caderno jm rural 26.06.2012

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Jornal da Manhã Ijuí, 26 de junho de 2012 Cultivo de morangos é carrochefe de economia familiar há 23 anos Combate às pragas requer orientação e acompanhamento técnico Clostridium: Entenda a bactéria suspeita de causar a morte de dezenas de animais no Noroeste do Estado Pag 3 Pag 4 Pag 5 Aperitivos das festas de São João ficam mais caros Pag 6

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Edição do Caderno Rural do JM

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Page 1: Caderno JM Rural 26.06.2012

Jornal da Manhã Ijuí, 26 de junho de 2012

Cultivo de morangos é carrochefe de economia familiar há 23 anos

Combate às pragas requer orientação e acompanhamento técnico

Clostridium: Entenda a bactéria suspeita de causar a morte de dezenas de animais no

Noroeste do Estado

Pag 3

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Aperitivos das festas de São João ficam mais caros Pag 6

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Economia verde:afinal, de que se trata? EMPRESÁRIO RURAL

Nas últimas semanas, em função da Rio+20, um dos conceitos mais comentados pelos meios de comu-nicação é o de economia verde. A experiência mostra que, quando todo mundo fala de um assunto novo, as pessoas provavelmente podem estar falando de coisas diferentes. Podem-se distinguir pelo menos três das principais interpretações que têm sido dadas à economia verde. É possível iden-tificar a primeira interpretação de uma versão mais limitada do que seja a economia verde. Trata-se da tentativa de estender o sistema de preços aos serviços e aos ativos am-bientais, mesmo considerando-se que a sua valorização não signifique que esteja transformando-os em mercadorias.

O sistema de preços é conside-rado um mecanismo tão eficiente, democrático e econômico de re-solver os problemas econômicos fundamentais de uma sociedade (o que produzir, como produzir, onde produzir, como produzir e para quem produzir) que acaba por estimular um esforço intelectual muito expressivo para preservar o seu uso nas políticas ambientais. É o caso, por exemplo, de situações em que ocorrem externalidades ambientais, quando se procura definir apropriadamente um valor econômico para os recursos am-bientais, simulando as condições de mercado para a sua disponibili-dade e a sua utilização, a fim de se identificarem as perdas e os danos para a sociedade.

Os mercados funcionam ade-quadamente na alocação de bens privados, os quais são caracterizados pela exclusividade e pela rivalidade no consumo. Os bens ambientais tendem a ser não excludentes e divisíveis (exemplo: reservas de águas subterrâneas), excludentes e indivisíveis (exemplo: acesso às áreas

Nos frequentes encontros que tenho com grupos de produtores rurais para debater assuntos relativos à gestão de empresas costumo, a título de motivação ou provoca-ção, perguntar no início do evento: “entre os presentes existem alguns empresários?”. Invariavelmente a resposta vem, entre sorrisos tímidos ou constrangidos – “Nós empresários!? Somos apenas pequenos ou médios produto-res rurais.” Tenho constatado que na percepção popular, o termo “empresário” está vinculado aos grandes em-preendedores, proprietários de cadeias de lojas, bancos ou grandes indústrias. Os proprietários rurais, de um modo geral, não se identificam com o termo, posto que não se consideram empresários mas sim produtores rurais. Nessa concepção, empresários são os proprietários da agroindústria que compram, beneficiam e comercializam os produtos do meio rural. Não se trata aqui de discutirmos uma mera questão de semântica, mas o fato de os produtores não assumirem a condição de empresários tem reflexos importantes no comportamento e atitudes deles na condução de suas propriedades rurais.

Para fins didáticos, entre as dezenas de definições de em-presa, vou servir-me daquela que me parece mais adequada aos propósitos deste artigo. “Empresa é todo o empreendi-mento que produz um bem ou um serviço que tem um valor econômico e é consumido pela comunidade”. Dentro desta ótica, a humilde sapataria do bairro é uma empresa, na medida em que produz um serviço (consertar sapatos), que tem um valor econômico e é consumido e pago pela comunidade. Ora... a proprie-dade rural que produz bens (feijão, leite, carne, frutas, etc...) e os comercializa, é uma empresa. Por consequência, a pessoa que a administra é um empresário. Agora, se é um empresário competente ou não, isto é outra estória. Mas é um empresário sim!

Ao assumir a condição de empresário, a tendência é de que o proprietário rural passe a olhar sua propriedade não apenas como um local ou ambiente de produção, mas

sim como uma empresa que precisa ser administrada em seu conjunto onde os compo-nentes básicos como terra, ca-pital, mão de obra e tecnologia devem merecer igual atenção do administrador, posto que a saúde e o equilíbrio da empre-sa depende fundamentalmente do gerenciamento harmonioso de todos esses fatores. De um modo geral, o proprietário que não se considera empresário, concentra todo o seu esforço e trabalho exclusivamente na área da produção. Os compo-nentes capital, mão de obra e tecnologia são relegados a um segundo plano, quando não totalmente ignorados.

Por não avaliar o valor e a importância do capital da empresa, tanto o imobilizado como o circulante, é comum o produtor considerar a receita bruta de uma determinada atividade como lucro líquido e passar a gastá-la de forma liberal, sem planejamento e sem se dar conta que está “comendo” o capital da sua empresa. Em muitos casos, a administração financeira resume-se em anotar as saídas de dinheiro no canhoto do ta-lão de cheques. Mais adiante, quando os sinais de descapita-lização da empresa começam a se tornar evidentes, torna-se difícil revitalizá-la. Aí, o negócio é culpar a política econômica do governo, dizer que a agricultura não tem jeito mesmo e a saída é vender a terra que restou e tentar uma nova vida em um outro ramo de atividade.

Também por entender que a sua missão é produzir, o produtor que não assume a postura de empresário, não dedica a atenção necessária para o componente mão de obra que é absolutamente indispensável para o bom de-sempenho da empresa. Poucas são as empresas rurais que contam com uma equipe de trabalho permanente, ajustada às necessidades da empresa, qualificada, consciente de suas responsabilidades e satisfeita com o ambiente onde atuam.

Tudo isso acontece porque de um modo geral o produtor rural não se identifica com a figura de empresário. Portan-to, leitor, se você é proprietário e/ou administrador de um estabelecimento rural, você é um empresário. Assuma-se!!

Paulo Haddad, professor do IBMEC/MG. Foi ministro do planejamento, da Fazenda no

governo Itamar Franco

2 Jornal da Manhã | Ijuí, 26 de junho de 2012

Otaliz Montardo

Otaliz de Vargas Montardo Consultor Téc. em Pecuaria Leiteira.

fechadas de reservas naturais) ou indivisíveis e não excludentes (exem-plos: paisagens cênicas; ar puro). Assim, muitos bens ambientais, por se assemelharem mais a bens públicos do que a bens privados, não conseguem desenvolver ou simular mercados para avaliações monetá-rias apropriadas e consistentes.

Uma segunda concepção de economia verde está ligada ao desenvolvimento de modelos de planejamento econômico-ambien-tal que incorporam os conceitos de insumos ecológicos, processos ecológicos e produtos ecológicos. Trata-se de uma tentativa de melhor

compreender a interdependência entre o sistema ecológico e o sis-tema econômico. Esses modelos permitem que se analisem, por exemplo, os impactos dos inves-timentos previstos no PAC sobre a pegada ecológica, sobre a pegada de carbono e sobre a pegada hídri-ca. Esbarram, contudo, em enormes dificuldades para obter dados sobre o subsistema ecológico, desde o cálculo de simples coeficientes que relacionem a quantidade de po-luentes de diversos tipos emitidos por unidades de produção em cada setor produtivo até informações sobre as características específicas de diferentes processos ecológicos.

Essas duas concepções de eco-nomia verde se situam, contudo, dentro de uma visão tradicional da Ciência Econômica. Na visão tradicional, a economia é vista como um sistema isolado, sem trocas de matéria e energia com o meio ambiente. Nesta visão, muitas vezes, não se vislumbram insumos ecológicos ou produtos ecológicos enquanto se produz, enquanto se consome ou enquanto se acumula capital na sociedade.

O ecossistema é considerado apenas como um setor extrativo e de disposição de resíduos da eco-nomia. Mesmo que esses serviços se tornem escassos, o crescimen-to econômico pode se manter para sempre porque a tecnologia permite a substituição de capital natural por capital man-made. O único limite ao crescimento, na visão tradicional, é a tecnologia e, desde que se desenvolvam novas tecnologias, não há limites para o crescimento econômico.

Por outro lado, a visão contem-porânea de desenvolvimento sus-tentável inclui a economia como um subsistema aberto do ecossistema. Desde que o ecossistema permane-ça constante em escala enquanto a economia cresce, é inevitável que a economia se torne maior em re-lação ao ecossistema ao longo do tempo, ou seja, a economia torna-se maior em relação ao ecossistema que a contém. O capital natural remanescente passa a ser o fator limitativo do crescimento econômi-co num ecossistema congestionado (com estresse ou em regime de coma ecológico) onde prevalecem as leis da termodinâmica, a de conservação de matéria e energia e a lei da entropia.

ARTIGO

O capital natural remanescente passa a

ser o fator limitativo do crescimento econômico

num ecossistema congestionado

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Surgindo como alternativa de renda para a família Barriquello, em 1989, hoje,

o cultivo do morango tornou-se o carrochefe da economia da família devido ao bom retor-no de renda ocasionado pela produção da fruta. O produtor rural Carlos Alberto Barriquello, comenta que este foi o primeiro ano em que optou pela manu-tenção do pé plantado ainda em 2011, por isso, conseguiu colocar a fruta para venda na feira mais cedo. “O pés deste ano devem começar a dar frutos no final de julho”, diz.

A produção, que começou há cerca de um mês, gerou 8kg de morango na primeira semana, 30kg na segunda semana, 80kg na terceira semana e 150kg na quarta semana, mantendo o mesmo nível de produção na quinta semana. “Nessa quinta semana a produção poderia ter superado os 300 kg, mas acabou geando e estragando boa parte das frutas”, afirma. A expectativa da próxima semana era de que a produção chegasse a cerca de 400kg, mas com a geada a estimativa diminuiu consideravelmente.

Para Carlos Alberto, apesar da perda devido aos contratem-pos climáticos, a perspectiva continua positiva. Ele ressalta a importância de ter mantido o pé do ano anterior fazendo irrigação e adubação frequente, além de limpar as plantas para que pudesse começar a vender a fruta mais cedo.

ProduçãoA estimativa de volume total

de produção deve ser de 6 a 7 mil quilos de morango até o final da produção. “Claro que também deve ser levado em consideração a utilização do pé do ano passado, o que deve aumentar substancialmente o volume total da produção”,

Morango: uma opção rentáveldestaca.

Devido aos cuidados com adubação e a utilização de mudas importadas da Argenti-na, muitas vezes os morangos chegam a pesar 140g cada. Ao todo, o produtor conta hoje com 7 mil mudas que foram cultivadas e preservadas desde o ano passado e mais 9 mil no-vas mudas que foram cultivadas neste ano.

MercadoO melhor mercado continua

sendo a venda por quilo na feira. Barriquello destaca que faz vendas para supermercados e padarias, mas que seu forte mesmo é a venda diretamente ao consumidor, na Aprofeira, em anexo a Emater municipal.

Com relação a expectativa de preço e consumo para este ano, o produtor destacou que a venda da fruta vem de uma se-quência positiva, mas que neste ano o volume de vendas ainda é uma incógnita. “Entretanto, estamos otimistas”, completa.

Neste ano, o produtor conta com

aproximadamente 16 mil mudas

da fruta em sua propriedade

Ijuí, 26 de junho de 2012 | Jornal da Manhã 3

AGRICULTURA FAMILIAR

Estimativa de volume da produção é de cerca de 7 mil quilos de morango

Dicas de manejoCobertura do solo: É execu-

tada visando, principalmente, evitar o contato do fruto com o solo, de modo a colher um fruto livre de impurezas, que depreciam a qualidade e po-dem reduzir o período de con-servação pós-colheita. Essa prática também influencia na manutenção da temperatura do solo, atuando como ter-morregulador. A cobertura evita a compactação do solo que ocorre pela ação das go-tas d'água de irrigação (quan-do é usado um sistema por as-persão) ou da chuva.

A cobertura do solo tem ainda ação sobre as plantas in-vasoras, dispensando as capi-nas manuais que causam danos às raízes superficiais do mo-

rangueiro, as quais são respon-sáveis pela absorção de água e nutrientes. O material mais utilizado na cobertura do solo é o plástico preto com espes-sura de 30 micras. Este tipo de cobertura apresenta algumas vantagens sobre as demais. Cria um ambiente com baixa umidade relativa, diminuindo a incidência de fungos, especial-mente aqueles que ocasionam podridões de frutos.

Manejo do túnel baixo ou casa de plástico: Para se obter os resultados descritos ante-riormente, é imprescindível que se tenha um bom manejo do túnel. Nesta operação, as ações básicas são: pela manhã, logo após a evaporação do orvalho, o túnel deve ser aber-

to até a altura de 40 a 50 cm, de forma que todo o excesso de umidade seja eliminado. A abertura do túnel sempre se dá do lado oposto ao vento predominante, evitando que o plástico seja danificado pela ação dele. No final da tarde, o túnel deve ser fechado para que o sereno não molhe as fo-lhas. Em dias de chuva ou ne-blina, o túnel deve permanecer fechado, sendo aberto apenas com a presença do sol.

Não irrigar em demasia, porque com o solo encharcado há uma grande evaporação, sa-turando o ambiente no interior do túnel, transformando-o em câmara úmida, ideal para o de-senvolvimento de doenças. Um túnel mal manejado transforma

todas as possíveis vantagens em problemas sérios para o cultivo do morangueiro, cau-sando prejuízos equivalentes aos de sua ausência.

Na casa plástica, em razão do volume de ar ser maior, o manejo é facilitado, podendo permanecer abertas as corti-nas laterais, mesmo em dias de chuva, desde que não ocor-ra molhamento de folhas pela chuva ou pela neblina muito forte, tocadas pelo vento.

Limpeza da lavoura: A la-voura de morangueiro se de-senvolve muito bem na ausên-cia de plantas invasoras, o que evita ou minimiza a concorrên-cia por água e fertilidade e a proliferação de pragas e doen-ças comuns no morangueiro.

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Com a morte de mui-tos bovinos na região Noroeste na última se-

mana, uma suspeita sobre o motivo é de que o gado havia sido infectado por uma bac-téria do gênero Clostridium, a partir de então dúvidas so-bre tratamento, prevenção e sintomas da doença surgiram.

O JM conversou com o mé-dico veterinário Guilherme Stumm, que esclareceu que existem na natureza dezenas de bactérias do gênero Clos-tridium, sendo que muitas delas fazem parte da cons-tituição biótica intestinal e do fígado de animais sadios, onde vivem saprofiticamen-te sem causar-lhes danos. “Entretanto existem outros gêneros de clostrídios que podem causar sérias doenças nos animais, sendo altamente patogênicos”, afirma.

Os principais agentes res-ponsáveis pelo aparecimento das clostridioses nos rumi-nantes são aproximadamente em número de 14 espécies diferentes de Clostridium, levando ao aparecimento de pelo menos 10 síndromes de doenças em bovinos, ovinos e caprinos. “O grupo de infecções e intoxicações causadas por bactérias anae-róbias do gênero Clostridium é chamados clostridioses, e é altamente letal na maioria dos casos”, explica. Dentre elas destacam-se o Botulismo, Té-tano, Carbunculo Sintomático e Gangrena Gasosa.

Os surtos relacionados às mortes dos bovinos, por exemplo, estão relaciona-

Entenda a bactéria que pode ocasionar doenças altamente patogênicas nos animais

Animais devem ser vacionados regularmente para que estejam protegidos

dos, conforme o médico veterinário, ao manejo da propriedade, associados à falta de vacinação dos animais ou utilização de vacinas que não contenham todos os tipos de cepas de clostrídeos res-ponsáveis pela doença. “Com isso devemos ter cuidado nas castrações,vacinações,ou ou-tros tipos de manejos, onde os animais, além do stress, estão sujeitos a ferimentos e pancadas decorrentes do processo”, enfatiza.

Identificação da doença

Guilherme explica que cada doença apresenta um quadro de sintomas e sinais, os quais clinicamente pode levar o ve-terinário a identificar o agente etiológico presente. No botu-lismo, os sinais mais comuns são incoordenação motora primariamente dos trens posteriores que progride para incapacidade de se locomover e levantar, culminando com morte por parada respiratória.

Em casos de Carbuncu-lo Sintomático, os animais apresentam febre, anorexia, depressão e manqueira quan-do o membro é atingido. As massas musculares acometi-das mostram-se crepitantes e aumentadas de volume. Já nos casos de Gangrena Gasosa ou edema maligno: os animais apresentam febre que leva a uma depressão, apatia, perda do apetite, taquicardia, man-queira e um quadro toxêmico que pode evoluir para a morte do animal num espaço de poucas horas ou dias.

Em casos de Tétano, o ani-mal apresenta-se com uma sintomatologia de hipere-xcitabilidade, prolápso da terceira pálpebra ficando com os olhos arregalados, corpo rígido com a cauda, orelhas e pescoço distendidos, com espasmos musculares fre-quentes.

Tratamento

O tratamento das doenças causadas pela clostridioses acontece através de uma antibioticoterapia e é muito limitado e de custo elevado, em virtude da virulência dos agentes causadores da do-ença, do desenvolvimento rápido e ação das toxinas produzidas. “Deve-se manter os animais doentes afastados do rebanho, isolados e sob observação constante e, no caso do tétano as baias de-vem ter pouca luminosidade”, aconselha Guilherme.

Precauções paramanter o rebanho

Com a morte do animal adoentado, o veterinário explica que se deve proceder a colheita de material para análise laboratorial e, após, “evitar transportar o cadáver para outros pontos, incine-rando-o próximo ao local da morte e enterrando-o em uma cova bem profunda, tomando-se o cuidado de jogar cal virgem sobre o ca-dáver antes de cobri-lo com terra. Quando os animais forem enterrados, evitar fazê-lo perto de fontes de água, observando os lençóis freáticos”.

4 Jornal da Manhã | Ijuí, 26 de junho de 2012

CLOSTRIDIUM

Coluna Nº4

MELHORAMENTO GENÉTICO NA APICULTURA

GELEIA REAL

Atualmente, apicultores do Rio Grande do sul criam abelhas em sua maioria com o objetivo da produção de mel, sendo que a maioria não substitui anualmente ou a cada dois anos as rainhas de suas colmeias; isso vem trazendo alguns problemas para os apicultores. A partir dessas informações é que a Associação de Apicultores de Ijuí (AAI) se reuniu dia 21 de junho de 2012 às 19h30 para discutir esse importante assunto.

O atual Presidente Aldair Cossetin, baseado em relatos dos apicultoresda região indagou os sócios da AAI sobre a forma mais eficaz de se evitar os prejuízos com a perda de enxames e a baixa produtividade de algumas colmeias dentro dos apiários. Várias ideias surgiram durante o encontro e o Melhoramento Genético das Abelhas foi a ideia que surgiu como a solução imediata e a mais eficaz nesse sentido.

Automaticamente, uma colmeia que recebe uma nova rainha tem suas abelhas substituídas por novas abelhas em cerca de 60 dias, fazendo com que a baixa produtividade desapareça e dando lugar a abelhas sadias e produtivas. A maioria dos apicultores tem suas Rainhas substituídas naturalmente pelas próprias abelhas e sem controle gené-tico, e isso está fazendo com que a qualidade dos enxames não chegue nos mesmos parâmetros de produtividade que o apicultor tinha como objetivo.

O cruzamento de raças de abelhas resistentes a doenças, com alta produtividade, adaptadas às condições de clima local e com docilidade controlada para o fácil manejo de colmeias será em breve a realidade que trará inúmeros benefícios aos apicultores.

Associação de Apicultores de Ijuí se reúne para debater o assunto

Dicas de ManejoTipos de doenças

Botulismo: causda pelo Clostridium Botulinium C e D, intoxicações que afetam o sistema nervoso.Tétano: onde o micro-organismo é Clostridium Tetani, acomete sistema nervoso dos animaisCarbunculo Sintomatico: causada por Clostridium chauvoei, infecões que afetam a musculatura e tecido sub-cutâneo dos animaisGangrena Gasosa: causada clostridium septicum, clostridium novyi, causa infecoes musculatura e tecido subcutâneo dos animais.

Medidas de prevenção*Esquema de vacinação do rebanho conforme orientação do medico veterinário.*Medidas higiênico sanitárias*Manejo correto dos animais*Pastagens de boa qualidade*Evitar deixar carcaças no campo*Em caso de morte de animais preceder a colheita de materiais para analise laboratorial.

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E m época de plantio de trigo e outros cereais de inverno, é importante atentar às pragas iniciais, ou seja,

aquelas que ocorrem nos primeiros es-tágios de desenvolvimento da cultura. Dentre as principais pragas que assolam as culturas de inverno está o coró do trigo, coró das pastagens, pulgões.

O controle químico, segundo o enge-nheiro agrônomo da Cotrijui Luciano Luc-ca, deve ser feito com uso de inseticidas específicos para cada praga na forma de tratamento de semente e pulverização.

A assistência técnica tem papel funda-mental para o sucesso no controle das pragas. Conforme Luciano, com a orien-tação técnica é possível identificar qual a praga presente , detectar a necessidade, ou não, de controle e, por fim, a definição correta dos inseticidas que serão utiliza-dos no controle.

Questionado sobre os meios de pre-venção desses problemas, o engenheiro agrônomo aconselha que seja realizada a rotação de culturas, uso de inseticidas seletivos a inimigos naturais, controle de ervas daninhas hospedeiras de pragas e utilização do sistema de plantio direto.

Orientação técnica é fundamentalno combate às pragas

Ijuí, 26 de junho de 2012 | Jornal da Manhã 5

CULTURAS DE INVERNO

Coró de trigo: Os insetos conhecidos como coró, bicho-bolo, pão-de-galinha ou capitão, encontrados em lavouras de culturas anuais, são nativos em áreas de campos e de vegetação rasteira naturais

Coró das pastagens: envolve as fases de ovo, de larva (coró), de pupa e de adulto (besouro). Somente as larvas, que são polífagas, são capazes de causar danos às culturas. Em geral, a infestação ocorre em manchas na lavoura

Pulgões: Os pulgões apresentam corpo

relativamente pequeno, mole

e piriforme. Nas condições climáticas

brasileiras os pulgões do trigo não põem

ovos; as fêmeas parem diretamente

ninfas; reproduzem-se sem ocorrência

de machos e geram apenas fêmeas

(partenogênese telítoca)

Page 6: Caderno JM Rural 26.06.2012

6 Jornal da Manhã | Ijuí, 26 de junho de 2012

A seca que chegou no final da primavera, seguiu no verão e se

prolongou durante o outo-no, prejudicou a safra e fez subir o preço do amendoim, um dos principais produtos das festas de São João. “Tem pouco amendoim no merca-do devido a estiagem”, disse o técnico agrícola da Ema-ter/RS-Ascar, Cláudio Maciel Santos.

Em Augusto Pestana, maior produtor gaúcho de amen-doim, o quilo descascado, que antes era vendido a R$

4 agora chega ao consumi-dor por R$ 7. A rapadura de 500 gramas ficou R$ 2 mais cara, é vendida a R$ 8. Em Ijuí, o preço do amendoim, da rapadura e da paçoca su-biu em praticamente todos os supermercados. “Os pro-dutores de Ijuí colheram em média 36 sacas por hectare quando seria normal colhe-rem 40 sacas”, disse o enge-nheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Filipe Kinalski.

A longo prazo, outros fa-tores, além da estiagem, poderão contribuir para a

Seca deixa Festa de São João mais cara

Doces e aperitivos feitos de amendoim para as festas de São João terão um custo mais alto neste ano devido à seca que prejudicou significativamente a produção na região Noroeste do Estado Cultura do amendoim foi prejudicada em função da seca

Nova lei permitirá ao produtor de leite negociar com indústriaA obrigação dos laticínios

de informar o preço do leite até o dia 25 do mês anterior à entrega do produto nas in-dústrias dará maior margem de negociação aos criado-res, que poderão optar pela empresa que pagar mais. A opinião é do presidente da Comissão Nacional da Pecu-ária de Leite da Confedera-ção da Agricultura e Pecuá-ria do Brasil (CNA), Rodrigo Sant'Anna Alvim. Ele explica que a lei atende a uma rei-vindicação dos produtores de leite. "O setor é um dos poucos da economia que só toma conhecimento do va-lor do seu produto na hora de receber o pagamento, muitas vezes até dois meses após a entrega da mercado-ria nas usinas de beneficia-mento", disse.

Segundo Alvim, os produ-tores sempre pediram que a indústria informasse um pre-ço de referência, "nem que fosse um mínimo". Ele ar-

gumenta que o preço infor-mado não poderá ser muito baixo, porque neste caso o produtor irá procurar outra indústria que estiver pagan-do mais, "a não ser que as empresas formem um car-tel".

O dirigente acredita que a nova lei não deve prejudicar as negociações entre produ-tores e indústrias em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, onde existem conselhos paritários (Conseleite), que estabelecem os parâmetros técnicos e de mercado uti-lizados para definir o preço do leite entre as usinas. Ele afirmou que durante a dis-cussão do projeto de lei no Congresso Nacional a CNA tentou excluir estes Estados (que têm o Conseleite) da obrigação das indústrias de informar o preço ao produ-tor, mas não deu tempo.

Alvim afirmou que outras duas propostas que existiam

no projeto de lei de autoria do deputado federal Reginal-do Lopes (PT-MG) foram reti-radas a pedido dos produto-res. A primeira diz respeito à proibição de diferenciação de preços entre produtores na entrega de leite a uma mesma indústria. Ele diz que o depu-tado concordou em retirar a proposta, porque a mudança nas normas sobre padrões de qualidade do leite implica

preços diferenciados. Outra proposta retirada

proibia a diferença de pre-ços entre o período seco (entressafra) e o das águas (safra). O sistema implica o pagamento de valores me-nores durante a safra para os volumes excedentes a deter-minada cota (calculada com base na média de leite entre-gue durante a entressafra). Alvim explicou que o depu-

tado concordou em adiar as discussões sobre o sistema cota-excesso, que deve ser regulamentado nos próxi-mos anos, com incentivo aos produtores que investem na produção de leite mesmo no período da entressafra, quando o custo é maior. Ele cita como exemplo o Cana-dá, onde a cota para entrega de leite às vezes vale mais que a propriedade.

escassez do grão. “Os agricul-tores estão parando de plan-tar por falta de mão de obra e baixo preço”, queixou-se o presidente da Associação de Produtores de Amendoim de Marmeleiro, localizada em Augusto Pestana, Arlan Luis

Vunder. Há dois anos, Vun-der plantava amendoim em 3,5 hectares e colhia aproxi-madamente 500 sacas. Hoje, dedica-se apenas à produção de leite e lavoura extensiva.

Essa tendência é confirma-da pelo técnico da Emater/

RS-Ascar. “Atualmente Augus-to Pestana deve ter menos de 80 hectares cultivados com amendoim”, disse Cláudio Santos. Há dois anos, no en-tanto, a cultura do amendoim no município ocupava área de 150 hectares.

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Ijuí, 29 de abril de 2012 | Jornal da Manhã 7

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Jornal da Manhã Ijuí, 26 de junho de 2012

O Projeto Atitude Lim-pa, desenvolvido pela Ceriluz entre seus co-

laboradores e associados, foi agraciado no dia 9 de junho com o Prêmio Ambiental Ludwig Reichardt Filho, pro-movido pelo município de Ijuí, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A proposta principal do Pro-jeto Atitude Limpa é realizar ações de conscientização entre colaboradores, estudantes e suas famílias, principalmente. Contudo, chega também aos associados por meio de arti-gos e reportagens publicados e divulgados em veículos de comunicação da Cooperativa, como o Informativo Além da Energia, que chega ao seu público em forma de revista ou programa de rádio. “Trata-se de um projeto voltado aos setores internos da Ceriluz, atingindo colaboradores dire-

Projeto Atitude Limpa recebe prêmio ambientaltos e consequentemente suas famílias e que tem o objetivo de fomentar iniciativas de troca de informações que reforcem a cultura organizacional da Cooperativa, focando a comu-nicação e a realização das ati-vidades sustentáveis”, explica a bióloga Sara Corbelini Enéas. O projeto é desenvolvido em uma parceria entre os setores Ambiental e de Comunicação Social e visa melhorar o am-biente de trabalho, divulgando conceitos fundamentais que regem as atividades na Coope-rativa e promovendo a troca de conhecimentos e experiências que possibilitem a redução de custos e a otimização do uso de materiais, gerando menos rejeitos prejudiciais ao meio ambiente. Entre as atividades práticas já implantadas estão a oferta de pacotes de papel reci-clado para uso nas impressoras; a disponibilização de copos

individuais aos colaboradores derivados da reciclagem de garrafas de vidro; a implan-tação de um Ecoponto na Ceriluz para recolhimento de pilhas e vidros; oficinas sobre coleta seletiva do lixo para os colaboradores e a distribuição

de sacolas ecológicas para uso diário, que reduzem a necessi-dade de sacolas plásticas.

Para os estudantes, o Proje-to Atitude Limpa disponibiliza ações diferenciadas. Em 2011 proporcionou a apresentação da Peça Teatral “Cuidado!

A Energia Baixou Em Mim!” nas escolas rurais da área de abrangência da Ceriluz e também na ExpoIjuí/2011, no Palco das Etnias, com a parti-cipação do mascote Cerileco, criado para interagir com o público da Cooperativa em seus eventos. “A expectativa inicial do projeto vem sendo alcançada, superando as di-ficuldades normais dentro de um processo de gestão em educação ambiental. Como exemplos podemos destacar a efetiva utilização dos copos de vidros individuais pelos colaboradores no consumo diário; o claro interesse em reaproveitar o material de es-critório, com o fornecimento por parte dos colaboradores dos papéis utilizados para produção dos blocos de rascunho e a solicitação de mudas nativas por parte de alguns funcionários.

Escolas de Ijuí reuniram-se na Afucoper para prestigiar ações do Projeto Atitude Limpa