subsidiadas tecnicamente por grupos de trabalho (GT) temporários constituídos por prazos determinados para a discussão de assuntos pertinentes a seus temas de atuação.

As comissões têm ainda como papel a produção de análises destas questões temáticas à luz do diagnóstico de situação da política como um todo e a sugestão de ações no âmbito dos planos de ação e de aplicação do conselho de forma ampla,

bem como a arti-culação com ou-tros órgãos para a promoção de questões perti-nentes. É um espaço de parti-cipação social onde a sociedade civil pode se apropriar do debate de questões específicas da política.

O papel das comissões é, portanto, fundamental para o conselho. Dá foco e direciona o debate de suas questões fi-nalísticas, apresentando temas e questionamentos mais ama-durecidos à plenária – de forma mais estruturada e eficiente. Estes debates devem esmiuçar temas com o objetivo de maxi-mizar a eficiência do tempo deliberativo do colegiado.

Para cumprir todas estas funções, é preciso que o con-selho faça uma gestão eficiente das comissões. É preciso que haja clareza dos motivos para os quais uma comissão foi criada, com seus objetivos gerais e específicos, e também quais funções ela desempenha. Todos estes aspectos precisam constar nas normativas de criação de comissões e pautar seu funcionamento.

Produtividade das comissões

...têm como função principal o debate dos planejamentos operacional e institucional

de questões complexas que precisam de maior

aprofundamento...

Não há previsões e diretrizes especí-ficas que pautem tanto a existência quanto o funcionamento das comis-sões do CMDCA de Campinas. Há a criação e dissolução constante de comissões e grupos de trabalho para

tratar demandas pontuais, bem como o remanejamento de conselheiros entre estes.

De acordo com as informações públicas disponíveis no site do conselho, as comissões permanentes que apresen-tam mais produções/ações divulgadas são:

De enfrentamentos à violência: campanha 18 de maio; re-latório de atividades da comissão sobre as reuniões, judici-ário e população; estabelecimento de eixos temáticos e no-vos valores para próximo edital FMDCA, na modalidade financiamento direto; GT – Autor de Violência: reuniões mensais, totalizando 6 ao longo de 2017, com a proposição de um fluxo dos serviços especializados no assunto entregue à secretaria da assistência social; 57 reuniões referentes aos

trabalhos da comissão de enfrentamentos; participação da comissão do CMDCA na Câmara de Vereadores de Campinas para apresentar o trabalho já realizado pela co-missão no enfrentamento à violência doméstica e explo-ração sexual contra crianças e adolescentes; II Seminário da Comissão de Enfrentamento à Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes; formação específica em Violência Sexual para a Proteção Social Especial de mé-dia complexidade: iniciação do curso de 16h com apro-fundamento no enfrentamento da Violência Sexual — 35 participantes no primeiro grupo.

Comissão de medida socioeducativa: boletim trienal sobre o plano decenal; Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo, em 2015; capacitação: Fenômeno do uso de álcool e drogas na adolescência; a primeira avaliação pública das ações do primeiro ano do Plano Municipal como projeto de Lei do SIMASE; cons-trução de fluxos e procedimentos (executoras / CREAS); qualificação da metodologia.

Campinas

62 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

Constam diretrizes e atribuições ge-rais e comuns detalhadas a todas as comissões e grupos de trabalho. Há a previsão específica sobre comissões permanentes e temporárias, nos ter-mos de seu regimento interno.

Desta forma, há perenidade nos trabalhos executados por comissões permanentes que caracterizam a identidade do conselho, sendo possível a continuidade do trabalho desen-volvido independentemente da gestão atual. Além disso, havendo previsões específicas para criação e funcionamen-to das comissões em si, torna-se possível, a partir de pautas prioritárias que surgem eventualmente, a criação de comis-sões temporárias funcionais e pelo tempo adequado.A produção das comissões, conforme as reuniões do con-selho: diminuição de metas no serviço da proteção bási-ca / posicionamento — um grupo para que em conjun-to com o CMAS traga uma posição para deliberação do conselho na próxima reunião; Projeto “República”; visita e acompanhamento pela Comissão de Políticas e progra-mas e Prorrogação do Projeto L5Unidos pela Cidadania e Cultura de Paz” da Fundação Itaú Social. Contratação de diagnóstico situacional e dos planos decenais dos direitos da criança e do adolescente e do sistema de atendimento

socioeducativo; Encontro sobre trabalho infantil; encami-nhamento de dados. Equipamentos que compõem o fluxo mínimo de atendimento de vítimas de violência sexual ao CMDCA para que tenha um acompanhamento e reconhe-cimentos dos atendimentos; Comissão de enfrentamentos teve encontros agendados com a rede municipal e estadual de educação para novamente apresentar o fluxo e expor so-bre a importância da denúncia, mesmo que seja apenas uma suspeita; repactuação do fluxo; encontro organizado pela Comissão Municipal de Enfrentamento a Violência Sexual sob o tema “Faça Bonito: desconstruindo preconceitos para poder proteger”; fazer visitas em locais de atendimento a crianças e adolescentes para apresentação e divulgação do Fluxo de atendimento a vítimas de violência sexual; notifi-cação à Delegacia de Defesa da Mulher — DDM para que seja evitada a reincidência das vítimas; encaminhamento ao Hospital Universitário de uma notificação solicitando am-pla divulgação e utilização nos atendimentos da resolução do CMDCA que dispõe sobre o fluxo de denúncias; oficia-lização dos responsáveis por cada local e convites para reu-niões do Conselho para expor os motivos pelo não envio de denúncias; Plano Municipal para Infância e Adolescência; campanha 18 de maio; registros de entidades; processo elei-toral e acompanhamento do conselho tutelar.

Jundiaí

Incidência — 63

Constam diretrizes e atribuições gerais e comuns a todas as comissões e grupos de trabalho do conselho e há a previsão específica sobre comissões permanen-tes e temporárias.Desta forma, há perenidade nos traba-

lhos executados por comissões permanentes que caracterizam a identidade do conselho, sendo possível a continuidade do trabalho desenvolvido independentemente da gestão atual. Além disso, havendo previsões específicas para criação e fun-cionamento das comissões em si, torna-se possível, a partir de pautas prioritárias que surgem eventualmente, a criação de comissões temporárias funcionais e pelo tempo adequa-do. A realização da Pesquisa “Conhecer e Cuidar”, de 2015, constitui uma resposta à necessidade de conhecer com maior profundidade a dimensão, o impacto do uso/abuso de álcool e outras drogas e o funcionamento da rede de assistência a usuários e seus familiares no município de Belo Horizonte, fundamentado na Conferência Municipal de Políticas sobre Drogas de Belo Horizonte, ocorrida em 2013; Índice de Vulnerabilidade Juvenil de Belo Horizonte (IVJ-BH); diag-nóstico sobre o trabalho infantil em Belo Horizonte; o diag-nóstico da criança, adolescente e do jovem; Plano Municipal

de Combate ao Trabalho Infantil; atestados de qualidade e eficiência dos programas governamentais e não governamen-tais de proteção e socioeducativos destinados às crianças e adolescentes parâmetros para a execução da política de aten-dimento a criança e adolescente em acolhimento institucio-nal e outras providências; modelo de justificativa de ausência do conselheiro; ficha de notificação protetiva de suspeita / confirmação de violência contra crianças e adolescentes; re-querimento de atestado de qualidade e eficiência positivo/ negativo; orientações para o preenchimento e instrutivo da ficha de notificação protetiva de suspeita/confirmação de vio-lência contra crianças e adolescentes; registros de entidades; 18 de maio — formação às meninas que realizaram o curso referente ao Projeto Profissionalizando (comissão de medi-da socioeducativa); capacitação continuada de Conselheiros Municipais de Políticas públicas; processo eleitoral e acom-panhamento do conselho tutelar, além de ofícios para apre-sentação trimestral de dados ao conselho municipal; articu-lação para elaboração e aprovação da resolução CMDCA/BH que dispõe sobre a proposição de regulamentação dos Fóruns Regionais dos Direitos da Criança e do Adolescente – FOCA. Participação nos encontros dos Fóruns da Criança e do Adolescente – FOCA.

Belo Horizonte

64 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

Há a previsão de funcionamento de câmaras temáticas permanentes e temporárias, sem especificá-las. O CMDCA de Joinville não dispõe de diretrizes gerais e comuns ao funcio-namento de suas comissões.

As comissões são responsáveis pela apresentação de minu-tas para resoluções referentes à capacitação de conselheiros do CMDCA e tutelares; estabelece eixos temáticos e novos valores para próximo edital FMDCA, na modalidade fi-nanciamento direto registros de entidades; deliberou sobre

a elaboração do Diagnóstico da Rede de Acolhimento Institucional da Criança e do Adolescente em 2016 como a alteração do teor da meta e da relativa ação, que ficaram assim redigidas: Meta 27.1 – “Ampliar o atendimento no CAPS IJ, dividindo-o em unidades distintas entre trans-torno mental e uso abusivo de SPA, e transformar o CAPS AD em CAPS AD III (24h)”; Ação 27.1.1 – “Avançar nos estudos de implantação do CAPS AD III (24h), e ampliar o atendimento no CAPS IJ, aumentando a equipe de aten-dimento e dividindo-o em unidades distintas entre trans-torno mental e uso abusivo de SPA.”

Joinville

Em Campinas, ao ser pesquisada a produção das comis-sões, encontrou-se, via site do conselho, informações relativas unicamente à comissão de enfrentamento à violência, uma das comissões temáticas do CMDCA. Apesar de haver regis-tro de solicitação do presidente do conselho para a produção de relatórios individuais sobre os trabalhos de cada comissão, não há evidências desta produção ou de sistematizações de outras produções das comissões, e, portanto, não é possível analisar quais foram os trabalhos realizados por estas.

Em Belo Horizonte, está disposta uma estrutura de co-missões permanentes e temporárias que dão sustentação aos trabalhos finalísticos do colegiado. São publicizadas diversas ações promovidas pelas comissões e seus encaminhamentos e desfechos de ações pertinentes aos temas. Além da transpa-rência, é visível nas pautas do colegiado a presença de discus-sões fruto de debates e análises prévias das comissões temá-ticas que, como praxe, acompanham o seguimento de suas demandas gerais.

Análise

Incidência — 65

RecomendaçõesRecomendações

Recomenda-se ao Conselho, a partir da elaboração de seu diagnóstico de situação, planejamento estratégico e planos de ação para:

0 Estabelecer uma agenda de diretrizes e recomendações a serem debatidas em comissões específicas de forma aberta e acessível à sociedade civil e o sistema de garan-tia de direitos da criança e do adolescente.

0 Estruturar as atribuições das comissões temáticas do conselho e normatizá-las via documentos oficiais edi-tados pelo conselho, garantindo que haja perenidade nos trabalhos e que estas tenham vigências durante o período adequado.

0 Criação de um procedimento para acompanhamen-to das demandas e previsão de responsabilidades pela entrega e publicização de relatórios de atividades de cada uma das comissões temáticas de forma acessível. Desta forma, além de melhorar a organização interna dos debates, haveria maior transparência às atividades desenvolvidas pelo conselho como um todo, gerando credibilidade à sociedade civil e também a potenciais destinadores fiscais.

0 Apresentar brevemente o status de cada comissão nas plenárias ordinárias, com fins de transparência e pos-sibilidade de acompanhamento por parte do coletivo.

66 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

Somente por meio da realização do monitoramento e ava-liação dos projetos financiados é possível dizer se estes estão alcançando ou não seus objetivos e se seguem ali-

nhados aos valores preconizados no ECA e outras legislações vigentes pertinentes. Apesar de serem práticas individuais e distintas, o monitoramento e a avaliação dos projetos se com-plementam e são ambos fundamentais para a demonstração de resultados, produção de conhecimento e aperfeiçoamento con-tínuo de projetos presentes ou futuros.7

Os conselhos municipais têm a responsabilidade de melho-rar continuamente a efetividade da utilização de seus recursos e, não menos importante, serem capazes de demonstrar à socie-dade e outras partes interessadas os resultados que estão sendo alcançados. Como responsáveis pela gestão e definição de prio-ridades para a articulação e utilização de recursos de um fundo público de investimento, têm o dever de acompanhar, de forma próxima, o desenvolvimento; avaliar e prestar contas sobre as atividades, demonstrando se estão ou não alcançando objetivos

que contribuam com o bem co-mum e que há um esforço contínuo de busca por me-lhora na efetivi-dade com vistas à promoção e pro-teção de direitos de criança e adolescente.

Monitorar não é fiscalizar. No âmbito do conselho, não basta verificar se os projetos e iniciativas financiados estão em conformidade com a lei ou com o que foi previsto. É preciso que estes tenham um fim, um resultado a ser entregue que, pensado dentro de um conjunto de ações coerentes a partir de diagnósticos, planejamento estratégico e planos de ação, de fato contribua com a situação da criança e do adolescente. O pro-gresso deve ser ativamente acompanhado, tomando ações onde se constatar que os objetivos não estão sendo alcançados.

Monitoramento e avaliação de projetos

...avaliar e prestar contas sobre as atividades,

demonstrando se estão ou não alcançando objetivos

que contribuam com o bem comum

7 https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-governo/smasac/2018/documentos/cmdca/PARECER%20PREST%20CONTAS%201%C2%BAe%202%C2%BA%20QUADRI%202018.pdf

O CMDCA de Campinas não con-ta atualmente com mecanismos funcionais de monitoramento e ava-liação de projetos financiados via FMDCA.

O Conselho avalia os planos de tra-balho das organizações tanto para a concessão e revalida-ção de registros quanto para a aprovação da organizações para que sejam autorizadas a captar recursos oriundos de destinação de imposto de renda de pessoas físicas e jurídicas, via FMDCA. É um processo cartorial no qual

são realizadas, pontualmente e sem publicização dos cri-térios de necessidade, visitas in loco para dirimir dúvidas sobre determinados serviços da organização e/ou quan-do eventualmente surgem denúncias.

O CMDCA de Campinas ainda não conta com uma comissão permanente de monitoramento e avaliação de projetos e, devido a não regulamentação do acesso ao Fundo via editais de chamamento, tampouco de um mecanismo para a seleção, monitoramento e avaliação de projetos a receberem financiamento — embora esteja previsto na Lei Federal 13.019/2014.

O CMDCA de Jundiaí prevê um pro-cesso de monitoramento e avaliação de projetos através dos seguintes critérios:

0 São previstas visitas in loco às enti-dades registradas pelo conselho, tanto para fins de acompanhamento de suas

atividades, quanto para eventuais apurações de denúncias;

0 Com a Lei nº 13.019/2014 e o Decreto nº26.773/2015, há previsão de que os recursos decorrentes dos fundos de direitos serão repassados mediante chamamento pú-blico, sendo submetidos a uma comissão de avaliação e monitoramento que acompanhará, durante o período da parceria, o projeto e sua prestação de contas.

Campinas

Jundiaí

68 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

O CMDCA de Belo Horizonte tem um processo de monitoramento e avaliação de projetos através dos se-guintes critérios: 0 É previsto no CMDCA, a partir de

suas comissões temáticas, visitas in loco às entidades registradas pelo conselho,

tanto para fins de acompanhamento de suas atividades quanto para eventuais apurações de denúncias.

0 Além disso, com a Lei nº 13.019/14 e sua regulamentação municipal através do decreto nº16.519/2016, há previsão de que os recursos decorrentes dos fundos de direito, por meio da destinação via imposto de renda, serão repassados

mediante chamamento público, a partir de uma comis-são de monitoramento e avaliação que acompanhará a análise, aprovação e seleção dos projetos a serem financia-dos. Ademais, o decreto municipal faz previsão de crité-rios para as entidades privadas obterem a autorização de captação de recursos emitido pelo CMDCA. Da mesma forma, esta comissão atua no monitoramento e avaliação dos projetos no período após os repasses/investimentos via FMDCA.

O Conselho também pública pareceres de prestação de con-tas atualizados sobre os projetos executados nas áreas temáti-cas de sua atuação com recursos do FMDCA.

Belo Horizonte

O CMDCA de Joinville, apesar de mencionar a prática de monitora-mento e avaliação de projetos finan-ciados via FMDCA em documentos oficiais, não traz evidências formali-zadas da estruturação deste processo.

São previstas, contudo:

0 Avaliação dos planos de trabalho dos projetos e progra-mas de organizações por meio da comissão de registros e visitas in loco às organizações, tanto para acompanha-mento de seus projetos quanto para eventuais denúncias.

0 Além disso, há uma comissão de monitoramento e ava-liação da utilização de recursos do fundo, para fins de prestação de contas.

Joinville

Incidência — 69

Para demonstrar resultados, entender caminhos e apri-morar, é preciso avaliar. Além do acompanhamento do progresso dos objetivos, é importante que os projetos fi-nanciados pelo conselho passem por um processo avalia-tivo crítico que ajude a compreender se houve resultados das ações realizadas e o que exatamente funcionou e o que não funcionou. Além disso, como um órgão de controle social, é fundamental que os conselhos de direitos publi-quem relatórios periódicos sobre os resultados de suas ações que demonstrem também sua autoridade na temática à so-ciedade civil, parceiros e demais investidores, assim como prestem conta sobre os resultados fruto da aplicação de seus recursos.

Em geral, o monitoramento e a avaliação de projetos não são práticas observadas de forma estruturada nos conselhos de direitos. Apesar de os conselhos de Belo Horizonte ter sido en-tendido como melhores práticas neste estudo por apresentarem comissões de monitoramento e avaliação no lançamento de seus editais de chamamento, nenhum dos CMDCA pesquisa-dos apresenta mecanismos de acompanhamento periódico dos resultados e avaliações de projetos disponibilizadas para aces-so do público e de potenciais investidores, seja pelos próprios conselheiros, seja por contratação de consultorias, por exemplo. Como boa prática, o CMDCA de Belo Horizonte publica re-latórios de prestação de contas por área temática de atuação do conselho, com % de execução, metas e indicadores pertinentes.

Análise

70 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

RecomendaçõesRecomendações

Recomenda-se ao CMDCA de Campinas:

0 A estruturação de uma comissão de monitoramento e avaliação responsável por estabelecer indicadores e le-var adiante estas etapas para os projetos financiados via FMDCA de Campinas.

0 Que esta comissão seja responsável por monitorar os indicadores de impacto, de efetividade e desempenho, bem como os resultados alcançados ao longo dos pro-jetos e também por avaliações – iniciais, intermediárias ou finais – gerais, que demonstrem os resultados ob-tidos e não obtidos pelos projetos e outras ações, le-vando adiante também uma análise crítica dos motivos que permita identificar e aperfeiçoar as estratégias mais

efetivas de atuação, repensando também aquelas que não se mostrarem efetivas.

0 A publicação de relatórios periódicos de monitoramen-to, avaliação e prestação de contas do portfólio de pro-jetos financiados pelo conselho. Estes relatórios devem ser acessíveis a potenciais investidores e à sociedade ci-vil e demonstrar os melhores resultados obtidos e um esforço contínuo para a melhora da efetividade da atu-ação do conselho.

0 Utilizar os referenciais mais atuais para a gestão de portfólios de projetos, ferramentas e estratégias de monitoramento.

Incidência — 71

Produção e competências da Comissão do FMDCA

Administração dos recursos do Fundo

Gestão doFMDCA

Acomissão específica do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (FMDCA) – também de orçamento em alguns municípios –, tem como funções promo-

ver e acompanhar o plano de aplicação do conselho, articular com outros órgãos sobre a elaboração e a forma mais efetiva de aplicação do OCA (Orçamento da Criança e do Adolescente), promover e impulsionar os investimentos na política por meio de destinações fiscais, investimento social privado e outros re-cursos previstos para o FMDCA. Cabe à comissão também subsidiar estudos e conhecimento sobre as questões relaciona-das ao orçamento público para a sociedade civil. A comissão tem ainda um papel fiscalizatório sobre os recursos via subven-ções – nos termos da Lei 4.320/1964 – que envolvem os pode-res legislativo e executivo em instâncias municipais, estaduais e federais.

O conselho deve realizar a gestão do fundo municipal de for-ma ativa, fundamentada e articulada. Ativa, já que não deve se restringir à administração dos recursos já disponíveis no fundo, atuando para além do do planejamento dos recursos presentes e visando garantir a captação de recursos futuros do FMDCA

no longo prazo. Fundamentada por meio de pa-receres, estudos técnicos e diagnós-ticos que contribuam para o estabelecimento de parâmetros e critérios detalhados para a aplicação de recursos do FMDCA. Por fim, articulada pois deve estabelecer uma agenda com cro-nograma de articulação e proposição com os poderes legislativo e executivo a fim de serem aprovados, até o final de cada exercí-cio via LOA (Lei Orçamentária Anual), a destinação de recursos na temática da criança e do adolescente.

No que tange à formulação de editais de chamamento pú-blico, cabe ao CMDCA planejar e fiscalizar a distribuição dos recursos entre as áreas temáticas previstas no planejamento estratégico e planos de ação do conselho. É fundamental que os membros da comissão do FMDCA tenham domínio da temática e também sobre finanças e orçamento público a fim de levarem, com propriedade e de forma estruturada, suas sugestões e recomendações aos órgãos pertinentes.

Produção e competências da Comissão do FMDCA

...realizar a gestão do fundo municipal de forma

ativa, fundamentada e articulada...

Gestão do

No último mandato, a produção da comissão do FMDCA foi pautada por pareces referentes ao balanço fi-nanceiro do FMDCA. Não há evi-dências de atuação conjunta com os poderes executivo, legislativo e

judiciário para desobstruir burocracias referentes à utili-zação dos recursos do Fundo, bem como proposições da comissão para solucionar questões relacionadas à aplica-ção do recurso em áreas prioritárias, especificadas a partir de estudos e evidências, para a criança e o adolescente no município.

No último mandato, a comissão do FMDCA de Jundiaí produziu, em ar-ticulação com os poderes executivo e legislativo, uma série de proposições quanto à forma mais efetiva de apli-cação do orçamento municipal para a

temática da criança e do adolescente no município.Dentre os documentos produzidos, estão:

0 Pareceres sobre projetos selecionados para obtenção de fi-nanciamento por meio do FMDCA.

0 Formulação do Plano de Aplicação 2017.

0 Plano Plurianual da Gestão 2018 - 2021 para os que foram avaliados, positivamente, tornarem-se Políticas Públicas.

0 Responsável pela elaboração de minuta sobre o Orçamento Criança e Adolescente – OCA.

0 Plano de Aplicação do FMDCA – 2017, junto com a Comissão do Marco Regulatório da Sociedade Civil – MROSC.

0 Discussão dos eixos, critérios de avaliação e demais as-suntos pertinentes à construção do próximo Edital de Chamamento Público, que terá como norte o último edi-tal do CONDECA.

0 Diretrizes para construção do Edital de Chamamento Público 2017, publicado conforme a Lei Federal nº 13.209/2014.;

0 02 (dois) conselheiros alocados para Comissão de Seleção no Chamamento Público dos projetos a serem financia-dos pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente — FMDCA.

Campinas

Jundiaí

74 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

No último mandato, a comissão do FMDCA de Belo Horizonte produ-ziu, em articulação com os poderes executivo e legislativo, uma série de proposições quanto à forma mais efetiva de aplicação do orçamento

municipal para a temática da criança e do adolescente no município.Dentre os documentos produzidos estão:

0 Plano de aplicação detalhado e monitoramento dos recursos executados. Análise parcial do orçamento da criança e adolescente — OCA 2016.

0 Grupo de trabalho do conselho de direitos da criança

e adolescente de Belo Horizonte CMDCA/BH GT OCA/PPAG-2018-2021.

0 Propostas a serem incluídas na Lei Orçamentária Anual — LOA 2018, referente ao FMDCA/BH.

0 Propostas a serem incluídas no Plano Plurianual de Ação Governamental – PPAG 2018/2021, referente ao FMDCA/BH.

0 Aprovação da abertura de chamamento público para fins de concessão de certificado de autorização para captação de recursos financeiros para o FMDCA/BH e dá outras providências.

0 Diretrizes e ações prioritárias para o Plano Plurianual de Ações Governamentais – PPAG 2018/2021.

Belo Horizonte

No último mandato, a comissão do FMDCA de Joinville atuou em con-tato junto aos poderes legislativo e executivo para a proposição de áreas prioritárias de aplicação dos recursos do recurso público municipal tendo

como produção os seguintes documentos:

0 Aprovação do plano de aplicação da LOA, para o exer-cício de 2018.

0 Metas físicas, receitas e despesas, para 2018-2021 que irá compor o plano plurianual PPA 2018-2021 e a Lei de Diretrizes Orçamentárias, do município de Joinville-SC.

0 Parecer favorável às ações executadas pelo FMDCA, que compõe a prestação de contas anual.

Joinville

Gestão do FMDCA — 75

Nestes quesitos, observa-se que o município de Belo Horizonte tem uma série de boas práticas de gestão relacio-nadas à comissão do FMDCA e ao exercício eficiente de suas funções, dentre elas:

0 Um planejamento estratégico do município para os pró-ximos 15 anos, que facilete o direcionamento de recursos para ações em temas específicos e onde são previstas prio-ridades a no âmbito municipal para a área da criança e do adolescente.

0 Um plano de aplicação detalhado e fundamentado, onde consta o financiamento e recursos previstos de forma de-talhada para as ações no próximo ano.

0 Aderência às boas práticas para elaboração do OCA pre-sentes no programa Prefeito Amigo da Criança. Como detalhado no tópico anterior sobre o OCA, a elaboração detalhada deste permite à comissão do FMDCA uma participação e apropriação de conhecimento de forma mais ativa no debate sobre os dispêndios e a utilização do

recurso público para a criança e o adolescente;

0 Decreto Municipal sobre a Lei 13.019/2014 – com a regu-lamentação desta Lei 13.019, é permitido à comissão do FMDCA avaliar, com segurança jurídica, os parâmetros e procedimentos para a criação de editais de chamamento público para a liberação de recursos via FMDCA de for-ma clara, permitindo à comissão uma postura atuante na formulação e fiscalização destes.

No CMDCA de Campinas, no melhor entendimento des-te estudo, não foram encontrados documentos oficiais que evidenciem a produtividade da comissão do fundo munici-pal, com apresentações e sugestões para o orçamento público da criança e do adolescente. Ademais, não há registros de uma agenda de articulação de eventos, reuniões, formações e direcionamento para a consolidação do OCA, de um plane-jamento estratégico, planos de ação e articulação com outros atores para a promoção de questões relacionadas à destinação do recurso deste Fundo.

Análise

76 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

RecomendaçõesRecomendações

É recomendado que a comissão do FMDCA tenha como prioridade:

0 Formações e capacitações entre os próprios conselhei-ros sobre orçamento e finanças públicas, divulgando também informações sobre a atuação do CMDCA e a dinâmica do orçamento público municipal de forma transparente e acessível à população.

0 Determinações de parâmetros e critérios para finan-ciamento, monitoramento e avaliação, detalhados por programas e projetos a serem financiados pelo FMDCA e participação ativa na elaboração de editais de chama-mento público que envolvam recursos do FMDCA.

0 Criação de uma comissão de seleção de iniciativas a se-rem apoiadas via FMDCA por meio de chamamento público respeitando critérios de pluralidade, represen-tatividade e inexistência de vínculo legal de seus repre-sentantes com organizações beneficiadas — conforme previsto na Lei 13.019/2014.

0 Estabelecimento de uma agenda de articulação e propo-sição com os poderes executivo e legislativo — até agosto

de cada exercício, uma vez que é este o prazo do gestor público para o encaminhamento da Lei Orçamentária Anual ao poder legislativo para sua aprovação — vi-sando a inclusão de uma proposta orçamentária para os programas financiados pelo FMDCA. Esta agenda deve ter enfoque em atuar via Lei Orçamentária Anual para projetos atuais e via Plano Plurianual municipal para planejamento das ações financiadas pelo FMDCA a longo prazo.

0 Construção de uma agenda com organizações públicas e privadas e potenciais destinadores fiscais para incentivar as deduções de incentivos fiscais ao fundo, bem como a mobilização e campanha visando outras fontes de recur-sos para ações na temática da criança e do adolescente.

0 Prestação de contas sobre a aplicação de recursos do FMDCA, assim como a demonstração dos resultados de projetos financiados.

0 Fiscalização e incidência no planejamento e execução de ações relacionadas ao OCA nos poderes executivo, legislativo e judiciário.

Gestão do FMDCA — 77

Todo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente tem o seu fundo municipal – alguns denominados como FMDCA (Fundo Municipal

da Criança e do Adolescente), outros de FIA (Fundo de Investimentos à criança e ao adolescente). Sua regulamenta-ção está prevista na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, que dispõe sobre as normas de direito financeiro e sobre as re-gras do orçamento público, por meio das subvenções sociais. Ademais, a resolução nº 137, de 21 de janeiro de 2010, do CONANDA, dispõe sobre os parâmetros de funcionamento dos fundos nos âmbitos municipal, estadual e nacional.

Conforme a referida Lei, o FMDCA é um fundo com receitas diversas. É um recurso público, atrelado e destina-do a uma finalidade específica. Ou seja, é um recurso a ser utilizado para a política da criança e adolescente – exceto para o funcionamento administrativo do Conselho Tutelar e do próprio CMDCA. Na hipótese de sua utilização para fins diferentes do que está previsto na legislação é passível de crime de responsabilidade fiscal pelo poder executivo, sem prejuízo de demais sanções aos agentes públicos, gestores do FMDCA.

As receitas do fundo municipal podem ser:

Por dotação via lei orçamentária municipal

O orçamento para o FMDCA poderá ser previsto no orçamento público municipal, a ser sugerido e estipulado pelo poder executivo, legislativo e o próprio interessado, o CMDCA, anualmente, por meio da Lei Orçamentária Anual (LOA); Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e pelo Plano Plurianual (PPA) – sendo este último realizado a cada 4 anos – que poderão ser aprovados pela gestão do poder executivo e pela própria Câmara Municipal após proposição do Conselho baseada em diagnóstico, planos de ação e de aplicação. Além disso, o Conselho poderá pleitear orçamento público, via créditos suplementares, recursos estes que não foram previstos pela lei do orçamento aprovada, mas passí-veis de serem obtidos pelos referidos poderes municipais.

Os próprios conselheiros devem planejar, aplicar e acom-panhar, por meio de seu plano de aplicação, os critérios para a utilização deste recurso público. Esta competência está prevista pelo

Administração dos recursos do Fundo

...é um recurso a ser utilizado para a política da criança e

adolescente...

ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) em seus artigos 88, inciso IV e 260, §2º, bem como o apoio administrativo, por meio de um profissional do poder público municipal, que acompanhe, junto ao Conselho, o gerenciamento do Fundo.

Por fim, outras fontes de receitas para o FMDCA são as parcerias do Conselho com outros órgãos, de instâncias es-tadual e federal, quais sejam, os conselhos dos direitos das crianças e do adolescente estaduais e o CONANDA.

Receitas decorrentes das multas aplicadas pelo Poder Judiciário

Existe a possibilidade do FMDCA receber receitas advin-das das aplicações de multas pelo poder judiciário, de pessoas jurídicas ou físicas, oriundas de infrações previstas pelo ECA quer administrativas ou de crimes contra os direitos da crian-ça e do adolescente, conforme artigos 214, 228 e seguintes, da normativa federal.

Destinação via Imposto de Renda (IR)

Outra fonte de receitas do FMDCA é a destinação via IR prevista para as pessoas físicas e jurídicas, regulamentada pela Receita Federal e pelo próprio ECA.

Esta destinação é facultada a pessoas físicas e jurídicas que desejam direcionar uma parcela de seu imposto de renda

devido aos fundos dos direitos da criança e do adolescente para o apoio em projetos aprovados pelo CMDCA. Esta destinação pode ser feita até um limite de 6% do valor para pessoas físicas e 1% para pessoas jurídicas. Uma vez que há essa destinação, o recurso passa a ser público e gerido via FMDCA.

Os conselhos de direitos das crianças e do adolescente autorizam as organizações registradas pelo órgão a captarem recursos para que parte deste recurso seja destinado exclu-sivamente para as ações e linhas prioritárias do CMDCA. Pessoas jurídicas podem também indicar e destinar o recurso a projetos específicos das organizações. Estes procedimentos são regulamentos pelo CONANDA, em sua Resolução nº 137, em especial, nos artigos 12 e 13 e também são concei-tuados como destinação dirigida e/ou casada.

Atualmente, existe a discussão sobre a legalidade da refe-rida Resolução acerca da destinação “casada” promovida pelo Ministério Público Federal nos Tribunais Superiores8, por en-tender que a legislação (ECA) confere aos conselheiros a compe-tência para gerir e decidir sobre a utilização dos recursos públicos do FMDCA, e não os doadores. Por outro lado, o CONANDA – contrário ao entendimento do Ministério Público – conseguiu a suspensão dos efeitos da decisão judicial favorável ao pedido ministerial. A decisão encontra-se ainda em discussão.

8 Ação Civil Pública nº 33787-88.2010.4.01.3400.

Gestão do FMDCA — 79

Dentre as questões que envolvem este tema, estão a garan-tia da participação popular no controle social do conselho; autonomia do CMDCA para definir a utilização das verbas públicas de seu fundo; metodologia a ser justificada para a utilização dos recursos pelo Conselho uma vez que é o pró-prio contribuinte quem direciona o recurso ao seu projeto preferido; o cumprimento dos planos de ação e de aplicação elaborados pelo conselho, bem como outros documentos que o CMDCA utiliza como base para aplicação de seus recursos.

Bens permanentes

Bens permanentes doados ao conselho se transformarão em bens públicos incorporados pelo município, que fará a sua transferência ao CMDCA para deliberação sobre a fina-lidade e o uso do bem.

Aplicação financeira

Os recursos do FMDCA ainda não executados nas ações e projetos do CMDCA conseguem obter rendimento de

aplicações no mercado financeiro, até eventuais resgates futuros.

Para a destinação dos recursos do FMDCA é necessária a realização de edital de chamamento público. Este proces-so deve respeitar os parâmetros e critérios estabelecidos pelo Conselho – fundamentados via diagnóstico, planejamento, plano de ação e aplicação. Para tanto, a Lei 13.019/2014 pre-vê que seja constituída uma comissão de seleção, responsável por avaliar as propostas de ações submetidas pelas OSC. Esta comissão deve respeitar os critérios de representatividade e pluralidade, garantindo que diferentes segmentos pertinen-tes à política da criança e do adolescente acompanhem o pro-cesso de chamamento público. Esta Lei também estabelece parâmetros para a constituição desta comissão, incluindo o artigo 27, que determina que estes representantes não devem ter qualquer tipo de vínculo jurídico com as organizações beneficiadas nos 5 anos anteriores ao chamamento.

80 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

O CMDCA de Campinas regula-menta, por meio de resolução es-pecífica e publicada, as destinações dirigidas via imposto de renda ao FMDCA. É preciso que os próprios destinadores se atentem às regras e

critérios estabelecidos na destinação de recursos aos pro-jetos aprovados pelo Conselho. Os contribuintes, pes-soas físicas e jurídicas, devem indicar quais instituições os recursos doados devem beneficiar. Atualmente, 80% do recurso destinado vão para os projetos das OSC do município e 20% são deliberados pelo órgão para desti-nação aos programas e projetos do CMDCA.

Ademais, outras fontes de receitas compõem o FMDCA, conforme prestação de contas do conselho — como as multas judiciárias e rendimentos de aplicação finan-ceira dos recursos do Fundo, uma vez que há saldo remanescente. Até setembro de 2018, os recursos do FMDCA não fo-ram liberados via destinação, sob a justificativa de au-sência de regulamentação do decreto municipal sobre a Lei 13.019/14 e da discussão judicial questionando o repasse de recursos, via destinação "casada", nos termos da Resolução do CONANDA nº 137, promovida pelo Ministério Público Federal.

Campinas

O Conselho se utiliza da destinação "casada", onde os destinadores de-vem indicar quais os projetos apro-vados das instituições os recursos doados devem beneficiar. A porcen-tagem dos valores pela destinação

casada é dividida em: 70% dos recursos vão para as OSC

e 30%, são deliberados e aplicados pelo CMDCA em suas linhas de prioridades, fundamentadas por meio de seu plano de ação, diagnóstico e de aplicação, via edital de chamamento público — publicado no primeiro se-mestre de 2018.

O Conselho tem como fonte de receita também multas judiciárias aplicadas.

Jundiaí

Gestão do FMDCA — 81

O Conselho se utiliza da destina-ção dirigida ou "casada", onde os destinadores devem indicar quais instituições os seus recursos de-vem beneficiar. O Conselho edi-tou resolução definindo os valo-

res a serem repassados via financiamento direto, em eventual chamamento público. Atualmente, existem

denúncias contra o CMDCA e o poder público muni-cipal de Joinville por não terem repassado os recursos do FMDCA, tanto pela via de destinação tanto quan-to do financiamento direto, às entidades e do poder público, cujos projetos e programas foram aprovados pelo Conselho. Em razão desta situação, o CMDCA e a gestão municipal pretendem finalizar e repassar os recursos ainda em 2018.

Joinville

O CMDCA de Belo Horizonte dispõe de decreto municipal sobre a Lei 13.019, onde prevê a regula-mentação, via edital de chamamen-to público, com parâmetros e obser-vações para as organizações serem

autorizadas, via um certificado de aprovação de projeto e/ou programa concedido pelo conselho, para captação de recursos. Uma vez certificadas, as OSC têm autono-mia para buscar doadores/destinadores de recursos para seus projetos, ficando com 80% do recurso indicado.

Por outro lado, os 20% do total dos recursos captados pelas organizações são deliberados pelo CMDCA para áreas prioritárias definidas e repassados via edital de cha-mamento público – que é fundamentado pelos planos de ação, de aplicação, pelo planejamento estratégico e diagnóstico de situação. A regulamentação deste docu-mento vai de encontro às novas regras de transferências de recursos públicos às organizações do terceiro setor, nos termos da Lei 13.019/2014.

O edital sobre os 20% de recursos do Fundo livres à de-liberação do conselho publicado regularmente.

Belo Horizonte

82 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

De acordo com contextualização e a tabela comparativa, nota-se que as melhores práticas de gestão do FMDCA são observadas em Belo Horizonte e Jundiaí. Estas ocorrem por meio de esforços e finalidades em comum entre o conselho, sociedade civil e a gestão pública municipal, sendo que os municípios têm:

0 Decreto Municipal conforme as disposições do MROSC publicado e que preveem a regulamentação dos fundos especiais;

0 A fiscalização pelo poder legislativo sobre a aplicação dos recursos, também presente em Joinville;

0 Linhas de atuação e prioridades do conselho definidas por análise de diagnóstico de situação, planejamento estraté-gico e planos de aplicação dos recursos do Fundo.

O CMDCA de Belo Horizonte mostrou-se como melhor prática. O Conselho se baseia em estudos sobre a realida-de do município para definir as linhas e prioridades de in-vestimento e promoção da política da criança e adolescen-te. Ademais, o órgão publicou edital de chamamento para

liberação de recursos diretos do FMDCA e para aprovar os projetos e programas de entidades governamentais, autori-zando-as a captarem recursos por meio de certificação. Por fim, o Município tem decreto claro e detalhado que regula-menta o MROSC e faz previsão dos procedimentos a serem seguidos para a transferência de recursos públicos – dentre eles, os dos fundos especiais às organizações da sociedade ci-vil e projetos governamentais.

No município de Campinas, a ausência de normativas que regulamentam a transferência de recursos públicos via Fundo – decreto regulamentador da Lei nº 13.019/14, de parâmetros e estudos para a justificativa do investimento e repasses dos recursos às linhas e prioridades escolhidas pelo CMDCA –, dificultam a transferência destes recursos e acabam por fragilizar ações promovidas pelo Conselho para a política da criança e do adolescente no Município. Além disto, o CMDCA de Campinas, não disponibiliza, atualmente os critérios utilizados para o repasse de subven-ções via Lei autorizativa, causando perda de transparência ao processo.

Análise

Gestão do FMDCA — 83

RecomendaçõesRecomendações

Recomenda-se ao CMDCA:

0 Incidência junto ao poder público municipal e demais conselhos de direito do Município para a participação destes órgãos na elaboração e publicação do decreto municipal que regulamente a Lei 13.019/2014.

0 O Conselho realizar prestação de contas periodicamen-te e se articular de forma próxima aos poderes legisla-tivo, judiciário e ministério público para a resolução de eventuais empecilhos que dificultam a gestão do Fundo.

0 Publicação e publicização dos editais de chamamento para aplicação de recursos diretos do fundo — prefe-rencialmente encerrando a destinação de recursos via dispensa de chamamento público.

0 A constituição de uma comissão de seleção para a realização de edital de chamamento público segun-dos os parâmetros estabelecidos pelo artigo 27 da Lei 13.019/2014, e respeito aos critérios de pluralidade e participação de diferentes segmentos da política em sua constituição.

0 Em casos de repasse de recursos de subvenções para OSC, disponibilização de forma clara e acessível os cri-térios utilizados para a priorização das iniciativas finan-

ciadas e repasse dos recursos.

0 Revisite a Lei municipal 6.905 de, 7 de janeiro de 1992, que institui o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a análise frente às reco-mendações da Resolução nº 137, do CONANDA.

84 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

Clareza e orientação de responsabilidades diretivas do CMDCA

Equipe técnica para a autonomia institucional

Estrutura de Gestão

Para o exercício pleno das funções de um conselho de direitos, é preciso que este seja regido por uma estru-tura de gestão que objetive sua atuação finalística e

tenha responsabilidades e funções claramente estabelecidas. Independentemente da gestão vigente, é importante que se garanta a orientação finalística dos componentes do conselho no cumprimento de suas funções. Estas funções devem estar previstas em um regimento interno funcional e atualizado conforme a necessidade do conselho.

Na estrutura que compõe um conselho de direitos está a di-retoria executiva. Esta é responsável pelo estabelecimento de suas diretrizes de funcionamento, por pautar seus trabalhos,

por formular o p l a n e j a m e n t o estratégico do órgão e demais documentos rele-vantes e por representá-lo legalmente também em questões de parcerias, atos e normativas publicados em seu nome. Como responsável por todos os aspectos mencionados, é de suma importância para o bom funcionamento de um conse-lho de direitos que sua diretoria tenha seu papel como um todo e atribuições específicas clara e objetivamente orienta-das para a consecução dos trabalhos.

Clareza e orientação de responsabilidades diretivas do CMDCA

Estas funções devem estar previstas em um

regimento interno funcional e atualizado...

Há normativas vigentes sobre o pa-pel da diretoria, mas não se tem pre-visões claras das responsabilidades dos órgãos internos do conselho — Plenária, Mesa Diretora, Secretaria

Executiva e Comissões — e uma organização que objetive as atividades finalísticas do CMDCA — voltadas à deli-beração, fiscalização e acompanhamento da política da criança e do adolescente, sendo as atividades administra-tivas apenas como meio para tal.

O CMDCA de Jundiaí prevê de forma clara e organizada as respon-sabilidades e entregas necessárias da Mesa Diretora e dos membros indi-viduais da diretoria. São levadas em consideração as necessidades estraté-

gicas para a atuação finalística do Conselho — articulação

com demais conselhos e outros órgãos, monitoramento das deliberações, proposição de assuntos e de pautas, questões de representação, gestão de conflitos e proce-dimentos em caso de conduta incompatível. Por fim, observa-se que as resposabilidades são orientadas para o cumprimento das atividades finalísticas do Conselho e embasadas tecnicamente.

Campinas

Jundiaí

Há previsões claras sobre o papel da Mesa Diretora e dos membros indi-viduais da diretoria quanto às neces-sidades estratégicas para a atuação fi-nalística do Conselho — discussão de planejamento estratégico, articulação

com demais conselhos e outros órgãos, monitoramento das deliberações, proposição de assuntos e de pautas, questões de representação, gestão de conflitos e procedimentos em

caso de conduta incompatível e embasamento técnico das deliberações – orientados para o cumprimento das ativida-des finalísticas do Conselho.

Além das previsões normativas, a estrutura do Conselho e das responsabilidades se mostra efetiva e é refletida pe-los resultados e produção prática ao longo do mandato, além de prover ao Conselho autonomia para a execução de suas atividades — com um corpo técnico vinculado ao Conselho.

Belo Horizonte

Não tem previsões claras das respon-sabilidades dos órgãos internos do conselho — Plenária, Mesa Diretora, Secretaria Executiva e Comissões —

e uma organização que objetive as atividades finalísticas do CMDCA — voltadas à deliberação, fiscalização e acompa-nhamento da política da criança e do adolescente, sendo as atividades administrativas apenas como meio para tal.

Joinville

88 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

No Município de Belo Horizonte, há uma estrutura com previsões claras e normatizadas sobre o papel da diretoria como um todo e também suas funções individuais que traz segurança jurídica e perenidade à sua estrutura de gestão. Estas são voltadas para necessidades estratégicas do Conselho como: pautar as discussões a partir dos documentos orien-tadores oficiais – planejamentos estratégicos da gestão mu-nicipal, planos de aplicação anteriores, ECA, resoluções do CONANDA, por exemplo conduzir a agenda de articulação institucional, convocação de reuniões do conselho, gestão de conflitos e mediação interna, dentre outros desafios. Os documentos oficiais do Conselho exibem a funcionalidade

da estrutura vigente e uma diretoria propositiva, evidencia-da pelos planos municipais, planos de ação e de aplicação e editais de chamamento publicados, dentre outros materiais.

No Município de Campinas, apesar de haver normativas sobre as responsabilidades gerais da diretoria, não há previ-sões específicas que responsabilizem os membros da diretoria pelas demandas e direcionem sua atuação para questões fina-lísticas do órgão. Estão especificadas, em sua maioria, apenas atribuições administrativas que, em geral, dialogam com o que é observado no Gráfico 1 (no eixo de Foco das delibe-rações), em que é possível observar uma predominância de pautas de deliberação administrativas no CMDCA.

Análise

Estrutura de gestão — 89

RecomendaçõesRecomendações

Recomenda-se ao CMDA:

0 Estruturar e formalizar em regimento interno uma pro-posta de fluxo de gestão, com a divisão de atividades e responsabilidades específicas e finalísticas à diretoria executiva como um todo e também a cada um de seus membros. Dentre estas, devem estar contempladas ati-vidades como a responsabilidade pelo encaminhamen-to e acompanhamento de prazos e desfechos de denún-cias, pautas das deliberações, adequação a documentos

orientadores, gestão de conflitos internos, a agenda de representação institucional e incidência junto a outros órgãos, a recepção e acompanhamento de demandas gerais e também a facilitação da participação e do con-trole sociais no Conselho.

0 Estabelecer um processo obrigatório de nivelamento inicial de conselheiros para garantir o entendimento do papel dos conselheiros visando a celeridade, efetividade e continuidade da operação do Conselho.

90 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

A equipe técnica de um conselho deve ser responsável por dar suporte técnico, administrativo e jurídico a suas atividades fim. Para que tenha autonomia, é

importante que um conselho não seja dependente de profis-sionais do órgão público ao qual está vinculado para a aprova-ção de suas demandas internas. Uma vez que estes profissionais possuem outras atribuições e não necessariamente têm como prioridade as demandas do conselho, este fica sujeito aos prazos e burocracias que lhe são estabelecidos, não tendo autonomia para gerir as próprias rotinas administrativas, ficando depen-dente destes para o exercício de suas questões finalísticas.

Apesar de muitos conselhos definirem uma equipe técnica como um espaço a ser preenchido pelos próprios membros da diretoria executiva, entende-se que, para cumprir seu papel de forma eficiente como ati-vidade meio, a equipe deve ser composta por pessoas com formações específicas nestas áreas e seja subordinada ao Conselho.

Equipe técnica para a autonomia institucional

Para que tenha autonomia, é importante que um conselho

não seja dependente de profissionais do órgão

público

Não consta em regimento a previsão de uma equipe técnica composta por servidores vinculados ao Conselho

para dar suporte as suas atividades finalísticas, o que o torna dependente de profissionais externos para a aprova-ção e análise de suas demandas.

Há uma equipe técnica não su-bordinada ao Conselho que

presta assessoramento, apoio técnico, administrativo, operacional e de comunicação ao CMDCA.

Campinas

Jundiaí

A equipe técnica subordinada ao Conselho presta assessoramen-to, apoio técnico, administrativo, operacional e de comunicação ao

CMDCA, estando diretamente subordinada à presidên-cia e com especificações detalhadas de cada uma de suas atribuições.

Belo Horizonte

92 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

A equipe técnica do Conselho é pre-vista e composta por apoio técnico e administrativo do CMDCA, com

especificações detalhadas de cada uma das atribuições no regimento interno.Joinville

Em Campinas, o CMDCA conta com dois servidores públicos compartilhados com diversos conselhos de direitos para dar suporte às suas rotinas administrativas. Para ques-tões técnicas, não há uma equipe de suporte e fica a cargo dos próprios conselheiros, ou então, ocasionalmente, pela con-tratação de consultores externos e profissionais convidados, a análise de questões técnicas relacionadas à política pública. Para a gestão do FMDCA, é preciso que o Conselho acio-ne um técnico da área financeira do poder executivo. Por fim, em questões jurídicas, o Conselho depende da análise jurídica da procuradoria da secretaria municipal em que se encontra vinculado. Na prática, a dependência de equipes de órgãos externos para as próprias rotinas burocratiza o anda-mento das demandas do CMDCA e faz com que este perca celeridade, resolutividade e autonomia. Além disso, limita

a capacidade de atuação do Conselho, já que toda ação que precisa ser tomada exige grande dispêndio de energia com questões meio para ser levada adiante.

Em Belo Horizonte, o CMDCA conta com uma equi-pe técnica subordinada e vinculada ao próprio órgão que dá suporte às atividades finalísticas do Conselho. Segundo o relatório de 2012, do próprio Conselho, este conta com técnicos em políticas públicas, técnico jurídico e suporte ad-ministrativo. Estas equipes prestam todo tipo de suporte ao conselho nestas questões, permitindo que o foco do órgão seja direcionado a questões finalísticas e não haja energia dis-pendida com questões meio/administrativa. Os membros da equipe são funcionários públicos concursados, previstos no orçamento do poder executivo.

Análise

Estrutura de gestão — 93

RecomendaçõesRecomendações

Recomenda-se ao CMDCA:

0 Articulação para a previsão de uma equipe técnica ex-clusiva e vinculada ao Conselho para auxiliá-lo em re-lação a políticas públicas, orçamento e finanças, ela-boração e execução de projetos, prestação de contas, contabilidade e aspectos jurídicos.

0 Mobilização de recursos para uma equipe técnica ex-clusiva e vinculada para auxiliar o Conselho técnica, administrativa e juridicamente em suas tomadas de

decisão. Para mobilizar estes recursos, o Conselho po-derá apresentar sugestões ou propostas ao orçamento público e ao poder executivo, prevendo recursos especí-ficos para estas contratações, por meio de concurso pú-blico, justificada pelas melhorias e ganhos de eficiência trazidos aos seus trabalhos.

0 Desoneração dos conselheiros de funções administra-tivas e burocráticas, para que possam de fato focar nas discussões estratégicas e numa agenda propositiva.

94 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

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96 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

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98 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

Adolescente – CMDCA/BH. Disponível em <http://portal6.pbh.gov.br/dom/iniciaEdicao.do?method=DetalheArtigo&pk=1197704>. Acessado em agosto de 2018.

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100 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

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102 — Bons conselhos - Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente

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CAMPINAS. Resolução nº 017/2018. Dispõe sobre a intenção de repasse de recursos do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – FMDCA a título de subvenções sociais. Disponível em <https://cmdca.campinas.sp.gov.br/sites/cmdca.campinas.sp.gov.br/files/u5/Resolu%C3%A7%C3%A3o_017.2018_Completa.pdf >. Acessado em agosto de 2018.

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Referências bibliográficas — 103

Bons Conselhos

Conceitos e práticas de gestão de Conselhos Municipais da Criança e Adolescente