capitulo 6 - reactores nao isotermicos.pdf
TRANSCRIPT
-
1
CAPTULO 6. REACTORES NO ISOTRMICOS
6.1. INTRODUO
As reaces qumicas produzem/consomem calor (HR) Reaces endotrmicas: consomem calor (HR>0) Reaces exotrmicas: geram calor (HR
-
2
Sabe-se que ( )k f T= . Em processos isotrmicos: k = constante Em processos no-isotrmicos: k = f(T), i.e., varivel
Equao de Arrhenius: act11
E 1 1k k exp
R T T
=
Com o aumento de X ao longo do reactor, a T aumenta e consequentemente k tambm varia.
Combinando as duas ltimas equaes:
( )act
1
1 0
1 XEdX 1 1k exp
dV R T T v
=
A equao acima possui 2 variveis (X e T). Assim necessrio conhecer-se a relao entre X e T ou T e V para se resolver a equao
BALANO ENERGTICO Pargrafo 6.3
6.2. EFEITO DA TEMPERATURA NA VELOCIDADE E EXTENSO DA REACO
1. Para uma reaco elementar A P: Ea
RTA A 0 A
r k C k e C
= =
A velocidade da reaco ( )1TAr e aumenta exponencialmente com o aumento da temperatura
2. Para uma reaco elementar reversvel 12
k
kA B :
-
3
A 1 A 2 Pr k C k C =
ou 2
A 1 A P
1
kr k C C
k
=
No equilbrio rA = 0: 2
A,eq 1 A,eq P,eq
1
kr k C C 0
k
= =
2A,eq P,eq
1
kC C 0
k
=
A constante de equilbrio para esta reaco definida como:
P,eq feq
A,eq r
C kK
C k= =
A velocidade de uma reaco reversvel pode, assim, ser expressa como:
A 1 A P
eq
1r k C C
K
=
As reaces qumicas podem ento ser consideradas irreversveis se P
A
eq
CC
K
-
4
Figura 6.1 Converso de equilbrio da reaco exotrmica eteno agua etanol+ em funo da temperatura
6.3. BALANO DE ENERGIA
Partindo da Primeira Lei da Termodinmica
Para sistemas fechados: d E Q W
=
Para sistemas abertos: sistemain in out out
d EQ W F E F H
dt
= +
sistemad E
dt
: Velocidade de acumulao de energia dentro do sistema
Q
: Fluxo de calor da vizinhana para o sistema
W
: Trabalho feito pelo sistema sobre a vizinhana
in inF E : Fluxo de energia para o sistema pelo fluxo de massa para o sistema
out outF H : Fluxo de energia que sai do sistema pelo fluxo de massa que sai do sistema
Equao geral de balano de energia para reactores contnuos:
Entrada: A, B, ., Inertes
Sada: A, B, ., Inertes
Q
Ws
-
5
Entrada = Sada + Acumulao + Trabalho do sistema
Entrada: 1. Entalpia dos componentes na alimentao ( i,0i,0F H ) 2. Aquecimento (ou arrefecimento) do sistema ( W )
Sada: Entalpia dos componentes no efluente ( iiF H )
Acumulao: sistemadE
dt (= 0 no estado estacionrio)
Trabalho feito pelo sistema: W
6.3.1. BALANO ENERGTICO NO ESTADO ESTACIONRIO
n m
s i ,0 ii ,0 ii 1 i 1
0 Q W F H F H
= =
= + (*)
Consideremos a reaco com a seguinte equao geral, b c d
A B C Da a a
+ +
Definio dos termos da equao:
Entrada: i0 i0 A0 A0 B0 B0 C0 C0 D0 D0 I0 I0H F H F H F H F H F H F= + + + + (A)
Efluente: i i A A B B C C D D I IH F H F H F H F H F H F= + + + + (B)
Exprimindo os caudais molares em termos de converso
( )A A0F F 1 X= B A0 B
bF F X
a
=
C A0 C
cF F X
a
= +
-
6
D A0 D
dF F X
a
= +
e I I A0F F=
Subsituindo estas equaes nas (A) e (B) e subtraindo (B) de (A)
( ) ( ) ( ) ( ) ( )( )
n n
i0 i0 i i
i 1 i 1
A0 A0 A B0 B B C0 C C D0 D D I0 I I
D C B A A0
H F H F
F H H H H H H H H H H
d c bH H H H F X C
a a a
= =
=
+ + + +
+
O termo rxnD C B Ad c b
H H H H Ha a a
+ = a entalpia (calor) da reaco
temperatura T e representada na seguinte forma:
( ) ( ) ( ) ( ) ( )rxn D C B Ad c bH T H T H T H T H Ta a a
= + (D)
Todas as entalpias (HA, HB, etc.) so avaliadas temperatura do efluente do volume do sistema e consequentemente ( )rxnH T o calor da reaco a uma temperatura especfica.
Subsituindo (D) em (C) e aplicando a operao somatrio para as espcies i:
( ) ( )n n n rxni0 i0 i i A0 i i0 i A0i 1 i 1 i 1
H F H F F H H H T F X= = =
= (E)
Combinando as equaes (*) e (E) pode-se agora escrever a equao de balano energtico para estado estacionrio numa forma mais til,
(F)
Destaquemos os termos:
(i) Entalpia da reaco ( ) ( )R
T
rxn rxn
R p
T
H T H T C dT = +
Se a capacidade calorfica fr constante ou quase
( ) ( )n rxns A0 i0 i A0i 1
Q W F H H H T F X 0
=
+ =
R
T
p
Tp
R
C dT
CT T
=
-
7
constante (numa gama de temperaturas, entre TR e T):
Assim: ( ) ( ) ( )rxn rxn pR RH T H T C T T
= + (G)
Nota: p pD pC pB pAd c b
C C C C Ha a a
= +
TR , Temperatura de referncia T , Temperatura da reaco
(ii)Variao da entalpia
( ) ( ) i 0R R i0
TT T
0 0
i0 i i R pi i R pi pi
T T T
H H H T C dT H T C dT C dT
= + + =
Se as capacidades calorficas forem constantes, ou quase constantes (numa gama de temperaturas, a capacidade calorfica mdia de um componente i
dada por
i 0T
p,i
Tp
i0
C dT
CT T
=
), ento:
Nota: 2pi i i iC T T= + + Ti0 = T0 , Temperatura da alimentao
T , Temperatura da reaco
Substituindo, obtemos:
Balano energtico em termos de capacidades calorficas medias constantes - No geral Ws pode ser negligenciado, uma vez que o trabalho do veio (shaft
work) feito pelo sistema tem geralmente uma contribuio muito pequena).
Assim:
( )0
T ~
pii i,0 pi 0
T
H H C dT C T T = =
( ) ( ) ( )n ~ rxn ps A0 i pi 0 A0 R Ri 1
Q W F C T T F X H T C T T 0
=
+ =
( ) ( ) ( )n ~ rxn pA0 i pi 0 A0 R Ri 1
Q F C T T F X H T C T T 0
=
+ =
-
8
Ou
6.3.2. CALOR FORNECIDO AO REACTOR Q
O fluxo de calor transferido do permutador de calor para o reactor dado por:
( ) ( )a,1 a,2refr p,refr a,1 a,2a,1
a,2
U A T TQ m C T T
T Tln
T T
= =
Num CSTR:
Se o fluxo do meio refrigerante/aquecedor fr muito elevado, i.e.
T X
T X
FA,0
Ta,2
mrefrigerante Cp,refrigerante Ta,1
( ) ( ) ( )n ~ rxn pi pi 0 R Ri 1A0
QC T T X H T C T T 0
F
=
+ =
Equao geral de balano energtico para sistemas connuos no estado estacionrio
-
9
.
p
meio refr/aquec
U A1
m c
-
10
Um PFR pode ser visto como uma associao de um nmero infinito de CSTRs em srie. Se a temperatura do meio refrigerante/aquecedor poder ser considerada constante (i.e. elevado fluxo do meio refrigerante/aquecedor):
( ) ( )a aA V
Q U T T dA U a T T dV
= =
Sendo a a area de transferncia de calor por unidade de volume de reactor.
Se a transferncia de calor tiver lugar atravs da parede do reactor: reactor
4a
d=
6.4. SISTEMAS CONTNUOS ADIABTICOS
Balano de energia
( ) ( ) ( )n ~ rxn pi pi 0 R Ri 1A0
QC T T X H T C T T 0
F
=
+ =
Operao adiabtica: Q 0
=
Assim: ( ) ( ) ( )n ~
rxnpi pi 0 R R
i 1
C T T X H T C T T 0
=
+ =
Converso em funo da temperatura:
( )( ) ( )
n ~
i pi 0i 1
rxnpR R
C T T
X
H T C T T
=
=
+
Temperatura em funo da converso:
-
11
( ) n ~rxn pR i pi 0 Ri 1
n ~
pi pii 1
X H T C T X C T
T
C X C
=
=
+ +
=
+
Em operaes adiabticas, se as capacidades calorficas molares parciais forem substancialmente constantes na gama de temperatura em anlise, a equao de balano energtico pode ser simplificada em:
( ) ( )n ~ rxni pi 0 Ri 1
C T T X H T 0=
=
Correlaes directas entre a converso e a temperatura da reaco:
( ) ( )n ~
i pii 1
0rxn
R
C
X T TH T=
=
ou
( )rxn R0 n ~
i pii 1
H TT T
C=
= +
Estas correlaes, juntamente com o balano molar, A,0 AdX
F rdV
= so usadas
no dimensionamento de reactors adiabticos.
6.4. SISTEMAS CONTNUOS NO-ADIABTICOS (Q0)
Balano de Energia (assumindo que cp,i e Hrxn no so constantes, fixando Ws=0):
0 R
T Tnrxn
A ,0 i p ,i R p ,i A ,0i 1T T
Q F c dT H (T ) c dT F X 0
=
+ =
Diferenciando o balano de enrgia com respeiroao volume do reactor V:
R
Tnrxn
A,0 i p,i p,i R p,i A,0i 1 T
dQ dT dXF c X c H (T ) c dT F 0
dV dV dV
=
+ + =
O calor transferido para o reactor:
-
12
( )aV
Q U a T T dV
= ou ( )adQ U a T T
dV
=
Apartir do balano mssico: A,0 AdX
F rdV
=
Substituindo no balano de energia:
( ) ( )R
Tnrxn
a A,0 i p,i p,i R p,i Ai 1 T
dTU a T T F c X c H (T ) c dT r 0
dV=
+ + =
ou:
( ) ( )R
Trxn
a R p,i A
T
n
A,0 i p,i p,ii 1
U a T T H (T ) c dT rdT
dVF c X c
=
+
=
+
Resolva em simultneo com a equao do balano molar: A
A,0
rdX
dV F
=
Exemplos de Clculo
Exemplos de Clculo 6.1 Deseja-se uma converso de 90% na decomposio elementar e irreversvel de A ( A B C + ) num CSTR adiabtico no qual uma alimentao lquida de A entra a 27C com um caudal molar de 200 lb-mol/h de A. O calor da reaco a 273C -2200 Btu/lb-mol de A. A concentrao inicial de A
Dados adicionais: CPA = 7 Btu/lb-mole-C CPB = CPC = 4 Btu/lb-mole-C CPI = 8 Btu/lb-mole-C
Eact = 25000 cal/gmole k1 = 12 hr-1
-
13
Exemplos de Clculo 6.2 A reaco em fase gasosa A 2B levada a cabo num reactor tubular. A alimentao constituda de uma corrente de 300 lb-mol/h de A e 300 lb-mol/h de material inerte. Essa alimentao feita a 27C e presso de 10 atm.
Determine a temperatura sada do reactor e o volume necessrio para uma converso de 89% de A.
Dados adicionais: Hrxn (a 300K) = -2000 Btu/lb-mol de A CPA = 30 Btu/lb-mole de A-C CPB = 20 Btu/lb-mole de B-C CPI = 25 Btu/lb-mole de I-C Eact = 5500 cal/g-mole k1 = 0.217 min-1 a T1 = 300K