capão bonito - 150 anos (jornal o expresso)

8
O caminho percorrido atØ encontrar o Capªo Bonito O HISTÓRICO s dados sobre Ca- pªo Bonito nªo sªo muito precisos, prin- cipalmente porque o municí- pio foi criado em 1857, mas depois por algum tempo vol- tou a ser distrito de paz. Des- ta forma, alguns educadores afirmam que a cidade nªo completaria neste ano o seu sesquicentenÆ-rio de eman- cipaçªo política e adminis- trativa. Mas vamos ao rela- to que estÆ mais próximo das informaçıes dos ór- gªos oficiais. O município de Capªo Bonito teve sua origem por volta de 1746, num peque- no povoado em terras da entªo Vila Velha, no local denominado Arraial Velho. Recebeu o nome de Nossa Senhora da Concei- çªo do Paranapanema, por situar-se às margens daque- le rio e por ter sido cons- truído no local uma capela sob a invocaçªo de Nossa Senhora da Conceiçªo, sen- do o primeiro vigÆrio Ma- noel Luiz Vergueiro. Por Marco Antonio Citadini REDA˙ˆO D O EXPRESSO Com a descoberta de ouro nas margens do rio das Almas e do ribeirªo do ChapØu, a povoaçªo mu- dou-se para o local onde foi construída nova cape- la, recebendo o nome de Freguesia Velha de Nossa Senhora da Conceiçªo. Foi elevada à catego- ria de vila pertencendo ao município de Itapetininga e à Comarca de Itu pelo alvarÆ de 02 de dezembro de 1811. O lugar onde se localizava a vila era con- siderado insalubre, razªo pela qual o padre Joaquim Manoel Alves Carneiro, entªo vigÆrio da capela, saiu à procura de um novo local para fixaçªo dos mo- radores em definitivo. Pedro Xavier dos Pas- sos, conhecido por Sucu- ri, adquiriu uma grande gleba de terra de proprie- dade do brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar e de sua esposa, dona Domitila de Castro, a Marquesa de San- tos, localizada na fazenda Capªo Bonito. Sucuri fez doaçªo de 150 braças de terra à capela onde o vigÆ- rio entªo fez construir um novo templo. Em 19 de fevereiro de 1840 foi transferida da Freguesia Velha para a nova capela a imagem da santa, passando o local a ser conhecido como Nos- sa Senhora da Conceiçªo de Capªo Bonito. O povoado progrediu rapidamente e em 24 de janeiro de 1843, pela lei n” 3, foi elevado à catego- ria de Distrito de Paz, com a denominaçªo de Capªo Bonito do Paranapanema. Em 2 de abril de 1857, por força de lei promulga- da pelo entªo governador da Província de Sªo Paulo, Conselheiro JosØ Joaquim Fernandes Torres, foi cri- ado o município de Capªo Bonito do Paranapanema, que pertencia a Itapeva da Faxina e a comarca de Ita- petininga. A instalaçªo do município aconteceu em 23 de janeiro de 1858 na residŒncia do senhor An- tonio Brasílio da Silva, lo- cal onde funcionou a 1“ Câ- mara Municipal. Constavam da ata de abertura do Legislativo as assinaturas do alferes JosØ Rodrigues de Carvalho, pre- sidente, e dos vereadores Vicente Ferreira de Proen- ça, Antonio Souto Ferreira, Joªo Gabriel Ferreira, Joa- quim de Deus Cruz, JosØ Augusto de Proença e JosØ Mendes de Queiroz. O Legislativo conseguiu que o governo da província adquirisse 1.500 braças de terra da Fazenda Capªo Bo- nito, adquirida por um con- to e quinhentos de rØis, para formaçªo do município. Em 1873 foi aumen- tada a Ærea do município, com a doaçªo de uma con- siderÆvel Ærea pelo Coro- nel Frederico Martins de Araœjo e de sua esposa AmØlia de Oliveira Lima. Em 28 de abril de 1883 foi criada a comarca e a 07 de maio de 1896 a sede municipal foi eleva- da à categoria de cidade. É considerado seu fun- dador o padre Joaquim Manoel Alves Carneiro. Editorial equipe de O Expresso preparou uma ediçªo es- pecífica em comemoraçªo a esta data especial dos 150 anos do município de Capªo Bonito. Esta ediçªo foi fruto de um trabalho de consultas com vÆrias pessoas da cidade e o objetivo Ø contribuir para que uma parte da história do município nªo se perca com o passar dos anos. O trabalho foi feito buscando informaçıes extra- oficiais e existem lacunas e algumas perguntas ainda sem respostas que deverªo ser esclarecidas com um le- vantamento mais apurado e atØ com participaçªo ofi- cial dos poderes constituídos. O Expresso espera que estas pÆginas sirvam para consulta de nossos educadores, estudantes, pais e de todos aqueles que gostam de Capªo Bonito. Sabemos que elas nªo sªo perfeitas e como tudo na história de um povo, podem ser corrigidas simplesmente por exis- tirem mais de uma versªo para cada fato histórico. Este caderno especial saiu graças ao esforço de toda a equipe dO Expresso e de alguns colaboradores que nªo podemos nos furtar de agradecer mesmo cor- rendo o risco de cometermos alguma injustiça ao es- quecermos de alguØm. Estas pÆginas, que esperamos que fiquem na histó- ria da cidade, só foram possíveis graças a pessoas como Juraci Braz das Chagas, Alice Daniel Olivatti, Remo Olivatti, Jœlio Dias Neto, Ilani Galvªo Dias, Itamar Bernardes de Freitas, JosØ Lopes Teixeira Filho, Armódio de Carvalho, Ariovaldo Rodolfo, JosØ Roberto de Jesus, Dolores Venturelli, Lœcia Almeida, Antonio Amaral Queiroz Filho, Cida Amaral e outros que de alguma ma- neira contribuíram com esta ediçªo especial. Este jornal que completou em janeiro œltimo 15 anos de vida, ou seja, 10% da existŒncia deste municí- pio, espera que esta ediçªo possa servir de contribui- çªo para que as futuras geraçıes tenham pelo menos um referencial sobre sua cidade e sobre as pessoas que fizeram a sua história. Marco Antonio Citadini Diretor de O Expresso IMPRENSA Eles registraram os fatos de nossa história mes e tendo como gerente por um perí- odo, Josino de Paula Araœjo Filho. Contemporâneo da Folha Popular foi A Gazeta, de Waldomiro Rangel, do qual conseguimos exemplares do ano de 1932. Em seguida surge em 1946 para fazer frente a Folha o jornal O Progres- so, que era comandado pelo entªo pre- feito Oscar Kurtz de Camargo. Em se- guida surgem de 60, 70 e 80, O Bandei- rante, A Tribuna Sudoeste e o Fato Novo, este jornal merece um capítulo especial, pois foi comandado pela jorna- lista Solange Gonçalves da Silva, que pos- teriormente colaborou com O Expres- so. Solange foi a primeira mulher a atu- ar na imprensa local neste sesquicen- tenÆrio de Capªo Bonito. O Expresso Ø o caçula dos jornais que surgiram em Capªo Bonito. Fundado em 1992, o jornal, com equipamentos modernos, implantou um novo sistema de se fazer jornal na cidade e impôs agilidade ao jornalismo local. AlØm destes jornais, a cidade contou com outros jornais de humor e contos. Entre eles A Garota e O Colibri. Estes sªo alguns dos jornais que circularam em Capªo Bonito Por Marco Antonio Citadini REDA˙ˆO D O EXPRESSO les informaram a populaçªo de Capªo Bonito durante estes150 anos de história. Foram muitos os homens e mu- lheres que deram uma parte de seus me- lhores anos de vida para deixar re- gistrados os fatos de interesse da coleti- vidade e que ficaram efetivamente mar- cados na história. Após pesquisa feita com colaborado- res, O Expresso descobriu que o primei- ro jornal que se tem informaçªo com cir- culaçªo em Capªo Bonito foi O Demo- crata. Este jornal era de propriedade de Camillo J. A. Lelis e capitªo Calixto Gon- çalves de Almeida, circulava aos domin- gos e seu primeiro ano de circulaçªo foi em 1901. Em seguida constatamos a existŒn- cia de O Imparcial, de Joªo Balbino Diniz, que teve seu 1” ano em 1914. Na seqüŒncia surge O Jornal, de 1919, que era comandado por Oscar R. Freitas e em 1931 nasce a Folha Popular, que mar- cou Øpoca sendo publicado por mais de duas dØcadas sob o comando de Jœlio Go-

Upload: fernanda-pocci

Post on 21-Jul-2016

287 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Capão Bonito - 150 anos (Jornal O Expresso)

O caminho percorrido atéencontrar o Capão Bonito

O HISTÓRICO

s dados sobre Ca-pão Bonito não sãomuito precisos, prin-

cipalmente porque o municí-pio foi criado em 1857, masdepois por algum tempo vol-tou a ser distrito de paz. Des-ta forma, alguns educadoresafirmam que a cidade nãocompletaria neste ano o seusesquicentená-rio de eman-cipação política e adminis-trativa. Mas vamos ao rela-to que está mais próximodas informações dos ór-gãos oficiais.

O município de CapãoBonito teve sua origem porvolta de 1746, num peque-no povoado em terras daentão Vila Velha, no localdenominado Arraial Velho.

Recebeu o nome deNossa Senhora da Concei-ção do Paranapanema, porsituar-se às margens daque-le rio e por ter sido cons-truído no local uma capelasob a invocação de NossaSenhora da Conceição, sen-do o primeiro vigário Ma-noel Luiz Vergueiro.

Por Marco Antonio Citadini

REDAÇÃO D� O EXPRESSOCom a descoberta de

ouro nas margens do riodas Almas e do ribeirão doChapéu, a povoação mu-dou-se para o local ondefoi construída nova cape-la, recebendo o nome deFreguesia Velha de NossaSenhora da Conceição.

Foi elevada à catego-ria de vila pertencendo aomunicípio de Itapetiningae à Comarca de Itu peloalvará de 02 de dezembrode 1811. O lugar onde selocalizava a vila era con-siderado insalubre, razãopela qual o padre JoaquimManoel Alves Carneiro,então vigário da capela,saiu à procura de um novolocal para fixação dos mo-radores em definitivo.

Pedro Xavier dos Pas-sos, conhecido por �Sucu-ri�, adquiriu uma grandegleba de terra de proprie-dade do brigadeiro RafaelTobias de Aguiar e de suaesposa, dona Domitila deCastro, a Marquesa de San-tos, localizada na fazendaCapão Bonito. �Sucuri� fezdoação de 150 braças de

terra à capela onde o vigá-rio então fez construir umnovo templo.

Em 19 de fevereiro de1840 foi transferida daFreguesia Velha para anova capela a imagem dasanta, passando o local aser conhecido como Nos-sa Senhora da Conceiçãode Capão Bonito.

O povoado progrediurapidamente e em 24 dejaneiro de 1843, pela leinº 3, foi elevado à catego-ria de Distrito de Paz, coma denominação de CapãoBonito do Paranapanema.

Em 2 de abril de 1857,por força de lei promulga-da pelo então governadorda Província de São Paulo,Conselheiro José JoaquimFernandes Torres, foi cri-ado o município de CapãoBonito do Paranapanema,que pertencia a Itapeva daFaxina e a comarca de Ita-petininga. A instalação domunicípio aconteceu em23 de janeiro de 1858 naresidência do senhor An-tonio Brasílio da Silva, lo-cal onde funcionou a 1ª Câ-

mara Municipal.Constavam da ata de

abertura do Legislativo asassinaturas do alferes JoséRodrigues de Carvalho, pre-sidente, e dos vereadoresVicente Ferreira de Proen-ça, Antonio Souto Ferreira,João Gabriel Ferreira, Joa-quim de Deus Cruz, JoséAugusto de Proença e JoséMendes de Queiroz.

O Legislativo conseguiuque o governo da provínciaadquirisse 1.500 braças deterra da Fazenda Capão Bo-nito, adquirida por um con-to e quinhentos de réis, paraformação do município.

Em 1873 foi aumen-tada a área do município,com a doação de uma con-siderável área pelo Coro-nel Frederico Martins deAraújo e de sua esposaAmélia de Oliveira Lima.

Em 28 de abril de1883 foi criada a comarcae a 07 de maio de 1896 asede municipal foi eleva-da à categoria de cidade.

É considerado seu fun-dador o padre JoaquimManoel Alves Carneiro.

Editorialequipe de O Expresso preparou uma edição es-pecífica em comemoração a esta data especialdos 150 anos do município de Capão Bonito.

Esta edição foi fruto de um trabalho de consultascom várias pessoas da cidade e o objetivo é contribuirpara que uma parte da história do município não seperca com o passar dos anos.

O trabalho foi feito buscando informações extra-oficiais e existem lacunas e algumas perguntas aindasem respostas que deverão ser esclarecidas com um le-vantamento mais apurado e até com participação ofi-cial dos poderes constituídos.

O Expresso espera que estas páginas sirvam paraconsulta de nossos educadores, estudantes, pais e detodos aqueles que gostam de Capão Bonito. Sabemosque elas não são perfeitas e como tudo na história deum povo, podem ser corrigidas simplesmente por exis-tirem mais de uma versão para cada fato histórico.

Este caderno especial saiu graças ao esforço detoda a equipe d�O Expresso e de alguns colaboradoresque não podemos nos furtar de agradecer mesmo cor-rendo o risco de cometermos alguma injustiça ao es-quecermos de alguém.

Estas páginas, que esperamos que fiquem na histó-ria da cidade, só foram possíveis graças a pessoas comoJuraci Braz das Chagas, Alice Daniel Olivatti, RemoOlivatti, Júlio Dias Neto, Ilani Galvão Dias, ItamarBernardes de Freitas, José Lopes Teixeira Filho, Armódiode Carvalho, Ariovaldo Rodolfo, José Roberto de Jesus,Dolores Venturelli, Lúcia Almeida, Antonio AmaralQueiroz Filho, Cida Amaral e outros que de alguma ma-neira contribuíram com esta edição especial.

Este jornal que completou em janeiro último 15anos de vida, ou seja, 10% da existência deste municí-pio, espera que esta edição possa servir de contribui-ção para que as futuras gerações tenham pelo menosum referencial sobre sua cidade e sobre as pessoas quefizeram a sua história.

Marco Antonio CitadiniDiretor de O Expresso

IMPRENSA

Eles registraram os fatos de nossa históriames e tendo como gerente por um perí-odo, Josino de Paula Araújo Filho.

Contemporâneo da Folha Popular foi�A Gazeta�, de Waldomiro Rangel, doqual conseguimos exemplares do ano de1932. Em seguida surge em 1946 parafazer frente a Folha o jornal �O Progres-so�, que era comandado pelo então pre-feito Oscar Kurtz de Camargo. Em se-guida surgem de 60, 70 e 80, �O Bandei-rante�, �A Tribuna Sudoeste� e o �FatoNovo�, este jornal merece um capítuloespecial, pois foi comandado pela jorna-lista Solange Gonçalves da Silva, que pos-teriormente colaborou com O Expres-so.

Solange foi a primeira mulher a atu-ar na imprensa local neste sesquicen-tenário de Capão Bonito.

O Expresso é o caçula dos jornaisque surgiram em Capão Bonito.

Fundado em 1992, o jornal, comequipamentos modernos, implantou umnovo sistema de se fazer jornal na cidadee impôs agilidade ao jornalismo local.Além destes jornais, a cidade contou comoutros jornais de humor e contos. Entreeles �A Garota� e �O Colibri�.

Estes são alguns dos jornais quecircularam em Capão Bonito

Por Marco Antonio Citadini

REDAÇÃO D� O EXPRESSO

les informaram a população deCapão Bonito durante estes150anos de história.Foram muitos os homens e mu-

lheres que deram uma parte de seus me-lhores anos de vida para deixar re-gistrados os fatos de interesse da coleti-vidade e que ficaram efetivamente mar-cados na história.

Após pesquisa feita com colaborado-res, O Expresso descobriu que o primei-ro jornal que se tem informação com cir-culação em Capão Bonito foi �O Demo-crata�. Este jornal era de propriedade deCamillo J. A. Lelis e capitão Calixto Gon-çalves de Almeida, circulava aos domin-gos e seu primeiro ano de circulação foiem 1901.

Em seguida constatamos a existên-cia de �O Imparcial�, de João BalbinoDiniz, que teve seu 1º ano em 1914. Naseqüência surge �O Jornal�, de 1919, queera comandado por Oscar R. Freitas e em1931 nasce a �Folha Popular�, que mar-cou época sendo publicado por mais deduas décadas sob o comando de Júlio Go-

Page 2: Capão Bonito - 150 anos (Jornal O Expresso)

Artigos Sexta-feira, 06 de abril de 2007

Sesquicentenário representa o transcurso do centésimo qüinqüagésimoaniversário de emancipação política do município(1857-2007), lembrandoque em latim, �sesqui� significa �um tanto e meio�.

Quando há mais de 150 anos, oPadre Manuel Alves Carneiro escolheuo ponto que seria ideal para o povoa-mento que decidira formar, trazendoconsigo os que se dispunham acom-panhá-lo da Freguesia Velha até à Fa-zenda Capão Bonito, não se sabe se teveintenções ou se foi por um mero aca-so, acabou por plantá-lo no espaçoonde os caminhos se entrecruzam co-mo num feixe difuso para várias dire-ções. Caminhos percorridos pelos pésdos indígenas antes da chegada dohomem branco. Caminhos que há qua-se dois séculos após, conheceram aspatas dos animais das tropas carguei-ras de muares que atravessavam o paísdo sul ao norte, de leste a oeste trans-portando mantimentos.

Era o sistema de transporte do mo-mento. Além das tropas que se dirigiama Sorocaba, centro da grande feira demuares que atraía gente de todas as par-tes do país, havia simultaneamente, ostransportes da comida: cereais, carnesde suínos, bovinos, toucinho... Carguei-ros com carregamentos de ouro mine-rado nos ribeirões nascentes da serra doParanapiacaba, dos rios Paranapanema,Almas, Ribeirão do Chapéu, São José doGuapiara, onde abundava o precioso me-tal, seguiam os caminhos rumo à corteportuguesa.

A escolha fora decisiva para queCapão Bonito ficasse conhecido comoo coração por onde pulsam as artérias

conduzindo o desenvolvimento, os pro-dutos criados pelo homem para sua so-brevivência. Nesse ir e vir formou-se opovoado de Nossa Senhora da Concei-ção do Capão Bonito do Paranapanema,que após emancipado, passou a se cha-mar apenas Capão Bonito. Na metadedo século XIX, em pleno II Reinado,este município conquistava sua eman-cipação em 2 de abril de 1857.

De lá para cá, findo o ciclo tro-peirista, ainda hoje Capão Bonito tem afama de ser um ponto estratégico, umaporta de entrada em direção ao sul e aolitoral, por onde passam os �moder-nos tropeiros�, os caminhoneiros,transportando toneladas de cargas deuma só vez em carretas que mais pa-recem longas locomotivas.

Políticos, governantes e cidadãos,muito batalharam para que o desenvol-vimento não apenas passasse por aqui,mas se fixasse no município, na re-gião rural, no cultivo de suas terras,ou na cidade, contribuindo para o pro-gresso da urbes.

E assim ela foi crescendo princi-palmente pelo fato de os fazendeirosque mantinham casas na cidade paranegócios, festas, atividades religiosas,políticas e sociais, iam aos poucos ins-talando suas famílias enraizando-as nacomunidade. A etnia desde o início,compunha-se de descendentes dos in-dígenas; de portugueses, da linhagemdos bandeirantes; negros que vieramna época da escravatura trabalhar para

seus senhores; espanhóis que coloni-zaram os países fronteiriços, até a che-gada de imigrantes.

Os caminhos trouxeram osjaponeses, que em 2008 comemoram100 anos de imigração, a maioria delesseguiu para a lavoura; imigrantes liba-neses que se aventuraram a negociarpelos caminhos do interior vendendosuas mercadorias ou instalando ven-das e botecos nas beiras dos caminhosou no centro da cidade; Imigrantes ita-lianos para as granjas e fazendas dealgodão; alemães e outras raças emmenor número.

Migrantes que iam e vinham deoutros estados, sobretudo do sul: gaú-chos, mineiros, catarinen-ses, para-naenses... As modernas rodovias jápropiciaram a vinda de nordestinos, donorte e do centro-oeste, de tal formaque Capão Bonito tornou-se cosmopo-lita e nem imaginamos a origem de tan-tos habitantes que nesse ir e vir, aca-baram ficando.

Capão Bonito não é dos primeirosem número de habitantes, da região; en-tretanto cresce lentamente, uns vêm, ou-tros vão... assim se eleva o número deeleitores. Politicamente, é motivo essen-cial para que benefícios possam vir emvez de ir. Muita coisa que tinha, já se foi...seguiu outros rumos... Mas ainda há mui-to por vir, e no futuro virá... Enquantoisso o município que completa 150 anos,segue o seu destino em meio a estes ca-minhos de ir e vir.

Alice Elias Daniel OlivatiMestranda em Comunicação e Cul-

tura Midiática, na UNISO-Sorocaba;Professora na Faculdade de Pe-

dagogia, FAIT, Itapeva;Na Faculdade de Letras da AEI -

Itapetininga e no Colégio Sacré Coeur,em Capão Bonito.

Pelos caminhos de ir e vir,Capão Bonito traça seu destino

CAPÃO BONITO- 150 ANOS

A imprensa e os 150 anos de Capão Bonito

Por Alice Elias Daniel Olivati

ESPECIAL PARA O EXPRESSO

Por José Roberto de Jesus

ESPECIAL PARA O EXPRESSO

Oportuna, louvável e atépedagógica a iniciativa do dire-tor-presidente deste jornal, Mar-co Antonio Citadini, que tentaresgatar e contar a história dojornalismo em Capão Bonito ten-do como mote os 150 anos deemancipação político-adminis-trativa do município.

Os jornais, que por suafunção de ofício registraram ahistória de Capão Bonito, fazemjus, certamente, a um lugar dedestaque nessa história.

Entendo que a empreitadado diretor d�O Expresso deveter sido gratificante enquantotrabalho de pesquisa e catalo-gação de datas e autorias, po-rém penosa pela ausência de umacervo municipal dedicado àimprensa local, a qual, acredi-to, é rica em material históricoque nenhuma administração sedeu ao trabalho de organizar.

Mas, afinal, como é, eprincipalmente como foi, �fa-zer� um jornal numa pequenacidade do interior? É possívelexplicar a vontade e determina-ção estóica de pessoas comoJúlio Gomes, João Balbino Di-niz, João Lopes Teixeira, José

Carlos Tallarico, Solange Gon-çalves da Silva e Marco Anto-nio Citadini, que cada um comsua ideologia e estilo, foram res-ponsáveis pela circulação depublicações como a Folha Po-pular, O Imparcial, O Coli-bri, A Garota, O Bandeiran-te, Tribuna Sudoeste, FatoNovo, O Expresso.

De alguma forma, possotentar responder a essa questão,já que fui editor de dois �hebdo-madários� e fundador de umoutro aqui em Capão Bonito, eassim como esses abnegadoseditores que citei acima, tomeicontato (em Capão Bonito) como ofício de �montar� um jornalcom todas as dificuldades dovelho sistema de Gutenberg, asletras em caixotinhos, com umgrupo de meia dúzia de pessoas(componedores) para compor osartigos letra por letra, palavra porpalavra.

Na redação, constituídapor duas pessoas, fazíamos umpouco de tudo: a reportagem, apaginação, a revisão, os edito-riais. E na velha �Minerva�, umaimpressora alimentada manual-mente pelo impressor, tiráva-mos quatro páginas semanaisd�O Bandeirante (arrendado

junto a uma instituição social)com muita dificuldade. Isso, nadécada de 80. A �evolução� téc-nica para nós chegou com a�linotipo�, uma �máquina fan-tástica� (hoje já devidamenteaposentada) que eliminou os �ti-pos de caixa�, e que compunhalinhas inteiras em chumbo.

Com a linotipo, eu e Solan-ge Gonçalves (acredito que a

primeira jornalista mulher a tra-balhar em Capão Bonito, sendoela também o primeiro jornalis-ta com diploma a exercer seusofícios aqui) montamos nossopróprio jornal: Fato Novo.

Mais tarde, O Expressoviria revolucionar o jornalismoimpresso em Capão Bonito, ado-tando a modernidade, investin-do na computação gráfica, na

impressão em off set e no co-lorido estampado em suas pá-ginas. Penso que cada jornal,com as características ideoló-gicas que seus editores lhes im-primiram, informou, (e infor-mam) à sua maneira, capítulosda história capão-bonitense.

Acompanhando e vivenci-ando a trajetória do jornalismoimpresso em Capão Bonito, que-ro acreditar que, apesar da tec-nologia (ou da falta dela) o quetinham (e têm) em comum es-sas pessoas que fizeram circu-lar seus jornais, era a necessi-dade de registrar uma realidadee também influir nela, afinal,jornalismo é uma atividade quese define por uma ética e nãopor uma técnica.

Por isso, reverencio a ati-tude de todos aqueles que sepropuseram à tarefa de infor-mar a população, tentando mos-trar a notícia como ela é. Seique, diferentemente daquelestempos, as técnicas disponí-veis hoje para �montar� e levaràs bancas um veículo de infor-mação permitem que qualquerum que tenha um computadore uma idéia na cabeça se aven-ture a essa tarefa. Mas seriaisso suficiente?

Acho que o grande jorna-lista Alberto Dines ilustra bemessa questão: �fazer um jornalde verdade, independentemen-te do veículo circular na Aveni-da Paulista ou em Pirajuí (ou emCapão Bonito, acrescento eu)não é apenas usar os mesmosrecursos de informática que seusam em Tóquio, Paris ou NovaIorque, mas produzir um jornalsério, independente, bem escri-to, bem diagramado, valorizaros fatos locais, a história local,as pessoas do lugar, sem per-der de vista o que se passa pelomundo�.

À medida que se colocar aserviço da comunidade para lu-tar pelas causas coletivas, àmedida que tiver a comunidadecomo sua única referência epreocupação, o jornal conquis-tará prestígio e respeito Os queagem com seriedade ficam namemória histórica da cidade, osque traem a confiança da co-munidade são execrados e es-quecidos para sempre.

José Roberto de Jesus,foi editor dos jornais �O Ban-deirante�, �O Expresso�, �OBuriense� e fundador do jor-nal �Fato Novo�.

C/2

Page 3: Capão Bonito - 150 anos (Jornal O Expresso)

Religião Sexta-feira, 06 de abril de 2007

O município de Capão Bo-nito vive nos dias atuais umpluralismo de representação noaspecto religioso.

O município conta cominúmeros templos religiosos dasmais variadas tendências e de-nominações. É forte a presençade segmentos evangélicos nomunicípio.

Este crescimento das igre-jas evangélicas acompanha atendência em todo país, que dei-xou ao longo dos últimos anosde ser uma nação eminentemen-te católica. Embora a igreja ca-tólica não seja mais uma unani-midade, ela teve importânciafundamental para o surgimentoe no crescimento de Capão Bo-nito. A povoação surgiu em tor-no da capela em homenagem àNossa Senhora da Conceição e

CAPÃO BONITO 150 ANOS

Religiosidade e poder juntos em 150 anos de históriaPor Marco Antonio Citadini

REDAÇÃO D� O EXPRESSO

A atual Matriz em fase de construção que foi concluída em 1920

Padre João Moderiano, passagem polêmica pela ParóquiaCônego Pedro, o padre que mais ficou à frente da Igreja e quetambém foi prefeito da cidade

Frei Ponciano, um dos primeiros a comandar a paróquia

A primeira Matriz da então Capão Bonito do Paranapanema no século XIX: tão bonita quanto a atual

com as transferências de locais,sempre uma nova capela foimotivo para aglomeração da po-pulação. Um dos primeiros lí-deres religiosos do município foio Frei Ponciano de Montaldo.O Frei recebeu até nome de ruae sua figura física com longabarba chamava a atenção dapopulação. Até os dias atuais aigreja tem significativa impor-tância, liderando grandes even-tos de caráter religioso, cultu-ral e de assistência social. Qua-se todas as entidades sociais domunicípio, como Santa Casa,Casa do Menor, Asilo, CentroSocial, entre outros, surgiramde movimentos religiosos ou davontade de alguns padres quecomandaram não só os desti-nos da comunidade cristã, masaté mesmo do município. Den-tre os párocos que comandarama paróquia Nossa Senhora daConceição, o Cônego Pedro Jo-sé Vieira foi o que por mais tem-

po ficou à frente do comandoda paróquia.

Ao total, foram 33 anos àfrente da igreja local e por 4anos acumulou também o car-go de prefeito municipal entreos anos de 1972 a 1976.

Outros padres também fi-zeram história em Capão Boni-to, embora não tenham atuadopor muito tempo no município,entre eles um filho da terra, pa-dre Arlindo Vieira. Muito humil-de, alguns cidadãos afirmamque o padre nascido em CapãoBonito em 19 de julho de 1897e falecido em Diogo de Vas-concellos (MG), em 04 de agos-to de 1963, fez milagres e de-veria ser candidato a uma bea-tificação pelo Vaticano.

Nem só de tranqüilidade foia passagem dos párocos porCapão Bonito, o italiano JoãoModeriano, nascido em Pla-tischis (Itália) e falecido a 04 deoutubro de 1951 em Capão Bo-

nito, teve sériosproblemas com li-deranças políticaslocais. Muito secomenta que opadre teria rogado7 pragas na cida-de, pelo sofrimen-to que teve queenfrentar. Os maisantigos chegamaté em falar emagressão físicacontra João Mo-deriano. Relatossobre a vida doentão pároco noLivro Tombo daigreja mostramque realmente opadre teve queenfrentar muitasdificuldades nomunicípio. Eracomum ver o pa-dre João Mode-riano montado acavalo para che-gar até as comu-nidades rurais eprosseguir com oseu trabalho deevangelização.

Atualmente acidade conta comduas paróquias -Nossa Se-nhora Padre Arlindo Vieira, filho da terra é considerado milagroso

por muitos de seus conterrâneos capão-bonitenses

da Conceição e São Paulo Após-tolo -, tendo como párocos ospadres Élcio Antonio dos San-tos Silva e Evanil Carvalho Oli-veira, além dos padresFernando Batista Campos eHenrique Helsloot. Este últimoradicado em Capão Bonito hámais de 30 anos merece umcapítulo especial por seu traba-lho dedicado às crianças caren-tes do município à frente doCentro de Assistência Social.

As igrejasComo toda cidade do inte-

rior, Capão Bonito cresceu emtorno de sua Igreja Matriz. Aprimeira igreja foi construídalogo na criação do município.No início do século 20, a co-munidade decidiu construir umano-va matriz que foi terminadaem 1920. Logo após a conclu-são da nova igreja, ela recebeuum relógio doado pelo capitãoJus-tiniano Soares de Andrade.

Comenta-se que o exem-plar veio da Europa e que exis-tem somente 3 similares no país.

No início deste século, amatriz Nossa Senhora da Con-ceição passou por uma refor-ma completa, comandada pelos

C/3

padres Pedro Martins Vieira eIrineu Travesso. A igreja ga-nhou reforço estrutural e rece-beu no-vo telhado, forro, ilumi-nação, pintura, vitrais e sistema

de som. A igreja é consideradaainda um ponto turístico muitoprocurado da cidade, por suabeleza e pela fé dos católicos quevisitam a cidade.

Page 4: Capão Bonito - 150 anos (Jornal O Expresso)

Inauguração do sistema de água emCapão Bonito na gestão do pre-feito Sílvio Gonçalves deAlmeida

entre 1942 e 1944

Comitiva de Capão Bonito sendo recebida pelogovernador Carvalho Pinto na década de 60.Da esquerda para direita - OrlandoVenturelli, Joaquim Machado, RaulVenturelli, Pedro Braz, Eusébio Ródia,

Cônego Pedro, Governador Carvalho Pinto,Narlir Elias, Laudelino de Lima Rolim,Rodolfo Fadino e deputado Israel DiasNovaes

Carnaval de 1982 no Capão Bonito Clube.Uma das maiores foliãs da cidade, sra.Zulmira Camargo de Almeida, ao lado desua irmã, Ana Barbosa, e seu filho, An-tonio Carlos de Almeida

Componentes da Orquestra Ideal queabrilhantava as festas na década de 30 e40. Da esquerda para a direita. Em pé �Joaquinzinho Baleiro, Camilo Silves-tre, João de Sales, Sílvio de Almeida,Pedro Contieri, Neco Silvestre. Senta-dos � Rafael Gemignani, NildoCacciacarro, Barreto e Levan

Terezinha �Théia� Teixeira, considerada uma dasmais belas da década de 50 de Capão Bonito

Restaurante Brahma em São Paulo. Dia 30 demarço 1962, aniversário do então prefeito RaulVenturelli. Da esquerda para direita �Orlando Venturelli, Pedro Braz, Dr Raul,João Squatequaza, Raul Homem de Góes,Joaquim Machado e Narlir Elias

Década de 30. Da esquerda para direita � ascrianças da família Galvão: Júlio, Ilani,Inês e Iraci

Entrada do Capão Bonito Clube na décadade 30. Em pé - Sílvia Castanho. Senta-das da esquerda para direita - ZenaideCastanho de Almeida e Clarice Barreto

Capão Bonito Clube, Carnaval da década de

60. João Oliva, Arlete, Generoso, Chico

Galinheiro, Ziza e Rosa Maria

Page 5: Capão Bonito - 150 anos (Jornal O Expresso)

Residência da família Toledo na praça RuiBarbosa em 1943. Na janela � Abílio Men-des, Clotilde Vieira Mendes, Maria deLourdes Mendes de Toledo. Em pé da esquerdapara

direita � Juvenal Bonilha de Toledo, LauroBonilha de Toledo (com o filho Laurinho),Jandira, Marquetti, Suzana Bonilha deToledo, Maria Emília Campos deToledo e Orlando Bonilha de Toledo

Bodas de Ouro do casal João e Artulivia Venturelli,década de 60. Em pé, da esquerda para direita -Ana, Dolores, Bibi, Vera Lúcia, Anésia,Arizinho, Ary, Eliça, Odete, Orlando,Terezinha. Sentados - Ângela, Maria José,Raulzinho, Artulívia,

João Venturelli, Maria Tereza, Nioma,Merici e Roberto

Bodas de Ouro do casal João e Artulivia VenturelliJoão Venturelli, Orlando, Chico Galinheiro,

Célio e DonaArtulívia

Casamento de José Carlos e Mariada Graça, na década de 70.

José Carlos Venturelli, GeorginaGalvão Venturelli, Deiga e ZéOito

Formandos da Escola Jacyra Landim Stori. À es-querda - Cônego Luis, ao lado dona Jacyra.

À direita - prof. Paulo Gemignani, filho doemérito Mário Gemignani, patrono daBiblioteca Municipal 1952

Formandos da Escola Normal Leonor Mendes deBarros, ano de 1968. 1ª fileira � da esquerda para di-reita Zé Roque, César, Zetão, Carlito, Isac,Lauro, Adilson, Pedro Paulo, Toninho, Juraci,Bilo, Robertinho e José Antonio. Fileira do meio �Paulinho, Margarida, Emília, Ana, Lígia, Flora,Maria Alice, Sueli, Preciosa, Vera, Rosa,Rosinha, Maria, Fernandes, Helenice e Pedrina.Agachados � Adonis, Roquinho, Silas, Zé Elias,Euripão, César Contieri, Vinícius, Gastão e Remo

Aniversário de 10 anos de Izilda Galvão. Déca-da de 30. Da esquerda para direita � JoaquimPortuguês, Zé Amaral, Maria Dias,Julinho, Policarpo, Júlio Galvão, IzildaLeopoldina Galvão, Ilani, Zezinho, AlcidesArruda, Francisca, Zilda Mendes, AliceDias, Iraci e Inês. Na mesa � os meninosJúlio e João

Em tempo de verão o tanque do Venturelli era a op-ção na década de 50, hoje no atual Vale Verde,Tereza Amaral, Cida Amaral e Geni Oliveira

João Venturelli e filhos - Bibi,Orlando, Odete, Ziza e Raul,em foto familiar de 1930

Família Braz das Chagas unida na Festa do Di-vino na década de 50. Em pé � Maria AliceChagas, Mário Braz das Chagas, JuraciBraz das Chagas, Maria Celeste Chagas eJosé Carlos Braz das Chagas. Sentados � ocasal Honória Ferreira Chagas (Nórica) ePedro Braz das Chagas

Page 6: Capão Bonito - 150 anos (Jornal O Expresso)

A transformação da cidade nestes 150 anos

O município de Capão Bo-nito conta com cerca de 47 milhabitantes.

Localizado ao sul do Es-tado de São Paulo, a uma alti-tude de 705 metros e com umterritório de 1.691 quilômetrosquadrados.

Sua economia está base-ada em atividades como a agri-cultura, reflorestamento, extra-ção mineral, comércio e peque-nas indústrias.

Várias atividades econô-micas foram fundamentaispara o desenvolvimento domunicípio.

Cada atividade teve suaimportância no período em queforam mais marcantes.

O tropeirismo foi signifi-cativo nos primeiros anos domunicípio, depois houve a erado algodão no início do século20.

O PROGRESSOE A HISTÓRIA

Com a crise do algodão nadécada de 40, surgiu o comér-cio de suínos e a presença dosprimeiros imigrantes para fo-mentar o desenvolvimento.

Lembram os mais antigosque muitas famílias italianas fo-ram plantar café no bairro doApiaí-Mirim, mas com a pri-meira geada e conseqüenteperda do café, os imigrantes seinstalaram na cidade em ofí-cio que tinham trazido do ve-lho continente.

Um outro fato tambémcontribuiu para a cidade se re-cuperar da crise do algodão.

Ao servir de passagem deligação rodoviária entre Curi-tiba e São Paulo, a cidade ex-perimentou por anos um cres-cimento principalmente nossetores de serviços destinadosa atender o trânsito da rodoviaque ligava o sudeste ao sul.Com a construção da BR 116pelo Vale do Ribeira, o movi-mento da estrada SP 250 pra-ticamente acabou e com issoa cidade enfrentou anos de es-tagnação, mas a produção e o

comércio de cereais e a vindada Cesp, substituindo a Com-panhia Paranapanema de E-nergia, fez com que o municí-pio tivesse uma nova arranca-

Vista aérea da praça no final da década de 30

da para o progresso.A duplicação da rodovia

SP 127, que liga Capão Bonitoa Itapetininga, no início do sé-culo 21, também é encarada

Vista do Centro de Cultura Física Oscar Kurtz Camargo logo após sua construção

Piscina e antigo parquinho que funcionava no local, hoje ocupado por escolas

Operários finalizando aconstrução da caixa d�água

da rua General Carneiro

como esperança de desenvol-vimento por muitos no municí-pio e a cidade tem recebidovários melhoramentos nos úl-timos anos com construçõesmodernas feitas pela iniciativaprivada e pelo poder público.

Mas a cidade não perdeseu jeito de cidade tranqüila dointerior. Os mais antigos nãose cansam de lembrar comoeram conhecidas as ruas dacidade.

A rua Floriano Peixoto,como sempre, era e ainda éconhecida como rua Direita,por sua forte presença comer-cial. A rua General Carneiroera conhecida como XispaFogo.

A Silva Jardim era a fa-mosa rua do Pito Aceso, devi-do ao grande número de baresdedicados a atender somentehomens. A rua Campos Salesera conhecida como rua dosFerreiras, devido ao grandenúmero de moradores daque-le bairro. A rua 7 de Setembroera conhecida como rua dasLatrinas. Isto porque o quar-teirão desta rua era estreito e

as privadas eram feitas o maisdistante possível dos poços deágua e com isso as latrinas fi-cavam bem ao lado da calça-das. A rua Marechal Deodoroera conhecida como rua daBiquinha e a 24 de Fevereirocomo rua das Palmeiras.

A rua Saldanha Marinhoera chamada de rua do Quar-tel, devido existir atrás da Igre-ja Matriz a antiga delegacia. Arua 13 de Maio era conhecidacomo rua da Bela Vista, devi-do a visão que ela proporcio-nava da vegetação próxima dacidade.

Onde está localizada aSanta Casa era o largo da San-ta Cruz e a praça da Bandeiraestava localizada atrás da Igre-ja Matriz.

Os mais antigos não secansam de lembrar que a pra-ça Rui Barbosa, a principal dacidade, foi um cemitério bemno início da povoação do mu-nicípio.

Alguns até já afirmam quea praça não deve ser muito al-terada, pois todo prefeito quenela mexe seria castigado.

A cidade Sexta-feira, 06 de abril de 2007

Por Marco Antonio CitadiniJORNAL O EXPRESSO

C/6

Page 7: Capão Bonito - 150 anos (Jornal O Expresso)

Prefeitos Sexta-feira, 06 de abril de 2007

CAPÃO BONITO 150 ANOS

Os homens que comandaram o destino de Capão Bonito

Eles marcaram sua épocaao dirigirem os destinos de Capão

Bonito durante estes 150 anos dehistória.

Alguns tiveram passagensrápidas, outros ficaram um bomtempo à frente do município. Jáoutros, embora não tenham fica-do muito tempo no cargo, por anosconseguiram manter o domíniode seu grupo político.

Nesta edição de 150 anos,O Expresso conta um pouco so-bre os homens que comandaramos destinos de Capão Bonito. Ocargo de prefeito muitas vezes écriticado, mas para muitos políti-cos é o ápice de uma carreira po-lítica. Com a falta de documentosoficiais a história dos cargos écontada por historiadores e edu-cadores do município que reco-lheram alguns documentos visan-do manter preservada a históriado município.

O Expresso fez uma pesqui-sa com estes documentos e rea-

lizou um levantamento de todosos chefes do Executivo que exer-ceram o comando do município.Existem algumas lacunas. A pri-meira delas ocorre na emancipa-ção do município, em 1857, e a 1ªIntendência, em 30 de março de1890. Talvez estes relatos d�O Ex-presso não sejam todos precisose estão sujeitos a algumas mu-danças, mas certamente servirãode registro e de base inicial parauma pesquisa mais aprofundadapor parte de nossas autoridades.

A primeira Intendência, quefuncionava em sistema parecidocom uma Câmara Municipal, eracomposta pelo Cel. FredericoMartins de Araújo, Manoel Ton-done, Alferes José Pereira de Bar-ros, Jacob Rodolfo. Ao que tudoindica, o primeiro intendente deveter sido Cel. Frederico Martins deAraújo. Nas décadas seguintesvárias famílias se revezaram nopoder do município, com desta-que para os Almeida e Venturelli.

O primeiro da família Ven-turelli a assumir foi o Ten. Cel. An-nibal Venturelli, eleito em janeirode 1919.

Em janeiro de 1920 foi eleitoo primeiro membro da família

Almeida, Cel. Ernesto Gonçalvesde Almeida Junior. As duas famíli-as por anos disputaram o coman-do da cidade para seus grupospolíticos.

Os Venturelli ainda elegeramJoão Venturelli por 2 períodos e

tiveram como últi-mo representantena chefia do E-xecutivo o médicoRaul Venturelli,que faleceu duran-te seu mandato,em 20 de agostode 1962, provo-cando com issouma grande co-moção na cidade.

Os Almeidastambém tiveramum grande predo-mínio na política lo-cal e além do Cel.Ernesto Junior, ain-da elegeram Capi-tão Calixto Gonçal-ves de Almeida eSílvio Gonçalvesde Almeida.

Nos levanta-mentos feitos so-bre estes políticosmereceria um ca-pítulo a parte a tra-jetória do CapitãoCalixto Gonçalvesde Almeida, embo-ra fosse tachadopor seus adversá-rios como um ho-mem que seria oresponsável pelanão vinda do trempara a cidade coma alegação de queeste atrapalharia osossego da cida-de, pelos levanta-mentos feitos pe-lo O Expresso estaafirmação constituiu-se numadas maiores mentiras da históriade Capão Bonito.

Capitão Calixto era um ho-mem culto, foi oprimeiro rábula dacidade, era farma-cêutico e músico,além de ser propri-etário do jornal �ODemocrata�, doqual O Expressoconseguiu umacópia. Este jornalcirculou na cidadena virada do sécu-lo e num dos exem-plares que tivemosacesso, o jornalde propriedade docapitão Calixto co-brava a vinda dotrem para a cidade.

O simples fa-to de na época e-xercer várias pro-

fissões confirma o relato de pes-soas mais antigas que informa-ram que o capitão era uma pes-soa culta e uma grande liderançapara época.

Muitos outros políticos tive-ram passagem rápida pela pre-feitura, mas alguns foram mar-cantes.

Um dos nomes que maisagitou a política local foi o do pro-fessor Faustino Cesarino Barreto,que venceu a eleição de outubrode 1955, sem queseu nome estives-se aprovado porseu partido.

Após váriosmeses de disputajudicial foi realizadanova eleição em 26de maio de 1957,em que Barretoacabou sendo vito-rioso novamentepara um mandatoque se encerrouem 31 de dezem-bro de 1959.

Faustino foium dos poucos po-líticos tradicionaisde sua época que,

com a implantação do bipartida-rismo pelo regime militar que seiniciou no país em 1964, aceitouo desafio de filiar-se ao MDB, sen-do o primeiro candidato a prefeitoda legenda em 1968.

O político que por mais ve-zes assumiu a prefeitura foi Os-car Kurtz de Camargo, mas nãofoi o que ficou por mais tempo nopoder, pois em alguns de seusperíodos à frente da prefeitura, Os-car Kurtz ficou apenas 1 mês nocargo, já que havia sido nomea-do para função pelo governadordo Estado.

O ex-prefeito Abib Elias Da-niel foi o político que mais esteveà frente do poder.

Abílio, como era conhecidopopularmente, comandou o mu-nicípio por 10 anos em dois man-datos, um de 6 anos e outro de 4.

Se não tivesse tirado férias edeixado o cargo por alguns diaspara seu vice Octávio Müller Filho,o médico Hélio de Souza poderiater praticamente empatado comAbib Elias no quesito maior tem-po à frente do município. Souza

perdeu a disputa por meses.Entre os políticos que exer-

ceram o comando do municípioexistem nomes pouco conheci-dos como o do professor EzequielNascimento, que foi nomeadopelo governo do Estado e ficou àfrente do município entre dezem-bro de 1945 e abril de 1947. Ou-tros políticos já passaram a serconhecidos fora de Capão Boni-to, como o ex-prefeito Araldo Líriode Almeida, que deixou a cidadepara residir em Itapetininga ondeacabou sendo presidente da Câ-mara. Outro fato que chama aatenção em Capão Bonito é quemesmo a cidade tendo eleito vári-as mulheres para o Poder Legis-lativo, até o século XXI nenhumamulher teve a oportunidade de di-rigir os destinos do município sen-do prefeita, fato que acontece comvários outros municípios, princi-palmente, nos últimos anos.

Que esta edição de O Ex-presso sirva para que autorida-des locais determinem um levan-tamento da história da cidade. Atélá, que este exemplar seja bemusado pelos nossos educadorespara que possamos dar aos nos-sos jovens pelo menos um pou-co de conhecimento de nossa his-tória.

No quadro ao lado pode-severificar os prefeitos da cidade e operíodo em que comandaram omunicípio.

HISTÓRIA

João Venturelli prefeito por 2 vezes: disputavao poder com o grupo do capitão Calixto

Abib Elias Daniel, o que mais tempo ficouà frente do poder

Capitão Calixto Gonçalves de Almeidacomandou por anos a política local

Joaquim Elias de Carvalho, prefeitoda década de 20

1ª IntendênciaDe 30 de março de 1890 a

07 de dezembro de 1890Cel. Frederico Martins de

AraújoManoel TondoneAlf. José Pereira de BarrosJacob Rodolpho

2ª IntendênciaArgemiro Soares de Oli-

veiraDe 07 de dezembro de

1890 a 04 de junho de 1891

EleitoCap. José Joaquim Ferrei-

raDe 04 de junho de 1891 a

03 de setembro de 1891

EleitoJacob RodolphoDe 03 de setembro de

1891 a 07 de outubro de 1891

EleitoPedro Augusto VieiraDe 07 de outubro de 1891

a 23 de dezembro de 1891

EleitoAntonio Joaquim de Aze-

vedo AmaralDe 23 de dezembro de

1891 a 07 de janeiro de 1895

EleitoJacob RodolphoDe 07 de janeiro de 1895

a 07 de fevereiro de 1895

EleitoJoão Castanho de Almei-

da LaraDe 07 de fevereiro de 1895

a 08 de agosto de 1895

EleitoJoão Baptista Luiz VellozoDe 08 de agosto de 1895

a 15 de março 1902

De março de 1902 até1908 sem informação

EleitoJanuário OlivaDe janeiro de 1908 a janei-

ro de 1909

EleitoCap. Heduvirges Luccas

Lima BarbozaDe janeiro de 1909 até de-

zembro de 1910

EleitoJustiniano Soares de An-

dradeDe janeiro de 1911 até ja-

neiro de 1917.

EleitoEstevam DanteDe janeiro de 1917 a janei-

ro de 1918

EleitoPedro Martins de MelloDe janeiro de 1918 até ja-

neiro de 1919

EleitoTen. Cel. Annibal VenturelliDe janeiro de 1919 até ja-

neiro de 1920

EleitoCel. Ernesto Gonçalves de

Almeida JuniorDe janeiro de 1920 a janei-

ro de 1923

EleitoCap. João Baptista LyriaDe janeiro de 1923 até ja-

neiro de 1927

EleitoEstevam DanteDe janeiro de 1927 até ja-

neiro de 1929

EleitoJoaquim Elias de Carva-

lho SobrinhoDe janeiro de 1929 até no-

vembro de 1930

EleitoCap. Calixto Gonçalves de

AlmeidaDe novembro de 1930 até

abril de 1931

NomeadoJoão VenturelliDe abril de 1931 a julho de

1932

NomeadoEmílio SevergniniDe 28 de julho de 1932 a no-

vembro de 1932

NomeadoJoão VenturelliDe novembro de 1932 a mar-

ço de 1934

NomeadoEmílio SevergniniDe março de 1934 a maio

1936

NomeadoPaulo Mendes de CarvalhoDe maio de 1936 a julho de

1938

EleitoPaulo Mendes de CarvalhoDe julho de 1938 a maio de

1939

NomeadoOlegário Antonio de OliveiraDe maio de 1939 a maio de

1942

NomeadoSílvio Gonçalves de AlmeidaDe maio de 1942 a dezem-

bro de 1944

NomeadoVirgílio Lírio de AlmeidaDe 02 de dezembro de 1944

a 24 de novembro de 1945

NomeadoOscar Kurtz de CamargoDe 24 de novembro de 1945

a 26 de novembro de 1945

Nomeado pelo Juiz EleitoralJosino de Paula Araújo FilhoDe 26 de novembro de 1945

a 04 de dezembro de 1945

Nomeado pelo Governo doEstado

Prof. Ezequiel NascimentoDe 04 de dezembro de 1945

a 05 de abril de 1947

Nomeado pelo Juiz EleitoralJosino de Paula Araújo FilhoDe 05 de abril de 1947 a 06

de dezembro de 1947

Nomeado pelo Governo doEstado

Egídio EneiDe 06 de dezembro de 1947

a 31 de dezembro de 1947

Nomeado pelo Governo doEstado

Antonio Enei NetoDe 1º de janeiro de 1948 a

31 de dezembro de 1951

EleitoOscar Kurtz de CamargoDe 1º de janeiro de 1952 a 1º

de fevereiro de 1952

EleitoAraldo Lírio de AlmeidaVice - Belarmino de FreitasEleição - outubro de 1951De 1º de fevereiro de 1952 a

11 de maio de 1955

EleitoBelarmino de FreitasDe 11 de maio de 1955 a 31

de dezembro 1955

EleitoAraldo Lírio de AlmeidaDe 1º de janeiro de 1956 a 11

de janeiro de 1956

EleitoOscar Kurtz de CamargoVice - Oswaldo LucasEleição - outubro de 1955De 11 de janeiro de 1956 a

11 de fevereiro de 1956

Oswaldo LucasDe 11 de fevereiro de 1956 a

05 de setembro de 1956

Oscar Kurtz de Camargo

De 05 de setembro de 1956a 01 de junho de 1957

EleitoFaustino Cesarino BarretoEleição - 26 de maio de 1957De 1º de junho de 1957 a 31

de dezembro de 1959

EleitoDr. Raul VenturelliVice - Antonio Enei NetoEleição - 04 de outubro de

1959De janeiro de 1960 a 20 de

agosto de 1962

Antonio Enei NetoDe 20 de agosto de 1962 a

31 de dezembro de 1963

EleitoOscar Kurtz de CamargoVice - Abib Elias DanielEleição - 06 de outubro de

1963De janeiro de 1964 a 19 de

outubro de 1968

Hélio SantessoDe 19 de outubro de 1968 a

1º de fevereiro de 1969

EleitoAbib Elias DanielVice - Pedro Aliaga PerezEleição - de 15 de novem-

bro de 1968De 1º de fevereiro de 1969

a 31 de janeiro de 1973

EleitoCônego Pedro José VieiraVice - Cornélio Batista da

SilveiraEleição - 15 de novembro de

1972De 31 de janeiro de 1973 a

31 de dezembro de 1976

EleitoAbib Elias DanielVice - Saul Batista da SilveiraEleição - 15 de novembro de

1976De 1º de janeiro de 1977 a

31 de janeiro de 1983

Eleitodr. Hélio de SouzaVice - Prof. Octávio Müller Fi-

lhoEleição - 15 de novembro de

1982De 1º de fevereiro de 1983

a 19 de setembro de 1987Prof. Octávio Müller FilhoDe 20 de setembro de 1987

a 09 de outubro de 1987Dr. Hélio de SouzaDe 10 de outubro de 1987 a

31 de dezembro de 1988

EleitoJosé Carlos Tallarico JuniorVice - José César de SallesEleição - 15 de dezembro de

1988De 1º de janeiro de 1989 a

31 de dezembro de 1992

EleitoDr. Hélio de SouzaVice - Antonio Masaji OkamuraEleição - 15 de novembro de

1992De 1º de janeiro de 1993 a

31 de dezembro de 1996

EleitoRoberto TamuraVice - José Antonio de Oli-

veiraEleição - 03 de outubro de

1996De 1º de janeiro de 1997 a

31 de dezembro de 2000

EleitoRoberto TamuraVice � José Antonio de Oli-

veiraEleição - 03 de outubro de

2000De 1º de janeiro de 2001 a

31 de dezembro de 2004

EleitoJosé Carlos Tallarico JuniorVice � Gerson HussarEleição - 03 de outubro de

2004De 1º de janeiro de 2005 até

os dias atuais

Por Marco Antonio Citadini

REDAÇÃO D� O EXPRESSO Galeria de Prefeitos

C/7

Page 8: Capão Bonito - 150 anos (Jornal O Expresso)

Esporte Sexta-feira, 06 de abril de 2007

CAPÃO BONITO 150 ANOS

Os craques que encantaram a torcida capão-bonitense

Infantil do Elite 1944/45Em pé � Ciro, Dito Sudário, Sessé, Jorge Amador,

Arnaldo Fim, Michelin.Agachados � Zé Bigode, Bilí, Tubinho, João Ribeiro,

Lazinho Boi, filho do sr. Ciro e Didi

Ipiranga Atlético Clube, década de 50.Em pé da esquerda para direita � Pastéis, Tibirani,

Quineiro, Julinho, Tácito e GiloAgachados � Licínio, Valdemar, Maluf,

Pedrinho e Generoso

Time Juvenil do Ginásio Estadual de Capão Bonito em 1962Da esquerda para direita, em pé - Oscar, Teinho Bugni,

Hiroshi, Norito, Akira, Procopinho e Felipinho.Agachados - Zé Antonio, Sakae, Robertinho,

Tiburço, Bilo e Paulo

A cidade de Capão Bonitotem nos últimos anos se desta-cado em várias modalidadesesportivas.

O atletismo local tem con-seguido ótimos resultados emcompetições do Estado, a cida-de teve boas equipes de volei-bol e até mesmo teve um filhoda terra disputando a Olimpía-da como preparador físico daSeleção Brasileira de Voleibol.

Tivemos atletas locais sedestacando em mundiais de jiu-jitsu e de sumô. Mas falar deesportes no país do futebol aca-ba levando indiscutivelmente afalar sobre o esporte criado pe-los ingleses, mas adotado comopaixão nacional por nós brasi-leiros. Em Capão Bonito a pelotajá rolava na década de 20, sem-pre no estádio que hoje é doEsporte Clube Capão Bonito, narua Bernardino de Campos.

O local passou por incên-

dio e sua tradicional arquiban-cada coberta de madeira foidestruída. Hoje com apoio doGrêmio da Polícia Militar e dadiretoria do ECCB, ele está sen-do recuperado.

O primeiro relato que OExpresso encontrou foi de umanota no jornal Folha Popular, de12 de abril de 1931. A nota ésobre um amistoso entre o 2ºquadro do Elite contra o Juve-nil Itapetiningano. O Elite esta-va escalado da seguinte forma:J. Theodoro, Capoano e Pedro,Orias, Oliva e Prestes, Alci-dinho, Castanho, Santinho, Al-meida e Cassiano.

O Elite foi o primeiro timede futebol do município e du-rou até a década de 40. Em 06de maio de 1944 foi fundado oIpiranga Atlético Clube, que dis-putou o campeonato profissio-nal da Federação Paulista deFutebol da 4ª Divisão no ano de1962. Era um campeonato emfase regional e os maiores ad-versários eram equipes como oSantana, de Itapeva, o Frontei-

ra, de Itararé, CASI e Associa-ção de Itapetininga e o EsporteClube São Miguel Arcanjo.

Atletas da época, comoJúlio Dias, não se esquecem derelatar de um grande jogo doIpiranga. Foi um desempatecontra o Fronteira de Itararé nocampo do CASI de Itapetininga.

Quem vencesse seguiriaem frente no campeonato. OIpiranga levou a pior perdendopor 2 a 0, tendo até tomado umgol contra. A torcida não enten-deu o desempenho e até hojeesportistas da cidade levantamsuspeitas de que alguns atletasvenderam o resultado, já que otime de Capão Bonito era com-posto na sua maioria de atletasvindo de outras cidades.

O Ipiranga sobreviveu atéo ano de 1965 e acabou sendosubstituído pelo Esporte ClubeCapão Bonito, fundado em ju-lho de 1966 e que herdou o cam-po e as cores tricolores do Ipi-ranga. O Esporte, como é co-nhecido o tricolor capão-bo-nitense, sempre teve à frente

Ariovaldo Rodolfo, o Lilo. Otime chegou a vencer um cam-peonato regional da liga de Tatuíem 1969 e um regional da ligade Itapeva em 1981. Na final de69 venceu de virada o ADA deAngatuba, em jogo desempaterealizado no campo do DERACem Itapetininga. Na final da Ligade Itapeva venceu o Riversulpor 2 a1, no campo do Maringátambém em jogo desempate. Noperíodo de existência do Espor-te dois outros times fizeramconcorrência ao tricolor. Nadécada de 60 o REC - Rodoviá-rio Esporte Clube, apoiado peloD.E.R, posteriormente na déca-da de 80 surgiu o SEDA - Soci-edade Esportiva Dois de Abril,que recebia apoio da adminis-tração municipal na gestão doprefeito Hélio de Souza.

Em maio de 1993 surgiu oElosport Capão Bonito. O timenasceu do sonho do empresá-rio Irineu Gonzales que empres-tou o nome de sua empresa aoclube. Contestado no início desua criação, justiça seja feita, oElosport inseriu Capão Bonitono mundo do futebol profissio-nal disputando pelo menos 6campeonatos profissionais dasséries B1 e B2, quarta e quintadivisão do Campeonato Paulis-ta. O Galo do Sul, como é cha-mado o Elo, manda seus jogosno estádio municipal Dr. JoséSidney da Cunha, que tem ca-pacidade para 5 mil torcedores.

Durante estes campeona-tos, o Elo enfrentou várias equi-pes que estão na primeira divi-são, como Rio Claro, Ser-tãozinho, Guaratinguetá, Ba-rueri, além de muitos outros ti-mes com tradição no futebolpaulista como Jabaquara, Li-nense, Palmeiras B e Corin-thians B.

Enfrentaram o Elosportatletas como Anderson (ex-Corinthians, hoje no Benfica)Rosinei, Grafite (ex-São Paulo),e muitos outros que estão fa-zendo sucesso em vários clu-bes do país. O clube tambémtrouxe vários jogadores de nomepara compor seu elenco comoSolitinho, Airton (ex-São Pau-lo), Pires (ex-Palmeiras) e Di-cão (ex-Corinthians).

Citar nomes de craques dacidade que encantaram os tor-cedores locais no período doamadorismo poderia incorrerem injustiça, mas O Expressoconvoca os torcedores parauma reflexão e quem sabe con-seguiremos formar uma seleçãode todos os tempos.

Ipiranga A.C. Década de 50.Em pé � Generoso, Franci, Gilo, Pastéis, Julinho, Tácito, Quineiroe Rene. Agachados � Lelo, Valdemar, Chupim, Maluf e Amador

Ipiranga A.C. Década de 60 em São Miguel Arcanjo.Em pé, da esquerda para direita � João Abdala, Julinho,

Generoso, Canhoteiro, Zany, Pedrão e Toninho. Agachados � ZéCarlos, Zé do Pito, Joubert, Zélio, Lazinho e Quineiro

Ipiranga Atlético Clube, década de 60.Em pé � Gilo, Quineiro, Generoso, Julinho, Zó e Pastéis.

Agachados � Alcides Quirici, Dito, Chupim, Zany e Lazinho

ECCB Campeão Regional de 1969Em pé - Lilo, Aristides, Benfica, Leitoa, Marmo, Nelsão e

Quineiro. Agachados - Divanir, Nilton, Canhoteiro, Batata eLazinho Reboque

Década de 60Tácito, Gilo e Julinho

Time dos professores do Raul VenturelliEm pé, da esquerda para direita - Eurico,

Robertinho, Paulo Bugni.Agachados - Alceu, Cláudio Rostelato

Escalação do EsporteClube Capão Bonito.Campeão da Liga de

Itapeva em 1981Técnico - Lilo,

Presidente - Mikio.Jogadores: Thadeu,Nelsão, Claudinho,

Décio, Wesley,Copeu, Lola, Toninho

Brisola, ToninhoLima, Nelsinho,Carioca, Cido,

Jurinha, Cação,Paulo e Paraguai

Por Marco Antonio Citadini

REDAÇÃO D� O EXPRESSO

FUTEBOL

C/8