bÁrbara suÊnia targino do amaral · a matriz será utilizada neste projeto, com a finalidade de...
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA – UNIPÊ
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO
MBA VII GESTÃO EMPRESARIAL E DE PESSOAS
BÁRBARA SUÊNIA TARGINO DO AMARAL
A PRESERVAÇÃO DOS TÚMULOS E JAZIGOS DO CEMITÉRIO SENHOR DA
BOA SENTENÇA: análise segundo a Matriz Gut
João Pessoa – PB
2013
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BÁRBARA SUÊNIA TARGINO DO AMARAL
A PRESERVAÇÃO DOS TÚMULOS E JAZIGOS DO CEMITÉRIO SENHOR DA
BOA SENTENÇA: análise segundo a Matriz Gut
Trabalho de Conclusão de Curso TCC-
apresentado ao centro Universitário de João
Pessoa – UNIPÊ, como pré-requisito para a
obtenção do título acadêmico de Especialista
em Gestão Empresarial e de pessoas.
Orientador: Ms Antônio Fernando Leal
João Pessoa – PB
2013
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A485p Amaral, Bárbara Suênia Targino do.
A Preservação dos Túmulos e Jazigos do Cemitério
Senhor da Boa Sentença: análise segundo a matriz gut /
Bárbara Suênia Targino do Amaral; João Pessoa, 2013.
32f.
Projeto (Especialista em Gestão Empresarial e de
Pessoas) – Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ
1.Matriz Gut. 2.Cemitérios. 3. Cemitério Senhor da Boa Sentença.
I. Título.
UNIPÊ / BC CDU – 658.012.2
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BÁRBARA SUÊNIA TARGINO DO AMARAL
A PRESERVAÇÃO DOS TÚMULOS E JAZIGOS DO CEMITÉRIO SENHOR DA
BOA SENTENÇA: análise segundo a Matriz Gut
Trabalho de Conclusão de Curso TCC- apresentado ao centro Universitário de João Pessoa –
UNIPÊ, como pré-requisito para a obtenção do título acadêmico de Especialista em Gestão
Empresarial e de pessoas.
Aprovado em:.../..../2013.
Nota: ____________
Prof. Ms. Antônio Fernando Leal
Centro universitário de João Pessoa – UNIPÊ
Profª Maria Nilza Barbosa Rosa
Centro universitário de João Pessoa – UNIPÊ
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Ao Mestre Maior, dedico.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me dado, incríveis oportunidades de crescimento como esta,
mostrando assim todo o seu poder, amor, compreensão e infinita amizade não só como filha
do grande arquiteto do universo, mas como um ser que busca a luz.
Em seguida agradeço a minha querida mãe, que por sua perseverança e sabedoria que
me fizeram buscar o conhecimento não só como ferramenta de aprendizagem mais
principalmente como forma de conhecer o próprio eu.
Aos meus amigos em especial Alex, Cecília, Dryellemn e Alisson Mendonça, que
compartilharam bons momentos antes e durante esta importante etapa de minha vida,
auxiliando principalmente com palavras e gestos.
Aos meus orientadores e amigos Fernando Leal e Nilza Soares por seus ensinamentos
e todo apoio.
À senhora Iracyr e ao professor Carlos Alberto Azevedo, grandes conhecedores,
“viventes” e pesquisadores do cemitério Senhor da Boa Sentença.
E finalmente a todos os amigos espirituais pelos pensamentos de otimismo e fé.
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“E se me achar esquisita, respeite também. Até eu
fui obrigada a me respeitar”.
Clarice Lispector
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AMARAL, Bárbara Suênia Targino do. A PRESERVAÇÃO DOS TÚMULOS E
JAZIGOS DO CEMITÉRIO SENHOR DA BOA SENTENÇA: análise segundo a Matriz
Gut. 2013. 32f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialista em Gestão Empresarial e de
Pessoas) Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ.
RESUMO
Este projeto tem como objetivo específico através da Matriz GUT, priorizar os principais
monumentos do Cemitério Senhor da Boa Sentença que receberão uma reforma, onde a
mesma será definida pelo estado de conservação do jazigo, mausoléu ou túmulo. Foi
necessário fazer um breve estudo sobre a Matriz Gut, Cemitérios e o foco principal o próprio
Cemitério Senhor da Boa Sentença. Um questionário foi aplicado com o intuito de não só
obter informações gerais sobre os monumentos, mas também sobre o surgimento, como se
deu e como está atualmente a administração do Cemitério. Com a aplicação da Matriz Gut
será mais fácil não só identificar quais os jazigos de modo geral que precisam de uma reforma
para breve, como também os que mesmo não necessitando agora possam futuramente já estar
enquadrados num processo de reconstrução como um todo.
Palavras-chave: Matriz Gut. Cemitérios. Cemitério Senhor da Boa Sentença.
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AMARAL, Barbara Suênia the Targino. TOMBS OF THE PRESERVATION AND
CEMETERY deposits GOOD LORD OF SENTENCE: analysis by Matrix Gut. 2013. 32p.
Completion of course work (Specialist in Business Management and People) University
Center of João Pessoa - UNIPÊ.
ABSTRACT
This project aims through specific GUT Matrix, prioritize the main monuments of the Lord
Cemetery of Good Judgment will receive a makeover, where it will be defined by the state of
conservation of the tomb, mausoleum or tomb. It was necessary to make a brief study on the
Gut Matrix, and the main focus Cemeteries Cemetery himself Lord of Good Judgment. A
questionnaire was administered with the aim of not only general information about the
monuments, but also on the rise, as it was and as it is currently administering the cemetery.
With the implementation of Matrix Gut will be easier not only identify which deposits
generally in need of a makeover soon, as well as requiring that even now can not already be
framed in future reconstruction process as a whole.
Keywords: Matrix Gut. Cemeteries. Cemetery Lord of Good Judgment.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................10
2 PERCURSOS DA FORMA..............................................................................................12
2.1 MATRIZ GUT.................................................................................................................12
2.2 CEMITÉRIOS: SIMBOLOGIA E NORMAS...................................................................15
3 O CEMITÉRIO SENHOR DA BOA SENTENÇA..........................................................17
3.1 O CEMITÉRIO COMO PATRIMÔNIO HISTÓRICO.....................................................17
3.2 O CEMITÉRIO NA PERCEPÇÃO DE UMA FUNCIONÁRIA......................................18
3.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS........................................................................21
4 CONCLUSÃO................................................................................................................25
REFERÊNCIAS................................................................................................................26
APÊNDICES.....................................................................................................................27
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1 INTRODUÇÃO
Dos adros das igrejas para fora das cidades os cemitérios aos poucos ganham vida,
vindo posteriormente a fazer parte da cidade, alguns se tornando verdadeiros patrimônios
históricos, e outros que foram surgindo no decorrer dos anos e continuam funcionando
ativamente com a prática de sepultamentos e exumações.
O projeto relata um breve resumo do aparecimento dos cemitérios de um modo geral,
e como se deu na Paraíba, mais precisamente na cidade de João Pessoa, vindo a focar
justamente o cemitério Senhor da Boa Sentença.
O que antes tinha um significado mais material, subjetividade exacerbada e simbólica,
no decorrer da histórica dos cemitérios, este patrimônio em geral, ainda possui um sentido
subjetivo mais voltado para pesquisa, preservação, artes e história.
O cemitério Senhor da Boa Sentença fundado no surgimento da cidade, é o mais
antigo e o único considerado patrimônio histórico cemiterial aqui na Paraíba, suas atividades
no decorrer do tempo vem se tornando cada vez mais escassas.
O trabalho será feito com o auxílio da MATRIZ GUT, que por sua vez é um
instrumento de aspecto qualitativo, através do uso desta, tendo como finalidade a preservação
dos jazigos e túmulos pertencentes ao patrimônio histórico de João Pessoa. O trabalho
também contará com uma equipe que avalie a situação do cemitério, e em uma média de
aproximadamente seis meses, o que inclui não só o processo de avaliação, mas,
principalmente de aprovação por parte do IPHAEP e também da prefeitura.
A Matriz foi escolhida, porque no âmbito administrativo é diretamente ligada ao
processo de atendimento rápido, direto e visível as necessidades dentro das organizações,
enfatizando os principais problemas internos, aqueles que estão de certa forma sendo entraves
no crescimento e desenvolvimento organizacional. Como em um cemitério como o Senhor da
Boa Sentença se faz a necessidade de ter uma reforma de cunho físico, essa ferramenta além
de agilizar essa possível reforma, demonstrará precisamente quais os jazigos e túmulos de
determinada quadra serão reformados em um todo, em partes menos agravantes, e por fim os
jazigos ou túmulos que necessitam de ajustar pequenos detalhes, visto que estes últimos
mesmo não estando em estado de degradação, mas que, infelizmente devido à ação do tempo
também ficarão sob estado de alerta.
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Cada um dos capítulos aqui apresentados possui um recorte temporal e espacial
específico. O segundo capítulo, por exemplo, enfoca os percursos da forma cemiterial e as
transformações que ocorreram durante os anos de sua criação no Brasil.
Já o terceiro capítulo aborda o Cemitério Senhor da Boa Sentença em João Pessoa/PB,
como Patrimônio Histórico, os limites da normalização de cunho civilizatório e as
dissonâncias que os túmulos estabelecem entre si.
A percepção do espaço cemiterial, destacada no terceiro capítulo, nos foi conferida por
uma funcionária, que de certa maneira nos ajudou a construir a história do cemitério Senhor
da Boa Sentença.
Por fim, com base nos objetivos propostos neste estudo erigem-se as conclusões.
Dos jazigos edificados, das formas que marcaram (ou marcam) toda uma época de
opulência, do espaço que separa ricos e pobres, pagãos, tem-se a territorialidade dos
cemitérios: uma radiografia das transformações pelas quais passam as sociedades.
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2 OS PERCURSOS DA FORMA
É sobre os cemitérios e as suas formas encontradas pelas pessoas para representarem a
memória de seus entes, que irá tratar este capítulo. A partir do século XIX consolidam-se os
cemitérios municipais, como locais que centralizam a morada dos falecidos, como opção
hegemônica de destinação aos mortos. Assim, cada família tem a tarefa de representar a morte
de seus entes queridos sem a obrigatoriedade da igreja católica, prática comum nos tempos do
império no Brasil.
Abre-se assim, uma brecha importante no cemitério público, no qual ricos ou pobres
transitam, ainda que permeados pela desigualdade social. Cada túmulo revela uma maneira
específica de uma condição econômica, cultural e social de seus habitantes, é dessa forma que
vai se produzindo um ambiente de grande diversidade simbólica.
2.1 MATRIZ GUT
Matriz Gut é uma ferramenta muito utilizada pelas empresas para priorizar os
problemas que devem ser enfocados pela gestão, bem como para analisar a prioridade que
certas atividades devem ser desenvolvidas, em situações como: solução de problemas,
estratégias, desenvolvimento de projetos, tomada de decisões etc. Matriz GUT é uma sigla
utilizada para resumir as palavras Gravidade, Urgência e Tendência.
A matriz Gut é também chamada de “Matriz da Priorização” e, segundo o autor
Cantídio (2011):
Quando houver mais de um problema em análise, os problemas deverão ser
priorizados em sua análise e solução de problemas conforme a matriz de
priorização, ou seja, qual o problema possui o maior resultado quando
analisada a sua gravidade, urgência e tendência (resultado da multiplicação
dos fatores).
Esta ferramenta da qualidade, pode-se dizer que seja uma das mais simples, mas que é
bastante eficaz. De acordo com Periard (2006), “é uma ferramenta muito importante para a
gestão de problemas dentro de uma empresa, e se mostra bastante eficaz, apesar da
simplicidade no desenvolvimento e manutenção”. Não sendo aplicável só na empresa, mas
também em qualquer ambiente esta ferramenta tem sido bastante utilizada nos dias de hoje.
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A matriz será utilizada neste projeto, com a finalidade de preservação dos túmulos do
cemitério Senhor da Boa Sentença. Dividindo por etapas, tem-se o seguinte:
a) A forma como será resolvido o problema;
b) E a forma de como utilizar a matriz;
c) O porquê da Gravidade;
d) O porquê da Urgência;
e) O porquê da Tendência.
O problema será resolvido depois de uma análise feita por uma equipe de profissionais
do IPHAEP, no período de seis meses. Após esta análise serão definidos a ordem de quadras e
os túmulos e jazigos pertencentes a estas quadras que serão os primeiros a estar em obras,
segundo os túmulos e jazigos que se encontram em estado urgente de reforma, mas que
podem ser reformados após os túmulos e jazigos que estão gravemente afetados com a ação
do tempo, sol e chuva, e a falta de manutenção por parte da família, e por fim serão os outros
túmulos, jazigos e ou covas a serem reconstruídas ou reformadas pequenas partes, que com o
passar dos anos tendem a ficarem iguais ou até mesmo pior que os jazigos que estão
praticamente destruídos.
Terminado o período de análise, irão ser priorizados os problemas, classificando- os
em grave, urgente e tendência, dando notas de um a cinco, onde aqueles que tiverem a nota
máxima serão resolvidos primeiro, e os que obtiverem nota inferior, serão resolvidos
posteriormente, este processo será divido por quadras, visto que o cemitério é dividido
interiormente pelas mesmas.
A gravidade se dará pela avaliação de túmulos que praticamente estejam todos
deteriorados e que necessitem de uma reforma o mais rápido possível. Esta deterioração inclui
principalmente a perda de dados referentes ao composto familiar.
A urgência é avaliada não tanto pela deterioração, mas pela questão do patrimônio
histórico e um estado de reforma para a preservação futura bem próxima dos mesmos.
Já a tendência, esta é a última priorização em questão, visto que os túmulos e jazigos
que se encaixem nesta priorização, serão aqueles que futuramente tenham detalhes a serem
resolvidos, mas que no presente momento não representam uma ameaça (perca de história
familiar) na questão do cemitério como área de tombamento.
O quadro abaixo possui alguns exemplos de jazigos e mausoléus que se inserem
dentro do contexto da matriz GUT, são eles:
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MATRIZ GUT
GRAVE
Jazigo - Família Ferreira Barbosa
ALAMEDA PRINCIPAL
Mausoléu - Família Vergara
Mausoléu - Família Monteiro
Mausoléu - Antônio Pereira Peixoto
Jazigo - Família Oliveira Torres
Jazigo - Paula Bastos
Jazigo - Adolpho Eugenio Soares
Jazigo - Família Moreira lima
Jazigo - Azevedo Maia
Mausoléu - Feliciano Hardman
URGENTE
Mausoléu - Manoel da Fonseca
Mausoléu - família Londres
Jazigo - Família Santos
Mausoléu - Família Neiva
Antigo Túmulo Maçon
Mausoléu - Frederico Falcão
Mausoléu - Antônio dos Santos Coelho
Jazigo - Família Carvalho
Mausoléu - Benevenuto Carlos do Nascimento
Jazigo - Epaminondas Gouveia
Jazigo - Família Nicodemos Neves
Mausoléu - Orestes de Azevedo
TENDENTE
Capela
Mausoléu - Augusto de Souza Falcão
Fonte: própria autora.
O termo Grave refere-se aos túmulos, jazigos ou mausoléus considerados graves
possuem as principais características: rachaduras, dados de identificação e epitáfio
irreconhecíveis e em alguns casos inexistentes, a cobertura tumular danificada sem adereços
ou ornamentos, na maioria das vezes determinadas partes da estrutura primária do monumento
descoberta como também o próprio jazigo aberto (porta da gaveta).
Urgência, por sua vez, refere-se às características que leva a esta opção são:
rachaduras, infiltrações e a pedra de revestimento final do monumento sem brilho com ou sem
o lodo e com pequenos pedaços danificados, mais comumente sendo observado nas pontas e
no meio do túmulo partindo da superfície.
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Um bom exemplo de Tendente citado é a capela, pois a mesma em sua parte exterior
necessita de uma pintura, para conservar e também como símbolo de bela arte. Os túmulos ou
monumentos que se enquadram nesta característica não necessitam de uma reforma mais um
‘cuidado’ principalmente no que diz respeito à estrutura física externa, como a pintura, e a
limpeza mensal do monumento ou túmulo.
2.2 CEMITÉRIOS: SIMBOLOGIA E NORMAS
Desde os primórdios a sociedade sempre resguardou os vestígios de seus mortos, tanto
quanto ao local específico como através de simbologias. No início da Era Cristã, os
sepultamentos aconteciam nos adros das igrejas, sendo assim uma prática ainda desconhecida,
posteriormente tanto pela falta de espaço quanto pelas doenças causadas pelo acumulo de
ataúdes, os sepultamentos passaram a ser feitos fora das cidades.
Os cemitérios possuem roteiro histórico e valiosíssimas informações, tanto quanto as
crenças religiosas, quanto ao fazer artístico, quanto ao gosto da memória familiar, quanto ao
patrimônio histórico e consequentemente ao estilo (barroco, renascentista, romântico,
neogótico, neoclássico, etc. Hoje predomina o estilo modernista) e a genealogia (MOTTA,
2009).
Ao longo dos anos as civilizações passam por inúmeras modificações, da mesma
forma são os espaços cemiteriais, um exemplo disto é a estética dos cemitérios e as
diversificadas arquiteturas tumulares. Segundo (MOTTA, 2009) algumas dessas modificações
são feitas a partir do âmbito religioso, como por exemplo, jazigos católicos, trazem em sua
estética simbologias de imagens como anjos, jarros, flores, escadas, mármore, e outros
elementos escultóricos. Já as demais religiões prezam por uma maior simplicidade o que
comumente hoje é visto com grande frequência.
Atualmente muitos cemitérios são considerados pontos turísticos, por este motivo não
há mais a prática de sepultamento nos mesmos, e quando há é considerado escasso.
Hoje os espaços cemiteriais trazem uma nova roupagem, dentre elas: superfície toda
no gramado, edifícios luxuosos, túmulos simples adornados alguns apenas com o mármore e
placas de bronze ou até mesmo feitas do próprio mármore, verticalização (túmulos individuais
sobrepostos) dentre outros adereços.
No Brasil os primeiros cemitérios datam da segunda metade do século XIX, os
túmulos trazem o interesse familiar exposto através da cadeia geracional assim como diz o
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autor Motta (2009, p.75) “[...] que reivindicaram para si suas singularidades de classe pela
recomposição dos liames familiares”. O autor Motta (2009, p.75) ainda ressalta “A presença
de túmulos monumentais constitui por excelência a afirmação de uma posse simbólica do
espaço cemiterial por parte de determinados segmentos burgueses da sociedade brasileira”,
em resumo há uma disputa das famílias afortunadas pela grandiosidade e pelo luxo na
construção dos jazigos.
Alguns cemitérios como Cemitério da Ordem Terceira dos Mínimos de São
Francisco de Paula, Cemitério São João Batista, Cemitério da Ordem III de N. S. do
Carmo e Cemitério da Consolação, foram cemitérios preferenciais para o sepultamento das
elites nobiliárquicas do Império (MOTTA, 2009).
A arquitetura funerária e o urbanismo funerário do Brasil se baseiam nas réplicas e
estatuárias européias, os cemitérios em sua composição são divididos em grandes alamedas e
pequenas ruas, tendo e seu centro o famoso cruzeiro ou capela onde ao seu redor estão os
jazigos mais antigos e os ossuários (LOUREIRO, 1976).
Assim como nas cidades dos vivos há desigualdade, nos cemitérios (cidades dos
mortos) há também, dividido assim o cemitério em bons e maus lugares, o primeiro ocupado
pela elite que possuía o poder de concessão perpétua, já o segundo lugar era ocupado pelas
classes menos favorecidas situados os túmulos nos arredores (recônditos) do cemitério, esta
classe quase que na maioria das vezes não possuía a concessão perpétua. Hoje por sua vez
também não é diferente, apenas as covas de concessão não perpétuas receberam o nome de
covas rotativas.
Nos primórdios do século XX, a preferência passa a ser por jazigos individualizados e
personalizados, esta preferência vem das elites brasileiras urbanas. Atualmente a arquitetura
tumular está mais versátil, mais simples e não possui muitas decorações (adereços).
Motta (2009, p.77 - 78) ainda complementa:
Geralmente aqui no Brasil os túmulos eram construídos em torno de nome, o
sobrenome familiar, que por sua a pedra tumular recebia o nome do pai (no
“frontispício” do tumulo), como simbologia de unir ou perpetuar a geração
da família, em outras palavras, o individualismo dava lugar ao coletivismo
familiar, sendo assim também uma habitação familiar (grifo do autor).
À medida que os antigos cemitérios não se modificam ou “renovam” passam a fazer
parte da história, sendo considerados verdadeiros museus.
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3 O CEMITÉRIO SENHOR DA BOA SENTENÇA
Traçar a discussão sobre cemitérios é reconhecê-los como um objeto historicamente
construído. Considerar a historicidade específica do cemitério é considerar a historicidade
particular de cada localidade, com seus processos administrativos.
3.1 O CEMITÉRIO COMO PATRIMÔNIO HISTÓRICO
Neste trabalho, o momento de partida, com inúmeros cortes temporais, corresponde ao
início da criação dos cemitérios até os dias atuais. Nos caminhos percorridos, apesar de
atualmente se defrontar com uma paisagem desgastada pelo tempo, mesmo assim destaca-se a
importância desse patrimônio edificado na cidade de João Pessoa, que não tem até o momento
despertado muito interesse por parte de quem o estuda.
Não há neste capítulo a proposta de recuperar inteiramente a história do cemitério em
discussão, mesmo porque seria tarefa difícil em um universo de tantos túmulos registrados, e
muitos deles alterados. O que se destaca são as formas e relações espaciais que se referem à
disposição territorial do cemitério: territórios específicos para indigentes, de concessão
gratuita e a construção monumental nas concessões pagas, disputadas pelas famílias de maior
poder aquisitivo.
O cemitério Senhor da Boa Sentença, fundado pela Santa Casa da Misericórdia em
1856, foi o primeiro cemitério da cidade e passou a funcionar desde a sua fundação. Está
localizado no bairro do Varadouro, mais precisamente na Av. São Miguel, possui em torno de
12.568 covas perpétuas (ou jazigos perpétuos) e 335 covas rotativas (que estão divididas em
bloco A e Bloco C), ambos os blocos estão em pequenas proporções, tamanho e número de
covas.
Por ser o maior cemitério público da Paraíba tem como principal aspecto, segundo
Azevedo (2008. p.131), “túmulos principescos, pertencentes às famílias tradicionais da
Capital paraibana - constitui sem dúvida um sítio histórico [...] trata-se de um cemitério
tradicional”.
Antes do surgimento deste cemitério os sepultamentos eram todos feitos nos adros da
igreja da Misericórdia como esclarece o autor, quando faz menção a Seixas (apud
AZEVEDO, 2008, p.131) “Antes da construção desse cemitério a inumação de mortos se
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fazia distintamente nas catacumbas do antigo cemitério, então existente, em torno da Igreja da
Misericórdia da Paraíba”.
Quando surgiu, o cemitério era de pequeno porte, até por que a população era bem
menor, ele tinha uma extensão que iria do portão principal até onde era e é atualmente a
capela, com o passar dos tempos ele cresceu primeiro para a parte Dorsal (atrás) e
posteriormente em homenagem ao túmulo padre Zé para o anexo padre Zé também chamado
de lateral sul (data de 1980). Inclusive houve a reposição de catacumbas (túmulos) que
pertencem à casa de misericórdia.
O crescimento da população aumenta a estratificação da estrutura social, por isso não
há mais espaço para abrigar os mortos, a não ser aqueles que, por tradição familiar, já
dispõem de uma sepultura, garantindo-lhes um sepultamento digno (LOUREIRO, 1976).
Os locais de sepultamento guardavam (ou ainda guardam?) grandes proximidades com
a estrutura das organizações sociais e religiosas das cidades, com a distribuição do poder e
privilégios da gestão do espaço urbano. No entanto, novos costumes e persistências
tradicionais fizeram por instaurar na cidade a criação de outros cemitérios, uns periféricos
outros não, para receberem seus mortos. Este papel coube ao poder público, pressionado pelo
aumento populacional.
3.2 O CEMITÉRIO NA PERCEPÇÃO DE UMA FUNCIONÁRIA
Dona Iracyr da Silva é funcionária do cemitério Senhor da Boa Sentença e representa
o administrador. Contendo dezessete perguntas subjetivas, com relação ao cemitério Senhor
da Boa Sentença, foi passado para ela responder um questionário tendo por finalidade o
aprofundamento de conhecimentos relacionados aos dados do cemitério, enquanto que
patrimônio histórico da cidade de João Pessoa e do Estado da Paraíba.
Para uma melhor compreensão este questionário está dividido em cinco blocos, o
primeiro bloco refere-se ao cemitério em si, o antes e o agora, a sua modernização e a sua
administração, as questões referentes são a primeira, a sexta, a sétima, a oitava e a décima
terceira.
a) O surgimento do cemitério, em que ano e quando passou a funcionar:
“Foi construído pela Santa Casa da Misericórdia, em 1856,e passou a funcionar
desde a sua formação”.
b) Quanto ao estilo da arquitetura tumular e diversificações:
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“Moderno. Imitação do estilo Barroco, ArtDecor, ArtNoveau, moderno, entre outras
diversificações.
c) Ano em que foi construído o anjo da morte:
“Foi construído em homenagem ao seu interventor Anthenor Navarro na década de
40. Com base em dados não oficiais segundo o dito popular a estátua do anjo
representa a Paraíba em choro, pois o mesmo se encontra com as mãos cobrindo as
próprias faces, devido à guerra de 1930, em homenagem as viúvas dos soldados
mortos na guerra. O anjo da morte por sua vez não é um túmulo, e sim um monumento
que pertence tanto ao patrimônio histórico e também ao Estado”.
d) A lógica das contribuições dos túmulos familiares:
“Não existem contribuições para o município, apesar da classe do cemitério ser de
classe A, a manutenção de limpeza acontece em alguns túmulos dependendo da
contribuição da família, pois apesar de ainda haver contribuições estas não
obrigatórias, Há um projeto que entrará em vigor e obrigará a contribuição por parte
das famílias”.
e) A carga sacra para os cemitérios e as principais igrejas que comportavam esta carga
de sepultamentos:
“Deu-se através da super lotação de sepultamentos, e principalmente devido também
a contaminação de doenças causadas por bactérias à principal igreja era a igreja
Santa casa de Misericórdia”.
f) Como era a população antes
“Era como hoje, surgiu junto ao cemitério, em quantidade menor”.
g) Quando surgiu, quantos hectares este possuía e como está atualmente:
“Quando surgiu era pequeno, só ia até a capela, depois ele cresceu primeiro para
trás, e segundo para a lateral sul que é o anexo padre Zé (em 1980), tiveram de repor
catacumbas que pertencem a santa casa de misericórdia. OBS: O cemitério era
controlado, pela Igreja Santa Casa de Misericórdia até 1936, desta mesma data em
diante quem administra é a prefeitura”.
h) Como se deu a modernização deste cemitério:
“Com o passar do tempo”.
i) Ano em que se deu a escassez de sepultamentos, mais propriamente em que ano a
prefeitura autorizou este decreto
“A escassez de sepultamentos se deu da seguinte forma: Sepult. Infantil: No governo
de José Sarney, com a criação da campanha pão e leite, que conseqüentemente
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diminuiu a mortalidade infantil. Sepul. Adultos: Depois da criação dos cemitérios
parques (cemitérios modernos). A prefeitura autorizou no ano de 2002.
j) A classe do cemitério se dá por qual motivo ou fator?
“Devido à quantidade de jazigos perpétuos centenários e por ser o primeiro da
cidade”.
k) Projetos do Cemitério BS destinado ao setor de patrimônio histórico:
“Já. A parte principal da alameda que já é tombada desde meados de 1992 (já foi
feita a avaliação e os túmulos por serem centenários, não podem mais serem mexidos
no que se diz respeito a sepultamentos e reformas, alguns antes desta avaliação foram
reformados, e outros ainda servem como ossuário para guardar os ossos). Em síntese
todo o cemitério já está em uma área tombada”.
l) Como é a administração dos jazigos:
“Se dá por ou são adquiridos através de termos de concessão perpétua, se tornando
patrimônio particular”.
m) Como se dá a administração do cemitério:
“Pela prefeitura”.
n) Como é o pagamento dos jazigos e a manutenção:
“A manutenção é por intermédio do proprietário diretamente com o zelador, e o
pagamento se dá mediante a certidão de óbito.
o)A construção dos cemitérios parque de que forma tem afetado esses cemitérios mais
tradicionais:
“A evasão do número de sepultamentos, pois a população tem corrido para os
parques. A religião influencia e muito. Muitos ainda buscam o cemitério da Boa
Sentença pela tradição católica e familiar. Atualmente a cremação não é comum a
nossa cultura. E a religião protestante tem procurado os cemitérios parques por conta
justamente da tradição que o Cemitério Senhor da Boa Sentença tem vinculado ao
catolicismo (uso da cruz no topo do túmulo).
p) Tem sido feita alguma obra para aproximar esses cemitérios dos cemitérios parque?
Por exemplo, oferecer espaço de descanso para a família dos que estão sendo velados?
“Foi feita, mas não obteve êxito. Inexistente neste cemitério (espaço de descanso para
os familiares)”.
q) É muito diferenciado o preço de túmulos nesse cemitério e nos cemitérios parque:
“Sim. No cemitério Boa Sentença não tem terreno da prefeitura, se tivesse seria
578,00 reais, enquanto que no Jardim Parque o valor é de 12.000,00”.
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3.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Primeiro bloco
Uma observação bem acentuada pela funcionária e detalhe esquecido talvez por
grande parte dos administradores, é que a Igreja da Misericórdia controlou este cemitério até
meados de 1936, após esta data a prefeitura passou a administrá-lo.
Nas palavras de D. Irarcyr da Silva, a população antes era mais distinta.
“Podemos assim dizer, pois as famílias abastadas prezavam como em outras capitais
e outros estados e até em outros países, pelo pensamento voltado para a eternidade da
própria geração familiar. Atualmente este pensamento está mais diversificado, justamente
pelo fato de ser bem maior”.
A presença de túmulos monumentais “constitui por excelência a afirmação de uma
posse simbólica do espaço cemiterial por parte de determinados segmentos burgueses da
sociedade brasileira” (MOTTA, 2009, p.75), como está presente no segundo capítulo deste
trabalho.
O cemitério passou a se modernizar com o tempo. Atualmente o cemitério já está
sendo bem mais modernizado, através do projeto que vai colocar cercas elétricas e filmadoras
para reforçar a segurança devido a furtos. Está paralisado o projeto triplex ou mais conhecido
como verticalização, ou seja, o crescimento das covas e jazigos na forma vertical (para cima),
pois a prefeitura não pretende mais aumentar o cemitério, ela está se voltando com inteira
prioridade para a construção do novo cemitério no bairro de cidade verde (Mangabeira VIII),
onde será o novo cemitério, Parque.
Ele já possui cadastramento informatizado no site CEMITECH, que é o site onde se
encontram todas as informações dos seis cemitérios públicos de João Pessoa, lá está o número
de óbitos ao ano, mensal, semanal e diário, além dos mais sendo possível a consulta para se
saber a localização do lote e da quadra do qual se encontra a cova ou o jazigo. Este feito é
consequência da nova gestão (prefeito) que teve inicio no ano de 2005 e está até os dias de
hoje, de acordo com a informação oral do senhor Zênio Marques (diretor da DICEM - Divisão
de Cemitérios).
Sobre a administração do cemitério, ela é feita atualmente pela prefeitura, o que antes
era controlado pela Santa Casa de Misericórdia - ‘Igreja da Misericórdia’ (informação oral
dada por um funcionário de IPHAEP).
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Segundo bloco
Neste bloco, o assunto é sobre os jazigos, que é a principal parte constituinte deste
projeto.
Como foi perguntado na questão quatro, sobre as contribuições dos túmulos
familiares, a funcionária foi bem objetiva ao responder. Segundo ela:
“Atualmente não existem contribuições para o município, os familiares em boa parte
não fazem a manutenção dos túmulos, há um projeto que entrará em vigor, com a finalidade
de obrigar as contribuições dos próprios familiares”.
Nesse sentido, com a finalidade principal de conservar, Azevedo (2008. p.131),
“túmulos principescos, pertencentes às famílias tradicionais da Capital paraibana - constitui
sem dúvida um sítio histórico [...] trata-se de um cemitério tradicional”.
A administração de todos os túmulos se dá da seguinte forma: são adquiridos através
do termo de concessão perpétua, se tornando assim patrimônio particular. Os jazidos possuem
manutenção relativa, neste ponto não tem a ver com a administração, o proprietário do túmulo
trata diretamente com o zelador, ou seja, se for feito uma análise superficial para saber a
porcentagem de familiares que conservam seu (s) patrimônio (s) é relativamente pequena,
chegando ser quase a metade, quarenta por cento, como foi verificado nas questões doze e
quatorze.
Terceiro bloco
Quanto aos sepultamentos, têm-se as questões cinco e nove, que fazem parte do
terceiro bloco, a pergunta cinco é destinada a carga sacra, esta que se deu para os cemitérios
por alguns fatores, mas o principal fora a falta de espaço para o número de sepultamentos. [...]
posteriormente tanto pela falta de espaço quanto pelas doenças causadas pelo acumulo de
ataúdes, os sepultamentos passaram a ser feitos fora das cidades (grifo nosso).
A principal igreja que comportava esta carga era a Igreja da Santa Casa da
Misericórdia, hoje comumente chamada de “Igreja da Misericórdia”. Os sepultamentos
começaram a declinar a partir do governo de José Sarney com a campanha do pão e leite que
diminuiu a mortalidade infantil, consequentemente o número de sepultamento infantil. Já o
sepultamento de adultos, veio a declinar depois da criação dos cemitérios parques, a prefeitura
autorizou o decreto da escassez de sepultamentos por volta de 1999 (questão 9),Informação
oral dada pela senhora Iracyr (funcionária do cemitério).
Quarto bloco
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Tem a sua abordagem em torno do Patrimônio, pois, a segunda questão vai tratar da
arquitetura tumular, que está diversificada em Moderno e imitação ao Barroco, exceto a
capela que é construída internamente ao molde italiano, do período barroco. A questão três
também trata de arquitetura especificamente moderna, o estilo Artdecor e Artnoveau o
chamado ‘Anjo da Morte’, este monumento que foi construído em 1940 pelo seu Interventor
Anthenor Navarro, com relação à posição da estátua, está relacionado à morte do próprio
interventor, visto que o anjo está com “mãos cobrindo a face, como a chorar” e fato curioso é
que existe dito popular dito e talvez coerente tanto na opinião das pessoas que trabalham no
próprio cemitério, quanto dos mais esclarecidos é que a estátua é em homenagem as viúvas
dos soldados mortos na guerra (revolução de 1930), ou seja, a Paraíba em choro, segundo
informações orais da funcionária do cemitério e do antropólogo senhor Carlos Azevedo.
O cemitério é considerado patrimônio histórico (informação oral do senhor Carlos
Azevedo), principalmente pelo tempo de fundação, estrutura, o estilo (barroco – imitação,
modernista, art noveau, artdecor etc.), por conter os jazigos mais antigos e também mais
bonitos, o monumento anjo da morte, e por ser o maior e mais importante da cidade é
classificado como cemitério de classe A.
No segundo capítulo o tema patrimônio histórico é bem explicado, quando Motta
(2009, p. 78) afirma que:
Os cemitérios possuem roteiro histórico e valiosíssimas informações,
tanto quanto as crenças religiosas, quanto ao fazer artístico, quanto ao
gosto da memória familiar, quanto ao patrimônio histórico e
consequentemente ao estilo (barroco, renascentista, romântico, neogótico,
neoclássico etc. Hoje predomina o estilo modernista) e a genealogia.
Uma observação importante e generalizada, pertencente à questão onze é que, no
patrimônio histórico não pode haver alteração de imediato principalmente na sua estrutura
original. Houve uma avaliação, onde os túmulos da alameda (parte principal) a maioria dos
túmulos são tombados, inclusive alguns foram algumas feitas reformas, estes túmulos
tombados alguns já são centenários, em síntese, o cemitério se encontra em uma área tombada
(informação fornecida pelo IPHAEP).
Quinto bloco
Hoje os espaços cemiteriais trazem uma nova roupagem, dentre elas: superfície toda
no gramado, edifícios luxuosos, túmulos simples adornados alguns apenas com o mármore e
placas de bronze ou até mesmo feitas do próprio mármore, verticalização (túmulos individuais
sobrepostos) dentre outros adereços.
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As questões quinze, dezesseis e dezessete vão pertencer ao quinto e último bloco, que
são questões especificamente relacionadas aos cemitérios parques, pois com a construção dos
mesmos se deu uma “grande evasão do número de sepultamentos”, principalmente por
questões de âmbito religiosas, conforto no que se diz respeito a espaço de descanso (velório e
funerária) para a família, isso tem afetado bastante e sem falar na questão dos preços que são
altamente diferenciados, o cemitério Boa sentença se tivesse um terreno da prefeitura o preço
seria de 578,00, onde no Parque das Acácias (o cemitério parque mais luxuoso de João
pessoa) seria mais que o triplo o preço é 12.000 reais (informações obtidas do IPHAEP e da
Funcionária do Cemitério Senhor da Boa Sentença). Com isso além da mudança dos locais de
sepultamentos, há também a mudança principalmente da estética tumular, conceitos sociais e
religiosos.
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4 CONCLUSÃO
O processo de preservação dos túmulos não será tão fácil o quanto aparenta o ser na
teoria, pois o primeiro estado de preservação deveria vir exclusivamente da família
responsável pelo jazigo. Como os lotes são particulares, a prefeitura não é a “dona” dos
mesmos, apenas administra, sendo assim todo o processo relacionado a modificações está
inteiramente ligado ao IPHAEP, pois o mesmo é órgão responsável pelas áreas de
tombamento, incluindo imóveis próprios e particulares.
Com a implantação da Matriz Gut no processo de melhoria e conservação dos jazigos
e mausoléus, o cemitério deverá contar com o apoio da prefeitura e do IPHAEP. Este projeto
tem como finalidade principal e única a reconstrução e reforma dos túmulos, jazigos e
mausoléus que são verdadeiros monumentos pertencentes ao sítio histórico, que possui
praticamente quase que toda a história da cidade de João Pessoa.
A Matriz Gut que tem como seu principal objetivo priorizar os problemas e, por
conseguinte através de notas de um a cinco definir quais são problemas graves, urgentes e
tendentes, será aplicada no cemitério primeiramente nos túmulos da alameda central e
posteriormente será aplicada a partir das quadras que estão logo próximo a entrada principal e
as demais.
O período de aprovação do projeto pelo IPHAEP deixa ainda a desejar, pois seis
meses é consideravelmente um período longo, visto que entram em questão as condições
impostas pela natureza, como por exemplo, o período de chuva, que danifica em alguns casos
mais de 50% do monumento, deixando o mesmo em estado de calamidade, levando em
consideração também que a área em que o cemitério foi construído é um lençol freático.
Desta forma, o cemitério e outros imóveis pertencentes ao patrimônio histórico vêm
aos poucos recebendo a merecida atenção que a eles devem (deveriam) ser dadas, de maneira
mais objetiva, achar belo não é só preservar através de outrem e sim a partir de si próprio,
pois além de serem bens comuns a todos, todos fazem parte direta ou indiretamente para a
construção de uma história que alguns tentam deixá-la imortal.
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REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Carlos Alberto. Arqueologia: estudos e pesquisas. João Pessoa: ideia, 2008.
CANTIDIO, Sandro. Solução de Problemas com o uso do PDCA e das Ferramentas
da Qualidade. Disponível em . Acesso em:
04 de outubro de 2012.
LOUREIRO, Maria Amélia Salgado. Origem histórica dos cemitérios. São Paulo: Secretaria
de Serviços e Obras da Prefeitura Municipal de São Paulo, 1976.
MOTTA. Antonio. Formas tumulares e processos sociais nos cemitérios brasileiros.
Disponível em . Acesso em: 05 de março de 2012.
PERIARD, Gustavo. Matriz Gut – guia completo. Disponível em
. Acesso em: 04 de outubro
de 2012.
WIKIPEDIA. Arte Tumular. Disponível em .
Acesso em: 08 de março de 2012.
http://sandrocan.wordpress.com/2009/11/03/solucao-de-problemas-com-o-uso-do-pdca-e-das-ferramentas-da-qualidade/http://sandrocan.wordpress.com/2009/11/03/solucao-de-problemas-com-o-uso-do-pdca-e-das-ferramentas-da-qualidade/http://sandrocan.wordpress.com/?s=matriz+guthttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092009000300006&lng=en&nrm=iso&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092009000300006&lng=en&nrm=iso&tlng=pthttp://www.sobreadministracao.com/matriz-gut-guia-completohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_tumular
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APÊNDICE A
Entrevista realizada com a funcionária do cemitério Senhor da Boa Sentença, Sra.
Iracyr Silva.
1 Como se deu o surgimento do cemitério? Em que ano? Quando passou a funcionar?
2 Qual o estilo da arquitetura tumular? Existem diversificações, quais? O anjo da
morte, em que ano ele foi construído?
3 Como se dá a lógica das contribuições dos túmulos familiares?
4 Como se deu a carga sacra para os cemitérios? Quais as principais igrejas
comportavam esta carga de sepultamentos?
5 Como era a população antes?
6 Quando surgiu, quantos hectares, este possuía? E como está atualmente?
7 Como se deu a modernização deste cemitério?
8 Em que ano se deu a escassez de sepultamentos, mais propriamente em que ano a
prefeitura autorizou este decreto?
9 A classe do cemitério se dá por qual motivo ou fator?
10 Já existem projetos deste cemitério destinado ao setor de patrimônio histórico?
11 Como é a administração dos jazigos?
12 Como se dá a administração do cemitério?
13 Como é o pagamento dos jazigos e a manutenção?
14 A construção dos cemitérios parque de que forma tem afetado esses cemitérios mais
tradicionais?
15 Tem sido feita alguma obra para aproximar esses cemitérios dos cemitérios parque?
Por exemplo, oferecer espaço de descanso para a família dos que estão sendo velados?
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APÊNDICE B
FOTOS
Túmulos de ordem Grave
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29
Túmulos de ordem Urgente
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30
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31
Túmulos de Ordem Tendente
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32
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................104 CONCLUSÃO................................................................................................................25REFERÊNCIAS................................................................................................................26CANTIDIO, Sandro. Solução de Problemas com o uso do PDCA e das Ferramentas da Qualidade. Disponível em . Acesso em: 04 de outubro de 2012.