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AMARILIS GIARETTA DE MORAES1; LAISE NAYANA SALA ELPIDIO1; HUGO VICENTIN ALVES1; GREICY CEZAR DO AMARAL3; ANA MARIA SELL1-2; JEANE ELIETE LAGUILA VISENTAINER1-2
1Programa de Pós-graduação em Biociências e Fisiopatologia da Universidade Estadual de Maringá – Maringá, PR, Brasil.; 2Laboratório de Imunogenética,
Universidade Estadual de Maringá – Maringá, PR, Brasil; 315a Regional de Saúde do Estado do Paraná – Maringá, PR, Brasil.
OBJETIVO O objetivo do trabalho foi descrever as características
clínicas e epidemiológicas de gestantes com ZIKV durante a epidemia do vírus, no Município de Colorado, no noroeste do estado do Paraná.
O Zika vírus (ZIKV) tem como principal vetor o mosquito Aedes aegypti (Figura 1). Apesar dos sintomas brandos da fase aguda, não específicos e comuns à Dengue e outras infecções virais, a doença atraiu atenção pública e científica devido a sua rápida disseminação mundial e sua associação à distúrbios neurológicos, colaborando para o aumento das taxas de morbidade nas regiões mais afetadas. As gestantes se tornaram o grupo de maior preocupação, devido ao risco de transmissão do vírus para o feto, via placenta, principalmente no primeiro trimestre da gestação. As condições mais graves do sistema nervoso associadas à infecção pelo ZIKV são, a microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré.
INTRODUÇÃO
Em conclusão, é importante destacar que apesar dos sintomas clínicos leves e ausência de relatos de complicações neurológicas no grupo de gestantes, o conhecimento do perfil cliníco-epidemiológico é um instrumento relevante no auxílio do diagnóstico precoce, bem como, imprescindíveis para detecção de mudanças no padrão de doenças e associação de complicações ao ZIKV.
CONCLUSÃO
RESULTADOS
REFERÊNCIAS
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E EPIDEMIOLÓGICAS DO SURTO DE ZIKA VÍRUS EM GESTANTES NO MUNICÍPIO DE COLORADO-PR
METODOLOGIA Os dados foram fornecidos pela 15a Regional de Saúde do Estado do Paraná e Secretaria Municipal de Saúde de Colorado através do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) e prontuários médicos, no período de 2015 a 2017. As frequências foram calculadas por contagem direta.
Amarilis Giaretta de Moraes E-mail: [email protected]
Jeane E. Laguila Visentainer E-mail: [email protected]
Figura 2 Distribuição do Zika vírus no Brasil durante a epidemia de 2014 – 2016. Destaque para o Estado do Paraná (PR), seta vermelha. Fonte: Lowe et al. (2018)
Em janeiro e Fevereiro de 2016, o município de Colorado, com 23.941 habitantes enfrentou um surto de ZIKV. Neste período foram registrados 12 casos autóctones de gestantes com ZIKV, confirmados por RT-PCR. A idade média, das gestantes, foi de 26,3 ± 6 anos.
No mês de Fevereiro/2016, foi registrado o maior número de gestantes (67%) afetadas pela doença, a maioria no 2o e 3o trimestre de gravidez (Figura 5). Neste mesmo período, houve apenas um registro de gestação gemelar e não houve registro de casos de microcefalia. Em relação aos sinais clínicos (Figura 6), todas as gestantes relataram ter exantema. Além do exantema, foram relatados como sintomas mais frequentes: prurido, artralgia, mialgia e outros.
Em relação aos exames (tabela 1) de RT-PCR detectável para ZIKV, as amostras utilizadas para o diagnóstico foram: soro, plasma e urina. No mesmo período, foram realizados exames de diagnóstico da Dengue. Os resultados podem estar relacionados com os altos índices de reação cruzada entre anticorpos de flavivi ́rus. Entretanto, no mesmo ano, o município enfrentou uma epidemia de Dengue. Embora não tenha relatos de complicações neurológicas associadas ao ZIKV, o número de gestantes no município de Colorado chama a atenção quando comparado a cidades como Maringá-PR, com população 17 vezes maior, e com apenas 10 casos de gestantes com ZIKV.
1
2 3
4
5
6 7
8
*Média de duração dos sintomas : 4 dias 1 67% Exantema teve início no Tronco; 50% Examtema se espalhou
difuso pelo corpo
Figura 3. Gráfico da distribuição de renda em gestantes (N=12) do município de Colorado, PR.
Figura 4. Gráfico do nível de escolaridade das gestantes (N=12) do município de Colorado, PR.
Nível de Escolaridade
Dentre os casos registrados, os dados socioeconômico mostram que 83% se autodeclaram brancas e 17% pardas; 50% tem renda de 2 a 5 salários mínimos (Figura 3) e 58% relataram ter ensino médio completo (Figura 4).
Trimestres da Gestação no período da infecção
Figura 5. Frequência de gestantes infectadas pelo ZIKV conforme trimestre gestacional (N=12) em Colorado, PR.
Figura 6. Frequência dos sinais clínicos em gestantes com ZIKV (N=12) em Colorado, PR.
Tabela 1. Relação das amostras de RT-PCR para diagnóstico de ZIKV e dos exames para diagnóstico de Dengue
1. Lowe R, Barcellos C, Brasil P, Cruz OG, Honório NA, Kuper H, Carvalho MS.Int J Environ Res Public Health. 2018 Jan 9;15(1).
2. Brasil P, Pereira JP Jr, Moreira ME, Ribeiro Nogueira RM, Damasceno L, Wakimoto M, Rabello RS et al. Zika Virus Infection in Pregnant Women in Rio de Janeiro. N Engl J Med. 2016 Dec 15;375(24):2321-2334.
Entre 2014 e 2016, o Brasil vivenciou um surto da infecção pelo ZIKV (Figura 2). A região nordeste foi a mais afetada e com maior índice de acometimento neurológico relacionados à doença. Entretanto, outras regiões, como o estado do Paraná também foram acometidas e poucos relatos se têm a respeito da infecção nestas regiões. A gravidade do cenário apontou a necessidade de melhor compreender o comportamento desta doença.
FonteImagem:Sirohietal.(2016)
Transmi3dopelapicadadomosquitoAedesaegyp-
1emcada5
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ArtralgiaeMialgia
Febre
Conjun3vite
SINTOMASpersistem2–7diasNormalmentelevesea
morteérara
Grupoderisco
Grávidas
MicrocefaliaassociadaaoZIKV
Figura 1. Informações essenciais da doença causada pelo ZIKV.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
4a Série Completa do
Ensino Fundamental
Ensino Fundamental
Completo
Ensino Médio Completo
Educação Superior Completa
Freq
uênc
ia (%
)
Escolaridade
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
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40%
45%
1oTrimestre(0à≤13) 2oTrimestre(14à≤28) 3oTrimestre(28à≤41)
Trimestre Gestacional no momento da infeção (Semanas)
Oco
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cia
(%)
≤2saláriosmínimos;
40%<2e≤5saláriosmínimos;
50%
>5saláriosmínimos;
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RendaSalarialemR$(%)
Salário mínimo brasileiro (2016) – R$ 880,00 Salário mínimo brasileiro (2016) – R$ 880,00 Salário mínimo brasileiro (2016) – R$ 880,00
Salário mínimo brasileiro (2016) – R$ 880,00
≤2saláriosmínimos;
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Salário mínimo brasileiro (2016) – R$ 880,00 Salário mínimo brasileiro (2016) – R$ 880,00 Salário mínimo brasileiro (2016) – R$ 880,00
Salário mínimo brasileiro (2016) – R$ 880,00