camila gonÇalves recanello - cpd1.ufmt.br · ao meu pequeno grande menino luiz otávio, ... sou...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
MESTRADO EM ENFERMAGEM
CAMILA GONÇALVES RECANELLO
REPERCUSSÕES DAS QUEDAS NA VIDA DOS IDOSOS E
SEUS FAMILIARES
CUIABÁ
2014
CAMILA GONÇALVES RECANELLO
REPERCUSSÕES DAS QUEDAS NA VIDA DOS IDOSOS E SEUS
FAMILIARES
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Enfermagem,
da UFMT, como requisito para
obtenção do título de mestre em
Enfermagem – Processos e Práticas
em Saúde e Enfermagem:
Enfermagem e o cuidado à saúde
regional.
Orientadora: Annelita Almeida
Oliveira Reiners
CUIABÁ
2014
CAMILA GONÇALVES RECANELLO
REPERCUSSÕES DAS QUEDAS NA VIDA DOS IDOSOS E SEUS
FAMILIARES
Esta dissertação foi submetida ao processo de avaliação pela Banca Examinadora para
obtenção do título de:
Mestre em Enfermagem.
E aprovada na sua versão final em ___de ___, atendendo às normas da legislação
vigente da UFMT, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, área de concentração
Enfermagem e Práticas em Saúde e Enfermagem.
_________________________________________
Drª Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo
Coordenadora do Programa
BANCA EXAMINADORA:
Profa. Dr
a .____________________________________________________
Profª. Drª. Annelita Almeida Oliveira Reiners
Faculdade de Enfermagem/UFMT
(Presidente – Orientadora)
Profa. Dr
a .____________________________________________________
Profª. Drª. Sônia Silva Marcon
Faculdade de Maringá/UEM
(Membro efetivo externo)
Profa. Dr
a .____________________________________________________
Profª. Drª.Edir Teixeira Nei Mandú
Faculdade de Enfermagem/UFMT
(Membro efetivo interno)
Profa. Dr
a .____________________________________________________
Profª. Drª. Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo
Faculdade de Enfermagem/UFMT
(Membro suplente)
DEDICATÓRIA
Dedico essa pesquisa à todos os idosos e familiares participantes do estudo.
Obrigada por compartilharem comigo suas experiências e angústias. Principalmente por
confiarem no meu trabalho e me receberem tão bem. Todos esses resultados são para
vocês. Espero ter a oportunidade de dar retorno a cada um, melhorando suas vidas e
seus entendimentos acerca da queda.
AGRADECIMENTOS
Agradeço,
Primeiramente àquele que me conhece profundamente, que sabe de todas as angústias e
fraquezas que vivenciei durante todo esse processo. Àquele me deu forças quando
imaginei que desistiria. Àquele que soube sempre que eu conseguiria, o meu Deus.
Ao meu marido Paulo Chaves, que durante esses 24 meses não me deixou cair uma só
vez, permaneceu ao meu lado forte como uma rocha, não deixando transparecer que por
dentro também estivesse despedaçado. Por muitas vezes secou minhas lágrimas de
tristeza e felicidade e vivenciou cada minuto de toda essa experiência que o mestrado
representou para mim.
Ao meu pequeno grande menino Luiz Otávio, responsável por tudo o que sou hoje.
Você meu filho foi o meu maior incentivo de eu ter chegado até aqui. Por muitas vezes
coloquei em dúvida se realmente eu deveria passar por tudo isso, principalmente pelas
muitas vezes que estive ausente na sua vida. Conforta-me saber que você ainda é
pequeno e talvez não se lembre, no futuro, o que precisei fazer para conquistar esse
título de mestre. Mesmo assim quero que saiba que tudo isso foi por você.
À minha orientadora/conselheira/mãe/mestre Annelita por todo ensinamento e
sabedoria que me proporcionou. Por todos os momentos em que me ofereceu os ombros
para chorar. Por toda paciência que teve comigo e, principalmente, por todos os puxões
de orelha, porque cada um deles me fez uma pessoa melhor e madura. À você todo meu
respeito e admiração.
À minha co-orientadora Rosemeiry por todos os ensinamentos que me proporcionou,
principalmente por acreditar e confiar em mim. Obrigada por cada “estrelinha” que me
deu, cada uma delas foi importante para mim.
À minha mãe Tânia, meu pai Waldir e ao meu pai avô Mauro que mesmo distantes
fisicamente, conseguiram me apoiar em todos os momentos, me incentivando e me
fazendo acreditar no meu potencial. Vocês são meus espelhos e inspiração. Tudo o que
sou hoje devo à educação e aos exemplos que me deram durante meus 27 anos.
À minha amada vozinha Janete que apesar de estar onde não posso vê-la, esteve
comigo todo esse tempo, me dando forças e me fazendo acreditar que seria possível.
Não te esqueço por um só dia e ofereço essa conquista à você.
À minha sogra Marli que com seu jeitinho tranquilo e positivo de ser se preocupou
comigo. Dizem que sogras são como mães e para mim a senhora tem toda essa
importância na minha vida.
À Arlete que permaneceu firme na minha casa, muitas vezes assumindo o papel de mãe
do meu filho e minha também. Seus cuidados com a minha família foram fundamentais
e serei sempre grata à você.
À minha amiga-irmã Maria Cláudia, pessoa que Deus permitiu entrar na minha vida
para trazer apenas coisas boas. Me ensinou a confiar em mim, secou minhas lágrimas,
orou por mim e me ajudou muito nessa caminhada. Gostaria que você soubesse o
quanto sua ajuda foi importante para mim e eu jamais esquecerei.
Às minha amigas Ingrid, Geovana e Josiane que estiveram comigo e me auxiliaram
por diversas vezes. Umas com palavras de incentivo, outras com conversas
descontraídas, mas todas tem participação especial na minha vida.
Aos idosos e familiares que participaram da minha pesquisa. Gostaria de dar retorno à
todos vocês. Não me esqueço de nenhum, todos foram significantes demais para serem
esquecidos.
À todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a realização desse sonho, o
meu muito obrigada!!!
“Crê em ti mesmo. Age e verá os resultados.
Quando te esforças, a vida também se esforça
para te ajudar.”
Chico Xavier
RECANELLO, C.G.R. Repercussões das quedas na vida dos idosos e seus
familiares. 2014. 67f. (Dissertação) – Mestrado em Enfermagem – Universidade
Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2014.
Orientadora: Prof. Dr. Annelita Almeida Oliveira Reiners
Co-orientadora Prof. Dr. Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo
RESUMO
Estudo qualitativo, exploratório e descritivo, cujo objetivo foi compreender as
repercussões das quedas na vida dos idosos e seus familiares a partir de suas
perspectivas. A coleta de dados foi realizada no domicílio com 15 idosos e 22
familiares, por meio de entrevista semiestruturada contendo questões acerca das
repercussões ocasionadas pelas quedas na vida dos idosos que caíram e seus familiares.
Os resultados dessa pesquisa revelaram que as quedas ocasionam repercussões
semelhantes na vida dos idosos que caem e na vida dos familiares que vivenciam a
queda. A vida dos longevos sofre repercussões à medida que surge o medo de quedas
recorrentes, limitações de atividades diárias, dependência, declínio da capacidade
funcional, isolamento social e até mesmo mudanças nos comportamentos. Enquanto
nos familiares, as repercussões são baseadas nos impactos financeiros e redução de
jornadas de trabalho, alteração na rotina diária em função do cuidado fornecido ao
idoso caidor, redução de atividades sociais, preocupação em excesso com consequente
restrição de atividades dos longevos. Os resultados fornecem informações aos
profissionais de saúde, em especial ao enfermeiro, visto que sugerem estratégias para
prevenção da ocorrência da queda através da educação em saúde, da avaliação integral
para os idosos e para os familiares, além da importância das visitas domiciliares, as
quais possibilitam ao profissional prestar assistência individual, diferenciada e
adequada às necessidades dos envolvidos no evento queda.
Palavras chave: Quedas; Idosos; Familiares; Repercussões.
RECANELLO, C.G.R. Impact of falls in the lives of seniors and their families.
2014. 67f. Dissertation (Master's in Nursing) - The Post - Graduate in Nursing, Federal
University of Mato Grosso, Cuiabá, 2014.
Advisor: Prof.. Dr.. Annelita Almeida Oliveira Reiners
Co-Advisor: Prof.. Dr.. Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo
ABSTRACT
Qualitative study was exploratory and descriptive, whose goal was to understand the
impact of falls in the lives of seniors and their families from their perspectives. Data
collection was performed at home with 15 elderly and 22 family members, through
semi-structured interview containing questions about the impact caused by falls in the
lives of the elderly who have fallen and their families. The results of this research
reveal that falls cause similar impact on the lives of older people who fall and in the
lives of families who experience a fall. The life of the oldest old suffer repercussions as
it appears the fear of recurrent falls, role limitations, dependency, declining functional
status, social isolation, and even changes in behavior. While familiar, the repercussions
are based on financial impacts and reduction in working hours, change in daily routine
due to the care provided to the elderly caidor, reduced social activities, excessive
concern with consequent restriction of long-living activities. The results provide
information to health professionals, especially nurses, as they suggest strategies for
preventing the occurrence of falling through health education, the integral for the
elderly and for family assessment and the importance of home visits, which enable the
professional to provide individual, differentiated and appropriate assistance to the
needs of those involved in the fall event.
Keywords : Falls ; Seniors ; Family ; Repercussions .
RECANELLO, C.G.R. Impacto de las caídas en la vida de las personas mayores y
sus familias. 2014 – 67f Dissertación (Maestría en Enfermería) – El post-postgrado en
enfermería, Universidad Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2014.
Orientadora: Profª. Drª. Annelita Almeida Oliveira Reiners
Co-orientadora: Profª. Drª. Rosemeiry Capriata de Souza Azevedo
RESUMEN
Estudio cualitativo fue exploratorio y descriptivo, cuyo objetivo era entender el
impacto de las caídas en la vida de las personas mayores y sus familias de sus
perspectivas. La recolección de datos se llevó a cabo en el país con 15 ancianos y 22
miembros de la familia, a través de entrevista semi - estructurada que contenía
preguntas sobre el impacto causado por las caídas en las vidas de las personas mayores
que han caído y sus familias. Los resultados de esta investigación revelan que las
caídas causan impacto similar en la vida de las personas mayores que se caen y en las
vidas de las familias que experimentan una caída. La vida de los más ancianos sufren
consecuencias como aparece el miedo a las caídas recurrentes, limitaciones de rol, la
dependencia, el estado funcional en declive, el aislamiento social, e incluso los
cambios en el comportamiento. Si bien familiar, las repercusiones se basan en los
impactos financieros y la reducción de la jornada laboral, el cambio en la rutina diaria
debido a la atención prestada a la caidor ancianos, actividades sociales reducidas, la
preocupación excesiva con la consiguiente restricción de las actividades de larga vida.
Los resultados proporcionan información a los profesionales de la salud, especialmente
las enfermeras, ya que sugieren estrategias para prevenir la ocurrencia de caer a través
de la educación sanitaria, la integral de las personas mayores y para la evaluación de la
familia y la importancia de las visitas a los hogares, que permitir al profesional para
brindar asistencia individual, diferenciada y adecuada a las necesidades de los
involucrados en el evento de otoño .
Palabras clave: Caídas ; Seniors ; Familia ; Repercusiones.
LISTA DE SIGLAS
AB: Atenção básica
AVD: Atividade de vida diária
AIVD: Atividade instrumental de vida diária
CDC: Center of Disease Control and Prevention
CF: Capacidade funcional
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
OMS: Organização Mundial da Saúde
PNI: Política Nacional do Idoso
PNSPI: Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
SUS: Sistema Único de Saúde
TCLE: Termo de consentimento livre e esclarecido
WHO: World Health Organization
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 14
1.2 Objetivo ...................................................................................................... 16
1.3 Referencial teórico ...................................................................................... 17
1.3.1 Quedas e suas causas .................................................................... 17
1.3.2 Repercussões das quedas .............................................................. 19
1.3.3 O enfermeiro e a atenção à saúde do idoso .................................. 21
2. METODOLOGIA ...................................................................................................... 25
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 27
3.1 As quedas dos idosos ................................................................................... 27
3.2 Repercussões das quedas na vida dos idosos ............................................... 31
3.2.1 Repercussões físicas das quedas ............................................................... 31
3.2.2 Repercussões psicológicas das quedas ..................................................... 33
3.2.3 Repercussões sociais das quedas .............................................................. 35
3.3 Repercussões das quedas dos idosos na vida dos familiares ....................... 37
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 41
5. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 43
6. APÊNDICES ............................................................................................................. 52
6.1 Roteiro de entrevista semiestruturada .......................................................... 53
6.2 Termo de consentimento livre e esclarecido ................................................ 54
6.3 Agrupamentos .............................................................................................. 55
7. ANEXO ..................................................................................................................... 63
7.1 Parecer consubstanciado do CEP ................................................................. 64
7.2 Submissão do manuscrito à Revista Cogitare Enfermagem ........................ 66
7.3 Submissão do manuscrito à Revista Journal of Nursing ............................. 67
1. INTRODUÇÃO
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. Em todo o mundo, o
número de pessoas com 60 anos e mais cresce com maior rapidez do que qualquer outro
grupo etário. São estimados 1,2 bilhões de idosos em 2025 e projetados quase dois
bilhões até 2050. Nessa época, pela primeira vez na história da humanidade, a
população de longevos será maior do que a de crianças com menos de 14 anos de idade
(BRASIL, 2006).
Atualmente existe, no Brasil, aproximadamente 21 milhões de pessoas com
idade igual ou superior a 60 anos, o que representa cerca de 10% da população brasileira
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, 2010). Estima-se que até 2025
esse grupo aumentará quinze vezes, alcançando cerca de 32 milhões de pessoas e o
sexto lugar no mundo em contingente de idosos (BRASIL, 2010).
Paralelamente às mudanças demográficas, o perfil epidemiológico das pessoas
adultas e idosas vem sofrendo alterações nos últimos anos. A mortalidade está
relacionada principalmente às doenças do aparelho circulatório, neoplasias, causas
externas ou mal definidas e doenças infecciosas ou parasitárias (DATASUS, 2012).
Em relação às causas externas, estima-se que para cada morte resultante desse
evento, sejam geradas dezenas de hospitalizações, centenas de atendimentos em
serviços de emergência e milhares de consultas médicas (World Health Organization -
WHO, 2007). A proporção de pessoas que sobrevive às lesões é alta, entretanto, grande
parte delas passa a conviver com deficiências temporárias ou permanentes. Além disso,
lesões por causas externas levam a óbito, anualmente, mais de cinco milhões de pessoas
em todo o mundo, representando 9% da mortalidade global (WHO, 2012).
Estudos sobre causas externas têm sido desenvolvidos priorizando os jovens,
visto que é uma população com altos índices de violência e traumatismos por diversos
motivos (homicídios, acidentes automobilísticos, entre outros). No entanto, esse agravo
também tem sido impactante na população de pessoas com 60 anos e mais. O processo
de envelhecimento dos idosos aliado a outros fatores predispõe essa população a
adoecer e morrer por causas externas, especialmente as quedas (MARTINS et al. 2007).
Nos serviços de emergência dos Estados Unidos foram registradas em 2011,
mais de 700 mil internações de idosos por diversas causas e as quedas foram uma das
principais, representando mais de 50% de todos os atendimentos (Center of Disease
Control and Prevention - CDC, 2011).
No Brasil, dentre os mais de 23 mil óbitos de idosos relacionados a causas
externas ocorridos no país, as quedas ocuparam, em 2010, o primeiro lugar. Em 2011,
este evento foi responsável por mais de 84 mil casos de internações nesta mesma
população (DATASUS, 2012).
Responsáveis por perdas na autonomia e na independência, mesmo que por
tempo limitado, as quedas aumentam o risco de institucionalização, além dos custos
com os cuidados à saúde e trazem prejuízos sociais à família (SILVA et al. 2007), como
a necessidade de cuidador, isolamento social e sobrecarga de trabalho.
A literatura nacional e internacional produzida nos últimos anos relacionada ao
às quedas em idosos é extensa. Diversos profissionais da área da saúde, como terapeutas
ocupacionais, fisioterapeutas, enfermeiros, médicos e psicólogos, têm se preocupado
com a temática, evidenciando a sua importância.
Nos estudos nacionais, os autores exploram e descrevem os idosos caidores e as
quedas de modo geral, bem como suas possíveis causas e consequências (Nicolussi et
al. 2012; Chianca et al. 2013; Brito et al. 2013). Na literatura internacional o maior
interesse dos autores é pela prevenção e intervenção deste evento (OH et al. 2012;
CHIU et al. 2012; DARGENT-MOLINA; KHOURY; CASSOU, 2013).
Nessa literatura, nas investigações sobre as consequências das quedas de idosos
na comunidade, os pesquisadores se preocuparam principalmente com sua frequência
(se recorrentes ou não) e com a forma como ela acontece, relacionando-as com fatores
extrínsecos e intrínsecos. As consequências, apontam que as principalmente encontradas
são as fraturas de fêmur, quadril e rádio, hospitalizações e imobilizações (FREITAS et
al. 2011; COSTA et al. 2011; MAIA et al. 2011; PINHO et al. 2012).
Além dessas consequências físicas, a literatura sobre o assunto mostra que as
quedas trazem outros tipos de repercussões na vida dos idosos. Na cidade de Córdoba –
Espanha desenvolveu-se um estudo com 362 pessoas com 70 anos ou mais. Os
resultados mostraram que 25% das pessoas que caíram admitiram ter mudado os hábitos
de vida após a queda, sendo que destes, 22% passaram a limitar seus movimentos, 11%
deixaram de sair sozinho de casa e 44,7% afirmaram ter medo de cair novamente
(VARAS-FABRAS et al. 2006).
Em outro estudo desenvolvido com 72 idosos de uma comunidade de baixa
renda do município do Rio de Janeiro, as quedas trouxeram como repercussões
modificação de hábitos, abandono de certas atividades, imobilização, lesão neurológica,
medo de voltar a cair, necessidade de rearranjo familiar e mudança de domicílio
(RIBEIRO et al. 2008).
Em Cataluña – Espanha foi desenvolvida uma pesquisa com 3247 pessoas a fim
de avaliar a proporção de idosos que sofreram quedas. O estudo mostrou que 14,9%
admitiram ter sofrido ao menos uma queda durante o período de 12 meses. Além da
necessidade de intervenção médica, o evento, por ser suficientemente grave, foi
responsável por comprometer 24,6% das atividades de vida diária, previamente
exercidas sem dificuldades (SUELVES; MARTÍNEZ; MEDINA, 2010).
O medo de voltar a cair é uma repercussão frequentemente encontrada pelos
idosos caidores em diversos estudos (Jahana; Diogo, 2007; Lopes; Dias, 2010; Maia et
al. 2011; Dias et al. 2011) fato que pode torná-los dependentes para a realização de
atividades antes desempenhadas sem auxílio.
Os resultados desses e de outros estudos evidenciam o quanto as quedas
repercutem no corpo e na vida dos idosos. A maioria dessas pesquisas foram realizadas
utilizando a abordagem quantitativa. Entretanto, pouco se sabe das repercussões das
quedas na perspectiva dos próprios idosos e seus familiares. Esses últimos são
fundamentais no cuidado ao idoso e tudo que acontece a ele, de alguma forma, afeta
também essas pessoas.
Por se tratar de um tema relevante na área da gerontologia, especialmente no que
concerne à assistência aos idosos e familiares após o evento da queda, o propósito do
estudo é compreender suas repercussões a partir de uma abordagem qualitativa.
Entende-se que pesquisas que aprofundem o conhecimento acerca das
repercussões das quedas na vida dos idosos, bem como de seus familiares, podem
contribuir para melhorar o cuidado prestado a essas pessoas.
1.2 OBJETIVO
Compreender as repercussões das quedas na vida dos idosos e de seus familiares
a partir de suas perspectivas.
1.3 REFERENCIAL TEÓRICO
1.3.1 Quedas e suas causas
Atualmente, observa-se que as quedas têm sido um evento muito frequente na
vida dos idosos. A definição para tal é vista de diferentes formas por diversos
estudiosos. Segundo Massud e Morris (2001), a queda pode ser definida como episódios
de desequilíbrio que levam o indivíduo ao chão, podendo também ocorrer através de
qualquer contato acidental com superfícies próximas.
Queda é um evento não intencional, caracterizado pela mudança brusca de
posição do indivíduo para um nível inferior em relação à sua posição inicial (Ganança et
al. 2006). Para Wada et al. (2007), a queda corresponde a qualquer toque ao chão de
forma inesperada por qualquer parte do corpo do indivíduo, com exceção apenas dos
pés.
Neste estudo, adota-se a definição proposta pela Organização Mundial da Saúde
(OMS, 2012), a qual afirma que queda é qualquer evento involuntário no qual a pessoa
perde o equilíbrio e o corpo cai ao piso ou sobre uma superfície firme.
O evento queda é multifatorial, podendo ser classificado por fatores intrínsecos e
extrínsecos. O primeiro diz respeito às alterações fisiológicas naturais relacionadas ao
processo de envelhecimento, à patologia apresentada pelo idoso e até mesmo os efeitos
causados pela utilização de fármacos. Já o segundo, está relacionado com situações
ambientais, tais como iluminação, pisos escorregadios e até mesmo desníveis no solo,
os quais proporcionam desafios durante as atividades diárias dos longevos (BRITO et
al. 2013).
Estudiosos que têm pesquisado frequentemente sobre a relação desses fatores
com a ocorrência das quedas dos idosos, apontam que há muitas vezes interação entre
os dois durante o evento (SUELVES et al. 2010; ALMEIDA et al. 2012; SILVA et al.
2012).
Dentre os fatores que predispõem as quedas, os ambientes estão intimamente
relacionados com o evento. Jahana e Diogo (2007) afirmam que a maioria das quedas
ocorre dentro dos domicílios dos idosos, seguido pelos locais ao entorno das residências
e, em terceiro, ruas e calçadas.
As consequências das quedas para uma pessoa idosa são um fator de morbidade
considerável, podendo gerar sequelas permanentes e incapacidades. As comumentes
relatadas pelos caidores são as fraturas, a imobilização, hematomas e a dor
(NICOLUSSI et al. 2012; BRITO et al. 2013; DARGENT-MOLINA; KHOURY;
CASSOU, 2013).
Pesquisa realizada em 2008 por Duca, Antes, Hallal (2013) com o objetivo de
investigar a ocorrência de quedas e fraturas entre 466 idosos, constatou que a
prevalência de queda foi de 38,9% no ano anterior. Dentre os que caidores, as fraturas
acometeram 19,2% deles, sendo que dessas, 59,9% foram localizadas nos membros
inferiores.
Em Ribeirão Preto – SP desenvolveu- um estudo com 240 idosos, no ano de
2011, o qual mostrou que 75% deles caíram dentro do domicílio. As principais causas
apontadas pelos caidores foram alteração do equilíbrio (55,9%) e pisos irregulares,
escorregadios e desníveis (57,6%) (FHON et al. 2013).
Estudo desenvolvido por Carvalho et al. (2012) em Erechim – RS, no ano de
2.011, com 35 idosos da comunidade, demonstra que dentre as principais consequências
físicas decorrentes da queda, os hematomas representaram 36%, as fraturas 22% e a
necessidade de dispositivos para auxiliar durante deambulação 14%. Em relação ao
ambiente da queda 37% dos longevos caíram no pátio de casa, 17% na cozinha, 14% no
banheiro e 8% seguido de outros locais dentro da residência. Tropeços em tapetes,
escadas e obstáculos foram frequentemente lembrados pelos participantes. A pesquisa
acrescenta ainda que as quedas ocorreram em sua maioria (43%) devido ao ambiente,
seguidas de tontura (19%) e distúrbios de equilíbrio e marcha (12%). Percebeu-se que
os idosos mais ativos, muitas vezes não percebem os riscos à que se expõem
diariamente e não se preocupam com as atividades que habitualmente desempenham.
No entanto, as quedas não ocasionam apenas as consequências físicas no
caidores, mas também repercussões psicológicas e sociais, tanto para quem as vivencia
como para os familiares que participam desse evento.
Dentre as repercussões psicológicas, o medo de cair é frequentemente relatado
tanto por idosos que vivenciaram as quedas, quanto para os que nunca a experenciaram
(MOREIRA et al. 2013).
O medo de cair é caracterizado pela ansiedade ao caminhar e preocupação
excessiva em cair (Freiberger; Vreede, 2011). Promove dependência física, isolamento
social e até mesmo redução da mobilidade. A prevalência desse fenômeno varia entre
20% a 85% dos idosos residentes na comunidade (Curcio; Corriveau; Beaulieu, 2011).
Esse sentimento é muito comum nos longevos, reconhecido como problema de saúde
para a população idosa, inclusive nos indivíduos que nunca caíram (DIAS et al. 2011).
Rezende et al. (2010), afirmam que dentre as 60 idosas entrevistadas em sua
pesquisa, 40,11% referiram não ter medo de cair, 25,33% admitiram sentir moderado
medo enquanto 4,6% afirmaram muito medo de sofre uma queda. Em relação às
atividades que foram relatadas como perigosas, estão as de tomar banho, andar em
superfícies escorregadias, locais com muitas pessoas e sair para eventos sociais.
Pesquisas internacionais têm demonstrado maior interesse em prevenção da
queda e intervenção desse evento. Estudo realizado na Coréia, com idosos que já
haviam experenciado a queda, buscou relacionar a prática de exercícios físicos com a
redução do medo de cair. Os resultados demonstraram que a prática dessas atividades
foram uma importante estratégia de intervenção, pois detectou-se que com os exercícios
regulares, grande parte dos idosos passaram a sentir maior confiança e segurança em
deambular, além de melhorarem o equilíbrio corporal, flexibilidade e maior qualidade
de vida (OH et al. 2012).
No que tange às pesquisas nacionais, o empenho dos autores tem sido acerca de
explorar e descrever os principais fatores que estão associados à ocorrência de quedas,
bem como prevalência e como elas acontecem na vida dos idosos. Publicações
referentes à temática buscam um diagnóstico de como as quedas ocorrem, os locais em
que frequentemente acontecem e qual o perfil dessa população de idosos (Silva et al.
2012; Brito et al. 2013; Fhon et al. 2013). Sul e Sudeste foram as regiões que mais se
destacaram em relação ao desenvolvimento desses estudos (Dias et al., 2011; Costa et
al., 2011; Cavalcante et al., 2012)
Para Pereira (2006) as quedas ocasionam consequências na vida dos caidores, as
quais vão além do físico. São responsáveis pelo surgimento de alterações psicológica,s
sociais, de dependência e financeira. Diante disso, cair se torna um evento grave com
importantes repercussões para caidores e familiares.
1.3.2 Repercussões das quedas
As quedas ocorrem em qualquer fase da vida dos indivíduos, no entanto, entre os
idosos elas representam grande relevância, tendo em vista as repercussões que
acarretam. De acordo com Ferreira (2008), repercussão tem como definição “ato ou
efeito de repercutir. Fazer sentir indiretamente sua ação ou influência”.
As repercussões que as quedas dos idosos ocasionam na vida de quem as
experencia, não são apenas físicas, mas também psicológicas e sociais (Silva et al.
2007). Com o surgimento da queda na vida dos idosos, os mesmos passam a sentir
medo de cair novamente. Esse sentimento é caracterizado pela preocupação excessiva
em sofrer queda e ansiedade ao caminhar. Síndrome comum com resultados
potencialmente graves e frequentemente relatada por idosos caidores. Deshpande et al.
(2008) afirmam que quanto maior o número de quedas, maior o medo de quedas
recorrentes, associada à perda de confiança em deambular livremente.
O medo de cair é considerado uma das repercussões mais incapacitantes, visto
que aumenta o desuso, acentua perda da capacidade funcional restringindo assim a
atividade cotidiana do longevo (MOREIRA et al. 2013).
Pesquisa realizada em Florianópolis – SC, com 1705 idosos da comunidade
aponta que, 322 deles referiram queda no último ano. Dentre os caidores, grande parte
dos caidores afirmou ter medo de cair novamente e em virtude desse sentimento,
fazendo com que muitos reconhecessem o surgimento das limitações nas atividades
rotineiras (ANTES et al. 2013).
Essas restrições fazem com que os longevos permaneçam maior tempo em seus
domicílios, realizando cada vez menos funções diárias. Situações responsáveis pela
diminuição da força muscular e enfraquecimento dos membros inferiores, ocasionando
ao idoso a condição de dependência, isolamento social e declínio funcional (JAHANA;
DIOGO, 2007; COSTA et al. 2011).
Para Fabrício; Rodrigues; Júnior (2004), os idosos ao caírem se sentem
fragilizados e tendem a não se expor ao risco de novas quedas. Consequentemente,
ocorre a diminuição do desempenho de suas atividades diárias e de participações
sociais. Para Barreto e Amorim (2010), deixar de sair de suas casas e de se incluir em
eventos sociais, são fatores importantes para desencadear tristeza, isolamento e até
mesmo a depressão.
Souza (2011) em uma pesquisa sobre as consequências causadas pelas quedas de
idosos acrescenta que, dentre as consequências secundárias às quedas, surgem
dependência de terceiros, diminuição da capacidade funcional, perda da qualidade de
vida, medo de cair novamente, restrição das atividades sociais e atitudes protetoras de
familiares e profissionais.
Aliada a essa questão, os familiares assumem por muitas vezes o processo de
cuidar. No entanto, para que esse ato se concretize, torna-se necessária a integração das
relações dos membros, disponibilidade e recursos dos mesmos (Oliveira; Menezes,
2011). A família desempenha o papel principal em relação ao suporte ao idoso
dependente em ambiente domiciliar, mesmo com poucos recursos físicos, financeiros e
humanos (ARAÚJO; PAÚL; MARTINS, 2011).
Revisões de literatura sobre consequências das quedas na população idosa
mostraram que elas repercutiram em abandono das atividades antes realizadas sem
dificuldades, sentimentos de tristeza, impotência, medo de voltar a cair, mudança
comportamental, restrição das atividades sociais, perda da autonomia, da independência
e da qualidade de vida (MAIA et al. 2011; SOUZA, 2011).
No entanto, Harthold et al. (2011) afirmam que essas repercussões não existem
apenas na vida dos caidores, mas também faz parte da rotina dos familiares que
assumem o cuidado ao longevo. Dessa forma, passam a sofrer repercussões
psicológicas, sociais, desgaste físico e até mesmo financeiro. Para Gratao et al. (2012),
poder retribuir atos realizados pelos idosos ao longo da vida, gera satisfação ao familiar,
visto que o mesmo tem forças e condições para oferecer o cuidado a quem necessita no
momento. Nesse sentido, os familiares são impulsionados a investirem todas as suas
forças, custos e consequências para promoverem o bem-estar daqueles que amam e
admiram.
Oliveira e Caldana (2012) afirmam que grande parte dos filhos que cuidam dos
pais, o faz como forma de retribuição pelo cuidado fornecido pelos mesmos durante a
vida. Nesse sentido, os sentimentos de satisfação por executar essa atividade são
experenciados por eles. Os familiares entendem que realizar os cuidados hoje, é resposta
de quando os idosos estavam à disposição dos familiares, sendo visível a inversão dos
papéis entre gerações.
1.3.3 O enfermeiro e a atenção à saúde do idoso
A Política Nacional do Idoso (PNI) criada em 1994 tem a finalidade de assegurar
os direitos sociais do idoso, criando condições de para promoção de sua autonomia,
integração e participação efetiva na sociedade. Partiu-se da premissa que a família, a
sociedade e o estado têm dever de assegurar os direitos dos idosos, além de que o
envelhecimento necessita fazer parte do conhecimento e informação de todos.
Esta política visa estimular a criação de centros de convivências, casas-lares e
centros de cuidados diurnos, os quais viabilizam alternativas de atendimento a diversos
longevos. Além disso, busca prevenir, promover, proteger e recuperar a saúde através de
programas e medidas profiláticas. Implantou-se o Plano de Ação para o Enfrentamento
da Violência Contra a Pessoa Idosa, a qual visa promover ações que tratem do
enfrentamento da exclusão social e de todas as formas de violência contra esse grupo
social.
Em 2003 é instituído o Estatuto do Idoso, o qual visa regular o direito da pessoa
idosa, sem prejuízo da proteção integral aliada às condições de liberdade e dignidade.
Em suma, acrescenta os direitos à vida, saúde, habitação, transporte, previdência social,
além do intuito de mobilizar a opinião pública no sentido de participação dos diferentes
segmentos da sociedade em relação ao atendimento ao idoso. O estatuto é destinado a
regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos e a
instituir severas penas para quem desrespeitar ou abandonar cidadãos longevos
(BRASIL, 2003).
Em fevereiro de 2006, é publicado o documento das Diretrizes do Pacto pela
Saúde que contempla o Pacto pela Vida. A saúde do idoso aparece como uma das seis
prioridades entre as três esferas de governo sendo apresentada uma série de ações que
visam a implementação de algumas das diretrizes da Política Nacional de Atenção à
Saúde do Idoso (BRASIL, 2006).
Em outubro do mesmo ano, é regulamentada a Política Nacional de Saúde da
Pessoa Idosa (PNSPI), a qual assegura os direitos das pessoas idosas através de
condições de promoção de sua autonomia, integração e participação efetiva na
sociedade, além de reafirmar o direito à saúde em todos os níveis de atendimento do
Sistema Único de Saúde (SUS). Essa política assume que a capacidade funcional é o
principal problema que pode afetar os idosos, através da perda das habilidades físicas e
mentais, as quais são fundamentais para a realização das atividades básicas e
instrumentais de vida diária (BRASIL, 2006).
A PNSPI acrescenta que é necessária a vigilância de todos os membros da
equipe de saúde, a aplicação de instrumentos de avaliação e de testes de triagem, para
detecção de distúrbios cognitivos, visuais, de mobilidade, de audição, de depressão e do
comprometimento precoce da funcionalidade. Preservar a autonomia e a independência
funcional das pessoas idosas é a meta em todos os níveis de atenção desta política.
(BRASIL, 2006).
O Ministério da Saúde tem desenvolvido campanhas de prevenção da
osteoporose e quedas, além da realização de oficinas estaduais com o objetivo de
sensibilizar e capacitar os profissionais de nível superior, preferencialmente aqueles que
atuam na Atenção Básica, para trabalhar numa linha de cuidado que vise à prevenção da
osteoporose e das quedas e à identificação de “idosos caidores”, em uma visão
multidisciplinar, tendo como instrumento a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa.
Esta Caderneta se trata de um instrumento valioso que auxilia na identificação
das pessoas idosas frágeis ou em risco de fragilização, além de serem registradas
informações relevantes a respeito das condições de saúde. Para os profissionais de
saúde, possibilita o planejamento, organização das ações e um melhor acompanhamento
do estado de saúde dos longevos. Além disso, nela constam dados acerca da ocorrência
de quedas dos longevos, para que sejam preenchidas informações de quantas vezes os
idosos sofreram quedas por ano e por semestre, além de registrarem informações que
julgam necessárias.
Ademais, foi divulgado o Caderno de Atenção Básica - Envelhecimento e Saúde
da Pessoa Idosa, o qual objetivou fornecer uma maior resolutividade às necessidades da
população idosa na Atenção Básica (AB) e fornecer maiores subsídios para a prática dos
profissionais. Este foi elaborado a partir do Pacto pela Vida de 2006 e das Políticas
Nacionais de Atenção Básica, de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, Promoção da Saúde
e Humanização no SUS (BRASIL, 2006).
Em Victoria – Canadá, no ano de 2007, ocorreu um encontro dos profissionais
de saúde de todos os continentes com o tema: Relatório do encontro técnico sobre
prevenção das quedas na velhice da Organização Mundial da Saúde. O objetivo dessa
reunião foi pautar um modelo de Prevenção de Quedas, embasados no Envelhecimento
Ativo. Frente a isso, foi elaborado um Relatório Global, o qual fornece informações
desde a magnitude das quedas na visão mundial, até mesmo de como prevenir a
ocorrência de quedas dos idosos e mantê-lo em estilo ativo de vida (OMS, 2010).
Políticas públicas saudáveis que fornecem informações, estratégias e
estabelecem prioridades frente ao crescente problema das quedas em uma sociedade que
está envelhecendo, servem de fonte para facilitar a construção de novas pesquisas e
informações que sejam facilmente acessadas pelos indivíduos da comunidade e,
principalmente, pelos profissionais de saúde que lidam com a população idosa.
Além disso, fornecem estruturas e apoio essenciais para uma abordagem ampla e
interligada com a prevenção de quedas, para que as evidências de prevenção apoiem a
aplicação eficaz das intervenções adequadas e a prática dos profissionais sejam
embasadas de acordo com os padrões e protocolos estabelecidos por estas.
2. METODOLOGIA
Estudo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa. Essa abordagem
possibilita conhecer percepções, experiências de vida e reflexões da realidade a partir da
ótica dos sujeitos (TRIVIÑOS, 2010). Desta forma, ela se mostra adequada para
compreender a vivência dos idosos e de seus familiares com o evento da queda, tal o
proposto neste estudo.
A pesquisa foi desenvolvida na área urbana do município de Cuiabá, capital de
Mato Grosso, localizado na Região Centro-Oeste do Brasil. A cidade conta com
aproximadamente 551.350 habitantes, sendo 44.751 idosos, valor que representa 8,1%
da população total da capital (IBGE, 2010).
Participaram da pesquisa 15 idosos e 22 familiares. Esses sujeitos foram
selecionados a partir do estudo realizado por Cardoso (2013), em 2012, sobre as
condições de saúde das pessoas com 60 anos ou mais residentes na zona urbana do
município de Cuiabá – MT. Nessa pesquisa, os idosos foram questionados sobre a
ocorrência de quedas nos últimos três meses e 109 responderam sim.
Os 15 idosos e seus familiares foram selecionados por meio de amostragem
intencional. Definiu-se como critério de inclusão que os idosos residissem com os
familiares há pelo menos doze meses, tempo considerado necessário para a vivência da
queda e suas repercussões. Assim, a partir dos dados de identificação e residência dos
idosos obtidos da pesquisa de Cardoso (2013), deu-se início à coleta de dados. O
número de participantes foi definido por meio da saturação dos dados (POLIT; BECK,
2011).
Realizou-se teste piloto com um idoso caidor e seus familiares residentes em
bairro diferente dos participantes da pesquisa, a fim de verificar a aplicabilidade do
instrumento e a compreensão das perguntas pelos sujeitos.
A coleta dos dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada,
utilizando-se um roteiro contendo quatro questões norteadoras (APÊNDICE A). As
entrevistas foram realizadas no período de janeiro e fevereiro de 2013, no domicílio dos
idosos. Ao chegar às residências, a pesquisadora se apresentou e explicou o motivo da
visita. De forma clara, explanou-se o objetivo, os benefícios, direitos, riscos dos sujeitos
em relação à pesquisa, bem como a forma como as perguntas seriam conduzidas.
Esclareceu-se ainda, que a participação seria de forma voluntária e que os sujeitos
poderiam desistir a qualquer momento.
Para dar maior fidedignidade aos relatos, solicitou-se permissão para gravar a
entrevista. Por fim, foi solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) pelos participantes (APÊNDICE B).
As entrevistas foram realizadas nos domicílios, em local escolhido pelos
participantes, longe de ruídos e movimentações, com duração média de 50 minutos. Os
relatos foram transcritos na íntegra.
Para análise dos dados foi utilizada a Análise de Conteúdo, na modalidade
Análise Temática, proposta por Bardin (2010). A técnica preconiza três principais
passos, sendo eles a pré-análise, a exploração do material e o seu tratamento e a
interpretação.
A fim de contemplar essas etapas, realizou-se a leitura flutuante das entrevistas
em sua totalidade. Após esse momento, criaram-se códigos para facilitarem a
identificação dos principais elementos dos relatos analisados. Para tanto, construímos
agrupamentos (APÊNDICE C), os quais foram compostos pelas falas dos entrevistados,
pela identificação dos mesmos e observação principal da pesquisadora. Em seguida,
criaram-se unidades de análise, as quais foram categorizadas e contempladas com parte
dos relatos dos entrevistados.
Ao final da análise chegou-se a três temas: As quedas dos idosos; Repercussões
da queda na vida dos idosos; Repercussões da queda dos idosos na vida dos familiares.
Essas categorias foram analisadas e discutidas com base no referencial teórico
produzido sobre o assunto. Por fim, realizou-se inferências e discussão dos dados
embasados no referencial teórico apresentado.
A pesquisa foi submetida para análise do Comitê de Ética em Pesquisa do
Hospital Universitário Júlio Muller, cumprindo os requisitos determinados pela
resolução 196/96 para toda e qualquer pesquisa realizada com seres humanos, sendo
aprovada em 20 de dezembro de 2012, sob protocolo nº 170.251.
Na apresentação das categorias empíricas encontradas foram utilizados
fragmentos dos relatos dos participantes, identificados pelas palavras idoso(a), grau de
parentesco do familiar (esposo(a), filho(a), nora, neto(a)) e idade dos participantes.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Participaram do estudo 15 idosos, a maioria do sexo feminino na faixa etária de
70 a 79 anos. Este dado está de acordo com a literatura sobre quedas de idosos, a qual
mostra que as mulheres nesta faixa etária são as maiores vítimas desse evento
(Gawryszewski, 2010; Cruz et al., 2012). Além disso, existe predisposição maior para
ocorrência de quedas entre as pessoas acima de 70 anos visto que o processo de
envelhecimento determina inúmeras mudanças físicas e mentais, as quais contribuem
para ocorrência evento (CHIANCA et al., 2013).
Vinte e dois familiares também foram entrevistados, a maior parte era filhas,
noras e netas. De acordo com o IBGE (2012) aproximadamente 85% dos idosos vivem
com outra pessoa com quem estabelecem alguma relação de parentesco, podendo ser
filhos, cônjuges, outro parente ou agregado.
3.1 As quedas dos idosos
A etiologia da queda é multifatorial, sendo difícil atribuir uma única causa para a
ocorrência desse evento nos idosos. A literatura aponta que os fatores responsáveis
pelas quedas dos idosos podem ser tanto intrínsecos quanto extrínsecos (DARGENT-
MOLINA; KHOURY; CASSOU, 2013; CAVALCANTE; AGUIAR; GURGEL, 2012;
SANTOS et al. 2012).
Dentre os fatores intrínsecos, alterações na forma do corpo, diminuição da
altura, perda de massa muscular e modificação na marcha são as principais alterações
anatômicas ligadas à ocorrência de quedas. Essas alterações em conjunto podem
provocar a instabilidade corporal e dificultar a manutenção do equilíbrio (Silva et al.
2007; Müjdeci; Askoy; Atas, 2012). Já entre os fatores extrínsecos pesquisas mostram
que os tropeços, escorregões em pisos molhados e iluminação inadequada são os que
mais contribuem para as quedas.
A partir dos relatos constatou-se que as quedas dos idosos aconteceram dentro e
fora dos ambientes domiciliares em atividades simples e normalmente desempenhadas
por eles no dia a dia. Dentro do domicílio, os locais em que eles frequentemente caíram
foram o banheiro, a cozinha e o quintal. Por outro lado, fora do domicílio os idosos
comumente caíram na rua.
No que entrei no banheiro, escorreguei e caí (Idosa, 73 anos).
...escorreguei e caí aqui dentro de casa mesmo (Idoso, 80 anos).
Aqui em casa eu já caí no banheiro, na porta, no quintal, em toda
parte (Idosa, 77 anos).
Pesquisas sobre quedas de idosos na comunidade confirmam que longevos
costumam cair mais frequentemente dentro dos seus domicílios (Cruz et al., 2012;
Aveiro et al., 2012; Chianca et al., 2013). Nesse sentido, os idosos estão continuamente
expostos à ocorrência de quedas, visto que nesse local encontram diariamente fatores
ambientais que lhe oferecem risco, como pisos escorregadios, tapetes, fios soltos,
ambientes sem ou com pouca iluminação, presença de degraus, entre outros.
...levantei para ir no banheiro e estava tudo escuro, não consegui
enxergar direito e caí... (Idosa, 72 anos).
Os idosos e seus familiares relataram que, na maioria das vezes, caem porque
tropeçam ou escorregam. Isso mostra que, no caso deles, os fatores extrínsecos são os
principais responsáveis pela ocorrência do evento.
Eu escorreguei na cozinha, eu caí de perna aberta (Idosa, 62 anos).
... quando eu voltei para ver a panela que estava no fogo eu tropecei no degrau e caí (Idosa, 82 anos).
Igualmente, evidenciou-se nos relatos que as quedas dos idosos participantes do
estudo também foram ocasionadas por fatores intrínsecos.
...eu perco o equilíbrio, qualquer coisa que meu pé falseia eu já perco
o equilíbrio, aí eu vou para o chão (Idosa, 77 anos).
Ergui o braço para colocar a roupa no varal e caí de novo, acho que
fiquei tonta porque levantei o braço [...] qualquer coisinha fico tonta e
caio (Idosa, 72 anos).
Esses resultados mostram que a enfermagem tem um papel importante junto aos
idosos e seus familiares. De acordo com Australian (2009) os enfermeiros são
fundamentais na detecção precoce do evento, pois são aptos a reconhecerem idosos em
potencial risco de cair.
A educação em saúde é um campo da prática do enfermeiro no qual diversos
aspectos do fenômeno quedas de idosos podem ser trabalhados contribuindo para sua
prevenção. A atividade educativa dá oportunidade ao enfermeiro de trocar informações
e conhecimento com o usuário e seus familiares e esclarecerem pontos de vista e
conceitos errôneos sobre quedas.
Além disso, as ações da educação em saúde possibilitam ao indivíduo
desenvolver sua autonomia e emancipação, tornando-o capaz de cuidar de si, dos seus
familiares e te tudo o que o envolve (Machado et al. 2007). De acordo com Teston;
Oliveira; Marcon (2012) orientações e informações fornecidas aos indivíduos e
familiares podem proporcionar melhores cuidados a esses sujeitos.
Na Atenção Básica, por meio da visita domiciliar, o enfermeiro pode
desenvolver as ações de educação em saúde juntamente com outros profissionais. A
visita domiciliar é uma importante estratégia que visa intervenção dos profissionais de
saúde, considerando a aproximação com o contexto social e familiar, incluindo as
questões objetivas e subjetivas (PINHEIRO; ALVAREZ; PIRES, 2012).
A OMS (2010) afirma que nem todos os profissionais que atuam na Atenção
Básica estão preparados para assistir os idosos na prevenção de quedas. Assim, torna-se
necessário que sejam capacitados quanto à correta utilização de protocolos e
procedimentos que auxiliem na identificação de idosos que estão em maior risco de
sofrer quedas.
As ações de educação em saúde visando a diminuir a probabilidade dos idosos
caírem na comunidade devem iniciar com uma avaliação ampla junto com o idoso e
seus familiares. Além de utilizar protocolos de prevenção de quedas, o enfermeiro deve
colher dados sobre a forma como o idoso se comporta, o ambiente em que vive, assim
como seu estado de saúde e tratamento. Segundo Nogueira et al. (2012), é de suma
importância avaliar os fatores intrínsecos observando principalmente a visão e audição
dos longevos, presença de sonolência e incontinência urinária.
A fim de prevenir problemas mais graves que podem dificultar ou impedir a
realização das atividades de vida diária dos longevos, Veras et al. (2007) recomendam
que se deva identificar os fatores reais e potenciais que predispõem a ocorrência de
quedas nos ambientes internos e externos ao domicílio (fatores extrínsecos).
A partir dessa avaliação, os profissionais podem planejar, juntamente com o
idoso e seus familiares, as ações de promoção à saúde e de prevenção de quedas.
Algumas estratégias são sugeridas pela OMS (2010) no seu Protocolo de Prevenção de
Queda, como a prática regular de exercícios e a adoção de uma alimentação saudável,
incluindo a ingesta de cálcio.
A fim de promover o envolvimento dos idosos e seus familiares na ação
educativa, é fundamental que o enfermeiro ofereça conhecimento sobre a gravidade das
quedas, bem como suas repercussões na saúde e na vida deles. De igual modo, instruí-
los sobre a necessidade de atentar para comportamentos de risco e realizar algumas
mudanças no modo de vida.
Outra questão a ser trabalhada é a adaptação do ambiente para que futuras
quedas sejam evitadas. Ressalta-se que as adaptações são geralmente simples e
corriqueiras, as quais muitas vezes dependem mais das modificações dos hábitos e
costumes dos idosos, do que de quaisquer outras intervenções.
Além disso, o acompanhamento adequado de cada indivíduo possibilita aos
profissionais recomendarem programas de tratamentos específicos, culturalmente
apropriados e acessíveis a cada longevo (OMS, 2010).
Na análise dos relatos percebeu-se que para uma parte significativa dos idosos e
familiares, as quedas se constituem um evento natural que acontece na vida das pessoas
quando envelhecem.
Foi uma fatalidade mesmo, foi a primeira vez que eu caí, não sei o que
aconteceu, nunca tinha caído (Idosa, 66 anos).
Quando ela cai e não machuca e nem ligo muito, porque acho que é
porque ela está velhinha (Neta, 18 anos).
Eu caio muito mesmo minha filha, já caí demais aqui dentro de casa e
na rua também, mas não me preocupo muito com isso não (Idosa, 73
anos).
Essa percepção da queda como um evento inerente à velhice também foi
encontrado por Rocha et al. (2010) em estudo desenvolvido em 2008 com 13 idosos
vítimas de quedas. Grande parte dos idosos estudados referiu que a queda era uma
fatalidade, mesmo tendo caído por mais de uma vez e tendo tido consequências graves
em decorrência do evento.
Segundo a OMS (2010), na medida em que os idosos e seus familiares
consideram as quedas como um evento próprio do envelhecimento, suas atitudes em
relação à prevenção passam a não existir. Isso foi encontrado nos resultados deste
estudo. Em suas falas percebeu-se que alguns mantêm comportamentos que os expõem
ao risco de quedas.
...fui subir no guarda roupa e aqui tem muito tapete e no que eu desci
da cadeira escorreguei no tapete, aí eu caí (Idoso, 63 anos).
Ela não quer usar bengala, não quer usar andador, não quer usar
nada, aí ela cai (Filha, 52 anos).
Novamente, para que se efetive a prevenção deste evento, torna-se necessária a
educação dos caidores e seus familiares em relação ao significado das quedas na saúde
do idoso e na vida deles, bem como à necessidade de mudança de comportamento.
No Brasil, o Ministério da Saúde adotou o Modelo de Prevenção de Quedas, no
qual os profissionais de saúde têm um papel fundamental de educar os idosos e
familiares em relação à importância das quedas e de sua prevenção. Existem evidências
de que diversas estratégias comportamentais possam ser utilizadas pelos profissionais
de saúde para ajudar as pessoas a mudarem o comportamento e mantê-lo, como
contratos de saúde e apoio da família e amigos (OMS, 2010).
Para tanto, sugere-se o treinamento dos familiares próximos aos longevos,
cuidadores diretos e comunidade para que estejam aptos a identificarem os fatores de
risco que predispõem as quedas, bem como agirem para redução da probabilidade de
cair. Essa ação visa conscientizar a população dos malefícios da queda, bem como
proteger os que já estão em risco.
No entanto, para que haja um treinamento e um repasse de informações de
qualidade, torna-se fundamental que os profissionais de saúde sejam capacitados para
essa atividade e que estejam aptos a realizarem a educação em saúde com a comunidade
e envolvidos com as quedas.
3.2 Repercussões das quedas na vida dos idosos
3.2.1 Repercussões físicas das quedas
As quedas são um problema frequente na vida dos idosos capaz de desencadear
consequências físicas, psicológicas e sociais relevantes. Neste estudo, vários idosos
relataram problemas físicos decorrentes das quedas.
... uma vez eu caí e cheguei a quebrar meu pé...(Idosa, 77 anos).
Caí e bati o braço e o peito [...] foi até que eu desloquei o ombro [...]
eu estava sentindo muita dor depois que eu caí... (Idosa, 82 anos).
... até fiquei sem andar por um tempinho depois que eu caí [...] tinha que ficar com o joelho enfaixado [...] não podia levantar... (Idoso, 80
anos).
A literatura mostra que esse tipo de consequência se constitui na primeira
repercussão que os idosos sofrem em função da queda e as principais são as dores,
escoriações, fraturas e imobilização (Almeida et al. 2012; Chiu et al. 2012; Bretan et al.
2013). Segundo Perracini (2004) entre 5% a 10% dos idosos residentes na comunidade
apresentam lesões severas, que necessariamente não aparecem no momento da queda.
Em pesquisa realizada em 2011, em Erechim – RS, com 35 idosos vítimas de
quedas, os autores encontraram 36% dos caidores com hematomas, 22% com fraturas
seguidas de cirurgias, 14% ficaram imobilizados em função de gesso/tala, 14%
necessitaram de auxílio de dispositivo para deambular e 12% necessitaram de sutura
(Carvalho et al., 2012). Em outro estudo desenvolvido em Ribeirão Preto - SP, em 2011
com objetivo de determinar a prevalência de quedas de idosos que vivem no domicílio e
sua relação com a capacidade funcional e a fragilidade, as principais consequências
físicas apresentadas pelos idosos caidores foram escoriações, ferimentos que
necessitaram de sutura, fraturas fechadas, entorse e luxação (FHON, 2011).
O conhecimento de que as quedas trazem essas repercussões físicas nos idosos e
em graus variados exige do enfermeiro uma avaliação física sistemática e cuidadosa,
considerando, inclusive, que o idoso pode não referir a lesão por achar desnecessário.
A importância da lesão física reside no fato de que para além do efeito imediato
no corpo do idoso, ao longo do tempo, ela poderá repercutir na sua capacidade funcional
(CF), consequentemente, na sua independência.
... até fiquei sem andar por um tempinho depois que eu caí [...] tinha que ficar com o joelho enfaixado e não podia levantar (Idoso, 80
anos).
... colocaram um negócio no meu braço por um tempão para não mexer e só me atrapalhava as coisas, fiquei dependendo um tempão
(Idosa, 82 anos).
A dependência dos idosos em decorrência da queda pode ser tanto para tarefas
simples, como saídas de casa, quanto para as atividades de vida diária (AVD) e de
autocuidado. Em 2005, foi desenvolvida uma pesquisa na cidade de Campinas – SP com
73 idosos que vivem na comunidade com objetivo de caracterizar as causas e
consequências das quedas sofridas por eles. Observou-se que a maioria dos idosos
relatou necessidade de auxílio na realização das atividades básicas de vida diária após as
quedas (JAHANA; DIOGO, 2007).
Para além da avaliação física do idoso, o enfermeiro deve voltar seu foco para a
avaliação periódica e sistemática da sua CF, no sentido de descobrir alterações
decorrentes da queda. A perda da CF é um dos principais problemas que atinge os
idosos, considerada um importante marcador de que o envelhecimento está sendo bem
sucedido e com boa qualidade de vida (DIAS; SILVA; VITORINO, 2009).
3.2.2 Repercussões psicológicas das quedas
Além das repercussões físicas provocadas pelas quedas, nos relatos dos idosos
percebe-se que repercussões psicológicas ocorreram após esse evento. O medo de cair
foi constantemente apontado pelos participantes e, comumente associado à preocupação
de sofrer fraturas, ficar imobilizado e ter dependência.
...eu tenho medo de cair, eu tenho medo demais de cair. Você já
pensou na minha idade fraturar um braço ou uma perna não é brincadeira (Idosa, 73 anos).
Também tenho medo de cair e quebrar alguma coisa e ficar
dependendo dos outros, isso não é bom (Idosa, 73 anos).
...tenho medo de cair, porque eu tenho medo de cair assim e depois
não andar mais [...] eu não quero ficar na cama não (Idosa, 62 anos).
O medo de cair é um fenômeno que acontece entre os idosos caidores. É
definido como sentimento que envolve a baixa confiança em si para evitar quedas ou até
mesmo preocupação excessiva em relação à ocorrência de quedas que pode vir a limitar
atividades do dia a dia (Camargos, 2007). É de interesse de muitos pesquisadores, pois
pode ser responsável pela restrição de atividades do idoso, declínio da sua capacidade
funcional e da qualidade de vida, até perda da autonomia (HARTHOLD et al., 2011;
NICOLUSSI et al., 2012; ANTES; SCHNEIDER; BENEDETTI, 2013)
De acordo com Freitas; Scheicher (2008), dentre as atividades desempenhadas
normalmente nos domicílios, as que mais restringem os idosos pelo medo de cair são
andar em superfície irregular, descer rampa, limpar a casa e sentar-se ou levantar-se da
cadeira. Enquanto, para atividades sociais há grande preocupação em andar em locais
com muitas pessoas e pela vizinhança, fazer compras.
Em um estudo desenvolvido em 2006, na cidade da Toscana – Itália, com 848
idosos, 673 deles revelaram ter medo de cair. Desses, 59,6% relataram moderada
restrição de atividades e 14,9% afirmaram severa restrição das atividades (Deshpande et
al. 2008). Da mesma forma, em Belo Horizonte – MG foram pesquisados 113 idosos e
dentre eles, 29% afirmaram ter medo de cair enquanto que 53% relataram não apenas
ter medo de cair, mas também reduziram suas atividades. Os autores encontraram que
os idosos apresentavam mais medo de cair durante as atividades de andar em locais
escorregadios e tomar banho de chuveiro (DIAS et al. 2011).
Pesquisa realizada em 2009 no Rio de Janeiro – RJ com 60 idosas caidoras teve
por objetivo identificar o medo de sofrer quedas recidivas. Destas, 40,11% não referiu
preocupação, 30% relatou um pouco de preocupação, 25,33% moderada preocupação e
4,6% muita preocupação em cair durante a realização das funções. As atividades para as
quais se mostraram mais preocupadas foram tomar banho, andar em superfícies
escorregadias ou irregulares, andar em um local onde haja multidão e sair para eventos
sociais (REZENDE et al. 2010).
Quando em excesso, o medo de cair pode desencadear reações negativas no
bem-estar físico e funcional e repercutir na autoconfiança dos longevos caidores. Ao
caírem eles se sentem desvalorizados e, quando apresentam dificuldades ou limitações,
podem apresentar sentimentos de tristeza e isolamento. Pesquisa realizada em 2011, no
Distrito Federal, com o objetivo de avaliar o medo de cair em 50 idosos da comunidade
com neuropatia diabética, mostrou que 37% deles afirmaram se sentir
chateados/assustados e 17% ficaram desesperados ou nervosos após experienciar a
queda (REZENDE et al. 2010).
Para outros idosos, no entanto, o medo de cair pode atuar como fator positivo,
impulsionando-os a modificarem seus comportamentos e prevenirem-se contra a queda.
Isso foi identificado nos relatos dos idosos participantes deste estudo.
Eu evito fazer as coisas que podem cair [...] tento atravessar o degrau
devagar, desço devagar, porque aqui na cozinha e fundo tem degrau,
eu desço e subo devagar (Idosa, 66 anos).
...agora já tomo cuidado para andar, para não cair de novo [...] eu
comecei a andar mais lento para ver se não caio mais (Idosa, 62 anos).
De acordo com Lopes et al. (2009), os idosos que possuem medo de cair podem
utilizar diferentes estratégias para diminuir o risco de quedas, dentre elas destacam-se o
caminhar mais atento, diminuição da altura e do comprimento do passo e redução da
velocidade. Para Curcio; Corriveau; Beaulieu (2011), as estratégias utilizadas pelos
caidores é de se preocuparem não apenas consigo mesmos, mas também com seu
entorno, passam a selecionar melhor suas atividades, os lugares e os horários para elas.
Frente a essas mudanças de comportamento dos idosos, cabe aos profissionais de
enfermagem não apenas fornecer conhecimentos acerca da prevenção de quedas, mas
também se torna importante avaliar a disposição individual de cada caidor em mudar o
modo de vida e adotar medidas preventivas diárias. Para que a mudança seja concreta na
vida dos idosos é imprescindível que ela ocorra dentro de sua capacidade, ou seja, cabe
ao profissional identificar as reais condições em que ele se encontra para que o
comportamento seja adequado ao contexto em que o mesmo está inserido.
De acordo com OMS (2010) é fundamental obter apoio dos familiares e amigos,
promover a autonomia dos longevos idosos, percebendo suas particularidades e
oferecendo a possibilidade de fazer suas próprias escolhas. Além disso, informar
periodicamente o progresso de cada caidor a fim de ajudá-los no desenvolvimento de
expectativas realistas a respeito dos próprios avanços.
3.2.3 Repercussões sociais das quedas
Como mencionado anteriormente, a ocorrência de quedas na vida do idoso
torna-o mais propício a restringir suas atividades rotineiras e sociais. Os relatos dos
idosos mostram que alguns caidores passam a reduzir suas atividades e a depender mais
de outras pessoas para sair de suas casas.
... eu não saio mais, para onde eu quero ir, alguém tem que me levar
[...] depois que eu caí nem saio mais não (Idosa, 72 anos).
Antigamente não parava, passeava bastante, viajava, trabalhava, fazia
serviço pra lá e pra cá. Agora, depois que caí, manero mais, porque
não aguento andar, só vou até bem ali e sempre alguém vai comigo
(Idosa, 62 anos).
Esse resultado também foi encontrado em uma pesquisa realizada em 2009 em
Caldas - Colômbia com 37 idosos com o objetivo de identificar o processo do medo de
cair na vida cotidiana dos longevos demonstrou que muitos deles diminuíram
consideravelmente as saídas de casa e deixaram de frequentar locais movimentados
após terem caído. Eles também admitiram que, quando o faziam, quase sempre estavam
acompanhados por terceiros (CURCIO; CORRIVEAU; BEAULIEU, 2011).
A redução das atividades ocasiona alterações na qualidade de vida dos
caidores uma vez que impede a socialização dos idosos com a comunidade e diminui a
probabilidade de uma vida mais ativa e independente. Não somente isso, mas os
longevos que deixam de praticar atividades sociais ficam mais propensos à ocorrência
do comprometimento progressivo da capacidade funcional ao longo do tempo, o que
pode torná-los mais vulneráveis à ocorrência de novas quedas (BRASIL, 2005).
Do mesmo modo, depender de familiares para realizar atividades sociais e de
lazer, pode desencadear nos idosos sentimentos de impotência, tristeza e vergonha,
contribuindo ainda mais para que eles prefiram permanecer no domicílio. Além disso, o
suporte social inadequado ao idoso caidor está intimamente relacionado com o declínio
considerável da saúde e do bem-estar do indivíduo.
É de extrema relevância, portanto, que o enfermeiro considere esse tipo de
repercussão social na vida do idoso após a ocorrência de queda. A avaliação adequada
deste aspecto pode fazer diferença considerável entre o sucesso e o fracasso de qualquer
estratégia de intervenção social (OMS, 2010).
Ao profissional de enfermagem cabe ainda planejar estratégias acordadas com
o idoso e seus familiares no sentido de promover sua independência e autonomia.
Igualmente, promover atividades que incluam a participação do idoso, bem como
orientar sua execução de forma segura e eficiente. Aos familiares cabe a função de
incentivar a inclusão nessas atividades, bem como desenvolver mecanismos que
facilitem e auxiliem a execução dessas estratégias.
3.3 Repercussões das quedas dos idosos na vida dos familiares
Conforme Carvalho et al. (2010), algumas situações exigem maior cuidado e
atenção da família com os idosos, fato que repercute na vida dos familiares. Por meio
das entrevistas realizadas com os idosos e seus familiares foi possível perceber que as
quedas dos primeiros podem trazer repercussões significativas na vida dos últimos que
incluem aspectos físicos, emocionais, sociais e financeiros.
Com a ocorrência de quedas dos idosos, os familiares muitas vezes são levados à
reorganizar a dinâmica e rotina da família, passam a ser solicitados a executarem o
cuidado direto com eles e a permanecerem mais presentes na vida dos longevos (Lemos;
Gazzola; Ramos, 2006). Além disso, os familiares passam a adotar comportamentos de
vigilância constante e preocupação em relação ao idoso (CHIANCA et al. 2013).
Quando o idoso cai e apresenta lesões que o restringem, os familiares passam a
assumir a função de cuidadores. Em decorrência disso, podem vivenciar situações de
sobrecarga física e de função, pois assumem nova rotina diária, a qual envolve
cuidados que antes não eram praticados em relação aos idosos.
Na época que ela caiu, só sobrecarregou porque ela era muito ativa, lavava roupa, fazia comida, só não limpava a casa. Aí quando cai você
fica sobrecarregada nesse aspecto, porque você está fazendo um cabelo [ela é cabelereira] e tem que largar para fazer comida, lavar
roupa, tem que parar para ver isso, porque ela não está podendo [...]
Quando precisava de alguma coisa, sempre me chamava [...] dessa vez
ela ficou dependendo de mim para tudo porque não podia levantar
(Filha, 47 anos).
Eu passei dificuldade porque nessa época ela era gorda eu peguei um
mal na coluna de andar com ela [...] eu tinha que trocar fralda, tudo
[...] Eu acho bom dividir com meus irmãos, mas acaba
sobrecarregando do mesmo jeito (Filha, 52 anos).
Estudo desenvolvido em Ribeirão Preto - SP com 124 indivíduos que exercem
cuidado direto ao idoso mostrou que a dependência funcional dos idosos e horas que
praticam cuidado, foram fortes preditores para sobrecarga, desconforto emocional,
sentimentos de esgotamento, exaustão e solidão, principalmente nos casos em que o
familiar é o cônjuge (GRATAO et al. 2012).
O mesmo achado foi verificado na pesquisa realizada no município de Cuiabá-
MT em 2011, a qual demonstrou que famílias que necessitam exercer o cuidado de
idosos totalmente dependentes, sofrem forte repercussão, dentre elas a necessidade de
apoio financeiro, maior sobrecarga de trabalho e maior tempo despendido ao cuidado
(CUNHA, 2013).
Não apenas esses aspectos repercutem na vida dos familiares dos longevos, mas
também suas rotinas diárias são afetadas, bem como a diminuição da jornada de
trabalho e consequentemente a vida financeira (PEREIRA, 2006).
...desmarco alguns clientes para poder vigiar de perto, mas isso eu nem me importo, porque são meus pais, faço isso de retribuição...
(Filha, 39 anos).
...eu tive que diminuir meu trabalho para ficar com ela em casa [...] aí
quando vi que ela estava melhor eu voltei a trabalhar (Nora, 42 anos).
Gratao et al., (2012) afirmam que muitos familiares deixam seus empregos e
funções, abandonam suas próprias vidas e, poucos podem contar com auxílio direto de
familiares para dividir funções. Pimenta et al., (2009) em uma pesquisa realizada na
região do Porto – Portugal, com 120 familiares de idosos dependentes, encontraram que
17% deles necessitaram deixar seus empregos, 46% reduziram sua carga horária para
manter vigilância constante ao idoso, 9% admitiram ter conflitos com o cônjuge devido
ao tempo que passa com o idoso e 3% afirmaram ter reduzido consideravelmente o
tempo de lazer.
Mesmo que o idoso não se torne uma pessoa dependente por muito tempo, a
tarefa de cuidar pode exigir dos familiares que realizam o cuidado direto, que deixem de
viver suas próprias vidas, e poucos contam com a ajuda de outros para dividir essa
tarefa.
Porque só eu saio com ela, então não tenho tempo para mim, porque
quando saio sempre tenho que levar ela comigo... (Nora, 48 anos).
Eu saía bastante, agora tive que parar de sair. Eu parei bastante de sair depois que eles começaram a cair, agora eu fico em casa e vou só
na igreja agora... (Filha, 47 anos).
Oliveira e Caldana (2012) afirmam que os familiares sofrem privação social e
renúncias em função do cuidar. Sentimentos são alternados frequentemente durante esse
processo, pois vivenciam a satisfação, a felicidade, a raiva, a impaciência e sobretudo a
retribuição. O familiar passa a ter a percepção de sua vida particular e profissional são
deixadas de lado em função do cuidado ao idoso.
Em relação às repercussões emocionais pode-se perceber pelos relatos dos
familiares que eles passam a ter medo que de que o idoso caia novamente.
A gente fica com medo, porque cair é perigoso, cair de mau jeito, quebrar um braço, uma perna, cabeça, perigoso [...] e até a gente
mesmo fica mais preocupado (Nora, 48 anos).
Eu só tenho medo que ela caia de novo e não aguente, porque dessa
vez já foi difícil para ela, imagina se ela cair de novo, acho que vai ser
cada vez pior (Nora, 42 anos).
Isso faz com que os familiares adotem medidas de restrição de atividades do
idoso, bem como comportamento de superproteção e vigilância constante com o
intuito de se evitar quedas recorrentes.
Pesquisa realizada no município de Farroupilha – RS, no ano de 2008, com
objetivo de abordar complicações do tornar-se cuidador de idosos dependentes,
demonstra que filhas, cuidadoras principais de idosas dependentes, deixam de sair de
suas casas por acreditarem que outra pessoa é incapaz de exercer o mesmo cuidado ao
idoso dependente. Admitem que os momentos em que saem de casa são raros, no
entanto, reconhecem a importância de se ausentarem de seus lares mesmo que por
curtos períodos. O estudo acrescenta ainda que, as idosas dependentes apenas saem com
suas filhas ou acompanhadas por terceiros, pois familiares afirmar ter medo de que algo
aconteça nesse período em que estiverem ausentes (BOHM; CARLOS, 2010).
Agora é igual uma criança [...] tudo agora só eu, porque aonde ele vai eu tenho que estar pajeando, por isso que eu falo para ela ficar
quietinha vendo televisão, assim não tenho que ficar muito em cima
dela (Filha, 39 anos).
Quando ela vai à igreja, sempre vai alguém com ela para
acompanhar, quando a gente deixa ela fazer alguma coisa é só isso
mesmo, de resto ela fica em casa bordando as coisas dela (Filha, 35
anos).
A gente fica em cima dela o tempo todo para não deixar ela fazer as coisas [...] a gente fica mais atenta com ela, sempre tem alguém junto
[...] fico falando para ela tomar cuidado, para deixar que eu faço isso
(Nora, 42 anos).
Atitudes protetoras em excesso com os idosos pode levá-los à execução de cada
vez menos atividades diárias podendo desencadear um efeito negativo na autoestima e
independência dos longevos. Fato que vai contra a Política do Envelhecimento Ativo
(OMS, 2010), a qual visa manter o idoso em plenas funções ao máximo de tempo
possível. Este é um fator aliado à prevenção de quedas, pois se acredita que quanto mais
as pessoas mantiverem modos de vida ativos e saudáveis, mais elas têm a possibilidade
de postergar a ocorrência e recorrência de quedas.
Segundo Martins et al. (2009), não apenas os longevos necessitam de assistência
adequada às suas necessidades, mas também seus familiares, principalmente porque
passam a assumir o papel de cuidador principal, reforçando a necessidade da
participação ativa de enfermeiros e profissionais de saúde no cuidado a essas pessoas.
O cuidador familiar precisa ser visto como alguém que, também, tem
necessidades que precisam ser satisfeitas e, portanto, deve estar inserido nesse contexto
de cuidado (SCHOSSLER; CROSSETTI, 2008).
Frente a essas situações, cabe ao profissional de enfermagem orientar os
familiares da importância de se manter um envelhecimento ativo e saudável. Para tanto,
torna-se necessária e educação acerca dos ambientes seguros e apropriados aos idosos,
apoiar a independência por meio de mudanças nos ambientes e de comportamentos,
reduzir riscos de solidão e isolamento social criando grupos comunitários especiais para
longevos, permitir que os idosos sejam capazes de solucionar problemas.
De acordo com a OMS (2005), os profissionais que exercem cuidados a idosos
necessitam de treinamento e prática a respeito dos modelos capacitadores de
assistências, os quais reconhecem a realidade dos idosos, estimulando-os a manterem
atitudes independentes de acordo com as possibilidades individuais.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa revelou que as repercussões ocasionadas pelas quedas na vida dos
idosos e seus familiares são semelhantes, no entanto, percebeu-se que existem
diferenças na forma como vivenciam e percebem o evento, o que permite repercutir de
forma distinta na vida de quem as experienciam.
Destaca-se que as repercussões ocasionadas na vida dos idosos caidores foram as
físicas como dor, fraturas e imobilizações; as repercussões psicológicas englobaram o
medo de cair e medo de dependência para movimentar-se e as repercussões sociais, as
quais incluíram a redução das atividades sociais, isolamento e dependência para
deslocamento.
Na vida dos familiares, as quedas repercutiram fazendo que com passassem a
sentir medo de que os idosos caíssem novamente, medo de que pudessem sofrer fraturas
ou hospitalização. Este medo desencadeou a superproteção e vigilância constante em
relação aos idosos, além de que, muitos familiares passaram a restringir atividades
sociais por ficarem responsáveis pelo cuidado ao idoso e, alguns abdicaram de jornadas
de trabalho, repercutindo na vida financeira da família.
Durante a realização deste estudo, algumas dificuldades foram encontradas, tais
como o acesso aos bairros do município e a falta de numeração e nome das ruas, nas
quais estavam situadas as residências dos idosos e, como duas pesquisas estavam
ocorrendo ao mesmo tempo com os mesmos idosos, alguns se recusaram a participar,
pois já haviam respondido aos questionamentos do outro estudo. No entanto, destacam-
se a boa recepção tanto dos idosos quanto de seus familiares participantes, o que
facilitou o andamento das entrevistas e o envolvimento maior com os indivíduos
pesquisados.
A proximidade com os idosos possibilitou maior intimidade com a realidade em
relação às repercussões. Chegaram-se ao campo com uma ótica e perspectiva, mas
diante do contato com cada entrevistado, percebeu-se que os idosos referiram quase
sempre as mesmas coisas, e os familiares foram em sua maioria afetados por
repercussões que não eram trazidos ainda pela literatura consultada.
Para organização das falas e dados, utilizaram-se os agrupamentos tanto dos
familiares quanto dos idosos. Esse método permitiu o melhor manuseio para facilitar a
análise e a escrita da dissertação.
Apesar de cinco bairros em regiões diferentes do município terem sido
explorados, algumas limitações da pesquisa são destacadas, principalmente pelo fato das
entrevistas terem sido realizadas com idosos da região urbana do município de Cuiabá,
o que permite que a realidade seja aplicada apenas a essa população. Além disso, alguns
dos entrevistados não se lembravam corretamente da última queda e nem como elas
aconteceram, essa realidade pode ter mascarado a forma como o evento aconteceu e sua
possível causa.
Acredita-se que a metodologia utilizada foi adequada para atingir o objetivo
proposto inicialmente. O método qualitativo proporcionou maior entendimento das
repercussões decorrentes das quedas na vida dos idosos e seus familiares, isso porque
permitiu o maior envolvimento da pesquisadora com o impacto ocasionado nesses
participantes.
Frente aos resultados encontrados no estudo, recomendam-se que futuras
pesquisas sejam realizadas com a população da zona rural, a fim de aprofundar o
conhecimento sobre as repercussões das quedas na vida desses idosos e seus familiares.
Pesquisas acerca dessa temática favorecem o conhecimento dos profissionais de como
lidarem com as situações de quedas, a fim de fornecer assistência adequada aos idosos
caidores e seus familiares, o que favorece uma maior qualidade de vida e menores
repercussões negativas na vida dos envolvidos.
Frente a realidade dos entrevistados, percebeu-se que os profissionais de saúde
têm forte influencia na existência das repercussões na vida dos envolvidos com as
quedas. Em especial, os enfermeiros têm um papel fundamental na prevenção de
quedas, no entanto, torna-se necessário que o profissional reconheça as quedas como um
evento real na vida dos idosos, com consequências muitas vezes irreparáveis. Através de
visitas domiciliares e educação em saúde, a enfermagem passa a conhecer os idosos
caidores e seus familiares a ponto de estabelecer vínculo e confiança, para que suas
ações possam ser concretizadas de forma eficaz.
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APÊNDICES
APÊNDICE A - ROTEIRO DA ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA
Data da Entrevista: _______________________________________________________
Nome: ________________________________________________________________
Idade: _____________________________ Sexo: _________________________
Membro(s) da família:____________________________________________________
QUESTÕES NORTEADORAS:
1. Temos a informação de que o idoso caiu. Quantas vezes ele caiu no último ano?
2. Como foi (foram) a(s) queda(s)? (onde, como, quando?)
3. Quais as consequências que a(s) queda(s) teve (tiveram) para o idoso?
4. Qual foi o impacto (repercussões, mudanças, alterações) da(s) queda(s) para a
família? (nas atividades da vida cotidiana, nas relações, no trabalho e na vida
financeira, etc).
APÊNDICE B - FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO
PROJETO: REPERCUSSÕES DAS QUEDAS NA VIDA DOS IDOSOS E SEUS FAMILIARES
PESQUISADORA: CAMILA GONÇALVES RECANELLO
OBJETIVO PRINCIPAL: COMPREENDER AS REPERCUSSÕES DAS QUEDAS A PARTIR DA
PERSPECTIVA DOS IDOSOS E DE SEUS FAMILIARES
PROCEDIMENTO: SERÁ POR MEIO DE ENTREVISTA, ONDE A PESQUISADORA EXPLICARÁ À
FAMÍLIA DO IDOSO O OBJETIVO DO ESTUDO. SERÃO REALIZADAS PERGUNTAS À FAMÍLIA, E
EM SEGUIDA, AGUARDARÁ AS RESPOSTAS DA MESMA. CASO NÃO SE ENTENDA A
PERGUNTA, A MESMA SERÁ REFEITA DE FORMA MAIS CLARA, AGUARDANDO NOVAMENTE
A RESPOSTA. SERÁ ESCLARECIDO QUE AS PERGUNTAS E RESPOSTAS SERÃO GRAVADAS
PARA POSTERIOR TRANSCRIÇÃO. ANTES DE INICIAR A ENTREVISTA, SERÁ FEITA UMA
PERGUNTA INTRODUTÓRIA À FAMÍLIA PARA REALIZAÇÃO DO TESTE COM O GRAVADOR.
BENEFÍCIOS PREVISTOS: DE FORMA ALGUMA HAVERÁ BENEFÍCIO MATERIAL AOS
SUJEITOS, PORÉM, OS MESMOS CONTRIBUIRÃO AO ESTUDO. AS RESPOSTAS BENEFICIARÃO O
ENTENDIMENTO, POR PARTE DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE E DOS ENVOLVIDOS, A
RESPEITO DO IMPACTO NA VIDA DAS FAMÍLIAS OCASIONADOS PELAS QUEDAS DOS IDOSOS.
EU, ________________________________________________________________,
RG: ______________________ FUI INFORMADO (A) DOS OBJETIVOS, PROCEDIMENTOS E
BENEFÍCIOS DESTA PESQUISA DESCRITA ACIMA.
ENTENDO QUE OS DADOS NÃO SERÃO DIVULGADOS A NINGUÉM, ALÉM DA PESQUISADORA.
ESTOU CIENTE QUE TENHO DIREITO DE RECEBER INFORMAÇÕES RELACIONADAS A
PESQUISA A QUALQUER MOMENTO, ATRAVÉS DE CONTATO COM A PESQUISADORA. FUI
INFORMADO (A) QUE MINHA PARTICIPAÇÃO É VOLUNTÁRIA, SEM BENEFÍCIO MATERIAL
ALGUM. TENHO AUTONOMIA PARA NÃO PARTICIPAR OU DEIXAR DE PARTICIPAR DA
PESQUISA A QUALQUER MOMENTO, NÃO ME ACARRETANDO QUALQUER TIPO DE PUNIÇÃO.
COMPREENDO COM O QUE ME FOI ESCLARECIDO E CONCORDO EM PARTICIPAR DA
PESQUISA.
___________________________________ ______________________________
ASSINATURA DO FAMILIAR ASSINATURA DA PESQUISADORA
Este documento foi elaborado em duas vias, sendo que uma delas é sua e a outra é da
pesquisadora. Em caso de necessidade contate a pesquisadora pelo seguinte telefone:
(65) 8451.5910 ou pelo e-mail: [email protected] ou procurar o Comitê de
Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Júlio Muller/UFMT pelo telefone (65)
3615-8254.
Data: _____/ _____/ 2013
APÊNDICE C - AGRUPAMENTOS DAS CARACTERÍSTICAS DAS QUEDAS
CATG IDOSO FALA OBSERVAÇÃO
FATO
RES
INTR
ÍNSE
CO
S
I-2 ...então eu fechei o portão rápido e fui tentar sair rápido para ela não ficar esperando, foi quando eu caí, porque minhas pernas não acompanham mais...
A perda de equilíbrio e a tontura são fatores mais lembrados pelos entrevistados, atribuindo à eles, a ocorrência das quedas. Porém, o fato de as pernas não acompanharem movimentos rápidos e os pés falsearem ao caminhar, também foi creditados ao evento queda.
I-4 porque eu vou andar e se o pé bate em qualquer coisa eu perco o equilíbrio...
...aí perdeu o equilíbrio já estou no chão
eu perco o equilíbrio, qualquer coisa que meu pé falseia eu já perco o equilíbrio, aí eu vou para o chão
I-5 ...às vezes me dá tontura e acabo caindo...
I-12 ...ergui o braço para colocar a roupa e caí de novo, acho que fiquei tonta porque levantei o braço... ...qualquer coisinha eu fico tonta e caio.
I-15 ...às vezes me dá tontura e acabo caindo...
CATG IDOSO FALA OBSERVAÇÃO
FATO
RES
EX
TRÍN
SEC
OS
I-3 No que entrei no banheiro escorreguei. Escorregões e tropeços foram os aspectos mais lembrados pelos idosos, além dos ambientes escuros, camas altas para idosos, pisos escorregadios e utilização de tapetes na casa. Fatos esses que proporcionam a ocorrência das quedas dos idosos, sendo incluídos em fatores extrínsecos.
I-4 Eu caí lá no curral, lá eu tropecei e caí. Aqui em casa eu já caí no banheiro, na porta, no quintal, em toda parte
I-6 ...aí quando eu voltei para ver a panela que estava no fogo eu tropecei e caí.
I-7 ...fui subir no guarda roupa e aqui tem muito tapete e no que eu desci da cadeira escorreguei no tapete, aí eu caí.
I-8 ...estava andando numa descidona [...] e caí de cara no chão.
I-9 Porque é box [cama], é alta, eu rolei e caí.
I-10 ...escorreguei em um degrau e caí.
I-11 ...escorreguei e caí aqui dentro de casa mesmo.
...eu tropeço no chão, tenho que ficar andando com atenção...
I-12 ...levantei para ir no banheiro e estava tudo escuro, não consegui enxergar direito e caí...
I-14 Eu escorreguei na cozinha, eu caí de perna aberta.
CATG IDOSO FALA OBSERVAÇÃO C
ON
SEQ
UÊN
CIA
S FÍ
SIC
AS
MED
IATA
S
I-2 ...eu fiquei com muita dor quando caí. Os idosos se lembraram muito da dor que sentiram no momento da queda, bem como eventuais fraturas, escoriações, imobilizações de membros e sensação de desmaio momentâneo.
...enfaixaram minha perna porque eu estava com muita dor
I-3 ...eu caí e bati o joelho...
toda vez que eu caio meu joelho dói e é uma dor muito forte
I-4 ... uma vez eu caí e cheguei a quebrar meu pé...
...quando caí machuquei as cadeira...
I-5 ... eu fiquei com muita dor depois disso.
I-6 ...foi até que eu desloquei o ombro...
Bati que caí o braço e o peito...
Ai e que dor que senti...
...eu estava sentindo muita dor depois que eu caí...
I-8 Na hora eu desmaiei ...
I-9 Teve a dor no braço só...
...machuquei o braço mesmo e fiquei com um pouco de dor depois
I-10 ... bati as costas na parede da cozinha...
I-11 Machuquei o joelho...
...mas dessa vez doeu bem mais...
...a gente fica com dor depois que cai...
I-12 ...eu bati a cabeça fiquei esticada no chão lá, com a cabeça desse tamanho
Daí fiquei tremendo, tremendo...
minha cabeça ficou tonta, parece até que ela “afofou”
I-14 Eu caí, machuquei o meu joelho...
CATG IDOSO FALA OBSERVAÇÃO
CO
NSE
QU
ÊNC
IAS
FÍSI
CA
S TA
RD
IAS
I-2 ...não posso mais sair naquela arrancada rápida... As quedas deixaram alguns idosos impossibilitados de andar como antes. Alguns devido a dores fortes que persistem e outros pela impossibilidade de sair na arrancada. A utilização de tipoia e de faixas contribuíram para a restrição de atividades diárias e até mesmo de locomoção.
I-3 Ele [joelho] fica o tempo todo inchado depois que ele caiu e isso acaba atrapalhando na hora de andar.
I-6 e ficou doendo por bastante tempo ainda. colocaram um negócio no meu braço por um tempão [tipóia] para não mexer e só me atrapalhava a fazer as coisas...
I-7 Na verdade fui ter dor só depois de 1 mês ...há muito tempo que eu não sentia nada, há muito tempo mesmo, mas aí com essa queda voltou a dor.
I-10 ...depois que eu caí, sempre dói a minha cadeira, fica doendo...
I-11 ... até fiquei sem andar por um tempinho depois que eu caí....
Tinha que ficar com o joelho enfaixado . ...não podia levantar...
I-12 ...só a dor forte que eu fiquei sentindo por um tempão ainda...
... depois que eu caí cada vez que eu tentava andar
meu pé doía demais.
I-14 ... eu fiquei vários dias andando ruim...
...agora eu não to podendo nem andar, to com dor nessa perna aqui por causa do tombo
Eu já não estou andando direito por causa da dor, ainda se cair, fica pior.
AGRUPAMENTOS - REPERCUSSÕES DAS QUEDAS NA VIDA DOS IDOSOS
CATG IDOSO FALA OBSERVAÇÃO
CO
MP
OR
TAM
ENTO
PÓ
S Q
UED
A
I-2 ...tem hora que dá uma travada na minha perna, então eu estou sempre atenta.
Atitudes de proteção foram relatadas pelos idosos, sendo que buscam ficarem mais atentos em suas atividades. Bem como subir e descer degraus devagar, evitar locais que ofereçam perigo como perto de piscinas, pisos molhados, utilização de chinelos de borracha para maior firmeza dos pés e até mesmo andar mais lentos e engatinhando, assim conseguem ficar mais atentos aos locais que frequentam. Há ainda os que admitem que o medo surgiu apenas depois da ocorrência da queda. Entretanto, há os que não assumem esse comportamento, visto que continuam executando suas atividades rotineiras como antes. Há relatos de idosos que desempenham funções dentro de casa, como limpeza, preparo da alimentação e cuidam de netos. Reforçam a ideia que não conseguem ficar sem realizar essas funções.
Eu fiquei mais atenta, sempre lembro de não andar correndo porque minhas pernas não aguentam mais.
I-3 ...nunca deixei de fazer nada por causa disso. Faço
tudo em casa e ajudo a cuidar dos meus netos.
I-4 Eu caio bastante, mas não quebro nada, sinal que
ainda estou boa. As coisas que eu quero eu faço,
seja lá como for.
I-7 ...porque depois que a gente cai parece que o medo vem, enquanto eu não tinha caído, não tinha medo não, mas agora eu presto bem mais atenção do que antes eu prestava.
I-9 Eu evito de fazer as coisas que podem cair.
Tento atravessar o degrau devagar, desço devagar, porque aqui na cozinha e fundo tem degrau, eu desço e subo devagar.
Eu não gosto de ficar parada, mas eles não gostam que eu faça as coisas, mas é chato demais ficar sem fazer nada, aí eu arrumo o que fazer.
Lavo casa, lavo vasilha, faço o que tiver que fazer mesmo.
I-10
...Não entro nela [piscina] porque até chegar lá eu fico com medo de cair.
Ah eu fico com muito medo de cair, na verdade deixo até de fazer algumas coisas por causa desse medo.
Para mim mudou porque agora eu ando engatinhando
Eu ando engatinhando e reparando no chão, no piso.
...porque perto dela [piscina] o piso é escorregadio
e aí eu tenho que prestar mais atenção ainda. Então para evitar, nem passo ali perto.
...aí, eu falei, não vou pegar com essa perna, está tudo molhado. Minando, escorrendo água, eu que não vou pisar aí...
...mas eu só vou onde está limpo, também onde está sujo eu não vou e eu tenho que reparar bem aonde eu piso.
Eu não ando de bambolê porque escorrega muito.
...eu sinto mais firme com o pé no chão, com o bambolê posso escorregar.
...e quando eu ando aqui no quintal eu ando com cuidado, cuidado mesmo.
...depois que cai eu vou ficar sentindo dor para sempre, não sou mais criança, então eu tenho que andar com cuidado.
Então quando eu vejo que vou ficar abaixada e eu posso desequilibrar e cair eu não abaixo. Se eu for fazer alguma coisa que eu acho que eu corro o risco de cair, eu não faço.
Eu não ando mais de ônibus, de jeito nenhum, uma que ali é muito alto pra subir e outra que o ônibus balanceia
I-12 ...mas eu tomo cuidado para não cair, até porque dói muito mesmo.
Ah, aqui eu faço de tudo, lavo, passo, cozinho...
I-14 ...agora já tomo cuidado para andar, para não cair de novo...
...eu comecei a andar mais lento para ver se não caio mais
AGRUPAMENTOS - REPERCUSSÕES DAS QUEDAS DOS IDOSOS NA VIDA
DOS FAMILIARES
CATG FAM FALA OBSERVAÇÃO
IMP
AC
TOS
PSI
CO
LÓG
I
CO
S
F-1 Ela sai sozinha também, mas a gente fica preocupado...
Familiares relatam com
frequência o medo que
sentem em relação ao idoso
cair novamente, porém, a
Muda a estrutura da família, a preocupação...
F-2 Dessa última vez que ela caiu eu fiquei com muito medo, porque como eu tenho essas dificuldades,
eu fico com medo de perder minha mãe... palavra medo surge também
quando relacionada a
fraturas. Choro e desespero
foram também relatados,
bem como o surgimento do
medo após o evento queda e
ausência do mesmo antes de
sua ocorrência.
Quando ela foi para o Pronto Socorro porque tinha caído eu chorei muito, fiquei desesperada.
Quando a gente vai andar de ônibus, eu tenho medo que ela caia naquele degrau de entrar porque ele é muito alto e tenho medo da perna dela não conseguir alcançar.
F-3 Eu também fico com medo de ela cair de novo, na verdade tenho medo de ela quebrar um braço, uma perna...
F-5 A gente fica com medo, porque cair é perigoso, cair de mau jeito, quebrar um braço, uma perna, cabeça, perigoso.
...e até a gente mesmo fica mais preocupado.
Depois que cai é que surge o medo...
F-6 ...ando mais rápido, então nem preciso ficar preocupado comigo, só com ela mesmo.
F-7 Na hora eu fiquei assustada, porque eu fiquei sabendo que ele tinha caído da cadeira, mas eu ainda não sabia se tinha machucado.
...então eu fico com medo de ele cair e machucar de verdade.
F-10 ...só fiquei com medo de ela cair, na verdade medo todo mundo tem?
...mas no fundo também tenho medo de cair e medo que ela caia, porque acho que não tem nesse mundo quem não tem medo de cair, ainda mais depois que fica velho.
F-12 ...então eu tenho muito medo mesmo que ela caia.
Eu só tenho medo que ela caia de novo e não aguente, porque dessa vez já foi difícil para ela, imagina se ela cair de novo, acho que vai ser cada vez pior...
Mas igual dessa vez eu fiquei preocupada, porque vi que tinha sido de verdade mesmo.
...dessa vez que ela ficou com muita dor e quebrou o pé eu fiquei preocupada, porque vi que tinha sido de verdade mesmo.
F-15 Ah, mudou bastante porque agora tem a preocupação, às vezes toca um telefone nove da noite aí a gente já pensa a mãe caiu. Então é mais a preocupação.
Então depois que caiu a gente fica sempre preocupado
CATG FAM FALA OBSERVAÇÃO
IMP
AC
TO
SOC
IAL
NO
TR
AB
ALH
O E
V
IDA
FIN
AN
CEI
RA
F-8 ...foram uns duzentos reais que a gente gastou com os remédios e as coisas para o curativo dele. Para quem ganha um salário e paga água, luz, telefone, imagina só, pesado demais para a gente.
Prejuízos financeiros foram citados quando relacionados à compra de medicamentos devido a dor da queda e à confecção de curativos, bem como gastos com aluguel de
F-11 ...desmarco alguns clientes para poder cuidar, mas isso eu nem me importo, porque são meus pais, faço isso de retribuição...
F-12 ...então se ela estiver bem, está tudo bem, mas se ela não estiver, aí tenho que faltar no serviço
andadores para o idoso. Um familiar afirmou desmarcar clientes por ter que atender à mãe durante suas atividades profissionais. Diminuição da carga horária, falta no trabalho, colocar outra pessoa na função também foram trazidas à lembrança dos familiares.
...eu tive que diminuir meu trabalho para ficar com ela em casa.
...aí quando vi que ela estava melhor eu voltei a trabalhar.
...meu patrão deixou eu dar tempo do serviço.
aí ela [nora] acabou arrumando outra pessoa e colocando no meu lugar lá na casa dela.
...aí quando vi que ela estava melhor eu voltei a trabalhar.
Quando ela caiu eu liguei para o meu patrão e falei que não ia mesmo, e não tinha quem me fizesse ir.
...meu patrão deixou eu dar tempo do serviço.
...na época a gente teve que comprar bastante remédio por causa da dor que ela estava sentindo
F-13 De primeiro eu trabalhava bastante [...] agora eu nem tenho a possibilidade porque só fica nós três aqui...
F-15 Ela usou pouco tempo o andador, porque ela caiu [...] aí nós tivemos que alugar o andador, mas ela usou pouco tempo.
CATG FAM FALA OBSERVAÇÃO
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F-8 ...tive que ficar fazendo sopa um bom tempo, porque a boca dele ficou toda inchada que ele caiu de cara no chão...
Os familiares tinham que ficar a disposição do caidor, visto que quando o mesmo necessitava de algo, o familiar estava pronto para executar a função. Fazer comida especial, realizar serviços domésticos, oferecer copo de água a todo momento, noites foram passadas em claro, revezamento dos familiares para realizarem o cuidado e até mesmo a sobrecarga de trabalhos em casa. Alguns familiares protestaram a ausência dos pais, pois os mesmos tinham que deixá-los para cuidar dos idosos, enquanto outros reclamavam em ter que “pajear” o longevo a todo momento. Entretanto, esses impactos aconteceram apenas em momentos imediatos à queda, não
F-11 ...quando precisava de alguma coisa, sempre me chamava.
...dessa vez ela ficou dependendo de mim para tudo porque não podia levantar...
Na época que ela caiu, só sobrecarregou porque ela é muito ativa, lava roupa, faz comida, só não limpa a casa. Aí quando cai você fica sobrecarregada nesse aspecto, porque você está fazendo um cabelo e tem que largar para fazer comida, lavar roupa, tem que parar para ver isso, porque ela não está podendo.
F-12 ...ela ficava pedindo água toda hora para a gente e eu não aguentava mais, era chato
Ah eu ajudava ela, fazia comida, levava comida na cama...
...colocava minhas crianças para cuidar, fazer almoço...
...eu que fiquei cuidando das casas, das roupas, de tudo, levava no médico.
Mas eu que levava ela para o banheiro, fazia comida...
F-13 ...eu que cuidei, eu fiquei noites e noites sem dormir...
F-14 ...tinha que trabalhar e quando chegava em casa, ainda ficava cuidando dela...
F-15 ...uma noite eu ficava, na outra a minha irmã
ficava, e a outra ficava de dia, ficava minha sobrinha, o meu irmão, todo mundo ficava.
persistindo e sendo prolongados.
Eu acho bom dividir com meus irmãos, mas acaba sobrecarregando do mesmo jeito...
Olha eu passei dificuldade porque nessa época ela era gorda eu peguei um mal na coluna de andar com ela...
...e eu tinha que trocar ela, fralda tudo...
CATG FAM FALA OBSERVAÇÃO
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F-3 A gente só fala para não ficar fazendo coisa que pode cair...
Os familiares assumem papel de superproteção com o idoso, fato que pode fazê-lo sentir incapaz de realizar algumas atividades e promover maior dependência. Entretanto, os familiares realizam essas restrições apenas com o sentido de proteção com o longevo, pois percebem suas fragilidades e tentam evitar consequências maiores. A vigilância e supervisão a distância acontecem rotineiramente, talvez seja uma forma de não demonstrar ao idoso que está sendo vigiado e mantê-lo ativo, quando na verdade está sendo protegido aos olhares dos familiares. Após o evento da queda,a família intensifica a atenção, pois o percebem mais fracos e suscetível a recorrência da mesma, sendo assim, para evitá-las, procuram estar próximos a todo momento, restringindo vida social de ambos e assumindo um comportamento protetivo e ao mesmo tempo restringido.
...a gente já falou várias vezes para ela tomar cuidado...
F-4 ...ela é muito agitada, mas eu fico observando só de longe, sempre fico por perto quando ela está andando lá no fundo do quintal.
F-5 Depois que ela começou a cair, a gente [família] decidiu que ela só iria sair com alguém, e esse alguém sou eu...
Acho que fiquei mais atento até comigo mesmo, porque sou velho também, só que mais forte que ela... A gente observa bastante ela, depois que começou a cair
... a gente sempre avisa ela para tomar cuidado...
Agora a gente tem um pouco mais de cuidado com ela.
Antes acho que eu não prestava muita atenção nisso, mas depois que ela caiu eu sempre estou atento...
... só aqui na irmã dela que é pertinho que ela vai sozinha, mas aí eu fico olhando vigiando, até ela chegar lá.
F-6 Ela anda bem devagarzinho, toda curvada para frente, aí tem que tomar cuidado com ela o tempo todo.
O cuidado ficou maior, porque não pode ficar muito sozinha e ela também ficou mais esquecida depois que caiu, ela lembra das coisas mas não de tudo.
F-7 Eu até tirei os tapetes da casa, agora só tem no banheiro e na cozinha mesmo.
Ah eu dou a mão para ele, se vai subir na escada eu fico olhando para ver se não cai, às vezes eu subo para ele porque eu sei que não vou cair né.
...fico vigiando porque antes eu não ficava, falo para minha mãe tirar os tapetes de casa porque o chão daqui de casa é bem liso...
F-12 ... só que a gente fica mais atenta com ela, sempre tem alguém junto...
A gente fica em cima dela o tempo todo para não deixar ela fazer as coisas...
Acho que eu fiquei mais cuidadosa com ela
...fico falando para ela tomar cuidado, para deixar
que eu faço isso.
...acho que a melhor coisa é a gente tentar evitar de ela cair mesmo, porque não quero ver ela triste e doente de novo.
ANEXOS
HOSPITAL UNIVERSITÁRIOJÚLIO MULLER-
UNIVERSIDADE FEDERAL DE
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
Pesquisador:
Título da Pesquisa:
Instituição Proponente:
Versão:
CAAE:
Impacto das Quedas dos Idosos na Vida das Famílias
ANNELITA ALMEIDA OLIVEIRA REINERS
Faculdade de Enfermagem - Cuiabá - UFMT
1
11753712.8.0000.5541
Área Temática:
DADOS DO PROJETO DE PESQUISA
Número do Parecer:
Data da Relatoria:
179.251
20/12/2012
DADOS DO PARECER
As quedas podem ocasionar consequências tanto físicas quanto psicológicos no idoso, que vão desde
fraturas, internações, procedimentos cirúrgicos até medo de voltar a cair, isolamento social e rearranjo
familiar. Diante desses achados nas literaturas nacionais e internacionais, buscamos identificar os impactos
que podem ser ocasionados na família desse idoso caidor. Alguns relatos de pesquisas publicadas citam
conflito entre familiares para assumirem os cuidados com idoso, conflitos conjugais devido a atenção
exclusiva ao idoso, parentes que receberam tratamento inadequado enquanto crianças por parte do idoso,
hoje se vêem diante da situação executar o cuidado e apoio ao mesmo. Diante desses achados, buscamos
identificar esse impactos nas famílias proveniente da queda do idoso. Trata-se de estudo exploratório e
descritivo, com abordagem qualitativa.os sujeitos serão as famílias de idosos que sofreram quedas. Esses
idosos foram identificados em estudo anterior realizado, no ano de 2012, sobre as condições de saúde das
pessoas com 60 anos ou mais residentes na zona urbana do município de Cuiabá ¿ MT (Cardoso, 2012).
No total, 109 idosos relataram ter caído nos últimos três meses. Critério de inclusão: Morar no mesmo
domicílio do idoso há pelo menos 1 ano. A coleta de dados será realizada no período de janeiro a março de
2013 por meio de entrevista semi-estruturada, utilizando um roteiro com perguntas sobre o impacto da(s)
queda(s) do idoso na vida das famílias. As entrevistas serão realizadas no domicílio.
Apresentação do Projeto:
Investigar o impacto das quedas dos idosos na vida das famílias.
Objetivo da Pesquisa:
78.060-900
(63)3615-8254 E-mail: [email protected]
Endereço:Bairro: CEP:
Telefone:
Rua Fernado Correa da Costa nº 2367Boa Esperança
UF: Município:MT CUIABA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIOJÚLIO MULLER-
UNIVERSIDADE FEDERAL DE
Riscos: A pesquisa não oferece nenhum risco de vida e desconforto mínimo
Benefícios: AS RESPOSTAS BENEFICIARÃO O ENTENDIMENTO, POR PARTE DOS PROFISSIONAIS
DE SAÚDE E DOS ENVOLVIDOS, A RESPEITO DO IMPACTO NA VIDA DAS FAMÍLIAS OCASIONADOS
PELAS QUEDAS DOS IDOSOS.
Avaliação dos Riscos e Benefícios:
Pesquisa importante para a área.
Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:
Folha de rosto adequada, com compromisso do gestor da instituição.
Inclui autorização de gestor da SMS.
TCLE: aprovado
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:
Incluir benefícios diretos para os entrevistados caso surjam dúvidas como orientações, esclarecimentos, etc.
Recomendações:
Propomos a aprovação do projeto.
Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:
Aprovado
Situação do Parecer:
Não
Necessita Apreciação da CONEP:
Projeto aprovado em relação à análise ética.
Considerações Finais a critério do CEP:
CUIABA, 20 de Dezembro de 2012
SHIRLEY FERREIRA PEREIRA(Coordenador)
Assinador por:
78.060-900
(63)3615-8254 E-mail: [email protected]
Endereço:Bairro: CEP:
Telefone:
Rua Fernado Correa da Costa nº 2367Boa Esperança
UF: Município:MT CUIABA