brasil 'vence' a copa
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50 | Edição #30 |
A imagem do Maracanã todo iluminado, com
fogos pipocando no céu do Rio de Janeiro e o
Cristo Redentor ao fundo, para celebrar o final
da Copa do Mundo, vencida pela Alemanha, ficará por
muito tempo na lembrança dos brasileiros, mas princi-
palmente na dos estrangeiros, muitos dos quais sequer
sabiam exatamente o que era o Brasil, e os que o conhe-
ciam também o temiam. O cenário, repetido nessa noite
exaustivamente pelas câmeras da Fifa, foi visto por cer-
ca de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo. Apesar do
fracasso da seleção brasileira, que entristeceu milhões
de torcedores, a Copa foi vitoriosa, especialmente para
o turismo e para incrementar, em um futuro bem pró-
ximo, os grandes eventos, não apenas esportivos, mas
também os de negócios. Sim, o gigante adormecido ago-
ra já pode ser reconhecido internacionalmente como
um país de diferentes paisagens, culturas, infraestrutu-
ra e habitado por um povo muito hospitaleiro.
Do “Não vai ter Copa” para a “A Copa das Copas” foi
uma virada relâmpago e com um gol de placa para o se-
tor de viagens. Em apenas um mês, o Brasil recebeu mais
de 1 milhão de pessoas de 203 nacionalidades distintas. A
expectativa inicial, de 600 mil visitantes, foi batida ainda
em junho, quando os estrangeiros estiveram nas cida-
des-sedes dos jogos. Mais de 60% deles, segundo o pró-
prio governo, não conheciam o país. E gostaram do que
viram e, principalmente, do que vivenciaram - dentro e
fora dos gramados. Pesquisa feita pelo Datafolha duran-
te o mundial revela que a organização da Copa foi bem
avaliada por 83% dos estrangeiros. E, em alguns quesi-
tos, a aprovação foi quase total: 90% deles elogiaram o
conforto e a segurança dos estádios. Outros 76% também
acharam ótima ou boa a qualidade dos transportes até
as arenas. Porém, o grande destaque mesmo foi dado aos
anfitriões . Para eles, diz o Datafolha, “hospitalidade, sim-
patia e amabilidade são o que o país tem de melhor”.
Além disso, segundo o governo, cerca de 3 milhões
de brasileiros se deslocaram pelo Brasil no período. A
economia também ganhou reforço. No Rio de Janeiro, os
turistas gastaram R$ 4,4 bilhões. Para os cofres de São
Paulo, eles deixaram R$ 1,8 bilhão. Segundo o SPTuris,
mais de 540 mil visitantes (220 mil estrangeiros) passa-
ram pela capital, um volume 40% maior do que o esti-
mado. E, mesmo após o término da competição, muitos
ficaram mais alguns dias na cidade, aproveitando a gas-
tronomia, as compras e a vida noturna.
Se o Brasil perdeu o hexa no futebol, ganhou visibilida-
de e confiança, inclusive dos próprios brasileiros. Em 2015,
São Paulo vai sediar o congresso internacional do Rotary,
com a presença de 40 mil pessoas. Em 2016, será a vez das
Olimpíadas, no Rio. Resta torcer agora – e muito - para que
essa imagem positiva seja preservada e bem trabalhada
para que o país suba alguns degraus no ranking do turis-
mo e dos bons negócios. Que venham os megaeventos!
legado
• por Simone galib
O país perdeu a Copa no futebol, mas marcou muitos gols no turismo, na imagem externa, na confiança e na hospitalidade de um povo, que encantou o mundo
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