brasil alfabetizado: experiência de campo de 2004 · avaliação – é o resultado de um longo e...
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Brasil Alfabetizado:
experiência de campo de 2004
Série Avaliação nº 2
EDUCAÇÃO PARA TODO
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A Coleção Educação para Todos, lançada pelo Ministério da Educação e pela UNESCO em 2004, é um espaço para divulgação de textos, documen-tos, relatórios de pesquisas e eventos, estudos de pesquisadores, acadêmicos e educadores nacio-nais e internacionais, que tem por finalidade apro-fundar o debate em torno da busca da educação para todos.
A partir desse debate espera-se promover a interlocução, a informação e a formação de ges-tores, educadores e demais pessoas interessadas no campo da educação continuada, assim como reafirmar o ideal de incluir socialmente o grande número de jovens e adultos excluídos dos pro-cessos de aprendizagem formal, no Brasil e no mundo.
Para a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), órgão, no âmbito do do Ministério da Educação, responsável pela Coleção, a educação não pode separar-se, nos debates, de questões como desenvolvimento socialmente justo e ecologicamente sustentável; direitos humanos; gênero e diversidade de orien-tação sexual; escola e proteção à crianças e ado-lescentes; saúde e prevenção; diversidade étnico-racial; políticas afirmativas para afrodescendentes e populações indígenas; educação para as popu-lações do campo; educação de jovens e adultos; qualificação profissional e mundo do trabalho; de-mocracia, tolerância e paz mundial..
O Plano de Avaliação do Programa Brasil Alfabetizado é o resultado de um longo e en-riquecedor processo levado a cabo pela Secre-taria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad). Construção coletiva, fruto da contribuição de uma miríade de atores e parceiros, o Plano de Avaliação, para além de seus objetivos imediatos de avaliar as diversas dimensões do Programa Brasil Alfabetizado, representou uma oportunidade ímpar de apren-dizado organizacional e institucional.
No segundo semestre de 2004, deflagram-se duas frentes simultâneas de trabalho. A primeira, em parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), visando à elaboração de itens de avaliação que comporiam um teste cog-nitivo exclusivamente voltado à avaliação do desempenho cognitivo, em Leitura/Escrita e Matemática, de alfabetizandos jovens e adultos. Nesse ponto, cabe ressaltar o ineditismo desta iniciativa: a construção de itens, formando um “banco de itens” de caráter público, que permi-tissem aferir as competências e habilidades que jovens e adultos – então excluídos da escola e,
Organização:Ricardo HenriquesRicardo Paes de BarrosJoão Pedro Azevedo
Brasil Alfabetizado:
experiência de campo
de 2004
EDUCAÇÃO PARA TODO
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• L • E •Ç •Ã•O
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1a Edição
Brasília, dezembro de 2006
Edições MEC/Unesco
SECAD – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e DiversidadeEsplanada dos Ministérios, Bl. L, sala 700Brasília, DF, CEP: 70097-900Tel: (55 61) 2104-8432Fax: (55 61) 2104-8476
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a CulturaRepresentação no BrasilSAS, Quadra 5, Bloco H, Lote 6, Ed. CNPq/IBICT/Unesco, 9º andar Brasília, DF, CEP: 70070-914Tel.: (55 61) 2106-3500Fax: (55 61) 3322-4261Site: www.unesco.org.brE-mail: [email protected]
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica AplicadaIPEA – BrasíliaSBS, Quadra 1, Bloco J, Ed. BNDES70076-900 – Brasília - DF – BrasilIPEA – Rio de JaneiroAv. Presidente Antônio Carlos, 5120020-010 – Rio de Janeiro - RJ – Brasil
Brasil Alfabetizado: experiência
de campo de 2004
EDUCAÇÃO PARA TODO
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•C
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• L • E •Ç •Ã•O
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Organização:Ricardo HenriquesRicardo Paes de BarrosJoão Pedro Azevedo
1a Edição
Brasília, dezembro de 2006
Os autores são responsáveis pela escolha e apresentação dos fatos contidos nesse livro, bem como pelas opiniões nele expressas, que não são necessariamente as da UNESCO e do Ministério da Educação, nem comprometem a Organização e o Ministério. As indicações de nomes e a apresentação do material ao longo deste livro não implicam a manifestação de qualquer opinião por parte da UNESCO e do Ministério da Educação a respeito da condição jurídica de qualquer país, território, cidade, região ou de suas autoridades, nem tampouco a delimitação de suas fronteiras ou limites.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Brasil alfabetizado : experiência de campo de 2004 / organização, Ricardo Henriques, Ricardo Paes de Barros, João Pedro Azevedo. – Brasília : Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2006.
148 p. : il. – (Coleção Educação para Todos, Série Avaliação ; n. 2, v. 19)
ISBN 85-98171-63-8
1. Alfabetização. 2. Avaliação da aprendizagem. 3. Desenvolvimento congitivo. I. Henriques, Ricardo. II. Barros, Ricardo Paes de. III. Azevedo, João Pedro. IV. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. V. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. VI. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. VII. Série.
CDU 372.415(81)
© 2006. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)
Conselho Editorial da Coleção Educação para TodosAdama Ouane
Alberto Melo
Célio da Cunha
Dalila Shepard
Osmar Fávero
Ricardo Henriques
Coordenação EditorialFelipe Leitão Valadares Roquete
Revisão Angélica Torres
DiagramaçãoITECH – Instituto de Tecnologia do Habitat
Tiragem: 5.000 exemplares
Apresentação
A efetividade das políticas públicas sociais, entendida como o impacto pro-duzido na vida dos beneficiários pelo investimento de recursos públicos na área social, depende de fatores como a eficiência na gestão dos programas, a eficácia das ações desenvolvidas e o quanto se está garantindo de atendimento às reais necessidades do público-alvo.
Por essa razão, o desenho adequado de um programa social, orientado para garantir o máximo possível de efetividade, depende primordialmente, além da identificação precisa do fenômeno sobre o qual se quer atuar, de três variáveis: i) elaboração de diagnóstico detalhado das causas desse fenômeno; ii) construção de conhecimento profundo tanto dos impactos gerados por programas similares aplicados a outras populações quanto das boas práticas de implementação e ges-tão; e iii) desenvolvimento de sistema de monitoramento e avaliação permanente, que oriente o aperfeiçoamento sistemático do desenho do programa.
Partindo desse entendimento, a fim de contribuir para o fortalecimento de uma cultura institucional comprometida com a avaliação das políticas públicas, foi instituído, no âmbito da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Di-versidade do Ministério da Educação (Secad/MEC), o Departamento de Avaliação e Informações Educacionais (DAIE).
As avaliações levadas a cabo por esse Departamento têm por objetivo sub-sidiar os processos de aperfeiçoamento e redesenho dos programas. Para tanto, a utilização de metodologias quantitativas (visando refinar e organizar os objetivos específicos e as ações em indicadores mensuráveis) e de abordagens qualitativas (buscando delinear o contexto dos programas e a situação dos beneficiários) ins-trumentalizam as equipes das áreas finalísticas da Secad/MEC,permitindo, além disso, que se garanta a qualidade das ações, com utilização mais eficiente dos recursos disponíveis.
Essa forma inovadora de fazer política torna mais criterioso o processo de revisão das ações implementadas a cada ano e proporciona aos gestores e agen-tes uma oportunidade para repensarem dinamicamente suas atuações, frente aos objetivos postos pelos diferentes programas.
Além de dar transparência e compartilhar as experiências na área de ava-liação obtidas pela Secad/MEC, a Série Avaliação é uma linha editorial concebi-da para dialogar com as demais obras da Coleção Educação para Todos, que problematizam, do ponto de vista conceitual, a realidade que se pretende alterar por meio de programas e ações. Espera-se, ainda, disseminar as metodologias utilizadas e promover o debate sobre sua adequação aos programas implemen-tados, estimulando o leque de sugestões disponíveis para o aprimoramento tanto das avaliações realizadas pela Secad/MEC quanto daquelas realizadas por ou-tras instituições.
Finalmente, a divulgação dos resultados alcançados, assim como das crí-ticas construtivas feitas aos programas, contribui para um maior grau de controle social e indica o caminho a ser trilhado para a melhoria permanente das políticas públicas. Espera-se que essas publicações sejam úteis não apenas aos gestores dos programas e projetos analisados como também a todos os que se debruçam sobre iniciativas – governamentais ou da sociedade civil – voltadas para a trans-formação da realidade brasileira, em direção a um País de todos e para todos, com igualdade e eqüidade.
Ricardo HenriquesSecretário de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade
Sumário
Introdução ............................................................................................ 11
Experiência do pré-teste: um processo de aprendizagem
Matriz de Referência:proposta para o Programa Brasil Alfabetizado – Língua escritaAntônio Augusto Gomes Batista, Ceris S. Ribas da Silva, Maria Lúcia Castanheira e Vera Masagão .......................................... 17 Pressupostos ............................................................................... 18 A aplicação do teste .................................................................... 20 Matriz de referência ..................................................................... 21 Referências .................................................................................. 30
Matriz de Referência:proposta para o Programa Brasil Alfabetizado – MatemáticaMaria da Conceição Ferreira Reis Fonseca, Maria da Penha Lopes, Maria Laura Magalhães Gomes e Vera Masagão ................................. 31 Pressupostos teóricos e suas implicações para
a elaboração da matriz de avaliação ........................................... 32 Matriz de referência ..................................................................... 37
Síntese dos Relatórios de Aplicação dos Instrumentos de Avaliação Cognitiva: conhecimentos matemáticos, língua escrita e perfil socioeconômico Maria Madalena Torres ........................................................................ 43
Qualidade psicométrica dos itens da avaliação educacional dos alunos egressos do Programa Brasil AlfabetizadoAnamara Ferreira Ribeiro e Josemberg M. de Andrade ..................... 49 Método ......................................................................................... 51 Resultados ................................................................................... 52 Considerações Finais................................................................... 59 Referências ................................................................................. 60
Desafios da amostragem
Estudo sobre o desenho da amostra de alunos e turmas do Programa Brasil Alfabetizado Mauricio Teixeira Leite de Vasconcellos ......................................... 63 Objetivos da amostra do SBA 2004 ........................................ 64 Desenho da amostra do SBA 2004 ............................................. 64 Descrição do arquivo da amostra do SBA 2004 ......................... 67
Estudo sobre o desenho da amostra de alunos e turmas do Programa Brasil Alfabetizado Mauricio Teixeira Leite de Vasconcellos ......................................... 71 Introdução ............................................................................. 71 Objetivos da amostra do SBA 2005 ........................................... 72 População alvo e população de pesquisa .................................. 72 Estratificação a alocação do tamanho da amostra
do SBA 2005 .............................................................................. 72 Seleção da amostra do SBA 2005 ............................................. 76 Descrição do arquivo da amostra do SBA 2005 ........................ 81 Referências ................................................................................. 88
Anexos ................................................................................... 89
Estudo para estratificação e desenho da amostra utilizada para avaliação do impacto dos projetos aprovados no âmbito da Resolução de 2005 do Programa Brasil AlfabetizadoMauricio Teixeira Leite de Vasconcellos ......................................... 95 Introdução ............................................................................. 95 Geração e exploração do cadastro de seleção ........................... 95 Objetivos, estratificação a alocação da amostra
do SBA 2005 ................................................................................ 108 Referências ................................................................................. 113
Estudo sobre o desenho da amostra para análise da demanda por cursos de Alfabetização de Jovens e AdultosPedro Luis do Nascimento Silva, Mauricio Teixeira Leite de Vasconcellos e Nuno Duarte da Costa Bittencourt .............................................. 115 Introdução .............................................................................. 115 Desenho da amostra da AIBF ................................................ 116 Cadastros utilizados ............................................................... 117 Referências ............................................................................ 128
Anexo I Nota técnica 3: reflexões sobre a amostra para o componente da demandado Programa Brasil Alfabetizado............................................................ . 129
Anexo IIQuadros e Tabelas ......................................................................... 135
Anexo IIIAlgoritmo para amostragemseqüencial de Poisson .................................................................. 143
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Introdução
O Plano de Avaliação do Programa Brasil Alfabetizado – cujos princípios, desenhos e desdobramentos espraiam-se pelos diversos volumes dessa Série Avaliação – é o resultado de um longo e enriquecedor processo levado a cabo pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad). Construção coletiva, fruto da contribuição de uma miríade de atores e parceiros, o Plano de Avaliação, para além de seus objetivos imediatos de avaliar as diversas dimensões do Programa Brasil Alfabetizado, representou uma oportunidade ímpar de aprendizado organizacional e institucional.
Sua gênese pode ser encontrada na confluência de intenções do Departa-mento de Avaliação e Informações Educacionais (DAIE) e do Departamento de Educação de Jovens e Adultos (DEJA), que buscavam aferir – então, cada um a seu modo e fundados em princípios idiossincráticos – os resultados alcançados pelo Programa Brasil Alfabetizado. O surgimento dessas demandas por iniciativas de avaliação – naturais quando se considera a busca dos gestores pelo real im-pacto das ações que empreendem, mas incomuns na prática cotidiana da adminis-tração pública – fossem elas destinadas à avaliação da gestão, da efetividade do Programa ou do desempenho cognitivo dos alfabetizandos, mobilizou as equipes de ambos Departamentos, em um longo e produtivo debate sobre as diversas al-ternativas disponíveis aos gestores do Programa.
No segundo semestre de 2004, a Secad colheu o primeiro fruto do processo de avaliação do Programa Brasil Alfabetizado, expressão transparente das contra-dições, embates e divergências – que não prescindiram da lealdade e do respeito à diferença – que fundamentaram a concepção das primeiras iniciativas concretas de avaliação. Ainda que a visão sobre os princípios primevos de uma política pú-blica de alfabetização de jovens e adultos pudesse, aos olhos de observadores desavisados, parecer irreconciliável, importava o fato de haver compartilhamento efetivo em relação aos princípios metodológicos que embasavam a construção e implementação das iniciativas de avaliação.
Deflagram-se, então, duas frentes simultâneas de trabalho. A primeira, em parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
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Teixeira (Inep), visando à elaboração de itens de avaliação que comporiam, utili-zando a mesma metodologia das provas do Sistema de Avaliação Básica (Saeb), um teste cognitivo exclusivamente voltado à avaliação do desempenho cognitivo, em Leitura/Escrita e Matemática, de alfabetizandos jovens e adultos. Nesse ponto, cabe ressaltar o ineditismo desta iniciativa: a construção de itens, formando um “banco de itens” de caráter público, que permitissem aferir as competências e ha-bilidades que jovens e adultos – então excluídos da escola e, muitas vezes, sem trajetória escolar prévia – desenvolveram durante o curso de alfabetização. A con-cepção metodológica, bem como a elaboração estrito senso dos itens de avaliação de Leitura/Escrita e Matemática, ficaram sob a responsabilidade da equipe do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale), vinculado à Faculdade de Edu-cação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE/UFMG), instituição com re-conhecida experiência na seara da avaliação, pedagógica e cognitiva, de políticas e projetos de alfabetização de jovens e adultos.
A segunda frente, empreendida em parceria com a Sociedade Científica da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Science) e o Instituto de Pesquisa Eco-nômica Aplicada (Ipea), visou, primordialmente, ao desenho das amostras de alfa-betizandos e turmas, bem como à construção de um instrumento de pesquisa que possibilitasse colher informações sobre o perfil socioeconômico dos beneficiários do Programa Brasil Alfabetizado, abarcando dimensões relacionadas à motivação, histórico familiar, educação, renda, condições habitacionais, usos do tempo, saúde preventiva e acesso ao mercado de trabalho.
Dessa forma, em dezembro de 2004, o processo de avaliação do Programa Brasil Alfabetizado deu seus primeiros passos – expressão translúcida da parce-ria, ora consolidada, entre o DAIE e o DEJA – rumo à implementação de iniciativas concretas para aferição do desempenho cognitivo dos alfabetizandos e, ademais, para coleta de informações socioeconômicas sobre o público-atendido. O presen-te volume apresenta parte fundamental dessa trajetória.
Os dois primeiros capítulos da Seção I, “Experiência do pré-teste: processo de aprendizagem”, apresentam as Matrizes de Referência que fundamentaram a construção dos testes cognitivos de Leitura/Escrita, de um lado, e Matemática, de outro, ambos aplicados – em dezembro de 2004 – junto aos alfabetizandos jovens e adultos atendidos pelo Programa Brasil Alfabetizado. Partindo dos pressupostos teóricos que embasaram as concepções de “aprendizado de Leitura/Escrita” e de “aprendizado de Matemática”, os textos voltam-se para a descrição dos conheci-mentos e competências que serão possíveis avaliar por intermédio dos itens que
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compõem os testes cognitivos. De forma detalhada e exaustiva, são apresentadas as instrumentalizações de cada uma das competências (descritores) e a exigência relativa de cada item (nível de dificuldade). Tal metodologia permitia aferir, por meio da aplicação da Teoria de Resposta ao Item (TRI), o nível de proficiência alcançado por cada um dos alfabetizandos avaliados: desde os níveis elementares de aprendizado da leitura, passando pela aquisição das competências de decifra-ção e fluência em leitura e desenvolvimento da habilidade de codificação, para, ao final, alcançar a utilização plena dessas habilidades e competências nos procedi-mentos básicos de leitura e escrita. Detalhe de fundamental importância, cabe-nos ressaltar, refere-se à forma de aplicação de ambos os testes, Leitura/Escrita e Matemática: a equipe do Ceale optou pela aplicação individual. Tal opção metodo-lógica – cujos impactos sobre a logística de campo serão abordados em capítulo posterior – implicava a necessidade de o entrevistador aplicar o teste, em separa-do, junto a cada um dos alfabetizandos, utilizando procedimentos que concentra-vam – na maioria das questões, excetuando-se aquelas relacionadas à escrita de palavras ou números – várias tarefas nas mãos do aplicador (leitura em voz alta dos comandos, apresentação das opções de resposta em um cartaz e preenchi-mento das respostas) e deixava aos alfabetizandos apenas a função de ditar ou apontar uma das alternativas de resposta.
O capítulo seguinte traz um breve relato da experiência de campo, listando as principais percepções relacionadas à aplicação, em dezembro de 2004, dos testes cognitivos e do instrumento socioeconômico. Ademais, é perceptível a lou-vável intenção de apresentar recomendações de melhorias nos instrumentos utili-zados, visando à continuidade do processo de avaliação.
Finalmente, o quarto capítulo apresenta-nos a primeira tentativa de trata-mento dos dados oriundos da correção dos testes cognitivos de Leitura/Escrita e Matemática. A partir da aplicação de técnica psicométrica – a Teoria Clássica dos Testes – foram verificados os parâmetros de “discriminação” e “dificuldade” de to-dos os itens que compunham os testes cognitivos, permitindo que, com base nos resultados desta análise, fossem iniciados os procedimentos para aperfeiçoamen-to dos itens e redesenho dos testes.
A Seção II, “Desafios da Amostragem”, compõe-se de quatro capítulos que abordam estudos, desenvolvidos pela equipe da Science, relacionados à estratifi-cação e desenho de amostras –tanto para os alfabetizandos e turmas do Progra-ma Brasil Alfabetizado, quanto para uma pesquisa exploratória que buscaria esti-mar a demanda por cursos de alfabetização.
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Ainda que, em alguns momentos, os textos possam parecer incipientes aos olhos de especialistas e pesquisadores mais exigentes, é possível percebermos nas entrelinhas – principalmente aqueles atores e parceiros que participaram ati-vamente da elaboração do Plano de Avaliação do Programa Brasil Alfabetizado – a germinação de um enriquecedor processo de aprendizagem e construção coleti-vas. Os primeiros frutos, ainda que temporãos, foram colhidos em dezembro de 2004: e são eles que lhes oferecemos agora.
Timothy Denis IrelandDiretor do Departamento de Educação
de Jovens e Adultos da Secad/MEC
Matriz de Referência:
proposta para o Programa Brasil
Alfabetizado – Língua escrita
Antônio Augusto Gomes Batista Ceris S. Ribas da Silva Maria Lúcia Castanheira1 Vera Masagão2
Este.documento.apresenta.diretrizes.para.a.avaliação.de.competências.re-lacionadas.ao.domínio.da.língua.escrita.de.alfabetizandos.do.Programa Brasil Alfabetizado..As.diretrizes.foram.organizadas.com.base.nas.Orien-tações Gerais do Programa. (MEC,.2004),.na.Resolução.nº.9.do.FNDE,.
bem. como. em. pressupostos. sobre. o. aprendizado. da. língua. escrita,. especialmente.por.jovens.e.adultos,.público-alvo.do.Programa Brasil Alfabetizado..
A.avaliação,.tendo.em.vista.sua.escala,.privilegiará,.no.aprendizado.da.língua.escrita,.o.desenvolvimento.de.competências.e.habilidades.de.leitura,.embora.(i).apre-sente.também.condições.para.a.medição.de.competências.mais.gerais,.relacionadas.tanto.ao.domínio.da.leitura.quanto.da.escrita,.e.(ii).permita.a.mensuração.–.ainda.que.de.um.número.reduzido.–.de.competências.ligadas.ao.processo.de.escrita.
Apresentam-se,.a.seguir,.pressupostos.que.sustentaram.a.elaboração.do.docu-mento,.condições.que.devem.ser.levadas.em.conta.na.aplicação.de.um.instrumento.de.avaliação.para.alfabetizandos.e,.por.fim,.uma.matriz.de.referência.para.orientar.a.construção.de.itens.de.avaliação.
1 Equipe do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita – Ceale/FaE/UFMG 2 Coordenadora de programas da Ação Educacional
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PressupostosAssume-se.aqui.uma.concepção.de.aprendizado.da.língua.escrita.que.envolve.
quatro.grandes.dimensões.cognitivas:
(i)..o.domínio.de.competências.que.tendem.a.contribuir.para.o.processo inicial de apropriação do sistema de escrita,. servindo.de.base. tanto.ao.desenvolvi-mento.do.processo.de.leitura.quanto.ao.de.escrita;
(ii)..o.desenvolvimento.da.capacidade.de.decifração,.quer.dizer,.de.transformar.sinais.gráficos.ou.grafemas.em.fonemas,.com.maior.ou.menor.nível.de.fluência;
(iii)..o.desenvolvimento.da.capacidade.de.escrita,.especificamente.as.capacidades.muito.iniciais.de.escrever.palavras.memorizadas.e.codificar.palavras.simples;
(iv)..o.desenvolvimento.do.processo.de.compreensão.de.textos;
Segundo. distinção. proposta. por. Magda. Soares. (2004),. as. capacidades. re-lacionadas. a. (i),. (ii). e. (iii).designam.apropriadamente.a.alfabetização;. vale.dizer,.o.aprendizado. do. sistema. de. escrita. alfabético-ortográfico. e. o. desenvolvimento. de.capacidades. cognitivas. e. motoras. envolvidas. no. uso. e. na. manipulação. de. instru-mentos. e. equipamento. de. escrita. –. por. exemplo,. no. caso. da. leitura,. decodificar.textos,.sentenças.e.palavras,.ler.com.fluência,.posicionar-se.adequadamente.para.ler,.saber.como.se.faz.a.seqüenciação.de.um.texto.num.determinado.suporte,.conhecer.a.organização.gráfica.da.escrita.na.página,.dentre.outras.
Ainda.de.acordo.com.Magda.Soares.(2004),.as.capacidades.relacionadas.a.(iv).tendem.a.designar.habilidades.de.uso.do.sistema.de.escrita.e.de.seus.instrumentos.e.equipamentos.em.práticas.sociais;.vale.dizer,.na.compreensão (e.na.produção) de.tex-tos.em.situações.sociais,.tendo.em.vista.finalidades.sociais..Para.Magda.Soares,.essas.capacidades.designam,.em.parte,.o. letramento:.as.práticas.sociais.de.uso.da.língua.escrita,.assim.como.as.competências.necessárias.para.participar.dessas.práticas.
Pressupõe-se.que.tanto.o. letramento.quanto.a.alfabetização.se.caracterizam.como.um.contínuo,.que.não.pode.ser.reduzido.–.tendo.em.vista.as.características.do.Programa.que. se. avalia,. tratadas.mais. à. frente.–. a.dicotomias. como.alfabetizado/analfabeto.ou.letrado/iletrado.3.Isto.ocorre.porque.os.dois.processos.consistem.de
“(...). um. grande. número. de. diferentes. habilidades,. competências. cognitivas.e.metacognitivas,.aplicadas.a.um.vasto.conjunto.de.materiais.de.leitura.e.gê-neros.de. escrita,. e. refere-se. a.uma.variedade.de.usos.da. leitura. e.da. escrita,.praticadas.em.contextos.sociais.diferentes.”.(SOARES,.1998,.p.107)
3 Embora, evidentemente, de acordo com o contexto de medição, seja necessário – e mesmo desejável – uti-lizar essa distinção, ainda que com certo grau de arbitrariedade. Cf. a respeito Soares (1998).
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Para.evitar. a. arbitrariedade.do.processo.de.discretização.desse. contínuo,.ou.de.seu.“desagregamento”. (SCRIBNER,.1984,.p.18),.considera-se.que.são.“os.pro-pósitos.e.o.contexto.da.avaliação”.(SOARES,.1998,.p.109).os.fatores.que.permitem.estabelecer.critérios.com.base.nos.quais.promover.essa.discretização.
Considerando-se.que:
•. é. objetivo. geral. da. avaliação. “gerar. informações. sobre. as. práticas. peda-gógicas. e. os. resultados. de. aprendizagem. gerados. pelo. Programa Brasil Alfabetizado,.de.modo.a.subsidiar.a.ação.de.todos.os.agentes.diretamente.envolvidos.e/ou.interessados.no.pleno.cumprimento.de.suas.metas”.(RI-BEIRO,.2003,.p.2);
•. constitui.um.dos.objetivos.específicos.da.avaliação.“estabelecer.parâmetros.comuns. para. avaliar. as. aprendizagens. realizadas. pelos. alfabetizandos,. de.modo.a.possibilitar.a.análise.comparada.das.diversas.práticas.e.a.identifica-ção.de.fatores.que.potencializam.os.resultados”.(RIBEIRO,.2003,.p.2);
•. as.ações. realizadas.no.âmbito.do.Programa Brasil Alfabetizado.desenvol-vem-se.num.curto.período.de. tempo.–.de. seis. a.oito.meses.–. e. são. to-madas. como. pontos. de. partida. para. uma. inclusão. mais. duradoura. dos.sujeito.na.escola;
•. outros.estudos.(BATISTA.&.RIBEIRO,.2004).mostram.que.mais.de.30%.dos.jovens.e.adultos.que.não.concluíram.a.4ª.série.do.ensino.fundamental.estão.em.situação.de.analfabetismo.e.50%.deles.não.conseguem.ultrapas-sar.o.nível.mais.elementar.de.alfabetismo.funcional;.pode-se.esperar,.des-se.modo,.que.os. sujeitos.atendidos.pelo.Programa.tenham.–.em.razão.da.duração. de. sua. participação. no. Programa,. de. sua. escolarização. em. geral.restrita.ou.inexistente.–.níveis.muito.iniciais.de.leitura,
optou-se.por.desagregar.o.contínuo.que.caracteriza.o.domínio.da.língua.es-crita.de.modo.a.apreender:
•. variações.ou.estágios.em.níveis. iniciais.ou.elementares.de.aprendizado.da.leitura,.enfatizando.a.emergent.literacy4.–.(i);
4 A expressão emergent literacy compreende competências cujo desenvolvimento tende a concorrer para a alfabetização, especificamente para o domínio do princípio alfabético, quer dizer, para a compreensão de que o sistema de notação representa sons ou fonemas, caracterizando-se, assim, como um sistema de escrita alfabético-ortográfico. Para uma abordagem equilibrada de comportamentos e competências que assinalam a “emergência” da alfabetização, ver Cunningham & Allington (2003, p.26-68).
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•. a.alfabetização.propriamente.dita,.aqui.identificada,.de.modo.privilegiado,.como.a.aquisição.das.competências.de.decifração.e.fluência.em.leitura.e,.de.modo.se-cundário,.como.o.desenvolvimento.da.habilidade.de.codificação.–.(ii).e.(iii);
•. a.utilização.dessas.habilidades.e.competências.tendo.em.vista.procedimen-tos.básicos.de.leitura.(a.compreensão.de.palavras;.a.extração.de.um.número.reduzido.de.informações;.o.uso.de.gêneros.simples.e.próximos.do.cotidiano.dos.sujeitos.atendidos.pelo.Programa5.–.bilhetes.mais.ou.menos.simples;.a.assinatura,.no.caso.da.escrita).–.(iv).
É.também.em.razão.dessas.considerações.que.se.optou.por.discretizar,.em.maior.pormenor,.as.competências.relacionadas.à.alfabetização,.quer.dizer,.aquelas.que.tendem.a.colaborar.para.a.emergência.da.alfabetização,.e.que.identificam.o.domínio.inicial.da.língua.escrita,.caracterizado.pela.decifração.e.pela.aquisição.de.fluência.em.leitura.
A aplicação do teste
Tendo.em.vista.as.características.dos.sujeitos.cujo.rendimento.será.avaliado,.é.necessário.que:
•. as. tarefas. a. serem. realizadas. sejam. propostas. oralmente. por. um. entrevis-tador,. que. lerá. as. instruções. e,. a. não. ser. no. caso. de. itens. que. supõem. a.escrita. ou. são. relacionados. a. competências. mais. avançadas,. buscará. obter.uma.resposta.comunicada.oralmente.ou.por.gesto;
•. tendo.em.vista.a.pouca. familiaridade.dos. sujeitos.com.situações.de. testa-gem,.seja.evitada,.na.elaboração.do.teste.e.em.sua.aplicação,.a.utilização.de.processos.discursivos.característicos.de.gêneros.do.discurso.escolar;
•. os.textos.utilizados.para.leitura.autônoma.pelos.sujeitos.(com.exceção.das.ques-tões.ligadas.a.descritores.que.visam.apreender.exatamente.o.domínio.de.diferen-tes.tipos.de. letra).estejam.disponíveis.em.letra.de. imprensa.(apenas.maiúscula;.maiúscula.e.minúscula).e.em.cursiva.(maiúscula.e.minúscula,.evidentemente).6
5 Teria sido possível utilizar uma gama mais ampla de gêneros de textos, mas a acentuada dispersão re-gional dos alfabetizandos atendidos pelo Programa e a grande presença de sujeitos pertencentes a meios rurais leva a supor um domínio, por parte do público do Programa, relativamente restrito de referências que ultrapassam seu universo cultural de origem. Ao lado da limitada duração do Programa, esse fator conduziu à redução desse espectro.
6 Infelizmente, não existe, no Brasil, um consenso a respeito do tipo de letra mais adequado a ser utilizado nos momentos iniciais da alfabetização. Embora muitos educadores estejam de acordo com o pressuposto de que a imprensa maiúscula seria o melhor tipo de letra a ser empregado nesses momentos, materiais e práticas tendem a fazer um número muito variado de escolhas no que diz respeito a esse aspecto.
21
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22
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Referências
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RIBEIRO,.Vera.Masagão..Termo de referência para avaliação do Programa Brasil Al-fabetizado..Brasília:.Secad/MEC,.2003.
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Matriz de Referência:
proposta para o Programa Brasil
Alfabetizado – Matemática Maria da Conceição Ferreira
Reis Fonseca1 Maria da Penha Lopes2 Maria Laura Magalhães Gomes3 Vera Masagão4
A.proposição.de.uma.matriz.de.referência.para.a.avaliação.de.Matemáti-ca.no.Programa.Brasil Alfabetizado requer.algumas.considerações.sobre.o. desenvolvimento.de. competências. e. conhecimentos. matemáticos.no.contexto.desse.Programa.
A.preocupação.com.a.incorporação.do.domínio.de.algumas.habilidades.ma-temáticas. à. concepção. de. alfabetismo. indica,. primeiramente,. que. o. Programa. as-sume.uma.perspectiva.mais.ampla.da.alfabetização..Leva-se.em.conta.que,.para.ser.alfabetizado. hoje,. no. Brasil,. o. sujeito. precisa. ser. capaz. de. atender. demandas. de.leitura.e.escrita.cada.vez.mais.diversificadas.e.sofisticadas,.que.solicitam,.não.raro,.a.mobilização.de.conhecimentos.e.habilidades.matemáticos.
Reconhece-se,.assim,.o.papel.da.educação.matemática.na.promoção.do.aces-so.e.do.desenvolvimento.de.estratégias.e.possibilidades.de.leitura.do.mundo,.para.as.quais.conceitos,.relações,.critérios,.procedimentos.e.resultados.matemáticos.podem.contribuir.significativamente..Assume-se,.portanto,.uma.abordagem.que.contempla.
1 Pesquisadora do Núcleo de Educação de Jovens e Adultos – NEJA/FaE/UFMG2 Professora aposentada/UFMG3 Pesquisadora do Instituto de Ciências Exatas – Icex/UFMG4 Coordenadora de programas da Ação Educacional
32
conhecimentos.matemáticos.de.uso.social,.trabalhados.–.e,.conseqüentemente,.ava-liados.–.em.situações.contextualizadas.na.vida.dos.alfabetizandos.
Contudo,. essa.preocupação. com.a. realização.de.um.diagnóstico.da. compe-tência.matemática.dos.alunos.do.Programa.Brasil Alfabetizado e.com.a.implementa-ção.de.ações.para.desenvolvê-la.no.contexto.de.sua.realização.evidencia.ainda.uma.outra.dimensão.essencial.desse.Programa:.a.da.inclusão.educacional..
De. fato,. a. meta. primordial. da. eliminação. do. analfabetismo. de. adultos. em.nosso.País.estabelece-se.como.ação.inicial.e.estratégica.de.um.processo.de.(re-)in-serção. de. jovens. e. adultos. no. sistema. escolar,. na. garantia. de. um. direito. do. cida-dão.e.de.um.espaço.privilegiado.para.o.acesso,.a.discussão,.a.partilha,.a.crítica.e.a.construção.de.modos.diversificados.e.mais.democráticos.de.relação.com.o.mundo.da. leitura.e.da.escrita..É.também.na.perspectiva.da.continuidade.dos.estudos.dos.jovens.e.adultos.brasileiros,.a.partir.da.alfabetização,.que.se.insere.a.participação.da.educação.matemática.no.Programa.Brasil Alfabetizado.
Foi,.portanto,.considerando.as.contribuições.da.educação.matemática.para.as.práticas.de.leitura.e.escrita.que.a.vida.social,.nela.também.incluída.a.perspectiva.da.vivência.escolar,.impõe.ou.possibilita.aos.jovens.e.adultos.brasileiros,.que.se.conce-beu.este.Documento.
Apresentam-se.a.seguir.os.pressupostos.teóricos.que.subsidiam.a.concepção.da.avaliação.de.conhecimentos.e.competências.matemáticas.no.âmbito.do.Progra-ma.Brasil Alfabetizado e.os.princípios.considerados.para.a.elaboração.da.matriz.de.referência.para.essa.avaliação..O.documento.propõe,.então,.a.matriz.com.os.conhe-cimentos,. as. competências,.os.descritores. e.detalhamentos,. incluindo.exemplos.de.itens.de.teste.relativos.a.alguns.dos.descritores,.que.visam.orientar.a.construção.de.instrumentos.que.permitam.realizar.a.avaliação.pretendida.
Pressupostos teóricos e suas implicações para a elaboração da matriz de avaliação
A. decisão. relativa. aos. conhecimentos. matemáticos. que. seriam. contem-plados. numa. matriz. de. referência. fundamenta-se. não. apenas. na. relevância. de.conhecimentos.dessa.natureza.para.as.práticas.de.leitura.e.escrita,.mas.também.na. consideração. de. que. as. ações. no. âmbito. desse. Programa. desenvolvem-se.num.período.de. tempo.relativamente.pequeno.–. seis. a.oito.meses.–.e.que.de-vem,. portanto,. ser. tomadas. como. pontos. de. partida. para. uma. inclusão. mais.duradoura.dos.sujeitos.na.escola..
33
Se. a. preocupação. com. o. desenvolvimento. de. conhecimentos. matemáticos.numa. iniciativa.de. alfabetização.de.pessoas. jovens. e. adultas. justifica-se.pela. con-tribuição.indispensável.que.esses.conhecimentos.oferecem.às.práticas.de.leitura.na.sociedade.brasileira.atual,.o.Programa.Brasil Alfabetizado e,.portanto,. sua.avaliação.quanto. às.habilidades.matemáticas.dos. alfabetizandos.devem.contemplar.primor-dialmente.noções.e.procedimentos.matemáticos.elementares,.de.amplo.uso.social,.e.nos.contextos.em.que.efetivamente.se.apresentam.para.os.alunos.do.Programa..O.domínio.de. tais.noções.e.procedimentos,.devido.aos.aportes.essenciais.que. repre-sentam.para.a.compreensão.de.diversos.tipos.de.texto.muito.freqüentes.na.vida.dos.sujeitos,.é.condição.imprescindível.à.sua.inclusão.social.e.escolar.
A.concepção.da.avaliação.que.aqui.se.propõe.considerou.ainda.os.resultados.de. pesquisas. como. a. do. Indicador. Nacional. de. Alfabetismo. Funcional. Matemá-tico. (INAF).–.Instituto.Paulo.Montenegro/Ação.Educacional.–.que,.nos.anos.de.2002.e.2004,.contemplou.as.habilidades.matemáticas.da.população.jovem.e.adulta.brasileira.. Os. resultados. do. INAF-2002. e. do. INAF-2004. revelam. que. 80%. dos.jovens. e. adultos. brasileiros.que.não. concluíram.a.4ª. série.do. ensino. fundamental.não.conseguem.ultrapassar.o.nível.1.de.alfabetismo.matemático. funcional,.que. se.caracteriza.pelo.sucesso.apenas.em.tarefas.de.leitura.de.números.de.uso.freqüente.em.contextos.específicos..
Sendo.assim,.é.de.se.esperar.que.boa.parte.do.público.atendido.pelo.Pro-grama.Brasil Alfabetizado,.ainda.que.possa.deter.algumas.estratégias.para.a.reso-lução.de. seus.problemas.diários,. vivencie.dificuldades. impostas.por.um.domínio.precário.de.conhecimentos.e/ou.procedimentos.elementares,.próprios.de.uma.cul-tura. matemática. socialmente. valorizada,. que. marcam. os. modos. de. organização,.produção.e.divulgação.do.conhecimento.em.nossa. sociedade,.e.de.cujo.domínio.dependem.suas.possibilidades.de.acesso,.apreciação,.crítica.e.utilização.de. infor-mações,.critérios.ou.estratégias.em.diversas. instâncias.da.vida.social;.enfim,.suas.possibilidades.de.leitura.do.mundo.
Cabe,. pois,. aos. processos. de. alfabetização. contemplar. tais. conhecimentos.matemáticos. em. sua. proposta. pedagógica,. considerando. os. modos. próprios. pelos.quais.os.alfabetizandos.lidam.com.as.situações.que.os.envolvem,.mas.também.não.se.furtando.à.responsabilidade.da.apresentação.de.outras.possibilidades.de.compre-ensão.e/ou.solução.de.problemas..
Tal. apresentação. deve. assumir. e. explicitar. a. natureza. cultural. dos. conhe-cimentos. matemáticos,. empenhando-se. numa. negociação. respeitosa. e. democráti-ca. de. novos. significados. e. dispondo-se. a. uma. discussão. honesta. e. cuidadosa. das.
34
vantagens. e. desvantagens. dos. diversos. procedimentos,. inclusive. os. escolares,. em.diferentes.oportunidades.
Tendo,.pois,.em.vista.que.se.pretende.analisar.e.promover.o.domínio.de.co-nhecimentos.matemáticos.que.são.importantes.num.processo.inicial.de.aquisição.e.desenvolvimento.da. leitura.e.da.escrita,.mas.que.ainda. representam.um.obstáculo.para. grande. parte. dos. alfabetizandos. jovens. e. adultos,. optou-se. por. focalizar,. na.construção. de. uma. matriz. para. avaliação. do. Programa,. competências. relativas. a.dois.blocos.de.conhecimentos:.Números.e.Operações.
Em.virtude.da.importância.fundamental.do.conhecimento.dos.números.para.diversas.práticas.de. leitura,.e.da.constatação.de.que.em.seus.conceitos.e.represen-tações. residem.muitas.das.necessidades.e.ainda.das.dificuldades.de. jovens.e.adul-tos. alfabetizandos,. é. nesse. bloco. que. se. localizam. quatro. das. cinco. competências.propostas. na. matriz. de. referência..Tais. competências. configuram-se. na. contagem.(como.procedimento.e.como.recurso.na.constituição.do.próprio.conceito.de.núme-ro),.e.na.leitura,.na.escrita.e.na.comparação.de.números.(representados.no.sistema.decimal.de.numeração).
Com. efeito,. observações,. relatos. e. análises. de. diversas. experiências. e. pes-quisas. com. alfabetizandos. jovens. e. adultos. têm. revelado. dificuldades. de. algumas.pessoas.não.apenas.com.a.representação.numérica,.mas.com.o.próprio.conceito.de.número,.o.que.justifica.a.inclusão.de.um.primeiro.descritor.pelo.qual.se.busca.aferir.a.habilidade.da.realização.da.contagem.elementar,.de.associação.um-a-um,.e.de.um.outro.descritor.que.se.refere.às.estratégias.para.contagens.elevadas,.que.mobilizam.a.realização.de.agrupamentos,.idéia.essencial.para.a.compreensão.do.nosso.sistema.de.numeração..
Ainda. levando.em.consideração.a. responsabilidade.do.Programa.com.a.ga-rantia. de. domínio. de. algumas. práticas. importantes. na. vida. social,. propõe-se,. nos.descritores.associados.à.competência.da.contagem,.que.ela.se.realize.com.objetos.e.também.com.quantias.de.dinheiro,.com.a.utilização.de.cédulas.e.moedas..
O.mesmo.argumento.justifica,.nos.descritores.referentes.às.competências.de.leitura,. escrita. e. comparação.de.números,. a. presença,. junto. aos.números.naturais,.dos.números.decimais.que.expressam.valor.monetário,.mesmo.que.tradicionalmen-te.os.números.decimais.sejam.considerados.um.conteúdo.sofisticado.nos.níveis.de.ensino.muito.elementares.
Quanto.ao.segundo.bloco.de.conhecimentos.escolhido.para.a.composição.da. matriz. de. referência,. o. das. operações,. ainda. considerando. que. o. Programa.
35
Brasil Alfabetizado representa.somente.uma.primeira.etapa,.de.duração.relativa-mente.pequena,.na.vida.escolar.dos.sujeitos,.optou-se.por.restringir.a.avaliação.a.uma.competência.–.a.de.resolução.de.problemas.envolvendo.apenas.a.adição.ou.a.subtração..
Também. aqui,. mesmo. reconhecendo. que,. do. ponto. de. vista. estritamente.matemático,.os.números.decimais.envolvem.idéias.mais.sofisticadas.do.que.as.dos.números.naturais,.propõe-se.que.as.situações.envolvendo.as.operações.de.adição.ou.subtração.refiram-se.a.quantidades.discretas.(representadas.pelos.números.na-turais),. mas. também. tratem. de. adicionar. ou. subtrair. pequenas. quantias. em. di-nheiro..Trata-se,.nesse.sentido,.mais.uma.vez,.de.assumir.a.relevância.das.práticas.e. das. demandas. da. vida. social. dos. alunos. nas. decisões. sobre. os. conhecimentos.matemáticos.a.contemplar.no.desenvolvimento.e.na.avaliação.de.um.programa.de.Educação.de.Jovens.e.Adultos..
Pretende-se. ainda,. como. se. verá,. avaliar. essa. competência. de. resolução. de.problemas.com.a.utilização.de.recursos.variados.de.cálculo,. separadamente.ou.em.conjunto,.de.acordo.com.a.vontade.do.sujeito.durante.a.aplicação.do.teste.
O.que.se.espera,.portanto,.é.conhecer.a.capacidade.de.resolução.dos.proble-mas.propostos,.com.o.uso.de.cálculo.mental,.lápis.e.papel.e.calculadora.eletrônica..Essa.idéia.baseia-se,.mais.uma.vez,.na.consideração.de.que.os.educandos.são.adul-tos. cujas.práticas. sociais. incluem,. freqüentemente,. a.possibilidade.e. a.necessidade.de.utilização.de.todos.esses.métodos.e.instrumentos.
Finalmente,. cabem. algumas. palavras. em. relação. às. condições. de. realização.do.teste..Ao.se.elaborarem.os.itens.do.teste,.deve-se.considerar.que.as.situações.de.contagem. e. de. leitura,. escrita. e. comparação. de. números,. bem. como. aquelas. que.demandam.a.resolução.de.problemas.por.meio.de.adições.ou.subtrações,.serão.pro-postas.oralmente.aos.sujeitos.por.um.entrevistador,.que.recorrerá.à.manipulação.de.suportes.conhecidos.da.população.em.geral,.tais.como.calendário,.cédulas.e.moedas,.folhetos.de.propaganda.e.jornal,.ou.outros.materiais.que.se.mostrem.necessários.(e.viáveis).para.a.simulação.das.situações.propostas..
Para.a.execução.de.algumas.tarefas.do.teste,.o.entrevistador.oferecerá.ao.res-pondente. lápis,.papel.e.calculadora,.e.permitirá.o. recurso.a.estratégias.pessoais.de.cálculo,.como.contar.nos.dedos,.por.exemplo.
A.resposta.produzida.pelo.entrevistado.será.também.comunicada.oralmente.ou.por.meio.de. recursos.gestuais. (como.apontar). ao. entrevistador..Apenas. alguns.itens,.particularmente.os.relacionados.à.competência.de.escrever.números,.deman-
36
darão. uma. produção. escrita. do. respondente.. Na. resolução. de. problemas,. o. aluno.poderá.registrar.seus.cálculos,.mas.isso.não.lhe.será.cobrado.na.avaliação.
Levando.em.conta.que.o.centro.desta.proposta.reside.na. idéia.de.avaliar.as.habilidades. matemáticas. dos. sujeitos. que. contribuem. para. o. desenvolvimento. da.leitura,.cabe.insistir.em.que.os.itens.do.teste.sejam.elaborados.de.uma.forma.con-textualizada,. focalizando. a. contribuição. dos. conhecimentos. matemáticos. para. as.práticas.de.leitura.da.população.brasileira.
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Síntese dos Relatórios de Aplicação dos Instrumentos de
Avaliação Cognitiva: conhecimentos
matemáticos, língua escrita e perfil
socioeconômicoMaria Madalena Torres1
Quanto à época de aplicação dos instrumentos:
•..Período.de.aplicação.dos. instrumentos. cognitivos.nos. sete.estados:.09.a.17/.12/2004
•. Período.de.aplicação.dos.instrumentos.cognitivos.no.DF:.13.a.22/12/2004
•. Foram.aplicados.264.instrumentos.cognitivos.e.264.questionários.do.perfil.socioeconômico
Quanto aos locais visitados e respectivos entrevistadores:
•..AlfaSol/Universidade. Brás. Cubas. –. Mogi. das. Cruzes. (SP):. Francijairo.Ananias.da.Silva
•. Centro.de.Educação.Paulo.Freire.de.Ceilândia/Sobradinho/São.Sebastião/Paranoá.(DF):.Fernanda.Frade,.Janaína.Sabino.e.Maria.Madalena.Torres
•. Congresso.Nacional.Afro-brasileiro/Cnab.–.São.Paulo. (SP):.Marlete.F..de.Souza
1 Técnica da Coordenação-Geral de Pedagogia de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (DEJA/SECAD/MEC)
44
•. Federação.das.Mulheres.do.Brasil.–.Natal.(RN):.Ivonete.dos.Santos.Barbosa
•. Secretaria.de.Educação.de.Aracaju.(SE):.Werner.Ward.de.Oliveira*
•. Secretaria.de.Educação.e.Cultura.de.Natal.(RN):.Stela.Martins.Teles
•. Serviço.Social.da.Indústria/SESI.(DF):.Jane.Fontenele,.Janaína.Sabino.de.Oliveira,.Maria.Onézia,.e.Maria.Madalena.Torres
•. Serviço.Social.da.Indústria/SESI.-.Campina.Grande.(PB):.Adriana.Dias.de.Freitas.e.Clauzene.Lima.da.Silva
Quanto à receptividade dos coordenadores e alfabetizadores
•. A. receptividade. dos. coordenadores,. alfabetizadores. e. alfabetizandos. aos.entrevistadores.foi.boa,.com.exceção.à.do.entrevistador.Werner.Ward.que.teve. algumas. dificuldade. em.sua. estada.nas. turmas. em.Aracaju,. devido.a.uma. situação. criada. por. visitadores. do. PBA/Secad/MEC. no. período. do.monitoramento,.que.entraram.em.confronto.com.a.equipe.da.Seduc.local.
Quanto às instalações físicas
•. Em.alguns.lugares.,.como.Ceilândia.e.Sobradinho,.onde.as.turmas.não.estavam.mais. em. funcionamento,. as. visitas. foram. realizadas.nas. resi-dências.dos.alfabetizandos,.não.sendo.possível.observar.as. instalações.das.salas.
•. As.instalações.das.classes.de.alfabetização.atendidas.por.projetos.executa-dos.pelas.Seducs.são.adequadas,.mas.as.turmas.que.funcionam.nas.igrejas.e.salões.comunitários.apresentam.dificuldades.nas.instalações.elétricas..Nes-sas. últimas,. o. quadro. de. giz,. geralmente,. é. pequeno.e.as.cadeiras,.muitas.vezes,.não.são.apropriadas.para.o.conforto.dos.alfabetizandos.
•. As.turmas.do.SESI.que.funcionam.na.Empresa.Qualix.têm.boa.estrutura.de. sala. de. aula,. apesar. de. uma. das. turmas. funcionar. no. restaurante. da.empresa..Contudo,.não.há.prejuízo.para.a.qualidade.do.trabalho.
* Instrumentos aplicados nas turmas de 2004 (do meio para o final do processo de alfabetização).
45
Quanto à aplicação dos instrumentos
Na. maioria. dos. grupos,. o. tempo. médio. de. 50. minutos. foi. suficiente. para.a. aplicação. dos. dois. cadernos:. de. Língua. Escrita. e. Matemática;. no. caso. do. ins-trumento. perfil. socioeconômico,. quando. foi. aplicado. na. sala. de. aula,. a. duração.foi. mais. ou. menos. de. 15. minutos;.porém,.nas.residências.dos.alfabetizandos,.esse.tempo.variou.de.30.a.40.minutos.
Considerações sobre os instrumentos cognitivos
No.instrumento.de.Língua Escrita/Leitura,.as.páginas.de.bilhetes.e.cartazes.devem.permanecer.separadas.das.questões..As.demais.questões.devem.permanecer.com.as.figuras,.mas.com.a.fonte.das.palavras.aumentada.no.próprio.instrumento.
No.cartaz.“Ana.Maria.da.Silva.é.sua.melhor.candidata.à.vereadora,.nº.99444”,.a.imagem.de.Ana.Maria.com.traje.de.médico.e.um.estetoscópio.pendurado.ao.pes-coço.dá.dúbia.interpretação.no.momento.da. leitura.e. interpretação.da.mensagem..Quando. perguntamos:. Ana.Maria. é. candidata. a. quê?.Os. alfabetizandos.divagam.para.responder,. fazendo.outras.perguntas.sobre. médico,. além. da. perda. de. tempo..Em. relação. à. mesma. figura. e. no. caso. específico. do.DF,.não.existe.essa.categoria.política.nesse.distrito.
Quando.os.alfabetizandos.sentem.dificuldades.na.leitura.de.palavras.e.peque-nas.frases,.ao.se.deparar.com.um.dos.vários.bilhetes.que.aparecem.nos.testes,.eles.entram.em.desespero.e.ficam.nervosos.por.não.lhes.conseguir.ler.
No.geral,.existem.questões.com.alternativas.previsíveis.para.as.respostas.dos.alfabetizandos.e.que.não.foram.incluídas.no.instrumento.
O. uso. de. fichas. separadas. é. um. processo. muito. trabalhoso;. portanto,.sugerimos.que.palavras. isoladas.em.fichas,.a.exemplo.de.“portão”.e.“trabalha-dor”,.sejam.incluídas.nas.próprias.questões..Entretanto,.devem.permanecer.os.cartazes.e.os.bilhetes.isoladamente,.para.auxílio.da.leitura..Contudo,.para.que.o. alfabetizando. não. seja. induzido. pela. disposição. das. respostas,. basta. cobri-las.com.um.papel.adicional.
Sobre.o.instrumento.cognitivo.de.Matemática,.percebe-se.que.podemos.otimizar.o.tempo.de.sua.aplicação.retirando.muitas.fichas.desnecessárias,.permanecendo.com.as.cédulas.dos.“dinheirinhos”,.aumentando.a.fonte.das.letras.e.organizando.melhor.o.es-paçamento.na.página..Enfim,.o.procedimento.deve.ser.o.mesmo.do.de.Língua.Escrita:.cobrir.as.respostas.para.que.os.alfabetizandos.não.sejam.induzidos.por.elas.
46
Algumas. figuras. não. foram. compreendidas.. As. cocadas. foram. confun-didas.com.um.pé.de.alface,.por.causa.da.disposição.das.cores.preta.e.branca;.os.pães,. como.não.estavam.num.tabuleiro,.não. foram. identificados.e. tivemos.que. dizer. o. que. eram;. além. da. pintura. renascentista. da. família,. que. foi. alvo.de.risos.para.os.entrevistados.
Os. exercícios. de. contagem. de. pães. e. palitos. praticamente. se. repetem:. se.aparecem.os.pães.para.serem.contados.abstratamente,.não.há.necessidade.de.contar.palitos.de.fósforo,.pois.se.são.capazes.de.contar.os.pães.de.forma.abstrata,.para.que.contar,.concretamente,.os.palitos?
Na. figura. em. que. aparece. o. Ronaldinho,. camisa. 9,. a. maioria. dos. ho-mens. olha. a. imagem. e,. antes. de. fazermos. alguma. pergunta,. já. dizem. com.muito.orgulho,.“Ronaldinho,.o. camisa.9!”..As.mulheres,.no.entanto,.não. têm.o.mesmo.comportamento..Talvez.fosse.bom.não.elaborar.questões.óbvias,. in-fluenciadas.pela.mídia.
No.cartaz.que.apresenta.a.seleção.brasileira.de.futebol,.quando.pedimos.que.identifiquem. a. quantidade. de. pessoas,. eles. dizem. logo:. “Não. seriam. 11,. ou,. no.máximo,.22?.Esse.que.sobra.é.o.técnico?”
Todos. os. relatórios. apresentam. observações. por. parte. dos. entrevistadores.com.relação.aos. problemas. de. visão. (necessidade. e. carência. de. óculos),. enfrenta-dos. por. grande. parte. dos.entrevistados.
Considerações sobre o perfil socioeconômico
No. perfil. socioeconômico,. o. problema. da. cor. é. impressionante.. Uns. são.brancos.e.não.querem.ser,. intitulando-se.“morenos”;.outros.são.negros.e.não.que-rem.assumir,.contentando-se. com. a. opção. “pardo”,. ou. exigindo. que. se. acrescente.a. cor. “morena”.. Por. isso,. no. campo. 7,.sugere-se.excluir.“raça”.e.incluir.“cor”.
Por.duas. vezes. aparece. a. pergunta. se. a.pessoa. tem.carteira.de. trabalho:.na.página.01,.item.08.e.depois.na.página.03,.item.06.
No.bloco.E,.item.2,.sugere-se.incluir.“alfabetização”.no.histórico.familiar.
No.bloco.F,.item.4,.sugere-se.acrescentar.ao.campo.“emprego.temporário”os.itens:.contrato.temporário,.CLT,.aposentado.e.pensionista..O.mesmo.poderia.ocor-rer.no.campo.renda.familiar,.acrescentando.os. itens:.renda.de.aposentado,.pensio-nista.ou.trabalho.autônomo.
47
No.bloco.G,. item.1,.que. se. refere. ao. acesso. a.programas.de. renda,. sugere-se. incluir. perguntas. como:. solicitou.o.benefício.na.prefeitura?. Não. foi. aprovado?.Não.recebeu.resposta?
Considerações sobre a relação entrevistador/entrevistado
Reflexões.desencadeadas.durante.o.processo.de.aplicação.dos.instrumentos:
•. Em. relação. ao. pagamento. das. bolsas,. há. a. compreensão. de. que. a. gestão.não. é. fácil.. Houve. muitos. atrasos. de. pagamentos. e. dificuldades. para. a.continuidade.dos.alunos.no.1º.Segmento;
•. Inclusão. do. tema. racial. nas. discussões. das. turmas. no. DF,. identificado. a.partir.da.aplicação.do.perfil.socioeconômico;
•. Criação.de.benefícios,. como.o.exame.de.vista.e.a.entrega.de.óculos,.que.venham.a.amenizar.os.problemas.visuais.enfrentados.pelos.alfa-betizandos;
•. A.união.de.programas. intergovernamentais. como.o. Bolsa-Escola,.o. Fome Zero e.o.Fazendo Escola -.1º.Segmento.da.EJA;
•. O. impacto. da. saída. de. sua. realidade. para. se. deparar. com. o. inusitado,.numa.melhor.compreensão.da.realidade.da.alfabetização.no.Brasil;
•. Participação. em. um. programa. de. formação. continuada. que. capacite. me-lhor.os.alfabetizadores.na.técnica.da.alfa-numerização;
•. Algumas. falhas.no. instrumento. cognitivo. e.no.perfil. socioeconômico.de-ram. espaço.para.que.alguns.entrevistadores.mediassem.a.dificuldade.entre.o.que.pedia.a.questão.e.o.entendimento.do.entrevistado.
Do.ponto.de.vista.dos.entrevistados,.muitos.receberam.com.desconfiança.os.instrumentos.cognitivos,.poucos.com.satisfação,.alguns.com.emoção.
No. geral,. é. possível. trabalhar. com. esses. instrumentos. cognitivos. e. com. o.perfil. socioeconômico,.desde.que. sejam.adaptados.às. sugestões. apresentadas.pelos.entrevistadores.–.já.que,.no.primeiro.momento,.foram.experimentais.
PS: Este relatório foi baseado em informações extraídas dos relatórios de cada en-trevistador e da gravação em vídeo da reunião de relatos de experiências, realizada em 29 de dezembro de 2004.
Qualidade psicométrica dos
itens da avaliação educacional dos alunos egressos
do Programa Brasil Alfabetizado Anamara Ferreira Ribeiro
Josemberg M. de Andrade1
A.avaliação. educacional. é. uma. ferramenta. útil. para. melhorar. o. sistema.educacional,. fornecendo. informações. que. permitem. aos. educadores.determinar. quais. práticas. promovem. resultados. desejados. e. quais. não.(Sanders.&.Horn,.1995)..Ela.deve.prover.um.contínuo.monitoramento.
do.sistema.educacional,.com.a.finalidade.de.detectar.os.efeitos.positivos.ou.negati-vos.de.políticas.adotadas.(Soares,.Cesar.&.Mambrini,.2001).
Em. se. tratando.do.desempenho.dos. alunos,. esse. é. verificado.por.meio.de. testes. que. aferem. competências. e. habilidades.. A. construção. de. testes. de.avaliações. educacionais. requer. um. conhecimento. sistemático. das. habilidades.específicas. a. serem.alcançadas..Cada. item.ou.questão.de.um. teste.deve. estar.contribuindo.com.uma.parcela.significativa.para.o.resultado.final.da.avaliação.(Rodrigues,.2002).
Dessa. forma,. a. qualidade. do. teste. depende. diretamente. da. qualidade. dos.itens.que.o.compõem..Para.se.obter.um.teste.de.alta.qualidade.técnica,.e.que.permi-ta.fazer.inferências.válidas.sobre.o.desempenho.dos.alunos,.é.necessário.que.os.itens.tenham.sido.elaborados.com.rigor.metodológico.(Inep,.2001)..Como.assinalam.La-ros,. Pasquali. e. Rodrigues. (2000),. a. qualidade. do. item. é. a. base. para. a. adequação.
1 Consultores da Coordenação Geral de Estudos e Avaliação (DAIE/SECAD/MEC)
50
de.todas.as.análises.subseqüentes,.tais.como.a.análise.do.desempenho.escolar.e.de.fatores.que.o.afetam.
A.análise.psicométrica.deve.ser.empreendida.com.a.finalidade.de.identificar.não.apenas.os. itens.que.desempenham.bem.o.papel.de.avaliar.a.competência.re-querida.como.também.aqueles.itens.que.não.o.fazem.(Rodrigues,.2002)..A.análise.psicométrica. pode. ser. realizada. pela.Teoria. Clássica. dos.Testes,. ou. seja,. a.TCT.(Pasquali,.2003).
A.TCT.procura.explicar.o.resultado.final,.ou.seja,.a.soma.das.respostas.da-das.pelos.indivíduos.a.um.conjunto.de.itens..Especificamente,.o.interesse.da.TCT.não.recai.sobre.o.traço.latente,.e.sim.sobre.o.comportamento,.ou.melhor,.o.escore.num.teste,.o.que.equivale.a.um.conjunto.de.comportamentos.(Pasquali,.2003)..Na.verificação.da.adequação.dos.itens,.são.comumente.estimados.os.índices.de.discri-minação.e.dificuldade.dos.itens.
O.índice.de.discriminação.é.utilizado.para.verificar.o.quanto.cada.item.pode.diferenciar.estudantes.que.possuem.diferentes.níveis.de.habilidade..Em.outras.pa-lavras,.a.discriminação.dos.itens.refere-se.ao.grau.em.que.um.item.diferencia.cor-retamente.os.examinandos.no.comportamento.que.o.teste.pretende.medir.(Anas-tasi.e.Urbina,.2000)..
O.cálculo.do. índice.de.discriminação.pode.ser.efetuado.a.partir.de.grupos.critério.ou.da.correlação.do.item.com.o.escore.total.dos.itens..Considerando.essa.segunda.maneira,.existem.vários.tipos.de.correlação.para.a.obtenção.desse.índice..Duas. das. mais. utilizadas. são. a. correlação. ponto-bisserial. e. a. bisserial. (Pasquali,.2003)..Erthal.(2003).assinala.que,.independente.do.método.utilizado,.o.critério.de.0,25.parece.ser.adequado.para.identificar.itens.capazes.de.diferenciar.sujeitos.com.níveis.variados.de.habilidades.
Na.TCT,.a.dificuldade.do. item.é.definida.como.a.porcentagem.de.sujeitos.que. respondem. corretamente. ao. item.. Um. valor. para. o. índice. de. dificuldade. da.TCT.perto.de.1,0. indica.que.o. item.é. fácil. e. um.valor.perto.de.0. (zero). indica.que.se.trata.de.um.item.difícil..Vale.salientar.que.quanto.mais.a.dificuldade.de.um.item.se.aproxima.de.0,0.ou.1,00,.menos.informações.diferenciais.ele.oferece.sobre.o. examinado.. Por. outro. lado,. quanto. mais. o. nível. de. dificuldade. se. aproxima. de.0,50,.mais.diferenciações.o. item.pode.fazer.(ver,.por.exemplo,.Anastasi.e.Urbina,.2000;.Erthal,.2003;.Hambleton.e.cols.,.1991;.Pasquali,.2003).
Diante.da.necessidade.de.verificar.a.qualidade.psicométrica.dos.itens.de.Lín-gua.Portuguesa.e.Matemática,.aplicados.em.uma.avaliação.educacional.de.adultos.
51
da.Secretaria.de.Educação.Continuada,.Alfabetização.e.Diversidade.(Secad),.este.relatório. tem. como. objetivo. apresentar. os. resultados. das. análises. psicométricas.realizadas..A.seguir,.é.apresentado.o.método.utilizado.para.o.alcance.dos.objetivos.deste.estudo.
Método
Nesta. seção. é. apresentado. o. método. utilizado. para. o. alcance. do. objetivo.do.presente.relatório.
Instrumento
Foram.analisados.84.itens.de.um.teste.cognitivo.aplicado.em.uma.avalia-ção.educacional.de.adultos..Desses. itens,.45. foram.de.Língua.Portuguesa.e.39.de.Matemática.
Procedimentos
Foram.realizadas.as.seguintes.análises:.(1).análises.exploratórias,.por.meio.de.análises. descritivas;. e. (2). verificação.da.dificuldade. e.discriminação.dos. itens,. por.meio.da.Teoria.Clássica.dos.Testes.(TCT).
Os. consultores. em. avaliação. educacional. receberam. o. banco. de. dados. por.meio.da.Secretaria.de.Educação.Continuada,.Alfabetização.e.Diversidade.(Secad)./.Diretoria.de.Avaliação.e.Informações.Educacionais.(DAIE).
Após. o. recebimento. das. bases,. foi. realizada. a. limpeza. no. banco,. análise.exploratória.inicial.dos.dados.e.verificada.sua.consistência.
Retirou-se,.da.base.de.dados,.os. alunos.para.os.quais.não.havia. resposta.da.prova,. isto. é,. os. ausentes..A. seguir,. foram. solicitadas. as. freqüências.de. res-posta.às.alternativas.de.cada. item,.a.fim.de.verificar.os.possíveis.erros.de.digi-tação..Após.a.análise.exploratória,.foram.verificados.os.índices.de.discriminação.e.dificuldade.dos.itens.
52
Análise de dados
Para. a. realização. da. análise. exploratória. dos. dados,. foi. utilizado. o. software SPSS. (Statistcal Package For Social Sciences),. na. versão. 13.0.. Para. a. estimação. dos.parâmetros.dos.itens,.foi.utilizado.o.software Bilog for Windows, na.versão.3.11.
Resultados
Nesta.seção.são.apresentados.os.resultados.do.presente.relatório..Como.já.assinalado.anteriormente,.foram.realizadas.as.seguintes.análises:.análise.ex-ploratória.dos.dados,. estimação.dos.parâmetros.dos. itens. e. verificação.da. fi-dedignidade.das.provas.
Análise exploratória
A. análise. exploratória. de. dados. consiste. em. um. conjunto. de. procedi-mentos. estatísticos. realizado. com. o. intuito. de. revelar. o. que. está. contido. em.um. banco. de. dados.. Ainda,. através. desse. tipo. de. análise. é. possível. verificar. a.adequação.dos.dados.aos.pressupostos.requeridos.pelas.análises.estatísticas.(Ta-bachnick.e.Fidell,.1996).
Assim,.a.partir.de.uma.análise.exploratória,. foi.verificada.a.existência.de. problemas. de. digitação. dos. dados. e,. em. seguida,. esses. erros. foram. cor-rigidos..Optou-se.por.excluir.do.banco.de.dados. todos.os.questionários. em.branco,.o.que.resultou.em.uma.amostra.total.de.267.avaliados..Os.itens.não.respondidos. por. esses. avaliados. foram. desconsiderados. das. estimações. dos.parâmetros.dos. itens.
Estimação dos parâmetros dos itens
Discriminação dos itens
No.presente.estudo.a.verificação.da.discriminação.dos.itens.foi.efetuada.por.meio.do.cálculo.da.correlação.bisserial.(rbis)..Esse.coeficiente.é.calculado.com.base.na.Teoria.Clássica.dos.Testes. (TCT).para. todos.os. itens.da.prova..As.provas.de.Língua.Portuguesa.e.Matemática. foram.consideradas.separada-mente,. ou. seja,. os. 45. itens. da. prova. de. Língua. Portuguesa. e. os. 39. itens. de.Matemática.Para. fins. de. interpretação,. pode-se. dizer. que. uma. questão. com.um.alto.índice.rbis.é.capaz.de.separar.os.estudantes.que.possuem.um.alto.ní-
53
vel.da.habilidade.aferida.daqueles.que.possuem.um.nível.baixo.e.daqueles.que.não.desenvolveram.ainda.a.habilidade.aferida.
Na. tabela. 1. encontram-se. os. coeficientes. de. correlação. bisserial. para. cada.um.dos. 39.itens.avaliados.na.prova.de.Matemática,.enquanto.na.tabela.2,.são.apre-sentados.os.coeficientes.dos.45.itens.da.prova.de.Língua.Portuguesa.
Tabela 1 – Índices de discriminação dos itens da prova de Matemática
Prova de Matemática
Itens do nível 1 Discriminação Itens do nível 2 Discriminação Itens do nível 3 Discriminação
D01_N1
D02_N1
D03_N1
D04_N1
D05_N1
D06_N1
D07_N1
D08_N1
D09_N1
D10_N1
D11_N1
D12_N1
D13_N1
0,65 D01_N2 0,81 D01_N3 0,42
0,66 D02_N2 0,11 D02_N3 0,40
0,09 D03_N2 0,23 D03_N3 0,99
0,86 D04_N2 --- D04_N3 -0,30
0,89 D05_N2 0,41 D05_N3 0,73
0,94 D06_N2 0,58 D06_N3 1,33
0,25 D07_N2 1,21 D07_N3 1,04
1,31 D08_N2 0,55 D08_N3 0,53
1,20 D09_N2 0,47 D09_N3 0,20
1,67 D10_N2 1,32 D10_N3 0,82
0,21 D11_N2 0,40 D11_N3 0,45
0,63 D12_N2 0,56 D12_N3 0,61
0,56 D13_N2 0,56 D13_N3 0,40
Média 0,76 Média 0,60 Média 0,59
Desvio-padrão 0,45 Desvio-padrão 0,35 Desvio-padrão 0,41
Valor mínimo 0,09 Valor mínimo 0,11 Valor mínimo -0,30
Valor máximo 1,67 Valor máximo 1,32 Valor máximo 1,33
Como.pode.ser.observado.em.relação.ao.nível.de.dificuldade.1.(N1).da.pro-va. de. Matemática,. a. média. da. correlação. bisserial. desses. itens. foi. de. 0,76,. com.os. índices. variando. de. 0,09. a. 1,67.. Verifica-se. que. esses. índices. são,. na. maioria,.discriminativos..O.item.D03_N1.é.o.que.apresenta.menor.poder.de.discriminação,.ou.seja,. menor.capacidade.de.diferenciar.avaliados. com.diferentes.níveis. de.habi-lidades..Como. já. ressaltado.anteriormente,. são.desejáveis.índices.de.discriminação.iguais.ou.superiores.a.0,25.
54
No.que.se.refere.ao.nível.de.dificuldade.2.(N2),.os. itens.apresentaram.uma.média. de. discriminação. de. 0,60. com. um. d.p.. de. 0,35;. o. que. indica. se. tratar. de.itens.discriminativos,. em.sua.maioria..O. item.mais.discriminativo.é.o.D10_N2,.e.o.com.menor.poder.de.discriminação.é.o. item.D02_N2..Ressalta-se.que.o. índice.de.discriminação.do. item.D04_N2.não.pôde. ser. calculado,. já. que. foi. respondido.corretamente.por.todos.os.avaliados.
O.nível.de.dificuldade.3.(N3).foi.o.que.apresentou.uma.menor.média.de.dis-criminação.dos. itens. (0,59),.com.os. índices.variando.de.-0,30.a.1,33..No.entanto,.a. média. apresentada. indica. que. os. itens. conseguem. diferenciar. avaliados. com.diferentes. níveis. de. habilidades.. O. item. D04_N3. apresentou. o. menor. poder. de.discriminação,. indicando.não. ser.um. item.adequado.para.diferenciar. sujeitos.com.níveis.diferentes.de.habilidades..Ressalta-se,.ainda,.que.não.são.esperados.índices.de.correlação.bisserial.negativos.
Em.relação.ao.conjunto.total.de.itens.da.prova.de.Matemática,.ou.seja,.jun-tando. os. itens. dos. três. níveis. de. dificuldade,. a. média. de. discriminação. obtida.foi. de. 0,65,. com. um. d.p.. de.0,40..Ainda,.os.índices.de.discriminação.variaram.de.-0,30.a.1,67..O.menor. índice.de.discriminação. foi. encontrado. no. nível. três,. e. o.maior. no. nível. um.. De. maneira. geral,. com. a. exceção. de. poucos. itens,. pode-se.afirmar. que. a. prova. de. Matemática. é. capaz. de. diferenciar.sujeitos.com.níveis.de.habilidades.diferentes.
Na.tabela.2.são.apresentados.os.índices.de.discriminação.dos.itens.da.prova.de.Língua.Portuguesa.
55
Tabela 2 – Índices de discriminação dos itens da prova de Língua Portuguesa
Prova de Língua Portuguesa
Itens do nível 1 Discriminação Itens do nível 2 Discriminação Itens do nível 3 Discriminação
D02_N1
D03_N1
D04_N1
D05_N1
D06_N1
D07_N1
D08_N1
D09_N1
D10_N1
D11_N1
D12_N1
D13_N1
D14_N1
D15_N1
D16_N1
1,04 D02_N2 --- D02_N3 0,33
0,77 D03_N2 0,78 D03_N3 0,08
1,03 D04_N2 0,39 D04_N3 0,87
0,53 D05_N2 0,39 D05_N3 0,74
0,70 D06_N2 0,58 D06_N3 0,23
0,76 D07_N2 0,84 D07_N3 0,86
0,84 D08_N2 0,66 D08_N3 0,99
0,52 D09_N2 0,58 D09_N3 0,68
0,99 D10_N2 1,03 D10_N3 0,71
1,16 D11_N2 0,89 D11_N3 1,00
0,96 D12_N2 1,07 D12_N3 0,96
1,05 D13_N2 0,95 D13_N3 1,04
0,65 D14_N2 0,95 D14_N3 1,06
0,95 D15_N2 1,15 D15_N3 1,05
1,04 D16_N2 0,99 D16_N3 0,80
Média 0,87 Média 0,80 Média 0,76
Desvio-padrão 0,20 Desvio-padrão 0,25 Desvio-padrão 0,31
Valor mínimo 0,52 Valor mínimo 0,39 Valor mínimo 0,08
Valor máximo 1,16 Valor máximo 1,15 Valor máximo 1,06
Como.pode.ser.observado.em.relação.ao.nível.de.dificuldade.1.(N1).da.prova.de.Língua.Portuguesa,.a.média.da.correlação.bisserial.desses.itens.foi.de.0,87,.com.os. índices.variando.de.0,52.a.1,16..Verifica-se.que.esses. índices.são.satisfatórios.e.que.os.itens.são.discriminativos.
No. que. se. refere. ao. nível. de. dificuldade. 2. (N2),. os. itens. apresentaram. uma.média.de.discriminação.de.0,80.com.um.d.p..de.0,25;.o.que.indica.se.tratar.de.itens.discriminativos,.ou.seja,.capazes.de.diferenciar.adequadamente,.avaliados.com.níveis.diferentes.de.habilidades..Ressalta-se.que.o.índice.de.discriminação.do.item.D02_N2.não.pôde.ser.calculado,.já.que.foi.respondido.corretamente.por.todos.os.avaliados.
O. nível. de. dificuldade. 3. (N3). foi. o. que. apresentou. uma. menor. média. de.discriminação.dos.itens.(0,76),.com.os.índices.variando.de.0,08.a.1,06..No.entanto,.a.média.apresentada.indica.que.os.itens.conseguem.diferenciar.avaliados.com.dife-rentes.níveis.de.habilidades..
56
O.item.D03_N02.apresentou.o.menor.poder.de.discriminação,.indicando.não.ser.um.item.adequado.para.diferenciar.sujeitos.com.níveis.diferentes.de.habilidades.
Em.relação.ao.conjunto.total.de.itens.da.prova.de.Língua.Portuguesa,.a.mé-dia.de.discriminação.obtida.foi.de.0,81,.com.um.d.p..de.0,26..O.menor.índice.de.discriminação. foi. encontrado. no. nível. três. e. o. maior. no. nível. um.. Sendo. assim,.pode-se.afirmar.que.a.prova.de.Língua.Portuguesa.é.capaz.de.diferenciar. sujeitos.com.níveis.de.habilidades.diferentes.
Dificuldade dos Itens
A. tabela. 3. apresenta. os. índices. de. dificuldade. para. cada. um. dos. itens. da.prova.de.Matemática.
Tabela 3 – Índices de dificuldade dos itens da prova de Matemática
Prova de Matemática
Itens do nível 1 Dificuldade Itens do nível 2 Dificuldade Itens do nível 3 Dificuldade
D01_N1
D02_N1
D03_N1
D04_N1
D05_N1
D06_N1
D07_N1
D08_N1
D09_N1
D10_N1
D11_N1
D12_N1
D13_N1
0,98 D01_N2 0,88 D01_N3 0,93
0,88 D02_N2 0,69 D02_N3 0,87
0,97 D03_N2 0,93 D03_N3 0,82
0,95 D04_N2 1,00 D04_N3 0,98
0,92 D05_N2 0,76 D05_N3 0,79
0,87 D06_N2 0,88 D06_N3 0,92
0,98 D07_N2 0,95 D07_N3 0,94
0,95 D08_N2 0,78 D08_N3 0,53
0,95 D09_N2 0,93 D09_N3 0,87
0,97 D10_N2 0,98 D10_N3 0,95
0,84 D11_N2 0,90 D11_N3 0,81
0,79 D12_N2 0,84 D12_N3 0,72
0,82 D13_N2 0,84 D13_N3 0,66
Média 0,91 Média 0,87 Média 0,83
Desvio-padrão 0,07 Desvio-padrão 0,09 Desvio-padrão 0,13
Valor mínimo 0,79 Valor mínimo 0,69 Valor mínimo 0,53
Valor máximo 0,98 Valor máximo 1,00 Valor máximo 0,98
Como. já. assinalado. anteriormente,. na.Teoria. Clássica. dos.Testes. (TCT). a.informação.sobre. a. dificuldade. é. fornecida. pela. proporção. de. acertos. na. alterna-
57
tiva. correta.. Ressalta-se.que.as.análises.foram.realizadas.considerando.os.três.níveis.de.dificuldade.dos.itens,.propostos.pelo(s).elaborado(es).dos.itens.
Como.pode.ser.observado.em.relação.ao.nível.de.dificuldade.1.(N1).da.prova.de.matemática,.a.proporção.média.de.acerto.desses. itens.foi.de.0,91,.o.que.indica.que. foram.acertados.por.91%.dos.avaliados..A.partir.desses. resultados,.e.conside-rando.os.critérios.apresentados.por.Pasquali.(2003),.esses.itens. foram. considerados.muito. fáceis. por. parte. da.amostra.de.avaliados.
Em.relação.aos.itens.do.nível.de.dificuldade.2.(N2),.a.dificuldade.média.dos.itens. foi. de.0,87,. com.valores.mínimo.e.máximo. iguais. a.0,69.e.1,00,. respectiva-mente..Com.base.na.média.de.dificuldade. encontrada.e. considerando.os. critérios.apresentados.por.Pasquali.(2003),.esses. itens.podem.ser.considerados.muito.fáceis..Como.visto,.o. item.D04_N2.foi. respondido.corretamente.por.todos.os.avaliados.
Por. fim,. a. média. dos. itens. do. nível. de. dificuldade. 3. (N3). foi. de. 0,83,. o.que.indica.que.esses.itens.foram.acertados.por.83%.dos.avaliados..Similarmente.aos.itens.anteriormente.avaliados,.os.itens.do.nível.de.dificuldade.3.da.prova.de.Mate-mática.também.foram.considerados.muito.fáceis.para.a.amostra.de.avaliados.
Em. relação. ao. conjunto. total. de. itens. avaliados. na. prova. de. Matemática.(39. itens),. a.média.de.dificuldade.obtida.foi.de.0,87,.com.um.d.p..de.0,10..O.item.mais.difícil.foi.encontrado.no.nível.três,.e.o.mais.fácil.no.nível.dois..Sendo.assim,.pode-se.afirmar.que.a.prova.de.Matemática.foi.uma.prova.fácil.para.os.avaliados.
A.seguir,. são.apresentados.os. índices.de.dificuldade.para.cada.um.dos. itens.da.prova.de.Língua.Portuguesa.
58
Tabela 4 – Índices de dificuldade dos itens da prova de Língua Portuguesa
Prova de Língua Portuguesa
Itens do nível 1 Dificuldade Itens do nível 2 Dificuldade Itens do nível 3 Dificuldade
D02_N1
D03_N1
D04_N1
D05_N1
D06_N1
D07_N1
D08_N1
D09_N1
D10_N1
D11_N1
D12_N1
D13_N1
D14_N1
D15_N1
D16_N1
0,96 D02_N2 1,00 D02_N3 0,94
0,89 D03_N2 0,96 D03_N3 0,84
0,94 D04_N2 0,70 D04_N3 0,93
0,80 D05_N2 0,62 D05_N3 0,72
0,73 D06_N2 0,73 D06_N3 0,43
0,96 D07_N2 0,91 D07_N3 0,69
0,79 D08_N2 0,82 D08_N3 0,65
0,97 D09_N2 0,94 D09_N3 0,49
0,87 D10_N2 0,74 D10_N3 0,74
0,78 D11_N2 0,76 D11_N3 0,77
0,73 D12_N2 0,66 D12_N3 0,63
0,71 D13_N2 0,67 D13_N3 0,56
0,87 D14_N2 0,67 D14_N3 0,69
0,74 D15_N2 0,78 D15_N3 0,69
0,77 D16_N2 0,61 D16_N3 0,59
Média 0,83 Média 0,77 Média 0,69
Desvio-padrão 0,09 Desvio-padrão 0,13 Desvio-padrão 0,14
Valor mínimo 0,71 Valor mínimo 0,61 Valor mínimo 0,43
Valor máximo 0,97 Valor máximo 1,00 Valor máximo 0,94
Como. pode. ser. observado. em. relação. ao. nível. de. dificuldade. 1. (N1). dos.itens.da.prova.de.Língua.Portuguesa,.a.proporção.média.de.acerto.desses.itens.foi.de.0,83,.o.que.indica.que.foram. acertados. por. 83%. dos. avaliados.. A. partir. desses.resultados,. pode-se. dizer. que. esses.itens.foram.considerados.muito.fáceis.por.parte.da.amostra.de.avaliados.
Em.relação.aos.itens.do.nível.de.dificuldade.2.(N2),.a.dificuldade.média.dos.itens. foi. de.0,77,. com.valores.mínimo.e.máximo. iguais. a.0,61.e.1,00,. respectiva-mente..Com.base.na.média.de.dificuldade. encontrada.e. considerando.os. critérios.apresentados.por.Pasquali.(2003),.esses.itens.foram.considerados.fáceis.por.parte.da.amostra.de.avaliados.
Por. fim,. a. média. dos. itens. do. nível. de. dificuldade. 3. foi. de. 0,69,. o. que.indica. que. esses.itens.foram.acertados.por.69%.dos.avaliados..Nessa.categoria,.foi.encontrado. o. item. mais. difícil. de. toda. a. prova,. a. saber:. D06_N3.. Recomenda-se.
59
que.se.verifique.a.adequação.pedagógica.desse.item,.bem.como.se.investigue,.junto.aos.alunos,.se.as.habilidades.e.competências.referentes.a.esse.item.foram.realmente.desenvolvidas.pelos.alunos..No.geral,.os.itens.desse.nível.foram.considerados.fáceis.por.parte.dos.alunos.
Em.relação.ao.conjunto.total.de.itens.da.prova.de.Língua.Portuguesa,.a.média.de.dificuldade.obtida.foi.de.0,77,.com.um.d.p..de.0,13.e.valores.entre.0,43.e.1,00..O.item.mais.difícil.foi.encontrado.no.nível.três,.e.o.mais.fácil.no.nível.dois..Sendo.as-sim,.pode-se.afirmar.que.a.prova.de.Português.é.uma.prova.fácil.para.os.avaliados.
Considerações Finais
Os. resultados. das. análises. exploratórias. e. psicométricas. encontrados. para.a. prova. de.Língua.Portuguesa.e.de.Matemática. indicam.que.os. itens.construídos.para.essa.avaliação.são.muito.fáceis.para.os.avaliados..Quando.o.interesse.está.em.verificar.o.poder.de.um.teste.para.discriminar.diferentes.níveis.de.habilidades.nos.sujeitos,.como.é.o.caso.de.provas.de.avaliações.educacionais,.requer-se.uma.distri-buição.equilibrada.dos.itens.em.termos.de.dificuldade..Itens.muito.fáceis,.que.todos.os.avaliados.acertam,.e.itens.muito.difíceis,.os.quais.ninguém.acerta,. são. itens.que.não. diferenciam. os. indivíduos. e. por. isso. não. trazem. nenhuma.informação.(Pas-quali,.2003)..A.literatura.indica.que.quanto.mais.o.nível.de.dificuldade.se.aproxima.de.0,50,.mais.diferenciações.o.item.pode.fazer.(ver,.por.exemplo,.Anastasi.e.Urbina,.2000;.Erthal,.2003;.Hambleton.e.cols.,.1991;.Pasquali,.2003).
No. que. se. refere. à. discriminação. dos. itens,. as. médias. encontradas. foram.0,65. e. 0,81.em. Matemática. e. Língua. Portuguesa,. respectivamente,. indicando. se.tratar. de. itens,. no. geral,.bastante.discriminativos..No.entanto,.em.ambas.as.provas.foram.encontrados.itens.que,.praticamente,.não.diferenciam.os.examinandos.quan-to. ao. seu. nível. de. conhecimento.. Smith. e.McCarthy.(1995).afirmam.que,.para.o.refinamento.de.um. instrumento,.ou. seja,.para.a.melhoria.de. sua. representação.de.um.construto,.é.importante,.além.de.outros.objetivos,.a.inclusão.de.itens.que.discri-minem.os.participantes.no.nível.de.intensidade.desejado.para.o.atributo.
Os.resultados.mostram,.assim,.que.a.prova.de.Língua.Portuguesa.encontra-se.mais.adequadamente.construída,.com.itens.mais.discriminativos..Dessa.forma,.com.base.no.que.foi.encontrado,.sugere-se.que.seja.dada.uma.maior.atenção.à.prova.de.Matemática,. no. sentido. de.melhorar. esses. itens.menos.discriminativos..Sugere-se.também,.que.sejam.incluídos.itens.mais.difíceis.em.ambas.as.provas,.com.o.objetivo.de.promover.uma.maior.diferenciação.entre.os.avaliados.
60
Referências
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Tabachnick,. B.. G.. &. Fidell,. L.. S.. (1996).. Using multivariate statistics (3th. ed.)..New. York:.Harper.Collins.College.Publishers.
Estudo sobre o desenho da
amostra de alunos e turmas do
Programa Brasil Alfabetizado
Mauricio Teixeira Leite de Vasconcellos1
Este.capítulo.apresenta.a.seleção.de.uma.amostra.probabilística.de.turmas.e. alunos. da. edição. 2004. do. Programa Brasil Alfabetizado. (PBA),. com.base.no.cadastro.de.entidades,. turmas,.alfabetizadores.e.alfabetizandos,.mantido. pelo. Ministério. da. Educação. e. conhecido. como. Sistema. do.
Brasil.Alfabetizado.(SBA),.bem.como.da.documentação.dos.procedimentos.adota-dos.em.sua.seleção.
Considera-se.que.a.amostra.selecionada.para.o.SBA.2004.não.podia.ser.do.conhecimento.prévio.da.Secretaria.de.Educação.Continuada,.Alfabetização.e.Di-versidade.(Secad),.seja.por.razões.éticas.associadas.ao.processo.de.avaliação.externa,.seja. para. resguardar. a. Instituição. de. qualquer. possibilidade. de. crítica. relacionada.à.possível. atuação.no. sentido.de.melhorar.os. resultados.da.avaliação..Os.arquivos.magnéticos.contendo.a.amostra.selecionada.foram.encaminhados.diretamente.à.en-tidade.responsável.pela.avaliação.externa.do.PBA.
Assim,.este.trabalho.limita-se.à.descrição.do.desenho.da.amostra.selecionada.e.à.documentação.do.arquivo.com.as.unidades.selecionadas.para.a.amostra,.e.não.fornece.qualquer.indicação.que.possibilite.identificar.as.turmas.
1 Professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Doutor em Saúde Pública – ENSP/FIOCRUZ
64
Objetivos da amostra do SBA 2004
A. amostra. de. turmas. e. alunos. da. edição. 2004. do. PBA,. denominada. sim-plesmente.por.amostra.do.SBA.2004,.tem.o.objetivo.eminentemente.exploratório,.fundamental. para. conhecer. e. testar. todo. o. procedimento. de. obtenção. dos. dados.necessários.à.avaliação.do.PBA.
Neste.sentido,.a.amostra.de.2004.serviu.para.verificar.a.possibilidade.de.uso.do.SBA.como.cadastro.de.seleção.de.amostras.de. turmas.para.avaliação.do.PBA,.visto. que. o. cadastro. concebido. para. fins. administrativos. nem. sempre. se. presta.àquela. finalidade.. Além. da. conhecida. necessidade. de. reorganizar. cadastros. admi-nistrativos.para.geração.de.cadastros.de.seleção,.foi.necessário.testar.a.qualidade.de.suas. informações,. sua. abrangência. e. seus. mecanismos. de. atualização.. Desta. ma-neira,.foram.identificadas.lacunas.de.informação,.que.demandavam.preenchimento.para.viabilizar.o.uso.do.SBA.como.cadastro.de.seleção.
Essa.amostra.serviu,.também,.para.testar.os. instrumentos.de.coleta.(ques-tionários. e. manuais. de. instrução). e. verificar. sua. adequação. ao. perfil. dos. infor-mantes,.bem.como.para.experimentar.os.testes.de.avaliação.do.grau.de.aprendi-zado.dos.alfabetizandos.
Desenho da amostra do SBA 2004
População alvo e população de pesquisa
A. população. alvo. corresponde. ao. conjunto. de. alfabetizandos. do. Edital.2004. do. PBA.. Esta. população. está. organizada. por. entidades. parceiras. subdivi-didas. em. turmas,. às. quais,. por. sua. vez,. estão. associados. os. alfabetizandos. e. os.alfabetizadores.
No.entanto,.como.o.teste.dos. instrumentos.de.coleta.teria.que.ser. feito.em.dezembro. de. 2005,. a. população. de. pesquisa. foi. limitada. às. turmas. com. término.neste.período..A.Tabela.1.indica.o.tamanho.das.populações.alvo.e.de.pesquisa.em.cada.macrorregião.do.País.
65
Tabela 1 – Números de turmas do SBA 2004 e com fim em dezembro de 2005, segundo as macrorregiões
Macrorregiões
Número de turmas do SBA 2004
Turmas com fim em dezembro 2005
Absoluto % Absoluto %
Total 69.688 100,00 2.109 100,00
Norte 6.724 9,65 380 18,02
Nordeste 46.602 66,87 1045 49,55
Sudeste 10.124 14,53 553 26,22
Sul 3.524 5,06 97 4,60
Centro-Oeste 2.714 3,89 34 1,61
Observa-se. que. a. distribuição. regional. do. número. de. turmas. com. fim. em.dezembro.de.2005.é.substancialmente.diferente.do.total.de.turmas.do.SBA.2004.
Tamanho da amostra do SBA 2004
Por.razões.orçamentárias,.o.tamanho.da.amostra.foi.fixado.em.cerca.de.400.alfabetizandos.em.todo.o.País,.a.fim.de.respeitar.os.limites.mínimos.de.observações.necessárias.ao.algoritmo.de.Teoria.de.Resposta.ao.Item.(TRI).
Para.reduzir.o.efeito.de.conglomeração.da.amostra,.no.entanto,.foi.decidido.aplicar.os.testes.cognitivos.a.quatro.alunos.de.cada.turma.selecionada,.o.que.resul-tou.em.um.tamanho.de.amostra.de.100.turmas.
Com.o.objetivo.de.representar.a.diversidade.do.País,.decidiu-se.estratificar.a.amostra.de.turmas.por.macrorregião.e.alocar.o.tamanho.total.da.amostra.propor-cionalmente.ao.número.de.turmas.do.SBA.2004.em.cada.macrorregião,.garantindo.um.tamanho.mínimo.de.10.turmas.por.estrato.(Tabela.2).
66
Tabela 2 – Número de turmas do SBA 2004 e alocação do tamanho da amostra por macrorregião.
MacrorregiõesNº de turmas
do SBA 2004 (Nh)
Tamanho da amostra de turmas
Calculado (nh) Ajustado (n* )h
Total 69.688 100,0 112
Norte 6.724 9,6 10
Nordeste 46.602 66,9 67
Sudeste 10.124 14,5 15
Sul 3.524 5,1 10
Centro-Oeste 2.714 3,9 10
Desta. forma,. pode-se. ver. na.Tabela. 2. que. o. tamanho. calculado. da. amostra.no. estrato. h,. representado. por. nh,. é. dado. por. nh. =. Nh. x. 100. /N,. onde. N. = ΣNh...O.tamanho.ajustado.da.amostra,.para.o.estrato.h,.é.dado.por.nh
*.=.mínimo.(10;nh)..
Seleção de turmas e alunos
No.primeiro.estágio.de.seleção,.foi.selecionada.uma.amostra.aleatória.simples.de. turmas,. usando. o. algoritmo.de.Hájek. (1960)1..Este. algoritmo. consiste. em.as-sociar.um.número.aleatório,.uniformemente.distribuído.no.intervalo.(0.;.1),.a.cada.unidade.da.população.de.pesquisa. (no. caso,. a. cada. turma. com.fim.em.dezembro.de.2005),.classificar.os.registros.por.estrato.e.número.aleatório,.e.selecionar.as.nh.turmas.na.ordem.dos. registros,.ou.seja,. selecionar.as.nh. turmas.que. receberam.os.menores.números.aleatórios.do.estrato.h.
No. segundo. estágio,. quatro. alunos. deviam. ser. selecionados,. com. eqüipro-babilidade. entre. os. presentes. no. dia. da. entrevista,. de. cada. turma. selecionada. no.primeiro.estágio..Esta.seleção.deve.ser.feita.em.campo,.usando.a.planilha.fornecida..Para.tanto,.basta.digitar.o.número.de.alunos.presentes.e.verificar.nas.colunas.cor-respondentes.os.números.de.ordem.dos.quatro.alunos.selecionados.
1 Hájek, J., 1960. Limiting distribution in simple random sampling from a finite population. Publications of the Mathematics Institute of the Hungarian Academy Science, 5:361-374.
67
Descrição do arquivo da amostra do SBA 2004
A.amostra.de.turmas.selecionadas.foi.fornecida.por.meio.de.uma.planilha.em.formato. MS-Excel,. contendo. as. colunas. indicadas. no. quadro. abaixo,. juntamente.com.as.instruções.e.a.documentação.
Colunas Descrição Documento/instruções
A a JDez números aleatórios para seleção dos alunos
(colunas escolhidas)
KCódigo IPEA da turma
(variável que identifica a turma e que deverá constar de todos os questionários preenchidos)
LResultado da entrevista (digite o resultado da entrevista)
MNúmero de alunos presentes
(digite o número de alunos presentes para que apreçam os números de alunos a serem
entrevistados)
Número dos alunos selecionados na ordem da lista de freqüência
N 1º aluno
(entreviste os quatro alunos cujos números de ordem na lista de freqüência coincidam com os indicados nestas colunas, começando na coluna 1º aluno e buscando nas seguintes até encontrar quatro número diferentes e
associados a alunos presentes
O 2º alunoP 3º alunoQ 4º alunoR 5º alunoS 6º alunoT 7º alunoU 8º alunoV 9º alunoW 10º aluno
Dados de identificação e endereço da turma
X Código MEC da turma
U- urbana R- rural
YTotal previsto de alunos na
turmaZ Endereço
AA Código IBGE do municípioAB Siglal da UFAC
CEPAD ZonaAE DDDAF TelefoneAG FAX
68
Tipo de locação da turma
AH Tipo de turma
AI Locação da turma
5- Casas do alfabetizador10 – Escola15 – Igreja20 - Salão Paroquial25- Sociedade de Amigos do Bairro99 - Outro
Datas de início e término das aulas
AJ InícioAK Término previstoAL Término efetivo
Horário de aulaAM InícioAN Fim
Dias previstos com aulas
AO Segunda-feiraAP Terça-feiraAQ Quarta-feiraAR Quinta-feiraAS Sexta-feiraAT SábadoAU Domingo
Dados do alfabetizador
AV Código MEC do alfabetizadorAW Nome do alfabetizadorAX Sexo F- feminino M - masculinoAY Número da identidade
AZ Código de escolaridade
02- Antigo Primário03- Antigo Ginásio04-Antigo Clássico, Científico, Etc05-Ensino Fundamental Ou 1º Grau06 – Ensino Médio Ou 2º Grau07- Superiorn- Graduação08 – Mestrados ou Doutorado
BA Código da profissão
5 – Alfabetizador10-Aposentado15- Desempregado20 – Estudante25 – Professor Alfabetizador30- Professor Educação Infantil35- Profesor Ensino Fundamental40- Professor Ensino Médio45 – Professor Universitário50 – Trabalhador Rural55- Trabalhador Urbano99- Outra
69
Dados para localização do alfabetizador
BB EndereçoBC MunicípioBD UFBE CEPBF DDDBG TelefoneBH CelularBI e-mailBE CEP
Dados da entidade
BJ CNPJBK Razão Social
BL Tipo
1- Prefeitura2- 2-Secretaria Estadual de Educação3- Ong4- Universidade5- Outras Secretarias Estaduais6- Secretaria Municipal de Educação7- Secretaria De Educação do Df8- Universidade Federal9- Empresa Privada10- Empresa Pública11- IES Privada12- IES Municipal13- IES Estadual
BM EndereçoBN BairroBO ComplementoBP Código IBGE do municípioBQ Sigla da UFBR CEPBS DDDBT TelefoneBU Fax
BVE-mail
Dados de seleçãoBW Número aleatório
BX Código da macrorregião
1- Norte2- Nordeste3- Sudeste4- Sul5- Centro-Oeste
BY Número de ordem
Estudo sobre o desenho da
amostra de alunos e turmas do
Programa Brasil Alfabetizado
Mauricio Teixeira Leite de Vasconcellos1
Introdução
Este.capítulo.trata.da.seleção.de.uma.amostra.probabilística.de.turmas.e.alunos.da.edição.2005.do.Programa Brasil Alfabetizado.(PBA),.selecionada.com.base.no. cadastro. de. entidades,. turmas,. alfabetizadores. e. alfabetizandos,. mantido.pelo.Ministério.da.Educação.e.conhecido.como.Sistema.do.Brasil.Alfabetiza-
do.(SBA),.bem.como.da.documentação.dos.procedimentos.adotados.em.sua.seleção.
Considera-se.que.a.amostra.selecionada.para.o.SBA.2004.não.podia.ser.do.conhecimento.prévio.da.Secretaria.de.Educação.Continuada,.Alfabetização.e.Di-versidade.(Secad),.seja.por.razões.éticas.associadas.ao.processo.de.avaliação.externa,.seja.para.resguardar.a.Instituição.de.qualquer.possibilidade.de.crítica.relacionada.à.possível. atuação. no. sentido. de. melhorar. os. resultados. da. avaliação.. Os. arquivos.magnéticos.contendo.a.amostra.selecionada.foram.encaminhados.diretamente.à.en-tidade.responsável.pela.avaliação.externa.do.PBA.
Assim,.este.trabalho.limita-se.à.descrição.do.desenho.da.amostra.selecionada.e.à.documentação.do.arquivo.com.as.unidades.selecionadas.para.a.amostra,.e.não.fornece.qualquer.indicação.que.possibilite.identificar.as.turmas.1 Professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Doutor em Saúde Pública – ENSP/FIOCRUZ
72
Objetivos da amostra do SBA 2005
A.amostra.de.turmas.e.alunos.da.edição.2005.do.PBA,.denominada.sim-plesmente.por.amostra.do.SBA.2005,.tem.o.objetivo.geral.de.conhecer.o.perfil.socioeconômico. dos. alunos. dos. cursos. de. Alfabetização. de. Jovens. e. Adultos.(AJA).financiados.pelo.PBA.2005,.saber.como.foram.selecionados.e.avaliar.seu.grau.de.aprendizado.
É.certo,.no.entanto,.que.a.avaliação.de.um.programa.passa.por.sua.imple-mentação.e.que.esta.pode.ser.diferenciada.por.segmentos.da.população..Assim,.seria. desejável. que. o. objetivo. geral. pudesse. ser. cumprido. para. diferentes. seg-mentos.da.população,.tais.como:.macrorregiões.do.País.e.tipo.de.entidade.par-ceira,.dentre.outros.
De.fato,.o.desejo.(ou.necessidade).de.que.os.objetivos.sejam.cumpridos.para.segmentos.da.população.implica.que.os.resultados.possam.ser.estimados.com.pre-cisão.controlada.para.estes.segmentos,.o.que,.habitualmente,.é.feito.com.a.estratifi-cação.da.população..A.solução.assegura.que.os.estratos.populacionais.sejam.domí-nios.de.estimação,.para.os.quais.os. resultados.podem.ser.calculados.com.exatidão.previamente.controlada.no.desenho.da.amostra.
População alvo e população de pesquisa
A. população. alvo. corresponde. ao. conjunto. de. alfabetizandos. do. Edital.2005. do. PBA.. Esta. população. está. organizada. por. entidades. parceiras,. que. se.subdividem.em.turmas,.às.quais,.por.sua.vez,.estão.associados.os.alfabetizandos.e.os.alfabetizadores.
A.população.de.pesquisa.corresponde.ao.conjunto.de.alfabetizandos.do.Edi-tal.2005.do.PBA.presentes.no.cadastro.de.seleção.da.amostra,.ou.seja,.os.alfabeti-zandos.de.turmas.válidas.registradas.no.SBA.2005.na.data.de.referência.do.cadastro.de.seleção.(04.de.abril.de.2006),.que.correspondem.a.98,2%.do.total.de.alfabetizan-dos.constantes.no.SBA.2005.
Estratificação a alocação do tamanho da amostra do SBA 2005
Por.razões.orçamentárias,.o.tamanho.da.amostra.foi.fixado.em.800.turmas.em.todo.o.País..Este.tamanho.de.amostra.foi.repartido.(ou.alocado).entre.os.es-
73
tratos.definidos.para.a.amostra.para.viabilizar.a.seleção.das.turmas.em.cada.estra-to.da.amostra.
Como. documentado. no. estudo. para. estratificação. e. desenho. da. amostra,. a.ser.usada.para.avaliação.do.impacto.dos.projetos.aprovados.no.âmbito.da.Resolução.de.2005.do.Programa Brasil Alfabetizado.(Science,.2006),.a.estratificação.inicial.de-veria.ser.feita.por.tipo.de.entidade.parceira,.usando.o.algoritmo.proposto.por.Dan.Hedlin.(Hedlin,.2000),.visto.que.a.distribuição.do.número.de.turmas.por.entidade.apresenta.acentuada.assimetria.positiva.
O. algoritmo. de. Hedlin. foi. usado. para. determinar. os. pontos. de. corte. dos.estratos.de.forma.a.minimizar.a.variância,.dado.um.tamanho.total.de.amostra.e.um.número.de.estratos,.de.forma.a.obter.a.alocação.do.tamanho.de.amostra.que.con-duzisse.à.maior.precisão.(ou.à.menor.variância).dentre.todas.as.amostras.estratifi-cadas.de.tamanho.total.igual.a.800.
No.entanto,.como.as.entidades.estaduais.e.as.Instituições.de.Ensino.Superior.apresentavam.tamanhos.populacionais.pequenos.(22.e.5,.respectivamente),.as.enti-dades.deste.tipo.foram.alocadas.ao.estrato.certo.e.o.método.foi.aplicado.de.forma.independente.para.as.entidades.municipais.e.para.cada.Organização.Não-Governa-mental.(ONG).
Para.tanto,.foi.necessário.alocar.o.tamanho.total.de.turmas.para.cada.tipo.de.entidade.e.definir.o.número.de.turmas.a.pesquisar.em.cada.entidade.de.cada.estrato..Assim,.a.solução.encontrada.foi.aplicar.o.método.de.Hedlin.para.diferentes.combi-nações.de.número.de.estratos2,.de.tamanhos.da.amostra.de.turmas.em.cada.entidade.de.cada.estrato.e,.portanto,.de.tamanho.total.da.amostra.de.entidades.nos.estratos.de.entidades.municipais.e.ONGs,.como.já.foi.descrito.no.estudo.indicado.acima.
Posteriormente,.para.acomodar.uma.Instituição.de.Ensino.Superior.que. ti-nha.apenas.duas.turmas,.o.tamanho.final.da.amostra.foi.aumentado.para.802.tur-mas,.conforme.indicado.na.Tabela.1.
A.Tabela.1,.apresenta.o.resultado.do.estudo.de.estratificação.(Science,.2006).e.indica.que:
(1)..As. entidades. estaduais. e. as. Instituições. de. Ensino. Superior. foram.todas. incluídas. na. amostra,. sendo. a. partir. de. então. tratadas. como.estrato.de.seleção;
2 Segundo Cochran (1977), evidências empíricas sugerem que o número de estratos deve variar entre 5 e 10. Assim, o número de estratos variou de 4 a 9, considerando que haveria o estrato certo.
74
(2)..Apesar.de. incluídas.na.amostra,.estas.entidades. foram.estratificadas.por.classes.do.número.de.turmas.para.ter.diferentes.tamanhos.da.amostra.de.turmas.por.entidade;
(3)..No. terceiro. estrato. de. classes. do. número. de. turmas,. relativo. ao. estrato.de.ONGs,.apesar.do.método.de.Hedlin. ter. indicado.a. seleção.de.cinco.entidades,.optou-se.por.reduzir.o.ponto.de.corte.do.estrato.certo.e.incluir.todas.as.sete.entidades.no.estrato.certo,.que.foi.dividido.em.dois.estratos.para. acomodar.diferentes. tamanhos.da. amostra.de. turmas.por. entidade.(15.turmas.para.cada.entidade.com.500.a.2999.turmas,.e.20.turmas.para.cada.uma.das.quatro.entidades.com.3000.ou.mais.turmas);.e
(4)..O.número.de.turmas.a.selecionar.em.cada.entidade.cresce.de.acordo.com.o.estrato.de.número.de.turmas.da.entidade.
Observa-se,.também,.na.Tabela.1,.que.foi.feita.uma.alocação.do.número.de.turmas. a. selecionar. por. município. em. cada. entidade,. indicando. que. na. segunda.etapa. deveriam. ser. selecionados. (ou. incluídos). municípios. onde. as. entidades. da.amostra. tivessem. turmas.. É. certo. que. nas. entidades. municipais,. a. sua. seleção. já.implica.a.seleção.do.município.de.sua.atuação..No.entanto,.para.os.outros.tipos.de.entidade,.a.seleção.das.turmas.diretamente.do.cadastro.espalharia.a.amostra.e.au-mentaria.sobremaneira.o.seu.custo.
Desta. forma,. controla-se. o. espalhamento. da. amostra. e. o. custo. de. coleta,.além.de.assegurar.um.grau.desejável.de.espalhamento.da.amostra.que.garantisse.a.representação.de.todo.o.território.nacional.
75
Tabela 1 – Dados populacionais e tamanho da amostra de entidades e turmas por estágio de seleção, segundo o tipo de entidade e a classe do número de turmas.
Tipo da
entidade e
classe do
número de
turmas
População Primeira etapa da amostraSegunda etapa
da amostra
Nº de entidades
Nº de turmas
Nº de alunos
Nº de entida-des a
selecionar
Nº de turmas por entidade
Total de turmas a
selecionar
Nº deturmas
da entidade
aselecionar
pormunicípio
Número máximo de municípios
na amostra
Total geral 640 101.307 2.006.601 86 802 182
Estaduais 22 45.205 870.317 22 301
Até 150 turmas 2 233 5.118 2 6 12 6 2
De 150 a 999 turmas
6 3.085 56.436 6 9 54 3 18
De 1.000 a 2.999 turmas
9 15.652 288.539 9 15 135 5 27
3.000 turmas ou mais
5 26.235 520.224 5 20 100 5 20
Municipais 567 12.578 250.460 33 172
Até 29 turmas 457 4.572 87.083 13 3 39 3 13
De 30 a 99 turmas
89 4.521 90.311 7 4 28 4 7
De 100 a 149 turmas
13 1.564 33.041 5 5 25 5 5
150 turmas ou mais
8 1.921 40.025 8 10 80 10 8
ONG1 46 41.072 841.567 26 299
Até 99 turmas 17 708 15.162 7 6 42 3 14
De 100 a 499 turmas
18 4.204 83.022 8 9 72 3 24
De 500 a 2.999 turmas
7 8.363 165.283 7 15 105 5 21
3.000 turmas ou mais
4 27.797 578.100 4 20 80 5 16
IES2 5 2.452 44.257 5 30
Até 10 turmas 1 2 7 1 2 2 2 1
De 11 a 50 turmas
2 69 1.317 2 4 8 4 2
51 turmas ou mais
2 2.381 42.933 2 10 20 5 4
1 ONG é Organização Não-Governamental. 2 IES é instituição de ensino superior.
76
Seleção da amostra do SBA 2005
A. estratificação. por. tipo. de. entidade. e. classes. de. número. de. turmas,.gerou. estratos. de. seleção. com. quantitativos. pequenos. demais. para. usar. a.entidade.como.unidade.primária.de.seleção,.que.foram.incluídas.na.amostra.com.certeza.
Assim,.a.descrição.do.desenho.da.amostra.utilizado.será.segmentada.em.qua-tro.etapas:.(1).seleção.ou.inclusão2.da.entidade;.(2).seleção.ou.inclusão3.de.municí-pios. onde. cada. entidade. da. amostra. atua;. (3). seleção. de. turmas;. e. (4). seleção. de.alunos,.alfabetizador.e.coordenador.(ou.pessoa.responsável).
Nas.duas.primeiras.etapas,.a.seleção,.quando.houve,.foi.feita.com.probabili-dade.proporcional.ao.tamanho,.expresso.em.número.de.turmas..Na.terceira.etapa,.adotou-se.um.esquema.de. amostragem. inversa,.descrito.mais. adiante,. enquanto. a.seleção.de.alunos.foi.feita.com.eqüiprobabilidade.
Primeira etapa: tratamento das entidade
Das.640.entidades.parceiras.da.edição.2005.do.Programa Brasil Alfabetizado,.46.entidades4.foram.incluídas.com.certeza.na.amostra.e.correspondem.a.estratos.de.seleção..As.unidades.primárias.de.amostragem.nesses.estratos.de.seleção.correspon-dem,.em.princípio,.aos.municípios5.
Das.594.entidades.restantes,.havia.uma.previsão.de.seleção.de.40.entidades..Para.controlar.o.espalhamento.geográfico.da.amostra,.no.entanto,.decidiu-se.fracio-nar.as.entidades.por.município.de.atuação,.selecionando.combinações.de.entidade.e.município.dentro.de.um.esquema.de.probabilidade.proporcional.ao.número.de.tur-mas.da.entidade.no.município..Assim,.as.unidades.primárias.de.amostragem.são.as.combinações.entre.entidade.e.município,.sempre.que.o.tamanho.desta.combinação.não.implicar.sua.inclusão.na.amostra.com.certeza.(caso.em.que.as.unidades.primá-rias.de.amostragem.são.as.turmas)..
É.fato,.também,.que.para.as.entidades.municipais.o.fracionamento.já.estava.dado..Assim,.as.25.entidades.municipais.a.serem.selecionadas.correspondiam.a.25.municípios..Neste.caso,.a.unidade.primária.de.amostragem.correspondeu.à.entidade.e.o.município.deixou.de.ser.unidade.de.seleção.
3 Como em todo procedimento de seleção por probabilidade proporcional ao tamanho, unidades muito gran-des acabam sendo incluídas com certeza na amostra, o que evita a destruição do esquema probabilístico da amostra com a atribuição de probabilidades de inclusão maiores do que um para estas unidades.
77
No.caso.dos.estratos.de.ONGs.com.menos.de.500.turmas,.as.15.enti-dades.a.selecionar,.após. f racionamento.por.município,.corresponderam.a.38.combinações. de. entidade. e. município,. que. foram. as. unidades. primárias. de.amostragem.
Desta. descrição,. observa-se. que. o. estrato. de. seleção. pode. ter. sido:. (1). o.tipo.de.entidade.e.a.classe.de.número.de.turmas;.(2).a.entidade;.ou.(3).a.combi-nação.de.entidade.e.município..Conseqüentemente,.a.unidade.primária.de.amos-tragem.pode.ter.sido.a.entidade;.a.combinação.entidade.e.município;.ou.a.turma..Diante. desta. multiplicidade. de. situações,. no. processo. de. expansão. da. amostra.serão. incluídas.variáveis.que. indicarão.o.estrato.e.unidade.primária.de.amostra-gem,.além.do.peso.amostral.
Na.Tabela. 2. são. indicados. os. estratos. de. seleção,. as. unidades. primárias. de.amostragem.que.foram.utilizados.em.princípio..Considera-se.que.em.alguns.estra-tos.de.seleção.havia.entidades.(ou.combinações.de.entidade.e.município).que.foram.incluídos.com.certeza.na.amostra..Pelos.motivos.já.indicados,.os.números.de.estra-tos. e. de. unidade. primárias. de. amostragem,. apresentados. na.Tabela. 2,. podem. ser.maiores.do.que.os.números.esperados.pela.descrição.das.unidades.de.seleção,.visto.que.os.números.apresentados.já.consideram.situações.especiais.observadas.durante.a.seleção.da.amostra.
Segunda etapa: tratamento dos municípios
Nos.casos.em.que.a.entidade.corresponde.ao.estrato.de.seleção,.os.municí-pios.correspondem.às.unidades.primárias.de.amostragem.e.foram.selecionados.com.probabilidade.proporcional.ao.número.de.turmas.
Como.indicado.anteriormente,.alguns.municípios.com.número.expressivo.de.turmas.foram.incluídos.com.certeza.na.amostra.e.a.unidade.primária.de.amostra-gem,.nesse.caso,.passou.a.ser.a.turma..A.Tabela.2.indica,.em.notas.de.pé.de.tabela,.os.casos.onde.isto.ocorreu.
4 Entidades estaduais, entidades municipais com 150 turmas ou mais, ONGs com 500 turmas ou mais, e IES, com indicado na Tabela 1.
5 Há casos onde o município, seja por ser único (Secretaria de Educação do Distrito Federal), seja por ter um número de turmas que geraria uma probabilidade de inclusão maior que 1, é incluído com certeza na amostra e a unidade primária de amostragem passa a ser a turma.
78
Tabela 2 – Descrição e número de estratos e unidades primárias de amostragem, segundo o tipo de entidade e a classe do número de turmas.
Tipo da entidade e
classe do número de turmas
Estrato de seleção Unidade primária de amostragem
Descrição Número Descrição Números
Total geral 62 303
Estaduais
Até 150 turmas1 Cada entidade 2 Turma 24
De 150 a 999 turmas
Cada entidade 8 Município 18
De 1.000 a 2.999 turmas
Cada entidade 9 Município 27
3.000 turmas ou mais2 Cada entidade 6 Município 24
Municipais
Até 29 turmas Entidades com até 29 turmas 1 Entidade 13
De 30 a 99 turmas
Entidades com 30 a 99 turmas 1 Entidade 7
De 100 a 149 turmas
Entidades com 100 a 149 turmas
1 Entidade 5
150 turmas ou mais
Cada entidade 8 Turma 80
ONG1
Até 99 turmas3 Entidades com até 99 turmas 6 Entidade/município 24
De 100 a 499 turmas4
Entidades com 100 a 499 turmas
4 Entidade/município 30
De 500 a 2.999 turmas
Cada entidade 7 Município 21
3.000 turmas ou mais
Cada entidade 4 Município 16
IES2
Até 10 turmas5 Cada entidade 1 Turma 2
De 11 a 50 turmas5 Cada entidade 2 Turma 8
51 turmas ou mais
Cada entidade 2 Município 4
1 As duas entidades atuavam em um só município.2 Um município incluído com certeza na amostra.3 Cinco municípios incluídos com certeza na amostra.4 Três municípios incluídos com certeza na amostra.5 As entidades atuavam em um só município.
79
Terceira etapa: seleção das turmas
A.Tabela.2. indica.os. casos. em.que.as. turmas. formam.unidades.primá-rias.de. amostragem..Nos.demais. casos,. as. turmas. formam.unidades. secundá-rias.de.amostragem.
Aparentemente,.o.problema.de.seleção.da.amostra.de.turmas.estaria.resolvi-do. com.a. estratificação.e. alocação.do. tamanho.da. amostra,.descrita.na. seção.4,. e.com.a.seleção.das.entidades.e.dos.municípios..Para.tanto,.bastaria.proceder.à.sele-ção.das.turmas.das.entidades/.municípios.da.amostra.
No.entanto,.como.um.dos.principais.objetivos.da.pesquisa.é.determinar.o.valor.adicionado.pela.alfabetização,.é.necessário.selecionar.turmas.de.modo.a.entrevistar.alunos.no. início.e.no. fim.do.curso..E.como.as.datas.de. início.e.término.das.turmas.não.são.dados.confiáveis.do.SBA,.por.não.serem.atualiza-das.pelas.entidades.parceiras,.um.problema.adicional.surgiu.na.etapa.de.sele-ção.das.turmas:.como.identificar.a.subpopulação.de.turmas.com.início.próxi-mo.da.data.de.coleta.
Três.alternativas.são.sugeridas.na.literatura.para.lidar.com.subpopulações:.(1).aumentar. o. tamanho. da. amostra. para. compensar. a. seleção. de. unidades. que. não.pertencem.à.subpopulação.de.interesse;.(2).realizar.um.procedimento.de.varredura.(screening),.para.identificar.as.unidades.da.subpopulação.de.interesse;.e.(3).adotar.um.procedimento.de.amostragem.inversa.
Em.sua.revisão.sobre.os.métodos.de.amostragem.de.subpopulações,.Graham.Kalton. e. Dallas. W.. Anderson. (Kalton. &. Anderson,. 1986). mostraram. ser. muito.difícil.estabelecer.a.proporção.de.aumento.do.tamanho.da.amostra.para.compensar.os.casos.de.seleção.de.unidades.não-pertencentes.à.subpopulação.de.interesse,.além.de. compensar. as.não-repostas..Sobretudo.porque. as.proporções.de.unidades.não-pertencentes.à.subpopulação.e.de.não-resposta.variam.por.conglomerado.amostra-do.(no.caso.por.entidade.ou.município).
Diante.disto,.os.autores.sugerem.introduzir.uma.etapa.adicional.de.varredura.exaustiva.das.unidades.populacionais.(no.caso.turmas).para.todos.os.conglomerados.amostrados..No.caso,.isto.implicaria.entrar.em.contato.com.todas.as.entidades.se-lecionadas.para.atualizar.as.datas.de.início.e.término.de.suas.turmas.cadastradas,.o.que. teria. um. impacto. não-desprezível. –. e. originalmente. não-previsto. –. sobre. o.custo.de.coleta.
A.última.alternativa,.amostragem.inversa,.é.um.método.originalmente.pro-posto. por. Haldane. (1945),. que. consiste. em. verificar. quantas. unidades. precisam.
80
ser. observadas. (n). para. que. sejam. obtidos. k. sucessos. (entrevistas. realizadas. em.unidades.de.interesse)..Ou.seja,.é.um.método.no.qual.o.número.de.unidades.com.entrevista. realizada.é.fixado.e.as.unidades. são.visitadas. (ou.são.contatadas),. res-peitando.uma.ordem.aleatória.previamente.estabelecida,.até.que.o.número.prefi-xado.de.entrevistas.realizadas.seja.atingido..No.caso,.as.turmas.das.entidades,.nos.municípios.incluídos.na.amostra,.seriam.ordenadas.de.modo.aleatório.e.contata-das.respeitando.esta.ordenação.até.que.fosse.atingido.o.número.prefixado.de.tur-mas.a.serem.entrevistadas.
Desta.descrição,.depreende-se.que.a.amostragem.inversa.corresponde.a.uma.varredura. inteligente,. feita. por. amostragem. e. limitada. pela. obtenção. do. número.prefixado. de. entrevistas,. sendo,. portanto,. a. alternativa. de. menor. impacto. sobre. o.custo.de.coleta..
Assim,. todas. as. turmas. das. entidades. e. nos. municípios. da. amostra. foram.coordenadas.aleatoriamente,.por.meio.do.algoritmo.de.Hájek.(1960),.estabelecendo.a.ordem.de.visita.(ou.contato).que.deveria.ser.respeitada.até.atingir.o.tamanho.de.turmas.entrevistadas.prefixado.para.o.caso..No.anexo.1,.é.apresentado.um.exemplo.fictício.da.planilha.de.seleção.de.turmas.em.um.município.exemplo..Os.dados.da.entidade.e.de.algumas.de.suas.turmas.são.reais,.mas.a.entidade.e.o.município.não.pertencem.à.amostra.
Quarta etapa: tratamento das unidades a entrevistar
Uma.vez.selecionadas.as.turmas,.são.entrevistados.três.tipos.de.unidade.in-formante:. aluno,. alfabetizador. e. coordenador. (ou. pessoa. responsável. pelo. curso)..Para.tanto,.são.usados.quatro.questionários,.sendo.dois.aplicáveis.aos.alunos,.além.do.teste.cognitivo.a.ser.aplicado.entre.alunos.para.medir.seu.conhecimento.ao.iní-cio.e.ao.final.do.curso.
É.certo.que.a.seleção.das.turmas.implica.a.seleção.de.seu.alfabetizador.e.de.seu. coordenador.. Mas. no. caso. dos. alunos,. foi. decidido. aplicar. um. questionário.socioeconômico. completo. a.uma.amostra.de. alunos. e.um.questionário. reduzido.aos.demais. alunos..A. seleção.dos. alunos.que.deverão. responder. ao.questionário.completo. foi. feita.pela. seleção. equiprovável.dos.números.dos. alunos.na. lista.de.presença.do.alfabetizador.
81
Descrição do arquivo da amostra do SBA 2005
A.amostra.de.turmas.selecionadas.foi. fornecida.por.meio.de.cinco.arquivos.em. formato. MS-Excel,. um. para. cada. macrorregião. do. País,. e. com. uma. planilha.para.cada.unidade.da.federação.da.macrorregião..
Em.cada.planilha.relativa.a.uma.unidade.da.federação.existem.três.tipos.de.informa-ção:.(1).dados.do.município;.(2).dados.da.entidade;.e.(3).dados.das.turmas.e.de.seu.alfabeti-zador..A.descrição.das.colunas.das.planilhas.é.feita.em.função.do.tipo.de.informação.
Dados do município
Colunas Descrição Documentação/instruções
A Contém o texto MUNICÍPIO:
BNome do município e, entre parenteses,
o Código do IBGE
Dados da entidade
Linhas Colunas Descrição Documentação/instruções
1 ATexto do cabeçalho: CNPJ No
Texto do cabeçalho:nome da entidadeO número de tirmas é impresso
após o texto indicado à esquerda, visto que este número varia por entidade e
município.
1 BNúmero de turmas a entrevistar
da entidade do município
2 A CNPJ da entidade
B Razão social da entidade
3 ATexto: “Dados da entidade relativos à sua sede na UF”: seguido pela sigla da UF
A linha 4 contém o cabeçalho e a linha 5 os dados indicados no cabeçalho
4 A Município Trata-se do código IBGE do município
B Endereço da entidade
C Complemento do endereço
D e E Colunas em branco
F Bairro Nome do Bairro
G No do CEP
H DDD Código de DDD da entidade
K Endereço de e-mailEndereço do correio eletrônico
da entidade
82
Dados das turmas
Antes.de.apresentar.os.dados.das.turmas.da.entidade.no.município,.são.im-pressas.quatro.linhas.com.as.seguintes.instruções:
(1)..Contate.as.turmas.abaixo,.respeitando.a.ordem.de.contato,.até.que.consi-ga.entrevista.realizada.no.número.de.turmas.indicado.acima.(coluna.B.da.linha.1.dos.dados.da.entidade).
(2)..Registre,.para.cada.turma.contatada,.o.resultado.do.contato.com.seu.código.respectivo.(sem.esta.informação.não.será.possível.expandir.a.amostra).
(3)..Esgotando.a.relação.de.turmas.abaixo.sem.atingir.o.número.de.turmas.a.entrevistar,.contate.a.Science.para.ser.feita.uma.substituição.de.município.e/ou.entidade.
(4)..Registre. a. identificação. do. questionário,. substituindo. XX. pelo. se-qüencial.da. turma.entrevistada,. iniciando.em.01.para.cada.entidade.em.cada.município.
Em. seguida,. são. fornecidos. os. dados. das. turmas. e. de. seus. alfabetizadores,.além.de.colunas.para.registrar.o.resultado.da.entrevista.e.a.identificação.do.questio-nário..A.primeira.linha.contém.o.cabeçalho,.descrito.abaixo,.e.as.demais.fornecem.os.dados.correspondentes.
Colunas Descrição Documentação/instruções
A Código da turma Código MEC da turma
C Resultado do contatoColuna em branco para ser indicado o resultado do contato em texto livre, conforme terceira instrução indicada acima.
D CódigoColuna em branco para ser indicado o resultado do contato, de acordo com uma lista de códigos a ser preparada pelo João Pedro
E OrdemColuna que indica a ordem em que as turmas devem ser contatadas, conforme a primeira instrução indicada acima
F Identificação questionário
Coluna com parte pré-impressa , com o XX devendo ser substituído pelo número seqüencial da turma entrevista, conforme quarta instrução acima
83
Complemento do endereço da turma
G No do CEP
H DDD Código DDD do telefone da turma
I Telefone Número do telefone da turma
J No do FAX Número do FAX da turma
Alfabetizador, dados de início de fim das aulas da turma
K Nome do alfabetizador
L Início previsto Data de início previsto das aulas da turma
M Fim previsto Data de fim previsto das aulas da turma
N Início efetivo Data de início efetivo das aulas da turma
O Fim efetivo Data de fim efetivo das aulas da turma
P a V Dias da semana previstos com aula Valores: 2ª , 3ª , 4ª, 5ª ,6ª , Sáb e Dom
Característica da turma
W Área Valores: U- urbana, R- rural
X Locação
Valores: 5- casa do alfabetizador; 10- Escola; 15- Igreja; 20- Salão Paroquial;25 - Sociedade de amigos do bairro; 99 - outro
Y Situação Só ocorre uma : turma ativa
Z Número de alunos Número de alunos da turma
Dados do alfabetizador
AA Sexo Valores: F-feminino, M-masculino
AB No do CEP
AC Idade (31/3/06) Idade do alfabetizador, 30 de março de 2006
AD Escolaridade
Valores:02 - Antigo primário03 - Antigo ginásio04 - Antigo Clássico. Científico, etc05 - Ensino Fundamental ou 1º Grau06 - Ensino Médio ou 2º Grau07 - Superior - Graduação08 - Mestrado ou doutorado
84
AE Profissão
Valores:5 – Alfabetizador popular10- Aponsentado15- Desempregado20 – Estudante25- Professor alfabetizador30 – Professor Educação Infantil35 – Professor Ensino Fundamental40 – Professor Ensino Médio45- Professor universitário50 – Trabalhador Rural55 – Trabalhador Urbana99 - Outra
AF Nacionalidade: Os dados de nacionalidade do alfabetizador são:
10 - Brasil21 - Argentina22 - Bolívia23 - Chile24 - Paraguai25 - Uruguai26 - Colômbia27 - Equador28 - Antigua e Dep Barbuda29 - Antilhas Holandesas30 - Alemanha31 - Bélgica32 - Grã Bretanha33 - Aruba34 - Canadá35 - Espanha36 - Estados Unidos da América37 - França38 - Suíça39 - Itália40 - Comunidade das Bahamas41 - Japão42 - China43 - Coréia44 - Barbados45 - Portugal46 - Belize47 - Ilhas Turks e Caicos48 - Outros Latino Americanos49 - Outros Asiáticos50 - Outros51 - Costa Rica52 - Cuba53 - Curaçao54 - Comunidade Dominicana55 - República Dominicana56 - República de El Salvador57 - Estados Associados das Antilhas
58 - Ilhas Falklands (Malvinas)59 - Granada60 - Ilhas Guadalupe Canas61 - Guatemala62 - Republica do Haiti63 - Honduras Britânicas64 - Honduras65 - Ilhas Serranas66 - Jamaica67 - Ilhas Malvinas68 - Martinica69 - Ilha Milhos70 - Monte Serrat71 - Nicarágua72 - Panamá73 - Panamá Zona do Canal74 - Porto Rico75 - Quitasueno76 - Roncador77 - Santa Lucia78 - São Cristóvão79 - São Vicente80 - Ilhas Turca81 - Ilhas Virgens Britânicas82 - Ilhas Virgens Ameri 84 - Groelândia83 - Bermudas85 - México86 - St Pierre et Miquelon87 - Guiana Francesa88 - República Guiana89 - Peru90 - Suriname91 - Trinidad e Tobago92 - Venezuela93 - Albania94 - Andorra95 - Áustria96 - Bulgária
85
97 - Chipre98 - Dinamarca99 - Eire100 - Escócia101 - Ilhas Feroes102 - Finlândia103 - Gibraltar104 - Grécia105 - Holanda106 - Hungria107 - Ilhas Baleares108 - Ilhas Cosmoledo109 - Ilhas do Canal110 - Inglaterra111 - Irlanda do Norte112 - Irlanda113 - Islândia114 - Iugoslávia115 - Liechtenstein116 - Luxemburgo117 - Ilhas de Man118 - Mônaco119 - Noruega120 - Republica de Malta121 - País de Gales122 - Paises Baixos123 - Polônia124 - Romênia125 - São Marinho126 - Suécia127 - Svalbard e Jan Mayer Islands128 - Tchecoslováquia129 - Estado da Cidade do Vaticano130 - Croácia131 - Sérvia132 - Eslovênia133 - República da Macedônia134 - Bósnia Herzegovina135 - República Tcheca136 - Eslováquia137 - Montenegro138 - Azerbaijão139 - Bashkista140 - República da Bielorrusia141 - Buryat142 - Carélia143 - Cazaquistão144 - Chechen Ingusth145 - Chuvash146 - Dagestão147 - Estônia148 - Geórgia149 - Gorno Altai150 - Kabardino Balkar151 - Kalmir
152 - Karachaevocherkess153 - Khakass154 - Komi155 - Letônia156 - Lituânia157 - Mari158 - Moldávia159 - Ossetia Setentrional160 - Quirquistão161 - Tadjiquistão162 - Tartaria163 - Turcomenistão164 - Tuvin165 - Ucrânia166 - Udmurt167 - União Soviética168 - Usbequistão169 - Yakut170 - Abissínia171 - Açores172 - Afar Francês173 - República da África do Sul174 - Alto Volta175 - Angola176 - Argélia177 - Bechuana178 - Benin179 - Botswana180 - Burundi181 - Camarões182 - Ceuta e Lelilla183 - Chade184 - Ilhas Comores185 - Congo186 - Costa do Marfim187 - Daome188 - Djibuti189 - República Árabe do Egito190 - Etiópia191 - República do Gabão192 - Gâmbia193 - Gana194 - Gaza195 - Guiné196 - Guiné Equatorial197 - Infni198 - Ascenção e Tristão da Cunha Islands199 - Ilhas Canárias200 - Lesoto201 - Libéria202 - Líbia203 - Madeira204 - Malawi205 - Madagascar206 - Mali
86
207 - Marrocos208 - Maurício209 - Mauritânia210 – Moçambique211 - Nguane212 - República do Niger213 - Nigéria214 - Papua Nova Guiné215 - Praças Norte Africanas216 - Protetor do Sudoeste Africano217 - Quênia218 - República Centro Africana219 - Reunião220 - Rodesia221 - Ruanda222 - Saara Espanhol223 - Santa Helena224 - São Tomé e Príncipe225 - Seychelles226 - Serra Leoa227 - Somália República228 - Suazilândia229 - Sudão230 - Tanganica231 - Territ Britânico do Oceano Índico232 - Transkei233 - Togo234 - Tunísia235 - Uganda236 - Zaire237 - Zâmbia238 - Burkina Fasso239 - Zimbábue240 - Namíbia241 - Afeganistão242 - Arábia Saudita243 - Bahrain244 - Birmânia245 - Brunei246 - Bhutan247 - Catar248 - Ceilão249 - China Taiwan250 - Coveite251 - Emirados Árabes Unidos252 - Filipinas253 - Hong Kong254 - Iêmen255 - Índia256 - Indonésia257 - Ira258 - Iraque259 - Israel1260 - Jordânia261 - Kmer Camboja
262 - Kuwait263 - Laos264 - Líbano265 - Macau266 - Malásia267 - Ilhas Maldivas268 - Mascate269 - Mongólia270 - Nepal271 - Oman272 - Palestina273 - Paquistão274 - Ilhas Ruiquiu275 - Singapura (ou Cingapura)276 - Sequin277 - Síria278 - SRI-Lanka279 - Tailândia280 - Estado Trégua281 - Turquia282 - Vietnã do Norte283 - Vietnã do Sul284 - Mianmar285 - Arquipélago Manahiki286 - Ilhas Midway287 - Ashmore e Cartier288 - Austrália289 - Bismark (Arquipélago)290 - Ilhas Cook291 - República de Fiji292 - Guan293 - Ilhas Baker294 - Ilhas Cantão e Enderburg295 - Ilhas Carolina296 - Ilhas do Pacífico297 - Ilhas Christmas298 - Ilhas Gilbert299 - Ilhas Howland e Jarvis300 - Ilhas Johnston e San301 - Ilhas Kingman Reef302 - Ilhas Macquaire303 - Ilhas Mariana304 - Ilhas Marshall305 - Ilhas Macdonal e Heard306 - Ilhas Nieu307 - Ilhas Norfolk308 - Ilhas Palau309 - Ilhas Salomão310 - Ilhas Torkelau311 - Ilhas Wake312 - Kalimatan313 - Ilhas Linha314 - Nauru315 - Ilhas Nova Caledônia316 - Nova Guiné
87
317 - Nova Zelândia318 - Ilhas Novas Hebridas319 - Ilhas Território de Papua320 - Ilhas de Páscoa321 - Ilhas Pitcairin322 - Polinésia Francesa323 - Sabah324 - Samoa Americana (ou Samoa Oriental)325 - Samoa Ocidental326 - Ilhas Santa Cruz327 - Sarawak328 - Território de Cocos329 - Timor (ou Timor Leste)330 - Tongas331 - Tuvalu332 - Ilhas Wallis e Futuna333 - Território Antártico Britânico
334 - Antártica Francesa335 - Território Antártico da Austrália336 - Antártico Chileno337 - Antártico Argentino338 - Antártico Norueguês339 - Apátrida340 - Dependência de Ross (Nova Zelândia)341 - Terras Austrais342 - Bangladesh343 - Cabo Verde344 - Guiné Bissau345 - Iêmen do Sul346 - Kara Kalpak347 - Armênia348 - Rússia349 - Senegal350 - Tanzânia
88
Referências
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P89
7000
0
AV.
DO
S T
EX
TE
IS,
Nº
781
- A
PTO
. 24
C -
TE
L D
A A
SS
OC
. 62
8264
8735
4500
1S
P89
7000
011
6558
2499
AV.
RIO
BR
AN
CO
, 78
0 A
PTO
. 62
3545
001
SP
8970
000
1132
2809
5784
1191
13
RU
A T
RIS
TE
BE
RR
AN
TE
, 45
3545
001
SP
8970
000
1167
3680
8172
7312
39
AV.
DO
S T
EX
TE
IS,
Nº
781
- A
PTO
. 24
C -
TE
L D
A A
SS
OC
. 62
8264
8735
4500
1S
P89
7000
011
6558
2499
Estudo para estratificação e desenho
da amostra utilizada para avaliação do
impacto dos projetos aprovados no âmbito
da Resolução de 2005 do Programa Brasil
Alfabetizado Mauricio Teixeira Leite de Vasconcellos1
Introdução
Este.capítulo.apresenta.um.estudo.para.estratificação.e.desenho.de.uma.amostra.probabilística.de.turmas.e.alunos.da.edição.2005.do.Programa Brasil Alfabetizado.(PBA),.selecionada.com.base.no.cadastro.de.entida-des,. turmas,. alfabetizadores. e. alfabetizandos,. mantido. pelo. Ministério.
da.Educação.e.conhecido.como.Sistema.do.Brasil.Alfabetizado.(SBA).
Este.estudo.descreve.a.geração.do.cadastro.de. seleção.de. turmas,. apresenta.dados.do.SBA.2005.e.do.cadastro.de.seleção,.discute.alternativas.para.o.desenho.da.amostra,.e.apresenta.os.estudos.relacionados.à.estratificação.das.unidades.constan-tes.do.cadastro.de.seleção.
Geração e exploração do cadastro de seleção
O.SBA.2005.é.um.sistema.com.arquivos.que. são.dinamicamente.alterados.pelos.parceiros.do.PBA..A.versão.utilizada.para.geração.do.cadastro.de.seleção.da.
1 Professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Doutor em Saúde Pública – ENSP/FIOCRUZ
96
amostra.refere-se.a.uma.fotografia.do.SBA.do.dia.4.de.abril.de.2006.(data.de.refe-rência.do.cadastro.de.seleção),.que.continha.um.total.de.640.entidades.ativas,.com.108.794.turmas.e.2.043.794.alunos.
No. entanto,. na. data. de. referência. do. cadastro. de. seleção. algumas. turmas.estavam. canceladas. ou. não. tinham. alunos. a. elas. associados.. Assim,. estas. turmas.foram.eliminadas.e.o.cadastro.de.seleção.ficou.com.101.307.turmas.válidas.(93,1%.do.total.de.turmas.).e.2.006.601.alunos.(98,2%.do.total.de.alunos)..Os.percentuais.entre.parêntesis.indicam.que.a.maior.parte.das.turmas.eliminadas.na.montagem.do.cadastro.de.seleção.eram.turmas.sem.alunos.associados.
A.distribuição,.no.cadastro.de.seleção,.do.número.de. turmas.por.macrorre-gião.e.unidade.da.federação,.apresentada.na.Tabela.1,.mostra.forte.concentração.no.Nordeste,.com.cerca.de.68%.das.turmas.do.SBA.2005..Na.observação.por.tipo.de.entidade,.observa-se.que.o.Nordeste.só.não.tem.mais.da.metade.das.turmas.no.caso.de. Instituições. de. Ensino. Superior. (IES),. caso. em. que. a. região. Norte. concentra.cerca.de.57%.das.turmas.deste.tipo.de.entidade.
97
Tabela 1 – Número de turmas por tipo de entidade, segundo as macrorregiões e unidades da federação.
Macrorregiões e unidades da
federação
Número de turmas
TotalTipo de entidade
Estaduais Municipais ONG 1 IES 2
Total nacional 101.307 45.205 12.578 41.072 2.452
Norte 9.047 2.058 1.716 3.878 1.395
Rondônia 531 250 105 176 0
Acre 1.449 1.226 86 137 0
Amazonas 2.043 0 39 609 1.395
Roraima 91 0 25 66 0
Pará 3.605 0 1.295 2.310 0
Amapá 379 142 72 165 0
Tocantins 949 440 94 415 0
Nordeste 68.385 33.257 6.669 27.473 986
Maranhão 7.824 1.796 1.129 3.913 986
Piauí 9.262 4.539 678 4.045 0
Ceará 14.605 10.275 86 4.244 0
Rio Grande do Norte 5.873 3.999 438 1.436 0
Paraíba 7.702 4.136 831 2.735 0
Pernambuco 6.631 1.520 1.370 3.741 0
Alagoas 3.771 1.157 260 2.354 0
Sergipe 3.563 2.549 285 729 0
Bahia 9.154 3.286 1.592 4.276 0
Sudeste 12.326 2.277 3.138 6.840 71
Minas Gerais 3.788 1.697 1.086 955 50
Espírito Santo 342 0 77 265 0
Rio de Janeiro 4.232 580 469 3.164 19
São Paulo 3.964 0 1.506 2.456 2
Sul 6.502 4.652 723 1.127 0
Paraná 3.394 2.572 318 504 0
Santa Catarina 1.027 889 121 17 0
Rio Grande do Sul 2.081 1.191 284 606 0
Centro-Oeste 5.047 2.961 332 1.754 0
Mato Grosso do Sul 2.146 1.944 64 138 0
Mato Grosso 824 362 128 334 0
Goiás 1.535 564 140 831 0
Distrito federal 542 91 0 451 0
1 ONG é Organização Não-Governamental. 2 IES é Instituição de Ensino Superior.
98
Na.Tabela.2,.a.distribuição.do.número.de.alunos.por.tipo.de.entidade,.ma-crorregião.e.unidade.da.federação.é.fornecida.e.indica.o.mesmo.padrão.espacial.da.distribuição.do.número.de.turmas.
Tabela 2 – Número de alunos por tipo de entidade, segundo as macrorregiões e unidades da federação.
Macrorregiões e unidades da federação
Número de alunos
TotalTipo de entidade
Estaduais Municipais ONG 1 IES 2
Total nacional 2.006.601 870.317 250.460 841.567 44.257
Norte 170.841 36.040 34.145 78.957 21.699
Rondônia 9.341 3.886 1.881 3.574 0
Acre 25.449 21.077 1.672 2.700 0
Amazonas 35.752 0 1.076 12.977 21.699
Roraima 1.467 0 296 1.171 0
Pará 72.513 0 25.877 46.636 0
Amapá 8.282 3.097 1.492 3.693 0
Tocantins 18.037 7.980 1.851 8.206 0
Nordeste 1.394.413 666.225 138.643 568.311 21.234
Maranhão 164.654 37.179 25.087 81.154 21.234
Piauí 175.193 83.862 11.632 79.699 0
Ceará 291.986 205.021 1.627 85.338 0
Rio Grande do Norte 120.795 80.516 9.809 30.470 0
Paraíba 163.366 89.452 17.963 55.951 0
Pernambuco 133.832 28.979 28.816 76.037 0
Alagoas 82.262 24.810 5.489 51.963 0
Sergipe 72.952 55.033 5.298 12.621 0
Bahia 189.373 61.373 32.922 95.078 0
Sudeste 236.691 38.074 59.230 138.063 1.324
Minas Gerais 67.788 25.600 20.719 20.452 1.017
Espírito Santo 5.948 0 1.285 4.663 0
Rio de Janeiro 86.456 12.474 9.991 63.691 300
São Paulo 76.499 0 27.235 49.257 7
Sul 110.210 77.294 11.954 20.962 0
Paraná 61.392 46.278 5.776 9.338 0
Santa Catarina 15.097 13.182 1.701 214 0
Rio Grande do Sul 33.721 17.834 4.477 11.410 0
Centro-Oeste 94.446 52.684 6.488 35.274 0
Mato Grosso do Sul 35.930 31.749 1.277 2.904 0
Mato Grosso 17.106 7.671 2.492 6.943 0
Goiás 29.262 11.243 2.719 15.300 0
Distrito federal 12.148 2.021 0 10.127 0
1 ONG é Organização Não-Governamental. 2 IES é Instituição de Ensino Superior.
99
A.distribuição.do.número.de. turmas.por.município2. indica.que.o. conjunto.de.turmas.válidas.do.SBA.2005.abrange.3.607.municípios.do.País,.o.que.representa.um.média.de.28.turmas.por.município..
No.entanto,.a.distribuição.do.número.de.turmas.por.município.apresenta.forte. assimetria. positiva. (ou. à. direita),. com. alta. concentração. do. número. de.turmas.em.17.municípios,.que.são.listados.abaixo,.com.indicação.do.seu.número.de.turmas.válidas:
Município Nº de turmas Município Nº de turmas
Fortaleza 3.371 São Luís 1.965
São Paulo 1.572 Natal 1.070
Teresina 1.057 Campina Grande, PB 993
Nova Iguaçu, RJ 838 Rio de Janeiro 708
Tauá, CE 615 Recife 606
Caxias, MA 604 Belém 567
Salvador 556 Brasília 542
Juazeiro do Norte, CE 540 Campo Grande 524
Maceió 500
Por.outro. lado,. a.quantidade.de.municípios. com.poucas. turmas.não. é.des-prezível..Existem.1.184.municípios.com.até.cinco.turmas.(33,8%.dos.municípios):.331.com.1.turma;.286.com.2.turmas;.214.com.3.turmas;.192.com.4.turmas;.e.161.municípios.com.5.turmas..
Desta. forma,. o. gráfico. de. caixa. do. número. de. turmas. por. município.(Figura. 1). tem. uma. forma. que. não. permite. ver. diferença. entre. os. seus. três.primeiros.quartis.
2 A base de dados com a distribuição do número de turmas por município não será apresentada neste estu-do, e será fornecida por meio magnético.
100
Figura 1 – Gráfico de caixa e estatísticasda distribuição do número de turmas por município.
Número de turmas por município
Mínimo 1 Quartil 1 4 Mediana 11Média 28 Quartil 3 26 Máximo 3.371
Isto. significa. que. qualquer. desenho. de. amostra. que. considere. o. município.como. unidade. de. seleção. deve. usar. probabilidades. desiguais.. Além. disto,. existem.erros. de. codificação. do. código. de. município. no. SBA. 2005,. onde. entidades. mu-nicipais.mantêm.turmas. fora.de. seu.município.de.atuação.e,.em.alguns.casos,.em.outros.estados.
A.distribuição.do.número.de.alunos.por.turma.(Tabela.3).mostra.turmas.de.1. a.50.alunos..Em. termos.médios,. as. turmas. têm. tamanho.variando.entre.11,8. e.27,6.alunos,. com.um.valor.médio.atípico.de.3,5.alunos.por. turma.em.São.Paulo,.para.IES..
101
Tabela 3 – Mínimo, média e máximo do número de alunos por turma por tipo de entidade, segundo as unidades da federação.
Unidades da Federação
Estaduais Municipais ONG 1 IES 2
Min. Média Max. Min. Média Max. Min. Média Max. Min. Média Max.
Total nacional 1 19,3 50 1 19,9 48 1 20,5 50 1 18,0 49
Rondônia 5 15,5 33 7 17,9 27 6 20,3 28
Acre 5 17,2 25 8 19,4 25 10 19,7 25
Amazonas 9 27,6 47 1 21,3 25 1 15,6 25
Roraima 6 11,8 20 1 17,7 28
Pará 1 20,0 46 2 20,2 25
Amapá 11 21,8 26 11 20,7 29 4 22,4 25
Tocantins 1 18,1 25 6 19,7 28 5 19,8 25
Maranhão 1 20,7 25 1 22,2 35 1 20,7 29 1 21,5 49
Piauí 1 18,5 25 1 17,2 32 1 19,7 35
Ceará 1 20,0 39 8 18,9 25 1 20,1 26
Rio Grande do Norte 5 20,1 39 2 22,4 27 2 21,2 29
Paraíba 5 21,6 25 1 21,6 39 1 20,5 26
Pernambuco 1 19,1 25 1 21,0 31 1 20,3 44
Alagoas 3 21,4 25 7 21,1 44 1 22,1 25
Sergipe 1 21,6 50 5 18,6 25 3 17,3 26
Bahia 1 18,7 26 1 20,7 46 1 22,2 27
Minas Gerais 1 15,1 25 5 19,1 48 1 21,4 27 1 20,3 25
Espírito Santo 7 16,7 25 1 17,6 25
Rio de Janeiro 10 21,5 34 7 21,3 36 1 20,1 27 10 15,8 25
São Paulo 1 18,1 48 1 20,1 29 2 3,5 5
Paraná 1 18,0 36 5 18,2 37 1 18,5 25
Santa Catarina 5 14,8 47 2 14,1 26 9 12,6 24
Rio Grande do Sul 1 15,0 25 1 15,8 25 5 18,8 25
Mato Grosso do Sul 2 16,3 27 10 20,0 25 10 21,0 25
Mato Grosso 3 21,2 27 5 19,5 25 2 20,8 25
Goiás 1 19,9 43 9 19,4 36 1 18,4 50
Distrito federal 4 22,2 28 6 22,5 26
1 ONG é Organização Não-Governamental. 2 IES é Instituição de Ensino Superior.
Como.a.Tabela.3.pode.dar.uma. idéia.distorcida.da.distribuição.do.nú-mero.alunos.por.turma,.foi.preparada.a.Tabela.4,.que.mostra.que.são.poucas.as.turmas.com.poucos.ou.com.muitos.alunos..As.turmas.com.mais.de.25.alunos.representam.cerca.de.0,8%.do.total.de.turmas.e.o.máximo.de.2,8%.ocorre.em.entidades.municipais..Por.outro.lado,.as.turmas.com.até.5.alunos.representam.0,9%.das.turmas,.com.um.máximo.de.1,3%.nas.entidades.estaduais..As.turmas.
102
com.até.10.alunos.correspondem.a.7,5%.das. turmas.e,.no.caso.das.entidades.estaduais,.atinge.o.máximo.de.9,6%.das.turmas.
Tabela 4 – Distribuição do número de turmas por tipo de entidade, segundo classes de número de alunos na turmas.
Classes de número de alunos na turma
Número de turmas
TotalTipo de entidade
Estaduais Municipais ONG 1 IES 2
Total 101.307 45.205 12.578 41.072 2.452
De 1 a 5 alunos 862 543 80 215 24
De 6 a 10 alunos 6.048 3.391 751 1.840 66
De 11 a 15 alunos 16.188 8.328 2.288 4.531 1.041
De 16 a 20 alunos 26.813 11.487 2.874 11.983 469
De 21 a 25 alunos 50.691 21.161 6.261 22.419 850
Mais de 25 alunos 705 295 324 84 2
1 ONG é Organização Não-Governamental. 2 IES é Instituição de Ensino Superior.
Ao.Considerar-se.os.limites.sugeridos.na.Resolução.do.PBA.e.os.problemas.de.montagem.e.atualização.que.o.SBA.enfrenta,.parece.que.esta.variável.não.deve.ser.levada.em.conta,.no.desenho.da.amostra,.como.medida.de.tamanho.das.turmas,.apesar.de.indicar.diferenças.de.tamanho.de.turma.entre.os.tipos.de.entidade.
O.tipo.de.entidade.é.outra.variável.interessante.para.o.desenho.da.amostra,.pelo.seu.papel.como.variável.de.estratificação.–.seja.pelas.diferenças.observadas.nos.dados,.seja.pelas.mudanças.recentes.na.orientação.do.PBA.
A.distribuição.do.número.de.turmas.por.entidade,.da.mesma.forma.que.ocor-reu.por.município,.também.é.bastante.assimétrica,.como.mostra.o.gráfico.de.caixa.na.Figura.2..A.média. (158. turmas),.por. ser. influenciada.pelos.valores.extremos,.é.bem.superior.à.mediana.(12.turmas).
No.entanto,.o.comportamento.do.número.de.turmas.por.entidade.é.bastan-te. variado. por. tipo. de. entidade,. como. mostram. os. gráficos. de. caixa. da. Figura. 3..Apesar. de. todas. as. distribuições. apresentarem. assimetria. positiva,. as. medidas. de.posição.são.diferentes,.indicando.que.as.entidades.municipais.e.de.ensino.superior.têm.menos.turmas.do.que.as.entidades.estaduais.e.as.ONGs.
103
Figura 2 – Gráfico de caixa e estatísticas da distribuição do número de turmas por entidade.
Número de turmas por entidade
Mínimo 1 Quartil 1 5 Mediana 12Média 158 Quartil 3 35 Máximo 14.242
Figura 3 – Gráfico de caixa e estatísticas das distribuições do número de turmas por entidade, por tipo de entidade.
Entidades estaduais
Número de turmas por entidade
Mínimo 91 Quartil 1 564 Mediana 1.373Média 2.055 Quartil 3 2.572 Máximo 10.275
.
104
Entidades municipais
Número de turmas por entidade
Mínimo 1 Quartil 1 4 Mediana 11Média 22 Quartil 3 24 Máximo 415
Organizações Não-Governamentais
Número de turmas por entidade
Mínimo 2 Quartil 1 60 Mediana 201Média 893 Quartil 3 465 Máximo 14.242
105
Instituições de Ensino Superior
Número de turmas por entidade
Mínimo 2 Quartil 1 19 Mediana 50Média 490 Quartil 3 986 Máximo 1.395
Além.disto,. algumas.poucas. entidades. concentram.um.número. expressi-vo. de. turmas.. De. fato,. seis. entidades. (0,9%. do. total). têm. 43.098. turmas,. que.representam.42,5%.do. total.de. turmas.do.cadastro.de. seleção,. sendo. três.enti-dades. estaduais. (18.950. turmas,.ou.41,9.%.das. turmas.de. entidades. estaduais).e.três.ONGs.(24.148.turmas,.ou.58,8.%.das.turmas.de.ONGs),.como.pode.ser.observado.na.Tabela.5.
106
Tabela 5 – Número de entidades e de turmas por tipo de entidade, segundo classes de número de turmas da entidade.
Classes de número de turmas da entidade
Número de entidades e de turmas
TotalTipo de entidade
Estaduais Municipais ONG 1 IES 2
Entidades Turmas Entidades Turmas Entidades Turmas Entidades Turmas Entidades Turmas
Total 640 101.307 22 45.205 567 12.578 46 41.072 5 2.452
1 a 9 254 1.048 0 0 249 1.027 4 19 1 2
10 a 19 135 1.763 0 0 131 1.711 3 33 1 19
20 a 29 77 1.834 0 0 77 1.834 0 0 0 0
30 a 39 28 956 0 0 27 921 1 35 0 0
40 a 49 23 1.015 0 0 23 1.015 0 0 0 0
50 a 69 28 1.545 0 0 23 1.268 4 227 1 50
70 a 99 22 1.802 1 91 16 1.317 5 394 0 0
100 a 149 18 2.161 1 142 13 1.564 4 455 0 0
150 a 199 4 685 0 0 3 534 1 151 0 0
200 a 299 15 3.581 1 250 4 972 10 2.359 0 0
300 a 499 6 2.456 2 802 1 415 3 1.239 0 0
500 a 999 8 6.075 3 2.033 0 0 4 3.056 1 986
1000 a 1999 10 14.789 7 10.531 0 0 2 2.863 1 1.395
2000 a 2999 3 7.565 2 5.121 0 0 1 2.444 0 0
3000 a 3999 3 10.934 2 7.285 0 0 1 3.649 0 0
4000 a 4999 4 18.581 2 8.675 0 0 2 9.906 0 0
10275 1 10.275 1 10.275 0 0 0 0 0 0
14242 1 14.242 0 0 0 0 1 14.242 0 0
1 ONG é Organização Não-Governamental. 2 IES é Instituição de Ensino Superior.
A.Tabela.5.pode.causar.alguma.confusão.em.sua. leitura.porque.a.variável.“número.de.turmas”.aparece.duas.vezes..No.entanto,.na.primeira.coluna.ela.é.usa-da.para.definir.as.classes.de.número.de.turmas.da.entidade,.enquanto.nas.demais.colunas.ela.fornece.o.total.de.turmas.das.entidades.classificadas.em.cada.linha.da.Tabela..Assim,.na. linha.de. entidades. com.1.a.9. turmas,.observa-se,.nas. colunas.de. total,. a. existência. de. 254. entidades. com. 1. a. 9. turmas,. que. constituíram,. em.conjunto,.1.048.turmas.
Na.discussão.entre.estratificar.a.amostra.por.tamanho.de.município.e.por.tipo.de.entidade,.um.cruzamento.entre.essas.duas.variáveis.traz.aspectos.esclarecedores..Na.Tabela.6,.os.municípios. foram.grupados.em.pequenos.(até.10.mil.habitantes),.médios.(entre.10.e.100.mil.habitantes).e.grandes.(mais.de.100.mil.habitantes).e.o.
107
número.de.turmas.em.cada.grupo.de.município.foi.detalhado.segundo.os.tipos.de.entidades.parceiras.
Tabela 6 − Número de turmas por grupos de população municipal, segundo as combinações de tipos de entidade.
Combinações de tipo
de entidade
Número de municípios com turmas válidas
Total
População municipal em 01/07/2005
Até 10.000De 10.000 a
100.000Mais de 100.000
Número % Número % Número % Número %
Total 3.607 100,0 1.479 41,0 1.915 53,1 213 5,9
Só um tipo de entidade 2.276 63,1 1.132 31,4 1.073 29,7 71 2,0
Estadual 1.391 38,6 877 24,3 500 13,9 14 0,4
Municipal 231 6,4 77 2,1 141 3,9 13 0,4
ONG 1 603 16,7 167 4,6 393 10,9 43 1,2
IES 2 51 1,4 11 0,3 39 1,1 1 0,0
Dois tipos de entidade 1.184 32,8 334 9,3 757 21,0 93 2,6
Estadual e municipal 80 2,2 32 0,9 43 1,2 5 0,1
Estadual e ONG 1 937 26,0 288 8,0 602 16,7 47 1,3
Estadual e IES 2 8 0,2 2 0,1 6 0,2 0 0,0
Municipal e ONG 1 124 3,4 6 0,2 80 2,2 38 1,1
ONG 1 e IES 2 35 1,0 6 0,2 26 0,7 3 0,1
Três tipos de entidade 141 3,9 13 0,4 81 2,2 47 1,3
Estadual, municipal e ONG 1 122 3,4 9 0,2 69 1,9 44 1,2
Estadual, municipal e IES 2 1 0,0 1 0,0 0 0,0 0 0,0
Estadual, ONG 1 e IES 2 15 0,4 2 0,1 11 0,3 2 0,1
Municipal, ONG 1 e IES 2 3 0,1 1 0,0 1 0,0 1 0,0
Todos os tipos de entidade 6 0,2 0 0,0 4 0,1 2 0,11 ONG é Organização Não-Governamental. 2 IES é Instituição de Ensino Superior.
Os.dados.da.Tabela.6.indicam.que.uma.estratificação.por.grupo.de.popula-ção.dos.municípios.dificilmente.permitiria.representar.adequadamente.os. tipos.de.entidade.parceira,.visto.que.cerca.de.63%.dos.municípios.têm.turmas.constituídas.por. apenas. um. tipo. de. entidade.. Além. disto,. não. há. uma. correlação. alta. entre. o.número.de.turmas.(ou.de.alunos).e.a.população.municipal:.enquanto.a.correlação.entre.turmas.e.alunos.é.da.ordem.de.0,97,.a.correlação.entre.população.municipal.e.número.de.turmas.válidas.é.menor.do.que.0,55.
108
Por.outro.lado,.uma.estratificação.por.tipo.de.entidade.permitiria.selecionar.municípios.de.forma.a.ter.uma.razoável.representação.das.macrorregiões.do.País..
A.última.variável.do.cadastro.de.seleção.importante.para.o.desenho.da.amos-tra. é. a. data. efetiva. de. conclusão. do. curso. de. alfabetização,. tendo. em. vista. que. a.seleção.de.turmas.não.deve.considerar.turmas.com.curso.concluído.
A.Tabela.7.mostra,.no.entanto,.que.esta.variável.não.deve.ser.considerada.no.desenho.da.amostra,.visto.que,.em.média,.uma.a.cada.quatro.turmas.não.tem.esta.informação. no. cadastro. e,. no. caso. das. IES,. mais. da. metade. das. turmas. não. tem.data.de.término.efetivo.
Tabela 7 – Número de turmas por tipo de entidade, segundo o ano de término efetivo do curso.
Ano de término efetivo
TotalTipo de entidade
Estaduais Municipais ONG 1 IES 2
Turmas % Turmas % Turmas % Turmas % Turmas %
Total 101.307 100,0 45.205 100,0 12.578 100,0 41.072 100,0 2.452 100,0
2000 1 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,0 0 0,0
2005 3.571 3,5 1.780 3,9 347 2,8 1.209 2,9 235 9,6
2006 71.953 71,0 32.183 71,2 10.801 85,9 28.162 68,6 807 32,9
2009 1 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,0 0 0,0
Sem declaração 25.781 25,4 11.242 24,9 1.430 11,4 11.699 28,5 1.410 57,5
1 ONG é Organização Não-Governamental. 2 IES é Instituição de Ensino Superior.
Objetivos, estratificação a alocação da amostra do SBA 2005
Objetivos da amostra do SBA 2005
A.amostra.de. turmas.e.alunos.da.edição.2005.do.PBA,.denominada.sim-plesmente.por. amostra.do.SBA.2005,. tem. como.objetivo. geral. conhecer. o.per-fil. socioeconômico. dos. alunos. dos. cursos. de. Alfabetização. de. Jovens. e. Adultos.(AJA).financiados.pelo.PBA.2005,. saber. como. foram. selecionados. e. avaliar. seu.grau.de.aprendizado.
É. certo,. no. entanto,. que. a. avaliação. de. um. programa. passa. por. sua. im-plementação.e.que.esta.pode.ser.diferenciada.por.segmentos.da.população..As-
109
sim,.seria.desejável.que.este.objetivo.geral.pudesse.ser.cumprido.para.diferentes.segmentos. da. população,. tais. como:. macrorregiões. do. País. e. tipo. de. entidade.parceira,.dentre.outros.
De.fato,.o.desejo.(ou.necessidade).de.que.os.objetivos.sejam.cumpridos.para.segmentos.da.população.implica.que.os.resultados.possam.ser.estimados.com.pre-cisão.controlada.para.estes.segmentos,.o.que,.habitualmente,.é.feito.com.a.estratifi-cação.da.população..Essa.solução.assegura.que.os.estratos.(ou.segmentos.da.popu-lação).sejam.domínios.de.estimação.para.os.quais.os.resultados.podem.ser.aferidos.com.exatidão.previamente.controlada.no.desenho.da.amostra.
População alvo e população de pesquisa
A.população.alvo.corresponde.ao.conjunto.de.alfabetizandos.do.Edital.2005.do.PBA..Esta.população.está.organizada.por.entidades.parceiras,.que.se.subdividem.em.turmas,.às.quais,.por.sua.vez,.estão.associados.os.alfabetizandos.e.os.alfabetizadores.
A.população.de.pesquisa.corresponde.ao.conjunto.de.alfabetizandos.do.Edi-tal.2005.do.PBA.presentes.no.cadastro.de.seleção.da.amostra,.ou.seja,.os.alfabeti-zandos.de.turmas.válidas.registradas.no.SBA.2005.na.data.de.referência.do.cadastro.de.seleção.(04.de.abril.de.2006),.que.correspondem.a.98,2%.do.total.de.alfabetizan-dos.constantes.no.SBA.2005.
Estratificação a alocação do tamanho da amostra do SBA 2005
Por. razões.orçamentárias,.o. tamanho.da.amostra. foi.fixado.em.800. turmas.em.todo.o.País..Este.tamanho.de.amostra.precisa.ser.repartido.(ou.alocado).entre.os. estratos.definidos.para. a. amostra. para. viabilizar. a. seleção.das. turmas. em. cada.estrato.da.amostra.
Segundo. Cochran. (1977),. evidências. empíricas. sugerem. que. o. número. de.estratos.deve.variar.entre.5.e.10..No.entanto,.a.discussão.no.item.2.indicou.que.a.estratificação.inicial.deveria.ser.feita.por.tipo.de.entidade.parceira.e.que.a.distribui-ção.do.número.de.turmas.por.entidade.apresentava.acentuada.assimetria.positiva.
Os. tratamentos. para. populações. assimétricas.nascem.nos. anos. 1950,. com.um. método. baseado. na. minimização. de. variância. para. dois. estratos. (Dalenius,.1952),. posteriormente. generalizado. para. um. número. de. estratos. maior. do. que.dois. e. prefixado. por. Dalenius. &. Hodges. (1959). e. Ekman. (1959),. que. tem. por.
110
base. um. estimador. aproximado. da. variância.. Nestes. casos,. o. tamanho. total. da.amostra.e.o.número.de.estratos.eram.previamente.fixados.e.os.pontos.de.cortes.dos.estratos.eram.obtidos.de.forma.a.maximizar.a.precisão.da.amostra.(ou.mini-mizar.a.variância.do.estimador).
Outra.aproximação.para. lidar.com.populações.assimétricas.foi.proposta.por.Hidiroglou. (1986). para. dois. estratos,. generalizada. para. mais. de. dois. estratos. por.Lavallée. &. Hidiroglou. (1988).. Neste. caso,. a. precisão. da. amostra. e. o. número. de.estratos. eram. previamente. fixados. e. os. limites. dos. estratos. eram. calculados. para.produzir.o.menor.tamanho.total.da.amostra.
Em.2000,.Dan.Hedlin.derivou.um.algoritmo.para.determinar.os.pontos.de.corte. dos. estratos. de. forma. a. minimizar. a. variância,. dado. um. tamanho. total. de.amostra.e.um.número.de.estratos.
Todos.esses.métodos.partem.da.idéia.de.criar.um.estrato.censitário.constituí-do.pelas.maiores.unidades.da.população..Desta.forma,.essas.unidades,.que.carregam.a. maior. parte. da. variabilidade. total,. seriam. investigadas. a. 100%. e,. portanto,. não.contribuiriam.para.aumentar.a.variância.do.estimador.de.total,.visto.não.haver.erro.de.amostragem.em.seu.estrato..A.Figura.4.esquematiza.estes.métodos.
Figura 4 – Esquema dos métodos de estratificação para populações positivamente assimétricas.
No.caso.da.amostra.do.SBA.2005,.o.tamanho.total.da.amostra.foi.prefixado.em.800.turmas.e.o.emprego.do.método.de.Hedlin.(2000).permitiu.obter.os.pontos.de.corte.do.estrato.certo.e.dos.demais.estratos.de.forma.a.obter.a.amostra.de.turmas.mais.precisa.dentre.todas.as.amostras.estratificadas.de.tamanho.total.igual.a.800.
Variância mínima
Dalenius, 1952
Glasser, 1962
Custo mínimo
Hidiroglou, 1986
Dois estratos
(H = 2)
Variância mínima
aproximada
Dalenius & Hodges, 1959
Ekman, 1959
Custo mínimo
Lavallée &
Hidiroglou, 1988
Variância mínima
Hedlin, 2000
Mais de dois estratos
(H > 2), H fixado
Número de estratos
H
111
No.entanto,.como.as.entidades.estaduais.e.as.Instituições.de.Ensino.Superior.apresentavam.tamanhos.populacionais.pequenos.(22.e.5,.respectivamente),.as.enti-dades.deste.tipo.foram.alocadas.ao.estrato.certo.e.o.método.foi.aplicado.de.forma.independente.para.as.entidades.municipais.e.para.as.ONGs.
Para. tanto,. foi. necessário. alocar. o. tamanho. total. de. turmas. para. cada. tipo.de. entidade. e. definir. o. número. de. turmas. a. pesquisar. em. cada. entidade. de. cada.estrato..Assim,.a.solução.encontrada.foi.aplicar.o.método.de.Hedlin.para.diferentes.combinações.de.número.de. estratos,.de. tamanhos.da. amostra.de. turmas. em.cada.entidade.de.cada.estrato.e,.portanto,.de.tamanho.total.da.amostra.de.entidades.nos.estratos.de.entidades.municipais.e.ONGs.
Assim,.foi.preparado.um.procedimento.interativo.onde.o.número.de.estratos.variava.de.3.a.10.e.o.tamanho.da.amostra.de.turmas.variava.de.3.a.20.turmas..De-finidos.estes.valores.para.as.entidades.estaduais.e.municipais,.resultavam.o.tamanho.total.de.turmas.e.de.entidades.para.os.parceiros.municipais.e.ONG,.que.eram.sub-metidos.ao.método.de.Hedlin.para.definição.dos.limites.dos.estratos..
A.cada.aplicação.do.procedimento.descrito,.os.valores.básicos.(tipo.de.entidade,.limites.dos.estratos.e.tamanho.da.amostra.de.turmas.em.cada.estrato).e.a.variância.do.estimador.de.total.do.número.de.alunos.eram.armazenados.em.um.arquivo.auxiliar,.que.foi.usado.para.definir.a.estratificação.proposta.para.a.amostra.do.SBA.2005.
Posteriormente,. para. acomodar. uma. entidade. de. ensino. superior. que. tinha.apenas.duas. turmas,.o. tamanho.final.da. amostra. foi. aumentado.para.802. turmas,.conforme.indicado.na.Tabela.8..
Na.Tabela.8,.observa-se.que:
(1)..Que. as. entidades. estaduais. e. as. Instituições. de. Ensino. Superior. serão.todas.incluídas.na.amostra;
(2)..Apesar. de. incluídas. na. amostra,. essas. entidade. foram. estratificadas. por.classes.do.número.de.turmas,.para.ter.diferentes.tamanhos.da.amostra.de.turmas.por.entidade;
(3)..No.terceiro.estrato.de.ONGs,.apesar.do.método.de.Hedlin.ter.indicado.a.seleção.de.cinco.entidades,.optamos.por.selecionar.todas.as.sete,.deixando.o.estrato.separado.do.estrato.certo.para.ter.diferentes.tamanhos.da.amos-tra.de.turmas.por.entidade;.e
(4)..O.número.de.turmas.a.selecionar.em.cada.entidade.cresce.de.acordo.com.o.estrato.de.número.de.turmas.da.entidade.
112
Tabela 8 − Dados populacionais e tamanho da amostra de entidades e turmas por estágio de seleção, segundo o tipo de entidade e a classe do número de turmas
Tipo da entidade e
classe do númerode turmas
População Amostra do primeiro estágio Amostra do segundo estágio
Nº de entidades
Nº de turmas
Nº de alunos
Nº de entidades
a selecionar
Nº de turmas
por entidade
Total de turmas a
selecionar
Nº de turmas da entidade a selecionar
por município
Número máximo de municípios na amostra
Total geral 640 101.307 2.006.601 86 802 182
Estaduais 22 45.205 870.317 22 301
Até 150 turmas 2 233 5.118 2 6 12 6 2
De 150 a 999 turmas 6 3.085 56.436 6 9 54 3 18
De 1.000 a 2.999 turmas 9 15.652 288.539 9 15 135 5 27
3.000 turmas ou mais 5 26.235 520.224 5 20 100 5 20
Municipais 567 12.578 250.460 33 172
Até 29 turmas 457 4.572 87.083 13 3 39 3 13
De 30 a 99 turmas 89 4.521 90.311 7 4 28 4 7
De 100 a 149 turmas 13 1.564 33.041 5 5 25 5 5
150 turmas ou mais 8 1.921 40.025 8 10 80 10 8
ONG 1 46 41.072 841.567 26 299
Até 99 turmas 17 708 15.162 7 6 42 3 14
De 100 a 499 turmas 18 4.204 83.022 8 9 72 3 24
De 500 a 2.999 turmas 7 8.363 165.283 7 15 105 5 21
3.000 turmas ou mais 4 27.797 578.100 4 20 80 5 16
IES 2 5 2.452 44.257 5 30
Até 10 turmas 1 2 7 1 2 2 2 1
De 11 a 50 turmas 2 69 1.317 2 4 8 4 2
51 turmas ou mais 2 2.381 42.933 2 10 20 5 4
1 ONG é organização não-governamental. 2 IES é instituição de ensino superior.
113
Referências
Hájek,. J.,. 1960.. Limiting distribution in simple random sampling from a finite po-pulation..Publications.of. the.Mathematics. Institute.of. the.Hungarian.Academy.Science,.5:361-374.
Cochran.W.G.,. 1977.. Sampling Techniques, 3rd. edition.. New.York:. John.Wiley. &.Sons.
Dalenius,.T.,. 1952.. The problem of optimum stratification in a special type of design..Skandinavisk.Aktuarietidskrift,.35:61-70.
Dalenius,.T..&.Hodges,.J..L.Jr.,.1959..Minimum variance stratification..Skandinavisk.Aktuarietidskrift,.54:133-148.
Ekman,.G.,.1959..An approximation useful in univariate stratification..Annals.of.Ma-thematical.Statistics,.30:219-229.
Glasser,. G.J.. On the complete coverage of large units in a statistical study.. Annals. of.Mathematical.Statistics,.32:28-32.
Hedlin.D.,.2000..A procedure for stratification by an extended Ekman rule..Journal.of.Official.Statistics,.16(1):15-29.
Hidiroglou.M.A.,.1986..The construction of a self-representing stratum of large units in survey design..The.American.Statistician,.40(1):27-31.
Lavallée. P.. &. Hidiroglou. M.A.,1988.. On the stratification of skewed populations..Survey.Methodology,.14(1):33-43.
Estudo sobre o desenho da amostra para
análise da demanda por cursos de
Alfabetização de Jovens e Adultos
Pedro Luis do Nascimento Silva1
Mauricio Teixeira Leite de Vasconcellos2
Nuno Duarte da Costa Bittencourt3
Introdução
Em. função. de. sua. importância,. o. componente. de. demanda. para. a. ava-liação. do. Programa Brasil Alfabetizado. vem. sendo. alvo. de. estudos. no.âmbito. do. Projeto. de. Avaliação. do. Programa Brasil Alfabetizado. já. há.algum.tempo..No.Anexo.1,.consta.a.Nota.Técnica.nº.3,.de.22.de.março.
de.2005,.onde. são.discutidas.opções.para.a. amostra.deste. componente..Esta.nota.técnica.recomenda.a.realização.de.uma.pesquisa.domiciliar.de.âmbito.nacional.para.levantar.os.dados.necessários.a.este.componente.
Em.princípio,.dimensionar.a.população.analfabeta.não.é.problema.complica-do,.visto.que.estão.disponíveis.informações.sobre.pessoas.analfabetas.no.âmbito.do.Sistema.Estatístico.Nacional..No.entanto,.as.pesquisas.domiciliares,.sejam.as.anu-ais. (Pesquisa. Nacional. por. Amostra. de. Domicílios),. seja. o. Censo. Demográfico.decenal,.não.captam.a.demanda.pelos.cursos.e.muito.menos.seu.sucesso.
1 Professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE), Doutor em Estatística (University of Southampton)
2 Professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Doutor em Saúde Pública – ENSP/FIOCRUZ3 Professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE), Mestre em Estatística (IMPA/CNPq)
116
Nessas.pesquisas,.não.é.possível.identificar.pessoas.que.fizeram.Alfabetização.de.Jovens.e.Adultos.(AJA).ou.Educação.de.Jovens.e.Adultos.(EJA).e.prosseguiram.nos.estudos..Porém,.a.proporção.dos.que.fizeram.AJA.e.definem-se.como.analfa-betos.pode. ser. estimada. sem.maiores.problemas,.deixando.a. impressão.de.que.os.cursos.de.AJA.não.conseguem.alfabetizar.
Neste.sentido,.uma.pesquisa.que.permita.determinar.a.demanda.pelos.cursos.de.AJA.e.EJA,.e.que.colete.informações.sobre.a.história.educacional.dos.entrevis-tados. –. e. em. particular. sobre. os. que. cursaram. AJA. ou. EJA. e. prosseguiram. nos.estudos.–.poderia.resolver.as.duas.questões.apontadas.
No.entanto,.uma.pesquisa.domiciliar.de.âmbito.nacional.tem.um.custo.ele-vado..Assim,.a.idéia.de.realizar.este.levantamento.em.conjunto.com.a.Pesquisa.de.Avaliação.do.Impacto.do.Programa.Bolsa.Família.(AIBF),.sobre.a.responsabilidade.do.Centro.de.Desenvolvimento.e.Planejamento.Regional.(Cedeplar).da.Universi-dade.Federal.de.Minas.Gerais.(UFMG),.com.a.participação.da.Science,.se.fortale-ceu.e.resultou.em.um.acordo.entre.a.Secretaria.de.Educação.Continuada,.Alfabe-tização. e. Diversidade. (Secad/MEC). e. a. Secretaria. de. Avaliação. e. Gestão. da.Informação.(Sagi/MDS),.contratante.da.AIBF.
A.Science.desenvolveu.o.plano.de.amostragem.da.AIBF,.descrito.neste.rela-tório,.e,.em.parceria.com.o.Cedeplar,.elaborou.os.questionários.e.manuais.de.ins-trução.da.AIBF.
Desenho da amostra da AIBF
O. objetivo. principal. da. AIBF. é. desenvolver. um. conjunto. de. instrumentos.que.permitam.estimar.efeitos.ou.impactos.do.Programa.Bolsa.Família.(PBF).sobre.as.famílias.usuárias..Por.concepção,.a.AIBF.inclui.duas.pesquisas:.(1).uma.pesqui-sa.base.(baseline),.que.será.realizada.para.coletar.os.dados.das.famílias.usuárias.ou.não.do.PBF;.e.(2).uma.pesquisa.de.seguimento.(follow-up).com.as.mesmas.famí-lias,.para.determinar.o.impacto.do.PBF.
Neste. capítulo,. são. descritos. os. procedimentos. adotados. para. a. seleção. da.amostra.da.pesquisa.base..O.capítulo.está.organizado.em.seções.que.descrevem.os.cadastros.utilizados,.a.população.alvo.da.AIBF,.uma.visão.geral.do.plano.amostral.e,.posteriormente,.seções.que.descrevem.pormenorizadamente.cada.uma.das.etapas.do.processo.de.amostragem,.desde.a.seleção.de.municípios,.passando.pela.seleção.de.setores,.chegando.à.descrição.dos.métodos.que.serão.utilizados.para.seleção.de.domicílios.nos.quais.serão.conduzidas.as.entrevistas.
117
Cabe.registrar.que.os.procedimentos.para.a.seleção.de.municípios.e.setores.foram.realizados.em.escritório,.e.os.resultados.estão.sumarizados.neste.capítulo..Os.procedimentos.para. seleção.de.domicílios.dependem.da.operação.de.coleta,. e.por.este.motivo,.são.aqui.descritos.sem.resultados.que.ilustrem.sua.aplicação.
Considerando.que.a.amostra.selecionada.para.a.AIBF.não.pode.ser.dissemi-nada.antes.da.realização.da.pesquisa.de.seguimento,.seja.por.razões.éticas.associa-das.ao.processo.de.avaliação.externa,. seja.para. resguardar.a.Sagi. (MDS).de.qual-quer. possibilidade. de. crítica. relacionada. com. a. possível. atuação. no. sentido. de.melhorar.os.resultados.da.avaliação..Os.arquivos.magnéticos.que.contém.a.amostra.selecionada.não. constam.neste. estudo,. e. estão.disponíveis. apenas.para. as. equipes.encarregadas.do.processo.de.avaliação.externa.
Cadastros utilizados
Como.em.toda.pesquisa,.um.elemento.fundamental.de.apoio.para.prepara-ção.da.amostra.é.o.sistema.de.referência.ou.cadastro..Ao.Considerar-se.a.decisão.de.realizar.uma.pesquisa.de.base.populacional,.foram.utilizados.para.apoiar.o.tra-balho.de.amostragem.da.pesquisa.AIBF.dois.cadastros.principais.
O. primeiro. cadastro. é. formado. a. partir. do. Arquivo. Agregado. por. Setores.Censitários. dos. Resultados. do. Universo. do. Censo. Demográfico. 2000. (IBGE,.2003).. O. arquivo. agregado. por. setores. é. produzido. a. partir. dos. microdados. do.Censo.Demográfico.2000,.com.medidas.resumo.que.descrevem.os.setores..Contém.um.registro.para.cada.um.dos.215.811.setores.censitários.em.que.foi.dividido.o.País.para.a.realização.da.operação.de.coleta.dos.dados.do.Censo..Foram.excluídos.deste.arquivo.7.094. setores.por. razões. indicadas. a. seguir,. restando.208.717. setores.que.participaram.do.cadastro.efetivamente.empregado.para.a.seleção.da.amostra.de.se-tores.do.AIBF.
Além.deste.cadastro,.foi.também.utilizado.um.arquivo.derivado.do.Cadastro.Único.do.Governo.Federal,.contendo.informações.sobre.os.benefícios.pagos.às.fa-mílias.no.âmbito.dos.programas.Bolsa.Família;.Bolsa.Escola;.Cartão.Alimentação;.Bolsa. Alimentação;. e. Vale. Gás.. Este. segundo. arquivo. foi. utilizado. apenas. para.apoiar.a.estratificação.de.municípios.ou.grupos.de.municípios,.e.não.para.a.seleção.direta.de.unidades.de.pesquisa.(domicílios.ou.famílias).
Após.a. seleção.de.setores.em.que.a.pesquisa. será. realizada,. serão.utilizadas.informações.da.Base.Operacional.Geográfica.do.IBGE,.na.forma.de.mapas.e.des-crições.dos.setores.selecionados,.que. irão.apoiar.a.realização.da.operação.de. lista-
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gem.e,. posteriormente,. a. coleta.de.dados.nos.domicílios. selecionados..Espera-se,.ainda,.utilizar.as.folhas.de.coleta.do.Censo.Demográfico.2000.(CD2000).dos.seto-res.selecionados,.para.apoiar.o.trabalho.de.listagem,.e.contribuir.dessa.maneira.para.reduzir.a.margem.de.erro.de.cobertura.desta.operação.
Foi.decidido.utilizar,.para.o.desenho.amostral,.a.divisão.territorial.(em.mu-nicípios).vigente.à.época.do.Censo.Demográfico.2000..No.entanto,.na.amostra.de.municípios.e.setores.selecionados,.são.identificadas.as.eventuais.mudanças.de.mu-nicípios,.para.utilização.das.informações.atualizadas.no.momento.da.coleta.de.da-dos..Qualquer.decisão.distinta.desta.levaria.a.um.trabalho.adicional.de.alocação.das.informações.dos.setores.nos.municípios.criados.após.a.realização.do.CD2000,.tare-fa.que.não.acrescentaria.qualidade.à.base.usada.para.seleção.da.amostra,.e.permiti-ria,.apenas,.recompor,.nos.dados.do.CD2000,.a.malha.municipal.atualizada.
Foi.decidido,.também,.excluir.do.cadastro.de.seleção.(e,.portanto,.da.amos-tra).os.setores.rurais.da.macrorregião.Norte3..No.entanto,. foram.mantidos.no.ca-dastro.de.seleção.dos.setores.de.“Aglomerado.rural.de.extensão.urbana”.(código.de.situação.igual.a.4).da.região.Norte,.visto.que.os.custos.de.coleta.nestes.setores.são.ligeiramente.maiores.que.nos.da.área.urbana..Além.disto,.é.nestes.setores.que.cos-tuma.ocorrer.boa.parte.da.expansão.da.área.urbana,.e.é.onde.são.maiores.as.chances.de.mudança.de.situação.de.rural.para.urbana.desde.o.CD2000.
Além.dos.setores.rurais.da.região.Norte,.foram.excluídos.todos.os.setores.de.tipo.especial5.com.códigos.2,.4,.5,.6.e.7..Isto.implicou.em.manter.no.cadastro.ape-nas.os.setores.de.tipo.0.(“Comum”),.1.(“Especial.de.aglomerado.subnormal”).e.3.(“Especial.de.alojamento,.acampamentos,.etc.”)..Diante.das.características.da.pes-quisa,.pareceu.importante.manter.os.dois.tipos.“especiais”.(códigos.1.e.3).no.uni-verso.de.setores.de.onde.a.amostra.foi.selecionada.
Em.conjunto,.estas.duas.classes.de.exclusões.de.setores. levaram.a.deixar.de.fora.da.população.de.pesquisa.cerca.de.2,1%.das.unidades.domiciliares,.e.cerca.de.2,4%.da.população.brasileira..A.Tabela.1,.no.Anexo.2,.mostra.as.contagens.e.pro-porções. de. setores,. domicílios. e. pessoas,. total. e. excluídos,. por. situação. e. tipo. do.setor,.considerados.os.dados.do.Censo.Demográfico.2000.
Uma.última.alteração.cadastral.feita.antes.do.uso.do.cadastro.para.a.seleção.da.amostra.de.municípios.e.setores.foi.o.agrupamento.do.município.de.Fernando.de.Noronha.(código.2605459).ao.município.de.Recife.(código.2611606)..Esta.de-
4 No Quadro 1, no Anexo 2, é apresentada a relação dos códigos de situação dos setores.5 A relação de códigos de tipos de setor constam do Quadro 2, no Anexo 2.
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cisão.foi.tomada.por.se.tratar.de.município.insular.isolado,.cujo.acesso.é.feito.por.avião.a.partir.de.Recife,.contendo.apenas.um.setor.no.CD2000..Assim,.o.municí-pio.de.Fernando.de.Noronha.foi.tratado,.para.fins.da.seleção.da.amostra,.como.se.fosse.mais.um.setor.do.município.de.Recife.
População alvo e população de pesquisa
A.população.alvo.é.composta.pelas.famílias.e.pessoas.residentes.em.domicí-lios.particulares.(permanentes.ou.improvisados).no.território.nacional..Por.questões.relacionadas.com.as.dificuldades.esperadas.na.realização.da.operação.de.coleta,.fo-ram.feitas.exclusões.de.partes.desta.população.ao.definir.a.população.de.pesquisa,.conforme.descrito.na.seção.2.1.
Assim. sendo,. a. população. de. pesquisa. ficou. definida. como. o. conjunto. das.famílias.e.pessoas.residentes.em.domicílios.particulares.(permanentes.ou.improvi-sados).no.território.nacional,.excluídos.os.localizados.em.setores.especiais.(tipos.2,.4,.5,.6.e.7).e.os.localizados.em.setores.rurais.da.região.Norte.(códigos.de.situação.iguais.a.5,.6,.7.e.8).
Visão Geral do Plano Amostral
O. objetivo. geral. do. plano. amostral. é. selecionar. uma. amostra. que. permita.obter.entrevistas.em.cerca.de.15.000.domicílios,.que.em.seu.conjunto.representem.a.população.de.pesquisa..A.amostra.de.domicílios.deverá.ser.distribuída.em.propor-ções.desiguais.entre.três.categorias:
a)..domicílios.com.famílias.usuárias.do.Programa.Bolsa.Família,.denomina-dos.“casos”;
b)..domicílios. com. famílias. cadastradas. no. Cadastro. Único,. mas. que. ainda.não.são.usuárias.do.PBF,.denominados.“controles.tipo.1”.(estes.domicílios.podem. ser. usuários. de. outros. programas. de. transferência. de. renda,. mas.não.do.PBF);.e
c)..domicílios. sem. famílias. cadastradas. ou. usuárias,. denominados. “controles.tipo.2”.
Como. o. interesse. prioritário. do. projeto. é. avaliar. o. impacto. do. Programa.Bolsa.Família,.a.idéia.inicial.é.que.a.composição.da.amostra.de.15.000.domicílios.
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seja. distribuída.nas. seguintes. proporções:. 4.500. casos. (30%.do. total. da. amostra),.9.000.controles.do. tipo.1. (60%.do. total.da.amostra),. e.1.500.controles.do. tipo.2.(10%.do.total.da.amostra).
Os.controles.do.tipo.1.são.domicílios.onde.as.famílias.seriam.potencialmen-te.elegíveis.ao.benefício.do.PBF,.mas.ainda.não.recebem.este.benefício..O.maior.interesse.na.observação.deste.grupo.é.justamente.poder.obter.dados.para.uma.par-cela.de.famílias.num.instante.anterior.ao.do.recebimento.do.benefício.(linha.base.ou.baseline).com.os.quais.posteriormente.serão.comparados.dados.de.outras.roda-das.da.pesquisa,.realizadas.em.intervalos.de.um.ano.(follow-ups)..Com.a.eventual.conversão.destes.controles.em.casos.(usuários).entre.a.primeira.rodada.e.as.rodadas.posteriores,.seria.possível.fazer.comparações.mais.eficazes.do.tipo.antes.versus.de-pois,. para. uma. amostra. da. população. de. usuários. que. não. foram. atendidos. nas.primeiras.etapas.do.programa.
O.segundo.grupo.de.controles.presta-se,.essencialmente,.a.permitir.avaliar.a.cobertura.do.programa.(estimar.a.proporção.de.domicílios.e.famílias.elegíveis.não.atendidas).e.também.para.dar.medidas.da.variação.de.padrões.de.renda.e.consumo.para.domicílios. e. famílias.não.atendidos.pelo.programa,.que.permitirão.examinar.efeitos.globais.de.variação.da.economia.
Já. o. grupo. de. casos,. formado. pela. amostra. de. famílias. já. atendidas,. será.acompanhado.para.examinar.como.varia.ao.longo.do.tempo.a.situação.das.famílias.já.atendidas.pelo.programa.
Como.não.existe.um.cadastro.atualizado.e.disponível.de.todos.os.domi-cílios.existentes.na.área.de.interesse.da.pesquisa,.foi.necessário.lançar.mão.de.um. plano. por. amostragem. de. conglomerados. em. dois. ou. três. estágios,. com.estratificação.das.unidades.primárias.de.seleção..Além.da.amostragem.conglo-merada,.a.pesquisa.utilizará.amostragem.dupla.com.estratificação,. como.será.descrito.adiante.
A.primeira.fase.da.amostragem.compreenderá.a.seleção.de.setores.censitários.nos.quais.será.feita.uma.operação.de.listagem.(varredura.ou.screening).para.cadas-trar.os.domicílios.encontrados,.classificando-os.nas.três.categorias.(casos,.controles.de.tipo.1,.e.controles.de.tipo.2).
Na.segunda.fase.de.amostragem,.os.domicílios.serão.selecionados.por.amos-tragem.estratificada.dentro.de. cada.uma.destas. categorias,. em.cada.município.ou.grupo.de.municípios.amostrado.
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Amostragem na primeira fase
A.primeira.tarefa.da.amostragem.na.fase.1.é.a.estratificação.da.população..A.coordenação.do.projeto.indicou.que.a.pesquisa.deveria.fornecer.resultados.para.três.estratos. definidos. em. função. das. macrorregiões:. Nordeste. (NE),. Sudeste. e. Sul.(SE+S),.e.Norte.(exceto.os.setores.rurais).e.Centro-Oeste.(N+CO)..Portanto,.esta.é.precisamente.a.primeira.estratificação.feita.
A.obtenção.de.resultados.separados.para.cada.um.destes.estratos.com.preci-são.similar.sugere.também.uma.alocação.igual.da.amostra.(de.domicílios).entre.as.três.áreas..Assim,.em.princípio,.a.idéia.é.que.a.amostra.de.cada.um.destes.estratos.geográficos. seja. de. cerca. de. 5.000. domicílios,. repartidos. entre. os. três. grupos. de.casos. e. controles. nas. mesmas. proporções. propostas. para. a. amostra. inteira. (30%,.60%.e.10%,.respectivamente,.para.casos,.controles.tipo.1.e.controles.tipo.2).
Uma.segunda.tarefa.do.planejamento.amostral.consiste.em.definir,.dentro.de.cada.estrato,. as.Unidades.Primárias.de.Amostragem.(UPAs)..Os.municípios. sur-gem.como.candidatos.naturais.a.serem.utilizados.como.UPAs..Entretanto,.surgem.duas.dificuldades.derivadas.da.grande.variação.de.tamanho.dos.municípios..
Em. primeiro. lugar,. alguns. municípios. são. muito. grandes,. e. se. utilizados.como. UPAs. em. qualquer. plano. amostral. com. sorteio. baseado. em. probabilidades.proporcionais.ao.tamanho,.seriam.incluídos.na.amostra.com.certeza..Nessa.hipóte-se,.deixariam.de.operar.como.unidades.conglomeradas.de.seleção,.passando.a.fun-cionar.como.estratos,.dentro.dos.quais.são.selecionadas.unidades.primárias.de.sele-ção.menores,.como.por.exemplo,.setores.censitários.
Assim,. uma. das. primeiras. tarefas. foi. definir. que. municípios. deveriam. ser.incluídos.na.amostra..Foram.preparadas.duas.listas.dos.maiores.municípios.segun-do. a. população. residente. total. em.2000. (dados. do.Censo. Demográfico. 2000,. do.IBGE).e.em.2005.(dados.de.projeções.de.população.elaboradas.pelo.Cedeplar).
Entre. os. 40. maiores. municípios,. há. apenas. dois. municípios. “discrepantes”.nas.duas.listas..Na.lista.de.2000,.São.João.do.Meriti.entraria,.mas.ficaria.de.fora.na.lista.de.2005..Em.seu.lugar.entraria.Ananindeua,.que.fica.de.fora.por.muito.pouco.em.2000..Em.função.disto,.decidiu-se.ficar.com.uma.lista.de.41.municípios.“gran-des”. para. inclusão.na. amostra..Estes. 41.municípios. foram.os. 40.municípios. com.maior.população.residente.total.em.2000.e.o.município.de.Ananindeua.
Com.este.raciocínio.em.mente.e.considerando.outras.necessidades.do.proje-to,.decidiu-se.que.os.41.maiores.municípios.do.País,.em.termos.de.população,.se-riam.tratados.como.estratos,.e.não.como.unidades.primárias.de.amostragem..Com.
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isto,. mais. tarde. será. possível. recompor. qualquer. das. duas. relações. de. 40. maiores.municípios:.a.de.2000.ou.a.de.2005,.conforme.o.interesse.do.analista.
Assim,.a.estratificação.geográfica.da.amostra.é.feita.em.dois.níveis:.primeiro,.as.três.grandes.áreas.formadas.por.combinações.das.macrorregiões.(N+CO;.NE;.e.SE+S);.depois,.dentro.de.cada.uma.destas.áreas,.cada.município.entre.os.41.maio-res. é. considerado. um. estrato. de. seleção,. e. o. conjunto. dos. demais. municípios. de.cada.área.é.também.um.estrato.
A. segunda. dificuldade. surge. com. os. municípios. com. população. muito.pequena..Neste.caso,.a.utilização.destes.municípios.como.UPAs.representaria.elevação.dos.custos.de.pesquisa,.porque.obrigaria.a.espalhar.mais.a.amostra.de.municípios,.pois. em.muitos.deles.não. seria.possível.obter.amostras.de. tama-nhos. razoáveis.dos. três.grupos.de. interesse..Assim,. antes.de.passar. à. seleção.de.municípios,.foi.realizada.uma.operação.de.agregação.de.municípios.peque-nos,. de. modo. que. os. resultantes. “grupos. de. municípios”. tivessem. tamanho.mínimo.que.permitisse.uma.coleta.eficiente,.caso.selecionados.para.a.amostra.da.primeira.etapa.
Assim,. em. função. da. estratificação,. o. plano. amostral. da. pesquisa. na. fase. 1.pode.ser.especificado.ao.considerar.o.seguinte.esquema.geral,.descrito.no.Quadro.1.
Quadro 1 – Descrição do esquema de amostragem da pesquisa AIBF na Fase 1
Aspecto
Estrato
Municípios grandes (os 41 maiores em população)
Municípios “pequenos” (todos os demais)
Plano amostral Amostragem estratificada de conglomerados em um estágio
Amostragem estratificada de conglo- merados em dois estágios.
Estratificaçãorês grandes áreas, e cada município
dentro destas.
Três grandes áreas, e dentro destas, três estratos baseados na proporção
de pessoas usuárias de programas de transferência de renda.
UPA Setor censitário Municípios ou grupo de municípios
USA1 Setor censitário
1 USA é abreviatura de Unidade Secundária de Amostragem
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Amostragem nos municípios grandes
Nos.municípios.grandes,.cada.município.é.um.estrato.para.seleção.da.amos-tra.de.setores.(UPAs)..Os.setores. foram.selecionados.por.amostragem.sistemática.com. probabilidades. proporcionais. ao. tamanho. (PPT.Sistemático). dentro.de. cada.estrato. (município).. A. medida. de. tamanho. empregada. foi. uma. variável. derivada.que.trazia.informação.sobre.o.número.de.domicílios.cujos.responsáveis.foram.con-siderados.pobres6,.com.base.na.renda.informada.durante.o.CD2000..Os.responsá-veis.pobres.foram.definidos.como.todos.os.que.tinham.renda.nominal.mensal.infe-rior.a.dois.salários.mínimos.
Antes.do.sorteio,.os.setores.foram.ordenados.de.forma.descendente.segundo.a.medida.“Proporção.dos.responsáveis.pobres”7..Este.método.de.seleção.confere.um.efeito.de.estratificação.implícita.da.amostra.de.setores.com.relação.à.variável.“Pro-porção.dos.responsáveis.pobres”..O.número.de.municípios,.de.setores.a.selecionar.por.município.e.o.número.total.de.setores.na.amostra.de.cada.grande.área.são.apre-sentados.na.Tabela.2,.no.Anexo.2.
Amostragem nos municípios pequenos
No.estrato.dos.municípios. “pequenos”,. isto.é,.de. todos.os.municípios.não-.classificados.como.“grandes”.que.foram.incluídos.na.amostra.com.certeza,.decidiu-se. usar. como. unidade. primária. de. amostragem. grupos. de. municípios. contíguos.contendo.pelo.menos.50.setores.
No.momento.da.implementação.do.procedimento.para.agrupar.municípios,.três.municípios.foram.considerados.“especiais”..Trata-se.dos.municípios.de.Nilópo-lis. (código. 3303203),. Diadema. (código. 3513801). e. São. Caetano. do. Sul. (código.3548807).que.não.possuem.municípios.vizinhos.no.estrato.dos.municípios.peque-nos..Portanto,.cada.um.destes.municípios. foi.declarado.uma.unidade.primária.de.amostragem,.e.nenhum.deles.foi.submetido.ao.processo.de.agrupamento.de.muni-cípios.realizado..Desta.forma,.5.462.municípios.foram.submetidos.ao.processo.de.agrupamento.de.municípios.
6 A medida de tamanho de cada setor foi definida como: Tamanho = (V0602 + V0603 + V0604 +1) 2/3 , onde as variáveis V0602, V0603 e V0604 são todas do arquivo agregado por setores censitários (IBGE, 2003), sendo: V0602 = Número de domicílios cujo responsável tem renda até ½ Salário Mínimo; V0603 = Número de domicílios cujo responsável tem renda de ½ até 1 Salário Mínimo; V0604 = Número de domicílios cujo responsável tem renda de 1 até 2 Salários Mínimos.
7 A proporção dos responsáveis pobres é definida como a razão entre a soma das variáveis V0602, V0603, V0604 dividida pela variável V0621, todas do arquivo agregado de setores, sendo V0621 o número total de domicílios no setor.
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O.agrupamento.de.municípios.para. formar.unidades.primárias.de.amostra-gem.foi.realizado.utilizando.uma.abordagem.implementada.no.sistema.Skater.(As-sunção,.Lage.e.Reis,.2003)..Esta.abordagem.é.denominada.de.Spatial clustering by tree edge removal. (conglomeração. espacial. por. remoção. de. arestas. num. grafo),. e.consiste. essencialmente. de. um. procedimento. para. agrupar. unidades. vizinhas. de.modo.a.minimizar.uma.função.de.distância.entre.as.unidades,.com.uma.opção.que.permite.impor.uma.restrição.de.tamanho.mínimo.dos.grupos.de.unidades.vizinhas.a.serem.formados.
A.técnica.de.agrupamento.foi.aplicada.inicialmente.ao.conjunto.de.municí-pios.do.país.como.um.todo,.sem.separar.os.municípios.pelas.grandes.áreas.(macror-região.ou.grupo.de.macrorregiões)..O.resultado.levou.à.formação.de.1.417.grupos,.dos. .quais.apenas.27.continham.municípios.em.mais.de.uma.grande.área..Como.eram.poucas.as.exceções,.estas.foram.tratadas.com.realocação.manual.dos.municí-pios.em.outros.grupos,.sempre.assegurando.que.em.cada.grupo.de.municípios.res-tassem.apenas.municípios.de.uma.mesma.grande.área..O.número.total.de.grupos.ao.final.desta.etapa.de.realocação.permaneceu.igual.a.1.417..Somados.aos.três.mu-nicípios.tratados.de.maneira.especial.conforme.acima.descrito,.o.total.de.UPAs.no.estrato.de.municípios.pequenos.ficou.igual.a.1.420.
A.formação. inicial.dos.grupos.de.municípios. foi.efetuada.com.os.seguintes.critérios:.
1)..Aplicação.do.Skater.com.a.opção.de.formar.grupos.de.municípios.conten-do.ao.menos.50.setores;.e
2)..Uso.da.variável.“Proporção.de.pessoas.atendidas.em.programas.de.transfe-rência.de.renda”8.como.guia.para.agrupamento.dos.municípios.
O.sistema.Skater.foi.usado.de.modo.distinto.do.usual,.em.que.se.busca.agru-par.unidades.similares.segundo.a.variável.ou.as.variáveis.de.agrupamento..Na.pre-sente.aplicação,.buscou-se.reunir.num.mesmo.grupo.municípios.com.valores.bas-tante.distintos.da.variável.de.agrupamento..Este.novo.critério.de.agrupamento.tem.por.objetivo.formar.grupos.com.a.maior.heterogeneidade.interna.possível,.já.que.os.grupos.de.municípios. funcionarão.como.unidades.primárias.de.amostragem.(con-glomerados)..Para.conseguir.este.efeito.com.a.aplicação.do.software.Skater,.a.vari-
8 A proporção de pessoas atendidas por algum programa federal de transferência de renda (Bolsa Família, Bolsa Escola, Cartão Alimentação ou Bolsa Alimentação) foi calculada com base no Cadastro Único de beneficiários, tomando como denominador desta proporção em cada município ou grupo de municípios a estimativa da população municipal publicada pelo IBGE referente ao ano de 2002.
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ável. de. agrupamento. foi. transformada. mediante. três. passos:. a). cálculo. do. posto.(rank). de. cada. município. segundo. esta. variável;. b). padronização. dos. postos. de.modo. a.ficarem.com.média. igual. a. 0. e. variância. igual. a. 1;. c). cálculo.do.módulo.(valor.absoluto).dos.postos.padronizados.
Com. esta. transformação. da. variável. de. agrupamento,. o. uso. do. Skater. fez.com. que. municípios. com. alto. posto. fossem. juntados. primeiramente. com. os. de.baixo.posto,.numa.espécie.de.“pareamento.com.seu.oposto”.em.termos.dos.postos.centrados.da.variável.de.agrupamento..Além.disso,.o.uso.do.programa,.com.a.op-ção.de. tamanho.mínimo.de.50. setores.por.grupo.de.municípios,. levou.à.máxima.divisão.possível.da.população.de.municípios.em.grupos,.como.era.desejado.
Assim,.na.primeira.tentativa,.todos.os.grupos.ficaram.com.número.de.setores.igual.ou.maior.que.50..Esta.regra.foi.violada.para.uns.poucos.grupos.após.a.realo-cação. feita.para.assegurar.que.em.cada.grupo.ficassem.apenas.municípios.de.uma.mesma.grande.área..No.total,.cinco.grupos.ficaram.abaixo.deste.limite,.sendo.que.o.menor.deles.ficou.com.42.setores.
Além.do.número.de.setores.por.grupo,.é.interessante.analisar.como.ficaram.as.distribuições.dos.grupos.quanto.ao.número.de.municípios.em.cada.grupo.(Tabe-la.3,.no.anexo.2)..Verifica-se,.ao.analisar.a.Tabela.3,.que.97,4%.dos.grupos.têm.até.10.municípios,.e.que.há.poucos.grupos.com.mais.municípios,.sendo.que.o.maior.de.todos.tem.41.municípios..Isto.não.deverá.provocar.problemas.ao.processo.de. im-plementação.da.amostra,.pois.é.viável.fazer,.em.tais.grupos.muito.grandes,.etapas.adicionais.de.amostragem,.se.necessário.
Após. a. formação. dos. grupos. de. municípios,. estes. grupos. (as. UPAs. nesta.parte. do. plano. amostral). foram. estratificados. segundo. a. “Proporção. de. pessoas.atendidas. em.programas.de. transferência.de. renda”..Em.cada.grande. área,. foram.formados.três.estratos.de.UPAs.de.acordo.com.esta.variável..A.amostra.de.UPAs.necessária.foi.alocada.entre.os.três.estratos.de.maneira.desigual,.dando.maior.fração.amostral.ao.estrato.onde.é.maior.a.proporção.de.pessoas.atendidas.em.programas.de.transferência.de.renda.
O.número.total.de.UPAs.a.selecionar.nesta.parte.do.plano.amostral.foi.deter-minado.de.maneira.a.respeitar.os.limites.especificados.para.o.planejamento.amostral..Como. a. amostra. dos. municípios. grandes. ficou. em. 41,. no. estrato. dos. municípios.pequenos.decidiu-se.selecionar.65.UPAs..Com.isto,.a.amostra.seria.“concentrada”.em.106.áreas.contíguas,.correspondentes.a.municípios.grandes.ou.grupos.de.municípios.pequenos. (em. termos. de. sua. população).. A. definição. deste. número. de. grupos. de.
126
municípios.a.selecionar.no.estrato.dos.municípios.pequenos.foi.feita.após.considerar.a.recomendação.dada.pela.coordenação.do.projeto.de.seleção.de.cerca.de.apenas.100.municípios.para.a.amostra..A.motivação.para.esta.recomendação.decorreu.da.estru-tura.planejada.para.realização.da.coleta.dos.dados.e.em.função.do.limite.orçamentário.já.fixado.para.o.projeto,.o.qual.considerava.a.inclusão.deste.número.de.municípios.na.amostra..Na.verdade,.o.esforço.de.agrupamento.de.municípios.pequenos.em.UPAs.maiores.foi.feito.justamente.para.permitir.satisfazer.esta.recomendação.e.ao.mesmo.tempo.conseguir.um.plano.que.viabilizasse.a.distribuição.da.amostra.de.maneira.uni-forme.entre.as.UPAs.da.amostra,.deste.estrato.de.municípios.pequenos.
Os.resultados.da.estratificação.de.UPAs.e.sua.alocação.na.amostra.são.apre-sentados.na.tabela.4,.no.Anexo.2.
A.seleção.dos.grupos.de.municípios.(UPAs).em.cada.estrato.foi.efetuada.uti-lizando.amostragem.com.probabilidades.proporcionais.ao.tamanho9..O.método.usa-do.para.a.seleção.PPT.foi.Amostragem.Seqüencial.de.Poisson.(Ohlsson,.1998).
Uma.descrição.resumida.deste.método.é.apresentada.no.Anexo.3..Sua.esco-lha.nesta.aplicação.foi.motivada.pela.simplicidade.do.método.e.pela.facilidade.que.este.método.propicia.para.implementar.mecanismos.de.rotação.amostral,.caso.isto.venha.se.tornar.necessário.
Após.a.seleção.das.unidades.primárias.de.amostragem.(grupos.de.municípios,.neste. caso),. dentro. de. cada. uma. destas. UPAs. foram. selecionados. setores. por.amostragem. sistemática,. com. probabilidades. proporcionais. ao. tamanho. (PPT.Sistemático)..A.medida.de.tamanho.empregada.foi.a.mesma.utilizada.na.seleção.de.setores.no.estrato.dos.municípios.grandes,.isto.é,.uma.variável.derivada.que.trazia.informação. sobre. o. número. de. domicílios. cujos. responsáveis. foram. considerados.pobres10.com.base.na.renda.informada.no.Censo.Demográfico.2000..Os.responsáveis.pobres.foram.definidos.como.todos.os.que.tinham.renda.nominal.mensal.inferior.a.2. salários.mínimos..Antes.do. sorteio,. os. setores. foram.ordenados.dentro.de. cada.UPA. de. forma. descendente,. segundo. a. medida. “Proporção. dos. responsáveis.pobres”11..Este.método.de.seleção.confere.um.efeito.de.estratificação. implícita.da.amostra.de.setores.com.relação.à.variável.“Proporção.dos.responsáveis.pobres”.
9 A medida de tamanho de cada grupo de municípios foi definida como: Tamanho = (V0602 + V0603 + V0604) ½, onde as variáveis V0602, V0603 e V0604 são todas do arquivo agregado por setores.
10 A medida de tamanho de cada setor foi definida como: Tamanho = (V0602 + V0603 + V0604 +1) 2/3, onde as variáveis V0602, V0603 e V0604 são todas do arquivo agregado por setores.
11 A proporção dos responsáveis pobres é definida como a razão entre a soma das variáveis V0602, V0603, V0604 dividida pela variável V0621, todas do arquivo agregado por setores.
127
O.número.de.municípios,.de.setores.selecionados.por.município.e.o.nú-mero.total.de.setores.na.amostra.de.cada.grande.área.são.apresentados.na.Ta-bela.5,.no.Anexo.2.
Amostragem na segunda fase
Uma.vez. selecionados.os. setores. censitários. para. a. amostra,. na.primeira.fase,. um. processo. de. listagem,. com. entrevista. aos. domicílios. encontrados. em.cada.setor.selecionado,.foi.realizado.pela.equipe.de.campo,.na.semana.que.an-tecede.à. semana.agendada.para. coleta.de.dados.no. setor..Esta.operação.gerou.um.cadastro.dos.domicílios.de.cada.setor.amostrado,.onde.os.domicílios.encon-trados.foram.classificados.segundo.o.tipo.(caso,.controles.tipo.1,.controles.tipo.2).. Este. tipo. de. operação. de. listagem. é. comumente. chamado. de. screening. ou.varredura.para.cadastramento.
A.seleção.dos.domicílios.foi.feita.com.estratificação.nestas.três.catego-rias,.dentro.de.cada.setor,.de.modo.a.permitir.controlar.os.tamanhos.de.amos-tra.nas.diferentes.categorias,.como.desejado..O.método.de.seleção.dos.domi-cílios. usou,. como. estratos,. as. listas. de. domicílios. compiladas. reunindo. os.domicílios.de.cada. tipo.em.cada.município. (ou.grupo.de.municípios),.e.bus-cou.distribuir.as.amostras.de.maneira.uniforme.entre.os.setores.da.amostra..A.seleção.dos.domicílios.em.cada.estrato.(categoria.x.setor).foi.feita.com.proba-bilidades.iguais,.mas.domicílios.em.diferentes.estratos.podem.ter.probabilida-des.de.seleção.diferentes.
A.seleção.estratificada.de.domicílios.foi.uma.aplicação.de.amostragem.dupla.(Cochran,. 1977). ou. amostragem. em. duas. fases. (two-phase sampling). descrita. em.Särndal.et.al.(1992).
Alocação geral da amostra
A.Tabela.6,.no.Anexo.2,.apresenta.a.alocação.geral.da.amostra.planeja-da.para.a.pesquisa.base.do.Projeto.AIBF..Os.arquivos.com.a.identificação.da.amostra. de. municípios. e. setores. foram. elaborados. no. formato. do. Excel,. e.entregues.ao.Cedeplar.em.formato.digital..O.protocolo.metodológico.pactua-do. para. o. projeto. requer. que. tais. arquivos. sejam. mantidos. em. sigilo. pelas.equipes. da. Science. e. Cedeplar,. e. não. sejam. disseminados. nem. entregues. ao.MDS.antes.do.final.do.projeto.
128
Referências
Assunção.R.M.,.Lage.J.P..e.Reis.E.A.,.2003..Análise de Conglomerados Espaciais via Árvore Geradora Mínima..Revista.Brasileira.de.Estatística.
Cochran,.W..G.,.1977..Sampling Techniques,.3rd.edition..Nova.Iorque:.John.Wiley.&.Sons.
Fundação.Instituto.Brasileiro.de.Geografia.e.Estatística.(IBGE),.2003..Censo De-mográfico 2000: Agregado por Setores Censitários dos Resultados do Universo,.2ª.edi-ção..Rio.de.Janeiro:.IBGE.
Ohlsson,. E.,. 1998.. Sequential Poisson Sampling.. Journal. of. Official. Statistics,. 14:.149-162.
Pessoa,. D.. G.. C.. &. Nascimento. Silva,. P.. L.. do,. 1998.. Análise de Dados Amostrais Complexos..São.Paulo:.Associação.Brasileira.de.Estatística.
Särndal,.C.E.,.Swensson,.B.,.Wretman,.J.,.1992..Model.Assisted.Survey.Sampling..Nova.Iorque:.Springer-Verlag.
Anexo I
Nota técnica 3: reflexões sobre a amostra
para o componente da demanda
do Programa Brasil Alfabetizado
131
Nota técnica 3: reflexões sobre a amostra para o componente da demanda
Versão 22/03/2005
Mauricio Teixeira Leite de Vasconcellos
Science
Introdução
Esta. nota. técnica. descreve. duas. opções. para. a. seleção. de. uma. amostra. de.analfabetos.(15.anos.ou.mais),.comparando.suas.vantagens.e.desvantagens.
A.primeira.opção.baseia-se.no.cadastro.do.Sistema.de.Informação.da.Aten-ção.Básica.(Siab),.enquanto.a.segunda.caracteriza-se.por.ser.uma.pesquisa.domici-liar. com. amostra. selecionada. a. partir. dos. dados. do. Censo. Demográfico. 2000.(CD2000).
Nas.duas.opções,. a. amostra. representará.a.nação,.não.permitirá. inferências.para.domínios. regionais,. e. será.conglomerada.por.município..Estas.duas.medidas.visam.à.redução.do.custo.da.pesquisa.
Desenho das amostras
Amostra do SIAB Pesquisa domiciliar
Primeiro estágio: Município (n=60)Seleção com probabilidade proporcional ao número de analfabetos do município (Ai), condicionada a um corte pré-definido.Municípios onde Ai > corte serão automaticamente incluídos na amostra (estrato certo), onde Corte = número de analfabetos do Siab / 60.A diferença entre 60 e o número de municípios do estrato certo será selecionada de forma aleatória.Problemas:• Existem 269 municípios do CD2000 que não
constam do Siab;• Existem diversos municípios onde o Siab
tem baixa cobertura (nº de analfabetos bem menor que o do Censo).
Primeiro estágio: Município (n=60)Seleção com probabilidade proporcional ao número de analfabetos do município em 2000 (ACi), condicionada a um corte pré-definido.Municípios onde ACi > corte serão automaticamente incluídos na amostra (estrato certo), onde Corte = número de analfabetos do Censo / 60.A diferença entre 60 e o número de municípios do estrato certo será selecionada de forma aleatória.Problemas:• Existem 45 municípios do Siab que não
constam do CD 2000 (municípios instalados em 01/01/2001 e em 01/01/2005).
As áreas geográficas dos municípios novos serão consideradas nos municípios que lhes deram origem, o que resolve a questão de cobertura mas traz pequenos problemas para a coleta (identificação do setor ou setores selecionados em dois municípios).
132
Geração de cadastro nos municípios selecionados:Em cada município selecionado, deve-se consultar a secretaria municipal de saúde para obter o cadastro de pessoas analfabetas ou de domicílios com pessoa analfabeta.Diversos cenários podem ser encontrados:• Existem cadastros informatizados com
indicação do domicílio e das pessoas analfabetas e osformatos destes cadastros podem variar por município em função de seus recursos de hardware e software;
• O cadastro existente está distribuído entre as unidades de atenção básica à saúde (US);
• Não existem cadastros informatizados mas há fichas ou pastas sobre os domicílios nas US;
• Não existe cadastro informatizado e a cobertura do Siab é decorrente do cadastramento de clientes que procuram a US; e
• Nada assegura não haver duplicidade de cadastramento de pessoas entre duas ou mais US.
Em qualquer hipótese, deve-se buscar padronização, gerando um arquivo para exercer o papel de cadastro de seleção. Para uma amostra de pessoas, cada registro do cadastro deve ser numerado seqüencialmente e indicar uma pessoa, seu endereço e sua condição de analfabeto ou não. Para uma amostra de domicílios, cada registro do cadastro deve ser numerado seqüencialmente e indicar um dmicílio, seu endereço e seu número de analfabetos. Qualquer que seja o tipo de cadastro montado e diante da falta de certeza sobre a inexistência de duplicidades e sobre a cobertura do cadastramento feito no âmbito das US, a amostra não poderá estimar sem viés (desconhecido) o total de analfabetos do País.
Geração de cadastro nos municípios selecionados:
Nesta hipótese, o cadastro é o de setores censitários do CD2000.
Para cada setor existem mapas (formato pdf), descrição dos limites, dados sobre domicílios e população (do CD2000) e folhas de coleta do CD2000
Os setores censitários podem ser as unidades secundárias de amostragem.
Se dentre os objetivos estiver a estimação do total de analfabetos do País, é importante dar probabilidade de seleção a todos setores, mesmo os que têm poucos ou nenhum analfabeto. Não havendo este objetivo, a amostra pode ser limitada aos setores com um número mínimo de analfabetos (ou de domicílios com analfabeto residente).
Segundo estágio: Unidade de SaúdePara os municípios selecionados com mais de duas US, seria feita a seleção de US. Nos demais, todas as US entrariam na amostra.De acordo com o porte do município, seriam selecionadas de 2 a 6 US, com probabilidade proporcional ao número de domicílios com pelo menos um analfabeto, ou proporcional ao número de pessoas analfabetas.
Segundo estágio: setor censitário (n=200)Seleção com probabilidade proporcional ao seu número de analfabetos ou ao número de domicílios com pelo menos um analfabeto.Número de setores variando entre 2 e 6 por município, em função da população e do número de setores do município, condicionado à restrição de chegar a um total de 200 setores na amostra.
Amostra do SIAB Pesquisa domiciliar
133
Esta decisão sobre seleção de domicílios ou analfabetos deve ser tomada anteriormente ao lançamento da pesquisa e será usada para todos os municípios selecionados.Em princípio, parece ser mais adequado a seleção de domicílios, visto que dados domiciliares serão coletados e analisados em conjunto com dados pessoais.No entanto, o que será dito para domicílios poderá ser aplicado a pessoas, sem perda de generalidade. Assim, em nome da simplicidade, o texto que se segue fará menção apenas à seleção de domicílios.O número de US por município selecionado será definido em função do porte do município selecionado, de forma a ter pelo menos 10 domicílios com analfabetos (ou 10 pessoas analfabetas) selecionados por US. Nos casos em que não há US (o atendimento é feito em município vizinho) ou há até 2 US, todas entrarão na amostra.
A seleção de setores pode ser feita de forma sistemática, após ordenação dos setores em função de renda ou de número de analfabetos, como forma de induzir uma estratificação implícita dos setores.Geração de cadastro nos setores selecionados:Não há necessidade de fazer uma listagem ou arrolamento de todos os domicílios da amostra, basta fazer uma contagem rápida de domicílios para ter o total atualizado de domicílios do setor.Pode-se apoiar esta operação com as folhas de coleta do CD2000 (FC2000). O uso das FC2000 assegurará a total cobertura do setor, o respeito ao percurso de observação do setor, e facilitará o registro sobre a eliminação de domicílios (demolição, tornou-se não-residencial, etc.) e sobre a criação de novos domicílios.As FC2000 são disponibilizadas por meio de imagens. Por razões ligadas ao sigilo estatístico, foram eliminados destas imagens os dados dos domicílios que indicam o nome do seu chefe e sua composição.
Terceiro estágio: domicílios (n=2000)Neste caso, como não será possível estimar o total de analfabetos do País, pode-se proceder à seleção de domicílios que tenham pelo menos um analfabeto diretamente dos cadastros gerados nos municípios selecionados.Esta operação pode ser feita em campo, por meio de uma planilha Excel, elaborada previamente para cada município selecionado.Esta planilha terá um único campo aberto, onde deve ser digitado o número total de domicílios com analfabetos. Uma vez digitado este número, uma coluna indicará os números de ordem dos domicílios a entrevistar e quantidade de domicílios a entrevistar.De posse destes números de ordem, volta-se ao cadastro da US para identificar a localização dos domicílios a entrevistar.As não-respostas deverão ser indicadas por meio do questionário (ou de uma folha de coleta da US) para serem processadas, a fim de permitir a correção de não-resposta no fator de expansão da amostra.
Terceiro estágio: domicílios (n=2000)O número de domicílios entrevistados por setor será fixado em 10 e será usado um procedimento de amostragem inversa, baseado na seleção prévia de 40 domicílios a serem visitados seqüencialmente até serem obtidas as 10 entrevistas realizadas ou até serem visitados todos os 40 domicílios.Também neste caso, será fornecida uma planilha para ser digitado o total de domicílios particulares contados no setor. A planilha indicará a seqüência de números de ordem dos 40 domicílios a visitar.De posse destes números de ordem, volta-se à FC2000 atualizada pela contagem rápida para identificar o endereço dos domicílios a visitar, respeitando a ordem de seleção.Deverá ser feita uma folha de coleta para indicar as ocorrências observadas na visita a cada um dos domicílios (e, portanto, a indicação d e quantos foram visitados), inclusive a realização de entrevista, para viabilizar o cálculo do fator de expansão da amostra.
Amostra do SIAB Pesquisa domiciliar
134
Estas.são.as.idéias.centrais.dos.dois.desenhos.de.amostra.possíveis,.com.a.in-dicação.de.que.a.pesquisa.domiciliar.é.um.desenho.muito.mais.robusto,.que.produ-zirá.estimativas.mais.confiáveis,.para.uma.população.amostrada.mais.bem.definida.
Além.disso,.parece.que.seu.custo.deve.ser.da.mesma.ordem.de.grandeza.do.da.pesquisa.baseado.no.Siab,.cujo.tempo.e.custo.de.montagem.de.cadastro,.quando.possível,.deve.ser.não-desprezível,.podendo.ser.até.maior.do.que.o.de.uma.conta-gem.rápida,.operação.correspondente.à.montagem.de.cadastro.nas.US.
137
Quadro.1.-.Códigos.de.situação.do.setor.
Código. Descrição.da.situação
1. Área.urbanizada.de.cidade.ou.vila
2. Área.não-urbanizada.de.cidade.ou.vila
3. Área.urbana.isolada
4. Aglomerado.rural.de.extensão.urbana
5. Aglomerado.rural.isolado.–.povoado
6. Aglomerado.rural.isolado.–.núcleo
7. Aglomerado.rural.isolado.outros.aglomerados
8.. Zona.rural,.exclusive.aglomerado.rural..
Quadro.2.-.Códigos.de.tipo.do.setor.
Código. Descrição.do.tipo.do.setor
0. Comum.ou.não.especial
1. Especial.de.aglomerado.subnormal
2. Especial.de.quartéis,.bases.militares,.etc.
3. Especial.de.alojamento,.acampamentos,.etc.
4. Especial.de.embarcações,.barcos,.navios,.etc.
5. Especial.de.aldeia.indígena
6. .Especial. de. penitenciárias,. colônias. penais,. presídios,..cadeias,.etc.
7.. Especial.de.asilos,.orfanatos,.conventos,.hospitais,.etc...
138
Tabela 1 – Número e proporção de setores, domicílios particulares permanentes (DPP) e pessoas residentes em DPP, segundo situação em relação à inclusão
no cadastro de seleção da pesquisa do projeto AIBF.
Macror- região
Situação do setor no cadastro de
seleção
Setores Domicílios População
Contag emProporção
(%)Contagem
Proporção(%)
ContagemProporção
(%)
Norte
Mantido 8.409 58,6% 2.062.419 72,1% 9.012.486 69,9%
Excluído - tipo especial
133 0,9% 6.784 0,2% 23.084 0,2%
Excluído - situação
rural5.811 40,5% 793.063 27,7% 3.865.134 30,0%
Total na Região
14.353 6,7% 2.862.266 6,3% 12.900.704 7,6%
Nordeste
Mantido 53.506 99,7% 11.511.594 99,8% 47.701.703 99,9%
Excluído - tipo especial
181 0,3% 20.425 0,2% 40.008 0,1%
Total na Região
53.687 24,9% 11.532.019 25,3% 47.741.711 28,1%
Sudeste
Mantido 95.628 99,4% 20.454.633 99,4% 72.285.368 99,8%
Excluído - tipo especial
613 0,6% 114.159 0,6% 127.043 0,2%
Total na Região
96.241 44,6% 20.568.792 45,2% 72.412.411 42,6%
Sul
Mantido 36.679 99,7% 7.303.887 99,8% 25.082.119 99,9%
Excluído - tipo especial
121 0,3% 15.930 0,2% 25.497 0,1%
Total na Região
36.800 17,1% 7.319.817 16,1% 25.107.616 14,8%
Centro- oeste
Mantido 14.495 98,4% 3.213.153 99,6% 11.604.491 99,7%
Excluído - tipo especial
235 1,6% 11.469 0,4% 32.237 0,3%
Total na Região
14.730 6,8% 3.224.622 7,1% 11.636.728 6,9%
Total
Mantido 208.717 96,7% 44.545.686 97,9% 165.686.167 97,6%
Excluído - tipo especial
1.283 0,6% 168.767 0,4% 247.869 0,1%
Excluído - situação
rural5.811 2,7% 793.063 1,7% 3.865.134 2,3%
Total Geral 215.811 100,0% 45.507.516 100,0% 169.799.170 100,0%
Fonte: Arquivo Agregado por Setores Censitários dos Resultados do Universo do Censo Demográfico 2000
139
Tabela 2 – Resumo da amostra de setores nos municípios grandes.
Macrorregião Número de Municípios Setores por MunicípioTotal de Setores
na Amostra
Norte + Centro-Oeste 7 18 126
Nordeste 11 15 165
Sudeste + Sul 23 15 345
Total 41 – 636
Tabela 3 – Distribuição de freqüência do número de municípios por grupo.
Número de Municípios no Grupo Número de Grupos
1 253
2 265
3 245
4 213
5 151
6 97
7 84
8 42
9 20
10 13
11 14
12 8
13 3
14 3
15 2
16 2
19 1
20 1
21 1
30 1
41 1
Total 1.420
140
Tabela 4 – Descrição dos estratos de UPAs, no estrado dos municípios pequenos, e alocação da amostra nestes estratos.
Grande Área Estrato
Limites Número de UPAs
Inferior Superior Na população Na Amostra
Nordeste 1 0,0812 0,2663 240 5
Nordeste 2 0,2664 0,3132 119 7
Nordeste 3 0,3133 0,4444 121 13
Norte e Centro-Oeste 1 0,0290 0,1296 78 5
Norte e Centro-Oeste 2 0,1297 0,1857 40 6
Norte e Centro-Oeste 3 0,1858 0,8033 39 12
Sudeste e Sul 1 0,0163 0,0938 392 4
Sudeste e Sul 2 0,0939 0,1388 195 5
Tabela 5 – Resumo da amostra de setores nos municípios pequenos
Grande Área Número de UPAsSetores por Município
Total de Setores na Amostra
Norte + Centro-Oeste 23 12 76
Nordeste 25 12 300
Sudeste e Sul 17 12 204
Total 65 – 780
141
Tab
ela
6 –
Dad
os
da
po
pu
laçã
o e
alç
oca
ção
ger
al d
a am
ost
ra
Gra
nd
e ár
ea
Po
pu
laçã
oA
mo
stra
Fra
ção
Am
ost
ral
Par
âmet
ros
Tip
o d
e m
un
icí-
pio
Nú
mer
o
de
pes
-so
as
Nú
mer
o d
e d
om
icíli
os
par
ticu
lare
s p
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anen
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126
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8015
,88
1812
30.8
27
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.270
.671
3.30
4.22
114
.767
157
888
2327
63.
312
1,00
18,6
912
125.
352.
009
Tota
l20
.641
.809
5.19
3.97
622
.701
164
895
3040
24.
824
0,93
17,7
1-
-5.
382.
836
NE
Gra
ndes
11.2
26.9
022.
841.
500
10.6
8811
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1.98
00,
7015
,44
1512
6.52
2
UPA
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.675
480
1.77
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3.60
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427,
0312
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542.
717
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97.2
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498,
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37.1
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577.
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00,
368,
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45.9
0189
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783
2.80
217
204
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00,
112,
2912
101.
460.
591
Tota
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8313
1.52
880
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490
0,20
4,17
--
1.47
7.39
7
Tota
lG
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08.9
3761
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4163
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942
0,49
10,4
1-
-54
.155
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s11
4.24
2.64
529
.705
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146.
514
1.42
05.
465
6578
08.
952
0,30
5,32
--
8.35
5.31
7
Tota
l16
5.77
7.85
744
.014
.785
207.
592
1.46
15.
507
106
1.41
615
.894
0,36
6,82
--
8.40
9.47
2
145
Passo. 1:. obtenha. para. cada. unidade. no. cadastro. um. número. pseudo-aleatório,. isto. é,. um. número. gerado. com. base. na. distribuição. Uniforme. no.intervalo.(0;.1),.de.forma.que.a.geração.para.diferentes.unidades.no.cadastro.seja.independente..Seja.Xi.o.número.aleatório.gerado.para.a.unidade.i.do.ca-dastro,.i=1,.2,...,.N.
Passo 2:.Em.seguida,.calcule.os.valores.relativos.da.medida.de.tamanho.t.a.ser.empregada.para.selecionar.a.amostra.
Denotando.por.Ti.o.tamanho.t.da.unidade.i.do.cadastro,.calcule.os.va-lores.de.N.pi.=.Ti./.ΣTk.para.todo.i=1,.2,...,.N..Observe.que.os.valores.pi.sa-tisfazem.à.relação:
Σpi.=.1
a)..Calcule.os. “números. aleatórios.modificados”.dados.por.Zi. =.Xi. /. pi. para.todas.as.unidades.do.cadastro,.i=1,.2,...,.N.
b)..Ordene.as.unidades.do.cadastro.segundo.os.números.aleatórios.modifica-dos,.do.menor.para.o.maior.valor.
c)..Inclua.na.amostra.as.n.primeiras.unidades.na.lista.ordenada,.isto.é,.aquelas.com.os.n.menores.valores.dos.números.aleatórios.modificados.Zi.
k=1
N
i=1
N
147
Coleção Educação para Todos
Volume 01: Educação de Jovens e Adultos: uma memória contemporânea, 1996-2004
Volume 02: Educação Anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03
Volume 03: Construção Coletiva: contribuições à educação de jovens e adultos
Volume 04: Educação Popular na América Latina: diálogos e perspectivas
Volume 05: Ações Afirmativas e Combate ao Racismo nas Américas
Volume 06: História da Educação do Negro e Outras Histórias
Volume 07: Educação como Exercício de Diversidade
Volume 08: Formação de Professores Indígenas: repensando trajetórias
Volume 09: Dimensões da Inclusão no Ensino Médio: mercado de trabalho, religiosidade
e educação quilombola
Volume 10: Olhares Feministas
Volume 11: Trajetória e Políticas para o Ensino das Artes no Brasil: anais da XV CONFAEB
Volume 12, Série Vias dos Saberes n. 1: O Índio Brasileiro: o que você precisa saber
sobre os povos indígenas no Brasil de hoje
Volume 13, Série Vias dos Saberes n. 2: A Presença Indígena na Formação do Brasil
Volume 14, Série Vias dos Saberes n. 3: Povos Indígenas e a Lei dos “Brancos”:
o direito à diferença
148
Volume 15, Série Vias dos Saberes n. 4: Manual de Lingüística: subsídios para a forma-
ção de professores indígenas na área de linguagem
Volume 16: Juventude e Contemporaneidade
Volume 17: Católicos Radicais no Brasil
Volume 18, Série Avaliação n. 1: Brasil Alfabetizado: caminhos da avaliação
Volume 19, Série Avaliação n. 2: Brasil Alfabetizado: a experiência de campo de 2004
Volume 20, Série Avaliação n. 3: Brasil Alfabetizado: marco referencial para avaliação
cognitiva
Volume 21, Série Avaliação n. 4: Brasil Alfabetizado: como entrevistamos em 2006
Volume 22, Série Avaliação n. 5: Brasil Alfabetizado: experiências de avaliação dos
parceiros
Volume 23, Série Avaliação n. 6: O que fazem as escolas que dizem que fazem Educa-
ção Ambiental?
Volume 24, Série Avaliação n. 7: Diversidade na Educação: experiências de formação
continuada de professores
Volume 25, Série Avaliação n. 8: Diversidade na Educação: como indicar as diferenças?
Volume 26: Pensar o Ambiente: bases filosóficas para a Educação Ambiental
Volume 27: Juventudes: outros olhares sobre a diversidade
Volume 28: Educação na Diversidade: experiências e desafios na educação intercultural
bilíngüe
Volume 29: O Programa Diversidade na Universidade e a Construção de uma Política
Educacional Anti-racista
Volume 30: Acesso e Permanência da População Negra no Ensino Superior
muitas vezes, sem trajetória escolar prévia – desenvolveram durante o curso de alfa-betização. A concepção metodológica, bem como a elaboração estrito senso dos itens de avaliação de Leitura/Escrita e Matemáti-ca, ficaram sob a responsabilidade da equi-pe do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale), vinculado à Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE/UFMG), instituição com recon-hecida experiência na seara da avaliação, pedagógica e cognitiva, de políticas e proje-tos de alfabetização de jovens e adultos.
A segunda frente, empreendida em par-ceria com a Sociedade Científica da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Science) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), visou, primordialmente, ao desenho das amostras de alfabetizandos e turmas, bem como à construção de um instrumento de pesquisa que possibilitasse colher infor-mações sobre o perfil socioeconômico dos beneficiários do Programa Brasil Alfabet-izado, abarcando dimensões relacionadas à motivação, histórico familiar, educação, ren-da, condições habitacionais, usos do tempo, saúde preventiva e acesso ao mercado de trabalho.
Dessa forma, em dezembro de 2004, o processo de avaliação do Programa Brasil Alfabetizado deu seus primeiros passos –ex-pressão translúcida da parceria, ora consoli-dada, entre o Departamento de Avaliação e Informações Educacionais e o Departamen-to de Educação de Jovens e Adultos– rumo à implementação de iniciativas concretas para aferição do desempenho cognitivo dos alfabetizandos e, ademais, para coleta de informações socioeconômicas sobre o pú-blico-atendido. O presente volume apresenta parte fundamental dessa trajetória.
Ainda que, em alguns momentos, os tex-tos possam parecer incipientes aos olhos de especialistas e pesquisadores mais exigen-tes, é possível percebermos nas entrelinhas –principalmente aqueles atores e parceiros que participaram ativamente da elaboração do Plano de Avaliação do Programa Brasil Al-fabetizado– a germinação de um enriquece-dor processo de aprendizagem e construção coletivas. Os primeiros frutos, ainda que tem-porãos, foram colhidos em dezembro de 2004: e são eles que lhes oferecemos agora.