caracterÍsticas acadÊmicas e profissionais dos …
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Curso de Graduação em Farmácia-Bioquímica
CARACTERÍSTICAS ACADÊMICAS E PROFISSIONAIS DOS GRADUANDOS
DA FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DA UNIVERSIDADE DE
SÃO PAULO
Paloma Clementino Nascimento
Trabalho de Conclusão do Curso de
Farmácia-Bioquímica da Faculdade de
Ciências Farmacêuticas da
Universidade de São Paulo.
Orientador(a):
Prof.(a). Dr(a) Elvira Maria Guerra
Shinohara
São Paulo
2018
1
SUMÁRIO
Pág.
Lista de Abreviaturas .......................................................................... 2
RESUMO .......................................................................................... 4
1. INTRODUÇÃO ................................................................................ 5
2. OBJETIVOS ................................................................................... 8
3. MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................... 8
4. RESULTADOS ................................................................................. 12
5. DISCUSSÃO ................................................................................... 41
6. CONCLUSÃO .................................................................................. 44
7. BIBLIOGRAFIA ................................................................................ 45
8. ANEXOS ....................................................................................... 48
2
LISTA DE ABREVIATURAS
AAAFB Associação Atlética-Acadêmica de Farmácia-Bioquímica
AMA Unidades de Assistência Médica Ambulatorial
AMEs Ambulatório Médico de Especialidades
CAEF Comissão Assessora de Educação Farmacêutica
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CDH Campanha de Diabetes e Hipertensão
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
CNE/CES Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Superior
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CRF-SP Conselho Regional de Farmácia de São Paulo
CSF Ciências sem Fronteiras
DCN Diretrizes Curriculares Nacionais
FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
FARMUSP Farmácia Universitária da USP
FAS Farmácia Acadêmica Social (FAS)
FBA Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental
FBC Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas
FBF Departamento de Farmácia
FBT Departamento de Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica
FCF-USP Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo
HU-USP Hospital Universitário da Universidade de São Paulo
IC Iniciação Científica
ICB Instituto de Ciências Biomédicas
3
IES Instituições de Ensino Superior
IQ Instituto de Química
JCAFB Jornada Científica dos Acadêmicos de Farmácia-Bioquímica
MCTI Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação
MEC Ministério da Educação
ONGs Organaizações Não Governamentais
PPP Projetos Políticos Pedagógicos
SUPFAB Semana Universitária Paulista de Farmácia-Bioquímica
SUS Sistema Único de Saude
TCC Trabalho de Conclusão de Curso
TCLE Termo de Livre e Esclarecido
UBS Unidades Básicas de Saúde
USP Universidade de São Paulo USP
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RESUMO
NASCIMENTO, P. C. Características Acadêmicas e Profissionais dos Graduandos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. 2018. 55 f. Trabalho de Conclusão de Curso de Farmácia-Bioquímica – Faculdade de Ciências Farmacêuticas – Universidade de São Paulo, São Paulo, ano. Palavras-chave: ensino, farmácia, perfil, graduando INTRODUÇÃO: As DCN de 2002, para o curso de Graduação em Farmácia, representam um marco para o ensino farmacêutico. A abordagem voltada para formação generalista humanista, crítica e reflexiva, substituiu a tecnicista, com um reflexo do momento no mercado. Hoje, após 15 anos, a FCF-USP se prepara para estruturar sua matriz curricular com base nas DCN de 2017, sendo relevante o levantamento dos perfis dos profissionais formados. OBJETIVO: Avaliar o perfil dos graduandos do curso de Farmácia-Bioquímica da FCF-USP, com o intuito de conhecer as características acadêmicas e profissionais, e colaborar na elaboração da grade curricular do curso de graduação, adaptando assim as novas DCN. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi aplicado um questionário contendo as seguintes informações: idade do aluno no ingresso, semestre colação de grau, estágios realizados (Iniciação Científica (IC), em Atividades Farmacêuticas, Atenção ou Práticas Farmacêuticas, estágios no exterior), participação em atividades complementares, empregabilidade, área de atuação farmacêutica, e uma questão sobre a opinião em relação a alterações na grade curricular. RESULTADOS: Observou-se que apenas 5,4% dos graduandos do Integral e 16,4% do Noturno, se formaram em período ideal. Em relação aos estágios, 70,3% do Integral e 60,0% do Noturno fizeram IC; tendo 43,2% dos graduandos do Integral e 35,0% do Noturno realizado estágio no exterior. Sobre o estágio obrigatório em atividades farmacêuticas 74,8% dos graduandos do Integral e 90,0% do Noturno, o fizeram em alguma área relacionada à Indústria. Quanto à empregabilidade: 68,5% do Integral e 75,7% do Noturno encontravam-se empregados no momento da pesquisa. A respeito da grade curricular, a principal crítica foi a falta de aproximação da grade curricular com o mercado de trabalho, e as principais sugestões foram: a redução da carga horária do núcleo básico, maior integração didática e de conteúdo entre as disciplinas, e inclusão de disciplinas relacionadas a mercado. CONCLUSÃO: O aluno da FCF-USP tende a estender o tempo de permanência na faculdade com o intuito de aproveitar oportunidades de desenvolvimento, se destacando no mercado de trabalho. Entretanto, é necessária a atualização da matriz curricular em relação às práticas de ensino e conteúdos, de acordo com as tendências do mercado e das novas DCN.
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1. INTRODUÇÃO
O curso de Farmácia-Bioquímica oferecido pela Faculdade de Ciências
Farmacêutica da Universidade de São Paulo (FCF-USP), já sofreu diversas
modificações em sua matriz curricular, desde seu estabelecimento em 1959. Tais
mudanças refletem não apenas as resoluções implementadas pelo Conselho
Federal de Educação e pelo Ministério da Educação, mas também o contexto da
profissão quanto às mudanças no mercado de trabalho. Atualmente, sua grade
curricular fundamenta-se nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN)
estabelecidas pela Resolução CNE/CES 02, de 19 de fevereiro de 2002 e
implementada pela FCF-USP em 2004. (FCF-USP, 2014; FCF-USP, 2018).
Antes da adoção das DCN, o curso de Farmácia-Bioquímica, oferecido no
período Integral e Noturno, era voltado para uma formação tecnicista do
farmacêutico, implementado em 1969 após a publicação da Resolução nº
04/CFE/1969. A qual, além de estabelecer um Currículo Mínimo para todos os
cursos de Farmácia do Brasil, permitia o acréscimo de habilitações à formação.
(SILVA, 2009; CECY, 2011).
Essa graduação, centrada na especialização do farmacêutico-bioquímico,
era reflexo da migração do farmacêutico para diversas áreas de atuação como
análises clínicas e alimentos, em busca de melhores salários e valorização
profissional, com a crença de que a competência do profissional era diretamente
proporcional a sua especialização, ou seja, quanto mais especializado fosse o
farmacêutico-bioquímico, mais competente ele seria para esse mercado (SOARES
et al., 2008; SILVA, 2009; CECY, 2011; SOUSA et al. 2016).
Em 1969, o curso na da FCF-USP passou a ser constituído por: um o ciclo
pré-profissionalizante com disciplinas de base, ministradas pelos Institutos de
Ensino e Pesquisa; um ciclo profissionalizante comum para formação do
Farmacêutico com disciplinas da FCF-USP (conclusão em 7 semestres); e um
ciclo profissionalizante diversificado com: a Modalidade Industrial e Modalidade
Saúde Pública; Modalidade Fármaco e Medicamento e Modalidade Análises
Clínicas e Toxicológicas (a partir de 1970); e Modalidade Alimentos (a partir de
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1977). Sendo extinto o Curso de Farmácia de 7 semestres em 1980 (FCF-USP,
2014).
Em 20 de dezembro de 1996, o Governo sancionou a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, de n° 9394. Pela qual as Instituições de Ensino
Superior (IES) ganharam respaldo político para agir de forma autônoma na criação
e alteração dos currículos dos seus cursos, desde que respeitadas as diretrizes
pertinentes a cada curso (BRASIL, 1996; SOUSA et al. 2016). Isso influenciou na
criação das DCN do curso de Farmácia, aprovadas em 2002, cujo intuito não era
estabelecer um currículo unificado, mas sim direcionar para que as instituições
desenvolvessem Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs) com foco em uma
formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, que possibilitaria o profissional
farmacêutico atuar em diferentes níveis de atenção à saúde, com base no rigor
científico e intelectual, e considerando princípios éticos e de forma a compreender
a realidade social ao qual se insere, visando o benefício da sociedade (BRASIL,
2002). Isso permitiu a maior flexibilidade das IES na adaptação dos seus PPPs
permitiu o acompanhando a evolução do conhecimento, adaptando às novas
tecnologias, sendo a pós-graduação responsável pela especialização (CECY,
2011).
Para a Atenção Farmacêutica e demais áreas relacionadas ao cuidado
direto com paciente, as DCN representaram um marco histórico pela tentativa de
reaproximação do profissional com a sociedade. Esse afastamento teria sido
consequência do enfoque em áreas que exigiam a especialização pelo currículo
tecnicista (SILVA, 2009; SOUSA et al, 2016).
Em 2004, a FCF-USP elaborou um PPP que retirava a formação em
Modalidades, sendo a nova matriz curricular constituída por: um núcleo básico,
com conteúdos obrigatórios de ciências exatas, biológicas, humanas e da saúde; e
um núcleo profissionalizante com conteúdos obrigatórios e optativos em ciências
farmacêuticas, práticas farmacêuticas, estágio em atividades farmacêuticas e
trabalho de conclusão de curso, além do oferecimento de atividades
complementares (Iniciação Científica, Monitorias, programas de voluntariados,
entre outras). Possibilitando a organização de um currículo orientado, com eixos
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de formação e práticas em várias áreas de atuação profissional e mais flexível em
relação tecnicista (FCF-USP, 2014). A implantação do PPP foi gradual, e em 2014
houve a formação do último graduando ainda pelo currículo antigo (FCF-USP,
2017).
Os impactos dos PPPs, direcionados pelas DCN, de forma prática são de
difícil mensuração, tendo sido observadas apenas as diferenças de interpretação e
de implementação das DCN pelas IES (SOARES et al., 2008; LEITE et al., 2006;
FURTADO, 2008; SOUSA, 2016).
Todavia, em 2017, após 15 anos de vigência das DCN em Farmácia, o
CNE publicou um Parecer (CNE/CES Nº: 248/2017) sobre a necessidade de re-
estabelecer um novo marco legal, em virtude, principalmente, das inovações
científicas, tecnológicas e pedagógicas no processo ensino-aprendizagem
incorporadas pelas IES (BRASIL, 2017).
O intuito das novas DCN é promover o compartilhamento das experiências
positivas que algumas instituições obtiveram, visando a contribuição com as
demais IES. São exemplos de experiências exitosas: 1) metodologias ativas de
ensino aprendizagem; 2) estruturas curriculares que integrem conhecimentos da
formação geral e da formação específica, bem como a articulação da teoria com a
prática; 3) vivências continuadas em cenários de práticas diversificadas; 4)
planejamento curricular, que considere as prioridades e as necessidades de saúde
dos indivíduos, famílias e comunidades, e os contextos em que os cursos se
inserem (BRASIL, 2017).
Portanto, as novas DCN em Farmácia, publicadas na Resolução
CNE/CES nº 6, de 19 de outubro de 2017, surgem em um contexto onde há a
demanda por um perfil profissional que responda aos desafios da sociedade
contemporânea, relacionando-se aos problemas sociais do País, contemplando
adequadamente a atenção em saúde e a assistência farmacêutica, valorizando a
formação voltada para o Sistema Único de Saúde (SUS), e abrangendo todas as
áreas de atuação profissional, inclusive, a educação superior (BRASIL, 2017).
Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo avaliar o perfil dos
graduandos pela FCF-USP. Analisando o impacto da implementação das DCN de
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2002, e contribuindo para elaboração da grade curricular do curso de graduação a
partir das DCN de 2017.
2. OBJETIVOS
Avaliar o perfil dos alunos graduandos do curso de Farmácia-bioquímica
da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, com o
intuito de conhecer as características acadêmicas e profissionais, e colaborar na
elaboração da grade curricular do curso de graduação.
2.1 Objetivos específicos:
Fazer o levantamento dos dados gerais dos perfis graduandos
relacionados a gênero e idade;
Avaliar o tempo de permanência dos alunos na faculdade;
Avaliar a procura por estágios que complementam a graduação
Verificar as principais áreas de interesse do graduando em relação a
atuação do farmacêutico e sua absorção no mercado de trabalho;
Analisar os principais pontos de melhoria da grade curricular visando
contribuir no alinhamento às DCN de 2017;
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Estratégias de pesquisa
O trabalho foi realizado em três etapas: 1) coleta de dados; 2) organização
do banco de dados e análise estatística; 3) Discussão e apresentação em
Congressos e Simpósios.
A avaliação do perfil dos graduandos se estruturou em coletar informações
sobre: Quanto tempo o aluno permaneceu matriculado no curso até sua
graduação em ambos os cursos, o que o graduando fez durante o curso para
complementar sua formação e direcioná-lo frente ao mercado de trabalho; quais
as principais áreas e tendências dos alunos e se estas estão compreendidas na
9
grade curricular; se o envolvimento em outras atividades possa ter impactado
aspectos de desempenho acadêmico como média ponderada; e determinar pontos
de melhoria na grade curricular visando aproximação com as DCN de 2017.
3.2. Critérios de inclusão
Foram incluídos no projeto todos os alunos que colaram grau nos cursos
de Farmácia-bioquímica da FCF-USP Noturno e Integral, no período
correspondente do 1º semestre de 2015 ao 2º semestre de 2017, e que
concordaram em participar da pesquisa, assinando Termo de Livre e Esclarecido
(TCLE) ou dando o consentimento via e-mail após ter lido o TCLE.
3.3. Coleta e análise dos dados
Com o intuito de realizar um levantamento das informações sobre os
graduandos, elaborou-se um questionário (ANEXO 1), estruturado da seguinte
forma:
Cabeçalho contendo informações gerais –
o Nome do aluno e nº USP – para obtenção de informações
complementares advindas do Resumo Escolar presente no Sistema
Júpiter da Universidade de São Paulo (USP), como número de
reprovações.
o Ano de ingresso e Semestre de Conclusão – para avaliação do
tempo que o graduando levou para se formar (Tempo de Formação);
o Curso (se Integral ou Noturno) – com o intuito de comparar ambos os
grupos;
o Data de nascimento – para o cálculo da Idade de cada participante.
Perguntas sobre Atividades realizadas durante a graduação:
o Iniciação Científica – avaliação da procura pela área, e principais
locais de realização;
o Estágio em Atividades Farmacêuticas (Disciplina obrigatória
0900720) – utilizado como base para o aluno experimentar na prática
áreas pelas quais possui maior afinidade. O intuito dessa pergunta
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foi mensurar a busca pela experiência profissional e sua tendência
no mercado;
o Estágio em Práticas Farmacêuticas (Disciplina: 0900180) – estágio
obrigatório relacionado a Atenção Farmacêutica. O local em que foi
realizado propicia diferentes experiências ao aluno.
o Estágio no exterior (intercâmbio) – a realização de intercâmbio pode
afetar aspectos como tempo de formação e propiciar benefícios para
o desenvolvimento profissional e pessoal;
o Participação em Projetos de Extensão: Jornada Científica dos
Acadêmicos de Farmácia-Bioquímica (JCAFB); Campanha de
Diabetes e Hipertensão (CDH) – a avaliação da participação nesses
projetos revela o engajamento dos alunos em atividades envolvendo
a sociedade.
o Participação em Entidades Estudantis: Associação Atlética-
Acadêmica de Farmácia-Bioquímica (AAAFB); Centro Acadêmico de
Farmácia-Bioquímica (CAFB); Farmácia Acadêmica Social (FAS) –
tem o intuito de revelar a frequência de graduandos que optam por
atividades de representação estudantil e possam impactar outros
aspectos curriculares;
o Participação na Semana Universitária Paulista de Farmácia-
Bioquímica (SUPFAB) – essa pergunta está relacionada a procura
por temas atuais envolvendo áreas diversas de atuação profissional,
e adesão a uma das principais atividades promovidas pelos próprios
alunos da FCF-USP.
Perguntas referente a desempenho acadêmico
o Média ponderada
o Disciplinas de maior dificuldade
As questões referentes ao desempenho acadêmico, funcionam como
indicadores de problemas com a grade curricular, como as disciplinas que
segundo o graduando são mais difíceis, e o impacto que atividades
extracurriculares podem gerar na dedicação ao curso;
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Perguntas referente a situação no mercado de trabalho e área de atuação
o Se foi efetivado e/ou está empregado
o Área de atuação no mercado
A empregabilidade não apenas reflete a situação do mercado atual, mas
também as principais áreas que se destinam os graduandos, podendo se
comparar se a formação condiz com a aplicação prática do curso.
Sugestões de mudanças na grade curricular
Essa pergunta, em especial, teve o intuito de deixar o graduando livre para
opinar sobre qualquer aspecto da graduação, demonstrado o que mais lhe
marcou, e permitindo um “brainstorm” sobre o tema.
O questionário foi disponibilizado na página da faculdade, assim como o
TCLE, e entregues no Serviço de Graduação, junto com os documentos para
Colação de Grau, ou por email.
3.4. Análises estatísticas
Foi construído um banco de dados com as informações obtidas, no
software SPSS Statistics for Windows, Version 22.0 (SPSS Inc., Chicago, IL).
Sendo as análises realizadas no SPSS e Graphpad Prism version 6.01 (GraphPad
software, Inc). Para descrição do perfil dos graduandos segundo as variáveis em
estudo, foram feitas tabelas de frequência das variáveis categóricas e estatísticas
descritivas (com medidas de posição e dispersão) das variáveis.
Para comparação entre os grupos estudados, foi utilizado testes
paramétricos ou não paramétricos dependendo da distribuição dos dados das
variáveis de interesse (ANOVA ou teste de Kruskal Wallis, teste t Student ou Mann
Whitney).
O nível de significância adotado foi P<0,05.
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3.5. Aspectos Éticos
No banco de dados foram empregues códigos numéricos para
preservação da identidade do voluntário, sendo mantido seu anonimato e
confidencialidade dos seus dados.
Todos os graduandos que participaram da pesquisa foram informados
sobre os objetivos do projeto e consultados sobre sua vontade de participar,
através do preenchimento do Termo de Livre e Esclarecido (TCLE) – ANEXO 2.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo sob o
parecer de número 2.267.469 em 11 de setembro de 2017.
4. RESULTADOS
4.1 Características Gerais
Aceitaram participar da pesquisa 251 graduandos, dos quais 111
pertenceram ao curso Integral e 140 ao Noturno. Em ambos os cursos a
frequência de mulheres foi superior, não sendo observada diferença entre os
grupos referente a gênero e idade de ingresso (Tabela 1).
Tabela 1 – Idade e gênero em dos graduandos dos cursos Noturno e Integral
Integral (N = 111) Noturno (N = 140) P
Gênero Feminino 76 (68,5) 95 (67,9) 0,918*
Idade Ingresso 18 (18 – 19) 18 (18 – 19) 0,059**
Idade Formação 25 (24 – 26) 26 (25 – 27) <0,001**
O gênero foi apresentado como número de indivíduos e porcentagem entre parênteses, Teste Qui-quadrado*. As idades foram apresentadas como mediana com intervalo interquartil entre parênteses. **Mann-Whitney
Observou-se diferença (P < 0,001) na idade de formação, sendo a
mediana dos valores referente ao curso Noturno superior à mediana referente ao
Integral.
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As frequências de graduandos por semestre durante o período avaliado
foram semelhantes entre os cursos, Tabela 2.
Tabela 2 – Frequências de formados por semestre, segundo curso
Integral (N = 111) Noturno (N = 140) P
1º Semestre 2015 12 (10,8) 18 (12,9) 0,184*
2º Semestre 2015 24 (21,6) 18 (12,9)
1º Semestre 2016 17 (15,3) 18 (12,9)
2º Semestre 2016 14 (12,6) 33 (23,6)
1º Semestre 2017 14 (12,6) 19 (13,6)
2º Semestre 2017 30 (27,0) 34 (24,3)
Os valores representam número de formandos e porcentagem entre parênteses, *Teste Qui-quadrado.
Quanto a análise do tempo de graduação, observa-se que o tempo de
permanência na Faculdade excedeu o ideal proposto para cada curso, com
mediana de 13 semestres para o curso Integral e 14 semestres Noturno, Tabela 3.
Concluíram, no período ideal, ou seja, em até 10 semestres, apenas 5,4% dos
graduandos pertencentes ao curso Integral, enquanto que, para o curso Noturno,
cuja formação proposta é de 12 semestres, a frequência foi de 16,4% Tabela 3.
Tabela 3 – Duração do curso e frequências de formação em período ideal,
segundo curso
Integral (N = 111) Noturno (N = 140) P
Duração
(semestres)
13 (12 -14) 14 (13 – 15) <0,001**
Formação em
período ideal
6 (5,4) 23 (16,4) 0,007*
A frequência de formação em período ideal foi apresentada como número de indivíduos e porcentagem entre parênteses, *Teste Qui-quadrado. Os valores de duração foram apresentados como mediana com intervalo interquartil entre parênteses. **Mann-Whitney
14
A respeito da transferência entre períodos dos 251 graduandos avaliados,
17 (6,8%) fizeram alguma alteração no curso, seja através de transferência
interna, ou pelo re-ingresso através do vestibular, dos quais 5 (2,0%) foram alunos
do noturno re-ingressaram no curso, e 12 (4,8%) eram alunos do Integral que
migraram para o Noturno.
Nos casos de mudança de curso o graduando foi considerado pertencente
ao curso em que estava no momento da colação de grau, por exemplo: se o
indivíduo ingressou no curso Integral e realizou transferência interna, passando a
ser do Noturno, ele foi considerado em todas as análises estatísticas como sendo
do curso Noturno.
4.2 Atividades Complementares e Estágios realizados durante a graduação
As atividades complementares e os estágios realizados durante o curso,
complementam e integram a graduação, permitindo que o aluno desenvolva
habilidades, além do conhecimento teórico. A FCF-USP propõem que as
atividades complementares se articulem em atividades de ensino, pesquisa e
extensão/assistência (FCF, 2014). A seguir, analisamos a adesão a essas
atividades, bem como às diferentes áreas de estágio procuradas durante a
graduação.
4.2.1 Iniciação Científica (IC)
A IC é uma atividade complementar em pesquisa que tem o intuito
desenvolver o raciocínio científico e habilidades técnico-laboratoriais do aluno. A
FCF-USP é reconhecida por sua contribuição à Pesquisa Científica, podendo o
aluno escolher dentre as diferentes linhas de pesquisa da faculdade para
participar do Programa de Iniciação Científica.
De modo geral a IC pode ser realizada: no Departamento de Alimentos e
Nutrição Experimental (FBA), Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas
(FBC), Departamento de Farmácia (FBF) e/ou Departamento de Tecnologia
Bioquímico-Farmacêutica (FBT). O aluno também tem a opção de fazer IC em
outros institutos da USP e demais locais conveniados.
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Nesse estudo, observou-se frequências semelhantes de graduandos que
realizaram IC, sendo que 78 (70,3%) graduandos do curso Integral e 84 (60,0%)
do Noturno (P = 0,091) fizeram IC. As frequências de IC por local, segundo o
curso estão apresentadas na Tabela 4.
Tabela 4 – Frequências de Iniciação Científica por localidade, segundo curso
Integral (N = 111) Noturno (N = 140) Pvalor*
FBA 3 (2,7) 5 (3,6) 0,697
FBC 9 (8,1) 20 (14,3) 0,128
FBF 18 (16,2) 15 (10,7) 0,200
FBT 7 (6,3) 8 (5,7) 0,844
FCF (Total) 38 (34,2) 46 (32,9) 0,818
IQ 12 (10,8) 13 (9,3) 0,689
ICB 17 (15,3) 12 (8,6) 0,097
Butantã 2 (1,8) 3 (2,1) 0,848
HU-USP 5 (4,5) 1 (0,7) 0,051
Outros 5 (4,5) 6 (4,3) 0,933
Valores representam frequência de graduandos com porcentagem entre parênteses. *Pvalor obtido através do teste de Qui-quadrado
Observou-se que houve preferência para a realização de IC na FCF-USP,
sendo FBF e FBC os departamentos mais procurados (Tabela 4 e Gráfico 1). Dos
locais externos à faculdade destacaram-se os institutos em que os alunos cursam
parte das matérias obrigatórias do curso, isto é, o Instituto de Química (IQ) e o
Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) – Tabela 4 e Gráfico 2.
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Gráfico1 – Frequência de graduandos que realizaram Iniciação Científica na FCF
segundo Departamento:
N = 84
FBA
FBC
FBF
FBT
0
10
20
30
40
50
Departamentos da FCF
Frq
uência
gra
duando (
%)
Gráfico 2 – Frequência de graduandos que realizaram Iniciação Científica (IC)
segundo local
N = 162
FCF IQ
ICB
Buta
ntã
HU-U
SP
Outr
os
0
20
40
60
Locais
Fre
quência
de g
raduandos (
%)
17
4.2.2 Atividades Complementares de Extensão
As atividades de extensão buscam promover a interação do aluno na
sociedade, permitindo o desenvolvimento de habilidades sociais e trabalhando na
percepção do aluno como parte integrante da sociedade, sua importância e lugar
no contexto social (BARACT E BANDLEY, 2018).
Na FCF-USP as atividades de extensão estão centradas na promoção da
saúde e propiciam o contato precoce do aluno com a Atenção Farmacêutica,
promovendo a humanização do cuidado. Na Tabela 5 estão apresentadas as
frequências de participação dos graduandos em atividades de extensão segundo o
curso.
As atividades avaliadas foram a JCAFB e a CDH. Ambos os projetos são
desenvolvidos pelos próprios alunos com a orientação de professores titulares.
Tabela 5 – Frequências de participação em atividades de extensão segundo curso
Integral (N = 111) Noturno (N = 140) P*
JCAFB 38 (34,2) 22 (15,7) 0,001
CDH 61 (55,0) 49 (35,0) 0,002
Extensão (total) 72 (64,9) 58 (41,4) <0,001
CDH: Campanha de Diabetes e Hipertensão; JCAFB: Jornada Científica dos Acadêmicos de Farmácia-Bioquímica. Valores representam frequência de graduandos com porcentagem entre parênteses. *teste de Qui-quadrado.
Observou-se que houve diferença na adesão a atividades de extensão
(P<0,001), sendo maior a frequência de participação no curso Integral em relação
ao Noturno (Tabela 5).
A JCAFB é um projeto voluntário em que 50 alunos da graduação são
capacitados para realizarem atividades educativas, campanhas de diabetes e
hipertensão, além de exames clínicos (coproparasitológicos e urinálise), com a
população de uma cidade previamente escolhida. Também são feitos: o
levantamento do perfil sócio-econômico, a orientação acerca do uso correto de
medicamentos, e a capacitação dos agentes comunitários de saúde (JCAFB,
2018).
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A CDH é um projeto voluntário que ocorre concomitante a Semana
Universitária Paulista de Farmácia-Bioquímica (SUPFAB), em que os alunos
realizam testes de glicemia e colesterol, fazem a aferição da pressão arterial e da
circunferência abdominal e orientam a população da Cidade Universitária (campus
Butantã) sobre Doenças Crônicas (Diabetes, Hipertensão e Hipercolesterolemia) e
hábitos de vida que podem estar relacionados a medidas preventivas ou de
controle.
A CDH não possui número restrito de participantes, além da exigência de
menor número de treinamentos preparatórios, sendo, portanto, observada maior
adesão de graduandos em relação a JCAFB (Tabela 5).
4.2.3 Entidades Estudantis e SUPFAB
As Entidades Estudantis são meios que os próprios alunos encontram de
se articularem para o desenvolvimento de atividades que englobam os demais
estudantes e interação com outros institutos, em diferentes contextos da
Universidade.
Na Tabela 6 estão apresentadas as frequências de participação dos
graduandos as seguintes Entidades:
Associação Atlética Acadêmica de Farmácia-Bioquímica (AAAFB) –
agremiação esportiva estudantil que representa os alunos da FCF-USP;
Centro Acadêmico de Farmácia-Bioquímica (CAFB) – entidade de
representação discente que promove atividades de cunho científico, social,
cultural e de integração estudantil, com destaque para a organização da
“Campanha 5 de Maio” pelo Uso Racional de Medicamentos, da SUPFAB e
da gestão dos Representantes Discentes;
Farmácia Acadêmica Social (FAS) – voltada para promoção de atividades
solidárias e de atenção farmacêutica, propicia o contato do estudante com a
sociedade e promoção da saúde. Os principais projetos desenvolvidos são:
“Saúde em Foco”, “Campanha de Diabetes e Hipertensão”, bem como
atividades sociais em orfanatos.
19
SUPFAB – organizada pelo CAFB, ocorre no segundo semestre de cada
ano, e caracteriza-se como um evento de cunho científico, sendo composta
por palestras, cursos mini-cursos, oficinas e mesas-redondas, que abordam
temas relevantes para o profissional farmacêutico, visando a atualização e
promoção das áreas de atuação em farmácia. Os cursos são ministrados
por profissionais convidados, atraindo, principalmente, graduandos e pós-
graduandos da FCF-USP e de outras universidades.
Tabela 6 – Frequência de participação em entidades estudantis segundo curso
Integral (N = 111) Noturno (N = 140) P*
AAFB 20 (18,0) 17 (12,1) 0,192
CAFB 10 (9,0) 23 (16,4) 0,084
FAS 11 (9,9) 7 (5,0) 0,134
Entidades 36 (32,4) 45 (32,1) 0,961
SUPFAB** 87 (78,4) 101 (72,1) 0,258
Valores representam frequência de graduandos que participaram de entidades estudantis com porcentagem entre parênteses. * teste de Qui-quadrado. ** Foram considerados os graduandos que participaram da SUPFAB ao menos uma vez durante o curso, como ouvinte.
A participação em entidades estudantis foi baixa se comparado a adesão
a atividades de extensão, não sendo observada diferença entre os cursos
(P>0,005). Entretanto, a frequência de graduandos que participaram da SUPFAB
foi superior a 70% para ambos os cursos, indicando menor tendência dos alunos a
procurarem por atividades organizacionais, ou que exijam maior tempo e
dedicação (Tabela 6).
4.2.4 Estágio no exterior (Intercâmbio)
Durante a graduação outra atividade procurada pelo aluno é a experiência
internacional. Em julho de 2011, foi criado o programa Ciências sem Fronteiras
(CSF), uma iniciativa dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e
do Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de
20
fomento – CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico) e CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior) –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC. O
CSF foi finalizado em 2017, e teve o intuito de promover a expansão e
internacionalização: da ciência e tecnologia, e da inovação, no Brasil, através do
intercâmbio e mobilidade internacional (BRASIL, 2018).
Parte dos graduandos que participaram da pesquisa, tiveram a
oportunidade de realizar intercâmbio, seja através do CSF, por Bolsa Mérito
Acadêmico ou incentivados por outros programas/instituições. Na Tabela 7
encontra-se a frequência de graduandos que realizaram intercâmbio segundo o
curso. Na Tabela 8 a frequência de realização de estágio no exterior é avaliada
considerando o tipo de bolsa auxílio recebido pelo graduando.
Tabela 7 – Frequência de realização de estágio no exterior durante a graduação,
segundo curso
Integral (N = 111) Noturno (N = 140) P
Fez estágio no
exterior*
48 (43,2) 49 (35,0) <0,183**
*Valores representam frequência de graduandos que fizeram intercâmbio com porcentagem entre parênteses. ** teste de Qui-quadrado. *** Valores representam mediana com intervalo interquartílico entre parênteses. **** teste de Mann-Whitney
Observou-se que a maior parte dos graduandos que realizaram
intercâmbio, foram beneficiados pelo CSF, mesmo com a alta frequência de
indivíduos que não responderam à pergunta sobre o tema (Tabela 8).
A experiência no exterior também permitiu o contato do aluno com
diferentes culturas. No Gráfico 3 estão apresentadas as frequências de
graduandos que realizaram estágio no exterior por destino, segundo o curso.
Nota-se que os principais destinos foram os países de língua inglesa (Inglaterra,
Canadá, EUA e Austrália).
21
Tabela 8 – Frequência de realização de estágio no exterior durante a graduação
por tipo de bolsa, segundo curso
Integral (N = 48) Noturno (N = 49) Pvalor
CSF
(CAPES/CNPq)
24 (50,0) 19 (38,8) <0,904*
FAPESP 1 (2,1) 2 (4,1)
Outros** 3 (6,2) 3 (6,1)
Sem bolsa 6 (12,5) 6 (12,2)
Não informado 14 (29,2) 19 (38,8)
CSF: Ciências Sem Fronteiras; CAPES: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior; CNPq: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; FAPESP: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Valores representam frequência de graduandos com porcentagem entre parênteses. * teste de Razão de verossimilhança. ** Outros engloba as seguintes variáveis: bolsa de mérito acadêmico, estágio remunerado ou auxílio pela indústria.
Gráfico 3 - Frequência de graduandos que realizaram intercâmbio por destino,
segundo curso
Pvalor = 0,129*
EUA
Can
adá
França
Ingla
terra
Irla
nda
Paí
ses
Bai
xos
Ale
man
ha
Esp
anha
Port
ugal
Aust
rália
Coré
ia d
o Sul
0
10
20
30Integral (N=48)
Noturno (N=49)
Destinos
Frq
uência
gra
duandos (
%)
* teste de Razão de verossimilhança.
22
4.2.5 Estágio em Atividades Farmacêuticas
O curso de graduação em Farmácia-Bioquímica da FCF-USP, prevê a
realização de dois estágios obrigatórios com duração total mínima de 900 horas
(17% da carga horária total do curso) (FCF, 2014). Os estágios têm o objetivo de
aproximar o aluno das áreas de atuação do profissional farmacêutico integrando o
conhecimento teórico adquirido com as demais matérias com a prática, visando o
aperfeiçoamento técnico, científico e de relações interpessoais.
O programa de estágio em Atividades Farmacêuticas tem duração de 780
horas e pode ser realizado a partir do 7º semestre, no curso Integral e do 9º
semestre no curso Noturno.
O aluno pode realizar mais de um estágio em Atividades Farmacêuticas,
optando pela mudança de área e/ou local realizado. Na Tabela 9 foram
apresentadas as medianas do número de estágios realizados por aluno, segundo
o curso, e na Tabela 10 a mediana de carga horária de estágio por aluno,
segundo o curso. Observou-se que no curso Noturno o número de estágios
realizados por aluno foi maior, assim como a carga horária total de estágios
cumprida, quando comparado ao curso Integral. Indicando maior contato dos
alunos do Noturno com o mercado de trabalho.
Tabela 9 – Quantidade total de estágios em Atividades Farmacêuticas realizados
durante a graduação segundo o curso
Integral (N = 109) Noturno (N = 140) P*
Quantidade de
estágios
realizados
1 (1,0 – 1,5) 2 (1,0 – 2,0) <0,001
Valores representam mediana com intervalo interquartil entre parênteses.* teste Mann-Whitney.
23
Tabela 10 – Carga horária total de estágios em Atividades Farmacêuticas
realizados segundo os cursos (Integral e Noturno)
Integral (N = 108) Noturno (N = 135) P*
Carga horária
total em estágios 1452 (992,5 – 2160) 2260 (1200 – 3360) <0,001
Valores representam mediana com intervalo interquartil entre parênteses.* teste Mann-Whitney.
O(s) estágio(s) em Atividades Farmacêuticas pode(m) abranger as
seguintes áreas de atuação: Assessoria Técnico-Científica, Produção e Controle
de Qualidade, Garantia da Qualidade, Pesquisa e Desenvolvimento, Pesquisa
Clínica, Assuntos Regulatórios, Farmacovigilância, Serviço de Atendimento ao
Cliente (SAC), Assistência e Atenção Farmacêutica, Farmácia Clínica, Farmácia
Hospitalar, Marketing Farmacêutico e Serviços de Laboratório (Clínico,
Toxicologia, Alimentos e outros). Sendo possível sua realização nas Indústrias
(Farmacêuticas, Cosméticas, de Alimentos, de Produto para Saúde e
Diagnóstica), Farmácias (Farmácia de Manipulação e/ou Drogaria), Hospitais, em
meio Acadêmico (IC validada com estágio), na USP (não Acadêmico), Setor
Público (Banco de Sangue, Vigilância Sanitária, Instituto de Criminalística, etc.), ou
ONGs, dentre demais locais em que o farmacêutico possa atuar e esteja
conveniado com a FCF-USP (FCF, 2014).
Na Tabela 11 foram apresentadas as frequências de graduandos que
realizaram o estágio em Atividades Farmacêuticas, por local.
Na Tabela 12 e no Gráfico 4, observou-se as frequências de estágios
realizados por área de atuação avaliada, segundo curso.
24
Tabela 11 – Frequência dos principais locais de realização do Estágio em
Atividades Farmacêuticas segundo curso
Integral (N = 111) Noturno (N = 140) P*
Indústria 83 (74,8) 126 (90,0) 0,001
Acadêmico 15 (13,5) 13 (9,3) 0,291
Farmácia 4 (3,6) 5 (3,6) 1,000**
Hospital 10 (9,0) 9 (6,4) 0,443
USP 2 (1,8) 3 (2,1) 1,000
Setor Público 4 (3,6) 5 (3,6) 1,000**
Outros 1 (0,9) 0 (0,0) 0,442**
Valores representam frequência de graduandos com porcentagem entre parênteses. *teste de Qui-quadrado. ** teste Exato de Fisher
Tabela 12 – Frequência de realização do Estágio em Atividades nas Principais
Áreas observadas, segundo o curso
Integral
(N = 111)
Noturno
(N = 140)
P*
Farmacovigilância 21 (18,9) 24 (17,1) 0,716
Assuntos
Regulatórios
9 (8,1) 25 (17,9) 0,025
Pesquisa Clínica 16 (14,4) 18 (12,9) 0,720
Qualidade 19 (17,1) 50 (35,7) 0,001
Marketing 9 (8,1) 10 (7,1) 0,774
Acadêmico 10 (9,0) 6 (4,3) 0,128
P&D 5 (4,5) 11 (7,9) 0,280
Vendas 3 (2,7) 8 (5,7) 0,355**
Análises
Clínicas/Toxicológicas
8 (7,2) 15 (10,7) 0,339
Informações Médicas 13 (11,7) 12 (8,6) 0,409
Valores representam frequência de graduandos com porcentagem entre parênteses. * teste de Qui-quadrado. ** teste Exato de Fisher
25
Gráfico 4 – Frequências de graduandos que realizaram estágio em Atividades
Farmacêuticas por área de atuação, segundo curso
Farm
acovi
gilânci
a
Ass
untos
Reg
ulató
rios
Pes
quisa
Clín
ica
Qual
idad
e
Mar
ketin
g
Aca
dêmic
oP&D
Ven
das
Anál
ises
Clín
icas
/Toxi
coló
gicas
Info
rmaç
ões M
édic
as
0
10
20
30
40Integral (N=111)
Noturno (N=140)
Áreas de Atuação
Fre
quência
de g
raduandos (
%)
4.2.5 Estágio em Práticas Farmacêuticas
O estágio em Práticas Farmacêuticas é obrigatório, tendo duração de no
mínimo 120 horas, e pode ser realizado a partir do 4º semestre em ambos os
cursos. O objetivo desse estágio é propiciar a experiência prática do aluno em
áreas de atuação que envolvam a promoção da saúde e humanização do cuidado,
com contato direto com o paciente se possível (FCF, 2014; STORPIRTIS, 2016).
O programa a ser desenvolvido, sob orientação de profissional
farmacêutico, deve ser realizado em Unidades de Assistência Médica Ambulatorial
(AMA), Unidades Básicas de Saúde (UBS), Hospitais, Farmácias, Drogarias ou em
Ambulatório Médico de Especialidades (AMEs). Os alunos ingressantes até 2013,
podem pedir equivalência de atividades profissionais ou de estágio nas áreas de
SAC/Farmacovigilância como estágio em Atenção Farmacêutica (Prática
Farmacêutica), desde que matriculados nas disciplinas a partir do 8º semestre
(Integral) ou do 10º semestre (Noturno).
26
Na Tabela 13 e no Gráfico 5, está disposto a frequência de realização do
estágio em Práticas Farmacêuticas por local, segundo o curso.
Tabela 13 – Principais locais de realização do estágio em Práticas Farmacêuticas
segundo curso.
Integral
(N = 111)
Noturno
(N = 140)
P¹
Farmacovigilância² 21 (18,9) 24 (17,1) 0,539
FARMUSP³ 22 (19,8) 22 (15,7)
Farmácia/Drogaria 39 (35,1) 57 (40,7)
Farmácia Hospitalar 21 (18,9) 26 (18,6)
SAC 5 (4,5) 9 (6,4)
Toxicologia 2 (1,8) 0 (0,0)
Outros4 1 (0,9) 2 (1,4)
Valores representam frequência de graduandos com porcentagem entre parênteses. 1 - teste de Razão de Verossimilhança. 2 - Estágio em Farmacovigilância refere-se ao estágio realizado no HU-USP e/ou Indústria. 3 - FARMUSP = Farmácia Universitária da USP 4 – Outros = ILSI Brasil - International Life Sciences Intitute
27
Gráfico 5 – Frequências de graduandos que realizaram o estágio em Práticas
Farmacêuticas por local, segundo o curso
Pvalor = 0,539
Farm
acovi
gilânci
a
FARM
USP
Farm
ácia
/Dro
garia
Farm
ácia
Hosp
itala
r
SAC
Toxico
logia
Outr
os
0
10
20
30
40
50Integral (N=111)
Noturno (N=140)
Local de realização Estágio em Práticas Farmacêuticas
Fre
quência
de g
raduandos (
%)
Nesse trabalho, também foi avaliado em que momento do curso os
graduandos estavam quando realizaram o estágio de Práticas Farmacêuticas. No
Gráfico 6, observou-se a diferença entre os cursos, na frequência de graduandos
de acordo com o semestre de realização do Estágio em Práticas Farmacêuticas.
28
Gráfico 6 – Frequências de graduandos por semestre de realização do Estágio
em Práticas Farmacêuticas, segundo o curso.
Pvalor < 0,001*
4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º
11º
12º
13º
14º
15º
16º
17º
18º
19º
0
5
10
15
20Integral (N=111)
Noturno (N=140)
Semestre do Curso
Fre
quência
de g
raduandos (
%)
*Pvalor obtido através do teste de Razão de verossimilhança.
4.3 Posição do graduando no mercado de trabalho
Um dos principais desejos do aluno de graduação ao se formar é estar
empregado ao término do curso. Na Tabela 14, foi apresentada as frequências de
graduandos que foram efetivados em seus estágios, e as frequências de
graduandos que se encontravam empregados no momento da pesquisa, isto é, a
soma dos efetivados com os que possuíam emprego em outros locais. Os
graduandos que declararam estar na pós-graduação (Área Acadêmica) foram
considerados empregados.
29
Tabela 14 – Frequência de graduandos efetivados e empregados, segundo curso
Integral (N = 111) Noturno (N = 140) P*
Frequência de
graduandos
efetivados
45 (40,5) 59 (42,1) 0,798
Frequência de
graduandos
empregados
76 (68,5) 106 (75,7) 0,202
Valores representam frequência de graduandos com porcentagem entre parênteses. *Pvalor obtido pelo teste de Qui-quadrado.
Foram analisadas as frequências de graduandos empregados por área de
atuação, segundo curso, com o intuito de levantar para quais as áreas de atuação
no mercado de trabalho que mais absorvem os formandos da FCF-USP, Tabela
15.
30
Tabela 15 – Frequências de graduandos empregados por área de atuação,
segundo curso
Integral (N = 76) Noturno (N = 106) P*
Farmacovigilância 12 (15,8) 7 (6,6) 0,046
Assuntos
Regulatórios
1 (1,3) 9 (8,5) 0,047
Pesquisa Clínica 12 (15,8) 20 (18,9) 0,591
Qualidade 6 (7,9) 16 (15,1) 0,142
Marketing 3 (3,9) 3 (2,8) 0,695**
Informações Médicas 4 (5,3) 2 (1,9) 0,237**
P&D 1 (1,3) 4 (3,8) 0,402**
Vendas 4 (5,3) 2 (1,9) 0,237
Acadêmico 0 (0,0) 2 (1,9) 0,511**
Análises
Clínicas/Toxicológicas
0 (0,0) 2 (1,9) 0,511**
Farmácia¹ 2 (2,6) 0 (0,0) 0,173**
Indústria (não
especificado)
19 (25,0) 31 (29,2)
Outros² 4 (5,3) 1 (0,9) 0,162**
Não informado 6 (7,9) 7 (6,6)
Valores representam frequência de graduandos com porcentagem entre parênteses. * teste de Qui-quadrado. ** teste Exato de Fisher. 1 – Farmácia refere-se às áreas: Farmácia clínica, Atenção Farmacêutica e Manipulação 2 – Outros engloba: Ensino
4.4 – Análise da grade curricular
A matriz curricular do curso de Farmácia-Bioquímica da USP é formada
por:
1. Núcleo básico obrigatório constituído por 38 disciplinas de ciências
exatas, biológicas, humanas e da saúde que somam 149 créditos (2.235 horas);
2. Núcleo profissionalizante que se subdivide em:
a. Matérias obrigatórias de Ciências Farmacêuticas com 89 créditos (1.335
horas);
31
b. Matérias optativas, das quais o aluno deve cursar no mínimo 34 créditos
(510horas) (FCF, 2014).
Os estágios em Práticas Farmacêuticas (120 horas) e Atividades
Farmacêuticas (780 horas), junto com o Trabalho de Conclusão do Curso (TCC),
somam 40 créditos-trabalhos (1.200 horas), e complementam o Núcleo
Profissionalizante, permitindo o contato com a prática profissional (FCF, 2014).
O Gráfico 7 apresenta as proporções da carga horária, de acordo com a
divisão em núcleos (Básico, Profissionalizante e Estágios/TCC) da grade
curricular.
Gráfico 7 – Proporção da carga horária na grade curricular, de acordo com
núcleos (Básico, Profissionalizante e Estágios/TCC)
Bás
ico
Pro
fissi
onalizan
te
Est
ágio
s/TC
C
0
10
20
30
40
50
Núcleos
Pro
porç
ão d
a c
arg
a h
orá
ria (
%)
Observou-se que 42,3% da carga horária total do curso é em matérias
pertencentes ao Núcleo Básico. As disciplinas pertencentes a esse núcleo se
dividem nos seguintes conteúdos: Ciências Exatas (930h), Ciências Biológicas
(1020h), Ciências Humanas e Sociais (105h), e Ciências da Saúde (180h). No
32
Gráfico 8, encontra-se a proporção (em porcentagem) da carga horária, de acordo
com o conteúdo, em relação ao total de horas do Núcleo Básico.
Gráfico 8 - Proporção da carga horária no Núcleo Básico, de acordo com seu
conteúdo: Ciências Exatas, Biológicas, Humanas e Sociais, e da Saúde
Ciê
ncias
Exa
tas
Ciê
ncias
Bio
lógic
as
Ciê
ncias
Hum
anas
Ciê
ncias
da
Saú
de
0
10
20
30
40
50
Conteúdo
Pro
porç
ão d
a c
arg
a h
orá
ria (
%)
Observou-se a proporção da carga horária do Núcleo Profissionalizante de
acordo com a classificação das disciplinas em obrigatórias, optativas (mínimo 34
créditos) e estágios, Gráfico 9.
33
Gráfico 9 - Proporção da carga horária do Núcleo Profissionalizante de
acordo com a classificação das disciplinas (obrigatórias, optativas e
estágios)
Obri
gatóri
as
Est
ágio
s/TC
C
Opta
tivas
0
10
20
30
40
50
Classificação
Pro
po
rçã
o d
a c
arg
a h
orá
ria
(%
)
As disciplinas optativas (40 disponíveis), ainda são organizadas em eixos
de formação permitindo ao aluno optar por um currículo vocacionado. No Gráfico
10, encontra-se a proporção (em porcentagem) da carga horária oferecida para
cada eixo: Saúde, Tecnologia, e Gestão e Assuntos Regulatórios.
34
Gráfico 10 - Proporção da carga horária de optativas oferecida segundo eixo
profissionalizante
Saú
de
Tecnolo
gia
Ges
tão*
0
10
20
30
40
50
Eixos profissionalizantes
Pro
porç
ão d
a c
arg
a h
orá
ria (
%)
*Gestão e Assuntos Regulatórios
4.4.1 Disciplinas de maior dificuldade e disciplinas reprovadas
O baixo desempenho em disciplinas pode ser um indicador de diferentes
problemas: má posicionamento da matéria na grade curricular ou necessidade de
conteúdo auxiliar, falta de didática pelo professor, ou ausência de
comprometimento por parte do aluno, dentre outros fatores. Nessa pesquisa
avaliamos a frequência de reprovações (Tabela 16) e as disciplinas em que os
graduandos declararam maior dificuldade (Tabela 17).
35
Tabela 16 – Frequências de graduandos com reprovações por disciplina, segundo
curso
Integral (N = 111) Noturno (N = 140) P*
Química Orgânica (I,
II e/ou III)
16 (14,4) 16 (11,4) 0,481
Compostos
Heterocíclicos
13 (11,7) 21 (15,0) 0,450
Química Analítica 5 (4,5) 35 (25,0) <0,001
Química Analítica
Instrumental
4 (3,6) 12 (8,6) 0,110
Cálculo 15 (13,5) 8 (5,7) 0,033
Biologia Molecular 5 (4,5) 10 (7,1) 0,381
Físico-Química 11 (9,9) 3 (2,1) 0,008
Total de graduandos
com reprovação
46 (41,4) 77 (55,0) 0,033
Valores representam frequência de graduandos com porcentagem entre parênteses. * teste de Qui-quadrado.
36
Tabela 17 – Disciplinas de maior dificuldade apontadas pelos graduandos,
segundo curso
Integral (N = 111) Noturno (N = 140) P*
Química Orgânica (I,
II e/ou III)
45 (40,5) 36 (25,7) 0,175**
Compostos
Heterocíclicos
41 (36,9) 61 (43,6) 0,288
Química Analítica 21 (18,9) 52 (37,1) 0,002
Química Analítica
Instrumental
29 (26,1) 47 (33,6) 0,202
Cálculo 35 (31,5) 17 (12,1) <0,001
Físico-Química 19 (17,1) 5 (3,6) <0,001
Valores representam frequência de graduandos com porcentagem entre parênteses. * teste de Qui-quadrado.
Observou-se que as disciplinas do núcleo básico, principalmente, as de
Ciências Exatas, foram as de maior frequência de reprovação e dificuldade para
ambos os cursos.
Quando se compararam os cursos em relação a mediana de reprovas por
graduando e média ponderada com e sem reprovações (Tabela 18), notou-se que
há diferença entre os grupos, tendo os graduandos do curso Integral apresentado
menor número de reprovações, e maiores valores de média ponderada (com e
sem reprovações).
37
Tabela 18 – Número de disciplinas reprovadas e média ponderada, segundo curso
Integral (N = 111) Noturno (N = 140) P*
Número de
disciplinas
reprovadas por
graduando
0,0 (0,0 – 2,0) 1 (0,0 – 3,0) 0,028
Média ponderada
sem reprovações
7,5 (7,4 – 7,6)** 7,2 (6,9 – 7,6) < 0,001
Média ponderada
com reprovações
7,5 (7,0 – 7,9) 7,1 (6,7 – 7,5) < 0,001
Valores representam mediana com intervalo interquartil entre parênteses. *teste de Mann-Whitney. **Valor representa média e intervalo de confiança entre parênteses.
4.4.2 Opiniões sobre a grade curricular
Quando questionados sobre quais mudanças fariam na grade curricular
87,4% dos graduandos no curso Integral e 84,3% do curso Noturno responderam
as questões.
Foram analisadas as frequências das principais observações sobre a
formação da grade curricular e distribuição da carga horária, ao que diz respeito
às matérias existentes no núcleo básico e profissionalizante, Tabela 19.
38
Tabela 19 – Frequências de graduandos que opinaram a respeito de alterações
na grade curricular, segundo curso
Integral
(N = 111)
Noturno
(N = 140)
P*
Redução da carga
horária do núcleo
básico
13 (11,7) 14 (10,0) 0,664
Redução do número
de pré-requisitos
9 (8,1) 16 (11,4) 0,383
Disciplinas
relacionadas a
Botânica, poderiam
ser condensadas
6 (5,4) 14 (10,0) 0,182
Disciplinas do
“Integrado” possuem
carga horária
insuficiente
19 (17,1) 23 (16,4) 0,885
Disciplinas que
compõem “Integrado
de Tecnologias”
poderiam ser
condensadas
9 (8,1) 22 (15,7) 0,038**
Redução da proporção
Obrigatórias/Optativas
11 (9,9) 13 (9,3) 0,969
Carga horária total do
curso em excesso
8 (7,2) 12 (8,6) 0,692
Valores representam frequências de graduandos com porcentagem entre parênteses. *teste de Qui-quadrado. ** teste de Razão de Verossimilhança.
39
Observou-se que 11,7% dos graduandos do Integral e 10,0% do Noturno,
apontaram que a carga horária do núcleo básico poderia ser reduzida,
possibilitando maior foco em matérias profissionalizantes (Tabela 19). Sendo que
17,1% (Integral) e 16,4% (Noturno), sugeriram o aumento do foco nas matérias
que compõem o Integrado I e II (Tabela 19).
Outra sugestão, foi a integração entre matérias relacionadas a Botânica.
Atualmente, existe a matéria básica de Botânica, que prepara o aluno para as
disciplinas de Farmacobotânica, Farmacognosia I e Farmacognosia II. Foi
aconselhado a junção dessas disciplinas formando um Integrado de
Farmacognosia, evitando a repetição de conteúdo, e condensando as matérias de
forma a reduzir a carga horária total e deixar mais dinâmico o formato com o qual
o conteúdo é passado em sala de aula.
Também foi apontado a condensação das matérias relacionadas à
Tecnologia², que compõem as disciplinas obrigatórias do núcleo profissionalizante
em Ciências Farmacêuticas. Hoje, essas matérias já estão posicionadas na grade
curricular formando um “Integrado em Tecnologia”, contudo há falta de
sincronização do conteúdo, visando evitar repetições.
Dentre os graduandos que participaram da pesquisa 9,9% do curso
Integral e 9,3% do Noturno, propuseram a diminuição do número total de
obrigatórias e/ou aumento do número de optativas (Tabela 19). Apenas um aluno
declarou que aumentaria o número de obrigatórias no curso.
Em relação ao número de disciplinas requisitos, 8,1% dos graduandos do
Integral e 11,4% do Noturno (Tabela 19), indicaram que reduziriam a quantidade
de requisitos, deixando a grade mais flexível ao cumprimento de disciplinas
reprovadas. Tendo 7,2% e 8,6% de graduandos do Integral e Noturno
respectivamente, apontado o tempo total de formação como excessivo (Tabela
19).
Foram analisadas as frequências de graduandos que opinaram acerca da
metodologia utilizada e as áreas de atuação abrangidas pela grade, Tabela 20.
40
Tabela 20 - Frequências de graduandos de que opinaram acerca da didática ou
temática abordada na grade curricular de acordo com a sugestão proposta e
segundo curso.
Integral (N = 111) Noturno (N = 140) P*
Integração entre as
disciplinas
8 (7,2) 13 (9,3) 0,555
Disciplina
Desatualizada/Didática
6 (5,4) 4 (2,9) 0,345**
Aumento de práticas 7 (6,3) 9 (6,4) 0,969
Aproximação com o
mercado
34 (30,6) 48 (34,3) 0,540
Aumento de
disciplinas
relacionadas
Negócio/Indústria
17 (15,3) 26 (18,6) 0,497
Disciplina Mercado 7 (6,3) 6 (4,3) 0,473
Aumento foco saúde e
análises clínicas
17 (15,3) 15 (10,7) 0,278
*Razão de Verossimilhança. **Exato de Fischer.
Observou-se que 7,2% dos graduandos do Integral e 9,3% do Noturno,
apontaram a falta de integração entre as disciplinas como um problema da grade
atual (Tabela 20). A desatualização das aulas e/ou falta de didática do professor,
também apareceu como um fator que precisa ser trabalhado segundo 5,4% e
2,4%, dos graduandos do Integral e do Noturno, respectivamente (Tabela 20).
Uma mudança proposta por 6,3% dos graduandos do Integral e 6,4% do
Noturno, foi o aumento do número de práticas nas disciplinas de forma geral
(Tabela 20). O emprego de práticas alternando com aulas expositivas não apenas
41
influência a didática utilizada, como pode se relacionar com a aplicabilidade da
teoria em aproximação com o mercado de trabalho.
Dos indivíduos que participaram do estudo 30,6% dos que pertenciam ao
curso Integral e 34,3% ao Noturno, indicaram que há falta de aproximação da
grade curricular com o mercado de trabalho (Tabela 20). Sendo que 15,3% e
18,6%, respectivamente, propuseram o aumento do número ou carga horária de
disciplinas relacionadas a Negócio e Indústria, como por exemplo: Assuntos
Regulatórios, Marketing, Gestão da Qualidade, Pesquisa Clínica, Informações
Médicas, Farmacovigilância, entre outras.
Também foi sugerido por 6,3% dos graduandos do Integral e 4,3% do
Noturno, a inclusão, no início do curso, de uma disciplina sobre as áreas de
atuação do farmacêutico (Tabela 20). Essa disciplina auxiliaria o aluno
posteriormente na escolha de quais áreas buscar estágios e conteúdos
complementares a graduação, demonstrando a diversidade de campos que se
pode encontrar no meio profissional.
Outra mudança indicada por 15,3% dos graduandos do Integral e 10,7%
do Noturno, foi o aumento do foco na parte clínica do curso em função da atuação
do farmacêutico na promoção da saúde, isto é, aumento do número de disciplinas
relacionadas a farmácia clínica, análises clínicas e/ou SUS (Tabela 20).
Demonstrando a consciência dos graduandos em relação a importância da
formação humanizada, mesmo em meio a grande absorção das áreas
relacionadas a Indústria no que se refere a mercado de trabalho (Tabela 15).
5. DISCUSSÃO
O atual PPP da FCF-USP, foi elaborado com base nas DCN de 2002,
sendo estruturado de forma a integrar o ensino, a pesquisa e a
extensão/assistência. Tendo o professor como agente facilitador e mediador do
processo de ensino-aprendizagem, e o aluno como centro e sujeito do modelo de
ensino (STORPITIS, 2016; FCF-USP, 2014; BRASIL, 2002).
Em 2009, a Comissão Assessora de Educação Farmacêutica (CAEF) do
Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), publicou um estudo
42
sobre o panorama do ensino em farmácia no Estado de São Paulo. Foram
realizados o levantamento de dados das matrizes curriculares de 73 cursos de
farmácia pertencentes a 41 IES, sendo 38 privadas e 3 públicas, sendo que 97%
declararam que já haviam implementado o currículo generalista a partir das DCN
de 2002. Dentre os principais resultados, foi apontado que o número de
ingressantes nas IES era superior ao número de concluintes por ano,
demonstrando uma grande quantidade de profissionais em formação, e uma
preocupação com a qualidade da formação (BRASIL, 2009).
A respeito do tempo de permanência acima do ideal, a Pró-Reitoria de
Graduação da USP já havia reconhecido a necessidade de facilitar a progressão
no currículo acadêmico dos alunos, tendo a FCF-USP adotado medidas que
visavam a flexibilização da grade curricular como solução (FCF, 2014).
Contudo, a previsão do alto número de profissionais no mercado, bem
como o contexto da crise econômica, criou nos alunos um senso de incerteza
quanto a empregabilidade (ARAÚJO, 2016; PINTO & BARREIRO, 2013). Sendo a
manutenção do vínculo com a faculdade uma maneira de aumentar suas
oportunidades de estágio e obtenção de experiência para o destaque no mercado
de trabalho.
Na pesquisa realizada por Araújo em 2016. Foi analisada a percepção dos
graduandos em farmácia sobre o ingresso no mercado. Observou-se que, embora
houvesse um aumento da competitividade, houve um crescimento do número de
vagas relacionadas principalmente ao emprego em farmácias e drogarias
(ARAÚJO, 2016; BRASIL, 2015; BRASIL 2014a). No entanto, as áreas de maior
interesse apontadas pelos graduandos: indústria e farmácia hospitalar apareceram
como menos favoráveis em termos de oportunidade de inserção. Corroborando
com o sentimento de falta de oportunidades de atuação (ARAÚJO, 2016).
Nesse sentido a implementação das DCN em 2002, e as DCN de 2017,
são um reflexo da necessidade de preparar e incentivar os futuros farmacêuticos
para a atuação com o cuidado em saúde, atenção farmacêutica e SUS. A
Farmácia Universitária, ou estágio em estabelecimentos de assistência
43
farmacêutica, nas DCN de 2017, aparecem como cenários obrigatórios de prática
em saúde (BRASIL, 2017).
Sobre a implementação da Farmácia Universitária da FCF-USP, Storpirtis
et al. (2016), descreveu sua experiência no emprego da metodologia de
simulação-realística na FARMUSP, demonstrando os benefícios dessa estratégia
na construção de conhecimento embasado em comportamento ético, inserido nas
práticas relacionadas com a prestação do cuidado farmacêutico (STORPIRTIS,
2016).
A utilização de metodologias de ensino, que demonstrem de forma
dinâmica a aplicabilidade do conteúdo a ser passado para o aluno, auxilia na
formação do conhecimento, além de estimular a interdisciplinaridade e
trandisciplinaridade, através do exercício de workshops, aulas práticas de
laboratório e resolução de casos clínicos por exemplo.
Tsingos (2014) em seu trabalho, discutiu sobre o emprego de prática
reflexiva no ensino em farmácia. Essa metodologia consiste na exposição a um
novo pensamento pela experiência prática, e construção reflexão posterior sobre o
problema, a fim de expandir a produção do conhecimento da prática para a
acadêmica. Segundo o autor, a prática reflexiva auxilia na integração da teoria
com as complexidades da prática promovendo o pensamento crítico na resolução
de problemas, além de contribuir para a comunicação eficaz e habilidades de
colaboração preparando o aluno para uma abordagem multidisciplinar do cuidado
em saúde (TSINGOS, 2014).
Monteguti (2016) apontou para problemas relacionados à adaptação das
matrizes curriculares às DCN de 2002. Segundo o autor, a Análise pelo Conselho
Federal de Farmácia de matrizes de cursos de Farmácia demonstrou que os
cursos realizaram uma adaptação, com a inserção de disciplinas ou grupos de
disciplinas, sem muitas vezes considerar a sequência lógica dos conteúdos e a
inter e transdisciplinaridade (BRASIL, 2008; MONTEGUTI, 2016).
Na pesquisa que realizamos a necessidade da aproximação das
disciplinas do curso com o que o mercado de trabalho espera do graduando da
FCF-USP, foi apontada pelos próprios graduandos como uma necessidade. Sendo
44
propostas a maior integração entre as disciplinas, e metodologias práticas, e o
incentivo a integração do conteúdo teórico com os estágios, visando melhor
conciliação com o proposto pelas DCN de 2017.
6. CONCLUSÕES
Os graduandos da FCF-USP têm seu perfil caracterizado por:
Maioria de jovens mulheres;
Permanência acima do tempo de formação ideal para
aproveitamento de oportunidades;
Busca ativa por estágios e atividades extracurriculares durante o
curso que o diferenciam no mercado de trabalho;
Atuação no mercado de trabalho nas áreas de maior interesse
universitário e competitividade, como a indústria;
Estando preparados para o mercado de trabalho, embora tenham
encontrado dificuldades ao longo do curso.
Contudo, para acompanhar o mercado e conciliar as mudanças propostas
pelas DCN de 2017 é necessário, uma elaboração da grade curricular visando:
Flexibilização da grade curricular;
Maior incentivo a participação em atividades extracurriculares;
Integração entre as disciplinas;
Atualização da didática com maior emprego de práticas;
Aproximação do núcleo básico com a aplicabilidade farmacêutica;
Aproximação com SUS.
Aumento do oferecimento de optativas com as áreas em alta no
mercado.
45
7. BIBLIOGRAFIA
ARAÚJO, Ana L. L. Percepção de farmacêuticos e graduandos sobre o curso
de farmácia e a inserção no mercado farmacêutico na grande São Paulo.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Nove de Julho – UNINOVE. São Paulo,
2016.
BRASIL, Ministério da Educação. Resolução CNE/CES nº 2, de 19 de fevereiro
de 2002. Brasília, 2002.
BRASIL. Ciência sem Fronteiras vai conceder 20 mil bolsas este ano.
Disponível em: http://www.brasil.gov.br/noticias/educacao-e-
ciencia/2012/07/ciencia-sem-fronteiras-concedera-20-mil-bolsas-este-ano.
Acessado em: 28 set. 2018.
BRASIL. Estudo de matrizes curriculares dos Cursos de Farmácia do Estado
de São Paulo. Publicação do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São
Paulo. Dezembro/2009
BRASIL. Ministério da Educação. Brasília, DF, 23 dez. 1996. Estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da República Federativa
do Brasil, Brasília, DF, 23 dez. 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Parecer CNE/CES nº 248/2017. Diretrizes
Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 18 out. 2017
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES nº 6, de 19 de outubro
de 2017. Diário Oficial da União, Brasília, seção 1, p. 30, 20 out de 2017.
46
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Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos.
Fórum Nacional de Educação Farmacêutica: o farmacêutico de que o Brasil
necessita, 1. Relatório final. Brasília, 2008.
CECY, Carlos. Diretrizes curriculares: dez anos. Pharmacia brasileira, Brasília,
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FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO
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Acessado em: 25 fev. 2018.
FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO
PAULO. Comemoração 120 anos. São Paulo, 2018. Disponível em:
http://www.intranet.fcf.usp.br/120/. Acessado em: 25 fev. 2018.
LEITE, Silvana N. et al. A identidade do farmacêutico em foco: resultados do
fórum de educação farmacêutica do CRF/SC. Comunicador Farmacêutico,
Florianópolis, v. 33, n. 9, p. 14-17, 2006.
MONTEGUTI, Bruna R. et al. O Ensino de Farmácia no Sul do Brasil:
Preparando Farmacêuticos para o Sistema Único de Saúde? Trab. Educ.
Saúde, Rio de Janeiro, v. 14 n. 1, p. 77-95, jan./abr. 2016
PINTO, A.C., & BARREIRO, E.J. Desafios da Indústria Farmacêutica Brasileira.
Química Nova, 36(10), 1557-1560. 2013.
SILVA, Wellington B. A emergência da atenção farmacêutica: um olhar
epistemológico e contribuições para o seu ensino. Tese (Doutorado em
47
Educação Científica e Tecnológica) – Centro de Ciências da Educação,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.
SOARES, Luciano et al. Educação farmacêutica e identidade profissional. In:
CORDEIRO, Benedito C.; LEITE, Silvana S. N. (orgs.). O farmacêutico na atenção
à saúde. 2 ed. Itajaí: Univali, 2008. p. 263-286.
SOUSA, Iane Franceschet de; BASTOS, Paulo Roberto Haidamus de Oliveira.
Interdisciplinaridade e Formação na Área de Farmácia. Trab. educ. saúde, Rio
de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 97-117, mar. 2016.
SOUSA, IANE FRANCESCHET, BASTOS, PAULO ROBERTO HAIDAMUS DE
OLIVEIRA, BOGO, Danielle. Diretrizes curriculares Nacionais: desafios na
formação dos farmacêuticos para atuação no Sistema Único de Saúde.
Campo Grande: Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde, v. 15, n. 1, p. 129–134,
2013.
STORPIRTIS, Silvia et al. Uso da Simulação Realística como Mediadora do
Processo Ensino-Aprendizagem: Relato de Experiência da Farmácia
Universitária da Universidade de São Paulo. Rev. Grad. USP, vol. 1, n. 2, nov.
2016.
TSINGOS, Cherie et al. Reflective Practice and Its Implications for Pharmacy
Education. American Journal of Pharmaceutical Education. 78 (1) Article 18.
2014.
48
8. ANEXOS
Anexo 1 - Questionário
49
50
Anexo 2 - TCLE
51
Anexo 3 – Parecer do Comitê de Ética
USP - FACULDADE DECIÊNCIAS FARMACÊUTICASDA UNIVERSIDADE DE SÃO
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
Pesquisador:
Título da Pesquisa:
Instituição Proponente:
Versão:
CAAE:
CARACTERÍSTICAS ACADÊMICAS E PROFISSIONAIS DOS GRADUANDOS DAFACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Elvira Maria Guerra Shinohara
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo
2
63733316.0.0000.0067
Área Temática:
DADOS DO PROJETO DE PESQUISA
Número do Parecer: 2.267.469
DADOS DO PARECER
A avaliação das características acadêmicas e profissionais de egressos é desejada por todas faculdades e
universidades. Atualmente, estamos acompanhando diversas reuniões e fóruns que visam discutir as novas
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para o curso de graduação em Farmácia, que na USP deverá ser
implementada em 2019. Em 2004, já houve uma alteração na grade curricular do curso de Farmácia criando
a figura do farmacêutico generalista. O presente estudo tem o objetivo de avaliar o perfil dos egressos do
curso de Farmácia-Bioquímica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo,
com o intuito de conhecer as características acadêmicas e profissionais, para colaborar na reestruturação da
grade curricular do curso de graduação, adaptando assim as novas DCNs, sem perder a formação em
tecnologia e pesquisa que diferencia a USP das demais. Serão incluídos os alunos que vão colar grau no
curso de Farmácia-Bioquímica da FCF-USP a partir do primeiro semestre de 2016, provenientes dos cursos
Integral e Noturno. Será aplicado um questionário que contém as seguintes informações: 1- idade do aluno
no ingresso, 2- data da colação de grau, 3- estágios realizados (Iniciação Científica, em Atividades
Farmacêuticas, Atenção ou Práticas Farmacêuticas, 4- Estágios no Exterior, 5 - participação em atividades
complementares, 6- se ao término do
Apresentação do Projeto:
Financiamento PróprioPatrocinador Principal:
05.508-000
(11)3091-3622 E-mail: [email protected]
Endereço:Bairro: CEP:
Telefone:
Av. Prof. Lineu Prestes, 580, Bloco 13A, sala 112Butantã
UF: Município:SP SAO PAULOFax: (11)3031-8986
Página 01 de 03
USP - FACULDADE DECIÊNCIAS FARMACÊUTICASDA UNIVERSIDADE DE SÃO
Continuação do Parecer: 2.267.469
curso já estava empregado e em que área de atuação do profissional farmacêutico. Além disso, no
questionário háduas questões relacionadas ao curso de Farmácia-Bioquímica, que são: 1- quais disciplinas
do curso o aluno teve maior dificuldade; e 2- se o aluno fosse o Coordenador do Curso, o que ele mudaria
na grade curricular. O histórico escolar do egresso será consultado para obter o número de reprovações,
disciplinas com reprovações, re-ingresso no curso de Farmácia, transferência de outro curso, se houve
trancamento do curso e tempo deste, e média ponderada com e sem reprovações.
Avaliar o perfil dos egressos do curso de Farmácia-Bioquímica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da
Universidade de São Paulo, com o intuito de conhecer as características acadêmicas e profissionais, para
colaborar na re-estruturação da grade curricular do curso de graduação.
Objetivo da Pesquisa:
O risco da pesquisa é mínimo. Os participantes não terão benefícios diretos, mas a pesquisa possibilitará
conhecer os problemas enfrentados e as conquistas dos alunos que graduaram em Farmácia e Bioquímica
na FCF-USP.
Avaliação dos Riscos e Benefícios:
A pesquisa é importante, pois serão obtidas importantes informações a respeito dos egressos do curso de
Farmácia-bioquímica da FCF-USP, o que poderá servir para aprimorar a discussão da nova grade curricular
do curso.
Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:
Todos os termos de apresentação obrigatória (termo de participação de colaboradores, termo de anuência
do Departamento) foram anexadas à plataforma. O TCLE está na forma de convite e contém todos os itens
que constam da Resolução 466/12.
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:
Foram feitas as correções indicadas pelo CEP/FCF não havendo mais recomendações.
Recomendações:
Considera-se o projeto aprovado, sem pendências ou inadequações.
Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:
Este CEP entende que o projeto de pesquisa pode ser aprovado.
Considerações Finais a critério do CEP:
05.508-000
(11)3091-3622 E-mail: [email protected]
Endereço:Bairro: CEP:
Telefone:
Av. Prof. Lineu Prestes, 580, Bloco 13A, sala 112Butantã
UF: Município:SP SAO PAULOFax: (11)3031-8986
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USP - FACULDADE DECIÊNCIAS FARMACÊUTICASDA UNIVERSIDADE DE SÃO
Continuação do Parecer: 2.267.469
SAO PAULO, 11 de Setembro de 2017
Cristina Northfleet de Albuquerque(Coordenador)
Assinado por:
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Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação
Informações Básicasdo Projeto
PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_PROJETO_832509.pdf
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Outros carta.pdf 12/07/201710:57:18
Elvira Maria GuerraShinohara
Aceito
TCLE / Termos deAssentimento /Justificativa deAusência
TCLE100717.pdf 12/07/201710:46:57
Elvira Maria GuerraShinohara
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Folha de Rosto folharosto.pdf 12/07/201710:46:42
Elvira Maria GuerraShinohara
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Projeto Detalhado /BrochuraInvestigador
Projeto.docx 16/12/201613:31:25
Elvira Maria GuerraShinohara
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Declaração doPatrocinador
waldir.pdf 16/12/201613:28:11
Elvira Maria GuerraShinohara
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Declaração dePesquisadores
Paloma.pdf 16/12/201613:27:44
Elvira Maria GuerraShinohara
Aceito
Cronograma CRONOGRAMA.docx 16/12/201613:27:13
Elvira Maria GuerraShinohara
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Declaração deInstituição eInfraestrutura
Anuencia.pdf 16/12/201613:25:47
Elvira Maria GuerraShinohara
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Situação do Parecer:Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:Não
05.508-000
(11)3091-3622 E-mail: [email protected]
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