brinquedos do parquinho do sol
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O Projeto dos Brinquedos do Parquinho do Sol surgiu com a participação em umainiciativa maior, o Projeto Casa da Criança, que tem como objetivo reformar ouconstruir unidades de atendimento a crianças e adolescentes desfavorecidos d ecomunidades carentes. Sob orientação da professora Célia Regina da Silva, arquitetaparticipante do Projeto Casa da Criança, os acadêmicos de Design da UDESCprojetaram e executaram os brinquedos de um dos ambientes da Creche João PauloII, em Palhoça/SC, o Parquinho do Sol. A partir de material (sucata) doado dediversas empresas, além de material recolhido nas ruas e em obras de construçãocivil, concretizou-se o ambiente feito a partir de materiais reaproveitados.TRANSCRIPT
Autores: Lucía Andrea Vinatea Barberena, Mayara Atherino Macedo, Oberdan Piantino.
1.Resumo
O Projeto dos Brinquedos do Parquinho do Sol surgiu com a participação em uma
iniciativa maior, o Projeto Casa da Criança, que tem como objetivo reformar ou
construir unidades de atendimento a crianças e adolescentes desfavorecidos d e
comunidades carentes. Sob orientação da professora Célia Regina da Silva, arquiteta
participante do Projeto Casa da Criança, os acadêmicos de Design da UDESC
projetaram e executaram os brinquedos de um dos ambientes da Creche João Paulo
II, em Palhoça/SC, o Parquinho do Sol. A partir de material (sucata) doado de
diversas empresas, além de material recolhido nas ruas e em obras de construção
civil, concretizou-se o ambiente feito a partir de materiais reaproveitados.
1.Abstract
The Brinquedos do Parquinho do Sol project began with the idea of
participating of a bigger project, the Projeto Casa da Criança, wich has as objective
the construction or remodelation of units of attention to teenagers or children from
disfavored communities. Under supervision of the teacher Célia Regina da Silva, a
participant architect of Projeto Casa da Criança, Design academics from Udesc
projected and executed the toys of the Parquinho do Sol, one of the environments of
Creche João Paulo II, in Palhoça/SC. From donated material (garbage) of various
companies and material collected from the street and from civilian construction, the
environment made of reused material became real.
2.Objetivo
O objetivo do Projeto Brinquedos do Parquinho do Sol foi o de construir os
brinquedos do Parquinho do Sol, um dos ambientes da Creche João Paulo II, em
Palhoça/SC, estabelecimento escolhido para participar do projeto Casa da Criança.
O material utilizado deveria ser reutilizado, com apenas poucas coisas novas ou
adquiridas por meio de compra e, no entanto, o produto final deveria sem bem
acabado.
O projeto dos brinquedos deveria levar em conta as medidas antropométricas do
público alvo (crianças entre três e seis anos de idade), a segurança (ausência de
cantos vivos ou estruturas perigosas), e ergonomia cognitiva (as cores e a forma
deveriam estimular as crianças à brincarem nos brinquedos).
O parquinho deveria ser diferente de todos os tradicionais conjuntos de
brinquedos existentes na grande Florianópolis. Deveria ter uma identidade própria, de
acordo com o tema “Boi de Mamão”, manifestação folclórica típica do litoral
Catarinense, além de explorar materiais inusitados, já que as doações deveriam ser
em sua maioria, aproveitadas.
3.Justificativa
O meio ambiente e os ecossistemas estão em perigo, além de estarem ocorrendo
inúmeras variações climáticas no planeta. Tudo aquilo possível de ser realizado em
termos de sustentabilidade ambiental, deve concretizar-se. Profissionais como
designers e arquitetos possuem muita responsabilidade sobre os bens de consumo
humanos, portanto, devem fazer o possível para tornar o consumo e a indústria menos
nociva à natureza.
O mundo em que vivemos é repleto de desigualdade, que comprometem a
qualidade de vida muitas pessoas, principalmente dos países de terceiro mundo, que
só poderão seguir adiante se receberem condições adequadas de vida e, o mais
importante, educação. É preciso oferecer às crianças de hoje condições dignas de
saúde, moradia e educação, mostrar que o ser humano e a natureza podem conviver de
forma mais harmoniosa e que, havendo cooperação, o planeta
Terra pode se tornar um lugar melhor.
O projeto dos Brinquedos do Parquinho do Sol busca aliar os dois ideais descritos
acima, o de uma sociedade mais justa e o de um meio ambiente melhor
preservado. Reaproveitar materiais e construir um parquinho para crianças (que, sem
interferência
de uma ajuda externa, viveriam uma infância sem perspectivas), certamente é garantir
que pelo menos algumas dessas pessoas possam se tornar adultos responsáveis e
conscientes.
Para os acadêmicos de Design da UDESC, o projeto significou enorme
crescimento profissional e pessoal. O exercício do projeto, com todas suas etapas,
além do trabalho em equipe e o prazo muito limitado, geraram cooperação e acúmulo
de conhecimento, já que o grupo precisou trabalhar independente das dificuldades
que se apresentaram, para alcançar o objetivo comum: o de construir um parquinho
inteiramente feito de materiais reaproveitados.
4. Projeto Casa da Criança
O Projeto Casa de Criança é uma ação voluntária de profissionais de diferentes áreas
que se unem para reformar ou construir unidades de atendimento a crianças e
adolescentes desfavorecidos socialmente no Brasil.
Surgiu em Recife, no ano de 1999; beneficiando até hoje, cerca de 1060
crianças, movimentando um investimento total de R$ 10 milhões, e envolvendo
cerca de 3440 empresas, 330 construtoras e 470 profissionais.
No caso da Grande Florianópolis, o projeto ocorreu pela primeira vez em 2006,
como uma iniciativa do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/SC), credenciados
como Franquia Social Projeto Casa da Criança em Santa Catarina.
A primeira obra do Projeto Casa da Criança na Grande Florianópolis ocorreu na
Creche da Sociedade João Paulo II, localizada no bairro Ponte do Imaruím,
município de Palhoça; área considerada de risco. A ação voluntária envolveu a
reforma de 50 ambientes, onde eram atendidas 180 crianças entre 3 a 18 anos. No
local são oferecidas pré-escola e reforço escolar, com aulas de música, teatro,
trabalhos manuais e informática. Além das crianças, seus pais também recebem
alimentação e cuidados.
Dos 50 ambientes que necessitavam de reforma, o Parquinho do Sol (área de
recreação e lazer das crianças da creche) era um dos poucos ambientes externos, por
esse motivo, possuía uma série de necessidades específicas. Os arquitetos e
professores Rodrigo Gonçalves e Célia Regina da Silva foram os responsáveis pelo
projeto arquitetônico de todo o ambiente e pela coordenação das áreas envolvidas.
5. Parquinho do Sol
O nome Parquinho do Sol foi definido pelos organizadores do Projeto Casa da Criança:
trata-se do parquinho localizado na área externa da Creche João Paulo II (há também o
parquinho da chuva, um ambiente de entretenimento coberto, porém com espaço inferior ao
outro), onde os alunos fazem seu momento de recreação. O Parquinho do Sol tem como
característica principal um grande mosaico de Sol, que causa um grande impacto visual e
chama atenção para o mesmo. Este mural foi construído com pastilhas cerâmicas
fornecidas por uma das empresas parceiras do Projeto Casa da Criança, e a construção do
mesmo foi feita pelos alunos de Design da UDESC.
O tema escolhido para compor os brinquedos do parquinho foi o Boi de Mamão, uma
das manifestações mais populares do litoral Catarinense, encenado com alegre coreografia
e ao som de uma cantoria contagiante que encanta e envolve crianças e adultos.
6. Brinquedos do Parquinho do Sol
Através da arquiteta e também docente da Universidade do Estado de Santa Catarina
(UDESC), Célia Regina da Silva, o projeto chegou até à universidade e se transformou em
Projeto de Extensão, tendo a coordenação das professoras Gabriela Botelho Mager e Célia
Regina da Silva. Os “tantos acadêmicos” do curso de Design, habilitações Industrial e
Gráfico, que participaram do projeto, o fizeram de forma voluntária.
A UDESC disponibilizou sua infra-estrutura, oficinas metal-mecânica e de marcenaria,
inclusive nos fins de semana e feriado, o transporte dos brinquedos até à creche e translado
dos alunos, além do campus como um todo.
Alguns dos materiais utilizados foram provenientes de doações: a empresa Brasil
Telecom doou cúpulas de telefones públicos danificadas, alguns com formatos
diferenciados, além de postes metálicos desativados de telefones públicos. Também foram
doadas estruturas plásticas de carretéis de fios de TV a Cabo, caixas de proteção de
equipamentos acoplados aos fios elétricos e telefônicos, fios elétricos, carretéis de madeira,
entre outros. Outros materiais foram recolhidos, como madeiras (pinus e angelim)
provenientes de restos de construção civil, placas feitas de tubos de pasta de dentes
prensados (que seriam descartadas). Um material peculiar foi uma borracha de silicone
encontrada entre os descartes da oficina metal-mecânica da UDESC – este material, com
aspecto translúcido, foi utilizada para um dos brinquedos do Parquinho do Sol.
Os acadêmicos de Design da UDESC foram os responsáveis pelo projeto e pela
execução dos Brinquedos, ou seja, todos os foram construídos dentro das dependências
da universidade, utilizando como mão-de-obra os próprios alunos.
a. Requisitos e Restrições
Alguns dos limitantes e pré-requisitos para o projeto dos brinquedos foram a utilização
dos mais diversos materiais que foram doados, resistir aos intempéries, serem seguros,
vistosos, ficarem prontos em curto espaço de tempo, sendo preferencialmente modular,
bonito e alegre.
O público–alvo foi composto de crianças de três a seis anos, todas provenientes de
comunidades carentes. Por esse motivo, além de requisitos de projeto relativos à ergonomia
e segurança, os brinquedos, produzidos com material reaproveitado, deveriam possuir um
bom acabamento, para não remeter ao lixo e à sucata. Os objetos projetados deveriam ser
alegres, com cores vivas, que estimulassem a imaginação, a criatividade e a coordenação
motora, além de produzir um efeito visual inusitado.
A principal restrição foi o prazo de 12 dias para projetar, executar e instalar todo o
projeto. De mesma forma, houve limitações de disponibilidade de horários dos
participantes, já que tal projeto foi realizado predominantemente em período de aulas,
exigindo dos alunos organização e dedicação extra para se revezarem entre comparecer às
aulas, entregar os trabalhos referentes às mesmas e participar do projeto. Um dos maiores
requisitos do projeto era saber lidar com a limitação financeira, pois, o empreendimento
precisou concretizar-se sem praticamente nenhuma verba.
Projeto Casa da Criança
Parquinho do Sol
Brinquedos do Parquinho do Sol
Níveis de projeto: o grande projeto
(Casa da Criança) e os sub-projetos.
b. Conceito
O tema escolhido para compor o ambiente foi o “Boi de Mamão”, manifestação
folclórica típica do litoral Catarinense, onde diversos personagens cantam e contam uma
história peculiar – cada brinquedo deveria remeter a um dos personagens do “Boi de
Mamão”.
O Boi-de-Mamão é uma das manifestações mais populares do litoral Catarinense,
revela em sua manifestação um ato dramático, encenado com alegre coreografia e ao som
de uma cantoria contagiante que encanta e envolve crianças e adultos. É uma versão
catarinense dos folguedos do bumba-meu-boi tão conhecido no Norte e Nordeste do Brasil.
O primeiro registro em Santa Catarina desta folia é de 1871, contada por José Boiteux,
em seu livro “Águas Passadas”, onde descreveu uma dança realizada em Desterro (antigo
nome de Florianópolis). Antigamente a brincadeira era conhecida como “Boi de Pano”,
mas com a pressa de se fazer à cabeça foi utilizado um mamão verde para fazer a cabeça do
boi, daí seu nome atual.
Quanto à época da sua realização há variantes, em que se enquadram todas dentro
do período que vai do Natal ao Carnaval.
Personagens
O elemento principal como o próprio nome indica é o boi; consiste em uma armação
de madeira, sobre a qual estendem um pano grande, branco ou preto, com remendos da cor,
imitando as manchas do couro do boi natural. Sob a armação vai o "brincador" (como o
chamam).
A brincadeira aborda um tema épico (a morte e ressurreição do boi). Apresenta a
pantomima das investidas do boi, a sua morte, a encenação da cura, envolvendo, os
personagens do Mateus, Vaqueiro (chefe do bando, em alguns lugares é conhecido como
Chamador, ou ainda por Mateus), Doutor, Urubu e finalmente, culmina com a ressurreição
do boi.
Os outros bichos (cavalinho e cabrinha) são confeccionados à semelhança do boi,
junto com o Vaqueiro, Mestre Mateus, Doutor, Bernuncia (bicho comedor de gente),
Maricota (boneca de 3m de altura é uma personagem alemã, que possui um namorado
manezinho muito baixo, ela dá bolsadas em quem caçoa dele), Cachorro, Urso-branco,
Urso-preto e o Macaco são figuras obrigatórias no ritual do folguedo popular. Palhaços e
Mascarados também são encontrados em alguns locais. Estes são trajados com roupas
velhas, máscaras e bordão. Os mascarados são incumbidos de pedir esmolas aos donos das
casas que visitam. Toda a receita arrecadada, muitas vezes, são oferecidas à Igreja local. A
"cantoria" acompanha toda toda a apresentação cantando versos alusivos às figuras e à
dramatização.
c. Identidade Visual
Foi uma identidade visual baseada no tema central, em que foram desenvolvidas
diversas peças gráficas, tais como cartaz, flyer, e peças informativas internas, ou seja, para
envio aos participantes contendo as informações e atualizações sobre o projeto.
d. Referências
e. Geração de Alternativas
Em um primeiro encontro, os acadêmicos de Design foram familiarizados com a
proposta, tema e público alvo e analisaram parte dos materiais. Nesse mesmo encontro,
começaram a ser geradas alternativas, esboços rápidos de brinquedos. “O projeto era
complementado e evoluía quando aprimorado de outras maneiras, como por exemplo,
através de gestos, conversas, e principalmente, com o "ensaio" visual obtido a partir de
uma peça unida à outra, com a intenção de atingir o objetivo de representar determinado
elemento do folclore açoriano. Isto era possível, pois a maioria do material a ser utilizado
na construção dos brinquedos, já estava disponível no momento da geração de idéias, com
sua materialidade e todas as características intrínsecas (como forma, tamanho, cor, tipo de
material, estado de conservação, resistência, etc..) imprescindíveis para serem apresentadas
claramente de acordo com o projeto. Isto quer dizer que aquela parte da abstração do
projeto que o desenho busca suprir, (mostrar aquilo que não está ali, não é material), não
aconteceu totalmente” (SILVA e MAGER, 2006).
As alternativas foram escolhidas, com base nos parâmetros de tempo de execução,
complexidade do projeto, mão-de-obra e materiais disponíveis.
- Boi-Balanço
- Função: Servir como balanço (pré-requisitado pela direção da Creche) e remeter ao
personagem Boi-de-Mamão.
- Execução: Feito a partir de postes metálicos desativados de telefones públicos,
elemento plástico de proteção de fios telefônicos na fiação elétrica urbana, restos de
madeira (angelim), cordas, tinta automotiva e esmalte acrílico.
Diante de diversos problemas e imprevistos no projeto, algumas soluções alternativas
foram utilizadas: Para a pintura (bolinhas coloridas), primeiro pintou-se tudo de preto
(cor de fundo), depois fizeram-se as bolinhas com spray/compressor de tinta (as bordas
ficavam irregulares). Logo aplicaram-se máscaras de fita crepe em formato circular,
sobre as bolinhas e depois pintou-se tudo de preto novamente. Uma vez seca a tinta,
retiraram-se as máscaras de fita crepe, obtendo-se o resultado de bolinhas coloridas
com bordas e formato regular. Para a execução da cabeça do boi, a idéia inicial era
utilizar madeira. Devido ao tempo limitado, optou-se por fazer a cabeça de plástico, a
partir de um elemento plástico que protege os fios telefônicos nos postes de energia
elétrica. Tal escolha diminui o tempo de execução e facilitou o acabamento, devido a
sua leveza e maleabilidade. Os chifres, inicialmente de metal, foram substituídos por
fios elétricos, de modo que seu formato é facilmente modificável, sem comprometer a
estrutura e o efeito visual.
- Projeto Final: O Boi Balanço foi devidamente instalado (foram feitas sapatas de
concreto para fixá-lo ao solo) na Creche João Paulo II e está sendo utilizado pelos
alunos.
- Caracol Arco Íris
- Função: Promover uma atividade lúdica em que as crianças exercitam a
compreensão matemática dos números de um a dez.
- Execução: Feito a partir de bases metálicas para fixação de telefones públicos,
restos de madeira (Angelim) e tintas diversas.
- Projeto Final: O Caracol Arco Íris foi devidamente instalado no Parquinho do Sol.
Para sua fixação no solo, utilizaram-se pequenas bases de concreto.
- Bernunça / Bernúncia
- Função: Promover a integração entre as crianças e simular parte da brincadeira do
Boi de Mamão – quando a Bernunça engole uma criança – por seu caráter
dinâmico, o brinquedo dá margem a várias formas de utilização. Pode servir como
túnel, além de diversas outras utilizações que serão criadas e definidas pelos
usuários.
- Execução: Foram utilizados tubos metálicos, uma cúpula desativada de telefone
público, cordas de nylon, placa feita a partir de tubos de pasta de dente prensados,
borracha translúcida e tintas diversas. Um material bastante interessante foi a
borracha translúcida: encontrada entre os descartes da oficina metal-mecânica da
Udesc, fazia parte de um projeto não concluído, no qual a borracha não obteve a
forma desejada e foi, por isso, descartada. O efeito translúcido e levemente
gelatinoso da borracha, além das pequenas bolhas de ar em seu interior, serviram
para representar a “saliva” da Bernunça, que foi posicionada sobre a “língua”, feita
a partir da placa de tubos de pasta de dente prensados pintada com tinta vermelha.
Os tubos metálicos foram entortados e posteriormente soldados para formar a
estrutura do “corpo” da Bernunça.
- Projeto final: O “corpo” da Bernunça foi fixado ao solo por meio de sapatas de
concreto. A “cabeça” da Bernunça (cúpula de telefone público) foi unida a duas
tábuas previamente fixadas ao solo com concreto. A união entre a “cabeça” e o
“corpo” da Bernunça se dá de forma simbólica, pelos fios de nylon entrelaçados
entre as duas estruturas.
- Casinha de Bonecas
- Função: Pré-Requisitada pela direção da Creche, no parquinho deveria haver uma
casinha de bonecas que substituísse a casinha anterior, já muito velha e desgastada. Por
ser um dos brinquedos onde as crianças se reúnem em maior número, deveria ser
grande de forma a comportar bastantes alunos. A referência utilizada foram as casas
coloniais açorianas, tipo de arquitetura muito presente na Grande Florianópolis –
As cores fortes caracterizaram a referência ao caserio açoriano.
- Execução: Os materiais utilizados foram: Restos de madeira (angelim), restos de
compensado de madeira, peças de demolição (portas, janelas e telhas francesas),
assoalho feito a partir de madeira de caixaria (pinus) e tintas diversas.
As portas de demolição possuíam vários vidros quadrados. Estes foram retirados, por
serem considerados perigosos para as crianças. Para substituí-los, colocaram-se
quadrados de compensado de madeira, todos com uma ilustração de motivo infantil
feita pelos acadêmicos de Design. Juntando-se os pedaços de madeira, lograram-se
paredes. As cores utilizadas foram vivas e alegres, tornando o pequeno ambiente muito
convidativo. Na oficina metal-mecânica da Udesc, foram apenas tratadas e pintadas as
madeiras e materiais da Casinha de Bonecas. Suas peças foram transportadas e a
montagem foi feita no dia da instalação.
- Projeto Final: A fixação da Casinha de Bonecas se deu, em parte, pelo assoalho (a
estrutura foi apoiada no assoalho), mas também foram utilizados elementos de fixação
em concreto.
- Maricota
- Função: Servir como “brinquedão”: Conjunto de três plataformas multi-funcionais –
uma das funções é integrar o escorregador – que representam a Maricota, personagem
alta e grande da brincadeira do Boi de Mamão.
- Execução: Os materiais utilizados foram: Estruturas plásticas de carretéis de fios de
TV a cabo, postes metálicos desativados de telefones públicos, cordas, tubos de
ferro, carretel de madeira, restos de madeira (angelim), fios elétricos coloridos e tintas
diversas. A estruturação da Maricota foi a mais complexa, já que deveria ser capaz
de suportar bastante peso, além de oferecer bastante estabilidade. Através de
postes metálicos e estruturas plásticas de carretéis de fios de TV a cabo,
executou-se a estrutura principal da Maricota. A armação do restante do
“corpo” da Maricota foi feita com tubos de ferro entortados e posteriormente soldados.
O “cabelo” da Maricota constituiu-se de fios elétricos coloridos, todos unidos à
“cabeça” feita de uma parte do carretel de madeira. A pintura caracterizou o
personagem Maricota, já que deu feições femininas ao “rosto” e detalhes da roupa no
“corpo” (por exemplo, as meias listradas das “pernas” da personagem).
- Projeto Final: A fixação da estrutura da Maricota ao solo também foi feita por meio
de sapatas de concreto. O escorregador somente foi adicionado em etapa posterior à
instalação dos brinquedos.
7. Conclusões
O objetivo dos Brinquedos do Parquinho do Sol partem basicamente da
responsabilidade social vinculada ao crescimento acadêmico. A motivação engloba duas
causas urgentes: a inclusão de pessoas de baixa renda no mercado competitivo (uma boa
educação garantirá um bom futuro) e o reaproveitamento de materiais. Os acadêmicos de
Design da Udesc beneficiaram-se muito, em termos de conhecimento, com o projeto. O
fato de projetar os componentes de um ambiente, em tempo muito limitado, exercitou a
capacidade criativa dos alunos. Além disso, a todo momento tiveram que ser feitas
adaptações no projeto (conforme apresentavam-se os problemas não planejados), fato que
exercitou muito a flexibilidade que o designer deve ter para desenvolver produtos.
Enfim, a atividade foi de extrema importância para exercitar o trabalho em grupo e a
interdisciplinariedade – neste caso, apenas entre Design Industrial, Design Gráfico e
Arquitetura – fato que trouxe crescimento profissional a cada um dos integrantes.
8. Referências Bibliográficas
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MUSEU UNIVERSITÁRIO. URL: http://www.museu.ufsc.br/setor_cultura_popular_17.php Acessado em 09/2006
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