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Page 1: Brene Brown. O poder da vulnerabilidade. · professor de pesquisa que nos disse "Eis o que acontece, se você não puder medir, não existe." ... ame-a." E eu sou mais do tipo "A

Brene Brown. O poder da

vulnerabilidade.

TEDxHouston – 2010

TRANSCRIÇÃO DO VÍDEO

Bom, vou começar com isto: alguns anos atrás, um planejador de eventos

me ligou porque eu ia participar de um evento de palestras. E ela me ligou,

e disse, "Estou me debatendo sobre como escrever sobre você no

folhetinho." E pensei, "Bom, qual é a dúvida?" E ela disse, "Bem, eu vi

você falar, e vou te chamar de pesquisadora, acho, mas temo que se eu

chamar você de pesquisadora ninguém venha, porque eles irão achar que

você é chata e irrelevante." (risos) Eu disse: ok... E ela disse, "Mas o que eu

gostei da sua palestra é que você é uma contadora de histórias. Então eu

acho vou simplesmente chamá-la de contadora de histórias." E claro que a

minha parte acadêmica e insegura ficou , "Você vai me chamar do quê??" E

ela disse, "Vou chamar você de contadora de histórias." E eu, "Por que não

fada mágica?" (risos) Eu disse, "Me deixe pensar sobre isso um

segundo." Eu tentei procurar lá no fundo minha coragem. E pensei: eu sou

uma contadora de histórias. Sou uma pesquisadora de dados qualitativos Eu

coleciono histórias. É isso que eu faço. E talvez histórias sejam apenas

dados com alma. E talvez eu seja simplesmente uma contadora de

histórias. Então eu disse, "Quer saber? Por que você não diz simplesmente

que sou uma pesquisadora-contadora de histórias?" E ela respondeu:

"Haha...Isso não existe." (risos) Então... sou uma pesquisadora-contadora

de histórias, e vou falar com vocês hoje - estamos falando sobre expandir a

percepção - então quero falar com vocês e contar algumas histórias sobre

uma parte de minha pesquisa que expandiu fundamentalmente minha

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percepção e na verdade, mudou de fato a forma como eu vivo e amo e

trabalho e sou mãe.

01:47

E é aqui que começa minha história. Quando eu era uma jovem

pesquisadora, estudante de doutorado, em meu primeiro ano eu tinha um

professor de pesquisa que nos disse "Eis o que acontece, se você não puder

medir, não existe." E eu achava que ele estava apenas me bajulando Eu

dizia: "Sério??" e ele, "Definitivamente". Então vocês têm que

entender que eu tenho um bacharelado em serviço social, um mestrado em

serviço social, e eu estava fazendo meu doutorado em serviço social, então

toda minha carreira acadêmica estava rodeada por pessoas que meio que

acreditavam no "A vida é uma bagunça, ame-a." E eu sou mais do tipo "A

vida é uma bagunça, limpe-a, organize-a e coloque-a em uma Bentô

Box. (risos) Então acreditei que tinha encontrado meu caminho, encontrado

uma carreira que me levava -- de verdade, um dos grandes ditados em

trabalho social é "Curve-se ao desconforto do trabalho." E e o meu é "Dê

uma paulada no desconforto, tire ele do caminho e consiga As em

tudo. Esse era meu mantra. Então eu estava muito entusiasmada com

isso. Então pensei, quer saber, esta é a carreira para mim, porque estou

interessada em tópicos confusos. Mas quero ser capaz de torná-los não

confusos. Eu quero entendê-los. Quero mergulhar nessas coisas que eu sei

que são importantes e abrir o código para que todos possam ver.

03:09

Então comecei com conexão. Porque quando você já é uma assistente

social há 10 anos, o que você percebe é que conexão é o porquê de

estarmos aqui. É o que dá propósito e significado às nossas vidas. É a razão

de tudo. Não importa se você fala com pessoas que trabalhem com justiça

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social, saúde mental, abuso ou negligência, o que sabemos é que conexão, a

habilidade de se sentir conectado, é -- neurobiologicamente é assim que

somos feitos - é o porquê de estarmos aqui. Então eu pensei, quer saber, eu

vou começar com conexão. Bom, sabe aquela situação quando você recebe

uma avaliação do sua chefe, e ela diz 37 coisas que você faz incrivelmente

bem, e uma coisa - uma "oportunidade de crescimento"? (risos) E você só

consegue pensar é naquela oportunidade de crescimento, certo Bom,

aparentemente era o jeito que meu trabalho estava indo também,. porque,

quando você pergunta às pessoas sobre amor, elas te contam sobre

desilusões amorosas. Quando você pergunta às pessoas sobre

pertencer, elas contarão a você suas experiências mais dolorosas de

exclusão. E quando você pergunta às pessoas sobre conexão, as histórias

que elas me contaram forem sobre desconexão.

04:19

Então, muito rapidamente - cerca de seis semanas após o início da

pesquisa- Eu me dei com essa coisa inominada que absolutamente desfazia

conexões de uma maneira que eu não entendia ou nunca tinha visto. Então

eu me afastei da pesquisa e pensei, eu preciso descobrir o que é isto. E essa

coisa era vergonha. E vergonha é muito facilmente compreendida como o

medo da desconexão. Há algo sobre mim que, se outras pessoas souberem

ou virem, fará que eu não mereça conexão? As coisas que eu posso dizer

sobre isso: é universal; todos a temos. As únicas pessoas que não sentem

vergonha não têm capacidade para empatia ou conexão humana. Ninguem

quer falar a respeito dela, e quanto menos você a discute, mais a tem. O que

sustentava esta vergonha,esse "Não sou boa o suficiente," -- esse

sentimento que todos conhecemos: "Não sou X o suficiente. Não sou magra

o suficiente, rica o suficiente, bonita o suficiente, inteligente o

suficiente, promovida o suficiente." A base disso era uma vulnerabilidade

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dilacerante, essa ideia de que, para que que a conexão aconteça, temos que

nos permitir ser vistos, realmente vistos.

05:32

E vocês sabem como me sinto sobre vulnerabilidade. Eu detesto

vulnerabilidade Então pensei, esta é minha chance de repeli-la com minha

régua Vou mergulhar, vou descobrir como isso funciona, vou passar um

ano, vou desconstruir totalmente a vergonha, vou entender como a

vulnerabilidade funciona, e vou passar a perna nela. Então eu estava pronta,

e estava realmente empolgada. Como você sabe, isso não vai acabar

bem. (risos) Você sabem. Então eu poderia falar muito sobre

vergonha, mas eu teria que pegar o tempo dos outros palestrantes. Mas

posso dizer a você a que isso se reduz -- e isso pode ser uma das coisas

mais importantes que aprendi na década fazendo essa pesquisa. Meu um

ano se transformou em seis, milhares de histórias, centenas de longas

entrevistas, focus groups E a certas alturas as pessoas estavam me enviando

páginas de diários e me enviando suas histórias -- centenas de dados em

seis anos. E eu meio que entendi a coisa toda.

06:35

Eu meio que entendi, isso é o que é a vergonha é assim que

funciona Escrevi um livro publiquei uma teoria, mas algo não estava certo -

- e isso era que se eu pegasse a grosso modo as pessoas que entrevistei e as

dividisse em pessoas que realmente tinham um senso de merecimento --- e

é isso a que se resume, um senso de merecimento -- eles têm um forte

sentimento de amor e pertencimento -- e as pessoas que lutam para ter esse

sentimento e as pessoas que estão sempre imaginando se são boas o

suficiente. Havia somente uma variável que separava as pessoas que

tinham um forte sentimento de amor e pertencimento das pessoas que

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realmente lutavam por isso. E era que, as pessoas que tinham um forte

sentimento de amor e pertencimento acreditavam que elas mereciam amor

e pertencimento. Só isso. Elas acreditam que merecem. E para mim, a parte

difícil da única coisa que nos mantêm desconectados é nosso medo de que

não sejamos merecedores de conexão. Era algo que, pessoal e

profissionalmente, eu sentia que precisava entender melhor. Então o que eu

fiz foi pegar todas as entrevistas onde eu via merecimento, onde eu via

pessoas vivendo desse jeito, e dar uma olhada apenas nessas.

07:52

O que essas pessoas têm em comum? Eu tenho um pequeno vício por

material de escritório mas isso seria outra palestra.. Eu estava com uma

pasta de arquivo, uma caneta grossa e eu estava, tipo, como vou chamar

essa pesquisa? E a primeira palavra que me veio à cabeça foi coração-

pleno. Essas são pessoas de coração-pleno, vivendo desse senso profundo

de merecimento Então escrevi na parte de cima da pasta, e comecei a olhar

os dados. De fato, eu fiz isso primeiro em quatro dias de uma análise de

dados muito intensa, na qual eu voltei, retomei essas entrevistas, as

histórias, os incidentes. Qual era o tema? Qual era o padrão? Meu marido

saiu da cidade com as crianças porque eu sempre entrava nessa loucura tipo

Jackson Pollock, onde eu ficava escrevendo e no meu modo

pesquisadora. E eis o que eu descobri. O que elas tinham em comum era

um senso de coragem. E quero diferenciar coragem e bravura para vocês

por um minuto. Coragem -- a definição original de coragem quando veio

para a língua inglesa -- é da palavra latina cor, que significa coração -- e a

definição original era contar a história de quem você é com todo o seu

coração Então essas pessoas tinham, muito simplesmente, a coragem de

serem imperfeitas. Elas tinham a compaixão de serem gentis consigo

mesmas primeiro e então com outros, porque acontece que não podemos

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praticar compaixão por outras pessoas se não conseguimos nos tratar com

gentileza. E a última coisa é que elas tinham conexão, e - essa é a parte

difícil -- como resultado de autenticidade, elas estavam dispostas a

abandonar quem pensavam que deveriam ser a fim de serem quem elas

eram, algo que você absolutamente tem que fazer para se conectar.

09:40

A outra coisa que elas tinham em comum era isso. Elas abraçavam a

vulnerabilidade completamente. Elas acreditavam que o que as tornava

vulneráveis as tornava lindas. Elas não falavam de vulnerabilidade com

algo confortável, nem falavam sobre isso ser doloroso -- como eu tinha

ouvido antes na entrevista sobre vergonha. Elas falavam que isso era

necessário Elas falavam sobre a disponibilidade de dizer "eu te amo"

primeiro, a disponibilidade de fazer algo quando não havia garantias, a

disponibilidade de respirar enquanto esperavam o médico ligar depois de

uma mamografia. Elas estavam dispostas a investir em um

relacionamento que poderia ou não funcionar. Elas achavam que isso era

fundamental.

10:44

Eu pessoalmente achava que isso era traição. Eu não conseguia acreditar

que tinha jurado fidelidade à pesquisa, na qual o trabalho -- sabem, a

definição de pesquisa é controlar e prever, estudar fenômenos pelo motivo

explícito de controlar e prever. E agora minha missão de controlar e prever

tinha trazido a resposta de que a maneira de viver é com vulnerabilidade e

parar de controlar e prever. isso levou a uma pequena crise -- (risos) -- que

realmente parecia mais com isto. (risos) E aconteceu. Eu chamei de crise,

meu terapeuta chamou de despertar espiritual. Um despertar espiritual soa

melhor que uma crise mas eu garanto a vocês que foi uma crise. Eu tive

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que colocar meus dados de lado e achar um terapeuta Deixe-me contar

algo: vocês sabem que vocês são quando ligam para seus amigos e dizem,

"acho que preciso ver alguém Você tem alguma recomendação?" Porque

uns cinco amigos meus tipo disseram, "huuum, eu não queria ser seu

terapeuta." (risos) E eu , "O que isso quer dizer?" E eles , tipo, "Estou só

dizendo, sabe. Não traga sua régua." E eu, "Tá"

12:03

Então achei uma terapeuta. Meu primeiro encontro com ela, Diana -- Eu

levei minha lista do jeito que os entusiasmados vivem, e sentei. E ela disse,

"Como vai você?" E eu disse, "Estou ótima, estou bem." Ela disse, "O que

acontece?" E essa é uma terapeuta que atende terapeutas, porque temos que

ir nessas, por que seus radares de enrolação são bons. (risos) Então eu

disse, "A coisa é a seguinte, estou lutando" E ela disse, "Qual é a luta?" E

eu disse , "Bom, eu tenho um problema com vulnerabilidade. E eu sei que

vulnerabilidade é o centro da vergonha e do medo e da nossa luta por

merecimento mas parece que também é a origem da alegria, da

criatividade, do pertencimento, do amor. E acho que tenho um problema, e

preciso de ajuda." E eu disse, "Mas tem uma coisa: sem mexer em coisas de

família, sem bobagens sobre minha infância." (risos) "Eu só preciso de

algumas estratégias." (risos) (aplausos) Obrigada. Então ela fez

assim. (risos) E então eu disse "É mal, não é? "E ela disse, " não é bom,

nem mal." (risos) "É apenas o que é." E eu disse, "ai, meu Deus, isso vai

ser uma droga."

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13:39

(risos)

13:42

E foi, e não foi. E levou cerca de um ano E vocês sabem como há

pessoas que, quando percebem que vulnerabilidade e sensibilidade são

importantes se rendem e se entregam. A: isso não sou eu e B: eu nem

conheço gente assim. (risos) Para mim, foi uma briga de rua de um ano. Foi

uma pancadaria. Vulnerabilidade pressionava, eu pressionava de volta. Eu

perdi a briga, mas provavelmente ganhei de volta minha vida.

14:15

E então quando eu voltei para a pesquisa e passei os anos

seguintes realmente tentando entende o que eles, os coração-plenos, que

escolhas eles estavam fazendo. e o que estamos fazendo com a

vulnerabilidade. Por que lutamos tanto com ela? Estou sozinha nessa luta

contra a vulnerabilidade? Não Então eis o que aprendi Anestesiamos a

vulnerabilidade -- quando estamos esperando pela ligação Foi engraçado,

eu enviei alguma coisa no Twitter e no Facebook que dizia, "Como você

definiria vulnerabilidade? O que faz você se sentir vulnerável? E em uma

hora e meia, eu tinha umas 150 respostas. Porque eu queria saber o que está

por aí. Ter que pedir ajuda ao meu marido porque estou doente, e somos

recém casados começar sexo com meu marido começar sexo com minha

esposa ser dispensado, convidar alguém para sair; esperar o médico

ligar; ser demitida; demitir pessoas -- esse é o mundo em que

vivemos. Vivemos em um mundo vulnerável. E uma das formas com que

lidamos com isso é anestesiar a vulnerabilidade

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15:24

E eu acho que há evidências -- e essa não é a única razão pela qual essa

evidência existe, mas eu acho que é uma causa enorme -- somos os adultos

mais endividados, obesos viciados e medicados na história dos Estados

Unidos. O problema é - e eu aprendi isso na pesquisa -- que você não pode

seletivamente anestesiar emoções Você não pode dizer, aqui está a parte

ruim. Aqui está a vulnerabilidade, aqui está a dor, aqui está a vergonha aqui

está o medo, aqui está o desapontamento e eu não quero sentir isso. Vou

tomar umas cervejas e comer um muffin de banana e nozes. (risos) Eu não

quero sentir isso E eu sei que isso é riso culpado eu vivo de hackear suas

vidas Deus (risos) Você não consegue anestesiar esses sentimentos

pesados sem anestesiar os outros sentimentos, nossas emoções. Você não

pode anestesiar seletivamente. Então quando anestesiamos a

alegria anestesiamos a gratidão, anestesiamos a felicidade. E então ficamos

infelizes, procurando por propósito e sentido, e então nos sentimos

vulneráveis, daí tomamos algumas cervejas e comemos um muffin de

banana e nozes. E isso se torna esse ciclo perigoso

16:48

Uma das coisas que acho que temos que pensar a respeito é porque e como

anestesiamos. E falo apenas de vícios. A outra coisa que fazemos é que

tornamos certo tudo que é incerto. A religião se transformou, de uma

crença em fé e mistério para a certeza. Estou certo, você está errado. Cale a

boca. É isso. Apenas certeza. Quanto mais medo temos, quanto mais

vulneráveis estamos, mais medo temos. É assim que a política se está hoje

em dia. Não há mais discurso Não há mais conversa. Há apenas

culpa. Vocês sabem como a culpa é descrita na pesquisa. Uma forma de

descarregar a dor e o desconforto. Nos aperfeiçoamos. Se há alguém que

quer que sua vida pareça com isso, sou eu, mas isso não funciona. Porque o

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que fazemos é pegar gordura do nosso traseiro e colocar nas nossas

bochechas. (risos) Inclusive, espero que em cem anos, as pessoas olhem

para trás e digam "Uau"

17:51

(risos)

17:53

E aperfeiçoamos, ainda mais perigosamente nossos filhos. Deixe me contar

a vocês o que pensamos sobre filhos. Estão prontas para a briga quando

chegam aqui. E quando seguramos bebezinhos perfeitos nos braços, nosso

trabalho não é dizer, "Olhe para ela, ela é perfeita. Meu trabalho é mantê-la

perfeita -- certificar-me de que ela entre na equipe de tênis no quinto ano e

em Yale no sétimo. "Esse não é nosso trabalho. Nosso trabalho é olhar e

dizer, "Sabe o que mais? Você é imperfeita, você está pronta para a

briga, mas você merece amor e pertencimento." Esse é nosso trabalho. Me

mostre uma geração de crianças criadas assim, e terminaremos com os

problemas que acho que vemos hoje. Fingimos que o que fazemos não tem

efeito sobre as pessoas. Fazemos isso em nossas vidas pessoais. Fazemos

isso nas empresas -- seja uma operação de salvamento, um derramamento

de óleo, um recall -- fingimos que o que estamos fazendo não tem um

impacto enorme sobre outras pessoas. Eu diria para as empresas, não somos

marinheiros de primeira viagem. Precisamos que vocês sejam autênticos e

reais e digam, "Sentimos muito. Vamos consertar."

19:02

Mas existe um outro jeito, e vou deixar vocês com isso. Isso é o que

descobri: nos deixarmos ser vistos profundamente, vistos

vulneravelmente, amar com todo nosso coração mesmo que não haja

garantia --- e isso é muito difícil, e eu posso dizer a vocês como mãe, isso é

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terrivelmente difícil -- praticar gratidão e alegria nos momentos de

terror, quando pensamos, "Posso amar tanto assim? Posso acreditar nisso

com tanta paixão? Posso ser tão ardente a esse respeito?" apenas ser capaz

de parar, e , em vez de catastrofizar o que poderia acontecer, dizer, "Sou

apenas tão grata, porque sentir-se tão vulnerável significa que estou

viva." E a última coisa, que eu acho que é provavelmente a mais

importante, é acreditamos que somos suficientes. Porque acredito que

quando começamos com um sentimento que diga, "Sou suficiente, " então

paramos de gritar e começamos a escutar, somos mais bondosos e gentis

com as pessoas ao nosso redor, e somos mais bondosos e gentis conosco.

20:06

É tudo o que tenho. Obrigada.

20:08

Aplausos