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AGRICULTURA FAMILIAR
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CADERNOS DA AGRICULTURA FAMILIARMinistério do Desenvolvimento Agrário
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Cadernos da Agricultura Familiar, Volume 2 Compra Pública de Alimentos da Agricultura Familiar
2016
ISSN 2448-2404
Compra Pública de Alimentos da Agricultura Familiar
Cadernos da Agricultura Familiar
Volume 2
Ministério do Desenvolvimento Agrário Brasília, 2016
COMPRAS PÚBLICAS DE ALIMENTOS DA AGRICULTURA FAMILIAR
DILMA ROUSSEFF
Presidenta da República
PATRUS ANANIAS
Ministro do Desenvolvimento Agrário
ANTONIO CLARET CAMPOS FILhO
Chefia de Gabinete do Ministro do Desenvolvimento Agrário
MARIA FERNANDA RAMOS COELhO
Secretária Executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário
ONAUR RUANO
Secretário Nacional de Agricultura Familiar
JOÃO LUIZ GUADAGNIN
Diretor de Financiamento e Proteção à Produção
MARENILSON BATISTA DA SILVA
Diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural
MARCELO PICCIN
Diretor de Geração de Renda e Agregação de Valor
Equipe editorial
Edição de texto: Fabiana Mauro e Vitor CorrêaDiagramação: Pedro Henrique
Capa: Marcela Fernandes Fotografia: Ascom MDA
Secretaria Nacional da Agricultura FamiliarMinistério do Desenvolvimento Agrário
www.mda.gov.brBrasília, 2016
ISSN 2448-2404
SUMÁRIO
Apresentação .................................................................................6
Comprando da Agricultura Familiar todos ganham ................................. 8
Como comprar da Agricultura Familiar pela modalidade Compra Institucional? ...................................................................................9
Quem compra ........................................................................................ 10
Quem vende .......................................................................................... 10
Passo a passo para o acesso ao PAA Compra Institucional ...........11
Definição dos preços ............................................................................. 12
Limite de venda ..................................................................................... 13
O Compra Institucional já é uma realidade ...................................14
Anexo ...........................................................................................16
Marco Legal ........................................................................................... 17
Modelos de documentos ....................................................................... 17
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Você sabia que existem novas regras que facilitam a compra de alimentos da Agricultura Familiar?
Desde 2012, estados, municípios e órgãos federais da administração direta e indireta estão autorizados, por decreto federal, a comprar alimentos, com recur-sos financeiros próprios, diretamente do agricultor familiar para compor as refei-ções oferecidas em restaurantes universitários, refeitórios de creches e escolas filantrópicas, quartéis, presídios, hospitais, redes de assistência social e outros equipamentos públicos do município.
A compra deve ser realizada por meio de edital de Chamada Pública, via moda-lidade Compra Institucional do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Por isso é mais simples.
Programa de Aquisição de Alimentos – PAA
O PAA, instituído pelo artigo 19 da Lei nº 10.696, de 2 de julho de 2003 (anexo 1), é um programa de compras públicas que possibilita aos agri-cultores familiares a venda de seus produtos para o Governo. Tem como propósito promover o acesso à alimentação adequada e saudável, a inclusão econômica da agricultura familiar, o fomento à produção com sustentabilidade, bem como a valorização da biodiversidade e da produ-ção orgânica e agroecológica de alimentos, principalmente por meio de compras locais.
A modalidade Compra Institucional, instituída pelo decreto nº 7.775, de 4 de julho de 2012 (anexo 2), busca otimizar as diretrizes do PAA abrin-do mais um mercado à agricultura familiar, e mais uma oportunidade de compras para os órgãos públicos, contribuindo para a promoção do desenvolvimento local.
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Agora é Lei!
Com o Decreto n° 8.473, de 22 de junho de 2015 (anexo 3), da Presidên-cia da República, a partir de 2016, todos os órgãos federais passam a comprar, obrigatoriamente, pelo menos 30% da alimentação interna em produtos da agricultura familiar.
Comprando da Agricultura Familiar todos ganham
Adquirindo da agricultura familiar local o orçamento permanece no Estado ou município, aquecendo a economia, além de contribuir com a inclusão social e produtiva dos agricultores familiares e promover a Política de Segurança Alimen-tar e Nutricional de forma adequada à demanda nutricional de seus públicos (crianças, estudantes, idosos, pessoas em tratamento hospitalar, carcerário...).
O agricultor familiar conta com mais uma alternativa de mercado para sua pro-dução, o que lhe garante trabalho, renda e possibilidade de permanência da família no campo. Para atender às exigências do mercado consumidor, qualifica cada vez mais sua produção de alimentos. Os consumidores passam a contar com alimentos frescos, diversificados, de qualidade e adequados ao hábito ali-mentar local, respeitando as tradições culturais da população da região.
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Quem compra
As compras são permitidas aos órgãos públicos que fornecem alimentação como redes de assistência social, hospitais, quartéis, presídios, restaurantes uni-versitários, refeitórios de creches e escolas filantrópicas, entre outros.
Quem vende
Agricultores familiares e suas organizações econômicas (cooperativas e associa-ções), portadores de Declaração de Aptidão ao Pronaf - DAP.
Entende-se também por agricultor familiar assentados da reforma agrária, silvi-cultores, aquicultores, extrativistas, pescadores artesanais, comunidades indíge-nas, comunidades quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais que se enquadram na Lei 11.326/2006 (anexo 4), e possuem Declaração de Aptidão ao Pronaf - DAP.
Declaração de Aptidão ao Pronaf - DAP
A DAP Familiar é a identidade do agricultor familiar, com a qual tem acesso a todas as políticas públicas a ele voltadas, de diferentes minis-térios, como: Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE, PAA, Pronaf, entre outras.
Para obtê-la, o agricultor familiar deve dirigir-se a um órgão ou entidade credenciado pelo MDA (Sindicatos do Trabalhador Rural ou Entidade de Ater), de posse do CPF e de dados acerca de seu estabelecimento de produção (área, número de pessoas residentes, composição da força de trabalho e da renda, endereço completo).
Cooperativas e associações também podem ser consideradas da Agricul-tura Familiar. Para tanto, devem possuir ao menos 60% dos seus associa-dos com DAP Familiar, podendo obter a DAP Jurídica junto aos órgãos ou entidades credenciados pelo MDA.
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1. Definida a demanda com base nos cardápios, o órgão comprador deve ela-borar o edital de chamada pública (Anexo 12 - modelo)
2. A chamada pública deve ser amplamente divulgada, em locais de fácil acesso para as organizações da agricultura familiar.
3. As organizações da agricultura familiar devem elaborar as propostas de venda (Anexo 13- modelo) de acordo com os critérios da chamada pública.
4. O comprador habilita as propostas que contenham todos os documentos exigidos no edital de chamada pública e com preços de venda dos produtos compatíveis com o mercado.
5. O comprador e o fornecedor assinam o contrato (Anexo 14 - modelo) que estabelece o cronograma de entrega dos produtos, a data de pagamento aos agricultores familiares e todas as cláusulas de compra e venda.
6. O início da entrega dos produtos deve atender ao cronograma previsto e os pagamentos serão realizados diretamente aos agricultores ou suas organizações.
Atenção!
Os alimentos adquiridos devem ser de produção própria dos agricultores familiares, portadores de DAP Familiar, e devem cumprir os requisitos de controle de qualidade dispostos na norma vigente.
Definição dos preços
Para comprar da agricultura familiar é necessário que os preços sejam compatí-veis com os do mercado local.
O órgão responsável pela compra deverá realizar no mínimo três pesquisas no mercado local ou regional. As Superintendências Regionais da Conab – Sureg e as Centrais de Abastecimento podem ser referência para compor as pesquisas de preços. Além disso, estão disponíveis, no portal da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, os preços praticados pelo PAA em todo o país. Acesse: http://conab.gov.br
Fica facultada ao órgão responsável pela compra a utilização dos preços de referência estabelecidos nas aquisições do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE.
Para produtos orgânicos ou agroecológicos, caso não tenha três fornecedores locais para compor a pesquisa de preço, poderão ter acréscimo de até 30% no valor do produto em relação ao preço dos produtos convencionais.
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Limite de venda
Cada família agricultora pode vender até R$ 20.000,00 (vinte mil reais) por ano, por órgão comprador.
Cada organização da agricultura familiar fornecedora tem limite de venda no va-lor de R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais), por ano, por órgão comprador. A or-ganização fornecedora deve respeitador os limites de venda do agricultor familiar.
O acesso pelo agricultor familiar aos mercados governamentais não tem ca-ráter cumulativo. Logo, o fato de estar acessando outro programa de compra governamental, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, ou mesmo outras modalidades do PAA (Formação de Estoques; Compra Direta; Compra com Doação Simultânea; Incentivo à Produção e ao Consumo de Leite; Aquisição de Sementes; e Compra Institucional) não altera o limite de venda à modalidade Compra Institucional.
Acessando a todas as modalidades dos programas de compras públicas do go-verno federal a renda do agricultor familiar pode ultrapassar R$80 mil /ano.
Limite de venda aos agricultores familiares para os programas de Compras Públicas
PNAER$ 20 mil
por Entidade Executadora/ano
Compra InstitucionalR$ 20 mil
por órgão comprador/ano
Aquisição de SementesR$ 16 mil/ano
Formação de EstoquesR$ 8mil/ano
Compra DiretaR$ 8 mil/ano
Doação SimultâneaR$ 8 mil/ano
LeiteR$ 8 mil/ano
Formação de Estoques
Compra Direta
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Com produtos de excelente qualidade, in natura, semiprocessados ou agroin-dustrializados, até outrubro de 2015 cerca de quatro mil agricultores, de 82 cooperativas e associações, comercializaram mais de R$ 103,4 milhões em ali-mentos da Agricultura Familiar, por meio da modalidade. O mapa abaixo traz os órgãos que já realizaram compra de produtos da agricultura familiar.
UFRA - Universidade Federal Rural da amazôniaUFRA - Universidade Federal do Pará
Prefeitura de Viçosa/ALPrefeitura de Batalha/AL
Universidade Federal de Viçosa/MG
Prefeitura de Moita Bonita/SE
Prefeitura de São Simão/GO
Governo do Distrito FederalConab - Companhia Nacional de AbastecimentoMDA - Ministério do Desenvolvimento AgrárioMDS - Ministério do Desenvolvimento Social e combate à FomeMS- Ministerio da Defesa
Base Fluvial de Ladário - Marinha do Brasil
Universidade Federal do Paraná/PRPrefeitura de Bituruna/PR
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnlogiae InovaçãoSecretaria de Estado da Administração PenitenciáriaSecretaria de estado da EducaçãoSecretaria de Estado da Saúde
Universidade Federal de Santa CatarinaInstituto Federal de Santa CatarinaPrefeitura de Erechim/RS
Superintendência dos Serviços Penitenciários/RSUniversidade Federal Santa Maria/RS
Grupo Hospitalar Conceição - Pelotas/RSUniversidade Federal de Pelotas/RS
Prefeitura de Feira de Santana/BASecretaria de Desenvolvimento Rural do Governo da Bahia
*Dados gerados em outubro de 2015.
Bom para o agricultor familiar, bom para o consumidor, bom para o órgão!
Apoio técnico gratuito para elaboração do projeto
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Marco Legal
Anexo 1 - Lei nº 10.696, de 2 de julho 2003 – art. 19: cria o Programa de Aquisi-ção de Alimentos – PAA.
Anexo 2 - Decreto nº 7.775, de 4 de julho de 2012, art. 17, 18 e 21 regulamenta os normativos e estabelece as formas de execução do PAA.
Anexo 3 - Decreto 8.473, de 22 de junho de 2015. Estabelece, no âmbito da Administração Pública federal, o percentual mínimo destinado à aquisição de gêneros alimentícios de agricultores familiares.
Anexo 4 - Lei 11.326/2006, de 24 de julho de 2006 – Lei da Agricultura Familiar.
Anexo 5 - Lei nº 12.512, de 14 de outubro de 2011, art. 17 - autoriza a aquisição de produtos dos beneficiários fornecedores, por meio de dispensa de licitação.
Anexo 6 - Resolução nº 50, de 26 de setembro de 2012, com as alterações pos-teriormente introduzidas pela Resolução nº 56, de 14 de fevereiro de 2013, dis-põe sobre a sistemática de funcionamento da modalidade de execução Com-pra Institucional, no âmbito do PAA.
Anexo 7 - Resolução nº 64, de 20 de novembro de 2013 altera a Resolução GGPAA nº 50, de 26 de setembro de 2012, dispõe sobre a sistemática de fun-cionamento da modalidade de execução Compra Institucional, no âmbito do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar – PAA.
Anexo 8 - Decreto n° 8.293, de 12 de agosto de 2014, altera o Decreto no 7.775, de 4/7/2012, dispõe sobre o Programa de Aquisição de Alimentos.
Anexo 9 – Resolução nº 73, de 26 de outubro de 2015. Dispõe sobre o PAA Compra Institucional e altera artigo 3º da Resolução nº 50/2012.
Anexo 10 - Lei Nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003 – Lei da Agricultura Orgânica.
Anexo 11 - Delegacias Federais do MDA.
Modelos de documentos
Anexo 12 - Modelo Chamada Pública
Anexo 13 - Modelo de Proposta de Venda
Anexo 14 - Modelo de Contrato
COMPRA PÚBLICA DEALIMENTOS DA
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CADERNOS DA AGRICULTURA FAMILIARMinistério do Desenvolvimento Agrário
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A série Cadernos da Agricultura Familiar tem o objetivo de apresentar o conjunto de políticas públicas voltadas ao agricultor familiar, subsidiando de conteúdo especializado os milhares de agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural, gestores e lideranças sociais de todo o Brasil. Ao levar conteúdo de fácil compreensão, a série cumpre o papel de divulgar e disseminar políticas, programas e ações criados para o rural e, principalmente, suas formas de implementação.
O fortalecimento da agricultura familiar, o respeito ao meio ambiente e a produção de alimentos saudáveis na mesa de todos os brasileiros tem sido compromisso do Ministério do Desenvolvimento Agrário desde sua criação, em 1999.
Esta é uma publicação técnica da Secretaria Nacional da Agricultura Familiar SAF/MDA.
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