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JOURNAL OF AGING AND INOVATION(EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951 Volume 1. Edição 2
VOLUME 1 . EDIÇÃO 2
JOURNAL OF AGING AND INOVATION(EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951 Volume 1. Edição 2
EDITORIAL JANEIRO, 2012
C a r o s L e i t o r e s d a R e v i s t a d e
Envelhecimento e Inovação, assistimos no
passado mês de Dezembro ao início de um
marco importante no panorama científico da
Gerontologia em Portugal, com a primeira
edição desta revista.
Realço este facto por se tratar de um
periódico “nascido” no seio da associação
Amigos da Grande Idade, que sem sombra
de dúvida veio dar um novo impulso, uma
nova perspectiva acerca da realidade dos
idosos em Portugal, seus direitos e
desenvolvimento de melhores condições
para um envelhec imento act ivo. A
disponibilização desta revista surge na
continuidade desta filosofia, permitindo aos
profissionais que cuidam da grande idade
acesso a conhecimento cientifico recente,
de produção nacional e Internacional,
t r a n s v e r s a l a v á r i o s c a m p o s d a
g e r o n t o l o g i a . D i g o i s t o p o r q u e é
fundamenta l para o idoso que os
profissionais se preocupem com questões
relacionadas com o risco clínico, bem como,
com os aspectos inerentes a condições
crónicas, que impliquem uma atenção
integral ou ventilação não-invasiva, sem
esquecer aqueles que muitas vezes são
esquecidos, os cuidadores da pessoa idosa.
Também o tratamento de feridas é alvo de
investimento cientifico a partir desta edição,
pois sabemos o impacto que tem a
prevalência destas na grande idade.
Sabemos que as úlceras de pressão (UP)
constituem, pelo seu impacto quer a nível
socioeconómico quer na qualidade de vida
da pessoa, um grave problema de saúde e
que os registos epidemiológicos traduzem a
m a g n i t u d e d a p r o b l e m á t i c a , c o m
prevalências acima de 38% (PETERSON et
al, 2010). Morison (2004) e Braden (1997),
defendem que, ao se prestar cuidados
preventivos completos a pessoas tendo em
c o n t a o r i s c o p o d e - s e r e d u z i r o
aparecimento de UP até 50% a 60%. Já
para Gouveia e Miguéns (2009) 95% das
UP são passíveis de serem prevenidas. No
que respeita a úlceras das extremidades
inferiores sabemos que a insuficiência
venosa, doença arterial periférica e diabetes
mellitus são responsáveis por mais de 90%
do total de úlceras de perna (Mekkes e tal
2003), sendo que, representam um
problema de saúde a nível mundial
afectando sobretudo a população idosa, em
especial a população feminina com idade
superior a 65 anos. Existem estudos que
revelam que 30% dos doentes tem historial
de úlcera há mais de 10 anos. O historial
desta doença é um ciclo contínuo de
cicatrização e recidiva durante décadas.
(Moffat e Dorman, 1995).
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É neste enquadramento que se torna
legitimo mobilizar a evidência científica mais
pertinente e colocar este conhecimento ao
serviço da prática, pois só assim se
conseguem resultados efectivos. Mais do
que simplesmente reproduzir práticas
rotineiras, pretende-se quebrar alguns dos
mitos acerca das feridas crónicas, focando
aspectos cruciais, que emergem da
investigação e que se mostram decisivos,
no que respeita a interromper o processo de
estagnação em que a ferida se encontra. É
no tomar controlo deste tipo de situação,
conseguir controlar os sintomas associados
e cicatrizar de facto a ferida, para além de
nos limitarmos a tapar e destapar feridas,
com o passar das semanas, que reside o
ponto de viragem na qualidade de vida do
idoso e ai poderemos dizer que também
e s t a m o s a c o n t r i b u i r p a r a u m
envelhecimento, com qualidade!
É reconhecendo esta problemática,
que começamos por publicar também um
artigo relativo ao processo de cicatrização
das feridas crónicas, sem esquecer de
abordar aspectos básicos acerca do
material de penso e de abordar assuntos
importantes, como é o da infecção da ferida
crónica ou da oxigenoterapia hiperbárica.
São este tipo de conhecimentos
cientí f icos, construídos para serem
colocados ao serviço dos profissionais, que
pretendemos disponibilizar, pois temos uma
ambição legitima: Melhorar cada vez mais
os cuidados prestados à pessoa idosa.
Neste sentido e graças à grande
afluência de trabalhos de elevada qualidade
científica, o conselho editorial tomou a
decisão de tornar a revista trimestral.
Esperamos que com o passar do
tempo a revista passe a ser uma referência
científica para quem cuida da pessoa idosa,
convidando desde já o leitor a partilhar
connosco algum tema científico que assim
entenda. Votos de uma agradável leitura.
Os meus cumprimentos!
Vítor Santos, RN, CNS, MsC, Centro
Hospitalar do Oeste Norte - Peniche