canais de marketing - unisalesiano - … · web viewesse processo já ocorre há alguns anos nas...
TRANSCRIPT
LOGÍSTICA REVERSA: UMA ALTERNATIVA PARA REDUZIR CUSTOREVERSE LOGISTICS: AN ALTERNATIVE TO REDUCE COST
Bruna Catallão – [email protected] Heloisa Fogolin – [email protected]
Pedro Luiz Fogolin Filho – [email protected] do UNISALESIANO
Profª Ma. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame - UNISALESIANO [email protected] Profª Ma. Heloisa Helena Rovery da Silva - UNISALESIANO [email protected]
RESUMO
Nos últimos anos a logística reversa adquiriu maior importância, devido às mudanças ambientais e o reconhecimento dos consumidores. A iniciativa relacionada à logística reversa tem trazido consideráveis retornos para as empresas, economia com a utilização de embalagens retornáveis ou com reaproveitamento de matérias para produção tem trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas. Além disto, os esforços em desenvolvimento e melhorias nos processos de logística reversa podem produzir também retornos consideráveis, que justificam os investimentos realizados. Este trabalho vem explicitar a importância da logística reversa no setor produtivo da empresa Promilat/SP, como uma oportunidade de adicionar valor a imagem da empresa junto à sociedade com relação aos aspectos ambientais e a sua responsabilidade social, criando diferenciais competitivos e gerando gestão integrada do ciclo do produto e dos custos envolvidos ao longo da vida do produto, possibilitando desta forma a redução de custos e gerando vantagem frente aos seus concorrentes.
Palavras-chave: Logística Reversa. Redução de custos.
ABSTRACT
In recent years, reverse logistics has become more important due to environmental changes and consumer recognition. The initiative related to reverse logistics has brought considerable returns for businesses, saving with the use of returnable containers or reuse of materials to production gains that have brought increasingly stimulate new initiatives. Moreover, efforts towards development and improvements in reverse logistics processes can also produce considerable returns that justify the investment. This work comes explain the importance of reverse logistics in the productive sector of the company Promilat / SP, as an opportunity to add value to the company's image in the society with respect to environmental and social responsibility, creating competitive advantages and generating integrated management cycle the product and the costs involved lifetime of the product, thus enabling cost reduction and generating advantage over their competitors.
Keywords: Reverse Logistics. Cost reduction.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012
INTRODUÇÃO
. A logística reversa vem sendo reconhecida como a área da logística
empresarial que planeja, opera e controla fluxo e as informações logísticas
correspondentes ao retorno de bens ao seu ciclo produtivo de origem ou a sua
destinação como matéria prima, a outro ciclo produtivo. A logística reversa se insere
em um processo de revisão conceitual da manufatura, na medida em que esta
passou a discutir os impactos econômicos e ambientais da produção mais limpa em
suas estratégias de negócios (ADLMAIER; SELLITTO, 2007).
Segundo Ballou (1993), ela estuda a melhor forma de se atingir um melhor
nível de rentabilidade na distribuição de produtos até o consumidor, planejando,
organizando e controlando o movimento e estocagem, de forma a proporcionar
facilidade no fluxo de mercadorias.
A logística reversa é a área responsável por um fluxo reverso de produtos,
seja qual for o motivo: reciclagem reusa recall, devoluções entre outras a
importância deste processo reside em dois extremos: em um, as regulamentações,
que exigem o tratamento de alguns produtos após seu uso, o segundo é a
possibilidade de agregar valor ao que seria lixo.
Segundo LACERDA (2002), a utilização de embalagens retornáveis ou o
reaproveitamento de materiais em processos produtivos tem proporcionado
economia para as empresas que utilizam estas práticas, o que vem cada vez mais
despertando interesse em adotá-las. A logística reversa pode trazer ganhos diretos
às empresas por meio da recuperação de produtos e redução de custos com o
descarte adequado de materiais usados. Como exemplo: os equipamentos
eletrônicos, que, normalmente, têm vida útil bastante curta, devido ao acelerado
avanço tecnológico. Seus componentes, no entanto, podem ser reutilizados.
O objetivo da pesquisa foi caracterizar a logística reversa e mostrar as
oportunidades de redução de custos e a crescente sensibilidade ecológica
relacionada ao meio ambiente.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012
1 LOGÍSTICA REVERSA
Lacerda (2002), define que logística reversa pode ser entendida como sendo
o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de matérias-primas,
estoque em processo e produtos acabados (e seu fluxo de informação) do ponto de
consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recapturar valor ou realizar um
descarte adequado.
A logística reversa trata dos aspectos de retornos de produtos, embalagens ou
materiais ao seu centro produtivo. Esse processo já ocorre há alguns anos nas
indústrias de bebidas (retorno de vasilhames de vidro) e distribuição de gás de
cozinha com a reutilização de seus vasilhames, isto é, o produto chega ao
consumidor e a embalagem retorna ao seu centro produtivo para que seja reutilizada
e volte ao consumidor final em um ciclo contínuo. (DONATO, 2008).
Segundo Barbieri e Dias (2002), a logística reversa deve ser concebida como
um dos instrumentos de uma proposta de produção e consumo sustentável, por
exemplo, se o setor responsável desenvolver critérios de avaliação ficará mais fácil
recuperar peças, componentes e embalagens reutilizáveis e reciclá-los.
A importância da logística reversa está relacionada, além da contribuição para
a preservação do meio ambiente, também como a redução de custos e matérias na
produção, acionando assim, a satisfação do seu consumidor a preços competitivos e
respeitando as legislações ambientais cada vez mais rígidas. (SINNECKER, 2007).
O estudo da logística reversa tornou-se relevante em função do crescimento
da frequência das operações reversas nos últimos tempos, as empresas e a
sociedade passaram a dar atenção especial para este tema, tendo em vista a
vantagem competitiva. Conforme levantamentos efetuados é possível concluir os
seguintes fatos de acordo com Leite (2000):
a) a devolução de mercadorias tem se tornado uma prática comum dos
clientes de varejo, visto seu alto nível de exigência;
b) os produtos tornam-se obsoletos cada vez mais rápido devido ao avanço
tecnológico, o que obriga as empresas a eliminarem tais produtos da forma
mais econômica possível;
1.1 O âmbito econômico e social da logística reversa
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012
A importância da logística reversa pode ser vista em dois grandes âmbitos: o
econômico e o social. O econômico refere-se aos ganhos financeiros obtidos a partir
de práticas que envolvem a logística reversa. Por exemplo, uma empresa pode
reduzir seus custos reutilizando materiais que seriam descartados pelos clientes
finais, como retorno de revistas que não foram vendidas. Após a triagem, voltam às
bancas como promoções.
O âmbito social diz respeito aos ganhos recebidos pela sociedade. Por
exemplo, ao se depositar menos lixo em aterros sanitários, adotando-se a
reciclagem, reduz-se a chance de contaminação de lençóis freáticos e elimina a
possibilidade de corte de árvores.
1.2 Logística reversa: sinônimo de ciclo de vida
Por traz do conceito de logística reversa está um conceito mais amplo que é o
do ciclo de vida. A vida de um produto, do ponto de vista logístico, não termina com
sua entrega ao cliente. Produtos se tornam obsoletos, danificados, ou não
funcionam e deve retornar ao seu ponto de origem para serem adequadamente
descartados, reparados ou reaproveitados, danificados ou absoletos dos pontos de
consumo até os locais de reprocessamento, revenda ou de descarte.
Do ponto de vista financeiro, fica evidente que além dos custos de compra de
matéria-prima, de produção, de armazenagem e estocagem, o ciclo de vida de um
produto inclui também outros custos que estão relacionados a todo o gerenciamento
do seu fluxo reverso. Do ponto de vista ambiental, esta é uma forma de avaliar qual
o impacto que um produto sobre o meio ambiente durante toda a sua vida. Esta
abordagem sistêmica é fundamental para planejar a utilização dos recursos
logísticos de forma a contemplar todas as etapas do ciclo de vida dos produtos.
Neste contexto, pode-se então definir logística reversa como sendo o
processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de matérias-primas,
estoque em processo e produtos acabados (e seu fluxo de informação) do ponto de
consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recapturar valor ou realizar um
descarte adequado. (LACERDA, 2002).
Figura 1: Processo logístico direto e reverso
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012
Fonte: Adaptado de Lacerda (2002).
O processo de logística reversa gera materiais reaproveitados que retornam
ao processo tradicional de suprimento, produção e distribuição, conforme indicado
na figura 1.
Este processo é geralmente composto por um conjunto de atividades que
uma empresa realiza para coletar, separar, embalar e expedir itens usados,
medicamentos, dar destinação final e adequada aos produtos que estiverem sendo
comercializados na rede de farmácia no Estado do Paraná, que estejam com seus
prazos de validade vencidos ou fora de condições de uso.
1.3 A logística reversa como forma de diferencial competitivo.
A utilização da logística reversa como forma de diferencial é importante para a
empresa. A obtenção de vantagem competitiva é um dos principais fatores que
levam as organizações a implementarem o processo reverso de distribuição.
Mudanças no comportamento de consumo das pessoas também têm
contribuído para a incorporação da logística reversa por parte da empresa. Além
deste aumento da eficiência e da competitividade das empresas, a mudança na
cultura de consumo por parte dos clientes também tem incentivado a logística
reversa. Os consumidores estão exigindo um nível de serviço mais elevado das
empresas e estas, como forma de diferenciação e fidelização dos clientes, estão
investindo em logística reversa. (CHAVES; MARTINS, 2005).
1.5 Gestão de custos
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012
Materiais novos
novis
Materiais reaproveitado
s
novis
Processo Logístico Direto
Suprimento Produção Distribuição
Processo Logístico Reverso
De acordo com Dutra (2003), custos é a parcela do gasto que é aplicada na
produção ou em qualquer outra função de custo, gasto esse desembolsado ou não.
Custo é o valor aceito pelo comprador por adquirir um bem ou é a soma de todos os
valores agregados ao bem desde sua aquisição, até que atinja o estágio de
comercialização.
De acordo com Crepaldi (2004), qualquer que seja o sistema, necessita da
distinção entre custos e despesas. Teoricamente, a distinção é fácil: custos são
gastos (ou sacrifícios econômicos) relacionados com a transformação de ativos
(exemplo: consumo de matéria prima ou pagamento de salários), despesas são
gastos que provocam redução do patrimônio (exemplo: impostos, comissões de
vendas etc.). E gastos é o termo genérico que pode representar tanto um custo
como uma despesa, é o compromisso financeiro assumido por uma empresa na
aquisição de bens e serviços.
1.6 Etapas da reciclagem
Segundo Batista e Pagliuso (2006), a caracterização das etapas do processo de
reciclagem, considerando as atividades que cada uma delas compreende, pode ser
descrita da seguinte maneira:
a) coleta: é a atividade de recolhimento dos materiais, nos locais onde são
depositados ou descartados pelos consumidores ou usuários;
b) separação: atividade de triagem dos materiais por seus tipos (plástico, vidro,
metal, madeira, papel etc.);
c) revalorização: etapa intermediária em que os materiais separados são
preparados para serem transformados em novos produtos;
d) transformação: é o processamento dos materiais revalorizados para a
geração de novos produtos/insumos destinados a novos ciclos produtivos.
Para compreender a reciclagem, é importante alterar o conceito que se tem
de lixo, de algo sujo e inútil em sua totalidade. O primeiro passo é perceber que o
lixo, quando encaminhado ao processo de tratamento correto, é fonte de riqueza.
Para tanto, necessita que se faça uma separação de materiais, (BATISTA;
PAGLIUSO, 2006).
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012
1.7 Tipos de reciclagem
Segundo a empresa COMPAM (2009), os principais tipos de reciclagem são:
a) metal: são muito utilizados em equipamentos, estruturas e embalagens
devido sua elevada durabilidade, resistência e facilidade de conformação,
separam-se as sucatas em ferrosos e não ferrosos;
b) papel: a reciclagem de papel é utilizada na transformação de novas folhas
de papel comercialmente vendidas e são cortadas em tamanhos pré-
definidos. Os mais comuns são carta e A4, usados em escritórios e
tarefas escolares. As gráficas também usam papel em tamanho A3,
principalmente para confecção de cartazes;
c) plástico: vem das resinas derivadas do petróleo e pertence ao grupo dos
polímeros (moléculas muito grandes, com características especiais e
variadas). A palavra plástica tem origem grega e significa aquilo que pode
ser moldado. Além disso, uma importante característica do plástico é
manter a sua forma após a moldagem;
d) vidro: o caco funciona como matéria prima já balanceada, podendo
substituir o feldspato que tem função fundente, pois o caco precisa de
menos temperatura para fundir. Os cacos devem ser separados por cor
(transparente, marrom e verde). (COMPAM, 2009).
1.8 A importância da logística reversa para redução de custos no processo
produtivo.
Com a logística reversa, as empresas criam uma imagem diferenciada, com
novas oportunidades de lucros através da introdução das preocupações ambientais
em sua estratégia corporativa e buscam constantemente por produtos e processos
de menor impacto ambiental e de acordo com o desenvolvimento sustentável
(LEITE, 2002).
De acordo com Lacerda (2000), as iniciativas relacionadas a logistica reversa
tem trazido consideráveis retornos para as empresas, como economia com a
utilização de embalagens retornáveis ou reaproveitamento de materiais.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012
Esta atitude no processo de produção tem trazido ganhos que estimulam
cada vez mais novas iniciativas, pois os esforços para o desenvolvimento e melhoria
nos processos de logística reversa, além de proporcionar a redução dos custos,
podem produzir, também, retornos consideráveis, que justificam os investimentos
realizados.
A logística reversa tornou-se um assunto prioritário nos negócios da empresa,
devido ao seu potencial de incremento simultâneo entre a satisfação do cliente e a
rentabilidade da empresa. (MINAHAN, 1998).
Um programa bem estruturado de logística reversa pode proporcionar a
geração de informações valiosas, como exemplo: a identificação de padrões de
defeitos ou áreas problemáticas da empresa, que podem estar resultando numa
diminuição dos volumes de lucros, além de informações sobre o comportamento do
consumidor e atendimento das suas expectativas ou até mesmo, se é o momento de
retirar um produto de linha, devido a insatisfação por parte dos clientes.
(DAUGHERTY et al., 2002).
De acordo com Kim (2001), a gestão de retorno de produtos é mais do que
decidir o que fazer com ele, envolve a captura de informações que permitam
entender os motivos do seu retorno e com isto atuar sobre as causas da insatisfação
dos clientes contribuindo para reduzir os retornos futuros, além de que um processo
rápido e eficiente para os clientes aumenta a credibilidade.
Estas informações podem ajudar tanto na fabricação, na embalagem e nas
ações de marketing (promoções com produtos de retorno em determinados
mercados e melhoria do produto/serviço).
De acordo com Costa e Valle (2006), as atividades da logística reversa obtém
o melhor reaproveitamento de produtos usados por meio da utilização do fluxo
reverso podem agregar valor ao produto no mercado, pela imagem corporativa
associada ao respeito ao meio ambiente, além de captar oportunidades econômicas
para o processo produtivo, como a redução de compra de matéria prima virgem.
Outros pontos a serem lembrados e que podem impulsionar a aplicação da logística
reversa são:
a) considerações econômicas e ambientais estão forçando as empresas a
utilizarem embalagens retornáveis;
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012
b) a maior consciência das empresas com relação a todo o ciclo de vida de
seus produtos, ou seja, ser legalmente responsável pelo seu destino após
a entrega dos produtos ao cliente, evita a geração de impacto negativo ao
meio ambiente;
c) a matéria-prima nova está se tornando menos abundante, e
consequentemente, mais cara;
d) as economias geradas para ás empresas devido ao reaproveitamento de
materiais e componentes secundários, além de apresentar diferenciação
em serviço ao cliente à medida que o fabricante tem políticas mais liberais
de retorno de produtos, apresenta uma vantagem em relação à
concorrência;
e) há eliminação de produtos que se tornam obsoletos devido ao alto grau
de desenvolvimento tecnológico;
f) face às regulamentações, muitas empresas são obrigadas a recolherem
seus produtos quando os mesmos atingem o final da vida útil;
g) as empresas devem desenvolver produtos amigáveis ao meio ambiente,
h) técnicas para recuperação de produtos e gerenciamento do desperdício
devem ser desenvolvidas.
A competição de mercado tem levado as empresas a desenvolverem o
processo de recuperação de produtos objetivando evitar que terceiros tomem ciência
sobre sua tecnologia de produção ou, até mesmo, para afastar a possibilidade de
surgimento de novos competidores no mercado, situação que pode levar à redução
do faturamento. Um exemplo são as empresas de telefonia móvel situadas no Brasil,
que por meio de suas revendas, oferecem a troca do aparelho telefônico usado por
um novo, pagando ao cliente somente a diferença de preço entre os aparelhos.
Segundo o Conselho de Gestão da Logística (1993), a estruturação de um
canal de distribuição reverso para o reaproveitamento de metais ferrosos e não
ferrosos, papéis e gorduras de restaurantes foi realizada devido aos ganhos
apresentados aos agentes envolvidos.
Conforme menciona Stock (1998), toda empresa, independentemente do
ramo, tamanho, tipos de produtos ou localização geográfica, pode beneficiar-se do
planejamento, implementação e controle de atividades da logística reversa, mesmo
que não haja imposição governamental.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012
Como podem ser observados, os fatores econômicos apresentam-se por meio
de ganhos diretos e indiretos, os quais segundo Stock (1998), são:
a) ganhos diretos: reaproveitamento de materiais, redução de custos, adição
de valor na recuperação;
b) ganhos indiretos: antecipação à imposições legislativas, proteção contra a
competição de mercado, imagem corporativa associada à proteção
ambiental, melhoria de relacionamento fornecedor/cliente.
A logística torna-se, neste momento, uma ferramenta importante na busca
desta vantagem competitiva, contribuindo para minimizar os custos operacionais,
controlando a produção, auxiliando nas tomadas de decisões e fazendo com que as
organizações busquem conhecimento no processo de informação, contribuindo
assim para a eficiência na cadeia de suprimentos, maximizando o lucro e fidelizando
clientes (KOTLER; KELLER, 2006).
Ganhos financeiros e logísticos são apenas um dos benefícios que a logística
reversa é capaz de proporcionar. Somem-se também os ganhos à imagem
institucional da companhia por adotar uma postura ecologicamente correta, atraindo
a atenção e preferência não só dos clientes, mas dos consumidores finais. (MIGUEL
NETTO, 2004).
De acordo com Lacerda (2002), economias com a utilização de embalagens
retornáveis ou com o reaproveitamento de materiais para produção têm trazido
ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas. O reaproveitamento de
materiais é um dos processos que fazem parte da dinâmica da logística reversa, e é
um dos aspectos que mais possibilidades possuem para se agregar valor aos
materiais retornáveis no processo inverso.
A cada dia que passa a logística reversa, ganha força e espaço no mercado,
seja pelo importante apelo ambiental ou pela redução potencial de custos.
(CARDOSO, 2006, apud RAZZOLINI E BERTÉ, 2009, p. 57).
Bowersox; CLOSS (2001), afirma que “a logística reversa se aplicada tanto
como um fator de redução de custos na cadeia produtiva como um meio de
preservação ambiental.” Com a otimização no uso dos produtos e matérias-primas, e
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012
a reutilização, proporcionam melhores resultados econômicos para as organizações
e causam menos impactos ao meio ambiente.
1.9 Estudo de caso na empresa Promilat
Foi realizada, uma pesquisa de campo na empresa Promilat localizada na
cidade de Promissão SP, onde atua no setor de indústria e comercio de produto
lácteos, com o intuito de conhecer melhor os sistemas e processos de produção da
empresa, se a mesma utiliza ou não a logística reversa no meio produtivo, com esta
ideia em mente foi escolhido o setor de produção de requeijão para o estudo de
caso. Neste setor é produzido o requeijão tipo cremely que é embalado em dois
tipos diferentes de embalagens, uma é o balde de 3,600kg e a outra é conhecida
como bag que comporta 5 kg do produto, a tabela a seguir demonstra os principais
custos envolvidos no processo de produção.
Quadro 1: Custos de produção do requeijão com embalagem de 3,600kg.
Componentes Custo unitário Quantidade Custo total Porcentagem
Amido modificado R$ 2,20 kg 2,500 kg R$ 5,50 0,80%
Aroma R$ 9,22 kg 0,250 kg R$ 2,31 0,34%
Sal fundente R$ 2,20 kg 0,300 kg R$ 0,66 0,10%
Sal redutor R$ 6,00 kg 0,350 kg R$ 0,90 0,13%
Sal comum R$ 7,50 kg 2,300 kg R$ 17,25 2,52%
Sorbato de potássio R$ 14,00 kg 0,100 kg R$ 1,40 0,20%
Creme de leite R$ 3,50 lt. 25 litros R$ 87,50 12,79%
Massa R$ 10,87 kg 45 quilos R$ 489,29 71,54%
Funcionário R$ 4,95 p/ha 30 min R$ 2,47 0,36%
Energia elétrica R$ 3,75 p/ha 30 min R$ 1,88 0,27%
Balde 3,6kg R$ 2,20 unid. 32 unid. R$ 74,80 10,94%
custo total do produto R$ 683,96 R$ 683,96 Fonte: Elaborado pelos alunos, 2012.
Quadro 2: Custos de produção do requeijão com embalagem de 3,600kg.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012
Componentes Custo unitário Quantidade Custo total Porcentagem
Amido modificado R$ 2,20 kg 2,500 kg R$ 5,50 0,80%Aroma R$ 9,22 kg 0,250 kg R$ 2,31 0,34%Sal fundente R$ 2,20 kg 0,300 kg R$ 0,66 0,10%Sal redutor R$ 6,00 kg 0,350 kg R$ 0,90 0,13%Sal comum R$ 7,50 kg 2,300 kg R$ 17,25 2,52%Sorbato de potássio R$ 14,00 kg 0,100 kg R$ 1,40 0,20%Creme de leite R$ 3,50 lt. 25 litros R$ 87,50 12,79%Massa R$ 10,87 kg 45 quilos R$ 489,29 71,54%Funcionário R$ 4,95 p/ha 30 min R$ 2,47 0,36%Energia elétrica R$ 3,75 p/ha 30 min R$ 1,88 0,27%Bag 5kg R$ 0,47 unid. 23 unid. R$ 11,28 1,65%custo total do produto R$ 620,44 R$ 683,96 Fonte: Elaborado pelos alunos, 2012.
O quadro 1 representa os custos de produção de requeijão, embalado com
baldes 3,600kg e o quadro 2 representa os mesmos custos, somente alterado o tipo
de embalagem conhecida como bag que comporta 5 kg de requeijão. Se mantidos
os custos de todos os produtos exceto os das embalagens, nota-se que a
embalagem do tipo bag representa 84,92% a menos de custo em relação com a
embalagem dos baldes de 3,600kg, e na composição final do custo do produto esta
troca representa um total de 9,28% de redução de custos por lote de 115kg de
requeijão produzidos. No tocante valor esta porcentagem representa R$ 63,52
produção.
Com esta análise, caso a empresa opte por esta opção, além de obter
vantagem competitiva frente a seus concorrentes, melhora sua imagem no tocante
meio ambiente, pela troca por uma embalagem menos agressiva ao meio ambiente.
CONCLUSÃO
A logística reversa é ainda, de maneira geral, uma área com baixa prioridade.
Isto se reflete no pequeno número de empresas que tem gerências dedicadas ao
assunto. Pode-se dizer que se está em um estado inicial no que diz respeito ao
desenvolvimento das práticas de logística reversa.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012
Esta realidade, como vista, está mudando em resposta a pressões externas
como um maior rigor da legislação ambiental, a necessidade de reduzir custos e a
necessidade de oferecer mais serviço através de políticas de devolução mais
liberais, a logística reversa deve ser usada não só para ganhar novos mercados
como para se manter nele.
Os esforços em desenvolvimento e melhorias nos processos de logística
reversa podem produzir também retornos financeiros, de imagem corporativa e de
nível de serviço consideráveis que justificam os investimentos realizados. A
implantação da logística reversa é de suma importância para a gestão empresarial
como um diferencial de mercado trazendo benefícios à empresa.
REFERÊNCIAS
ADLMAIER D. SELLITTO M. A. Logística Reversa. 2007. Disponível em www.logisticareversa.net.br. Acesso em: 24/05/2011.
BALLOU, R. H. LOGÍSTICA EMPRESARIAL: Transportes, administração e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.
BARBIERI, J. C.; DIAS, M.; Logística reversa como instrumento de programas de produção e consumo sustentáveis, Revista Tecnologística. São Paulo, 2002.
BARBOSA, S. I. Definição de Reciclagem. 2009. Disponível em: http://reciclagemonserrate.blogspot.com.br/2005/11/definio-de-reciclagem.html. Acesso em: 17/08/2012.
BATISTA L. M. PAGLIUSO V. S. O. Gestão ambiental: um enfoque á reciclagem. 2006. Monografia (Graduação em Administração) Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins.
BOWERSOX, D. J. CLOSS, D. J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.
CARDOSO, S. C. Logística reversa: alavancagem do setor e foco no meio ambiente. 2006. Disponível em: http://www.netcomex.com.br/noticias.asp?id_tipo_noticia=1&id_secao=1&id_noticia=4546. Acesso em: 21/11/2006.
CAVALCANTE, C. Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. São Paulo: Cortez, 1995.
CHAVES, G. L. D.; MARTINS, R. S. Diagnóstico da logística reversa: na cadeia de suprimentos de alimentos processados no oeste paranaense. São Paulo: 2005.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012
Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/46959380/28/LOGISTICA-REVERSA-NO-SETOR-DE-COMPUTADORES. Acesso em: 18/08/2012.
CLM – (Conselho de gestão da logística), Council of Logistics Management. Reuse and Recycling Reverse Logistics Opportunities. Illinois, Council of Logistics Management, 1993. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/51463725/616-Logistica-Reversa-SEGeT-06. Acesso em: 17/08/2012.
COSTA, L. G. VALLE, R. Aplicação da logística reversa e da reciclagem de embalagens PET: como estratégia de operações "amigável" com o meio ambiente.
CREPALDI, S. A. Curso básico de contabilidade de custos. São Paulo, 3ed,
Atlas, 2004.
COMPAM – Comércio de Papeis e Aparas Mooca Ltda. O que é reciclagem. 2009. Disponível em: http:www.compam.com.br/oquereciclagem.htm. Acesso em: 13/08/ 2012.
DAUGHERTY, P. J. et al. Information support for reverse logistics: the influence of relationship commitment. 2002. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_STO_069_492_11739.pdfAcesso em: 18/08/2012.
DONATO, V.; Logística verde: uma abordagem sócio-ambiental. Rio de Janeiro: Ciência Moderna LTDA, 2008.
DUTRA, R. G. Custos: uma abordagem prática. São Paulo, 5 ed. Atlas, 2003.
KIM, H. Manufacturers profit by managing reverse supply chains. 2001. Disponível em: http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/1146.pdf. Acesso em: 17/08/2012.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.LACERDA, L.; Logística reversa: uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais, Rio de Janeiro: COPPEAD/UFRJ, 2002.
LEITE, P. R. Canais de Distribuição Reversos. Revista Tecnologística. São Paulo, 2000.
MIGUEL NETTO, R. Logistica Reversa uma nova ferramenta de relacionamento. 2004. Disponível em: http://www.guialog.com.br/Y523.htm. Acesso em: 17/08/2012.
MINAHAN, T. Manufacturers take aim at end of the supply chain. Purchasing, 1998. Disponível em: http://www.fucape.br/_public/producao_cientifica/2/Dalmacio,%20Flavia%20Z%C3%B3boli.A%20Log%C3%ADstica%20Reversa%20como.pdf. Acesso em: 17/08/2012.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012
PIVA, M. A. WIEBECK, H. Reciclagem do plástico: como fazer da reciclagem um negócio lucrativo. São Paulo: Artliber, 2004.
RAZZOLINI, E. BERTÉ, R. O reverso da logística: e as questões ambientais no Brasil. Curitiba: Ibpex, 2009.
SIMPLÍCIO, P. E. RIBEIRO, F. L.; REY, S. M. N. Otimização de processos industriais em uma empresa recicladora de plástico. 2008. Monografia (Curso sequencial em gestão e controle de produção) Centro universitário de Lins, UNILINS, Lins.
SINNECKER, C. A. Estudo sobre a importância da logística reversa em quatro grandes empresas da região metropolitana de Curitiba, 2007. Disponível em: www.advancesincleanerproduction.net/third/files/sessoes/6. Acesso em: 23/05/2011.
STOCK, J. R. Development and Implementation of Reverse Logistics Programs, Oak Brook, IL: Council of Logistics Management. 1998. Disponível em: www.airl-logistique.org/fr/files/?view=281. Acesso em: 05/05/2011.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 3., n.7, jul/dez de 2012