caderno de atividades

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Semestre 5 Administração Caderno de Atividades Gesto de Negcios Internacionais CLIQUEAQUI PARA VIRARAPÁGINA

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  • Seme

    stre

    5

    Administrao

    Caderno de AtividadesGestao de Negocios Internacionais

    CLIQUEAQUIPARAVIRARAPGINA

  • FICHA TCNICA

    Equipe de Gesto EditorialRegina Cludia FiorinJoo Henrique Canella FirioPriscilla Ramos Capello

    Anlise de ProcessosJuliana Cristina e SilvaFlvia Lopes

    Reviso TextualAlexia Galvo AlvesGiovana Valente FerreiraIngrid FavorettoJulio CamilloLuana Mercrio

    DiagramaoClula de Inovao e Produo de Contedos

    Caderno de AtividadesAdministrao

    DisciplinaGesto de Negcios Internacionais

    Coordenao do CursoFernando Conter e Grasiele Loureno

    AutorJos Batista de Carvalho Filho

  • ChancelerAna Maria Costa de Sousa

    ReitoraLeocdia Agla Petry Leme

    Pr-Reitor AdministrativoAntonio Fonseca de Carvalho

    Pr-Reitor de GraduaoEduardo de Oliveira Elias

    Pr-Reitor de ExtensoIvo Arcanglo Vedrsculo Busato

    Pr-Reitora de Pesquisa e PsGraduaoLuciana Paes de Andrade

    Realizao:

    Diretoria de Planejamento de EAD Jos Manuel Moran Barbara Campos

    Diretoria de Desenvolvimento de EAD Thais Costa de Sousa

    Gerncia de Design EducacionalRodolfo Pinelli Gabriel Arajo

    2013 Anhanguera Educacional

    Proibida a reproduo final ou parcial por qualquer meio de impresso, em forma idntica, resumida ou modificada em lngua portuguesa ou qualquer outro idioma.

    Como citar esse documento:CARVALHO FILHO, Jos Batista. Gesto de Negcios Internacionais. Valinhos, p. 1-90, 2014. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014.

  • ndicendice

  • Tema 01: Teorias do Comrcio Internacional 6

    Tema 02: Panorama e Diretrizes do Comrcio Exterior BrasileiroPanorama e Diretrizes do Comrcio 28

    Tema 03: O Setor Externo da Economia Brasileira 50

    Tema 04: Prticas do Comrcio InternacionalPrticas do Comrcio Internacional 70

  • sees

    Tema 01Teorias do Comrcio Internacional

  • SeesSees

  • Tema 01Teorias do Comrcio Internacional

  • 9Contedo

    Nessa aula voc estudar:

    O porqu da especializao internacional das naes e quais suas consequncias.

    A teoria clssica do comrcio internacional.

    A teoria neoclssica do comrcio internacional.

    As novas teorias do comrcio internacional.

    CONTEDOSEHABILIDADES

    Introduo ao Estudo da Disciplina

    Caro(a) aluno(a).

    Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Manual de Economia e Negcios Internacionais, organizadores Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos, Miguel Lima, Simo Davi Silber, Editora Saraiva, 2011, Livro-Texto n. 480.

    Roteiro de Estudo:

    Jos Batista de Carvalho Filho

    Gesto de Negcios Internacionais

  • 10

    Habilidades

    Ao final, voc dever ser capaz de responder as seguintes questes:

    Por que as naes buscam a permanente especializao e quais suas consequncias?

    Qual o mecanismo de funcionamento da teoria clssica do comrcio internacional?

    Como funciona o modelo neoclssico do comrcio internacional?

    Quais os impactos das novas teorias do comrcio internacional?

    CONTEDOSEHABILIDADES

    LEITURAOBRIGATRIA

    Teorias do Comrcio Internacional

    H muito tempo, os economistas expressam suas preocupaes em explicar o porqu da especializao internacional das naes e quais suas consequncias. Com base em experincias, estudos e pesquisas de economistas renomados, as teorias desenvolvidas obtm caractersticas especficas de acordo com a realidade explorada. A comercializao1 entre os pases apresenta um histrico de crescimento constante na interdependncia entre as naes.

    1 Para maiores detalhes sobre o progresso do comrcio mundial, visite o link: .

  • 11

    LEITURAOBRIGATRIAO A Figura 1.1, a seguir, apresenta uma evoluo constante nas exportaes mundiais:

    Figura 1.1 Evoluo das Exportaes Mundiais (1950 2011)Fonte: Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior.

    O comrcio internacional passou a se caracterizar como uma nova fonte de trocas adaptada realidade moderna, a partir da Revoluo Industrial.

    Aps a 2a Guerra Mundial, o comrcio internacional voltou a ser considerado o motor do desenvolvimento econmico mundial. A reduo das barreiras tarifrias nos pases industrializados caiu em mdia na ordem de 35% para 6%, fruto do trabalho desenvolvido pelo General Agreement on Tariffs and Trade (GATT, Acordo Geral de Tarifas e Comrcio, em portugus). O primeiro esforo no processo de reduo tarifria, que tinha como finalidade facilitar o comrcio entre as naes, foi voltado para o setor da indstria e, posteriormente (com a Rodada do Uruguai, encerrada em 1994), para os setores de agricultura e servios.

    De 1950 a 1973, para um crescimento do PIB mundial de 4,8% ao ano, o comrcio teve crescimento de 7,8%. As taxas de cmbio fixas, os pequenos movimentos especulativos de capital e a harmonia das polticas macroeconmicas, ingredientes presentes no sistema de Bretton Woods, foram decisivos no processo de combate escalada protecionista at ento predominantes no comrcio mundial. O conjunto das aes macroeconmicas contribuiu efetivamente para o xito no comrcio mundial.

    A dcada de 1970 marcou uma nova fase na evoluo da economia mundial. Este perodo proporcionou o surgimento de uma nova forma de protecionismo nos pases desenvolvidos contra a concorrncia externa. So as chamadas Restries No Tarifrias (RNT). O aparecimento das RNTs teve em sua origem uma srie de acontecimentos que influenciaram as tratativas comerciais, a saber:

  • 12

    LEITURAOBRIGATRIA1. Os choques do petrleo e das taxas de juros.

    2. A ruptura do sistema de taxas de cmbio fixo.

    3. Maior mobilidade de capital.

    4. O aparecimento dos pases emergentes, de industrializao recente, como importantes competidores no comrcio mundial.

    A partir desses acontecimentos, as RNTs assumiram diversas formas: aes antidumping, direitos compensatrios, quotas, subsdios, acordos voluntrios de restries s exportaes, direitos alfandegrios variveis, licenas no automticas de importao, o que ficou demarcado como amortecedores do comrcio internacional.

    Aps o perodo de turbulncias dos anos 1970 e incio dos anos 1980, observa-se a retomada do crescimento do comrcio mundial. Atualmente, o comrcio mundial cresce a uma taxa mdia de 5% ao ano, bem acima do crescimento do PIB mundial, que se situa na faixa de 3,5% o ano. Merece destaque a observao de que o grande sucesso e dinamismo do comrcio mundial est diretamente agregado aos arranjos regionais.

    O estudo das teorias de comrcio internacional tem o desafio permanente de buscar resposta s seguintes indagaes:

    1. Quais as vantagens de importar um produto que pode ser produzido no mercado domstico com gerao de renda e emprego para a populao do pas?

    2. Nas definies de poltica de comrcio exterior, quais produtos o pas exportar e quais importar?

    3. Como so determinados os preos de equilbrio no mercado mundial?

    4. possvel que todos os pases se beneficiem do comrcio internacional?

    5. Quais os impactos sobre a distribuio de renda decorrentes do comrcio internacional?

    No existem respostas pontuais para essas perguntas nem uma nica teoria que tenha resposta a todas essas questes.

    A teoria clssica do comrcio internacional destaca o princpio das vantagens comparativas de David Ricardo, que tem como elemento terico central o chamado custo

  • 13

    LEITURAOBRIGATRIAde oportunidade. O modelo de Ricardo fundamentado em um conjunto de hipteses simplicadoras, a saber:

    1. Existem dois pases que sero denominados Brasil (B) e Resto do Mundo (RDM).

    2. Cada pas produz dois bens: alimentos (A) e um produto industrial, tecido (T).

    3. O nico fator de produo que recebe remunerao (tem custo) a mo de obra, denominado L.

    4. A mo de obra homognea e est em disponibilidade fixa em cada pas.

    5. H mobilidade total de mo de obra dentro do pas, mas no existe a possibilidade de imigrao (imobilidade internacional da mo de obra).

    6. A produtividade da mo de obra, em cada bem, fixa.

    7. Existe concorrncia perfeita em todos os mercados; no existem impostos de importao nem custo de transporte.

    As concluses obtidas da teoria de Ricardo2 so bastante simples. Primeiro: essa teoria postula que duas naes tero relaes comerciais quando apresentarem custos relativos de mo de obra diferentes. Segundo: conclui que uma nao exportar sempre o produto que fabricar com custos de mo de obra relativamente menores do que os de outra. Finalmente: com base nesses resultados, indica que o comrcio entre dois pases vantajoso para ambos, uma vez que um pas tem vantagem comparativa sobre o outro ou outros pases quando se especializa em alguns segmentos em capacitao, pesquisa, tecnologia e racionalidade de mo de obra.

    Para um melhor entendimento, segue a demonstrao por meio da matriz de opes de produo (Tabela 1.1) disponveis para o Brasil e o Resto do Mundo:

    Tabela 1.1 Necessidades de mo de obra por unidade de produto (horas)

    Alimento TecidoBrasil 100 120

    Resto do Mundo 90 80

    2 Este link demonstra de forma simples e prtica como funciona o modelo Ricardiano: .

  • 14

    J o modelo desenvolvido por dois economistas suecos Heckscher-Ohlin, formalizado por Paul Samuelson, o modelo conhecido com A teoria neoclssica do comrcio internacional. O modelo contempla as seguintes hipteses centrais:

    1. Existem dois pases: Brasil e Resto do Mundo.

    2. Cada pas produz dois bens: alimento e tecido.

    3. Existem dois fatores de produo: capital (K) e trabalho (L).

    4. Os pases tm dotaes relativas diferentes de capital e trabalho; o Brasil relativamente abundante em mo de obra, e o Resto do Mundo, relativamente abundante em capital.

    5. O conhecimento tecnolgico est disponvel livremente no mundo, ou seja, as funes de produo no diferem entre pases.

    6. Um dos produtos, o tecido, usa intensivamente capital, e o outro produto, o alimento, usa intensivamente mo de obra. Em outras palavras, qualquer que seja o custo da mo de obra e do capital, o setor de tecidos sempre usar mais capital fsico por trabalhador (K/L) do que o de alimentos.

    7. Concorrncia perfeita em todos os mercados, ausncia de custo de transporte e impedimentos artificiais ao comrcio internacional, como o imposto de importao.

    O resultado dessas hipteses que o Resto do Mundo, que tem abundncia relativa de capital, tenderia a exportar o produto que usa intensivamente capital (tecido), enquanto o Brasil, com abundncia relativa de mo de obra, exportaria o produto que usa mo de obra intensiva (alimento).

    A Teoria de Samuelson defende que o comrcio internacional favorece o fator de produo abundante do pas e penaliza o fator de produo escasso.

    Por ltimo, vale analisar as novas teorias do comrcio internacional. Um dos precursores das novas teorias do comrcio internacional S. B. Linder, economista sueco. Nos anos 1960, ele apresentou uma explicao para a crescente importncia do comrcio entre os pases ricos (comrcio norte-norte) em contraposio s teorias tradicionais que previam uma intensificao do comrcio entre pases ricos e os pases em desenvolvimento (comrcio norte-sul). Linder defende que a concentrao do comrcio de manufaturas entre os pases ricos era explicada fundamentalmente pela semelhana de seus nveis de renda per capita.

    LEITURAOBRIGATRIA

  • 15

    LEITURAOBRIGATRIAOutra teoria que ganhou destaque foi a teoria do ciclo de vida do produto de R. Vernon, que procurava explicar o comrcio internacional a partir do progresso tecnolgico e das vrias etapas da vida de um produto. Segundo essa teoria, os padres do comrcio mundial seriam explicados pelas vrias etapas da vida de um produto: no nascimento, as vantagens comparativas estariam nos pases desenvolvidos, e na maturidade, nos pases em desenvolvimento.

    No final dos anos 1970 e comeo dos anos 1980, presenciou-se a incorporao de mercados imperfeitos, economias de escala e diferenciao dos produtos em modelos formais de comrcio internacional. Esses modelos se explicam por duas principais variantes: a que usa o modelo de concorrncia monopolstica e a que usa as teorias de oligoplio para explicar algumas das caractersticas do comrcio internacional atual.

    Quer saber mais sobre o assunto? Ento:

    SitesConsulte o site do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior e leia o texto: Exportaes do Centro-Oeste registram aumento de 22% em novembro. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014. Identifique os dados estatsticos da Balana Comercial.

    Consulte o site da OMC (Organizao Mundial do Comrcio). Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014.Site em ingls para estudar todo o funcionamento, a estrutura, a misso e as informaes importantes de atuao da OMC nas negociaes e nos impasses internacionais no campo comercial.

    LINKSIMPORTANTES

  • 16

    Visite o site do IPEA (Instituto de Polticas Econmicas e Aplicadas). Disponvel em . Acesso em: 02 jan.2014.

    Consulte o site do Governo Federal sobre Exportao: Srie Aprendendo a Exportar. Dispo-nvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014. Este site oferece uma gama significativa de informaes para quem pretende iniciar no ramo de exportao ou melhorar a qualidade e racionalidade dos processos. Neste site, voc aprende a calcular o preo de um produto para exportao.

    VdeosAssista ao vdeo: AVENIDA CULT. Economia 2 Escassez e CPP. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014. Uma reflexo sobre economia e as possibilidades de produo entre duas alternativas.

    Assista ao vdeo: AVENIDA CULT. Economia 6 - Custo de Oportunidade. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014. Apresenta exemplos com riqueza de detalhes sobre o entendimento de custo de oportunidade.

    Assista ao vdeo: FONFT FILMES. Modelo Ricardiano. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014. Explica de forma didtica como funciona a Teoria das Vantagens Comparativas.

    LINKSIMPORTANTES

  • 17

    Instrues:

    Agora, chegou o momento de exercitar seu aprendizado por meio da resoluo das questes deste Caderno de Atividades. Lembre-se de que, para responder as questes, voc precisar assistir s teleaulas, ler o Livro-Texto, refletir e pesquisar sobre conceitos relativos disciplina de Gesto de Negcios Internacionais.

    Lembre-se de que este autoestudo fundamental e deve ser feito com critrio, como forma a refletir e organizar seu aprendizado. Assim, voc estar preparado para a avaliao.

    Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que est sendo pedido e para o modo de resoluo de cada questo.

    AGORAASUAVEZ

    Questo 1:Responda as seguintes questes com base em seu conhecimento prvio:

    a) O que voc entende por globalizao e quais so seus respectivos benefcios para o comrcio internacional?

    b) Qual a importncia de se estudar as Teorias do Comrcio Internacional?

    c) De que forma o Comrcio Exterior pode contribuir para o desenvolvimento das na-es?

    Questo 2:

    Um pas tem vantagem comparativa sobre os demais quando:

    a) Ele no tem nenhuma vantagem sobre os demais pases, pois seu mercado est aberto para receber novos produtos e tec-nologias de ponta.

    b) Especializa-se em alguns segmentos em capacitao, pesquisa, tecnologia e racionalidade de mo de obra.

  • 18

    c) Outros pases se apresentam como concorrentes semelhantes de determina-dos produtos, o que torna possvel a an-lise da vantagem comparativa e a forma-o de bloco comercial como medida de proteo ao mercado domstico.

    d) Define polticas governamentais vol-tadas para a rea de servios, o que o

    torna importador em potencial e o coloca em condies de definir os preos orien-tativos de mercado.

    e) Especializa-se em todos os segmen-tos, o que o torna com possibilidades de diversificar o mercado e adotar polticas de comercializao de acordo com o comportamento do mercado.

    AGORAASUAVEZ

    Questo 3:

    A teoria clssica do comrcio internacional destaca o princpio das vantagens comparati-vas de David Ricardo como elemento terico central, o chamado custo de oportunidade. Segundo a teoria desenvolvida, custo de oportunidade o custo que se tem ao renunciar a uma oportunidade. A tabela, a seguir, apresenta os custos por unidade de produo de tecidos e alimentos no Brasil e RDM:

    Pas/Produto Tecidos AlimentosRDM (Resto do Mundo) 16 16

    Brasil 12 04Com base nos dados dessa tabela, qual alternativa est correta?

    a) RDM tem vantagem comparativa em Tecidos.

    b) Brasil tem vantagem comparativa em Tecidos.

    c) RDM tem vantagem comparativa na produo de tecidos e alimentos.

    d) O custo de oportunidade de produzir tecidos no RDM, quando comparado aos alimentos, menor que no Brasil.

    e) Brasil tem vantagem comparativa em Tecidos.

  • 19

    Questo 4:

    As chamadas Restries No Tarifrias (RNT) so polticas pblicas de proteo do mercado interno adotadas pelos gover-nantes como forma de estmulo econo-mia domstica. O governo recorre a esse mecanismo em qual situao?

    a) Nas exportaes de produtos.

    b) Nas importaes de produtos.

    c) Nas vendas de produtos no mercado domstico e mercado externo.

    d) Na compra e venda de produtos es-trangeiros.

    e) Nas compras de produtos no mercado domstico e mercado externo.

    Questo 5:

    Aps 2 Guerra Mundial, o comrcio inter-nacional foi considerado o motor do de-senvolvimento econmico mundial. A re-duo das barreiras tarifrias nos pases industrializados caiu em mdia na ordem de 35% para 6% e abriu portas para o fluxo de mercadorias e acesso ao mercado ex-terno. O reconhecimento desse importante trabalho deve-se a um conjunto de aes entre diversos pases que se consolidou na origem do General Agreement on Tariffs and Trade (GATT, Acordo Geral de Tarifas e Comrcio, em portugus). Sabe-se que o GATT foi firmado em 1947 para estabelecer

    regras comerciais entre as naes, a fim de diminuir as injustias das negociaes entre os pases. Esse quadro apresentava algumas prioridades. Entre elas, a primeira prioridade de equacionar o comrcio inter-nacional foi voltada para:

    a) O setor de servios.

    b) O setor agrcola.

    c) O setor da indstria.

    d) O setor do comrcio.

    e) O setor de servios e agrcola.

    Questo 6:

    Quais so as perguntas que as teorias do comrcio internacional procuram respon-der?

    Questo 7:

    O modelo Ricardiano prev algumas hip-teses simplificadoras. Relacione-as.

    Questo 8:

    Um dos pontos que norteiam os debates na realidade contempornea e estabele-cem guerra de competitividade entre as naes so as chamadas Restries No Tarifrias. Em geral, os paises combatem tais prticas. evidente que, quando ne-cessitam, elas so adotadas. Na sua con-

    AGORAASUAVEZ

  • 20

    cepo, qual seria o acordo que deveria existir entre as naes para que as Restri-es No Tarifrias passassem a ser um instrumento de regulao comercial, e no de impedimento?

    Questo 9:

    Como funciona o modelo neoclssico ou modelo de Heckscher-Ohlin-Samuelson?

    Questo 10:

    Detalhe o funcionamento da teoria do ciclo de vida do produto de R. Vernon. Exem-plifique-a.

    AGORAASUAVEZ

  • 21

    Neste tema, voc notou que as teorias do comrcio internacional so fundamentais para auxiliar na compreenso do comportamento que os governantes adotam e no estabelecimento de regras na busca de obterem o maior nmero de vantagens possveis para as naes. Assim, o comrcio exterior passa a ser prioridade na pauta de polticas pblicas e no estabelecimento de polticas comerciais nas relaes internacionais. Nota-se tambm que necessrio que se tenha uma regulamentao ordenada nas relaes de comrcio entre as naes. Alguns exemplos vivenciados neste tema foram a criao do GATT em 1947 e posteriormente a OMC como rgos facilitadores no item de reduo das barreiras tarifrias e harmonia nas negociaes. Outro ponto que merece destaque o grau de dependncia que um pas tem do outro na otimizao de mo de obra, capital e tecnologia. A cada dia a globalizao se torna um fator preponderante no processo de crescimento de desenvolvimento das naes. Todos na busca de administrar a escassez de recursos.

    Caro aluno, agora que o contedo dessa aula foi concludo, no se esquea de acessar sua ATPS e verificar a etapa que dever ser realizada. Bons estudos!

    FINALIZANDO

    REFERNCIAS

    AVENIDA CULT. Economia 2 Escassez e CPP. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014.

    AVENIDA CULT. Economia 6 - Custo de Oportunidade. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014.

  • 22

    REFERNCIASBRASIL. Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e comercio Exterior MDIC B823. Trei-namento em Comrcio Exterior/BRASIL. Braslia, 2006. 285 p.

    CUSTO de Oportunidade. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014.

    FONFT FILMES. Modelo Ricardiano. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014.

    VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval et al. Manual de Economia e Negcios Inter-nacionais. So Paulo: Saraiva, 2011. 377p.

    GLOSSRIO

    Barreiras Tarifrias (BNT): medidas impostas pelos governos mediante a fixao de tarifas aduaneiras. Exemplo: imposto de importao e Imposto de Produtos Industrializados.

    Bretton Woods: nome dado ao acordo ocorrido em 1944, no qual estiveram presentes 45 pases aliados que tinham como objetivo reger a poltica econmica mundial por meio do fortalecimento do dlar como moeda referencial para trocas internacionais. O acordo visava assegurar a estabilidade monetria internacional, impedir que o dinheiro escapasse dos pases e restringir a especulao com as moedas mundiais. Como clusula importante do acordo, os pases membros passariam a utilizar o dlar como moeda forte para financiar os desequilbrios comerciais.

    Choques do Petrleo: fenmeno ocorrido em 1973, em que a Organizao dos Pases Exportadores de Petrleo (OPEP), fundada em 1960, diminuiu a produo e o preo do produto disparou. O barril do petrleo tipo Brent, referncia do mercado livre, sofreu um aumento de 1000%, passando de US$ 3 para US$ 12.

    Concorrncia Monopolstica: estrutura de mercado em que h muitas empresas vendendo produtos que so similares, mas no idnticos. Exemplos: filmes, livros, CDs.

  • 23

    Economias de Escala: trata-se de um sistema de produo em que se organiza o processo produtivo com o propsito de alcanar a mxima utilizao dos fatores produtivos envolvidos no processo e baixos custos de produo.

    GATT (General Agreement on Tariffs and Trade - Acordo Geral sobre Tarifas e Comr-cio): entidade de mbito internacional criada em 1947. Deu origem OMC, estabelece e regulamenta tarifas, fretes martimos e problemas tarifrios entre as naes.

    Oligoplio: estrutura de mercado em que poucos vendedores oferecem produtos similares ou idnticos. Exemplo: mercado de automveis.

    Pases Emergentes: so pases subdesenvolvidos de industrializao tardia, acompanhados de vrios problemas sociais. Processo industrial muito aps os tradicionais, como os Europeus, EUA e Japo. Exemplo: BRICs.

    PIB: Produto Interno Bruto. a soma de todos os servios e bens produzidos em um perodo (ms, semestre, ano) em determinada regio (pas, estado, cidade, continente). O PIB expresso em valores monetrios (no caso do Brasil em Reais) e convertido em US$ para fins estatsticos e comparativos. Trata-se de um importante indicador da atividade econmica de uma regio, responsvel em medir a quantidade de riqueza gerada em determinado perodo de tempo e traduzida na linguagem de crescimento econmico.

    Polticas Macroeconmicas: parte da cincia econmica que estuda a economia como um todo analisa a determinao e o comportamento de grandes agregados econmicos, tais como: renda e produto nacionais, nvel geral de preos, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balano de pagamentos e taxa de cmbio.

    Princpio das Vantagens Comparativas: foi formulado por David Ricardo em 1817. No exemplo construdo por esse autor, existem dois pases (Inglaterra e Portugal), dois produtos (tecidos e vinho) e apenas um fator de produo (mo de obra). A partir da utilizao do fator trabalho, obtm-se a produo dos bens mencionados. Em termos absolutos, Portugal mais produtivo na produo de ambas as mercadorias. Mas, em termos relativos, o custo de produo de tecidos em Portugal maior que o da produo de vinho, e, na Inglaterra, o custo da produo de vinho maior que o da produo de tecidos. Comparativamente, Portugal tem vantagem relativa na produo de vinho, e a Inglaterra na produo de tecidos. Segundo Ricardo, os dois pases obtero benefcios ao especializarem-se na produo da mercadoria em que possuem vantagem comparativa, exportando-a e importando o outro

    GLOSSRIO

  • 24

    bem. No importa, aqui, o fato de que um pas possa ter vantagem absoluta em ambas as linhas de produo.

    Restries No Tarifrias (RNT): tambm conhecidas como BNT (Barreiras No Tarifrias). So mecanismos utilizados pelo governo federal com o propsito de reduzir o fluxo do comrcio internacional e dificultar a entrada de produtos estrangeiros. Exemplo: quotas de importao, licenciamento no automtico, exigncia de certificados.

    Revoluo Industrial: conjunto de mudanas tecnolgicas com profundo impacto no processo produtivo em nvel econmico e social. Ocorreu no Reino Unido em meados do sculo XVIII e expandiu-se por outros pases da Europa a partir do sculo XIX. Dividiu-se em trs etapas. A primeira (1780-1830), com a inveno de diversas mquinas movidas a vapor e transio do sistema de produo artesanal para o industrial; a segunda (1860-1945), que ficou conhecida de Revoluo Tecnolgica; e a terceira (1970), chamada de Revoluo Digital.

    Rodada do Uruguai: conhecido como o maior acordo comercial da histria, foi uma reunio entre pases para a discusso das diretrizes de comrcio internacional sob as responsabilidades do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade). Frum de debates sobre a matria comercial internacional estabelecido aps a 2a Guerra Mundial, resultado de uma falta de consenso em se criar a OIC (Organizao Internacional de Comrcio), que, finalmente, aps a rodada Uruguai, seria estabelecida com o nome como conhecida atualmente: OMC (Organizao Mundial do Comrcio). A ltima reunio foi realizada em Ponta Del Leste, iniciou-se em setembro de 1986 e tece durao at 1994.

    Teoria Neoclssica: o modelo neoclssico representado pelos trabalhos consecutivos de trs economistas: Hecksher-Ohlin-Samuelson (1919-1933-1948). O modelo parte da suposio de igualdade tecnolgica entre os pases para argumentar que o que determinaria as vantagens comparativas seriam as diferentes dotaes (abundncia ou escassez) nos fatores de produo (terra, trabalho, capital) entre os pases e os diferentes preos desses fatores no mercado internacional. Assim, um pas teria vantagem comparativa no produto que utilizasse seu fator de produo mais abundante, seja ele trabalho, capital, tecnologia. Pases ricos em trabalho exportariam produtos que usam esse fator com mais intensidade e, logicamente, importariam aquele em que houvesse pouca disponibilidade capital, por exemplo.

    GLOSSRIO

  • 25

    Questo 1

    Resposta: a) Para responder esta pergunta, consulte o Captulo 1 do Livro-Texto da disciplina. Comente sobre os efeitos que a globalizao trouxe aos pases e suas transformaes. Como ficaram as relaes de trabalhos no mbito internacional? O que mudou no sistema de informaes e comunicao. Os benefcios da economia com a abertura comercial, interatividade entre as diferentes culturas, a competitividade e o movimento do fluxo de capital.

    b) Na resposta, procure identificar os principais aspectos determinantes no estudo das Teorias do Comrcio Internacional e seus efeitos na competitividade. Com o estudo das Teorias, os pases tm condies de tornar sua economia mais dinmica e competitiva? importante somente para o comrcio dos pases beneficirios pelas trocas ou todo o planeta pode ganhar com o comrcio internacional? Para buscar fundamentao terica, consulte o Captulo 2 do Livro-Texto.

    c) Para responder esta questo, procure analisar os benefcios que a 2 Grande Guerra Mundial proporcionou ao desenvolvimento do comrcio internacional e discorra sobre as vantagens dos avanos no comrcio exterior que os pases, as empresas e as pessoas podem obter nos seguintes aspectos: qualidade de vida, satisfao de consumo, educao, sade, gerao de emprego e renda e outros temas que promovem o dinamismo da economia.

    Questo 2

    Resposta: B

    Questo 3

    Resposta: D

    GABARITO

  • 26

    Questo 4

    Resposta: B

    Questo 5

    Resposta: C

    Questo 6

    Resposta: - Quais as vantagens de importar um produto que pode ser produzido no mercado domstico com gerao de renda e emprego para a populao do pas?

    - Nas definies de poltica de comrcio exterior, quais produtos o pas exportar e quais importar?

    - Como so determinados os preos de equilbrio no mercado mundial?

    - possvel que todos os pases se beneficiem do comrcio internacional?

    Quais os impactos sobre a distribuio de renda decorrentes do comrcio internacional?

    Questo 7

    Resposta: a. Existem dois pases, que sero denominados Brasil (B) e Resto do Mundo (RDM).

    b. Cada pas produz dois bens: alimentos (A) e um produto industrial, tecido (T).

    c. O nico fator de produo que recebe remunerao (tem custo) a mo de obra, denominado L.

    d. A mo de obra homognea e est em disponibilidade fixa em cada pas.

    e. H mobilidade total de mo de obra dentro do pas, mas no existe a possibilidade de imigrao (imobilidade internacional da mo de obra).

    f. A produtividade da mo de obra, em cada bem, fixa.

    g. Existe concorrncia perfeita em todos os mercados; no existem impostos de importao nem custo de transporte.

    GABARITO

  • 27

    GABARITOQuesto 8

    Resposta: As naes deveriam estabelecer limites nos acordos comerciais e eleger um frum de representantes com autonomia para tratar especificamente dos casos de conflito e fazer cumprir os acordos previamente estabelecidos. Ainda assim isso no resolveria. Por isso a diplomacia deveria ser o agente condutor dos conflitos e negociaes.

    Questo 9

    Resposta: O modelo foi desenvolvido por dois economistas suecos, Eli Heckscher e Bertil Ohlin, e formalizado por Paul Samuelson. Enquanto o modelo clssico evidencia a diferena entre a produtividade relativa da mo de obra entre os pases para explicar as vantagens comparativas, o modelo neoclssico destaca que as vantagens no comrcio internacional ocorrem pela diferena relativa de dotao de fatores de produo (capital e trabalho) entre os pases e a diferena de uso dos fatores de produo entre as indstrias do pas.

    Questo 10

    Resposta: A teoria do ciclo de vida do produto tinha como propsito explicar o comrcio internacional a partir do progresso tecnolgico e das vrias etapas da vida de um produto. Segundo essa teoria, novos produtos e processos produtivos tenderiam a surgir nos pases ricos devido demanda por produtos sofisticados e pela existncia de capacidade empresarial e de mo de obra altamente especializada para trabalhar em pesquisa e desenvolvimento. As inovaes tecnolgicas surgidas nos pases desenvolvidos do a esses pases o monoplio transitrio da produo e exportao de novos produtos. medida que esses produtos iam ficando padronizados, poderiam ser produzidos em outros locais e tenderiam a se transferir para os pases em desenvolvimento, atrados por menores custos de produo, particularmente o de mo de obra. Assim, os padres do comrcio mundial seriam explicados pelas vrias etapas da vida de um produto: no nascimento, as vantagens comparativas estariam nos pases desenvolvidos; na maturidade, nos pases em desenvolvimento.

  • sees

    Tema 02Panorama e Diretrizes do Comrcio Exterior Brasileiro

  • SeesSees

  • Tema 02Panorama e Diretrizes do Comrcio Exterior Brasileiro

  • 31

    Contedo

    Nessa aula voc estudar:

    As exportaes brasileiras e mundiais.

    A regulao do comrcio internacional e os impactos nos negcios.

    As aes governamentais para fomentar as exportaes.

    A Secretaria de Comrcio Exterior (SECEX).

    CONTEDOSEHABILIDADES

    Introduo ao Estudo da Disciplina

    Caro(a) aluno(a).

    Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Manual de Economia e Negcios Internacionais, organizadores Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos, Miguel Lima, Simo Davi Silber, Editora Saraiva, 2011, Livro-Texto n. 480.

    Roteiro de Estudo:

    Jos Batista de Carvalho Filho

    Gesto de Negcios Internacionais

  • 32

    CONTEDOSEHABILIDADES

    LEITURAOBRIGATRIA

    Habilidades

    Ao final, voc dever ser capaz de responder as seguintes questes:

    Qual o cenrio das exportaes brasileiras quando comparadas s exportaes mundiais?

    Quais so os impasses, as dificuldades enfrentadas pelos pases para viabilizar a regulao no comrcio internacional e suas consequncias nas negociaes comerciais?

    Com vistas a manter o balano comercial superavitrio, quais so as aes concretas do governo brasileiro para fomentar as exportaes e manter as exportaes em alta?

    Por que foi criada a Secretaria de Comrcio Exterior (SECEX)? Qual sua finalidade e importncia para o Comrcio Exterior Brasileiro?

    Panorama e Diretrizes do Comrcio Exterior Brasileiro

    Nos ltimos anos, o Brasil vem se consolidando como um pas de respeito no mbito do comrcio internacional. Esse respeito se deve pelo processo de consolidao da democracia, insero no comrcio internacional em reas geogrficas diversificadas e desenvolvimento de pesquisas em novos segmentos, o que contribui positivamente na dinmica da economia. No h dvidas de que as exportaes esto entre as principais foras propulsoras do crescimento de um pas, por ser instrumento de gerao de divisas, emprego e renda. Portanto, cabe ao governo buscar permanentemente a viabilizao de estabelecer polticas pblicas consistentes no incentivo exportao.

    Segundo o MDIC (2012), no perodo entre 2001 e 2011, as exportaes brasileiras mantiveram-se em expanso, com exceo de 2009, ano em que ocorreu a crise financeira mundial provocada pelos Estados Unidos, o que afetou diretamente o comrcio internacional em todos os continentes. Em 2011, o Brasil registrou exportao recorde de US$ 256 bilhes, superando em 26,8% o resultado do ano anterior. Este nmero indica que o pas prossegue com sua poltica de abertura econmica e uma maior insero no mercado internacional.

  • 33

    LEITURAOBRIGATRIAConforme dados publicados pelo MDIC (2012), entre 2001 e 2008, as exportaes brasileiras obtiveram um crescimento com taxa mdia anual na ordem de 19,4%, com um aumento de US$ 58 bilhes para US$ 198 bilhes.

    No perodo entre 2009 e 2011, o crescimento mdio anual foi de 29,4% e apresentou evidncias de retomada no ritmo das exportaes brasileiras aps a crise de 2009. Vale a pena ressaltar que esse crescimento foi sustentado, em grande parte, pela ascenso dos preos internacionais de commodities agrcolas e minerais, embalada, por sua vez, pela forte demanda chinesa por matrias-primas.

    De acordo com os dados estatsticos do MDIC (2012), as exportaes mundiais tambm seguiram em ritmo crescente at 2008, com crescimento de US$ 6,0 trilhes em 2001 para US$ 15,7 trilhes em 2008. Em 2009, ano da crise, esse nmero caiu para US$ 12,2 trilhes. A retomada do crescimento j se manifestou em 2010, quando atingiu US$ 14,8 trilhes. Boa parcela do crescimento foi devida ao desempenho favorvel dos pases em desenvolvimento, uma vez que as grandes economias industrializadas foram afetadas pela crise, o que influenciou diretamente o desempenho dos negcios internacionais.

    Conforme dados disponibilizados pelo MDIC (2012), no perodo de 2001 a 2011, as exportaes mundiais tiveram crescimento de 195% e as exportaes brasileiras, na ordem de 341,3% no mesmo perodo, com registro de aumento de 146,3 pontos porcentuais em comparao s exportaes mundiais. O resultado desse avano permitiu ao Brasil um salto de 0,97% em 2001 para 1,44% em 2011 na participao nas exportaes mundiais.

    Ao longo do tempo, mais precisamente aps a grande conquista no comrcio mundial, da implantao do GATT e, consequentemente, da OMC, as naes passaram a promover encontros, reunies e fruns permanentes na busca pela harmonia nas negociaes internacionais, com regras definidas. Essas aes foram decisivas na busca pelo crescimento e desenvolvimento nas relaes internacionais. O sistema de regulao no comrcio internacional no to simples. Cada pas possui sua prpria legislao e tem seus interesses especficos a serem defendidos, alm de vir tona a necessidade de se adaptar s diferentes culturas.

    A proteo do comrcio internacional e o debate acerca dos efeitos econmicos dos diferentes instrumentos de poltica comercial variam conforme a natureza de cada medida. As tarifas de importao, historicamente, so o instrumento de poltica comercial mais antigo. As barreiras no tarifrias, em um segundo momento, passaram a ser alternativa, sendo importantes instrumentos de controle de importaes.

  • 34

    A teoria econmica defende que o comrcio internacional aumenta a competio e a proteo comercial cria o chamado monoplio domstico, com reduo do fluxo de comrcio.

    Os ajustes nas tarifas de importao tm bom grau de aceitabilidade e passam por um processo de negociao. J a proibio, como o caso da quota de importao, inviabiliza a aproximao comercial e estimula o monoplio domstico. Outra diferena entre a tarifa e a quota est na elevao de arrecadao do governo, no caso das tarifas, enquanto a cota oferece benefcios a quem se apropria dela.

    Os acordos no mbito do GATT passaram a ter importncia significativa nos ltimos anos no processo de reduo tarifria. necessrio que os princpios da teoria do comrcio internacional sejam revistos constantemente em funo da dinmica globalizada.

    O GATT foi firmado em 1947. Surgiu como resultado de negociaes para reduzir tarifas efetivadas no ps-guerra sob a liderana dos Estados Unidos e da Inglaterra. A finalidade do GATT era estabelecer regras consensuais para a conduo de negociaes de reduo das barreiras comercias entre as naes. O Brasil e mais dez pases em desenvolvimento surgiram como parte contratante original do GATT.

    O dinamismo das relaes econmicas e das alteraes nas vantagens comparativas entre as naes exigiu, ao longo do tempo, revises peridicas e alteraes na economia mundial. As rodadas de negociaes e os acordos internacionais tm sido o foro de definies, sob superviso e acompanhamento do GATT e, atualmente, pela OMC. A primeira rodada de negociao multilateral no mbito da OMC aconteceu em 2001, em Doha, no Catar. Foi nessa rodada que surgiu a chamada Declarao de Doha.

    Segundo Vasconcellos et al. (2011, p. 44):

    O Acordo Antidumping da OMC incluiu disciplina referente acumulao de dano, isto , possibilidade de se agregar o volume total das importaes de vrios pases envolvidos em uma mesma investigao e de se determinar se seu impacto agregado causa dano indstria domstica fabricante do produto similar.

    O acordo antidumping define o que considerado dumping no comrcio internacional, a saber: Preo praticado pela empresa produtora/exportadora em seu mercado interno (o valor normal) superior quele praticado para o produto similar na exportao para um determinado pas (o preo de exportao).

    LEITURAOBRIGATRIA

  • 35

    As vendas com preos abaixo do custo de produo, com vistas a conquistar novos mercados, tambm so consideradas prtica de dumping.

    O Acordo sobre Subsdios e Medidas Compensatrias substituiu o Acordo sobre a Interpretao e Aplicao dos artigos VI, XVI e XXIII do Acordo Geral, negociado na Rodada Tquio. So medidas tomadas pelos governos, com autorizao da OMC nas situaes em que a economia domstica se encontra enfraquecida.

    O Acordo sobre Salvaguardas foi considerado a vlvula de segurana que permitiu aos governos lidar com produtores seriamente prejudicados de uma forma politicamente aceitvel. Os governos no abrem mo de estabelecer barreiras quando lhes convier, com vistas a proteger o mercado interno. Este mecanismo estava contemplado no GATT desde 1947. Com o programa de reforma da poltica comercial brasileira (1987/1994) na abertura do mercado interno s importaes, no incio do Governo Collor, foi necessrio criar mecanismos de medidas de salvaguardas, com ateno s prticas ilegais que automaticamente poderiam prejudicar a indstria e a economia local.

    De 1994 em diante, houve a implantao da reforma institucional e administrativa no sistema brasileiro de defesa comercial no governo Fernando Henrique Cardoso. A proteo ao mercado domstico passou a receber ateno especial por parte das autoridades governamentais.

    As aes governamentais para fomentar as exportaes foram inmeras. A maior prova a sequncia de supervit na balana comercial que se consolidou na ltima dcada.

    O Governo Federal, preocupado com a ampliao das exportaes brasileiras, que ainda hoje so compostas por um universo muito reduzido de exportadores, tem implementado diversas aes e medidas para a melhoria do desempenho e diversificao das exportaes, visando insero competitiva das pequenas e mdias empresas no comrcio internacional.

    Diversas dessas aes e medidas so abordadas no Manual da Readgentes (Rede Nacional de Agentes de Comrcio Exterior), publicado pelo MDIC.

    O Plano Nacional da Cultura Exportadora est sendo elaborado pelo Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior, em parceria com governos estaduais e entidades nacionais relacionadas com o comrcio exterior. O objetivo do Plano sistematizar a oferta dos produtos e servios oferecidos pelas entidades nacionais e planos de ao para os estados.

    LEITURAOBRIGATRIA

  • 36

    A Secretaria de Comrcio Exterior (SECEX), em sintonia com as diretrizes do governo, direciona esforos para a criao de condies propcias de atuao do Brasil no comrcio internacional. Est estruturada em cinco departamentos, descritos a seguir:

    1. Departamento de Comrcio Exterior (DECEX).

    2. Departamento de Negociaes Internacionais (DEINT).

    3. Departamento de Defesa Comercial (DECOM).

    4. Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comrcio Exterior (DEPLA).

    5. Departamento de Normas e Competitividade no Comrcio Exterior (DENOC).

    LEITURAOBRIGATRIA

    LINKSIMPORTANTES

    Quer saber mais sobre o assunto? Ento:

    SitesConsulte o site da APEX BRASIL. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014. A Agncia Brasileira de Promoo de Exportaes e Investimentos (Apex-Brasil) atua para promover produtos e servios brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratgicos da economia brasileira.

    Consulte o site dos Correios. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan.2014. O Exporta Fcil tem mltiplas finalidades e til para exportao e importao de produtos de pequeno volume.

  • 37

    Vdeos Assista ao vdeo: Conhea a Apex-BRASIL. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014. Apresenta a misso e o trabalho desenvolvido pela APEX BRASIL e oferece dicas de como tornar-se competitivo no exterior com anlises, estudos, estratgia e oportunidades no mercado internacional.

    Assista ao vdeo: RADAR COMERCIAL. Como habilitar empresas para exportao e importao. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014. O vdeo aplica em detalhes como uma empresa pode se capacitar ao comrcio exterior e explica a respeito do trabalho desenvolvido pela Receita Federal e organismos do governo no apoio ao exportador brasileiro.

    Assista ao vdeo: Curso Comrcio Exterior para iniciantes. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014. Palestra para iniciantes no Comrcio Exterior.

    LINKSIMPORTANTES

  • 38

    Instrues:

    Agora chegou o momento de exercitar seu aprendizado por meio da resoluo das questes deste Caderno de Atividades. Lembre-se de que, para responder as questes, voc precisar assistir s teleaulas, ler o Livro-Texto, refletir e pesquisar sobre conceitos relativos disciplina de Gesto de Negcios Internacionais.

    Lembre-se de que este autoestudo fundamental e deve ser feito com critrio, como forma a refletir e organizar seu aprendizado. Assim, voc estar preparado para a avaliao.

    Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que est sendo pedido e para o modo de resoluo de cada questo.

    Questo 1:Responda as seguintes questes com base em seu conhecimento prvio:

    a) Qual a importncia da regulao do Co-mrcio Internacional?

    b) Faa uma descrio sobre a importn-cia da participao do Brasil no comrcio mundial.

    c) Descreva o grau de importncia de um rgo mediador dos conflitos internacio-nais no comrcio mundial.

    Questo 2:

    Sobre barreiras tarifrias pode-se afirmar que servem como fonte de renda para o Es-tado, aumentando o preo final do produto importado no pas exportador e fazendo com que ele fique mais caro que os produ-tos nacionais, a fim de proteger a indstria nacional da concorrncia externa. Ainda sobre essas barreiras, julgue as afirmativas a seguir:

    AGORAASUAVEZ

  • 39

    I. So formas de se estabelecer barreiras burocrticas, no sentido de dificultar a en-trada de produtos estrangeiros.

    II. So impostos cobrados pelo governo para estimular o mercado interno.

    III. So impostos cobrados pelo governo para incentivar o exportador brasileiro e, assim, melhorar o saldo no balano de pa-gamentos.

    IV. Podem assumir a forma de um imposto fixo ou em forma de porcentual sobre o pre-o do produto importado.

    a) As afirmativas III e IV esto corretas.

    b) Somente a afirmativa III est correta.

    c) Todas as afirmativas esto corretas.

    d) As afirmativas II e III esto corretas.

    e) Somente a afirmativa IV est correta.

    Questo 3:

    A Secretaria de Comrcio Externo (SE-CEX) um rgo do Ministrio do Desen-volvimento, Indstria e Comrcio Exterior, tendo sido criada pela Lei n. 8.490/1992 e com atribuies dadas pelo Decreto n. 4.632/2003. Tem as seguintes funes ex-ceto:

    a) Decidir sobre a abertura de investiga-es e revises relativas aplicao de medidas antidumping, compensatrias e

    de salvaguardas, previstas em acordos multilaterais, regionais ou bilaterais, bem como sobre prorrogao do prazo da in-vestigao e seu encerramento sem a aplicao de medidas.

    b) Formular propostas de polticas e pro-gramas de comrcio exterior e estabele-cer normas necessrias sua implemen-tao.

    c) Propor medidas destinadas a compati-bilizar os valores previstos na programa-o financeira federal com receita a ser arrecadada.

    d) Propor diretrizes que articulem o em-prego de instrumento aduaneiro com os objetivos gerais de poltica de comrcio exterior, bem como propor alquotas para o imposto de importao e suas altera-es e regimes de origem preferenciais e no preferenciais.

    e) Decidir sobre a aceitao de compro-missos de preo previstos nos acordos multilaterais, regionais ou bilaterais na rea de defesa comercial.

    Questo 4:

    O que so Barreiras No Tarifrias?

    a) Barreiras econmicas que impedem o aumento das tarifas.

    b) Barreiras tributrias impostas sobre mercadorias.

    AGORAASUAVEZ

  • 40

    c) Barreiras tcnicas e tarifrias impostas importao de produtos.

    d) Barreiras estabelecidas pelo governo que probem definitivamente uma impor-tao.

    e) Barreiras burocrticas que dificultam a exportao e ou importao.

    Questo 5:

    As medidas de defesa comercial tm como principal objetivo proteger a indstria nacio-nal frente a prticas desleais de comrcio ou mesmo diante de um surto de importa-es. Sobre as medidas de defesa comer-cial, no se pode afirmar que:

    a) As medidas antidumping e as medidas compensatrias obedecem ao princpio da seletividade em razo da procedncia, o que no se aplica s medidas de salva-guarda.

    b) Considera-se valor normal, para fins de determinao de dumping, o preo efeti-vamente praticado para o produto similar nas operaes mercantis normais que o destinem ao consumo interno no pas ex-portador.

    c) O direito antidumping o montante em dinheiro, igual ou superior margem de dumping apurada, que tem o fim exclusi-vo de neutralizar os efeitos danosos das importaes a preos de dumping.

    d) Para que seja aplicada uma medida an-tidumping, suficiente que sejam deter-minados trs elementos: dumping, dano e nexo causal. A inteno em prejudicar a indstria nacional do pas importador no levada em considerao na determina-o do dumping.

    e) A aplicao de medidas de salvaguar-da pressupe o surto de importaes, entendida como um aumento de importa-es em termos absolutos ou relativos.

    Questo 6:

    Apresente o principal motivo do surgimento do Acordo Geral sobre Tarifas e Comrcio (GATT).

    Questo 7:

    At que ponto o governo brasileiro deve criar mecanismos de incentivo exporta-o? Destaque tambm o que justificaria o governo destinar dinheiro pblico para in-centivar exportadores.

    Questo 8

    Como est subdividida a Secretaria de Co-mrcio Exterior (SECEX)? Comente resu-midamente qual o papel de cada um des-ses rgos.

    AGORAASUAVEZ

  • 41

    Questo 9

    Faa uma sntese sobre o objetivo do pla-no nacional da cultura exportadora, medida que est em fase de implantao a ttulo de incentivo s exportaes.

    Questo 10

    Faa uma explanao sobre a importncia do Acordo sobre Salvaguardas.

    AGORAASUAVEZ

    Neste tema, voc estudou importantes avanos no comrcio internacional com aes efetivas do GATT e OMC no exerccio de harmonia entre as naes. Voc notou que o Brasil tambm caminhou na mesma direo. Importantes medidas governamentais de incentivo indstria domstica e estabelecimentos de parcerias e acordos internacionais contriburam para o bom desempenho do comrcio exterior brasileiro na ltima dcada. A recente estrutura de comrcio exterior adotada pelo governo brasileiro foi uma continuidade da abertura ao comrcio exterior em 1988.

    Voc notou que as teorias do comrcio internacional so fundamentais para auxiliar na compreenso do comportamento que os governantes adotam e no estabelecimento de regras na busca de obter o maior nmero de vantagens possveis para as naes. Assim, o comrcio exterior passa a ser prioridade na pauta poltica. Percebe-se que o Brasil precisa de muitos avanos, principalmente na adaptao da realidade cultural ao comrcio exterior. Todos podem ganhar e obter vantagens como o comrcio internacional. necessrio planejamento, especializao e conhecimento.

    Caro aluno, agora que o contedo dessa aula foi concludo, no se esquea de acessar sua ATPS e verificar a etapa que dever ser realizada. Bons estudos!

    FINALIZANDO

  • 42

    GARCIA, Luiz Martins. Exportar: rotinas e procedimentos, incentivos e formao de pre-os. So Paulo: Aduaneiras, 2004.

    ICONE (Instituto de Estudos e Comrcio de Negociaes Internacionais). Glossrio. Dis-ponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014.

    SILVA, Claudio Ferreira. Promoo comercial nas exportaes. So Paulo: Aduaneiras, 2004.

    SUZUKI, Ana Lucia et al. Exportar e Importar: Acredite nesta ideia. SEBRAE.

    VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval et al. Manual de Economia e Negcios Inter-nacionais. So Paulo: Saraiva, 2011. 377p.

    REFERNCIAS

    GLOSSRIO

    Antidumping: dumping significa discriminao de preos. uma prtica tipicamente priva-da, ou seja, realizada por empresas situadas no exterior, e ocorre sempre que uma ou mais empresas exportam seus produtos a um preo inferior quele praticado nas operaes de venda normais no seu mercado local. Envolve a comprovao de trs etapas: a existncia do dumping, o dano indstria local do pas importador e a relao causal entre dumping e dano. Em caso de comprovao, o direito antidumping ser fundamentado na diferena en-tre o preo de exportao praticado por aquela(s) empresa(s) e o valor normal das vendas no seu pas de origem, conferindo o direito imposio de taxas antidumping (antidumping duties). A utilizao de medidas antidumping deve estar atrelada verificao detalhada

  • 43

    das vendas passadas e do clculo de custos dos pases em investigao, bem como seguir as regras da OMC, devendo cessar imediatamente se ficar claro que a margem de dumping praticado insignificante (menos de 2% do preo de exportao do produto) ou se o volume de produtos importados sobre os quais houve dumping for desprezvel.

    Balana Comercial: a parte do balano de pagamentos que registra a diferena entre exportaes e importaes de mercadorias de um pas. calculada por meio da anlise do valor total das exportaes, subtraindo-se dele o valor referente s importaes de bens promovidas em determinado perodo.

    Declarao de Doha: o documento assinado por todos os Ministros membros da OMC, presentes na Conferncia Ministerial de Doha em novembro de 2001. Este documento ser-ve de parmetro para o incio das negociaes de 21 temas de forma multilateral, ou seja, inicia uma nova rodada multilateral de negociaes, chamada de Agenda do Desenvolvi-mento de Doha (ou Doha Development Agenda DDA).

    Departamento de Comrcio Exterior (DECEX): entre as competncias do DECEX esto o desenvolvimento, a execuo e o acompanhamento de polticas e programas de ope-racionalizao do comrcio exterior brasileiro, bem como o estabelecimento de normas e procedimentos necessrios sua implementao. Assim, so empreendidos esforos para o aperfeioamento dos mecanismos de comrcio exterior brasileiro e implementadas aes direcionadas sua simplificao e adequao a um ambiente de negcios cada vez mais competitivo.

    Departamento de Defesa Comercial (DECOM): com a abertura comercial, a eliminao dos controles administrativos e a progressiva desregulamentao das importaes, a eco-nomia brasileira elevou seu grau de exposio concorrncia internacional. Visando asse-gurar que o ingresso de produtos estrangeiros no pas ocorra em condies leais de comr-cio e que a poltica de importao brasileira esteja em perfeita sintonia com as disposies vigentes no comrcio internacional, foi criado o Departamento de Defesa Comercial.

    Departamento de Negociaes Internacionais (DEINT): promove estudos e coordena, no mbito interno, os trabalhos de preparao da participao brasileira nas negociaes internacionais de comrcio. Est incumbido de desenvolver atividades de comrcio exterior junto a organismos internacionais e de prestar apoio tcnico nas negociaes comerciais com outros pases e blocos econmicos.

    GLOSSRIO

  • 44

    Departamento de Normas e Competitividade no Comrcio Exterior (DENOC): ao DE-NOC, entre outras atribuies, compete estabelecer normas e procedimentos necessrios implementao de polticas e programas de operacionalizao do comrcio exterior; co-ordenar, no mbito da SECEX, aes sobre o Acordo de Facilitao ao Comrcio em curso junto Organizao Mundial do Comrcio (OMC); participar de eventos nacionais e interna-cionais; coordenar, no mbito do MDIC, aes referentes ao Acordo sobre Procedimentos de Licenciamento de Importao junto OMC; e administrar o benefcio fiscal de reduo a zero da alquota do Imposto de Renda no pagamento de despesas com promoo comer-cial, comissionamento e logstica de produtos brasileiros no exterior.

    Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comrcio Exterior (DEPLA): ao DEPLA, entre outras atribuies, compete propor e acompanhar a execuo de polticas e programas de comrcio exterior; formular propostas de planejamento da ao governa-mental em matrias de comrcio exterior; coordenar e implementar aes e programas visando ao desenvolvimento do comrcio exterior brasileiro, em articulao com rgos e entidades do direito pblico ou privado, nacionais e internacionais.

    Medidas Compensatrias: so mecanismos de defesa comercial utilizados para reduzir e fazer cessar o dano indstria domstica, em decorrncia de prticas desleais cometidas por empresas estrangeiras que recebem subsdios governamentais. A imposio de medi-das compensatrias est condicionada a processo de investigao realizado, no Brasil, pelo DECOM. Neste processo, devem ficar demonstradas as seguintes condies: existncia de subsdios acionveis de dano indstria domstica e a relao causal entre eles. Atendidas essas condies, pode o governo impor uma sobretaxa tarifria especial ao produto impor-tado objeto da investigao, visando a compensar os prejuzos causados economia em funo daquelas prticas ilegais de comrcio.

    Negociao Multilateral: so acordos firmados por trs ou mais sujeitos de direito inter-nacional no mbito internacional, podendo versar sobre os mais diversos temas, como co-operao econmica ou segurana. Por estarem diversas partes envolvidas na celebrao do acordo, sua entrada em vigor somente ocorre no momento em que se atinge o nmero mnimo estabelecido de depsitos dos instrumentos de ratificao das partes pactuantes (no caso dos Estados). Normalmente, h nesses acordos reciprocidade de concesses, o que, no mbito comercial, favorece a consolidao de reas de livre comrcio e unies aduaneiras. No mbito da OMC, os Acordos Multilaterais so aqueles que tm como carac-terstica principal a obrigatoriedade de adeso por todos os seus membros, contendo regras de observncia obrigatria, como a do tratamento nacional e da nao-mais-favorecida.

    GLOSSRIO

  • 45

    Questo 1

    Resposta: a) Consulte o Captulo 3 do Livro-Texto. Imagine como seriam as trocas se no houvesse grupos predispostos a organizar as relaes no comrcio internacional. Pontue tpicos relacionados s praticas protecionistas que os pases adotam, como: acordos bila-terais e multilaterais, dumping, subsdios e medidas de salvaguardas. Quais so as vanta-gens de se estabelecer acordos regulatrios?

    GABARITO

    Salvaguarda: as medidas de salvaguarda tm como objetivo aumentar, temporariamente, a proteo indstria domstica que esteja sofrendo prejuzo grave ou ameaa de prejuzo grave decorrente do aumento, em quantidade, das importaes, em termos absolutos ou em relao produo nacional, com o intuito de que durante o perodo de vigncia de tais medidas a indstria domstica se ajuste, aumentando sua competitividade.

    Subsdios: de acordo com o Acordo sobre Subsdios e Medidas Compensatrias, verifica-se a existncia de um subsdio quando so atendidas as trs condies seguintes: (1) existncia de uma contribuio financeira; (2) por parte de um governo ou agncia governamental (incluindo autarquias ou agentes privados designados por um governo); (3) que confere um benefcio a quem recebe tal contribuio financeira. So exemplos de contribuio financeira por parte de governos: sustentao de preos ou de renda; contribuio financeira de um governo ou algum rgo pblico em que h transferncia direta de recursos (concesses, emprstimos e ttulos); absteno do recolhimento de impostos e taxas; fornecimento de bens e servios de infraestrutura geral, aquisio de bens; ou concesso de privilgios financeiros. O Acordo sobre Subsdios e Medidas Compensatrias somente se aplica aos subsdios que so especficos. So especficos os subsdios concedidos a apenas um setor ou grupo de setores, a uma empresa ou grupo de empresas ou a empresas situadas em regio geogrfica delimitada.

    GLOSSRIO

  • 46

    b) A participao do Brasil no comrcio mundial foi favorvel ao processo de desenvolvi-mento econmico interno? Ser que o Brasil teria condies autossustentveis de sobre-viver sem ter acesso tecnologia do mundo desenvolvido? Por outro lado, como seria o mundo sem a agricultura brasileira? Descreva como o comrcio internacional tem ajudado o Brasil a superar os inmeros desafios, nas reas da sade, educao, tecnologia e quali-dade de vida. Acesse o site do MDIC: .

    c) Nesta resposta, voc pode utilizar como referncia o trabalho desenvolvido pelo Acordo Geral sobre Tarifas e Comrcio - GATT e Organizao Mundial do Comrcio OMC na ad-ministrao dos conflitos comerciais. Utilize exemplos concretos que envolveram o Brasil no conflito com pases como a Argentina, Estados Unidos e outros. O Captulo 3 do Livro-Texto oferece subsdios para que voc possa responder este tpico.

    Questo 2

    Resposta: E

    Questo 3

    Resposta: C

    Questo 4

    Resposta: E

    Questo 5

    Resposta: C

    Questo 6

    Resposta: O Acordo Geral sobre Tarifas e Comrcio (GATT), negociado e firmado em 1947, surgiu como resultado de negociaes para reduzir tarifas efetivadas no ps-guerra sob a liderana dos Estados Unidos e da Inglaterra. As concesses tarifrias acordadas e as regras delas decorrentes compuseram o GATT, que entrou em vigor em janeiro de 1948 para os 23 pases fundadores, constituindo, assim, as suas partes contratantes.

    GABARITO

  • 47

    Questo 7

    Resposta: Para que o pas tenha uma boa imagem junto aos credores internacionais e parceiros comerciais, a balana comercial precisa estar superavitria. Existe a competio no mercado interno. Se o exportador brasileiro no receber incentivo governamental para baratear o custo de produo, dificilmente ter condies de competir no mercado internacional. O incentivo deveria estar amarrado a programas e metas de gerao de emprego, pesquisa e melhoria na qualidade. Com o aumento nas exportaes, o Brasil melhora sua condio de pas com saldo positivo na balana comercial e automaticamente eleva a reserva de divisas.

    Questo 8

    Resposta: Atualmente, a diviso da SECEX tem o seguinte formato:

    Departamento de Comrcio Exterior (DECEX): entre as competncias do DECEX esto o desenvolvimento, a execuo e o acompanhamento de polticas e programas de operacionalizao do comrcio exterior brasileiro, bem como o estabelecimento de normas e procedimentos necessrios implementao.

    Departamento de Negociaes Internacionais (DEINT): promove estudos e coordena, no mbito interno, os trabalhos de preparao da participao brasileira nas negociaes internacionais de comrcio. Est incumbido de desenvolver atividades de comrcio exterior junto a organismos internacionais e de prestar apoio tcnico nas negociaes comerciais com outros pases e blocos econmicos.

    Departamento de Defesa Comercial (DECOM): visa assegurar que o ingresso de produtos estrangeiros no pas ocorra em condies leais de comrcio e que a poltica de importao brasileira esteja em perfeita sintonia com as disposies vigentes no comrcio internacional.

    Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comrcio Exterior (DEPLA): ao DEPLA, entre outras atribuies, compete propor e acompanhar a execuo das polticas e programas de comrcio exterior; formular propostas de planejamento da ao governamental em matrias de comrcio exterior; coordenar e implementar aes e programas visando ao desenvolvimento do comrcio exterior brasileiro, em articulao com rgos e entidades de direito pblico ou privado, nacionais e internacionais.

    GABARITO

  • 48

    Departamento de Normas e Competitividade no Comrcio Exterior (DENOC): ao DENOC, entre outras atribuies, compete estabelecer normas e procedimentos necessrios implementao de polticas e programas de operacionalizao do comrcio exterior; coordenar, no mbito da SECEX, aes sobre o Acordo de Facilitao ao Comrcio em curso junto Organizao Mundial do Comrcio (OMC); participar de eventos nacionais e internacionais; coordenar, no mbito do MDIC, aes referentes ao Acordo sobre Procedimentos de Licenciamento de Importao junto OMC; e administrar o benefcio fiscal de reduo zero da alquota do Imposto de Renda no pagamento de despesas com promoo comercial, comissionamento e logstica de produtos brasileiros no exterior.

    Questo 9

    Resposta: O objetivo do plano sistematizar a oferta de produtos e servios oferecidos pelas entidades nacionais e planos de ao para os estados.

    Questo 10

    Resposta: A aprovao do Acordo sobre Salvaguardas constitui outro resultado importante da OMC, pois os governos no iriam desativar as barreiras vigentes ao comrcio e permanecer imveis em face das demandas por proteo se no houvesse uma vlvula de segurana que lhes permitisse lidar com produtores seriamente prejudicados de uma forma politicamente aceitvel. O mecanismo de salvaguarda oferece exatamente essa vlvula.

    GABARITO

  • sees

    Tema 03O Setor Externo da Economia Brasileira

  • SeesSees

  • Tema 03O Setor Externo da Economia Brasileira

  • 53

    Contedo

    Nessa aula voc estudar:

    O Balano de Pagamentos.

    O crescimento do setor externo e o cmbio.

    O Plano Real e o Comrcio Exterior Brasileiro.

    Habilidades

    Ao final, voc dever ser capaz de responder as seguintes questes:

    Como tem sido o desempenho do Balano de Pagamentos brasileiros nas ltimas dcadas?

    CONTEDOSEHABILIDADES

    Introduo ao Estudo da Disciplina

    Caro(a) aluno(a).

    Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Manual de Economia e Negcios Internacionais, organizadores Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos, Miguel Lima, Simo Davi Silber, Editora Saraiva, 2011, Livro-Texto n. 480.

    Roteiro de Estudo:

    Jos Batista de Carvalho Filho

    Gesto de Negcios Internacionais

  • 54

    CONTEDOSEHABILIDADES Ao longo do tempo, o Brasil tem apresentado evidncias concretas de crescimento macroeconmico?

    As polticas voltadas para o comrcio exterior tm sido eficazes?

    Quais fases da economia brasileira tiveram influncia direta no setor externo?

    As polticas cambiais adotadas pelo Banco Central do Brasil (BACEN) caminharam na direo correta?

    O Plano Real foi favorvel ao Comrcio Exterior Brasileiro?

    CONTEDOSEHABILIDADES

    O Setor Externo da Economia Brasileira

    Este tema tem como objetivo desenvolver uma anlise sobre o crescimento do setor externo da economia brasileira. H de se observar que, mesmo com o esforo adotado pelos governos nas ltimas dcadas, o Brasil apresenta um reduzido grau de abertura comercial quando comparado a outros pases. O setor externo fator determinante das fases de crescimento e recesso do Pas e tem capacidade efetiva de resposta ao sucesso ou insucesso da poltica econmica.

    Em 1968 teve incio um processo de maior abertura do Pas ao resto do mundo. Iniciou-se uma nova fase de busca de novas alternativas de crescimento que ficou evidenciada nas alteraes de poltica cambial. Fase em que teve incio a implantao do sistema de minidesvalorizaes e criao de um sistema de incentivo s exportaes.

    importante ressaltar que no perodo de 1974 a 2001 aconteceram fatos importantes na economia internacional que tiveram influncia direta nos rumos da economia brasileira. So eles:

    LEITURAOBRIGATRIA

  • 55

    LEITURAOBRIGATRIALEITURAOBRIGATRIAa) 1974-1979 crises do petrleo.

    b) 1980 elevao das taxas internacionais de juros.

    c) Moratria de pases devedores (Brasil, Mxico, Peru; Rssia, em 1998; e Argentina, em 2001).

    d) Crescimento significativo dos fluxos financeiros internacionais, crises financeiras.

    O Balano de Pagamentos o principal indicador referencial de credibilidade para investimentos e anlise da capacidade do pas de cumprir com seus compromissos internacionais. Sua demonstrao ocorre por meio do registro contbil de todas as operaes do pas com o resto do mundo. composto por cinco grandes itens:

    1. Balana Comercial.

    2. Contas de Servios e Rendas.

    3. Transferncias Unilaterais Correntes.

    4. Balano de Transaes Correntes.

    5. Conta de Capitais.

    O crescimento do setor externo brasileiro passou por diversas fases. Em face do tamanho e dinamismo da economia brasileira, houve erros e acertos.

    O perodo de 1968-1973 foi marcado pelas minidesvalorizaes cambiais (desvalorizaes em perodos curtos). O perodo de 1974-1980 teve como ponto fundamental a Crise do Petrleo em 1974, que culminou com substancial aumento dos preos do produto, e, consequentemente, com a deteriorao das relaes de troca do Pas. O Brasil herdou um dficit comercial na ordem de US$ 4,6 bilhes, com duplicao das despesas de importao. Esse perodo foi marcado pelo crescimento da dvida externa, maxidesvalorizao cambial do cruzeiro, elevao da inflao e rpido aumento da dvida externa.

    Os anos 1981-1983 ficaram conhecidos como o perodo da recesso, do aumento da dvida externa a taxas aceleradas, da inflao acima dos 10% anuais. Este quadro internacional conduziu a economia brasileira a uma situao extremamente complicada em termos de Balano de Pagamentos. A elevao das taxas de juros nos Estados Unidos, de um lado, aumentava a necessidade de divisas para o Brasil e, de outro, reduzia a disponibilidade de recursos para os pases devedores.

  • 56

    Entra em cena o Fundo Monetrio Internacional (FMI), que foi criado para socorrer pases em crise financeira. A liberao dos recursos fica condicionada adoo de uma poltica econmica negociada com o Fundo que leve superao das restries de ordem externa. O FMI funciona como avalista para a concesso de dinheiro pelos bancos privados. O acerto do Brasil com o FMI era uma garantia aos bancos de que a economia brasileira realizaria o processo de ajustamento e teria condies de arcar com os compromissos assumidos. A poltica do FMI, exclusivamente em termos do setor externo, buscava eliminar o dficit do Balano de Transaes Correntes.

    Os resultados apresentados foram completamente opostos. No setor externo, o Pas saiu de um dficit de US$ 2,9 bilhes na Balana Comercial, em 1980, para um saldo positivo de US$ 13,1 bilhes em 1984. No setor interno, o Pas assistia a uma forte queda na produo de bens e servios e na reduo do nvel de emprego na indstria de So Paulo de cerca de 20%.

    O perodo de 1984-1985 ficou conhecido com a Retomada do crescimento. A expanso da economia americana, em 1984, resultou em uma importante expanso da demanda de produtos brasileiros.

    Com o lanamento do Plano Cruzado, o consumo das reservas e a moratria, o Pas presenciou a forte ampliao nos ganhos reais da mo de obra. O processo de monetizao da economia reduziu significativamente as taxas de juros, que chegaram a ser negativas. O consumo foi estimulado. O congelamento do cmbio, aliado existncia de inflao interna e ao aumento de salrios, reduziu o poder de competio das exportaes brasileiras. No incio de 1987, o nvel de reservas comeou a reduzir-se rapidamente, obrigando o Pas a suspender o pagamento do servio da dvida.

    O Plano Bresser implantado pelo ento ministro da Fazenda Bresser Pereira foi marcado pelas minidesvalorizaes do Cruzado como forma de estmulo s exportaes. O principal objetivo do Plano era conter a inflao e o dficit pblico. Os saldos comerciais voltaram a expandir-se a partir de meados de 1987, criando condies para a renegociao com os credores externos.

    Em 1990 ocorreu a abertura comercial, de fato. O governo Collor adotou o sistema de cmbio flutuante, alterou a poltica cambial do Pas e teve incio o grande processo de privatizao das empresas estatais.

    LEITURAOBRIGATRIA

  • 57

    LEITURAOBRIGATRIAO novo sistema no representava a completa liberalizao do cmbio, na medida em que apenas os agentes autorizados a operar com divisas podiam participar do mercado. De acordo com a poltica de comrcio exterior adotada em meados de 1990, a tarifa aduaneira e a taxa cambial passaram a ser os nicos instrumentos de proteo produo domstica.

    Em 1991, a Balana Comercial brasileira apresentava resultados satisfatrios. Houve tambm uma tentativa de um novo acerto para a retomada do pagamento da dvida externa.

    Os anos seguintes gesto de Marclio Marques Moreira teve dois grandes desafios: acertar o acordo da dvida externa e controlar o processo inflacionrio. O supervit comercial ampliou-se e, atrados pela alta taxa de juros, os recursos externos fluram para a economia brasileira.

    O Plano Real foi o responsvel pela mudana definitiva da instabilidade na economia brasileira. A partir deste momento, o Brasil dava incio constante evoluo a caminho da estabilidade econmica e da ampliao das relaes externas.

    A primeira fase do Plano Real, no perodo de 1994 a 1998, teve como sua grande marca a abertura comercial. Em agosto de 1995, a Balana Comercial registrava supervit de US$ 328 milhes. As empresas brasileiras j conseguiam recurso no exterior com prazo de oito a dez anos. Em 1997, segundo semestre, com a crise asitica, o Brasil passou por um processo inicial de sada de capitais. Em 1998, ficou evidente a fraqueza da economia brasileira a choques externos com a crise da Rssia. Para enfrentar a crise, houve elevao significativa da taxa de juros. Em dezembro de 1998, o Brasil novamente recorreu ao FMI.

    A segunda fase ocorreu no perodo de 1999 a 2002. Foi registrada mudana significativa no mix de poltica econmica no Brasil. A adoo de cmbio livre levou a uma superdesvalorizao do real. O governo entrou mais diretamente no mercado cambial a partir de novembro de 1999, com o objetivo de reduzir a volatilidade. Nos ltimos anos, o dficit comercial saiu de US$ 6,4 bilhes, em 1998, para um supervit de US$ 2,6 bilhes, em 2001.

    O governo Lula deu continuidade poltica econmica adotada por seu antecessor Fernando Henrique Cardoso. Na rea externa, o cmbio continuou flutuante, e esta estratgia trouxe uma srie de benefcios ao setor externo do Pas. De um lado, as incertezas em relao poltica econmica que seria adotada pelo governo Lula pressionaram para cima a taxa de cmbio. O crescimento da economia mundial em 2004, principalmente da China, impactou positivamente os preos dos bens que o Pas exporta. Os resultados positivos da Balana

  • 58

    Comercial favoreceram o Balano de Transaes Correntes, que passou a registrar nmeros positivos a partir de 2003. O supervit observado at 2007 mostrava menor dependncia externa. O Pas exportou poupana.

    Em setembro de 2008, a crise internacional, desencadeada a partir do sistema financeiro dos Estados Unidos, atingiu fortemente o Brasil. As exportaes foram afetadas pela recesso dos pases industrializados e desacelerao do crescimento dos pases emergentes. A escassez de crdito internacional tambm impactou negativamente as exportaes brasileiras. O fluxo de capitais dirigidos ao Pas tambm foi reduzido, com a retrao do crdito internacional, a queda dos investimentos das empresas multinacionais com vistas a reduzir o risco. A taxa de cmbio sofreu significativo processo de desvalorizao. Em 2009, segundo e terceiro trimestre, o quadro voltou a ficar favorvel ao Brasil na medida em que mostrou uma capacidade de retorno ao crescimento mais rpido que os demais pases. Tornou-se novamente o foco de atrao para os estrangeiros, com a nova retomada do fluxo de capitais para o Pas.

    LEITURAOBRIGATRIA

    Quer saber mais sobre o assunto? Ento:

    SitesVisite o site do Banco Central do Brasil. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014. O site fornece um histrico de dados oficias do Balano de Pagamentos e Balana Comercial do Brasil, alm de todos os detalhamen-tos sobre a poltica cambial.

    Consulte o site do IPEA Instituto Nacional de Polticas Econmicas e Aplicadas. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014.

    LINKSIMPORTANTES

  • 59

    Visite o site do IPEA (Instituto de Polticas Econmicas e Aplicadas). Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014. Esse artigo detalha a condio do Brasil em competitivi-dade, mercado de trabalho e sua participao no comrcio internacional com uma anlise a partir da era Collor.

    Visite o site da Receita Federal do Brasil e leia o texto: Plano Real. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014. Alm do texto bem-elaborado, voc tem acesso a todo histrico do processo de implantao do Plano Real.

    VdeosAssista ao vdeo: Economia 5 de 7. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014. Aula sobre cmbio e setor externo da economia brasileira. O vdeo tambm avana para uma anlise macroeconmica.

    Assista ao vdeo: O que cmbio e como funciona? Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014. Palestra com uma anlise sobre o futuro do cmbio no Brasil e no mundo.

    Assista ao vdeo: VEJA. O Plano Real segundo FHC. Disponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014. Entrevista em que FHC explica o Plano Real. Na primeira parte desta entrevista, o ex-presidente fala sobre inflao e Plano Real, desde sua criao at como estava a situao econmica na entrada do governo Lula.

    LINKSIMPORTANTES

  • 60

    Instrues:

    Agora chegou o momento de exercitar seu aprendizado por meio da resoluo das questes deste Caderno de Atividades. Lembre-se de que, para responder as questes, voc precisar assistir s teleaulas, ler o Livro-Texto, refletir e pesquisar sobre conceitos relativos disciplina de Gesto de Negcios Internacionais.

    Lembre-se de que este autoestudo fundamental e deve ser feito com critrio, como forma a refletir e organizar seu aprendizado. Assim, voc estar preparado para a avaliao.

    Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que est sendo pedido e para o modo de resoluo de cada questo.

    Questo 1:

    Com base em seu conhecimento prvio, responda as seguintes questes:

    a) O que voc entende por Balana Comer-cial e como ela pode influenciar a poltica comercial brasileira?

    b) Faa uma descrio sobre a importncia do cmbio no controle da economia.

    c) Atualmente, pode-se afirmar que a moe-da Real estvel. O Plano Real, implan-

    tado em 1994, foi um marco histrico de mudana na estabilidade da economia bra-sileira frente s crises internas e externas. Destaque os pontos-chave do plano que contriburam positivamente para o proces-so de estabilidade econmica.

    Questo 2:

    Sobre a primeira fase do Plano Real, pode-se afirmar que:

    AGORAASUAVEZ

  • 61

    I. Sua grande marca foi a abertura comer-cial.

    II. Balana comercial deficitria.

    III. Balana comercial superavitria.

    IV. A economia brasileira se fortaleceu com a crise na Rssia.

    Com base nas afirmaes apresentadas, marque a alternativa correta:

    a) III e IV esto incorretas.

    b) I e III esto corretas.

    c) I, II e III esto corretas.

    d) Todas esto corretas.

    e) Todas esto incorretas.

    Questo 3:O chamado Plano Cruzado, institudo em 1986, proporcionou ampliao nos ganhos reais da mo de obra. O processo de mo-netizao da economia reduziu significati-vamente as taxas de juros, que chegaram a ser negativas, e o consumo foi estimula-do. Esta afirmao est correta ou incorre-ta? Justifique.

    Questo 4:

    Sobre as grandes marcas econmicas nos anos 1980, considere (F) para Falso ou (V) para Verdadeiro e marque a sequncia cor-reta.

    ( ) Crescimento da dvida externa e saldo positivo na balana comercial.

    ( ) O Cruzeiro tornou-se uma moeda des-valorizada em relao ao dlar americano.

    ( ) O Real foi a moeda que trouxe esta-bilidade para a economia com relao de paridade com o Dlar de 1 para 1.

    ( ) Elevao da inflao e dficit pblico.

    Escolha a alternativa correta:

    a) F F F V.

    b) V V F V.

    c) V V F F.

    d) V F F V.

    e) V F V F.

    Questo 5:

    O FMI (Fundo Monetrio Internacional) foi criado para:

    a) Estimular a economia internacional.

    b) Ser considerado o banco dos bancos e assim mostrar a fora que os Estados Unidos exercem sobre a economia mundial.

    c) Socorrer os pases da crise financeira.

    d) A princpio, o objetivo era atender s necessidades dos pases do Bloco

    AGORAASUAVEZ

  • 62

    do Mercado Comum Europeu. Em uma segunda etapa, era socorrer os pases da Amrica Latina, inclusive o Brasil.

    e) Nenhuma das alternativas anteriores est correta.

    Questo 6:

    O FMI exerceu importante papel no aux-lio s economias endividadas e que no tinham uma poltica adequada. O Brasil recorreu ao FMI para atender sua agenda financeira. Em sua opinio, o FMI contri-buiu positivamente ou negativamente para o Brasil? Justifique.

    Questo 7:

    No processo do amplo conjunto de refor-mas, o Plano Collor, lanado em maro de 1990, alterou drasticamente a poltica cambial do pas. Em sua opinio, o Plano Collor foi favorvel economia brasileira? Justifique.

    Questo 8

    A segunda fase do Plano Real foi decisi-va para a estabilidade econmica no longo prazo. Faa uma breve anlise sobre essa fase (1999-2002).

    Questo 9

    Faa suas consideraes sobre a poltica econmica exercida pelo governo Lula. Ela caminhou na direo correta ou deveria ter tomado outras decises no campo das re-laes externas?

    Questo 10

    A crise internacional, provocada pelos Es-tados Unidos, abalou a estrutura de todo o planeta. Voc presenciou pessoalmente as consequncias deste processo. Explique como a crise internacional, desencadeada nos Estados Unidos em setembro de 2008, atingiu o Brasil.

    AGORAASUAVEZ

  • 63

    FINALIZANDO

    Neste tema, voc estudou a evoluo da economia brasileira e sua participao, seus impactos e medidas relacionadas ao comrcio externo. Este foi um importante passo para compreender o mecanismo de tomada de decises que envolve diferentes agregados macroeconmicos, como o caso da taxa de cmbio, taxa de juros, inflao, balana comercial, balano de pagamentos, dvida externa e a relao do Brasil com importantes organismos internacionais, como o caso do FMI.

    Foi importante conhecer a mudana da vulnerabilidade para a estabilidade econmica, que foi se consolidar no governo Lula. O Brasil ainda tem importantes desafios no comrcio exterior, pois ainda no avanou o suficiente para gerar renda e distribuir com justia social. Os avanos conquistados at aqui sinalizam que o Brasil pode mais.

    Como voc percebeu uma economia robusta e dinmica que vive um momento privilegiado por estar no grupo das economias emergentes com potencial de atratividade de capital externo e capacidade de ampliar o leque de desenvolvimento de novas tecnologias, alm do mercado consumidor altamente favorvel.

    Caro aluno, agora que o contedo dessa aula foi concludo, no se esquea de acessar sua ATPS e verificar a etapa que dever ser realizada. Bons estudos!

  • 64

    ICONE (Instituto de Estudos e Comrcio de Negociaes Internacionais). Glossrio. Dis-ponvel em: . Acesso em: 02 jan. 2014.

    MICHEL, Renaut; CARVALHO, Leonardo (Orgs.) Crescimento Econmico: setor externo e inflao. Rio de Janeiro: IPEA, 2009. 104 p.

    VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval et al. Manual de Economia e Negcios Inter-nacionais. So Paulo: Saraiva, 2011. 377 p.

    REFERNCIAS

    GLOSSRIO

    Balana Comercial: a diferena entre o valor de exportaes e importaes de um pas.

    Balano de Pagamentos: instrumento da contabilidade nacional referente descrio das relaes comerciais de um pas com o resto do mundo. Ele registra o total de dinheiro que entra e sai de um pas, na forma de importaes e exportaes de produtos, servios, capital financeiro, bem e transferncias comerciais.

    Balano de Transaes Correntes: corresponde s transferncias unilaterais, na forma de bens e moeda, para consumo corrente. Excluem-se as transferncias relativas a patrimnio de migrantes internacionais, alocadas na conta capital.

    Conta de Capitais: registra as transferncias de capital relacionadas com o patrimnio de migrantes e a aquisio/alienao de bens no financeiros no produzidos, tais como cesso de patentes e marcas.

  • 65

    Contas de Servios e Rendas: servios relacionam os servios relativos a transportes, viagens internacionais, seguros, financeiros, computao e informaes, royalties e licenas, aluguel de equipamentos, servios governamentais e outros servios. Rendas registram a remunerao do trabalho assalariado (salrios e ordenados) e as rendas de investimentos, que correspondem remunerao das modalidades de aplicao detalhadas na conta financeira.

    FMI: Fundo Monetrio Internacional. Organizao internacional que tem como misso assegurar o bom funcionamento do sistema financeiro mundial pelo monitoramento das taxas de cmbio e da balana de pagamentos, por meio de assistncia tcnica e financeira. Sua criao ocorreu pouco antes do final da 2a Guerra Mundial, em julho de 1944, e sua sede em Washington, DC, Estados Unidos. Atualmente, conta com mais de 187 naes.

    Inflao: aumento persistente e generalizado no valor dos preos. Quando a inflao chega a zero, pode-se afirmar que houve estabilidade nos preos.

    Maxidesvalorizao Cambial: uma medida de desvalorizao da moeda local com relao ao US$ em grande proporo. Exemplo: se para comprar US$ 1,00 voc precisa de R$ 1,50. Com a maxidesvalorizao de 30%, ser necessrio disponibilizar R$ 1,95 para adquirir US$ 1,00.

    Minidesvalorizaes do Cruzado: segue o mesmo conceito da maxidesvalorizao cambial. Porm, os porcentuais so menores. No caso do Cruzado, as minidesvalorizaes ocorreram como forma de manter a paridade da moeda nacional em relao s moedas estrangeiras, principalmente o Dlar dos Estados Unidos. Essa medida oferecia estabilidade ao setor exportador, o que era favorvel na manuteno do equilbrio da balana comercial e reduo do desequilbrio externo.

    Moratria: termo utilizado geralmente no campo da economia para referir-se espera ou dilao que o credor concede ao devedor e que vai alm do prazo estipulado como final para a concluso de determinada dvida. Um pas s declara moratria quando assume que est impossibilitado de cumprir com seus compromissos financeiros.

    Poltica Cambial: o conjunto de aes e orientaes que o Estado utiliza com o propsito de equilibrar o funcionamento da economia por meio de alteraes das taxas de cmbio e controle das operaes cambiais. O rgo executor da poltica cambial no Brasil o Banco Central do Brasil (BACEN). Entre as entidades internacionais, o FMI o responsvel por fiscalizar o funcionamento e o uso das taxas cambiais.

    GLOSSRIO

  • 66

    GABARITO

    Questo 1

    Resposta: a) Faa breve leitura do Captulo 6 do Livro-Texto. Descreva a importncia das exportaes e importaes na poltica externa brasileira e seus efeitos na economia domstica.

    b) Consulte o Captulo 4 do Livro-Texto. Faa abordagem sobre a interveno do Banco Central na poltica cambial brasileira e seus efeitos favorveis e desfavorveis no nivelamento da economia.

    c) Para responder essa questo, procure comparar a economia brasileira antes e depois do Plano Real. Comente sobre a estabilidade da economia, controle de metas da inflao, gerao de emprego e renda, aumento do consumo das famlias, investimentos na indstria e quais foram os efeitos do real no comrcio externo.

    Questo 2

    Resposta: B

    Questo 3

    Resposta: A

    Questo 4

    Resposta: B

    Taxa de Cmbio: o preo de uma unidade monetria de uma moeda em unidades monetrias de outra moeda.

    GLOSSRIO

  • 67

    GABARITOQuesto 5

    Resposta: C

    Questo 6

    Resposta: O FMI foi criado para socorrer pases em crise financeira. A liberao dos recursos fica condicionada adoo de uma poltica econmica negociada com o Fundo que leve superao das restries de ordem externa. O FMI funciona como avalista para a concesso de dinheiro pelos bancos privados. O acerto do Brasil com o FMI era uma garantia aos bancos de que a economia brasileira realizaria o processo de ajustamento e teria condies de arcar com os compromissos assumidos. Portanto, para o Brasil, o papel do FMI foi fundamental para a recuperao e o saneamento das dvidas.

    Questo 7

    Resposta: O Plano Collor, lanado em maro de 1990, alterou drasticamente a poltica cambial do Pas com a adoo do sistema de cmbio flutuante. Nesse sistema, a taxa de cmbio seria formada pela interao entre a oferta e a demanda de divisas. De acordo com a poltica de comrcio exterior adotada em meados de 1990, a tarifa aduaneira e a taxa cambial passaram a ser os nicos instrumentos de proteo produo domstica. Alguns segmentos da sociedade avaliaram que tal poltica traria impactos extremamente perversos sobre a produo domstica. No incio de 1991, a balana comercial brasileira j apresentava resultados satisfatrios. Houve tambm uma tentativa de um novo acerto para a retomada do pagamento da dvida externa. Portanto, percebe-se que o Plano Collor foi favorvel economia brasileira.

    Questo 8

    Resposta: Registrou mudana significativa no mix de poltica econmica no Brasil. A adoo de cmbio livre levou a uma superdesvalorizao do Real. O governo entrou mais diretamente no mercado cambial a partir de novembro de 1999, com o objetivo de reduzir a volatilidade. Em 1999, o fraco desempenho da Balana Comercial chamou a ateno. Nos ltimos anos, o dficit comercial saiu de US$ 6,4 bilhes, em 1998, para um supervit de US$ 2,6 bilhes, em 2001.

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    Questo 9

    Resposta: No ocorreram mudanas na conduo da poltica econmica adotada pelo governo anterior. Na rea externa, o cmbio continuou flutuante, e essa estratgia trouxe uma srie de benefcios ao setor externo do Pas. Tais benefcios podem ser identificados a partir de dois fatos:

    De um lado, as incertezas em relao poltica econmica que seria adotada pelo governo Lula pressionaram para cima a taxa de cmbio.

    O crescimento da economia mundial em 2004, principalmente da China, impactou positivamente os preos dos bens que o Pas exporta.

    Os resultados positivo