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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Ciências Aplicadas CARLOS ALBERTO OIAN MAPEAMENTO DA INTERFACE ENTRE OS EIXOS DA QUALIDADE 4.0 COM OS PRINCÍPIOS, FERRAMENTAS E TÉCNICAS DA INDÚSTRIA 4.0 LIMEIRA 2019

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Ciências Aplicadas

CARLOS ALBERTO OIAN

MAPEAMENTO DA INTERFACE ENTRE OS EIXOS DA

QUALIDADE 4.0 COM OS PRINCÍPIOS, FERRAMENTAS E

TÉCNICAS DA INDÚSTRIA 4.0

LIMEIRA

2019

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Ciências Aplicadas

CARLOS ALBERTO OIAN

MAPEAMENTO DA INTERFACE ENTRE OS EIXOS DA

QUALIDADE 4.0 COM OS PRINCÍPIOS, FERRAMENTAS E

TÉCNICAS DA INDÚSTRIA 4.0

Orientadora: Profa. Dra. Ieda Kanashiro Makiya.

Coorientador: Prof. Dr. Francisco Ignácio Giocondo César.

LIMEIRA

2019

Dissertação apresentada à Faculdade

de Ciências Aplicadas da Universidade

Estadual de Campinas como parte dos

requisitos exigidos para obtenção do

título de Mestre em Engenharia de

Produção e de Manufatura na área de

na Área de Pesquisa Operacional e

Gestão de Processos.

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO

DEFENDIDA PELO ALUNO CARLOS ALBERTO OIAN E ORIENTADA PELA

PROFA. DRA IEDA KANASHIRO MAKIYA

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Folha de Aprovação

Autor: Carlos Alberto Oian

Título: Mapeamento da interface entre os eixos da Qualidade 4.0 com os Princípios,

Ferramentas e Técnicas da Indústria 4.0.

Natureza: Dissertação

Área de Concentração: Engenharia de Produção e Manufatura

Instituição: Faculdade de Ciências Aplicadas – FCA/Unicamp

Data da Defesa: Limeira-SP, 29 de Novembro de 2019.

BANCA EXAMINADORA:

Profa. Dra. Ieda Kanashiro Makiya (orientadora)

Faculdade de Ciências Aplicadas - FCA/Unicamp

Prof. Dr. Alessandro Lucas da Silva (membro)

Faculdade de Ciências Aplicadas - FCA/Unicamp

Profa. Dra. Marly Monteiro de Carvalho (membro externo)

Universidade de São Paulo - USP

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no SIGA/Sistema de

Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria do Programa da Unidade.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha

esposa, que foi meu apoio nos

momentos de dificuldade e que

não mediu esforços para me ajudar

nesta etapa tão importante da

minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer à minha orientadora, Professora Ieda pelo

incentivo, fonte de experiência e sabedoria que me ajudou a conduzir o trabalho.

Ao meu co-orientador Prof. Giocondo que me incentivou a iniciar este trabalho de

mestrado e me apresentou à FCA.

A minha esposa por toda a paciência e carinho que demonstrou nesta trajetória que se

mostrou desafiadora, mas ao mesmo tempo repleta de oportunidades.

Aos amigos Paulo, Renan e Guilherme, colaboradores da empresa que se serviu de base

para esta pesquisa e me receberam de braços abertos e contribuíram para a conclusão deste

trabalho.

Aos meus amigos e familiares que sempre me incentivaram na consecução deste

objetivo.

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RESUMO

A Qualidade 4.0 estrutura-se em um ambiente dominado pela 4° Revolução Industrial ou mais

comumente conhecida como Indústria 4.0 e busca atender aos seus requisitos. O objetivo deste

trabalho é identificar as interfaces entre ambos os conceitos. Para isto optou-se por uma

pesquisa quali-quantitativa exploratória, fundamentada em uma pesquisa bibliográfica,

complementada com a elaboração e a aplicação de um questionário através de um estudo de

caso. Os resultados exibem o nível de interfaceamento dos conceitos e atestam a viabilidade de

se identificar uma empresa que atenda aos requisitos da Qualidade 4.0, além disso, este trabalho

serve de base para futuras pesquisas complementares.

Palavras-chave: 4° Revolução Industrial; Indústria 4.0; Qualidade 4.0.

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ABSTRACT

Quality 4.0 is structured in an environment dominated by the 4th Industrial Revolution or more

commonly known as Industry 4.0 and seeks to meet your requirements. The purpose of this

dissertation is to identify the interfaces between both concepts. For this, we opted for an

exploratory qualitative-quantitative research, based on a bibliographical research,

complemented with the elaboration and the application of a questionnaire through a case study.

The results show the level of interfacing of the concepts and attest to the feasibility of

identifying a company that meets the requirements of Quality 4.0, in addition, this dissertation

is the basis for future complementary research.

Keywords: 4th Industrial Revolution; Industry 4.0; Quality 4.0.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Estrutura da dissertação.............................................................................. 18

Figura 2. Eixos da Qualidade..................................................................................... 34

Figura 3. Revoluções Industriais, estratégias e objetivos da Qualidade.................... 35

Figura 4. Representação gráfica dos resultados do tópico Dados e Analytics).......... 50

Figura 5. Representação gráfica dos resultados do tópico Conectividade................. 52

Figura 6. Representação gráfica dos resultados do tópico Sistema de Gestão........... 53

Figura 7. Representação gráfica dos resultados do tópico Colaboração e Liderança 54

Figura 8. Representação gráfica dos resultados do tópico Compliance..................... 56

Figura 9. Representação gráfica dos resultados do tópico Escalabilidade................. 57

Figura 10. Representação gráfica do valor médio obtido para cada tópico e média

geral por planta...........................................................................................

58

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Ferramentas da Indústria 4.0.................................................................... 28

Tabela 2. Técnicas da Indústria 4.0......................................................................... 29

Tabela 3. Relação de artigos avaliados na pesquisa bibliográfica (Parte 1)............ 43

Tabela 4. Relação de artigos avaliados na pesquisa bibliográfica (Parte 2)............ 44

Tabela 5. Interface entre Princípios, Ferramentas e Técnicas da Indústria 4.0 e os

Eixos da Qualidade..................................................................................

45

Tabela 6. Valor médio obtido para o tópico Dados e Analytics por planta............. 49

Tabela 7. Valor médio obtido para o tópico Conectividade por planta................... 51

Tabela 8. Valor médio obtido para o tópico Sistema de Gestão por planta............. 53

Tabela 9. Valor médio obtido para o tópico Colaboração e Liderança por planta.. 54

Tabela 10. Valor médio obtido para o tópico Compliance por planta....................... 55

Tabela 11. Valor médio obtido para o tópico Escalabilidade por planta................... 57

Tabela 12. Valor médio obtido para cada tópico e média geral por planta............... 58

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

I.4.0 Indústria 4.0

TI Tecnologia da Informação

STP Sistema Toyota de Produção

P2P People to People

M2M Machine to Machine

M2P Machine to People

AI Artificial Intelligence

CPS Cyber-physical Systems

IoT Internet of Thinks

IoD Internet of Data

IoS Internet of Services

RFID Radio Frequency Identification

QRcode Quick Response code

CAM Computer Aided Manufacturing

SGQ Sistema de Gestão da Qualidade

ERP Enterprise Resource Planning

MES Manufacturing Execution System

SLA Service Level Agreements

JIT Just in time

5S Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu, Shitsuke

CEP Controle Estatístico de Processo

vQM Virtual Quality Management

CRM Customer Relationship Management

OEE Overall Equipment Effectiveness

EH&S Environment, Health and Safety

SCM Supply Chain Management

PLM Product Lifecycle Management

LIMS&CAE Laboratory Information Mgt System and Computer Aided Manufacturing

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FSM Field Service Management

MOM Manufacturing Operation Management

KPI Key Performance Indicators

FMEA Failure Mode Effect Analysis

PC Personal Computer

SBM Slacks-Based Measure

DEA Data Envelopment Analysis

S-D Service Dominant Logic

ANOVA Analysis of Variance

TQM Total Quality Management

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 14

1.1 Caracterização do problema........................................................................... 17

1.2 Objetivo.......................................................................................................... 18

1.3 Estrutura da dissertação.................................................................................. 18

1.3.1 Desenvolvimento teórico................................................................ 19

1.3.2 Metodologia.................................................................................... 19

1.3.3 Resultados encontrados e conclusão............................................... 19

2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................ 20

2.1 Indústria 4.0............................................................................................... 20

2.1.1 Princípios, Ferramentas e Técnicas da Indústria 4.0................ 27

2.2 Qualidade 4.0............................................................................................ 30

3 METODOLOGIA DA PESQUISA............................................................................ 40

3.1 Classificação da pesquisa.............................................................................. 40

3.2 Elaboração do questionário........................................................................... 41

3.3 Análise e interpretação dos questionários..................................................... 48

4 RESULTADOS ENCONTRADOS........................................................................... 49

5 CONCLUSÃO............................................................................................................ 61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 65

ANEXO 1................................................................................................................... 72

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1 INTRODUÇÃO

Desde a primeira revolução industrial em 1750, saltos tecnológicos têm levado a

mudanças de paradigmas nos processos industriais, os quais foram denominados de

“Revoluções Industriais”. As três revoluções industriais anteriores tiveram início em países

desenvolvidos e depois se espalharam pelo restante do mundo. A primeira iniciou-se no final

do século XVIII, ocorreu basicamente na Inglaterra e fundamentou-se na introdução da energia

hidráulica e a vapor, a segunda, iniciada no final do século XIX, baseou-se no uso da energia

elétrica e impulsionou a produção em massa, e a terceira, nos 70, baseou-se no microchip com

sua aplicação em sistemas eletrônicos e na tecnologia da informação (TI) para melhorar a

automação na manufatura.

Se considerarmos, em termos gerais, as diferentes fases da revolução industrial,

temos que no início do século passado, Ford introduziu, em 1910, o conceito de produção em

massa utilizando uma linha de montagem seriada (BRAGA, 2003). Algumas décadas mais

tarde, já na década de 1950, teve origem o Sistema Toyota de Produção (STP), estruturado por

Ohno, e com ele o conceito de Lean Manufacturing, aonde as linhas de montagem exibem fluxo

contínuo ou celular (OHNO, 2005), e nos últimos anos, estamos vivendo a Indústria 4.0, aonde

a conectividade entre homens, máquinas e processos dá o tom, porém, nos dias de hoje com o

advento da Indústria 4.0, cada vez mais se fala sobre customização em massa e dentro deste

sistema produtivo surge o conceito de Qualidade 4.0, aonde é possível se fabricar produtos de

alta qualidade, atendendo aos requisitos e desejos do cliente, e em grandes volumes.

A 4° Revolução Industrial (I.4.0) está alterando a forma de como trabalhamos e nos

relacionamos com o mundo em que vivemos. Atualmente, vivemos a era da digitalização e da

hiperconectividade, a qual nos desafia, diariamente, a experimentar coisas que nunca

experimentamos antes. (SCHWAB, 2016)

O termo Indústria 4.0 foi cunhado na feira de Hannover em 2011, e discutido no

Fórum Econômico Mundial (2015), exibindo um alinhamento com os recentes estudos

realizados na Alemanha, e esta nova realidade trata de uma economia com forte presença digital

e conectividade entre as pessoas (P2P), entre máquinas (M2M) e entre máquinas e pessoas

(M2P), cujo foco principal é a troca de informação (comunicação de dados). (SCHWAB, 2016)

Dentro das organizações vivemos mudanças em grande escala, alcance e

complexidade, graças às novas tecnologias incorporadas às atividades humanas. Os desafios

desta nova revolução servirão de base para o desenvolvimento de soluções que envolvem

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diferentes stakeholders, sejam eles públicos ou privados, acadêmicos ou pertencentes à

sociedade em geral (SCHWAB, 2016).

De acordo com Schwab (2016), a amplitude e a profundidade de tais mudanças

sinalizam para a transformação de sistemas inteiros de produção, gerenciamento e governança.

A indústria 4.0 promoveu uma “fusão de tecnologias, não deixando claro as linhas divisórias

entre as esferas físicas, digitais e biológicas”.

Conforme Park et al. (2017), na era da 4° Revolução Industrial, assistiremos a

grandes mudanças na indústria, envolvendo desde a área de projetos, produção, marketing,

vendas até os sistemas de entrega aos clientes, e a Indústria 4.0 exibirá 4 características

principais:

1. O homo sapiens como conhecemos evoluirá para o phono sapiens, pois os

denominados smartphones estão dominando a grande maioria dos processos de negócios.

2. Os métodos BigData serão cada vez mais empregados na coleta, classificação e

análise de dados, uma vez que o volume e a quantidade de informações crescem dia-a-dia.

3. Os processos industriais, cada vez mais, estão inserindo robôs e softwares

dotados de inteligência artificial (AI – artificial intelligence), os quais aos poucos estão

substituindo o homem em atividades cotidianas.

4. A customização em massa e a produção personalizada estão cada vez mais

presentes em nosso dia-a-dia.

Conforme Xu et al. (2014) estão surgindo sistemas automatizados da Gestão da

Qualidade capazes de atender às necessidades crescentes da cadeia de suprimentos, de suportar

grandes quantidades de informações em tempo real e aprimorar o gerenciamento e o controle

dinâmico através do compartilhamento de informações dos processos envolvidos, e neste

sentido, tecnologias como o RFID, a IoT (Internet of Things) associada smartphones e sensores,

e o BigData estão sendo agregados.

Analogamente, Flynn et al (2016) aborda o desenvolvimento industrial com a

chegada da Smart Factory, onde máquinas e equipamentos além de fabricar produtos, são

capazes de inspecionar e retrabalhá-los até que estes alcancem os requisitos desejáveis de

qualidade. Este processo não será mais supervisionado pelo homem, pois sensores integrados e

programados fornecerão atualizações automáticas em um processo em constante evolução.

Como consequência, a Gestão da Qualidade produz grande volume de dados requerendo

análise, processamento, estruturação e capacidade de armazenamento.

O uso de novas tecnologias, sensores e inteligência artificial dão ao processo

produtivo maior autonomia e inteligência, deixando o homem como responsável pelo

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monitoramento e criatividade, ou seja, o foco do homem concentra-se no conhecimento,

habilidades e experiências. (GRACZKY-KURCHARSKA et al., 2018)

De acordo com Weckenmann et al. (2016), a história da Gestão da Qualidade exibe

um desenvolvimento constante, sempre visando a consecução de uma qualidade mais

abrangente e eficiente para os produtos e serviços entregues. Durante o último século as

questões relacionadas à qualidade têm-se ampliado continuamente desde o foco inicial no

produto final até, nos dias de hoje, quando produto, processos, parceiros, fornecedores, clientes

e mão-de-obra, além de suas inter-relações são consideradas. Além disso, atualmente, a

qualidade se depara com questões relativas à responsabilidade ambiental e social, o que leva a

Gestão da Qualidade a se constituir em um dos fatores de sucesso das organizações.

Eleftheriadis e Myklebust (2016) destacam que no decorrer dos anos a eficiência

dos sistemas produtivos evoluirá da otimização dos sistemas produtivos, os quais baseiam-se

em rotinas manuais, tais como, 5S, JIT, Lean, CEP e Six Sigma, para as tecnologias emergentes,

as quais se fundamentam na tecnologia da informação e comunicação, tais como a Manufatura

Zero Defeitos, IoT, BigData e os CPS, estes últimos, partes da I.4.0. Portanto, criar e

implementar as melhores práticas constitui-se em um trabalho árduo, e o feedback dos clientes

é essencial.

De acordo com Alexankov et al. (2017), as fábricas conectadas e a IoT levantam

novas preocupações no mercado de trabalho e nas instituições acadêmicas, pois as novas

tecnologias estão mudando o papel dos seres humanos na indústria, e neste contexto, as

máquinas substituirão os homens em atividades de rotina, porém, estes deverão ser capazes de

verificar, controlar e corrigir o funcionamento e as decisões tomadas pelas máquinas.

Conforme Bauer et al. (2017), o homem não interpreta mais o papel de “capitão”

ou “dominador”, mas hoje, cumpre tarefas como um condutor, pois as novas tecnologias

aplicadas na I.4.0 como realidade virtual e aumentada, a robótica, a inteligência artificial, o

BigData e a computação em nuvem, entre outras, combinam os mundos real e virtual,

requerendo maior qualificação e condições de trabalho em um mundo híbrido.

Para Ngai et al. (2018), a Gestão da Qualidade é um tema perene no mundo

contemporâneo, marcado pela tecnologia representada na era da I.4.0, ao mesmo tempo é

repleto de turbulência, dado as expectativas sem precedentes dos clientes. Hoje deve-se

considerar a importância das questões humanas na Qualidade, pois com o advento da 4°

Revolução Industrial e da revolução tecnológica, o envolvimento do aspecto humano deve ser

reavaliado.

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De acordo com Weckenmann et al. (2019), a velocidade pela qual o conhecimento

é gerado aumentou exponencialmente, influenciada pela 4° Revolução Industrial e o surgimento

da IoT, CPS e da integração horizontal e vertical, entre outros, e o conceito de Gerenciamento

Virtual da Qualidade (vQM) pode ser uma consequência destes eventos, pois a quantidade de

informações e novos conceitos atinge níveis incontroláveis.

Ainda de acordo com Weckenmann et al. (2019), o vQM combina simulação e

realidade virtual, e permite interação virtual com fabricação, controle e inspeção, além disso, a

comunicação é suportada pela internet, o que permite interação entre pessoas, máquinas e

máquinas e pessoas.

Nos últimos anos a tecnologia disponibilizada pela I.4.0 permitiu que, por exemplo,

máquinas de medição tridimensionais integradas à produção permitissem o controle dos

processos e produtos, otimizando recursos e eficiência (FERREIRA E GUERRA, 2017), além

disso, técnicas de mineração de dados, aplicadas à manufatura inteligente fornecem feedback

on line que são utilizados para melhorar a fabricação e a qualidade dos produtos (OLIFF E LIU,

2017), e finalmente, existem evidências que novas tecnologias e sistemas inteligentes de

controle da qualidade conseguem prever falhas e defeitos em operações de usinagem (ALBERS

et al., 2017), resumindo o conceito de Qualidade mudou e a integração com a tecnologia e a

Indústria 4.0 é inevitável.

1.1 Caracterização do problema

De acordo com Kohler e Weisz (2016), a I.4.0 é uma nova abordagem para controlar

os processos de produção, a qual fornece sincronização em tempo real dos fluxos, permitindo

a fabricação unitária e personalizada de produtos. Paralelamente, a indústria tem vivenciado

nas últimas décadas a denominada customização em massa, com o objetivo de atender aos

requisitos específicos dos clientes (PEREIRA E ROMERO, 2017), particularmente, em setores

como o automobilístico, vestuário, computadores, eletrônicos, telefones celulares e nutrição

personalizada (FOGLIATTO, et al, 2012). Dentro deste contexto, a I.4.0 está afetando a

maneira pela qual as empresas conduzem a Gestão da Qualidade neste novo ambiente, e daí

faz-se necessário caracterizar a contribuição e a influência desta para a estruturação da

Qualidade 4.0, ou seja, a Gestão da Qualidade no ambiente da 4° Revolução Industrial.

A partir desta integração faz-se necessário identificar quais princípios, ferramentas

e técnicas da I.4.0 estão contribuindo para a Gestão da Qualidade, de que maneira isto está

ocorrendo e quais os benefícios gerados.

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Questão de pesquisa: É possível mensurar a aderência dos eixos da Qualidade 4.0

em relação aos Princípios, Ferramentas e Técnicas da Indústria 4.0?

1.2 Objetivo

O objetivo geral deste trabalho é identificar as interfaces da indústria 4.0 e da

Qualidade 4.0, conceito novo, estruturado recentemente e que exibe a evolução do Sistema de

Gestão da Qualidade em um ambiente de produção customizada em massa.

Entre os objetivos específicos desta pesquisa é possível citar:

1) Elaborar um questionário a partir dos eixos da Qualidade 4.0 (JACOB, 2017b)

com interfaces junto aos princípios, ferramentas e técnicas da I.4.0.

2) Desenvolver 2 estudos de casos de empresas do mesmo ramo com a utilização

do questionário desenvolvido.

3) Analisar os resultados quali e quantitativamente.

4) Estabelecer um comparativo entre as 2 empresas.

1.3 Estrutura da dissertação

A estrutura deste trabalho é detalhada na Figura 1 que se segue.

Figura 1 - Estrutura da dissertação

De acordo com a figura 1 o trabalho será estruturado sequencialmente em

introdução (1), referencial teórico (2), metodologia (3), onde o trabalho será desenvolvido,

resultados encontrados (4) e conclusão (5).

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19

1.3.1 Desenvolvimento teórico

O desenvolvimento teórico apresenta uma visão geral, ajudando na identificação do

problema, além de seus objetivos. Nesta etapa será realizado o levantamento teórico do

trabalho, o qual será constituído de uma revisão bibliográfica em relação aos conceitos de

Indústria 4.0 e Qualidade 4.0, pesquisa esta realizada entre os anos de 2011 e 2018, uma vez

que o conceito de Indústria 4.0 surgiu e iniciou sua difusão em 2011, considerando-se as

principais bases para consulta.

1.3.2 Metodologia

Nesta etapa é apresentada a integração dos conceitos de Indústria 4.0 e Qualidade

4.0, e a partir daí será conduzido um crosschecking entre os Princípios, Ferramentas e Técnicas

da I.4.0 e os principais eixos da Qualidade 4.0, cujo resultado será a base para a elaboração de

um questionário, o qual aplicado proverá as informações necessárias para responder ao

questionamento inicial.

1.3.3 Análise dos Resultados e Considerações Finais

Com base nos resultados levantados através da metodologia e aplicação, os mesmos

serão discutidos e a conclusão, baseada na análise bibliográfica, no questionário aplicado e na

análise serão apresentados.

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20

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo busca contextualizar os principais temas abordados por este trabalho.

Com este objetivo foi realizado um levantamento sobre os principais conceitos associados à

Indústria 4.0, também, denominada por alguns como 4° Revolução Industrial, Qualidade 4.0 e

customização em massa mencionados em artigos científicos e/ou em livros e outras

publicações.

2.1 Indústria 4.0

De acordo com Schwab (2016), “Estamos a bordo de uma revolução tecnológica

que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos.

Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o

ser humano tenha experimentado antes.”

Esta nova realidade trata de uma economia com forte presença digital e

conectividade entre as pessoas (P2P), entre máquinas (M2M) e entre máquinas e pessoas

(M2P), cujo foco principal é a troca de informações. A 4° Revolução Industrial, ou

simplesmente, I.4.0, caracteriza-se pela hiperconectividade em tempo real, graças à internet,

porém, alia-se às mudanças no sistema de produção e consumo decorrentes da introdução dos

sistemas ciberfísicos (Cyber-physical systems - CPS), internet das coisas (Internet of thinks -

IoT), internet dos serviços (Internet of services - IoS), internet de dados (Internet of data - IoD),

Big Data, inteligência artificial e outros sistemas físicos, tais como robótica, manufatura aditiva

(impressão 3D), nanotecnologia e biotecnologia, realidade aumentada (Augmented Reality) e

manufaturada em nuvem (Cloud Manufacturing). (SCHWAB, 2016; SCHUH et al., 2017;

PEREIRA et al., 2017)

De acordo com Liao et al. (2017), diversos países do mundo criaram planos e

estratégias visando a implementação da Indústria 4.0, conforme citado em sequência:

EUA (2011) – Advanced Manufacturing Partnership;

Alemanha (2012) – High-Tech Strategy 2020;

França (2013) - La Nouvelle France Industrielle;

Reino Unido (2013) – Future of Manufacturing;

Coréia do Sul (2014) - Innovation in Manufacturing 3.0;

China (2015) – Made in China 2025;

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Japão (2015) – Super Smart Society;

Singapura (2015) - RIE 2020 Plan (Research, Innovation and Enterprise).

Além das iniciativas governamentais, a 4° Revolução Industrial vem sendo

estudada por um número crescente de centros de pesquisas, universidades e pela inciativa

privada, as quais contribuem de sobremaneira para a propagação de seus conceitos.

A IoT (Internet of Thinks), a IoS (Internet of Services) e a IoD (Internet of Data)

permitem que toda a empresa constitua um ambiente inteligente; adicionalmente, as máquinas

inteligentes, os sistemas de armazenamento e as instalações de produção, desenvolvidas com

tecnologia digital permitem uma integração completa de informações e dos sistemas de

comunicação, envolvendo toda a cadeia de suprimentos desde os fornecedores de materiais ou

serviços, até os clientes finais. (KAGERMANN, et al., 2013)

Conforme Bloem et al. (2014), hoje nos encontramos na I.4.0, ou seja, na 4° fase

da Revolução Industrial, a qual caracteriza-se pela utilização dos denominados sistemas ciber-

físicos (Cyber-physical systems), os quais constituem a base dos sistemas produtivos

inteligentes, e são consequência da integração da produção, da necessidade de sustentabilidade

e da satisfação do cliente; esses elementos, graças à internet, que conecta microprocessadores,

constituem-se nos cérebros dos dispositivos e sistemas digitais tornando possível esta

integração.

A principal abordagem da Indústria 4.0, conforme Anderl (2014) é utilizar as

habilidades dos sistemas ciber-físicos para fornecer inteligência e comunicação aos

denominados sistemas inteligentes, os quais podem ser entendidos como sucessores dos

sistemas adaptativos e mecatrônicos, e permitem a operação e a comunicação entre sistemas.

Portanto, a Industria 4.0 é uma abordagem estratégica visando a integração de sistemas de

controle avançados com a tecnologia de internet, que permite a comunicação entre pessoas,

produtos e sistemas produtivos.

De acordo com Brettel et al. (2014), a Indústria 4.0 se concentra no estabelecimento

de produtos e processos inteligentes. Na fábrica do futuro, as denominadas Smart Factories,

será necessário lidar, ao mesmo tempo, com a necessidade de se desenvolver novos produtos

rapidamente, com a flexibilização da produção e com processos complexos. Assim sendo, os

sistemas ciber-físicos (Cyber-physical systems) permitirão a rápida comunicação entre homens,

máquinas e produtos.

A Indústria 4.0 refere-se a um novo estágio de desenvolvimento e gestão

empresarial, o qual reconhece que os métodos e processos tradicionais de produção estão no

meio de uma transformação digital, abraçando cada vez mais a tecnologia da informação (TI),

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a qual é responsável por romper as fronteiras entre os mundos real e virtual, mais conhecidos

como sistemas ciber-físicos (Cyber-physical Systems). Além disso, redes inteligentes,

integradas a sensores e elementos de controle, constituem-se nos alicerces das denominadas

fábricas inteligentes (Smart Factories), que sustentam e suportam a Indústria 4.0, tudo isto

integrado via internet das coisas (IoT – Internet of Thinks), internet dos serviços (IoS – Internet

of Services) e internet dos dados (IoD – Internet of Data) às pessoas. (DELLOITE, 2015)

Conforme Heng (2014), a Indústria 4.0 é focada em produtos, procedimentos e

processos inteligentes, portanto o elemento chave é a smart factory que controla o rápido

crescimento da complexidade dos produtos, ao mesmo tempo que eleva a eficiência produtiva,

ou seja, tem-se a customização em massa, graças a comunicação direta entre homens, máquinas

e recursos.

De acordo com Roland Berger (2014), a 4° Revolução Industrial (Indústria 4.0) já

está a caminho, sendo que algumas áreas sentirão a mudança rapidamente e de forma

perturbadora, e outras, verão mudanças mais lentas e de forma mais consistente. Na Indústria

4.0 os objetos físicos integrar-se-ão, perfeitamente, às redes de informação, e a internet criará

uma rede, combinando máquinas inteligentes, sistemas e processos. Desta maneira homens e

máquinas trabalharão lado a lado, e os mundos real e digital estarão conectados.

Conforme Shrouf et al. (2014) a Indústria 4.0 exibe como princípio básico um

núcleo comum formado pela internet das coisas (IoT) e a fabricação inteligente, ou seja,

produtos em fabricação, componentes e máquinas coletam e compartilham dados

continuamente, em tempo real. As fábricas inteligentes (Smart Factories) fornecem produtos e

serviços inteligentes aos clientes, via internet, e graças a análise destes dados é possível definir

o melhor comportamento e as necessidades dos clientes.

De acordo com Hermann et al. (2015), o termo Industria 4.0 é utilizado para

designar a próxima revolução industrial, e ficou conhecido à partir de 2011 quando uma

iniciativa conjunta de representantes empresariais, políticos e acadêmicos, promoveram a ideia

como uma maneira de reforçar a competitividade da indústria de transformação alemã. O

governo alemão apoiou a iniciativa, anunciando que a Indústria 4.0 faria parte da “Estratégia

de alta tecnologia 2020 para a Alemanha”. Com base nesta visão, a Industria 4.0 (I.4.0)

estabeleceu recomendações envolvendo a organização da cadeia de valor e a gestão de todo o

ciclo de vida de um produto.

A 4° Revolução Industrial ou Indústria 4.0 pode ser definida pela produção digital,

inteligente, integrada via rede, e auto gerenciada, a qual é realizada através da união de técnicas

produtivas, tecnologia da informação (TI) e internet, trazendo grandes oportunidades e desafios

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para esta nova fase do processo de industrialização. Em resumo, a Indústria 4.0 é uma nova

tecnologia produtiva, a qual alia TI e comunicação. (AICHHOLZER et al., 2015)

A Indústria 4.0 engloba o desenvolvimento e a integração de tecnologias

inovadoras, tanto de comunicação como de informação (TI) aplicáveis ao setor industrial, e as

características definidas serão as redes inteligentes, as quais compreendem a integração da

tecnologia da informação incorporadas em objetos, materiais e máquinas, bem como processos

logísticos e de gerenciamento interconectados. (ICA, 2015)

Conforme Koch (2015), a 4° Revolução Industrial pode ser entendida como uma

nova forma de se organizar e controlar a cadeia de valor do ciclo de vida dos produtos, voltada

para o atendimento dos requisitos cada vez mais individualizados dos clientes. O ponto de

partida desta nova fase da Revolução Industrial é a disponibilidade das informações relevantes

em tempo real, conectando todas as etapas da cadeia de valor; a conexão entre pessoas, coisas

e sistemas cria conexões dinâmicas, auto organizadas e otimizadas.

A Indústria 4.0 pode ser entendida mais como uma visão do que uma definição, no

entanto, pode-se defini-la como uma tendência rumo à automação e a troca de dados ou

informações. Fundamenta-se na Smart Factory, nos sistemas ciber-físicos (Cyber-physical

Systems) e na Internet of Thinks (IoT), porém, vai muito além dessas tecnologias, pois o volume

de dados em trânsito cresce vertiginosamente, graças ao aperfeiçoamento dos computadores,

do aprimoramento da conectividade, das novas redes e do RFID. Logo, a Indústria 4.0 é o

resultado dos avanços tecnológicos e os benefícios das aplicações práticas destes permitirão

que a customização em massa seja cada vez mais real e ao alcance de todos. (PILGRIM, 2015)

Para Schmidt et al. (2015), a Indústria 4.0 consiste na superposição de vários

desenvolvimentos tecnológicos, os quais englobam produtos e processos. A indústria 4.0

relaciona-se, diretamente, com os sistemas ciber-físicos (Cyber-physical Systems), os quais

detalham a fusão dos fluxos de trabalho digital com os físicos, ou seja, as etapas de produção

físicas são acompanhadas por processos computadorizados. Os sistemas ciber-físicos incluem

capacidade de armazenamento e computação, mecânica e eletrônica, baseadas na internet, além

disso, a IoT (Internet of Thinks) e a IoS (Internet of Services), constituem-se em meios de

comunicação entre entidades físicas e serviços, respectivamente.

De acordo com Sommer (2015), na Indústria 4.0, os produtos informam às

máquinas, automaticamente, quais operações devem ser executadas, ou seja, os produtos são

inteligentes (Smart Products), pois dispõem de códigos de barras, RFID (Radio Frequency

IDentification) ou QRcode (Quick Response code), que exibem informações relevantes a

respeito de seu processamento. Os dados são lidos por scanners ou computadores que os

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transmitem on-line, assegurando a operação adequada de máquinas e equipamentos. Em suma,

os objetos inteligentes se comunicam e os mundos real e virtual se fundem nos denominados

sistemas ciber-físicos (Cyber-physical Systems).

Conforme Kolberg e Zühlke (2015), hoje enfrentamos um novo paradigma

denominado Indústria 4.0, o qual num primeiro momento lembra a manufatura assistida por

computador (CAM – Computer aided manufacturing), pois impulsionada pela tecnologia da

informação (TI), a Indústria 4.0 é uma abordagem de rede, na qual máquinas e objetos estão se

tornando inteligentes e fazem parte de uma rede interconectada. Estes objetos podem ser

manipulados como partes de um brinquedo lego e o princípio do “Plug’n’Play” é aplicável para

facilitar a engenharia e a configuração.

De acordo com Geissbauer, et al. (2016), enquanto a 3° Revolução Industrial foca

na automação industrial de máquinas e processos, a 4° Revolução Industrial foca na

digitalização de ponta a ponta (end-to-end) envolvendo todos os ativos físicos e na integração

dos ecossistemas digitais. Logo, atividades de gerar, analisar e comunicar dados e informações

sustentam os ganhos prometidos pela 4° Revolução Industrial.

Conforme Schwab (2016), a 4° Revolução Industrial criará um mundo no qual a

virtualização e os sistemas físicos de manufatura cooperarão um com o outro de maneira

flexível.

Para Albers et al. (2016), a Indústria 4.0 descreve a 4° Revolução Industrial que

conduz a uma produção inteligente, conectada e descentralizada. O ponto central da Indústria

4.0 reside na comunicação contínua entre seres humanos, máquinas e produtos durante o

processo de produção, o que é possível graças à implementação dos sistemas ciber-físicos, cujo

objetivo central é aumentar a eficiência em relação ao tempo dispendido e a qualidade do

produto manufaturado.

A Indústria 4.0 fundamenta-se em conceitos e tecnologias que incluem os CPS

(Cyber-physical Systems), a IoT (Internet of Thinks) e a IoS (Internet of Services), baseado na

comunicação perpétua, via internet, que permite interação e troca de informação, logo Indústria

4.0 será marcada por processos automatizados e digitalizados, aonde o uso da eletrônica e da

TI na fabricação e nos serviços será cotidiano. (ROBLEK, et al., 2016)

De acordo com Stock e Seliger (2016), a criação de valor industrial nos países

industrializados é moldada pelo desenvolvimento rumo a 4° Revolução Industrial, a qual

fundamenta-se no estabelecimento de fábricas, produtos e serviços inteligentes, incorporados a

IoT (Internet of Thinks) e a IoS (Internet of Services), também, denominadas de internet

industrial.

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Para Thoben et al. (2016), a 4° Revolução Industrial caracteriza-se pela introdução

da IoT e da IoS, o que permitiu o surgimento de fábricas inteligentes que exibem integração

horizontal e vertical. Graças à indústria 4.0, os produtos e as matérias-primas carregam dados

e informações, as quais podem ser compartilhadas com máquinas e equipamentos, permitindo

a produção em massa customizada, tudo dentro dos denominados sistemas ciber-físicos (CPS).

A Indústria 4.0 é um sistema tecnológico complexo que introduz avanços relevantes

que estão associados às denominadas fábricas inteligentes (Smart Factories). Este termo

abrange um conjunto de desenvolvimentos ou tecnologias industriais tais como o CPS, a IoT, a

IoS, a robótica, o Big Data, o Cloud Manufacturing (manufatura em nuvem) e a Augmented

Reality (realidade aumentada), e a adoção dessas tecnologias é fundamental para o

desenvolvimento de processos de produção inteligentes que se comunicam e se controlam

mutuamente. (PEREIRA; ROMERO, 2017)

De acordo com Strange e Zucchella (2017), a Indústria 4.0 é um termo utilizado

para descrever uma estratégia de alta tecnologia, e hoje, utilizada para se referir aos CPS e

processos dinâmicos de dados que utilizam grandes quantidades de dados ou informações para

operar máquinas inteligentes. Em outras palavras, a Indústria 4.0 refere-se ao surgimento e

difusão de uma série de tecnologias digitais, de modo que produtos, dispositivos e máquinas

possam se comunicar e interagir uns com os outros.

De acordo com Singh (2017), a Indústria 4.0 que representa a 4° Revolução

Industrial é uma evolução tecnológica que trabalha com a integração dos sistemas ciber-físicos

(CPS) e dos sistemas embarcados, atuando conjuntamente com a Internet das coisas (IoT) e a

Internet dos serviços (IoS). O foco principal da I.4.0 é a inteligência descentralizada que une os

mundos real e virtual.

Graças à evolução tecnológica, um produto será capaz de se comunicar com as

máquinas e/ou equipamentos de produção, criando um mundo conectado e dotado de

inteligência, surgirão então as fábricas e produtos inteligentes (Smart Factories e Smart

Products), os quais afetarão toda a cadeia de valor e o modelo de negócios. Em resumo, a

semente da indústria 4.0 tem origem na Tecnologia da Informação (TI), a qual é empregada na

integração dos sistemas de negócios e produção, assim, um produto de alta qualidade, mais

sustentável e de baixo custo terá origem. (SINGH, 2017)

Conforme Yin et al. (2017), a I.4.0 é uma iniciativa que contempla inovações

tecnológicas como a IoT, o BigData, a manufatura aditiva, a computação em nuvem, a

inteligência artificial (AI) e os CPS (Cyber-physical Systems), e ao longo dos últimos anos tem

atraído a atenção de governos, industrias e pesquisadores. Assim como na 3° Revolução

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Industrial, a demanda por produtos na I.4.0 depende do volume, da variedade e do prazo de

entrega. Um sistema de manufatura inteligente deve considerar, a comunicação entre clientes,

montadores, fornecedores e outros provedores de serviços via BigData e IoT, e um sistema

constituído de uma smart factory e seus fornecedores.

De acordo com Wang et al. (2017) Indústria 4.0 trata-se de um termo coletivo que

envolve a organização e a tecnologia da cadeia de valor. Os sistemas ciber-físicos (CPS)

acompanham os processos físicos, conectam o mundo virtual com o físico e tomam decisões

descentralizadas dentro das denominadas fábricas inteligentes (smart factories). Além disso, a

IoT permite colaboração e comunicação em tempo real entre os sistemas ciber-físicos. Os

processos de tomada de decisão são apoiados pela mineração de dados, que é capaz de descobrir

conhecimento de várias fontes e os participantes podem utilizar os serviços interorganizacionais

e internos através da IoT.

O termo Indústria 4.0 tem sua origem associada ao termo alemão “Industrie 4.0”,

introduzido em 2011 na Feira de Hannover, e que se tornou foco imediato do governo alemão

e de outros países europeus, entretanto, pode ser entendido como a aplicação dos CPS (Cyber-

physical Systems) na produção industrial, o que é equivalente à introdução da internet industrial

pela GE nos EUA. O conceito de Indústria 4.0 pode estar em um futuro próximo, porém, seus

princípios e tecnologias tem sido alvo de pesquisa há mais de uma década, e muitos

pesquisadores creem que, desejado ou não, trata-se de um fenômeno próximo. Similar à internet

nos anos 90, a Indústria 4.0 é um sucesso potencial e não, apenas, um exagero.

(GHOBAKHLOO, 2018)

A Indústria 4.0 é um sistema dinâmico e integrado, e as integrações vertical e

horizontal, e a fusão dos mundos real e virtual, associadas às tecnologias como CPS, IoT,

IoS, etc. permitem uma integração em escala global. A denominada Smart Factory

preconiza um sistema de produção descentralizado, onde máquinas, processos, seres

humanos e recursos comunicam-se entre si e aprendem uns com os outros, e os dados

relevantes e pertinentes permitem uma vantagem competitiva graças a resolução precoce de

problemas e falhas. (GHOBAKHLOO, 2018)

A Indústria 4.0 através do princípio da modularidade que envolve diferentes níveis

de produção e fabricação, fundamenta-se em uma cadeia de suprimentos ágil, em sistemas de

fluxo de materiais e processos flexíveis, aliados aos procedimentos de tomada de decisão

modulares que permitem a personalização de produtos. A personalização implica em

customização em massa, graças aos CPS, IoT, automação e manufatura aditiva entre outras

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tecnologias, permitindo a reconfiguração de produtos com base nas preferências identificadas

junto aos clientes, graças à análise e previsão do comportamento obtidas decorrente da

utilização do BigData-Analytics. (GHOBAKHLOO, 2018)

De acordo com Xu et al. (2018), nos últimos anos a I.4.0 surgiu como uma estrutura

tecnológica promissora usada para integrar processos de manufatura tanto a nível intra-

organizacional como inter-organizational, graças ao desenvolvimento da tecnologia da

informação (TI). Esta viabilidade foi evidenciada, particularmente, através da digitalização das

cadeias horizontal e vertical, e a melhoria da qualidade na I.4.0 pode ser concretizada pela

integração de novas tecnologias, ou de tecnologias já existentes, em especial, pela

implementação dos Cyber-physical Systems (CPS).

2.1.1 Princípios, Ferramentas e Técnicas da Indústria 4.0

De acordo com Hermann et al. (2015) os princípios da Industria 4.0 foram

estabelecidos ou derivados a partir de alguns componentes da Indústria 4.0 e são detalhados em

sequência.

Interoperacionalidade: Significa que os sistemas ciber-físicos (CPS) existentes em

uma fábrica ou ambiente industrial, mesmo que manufaturados por fornecedores diversos, são

capazes de se comunicar uns com os outros através das redes.

Virtualização: Possibilita que os dados obtidos dos sistemas ciber-físicos (CPS) a

partir de produtos e equipamentos físicos sejam transmitidos aos modelos virtuais e em

simulações, espelhando comportamentos reais no ambiente virtual.

Descentralização: A crescente demanda por produtos customizados torna cada vez

mais difícil controlar os sistemas de maneira centralizada. Os processos produtivos com

computadores embarcados em conjunto com a internet das coisas (IoT) habilitam os CPS a

tomarem decisões por conta própria e em tempo real.

Adaptação da produção em tempo real: Uma vez que os dados são analisados no

instante em que são coletados, é possível que a produção seja realocada ou transferida para

outras linhas ou máquinas em caso de falhas ou na hipótese de ser necessária a produção de

bens customizados.

Orientação aos serviços: Dados e serviços são disponibilizados em rede aberta,

tornando a internet de serviços (IoS) mais robusta. Dessa forma, a customização de processos

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de produção exibe maior flexibilidade de adaptação de acordo com as especificações dos

clientes.

Modularidade: Sistemas modulares são capazes de adaptar-se com flexibilidade às

mudanças nos requisitos, substituindo ou expandindo módulos individuais. Portanto, os

sistemas modulares (equipamentos e linhas produtivas) podem ser facilmente ajustados em caso

de flutuações sazonais ou em eventuais adaptações das características dos produtos.

De acordo com Holanda (2010), as ferramentas podem ser entendidas como um

conjunto de instrumentos e utensílios empregados em um ofício. Já para Houaiss (2009), uma

ferramenta consiste em qualquer instrumento que se utilize para a realização de um trabalho.

Em relação à Indústria 4.0, destacamos na Tabela 1, as principais ferramentas envolvidas e que

dão suporte a mesma.

Tabela 1- Ferramentas da Indústria 4.0.

Fonte: Adaptado de Cesar (2017)

Já as técnicas, conforme Holanda (2010), constituem-se num conjunto de métodos,

práticas e processos essenciais à perfeita execução de uma arte ou profissão, enquanto que para

Houaiss (2009), tratam-se de métodos e processos próprios de uma arte, ciência ou profissão,

Ferramenta Definição

RFID (Radio frequency identification)

Conhecidos comumente como etiquetas empregadas na identificação e rastreamento de

objetos de interesse, permitem, além da capacidade de identificação de cada item, o

armazenamento e a recuperação local de características relevantes de cada item. (ZHOU;

PIRAMUTHU, 2011)

Augmented reality (Realidade

aumentada)

É o aprimoramento da percepção humana por meio da utilização de objetos virtuais, ou

seja, as informações relevantes podem ser adicionadas diretamente ao campo visual do

trabalhador, graças a plataformas móveis. (GORECKY et al, 2014)

Manufatura aditiva

A produção de peças por meio de impressoras 3D (manufatura aditiva) refere-se a um

conjunto de tecnologias que produzem objetos por meio da adição de material, no lugar da

remoção mecânica ou da conformação. Este processo envolve a construção de um

produto em camadas pela deposição de um pó, muito fino, ou de um material líquido, o

qual é então fundido ou solidificado. (DELLOITE, 2014)

BigData

Big Data é um grande banco de dados que contém informações úteis para a tomada de

decisão, porém, este banco exibe como diferencial o fato de que estas informações são

dinâmicas, ou seja, os resultados das análises variam em tempo real de acordo com as

alterações externas. (VENTURELLI, 2016)

Virtual reality (Realidade virtual)

Realidade Virtual é uma tecnologia de interface capaz de enganar os sentidos de um

usuário, por meio de um ambiente virtual, criado a partir de um sistema computacional. Ao

induzir efeitos visuais, sonoros e até táteis, permite a imersão completa em um ambiente

simulado, com ou sem interação do usuário. (TECHTUDO, 2017)

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constituindo-se em um método particular de fazer alguma coisa. No que tange à Indústria 4.0,

relacionamos na Tabela 2, as principais técnicas aplicáveis.

Tabela 2 - Técnicas da Indústria 4.0

Técnica Definição

CPS (Cyber physical Systems)

Os sistemas ciber-físicos (CPS ) constituem-se na fusão dos mundos físico e virtual, e

podem ser entendidos como a integração da computação com os processos físicos, ou

seja, computadores e redes incorporam, monitoram, e controlam os processos físicos e

os realimentam com informações e dados. (HERMANN et al., 2015)

Integração Horizontal

Conecta através de sistemas ciber-físicos (CPS ) diferentes plantas distribuídas ao redor

do mundo, cada uma responsável por uma etapa ou fase de um processo produtivo

(BLOEM, 2014); em outras palavras, trata da digitalização envolvendo toda a cadeia de

suprimentos, desde os fornecedores, passando pelos fabricantes e chegando até os

clientes.

Integração Vertical

Busca conectar através de sistemas digitais as máquinas e os processos desde a matéria-

prima ao consumidor final, de modo que a produção possa ser monitorada e acompanhada

on line e em tempo real. (BLOEM, 2014)

Manutenção Preditiva

A manutenção preditiva é um método aplicado com a finalidade de indicar as condições

reais de funcionamento das máquinas com base em dados que informam seu desgaste ou

processo de degradação. Consiste em monitorar regularmente as condições mecânicas,

eletrônicas, pneumáticas, hidráulicas e elétricas dos equipamentos e, adicionalmente, o

rendimento operacional de seus processos. Como resultado desse monitoramento,

observa-se um aumento dos intervalos dos reparos por quebras (manutenção corretiva) e

dos reparos programados (manutenção preventiva), bem como um aumento de rendimento

no processo, uma vez que estes estarão disponíveis por um tempo maior para a operação.

(CYRINO, 2016)

Smart Factory

A fusão dos mundos virtual e físico através dos CPS e a consequente fusão dos

processos técnicos e administrativos abriram caminho para a criação do conceito de

Smart Factory . Além da automação, a palavra de ordem é flexibilização e otimização em

tempo real, graças à conectividade. (SHARMA, 2016)

Smart Product

É uma entidade (objeto tangível, software, ou serviço) projetado e feito para se auto

organizar, para incorporar diferentes ambientes (inteligentes) ao longo do seu ciclo de vida,

proporcionando maior simplicidade e maior interação, tendo um comportamento proativo,

com interfaces naturais. (MUHLHAUSER, 2008)

IoT (Internet of Things)

A IoT consiste em conectar máquinas e produtos, através de dispositivos e sensores,

como RFID , código de barras, QR code , Bluetooth , entre outros, à rede de

computadores, possibilitando a automação e centralização do controle e produção.

(ANDERL, 2014)

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Fonte: Adaptado de Cesar (2017)

2.2 Qualidade 4.0

De acordo com Weckenmann et al. (2016), a história da Gestão da Qualidade exibe

um desenvolvimento constante, sempre visando a consecução de uma qualidade mais

abrangente e eficiente para os produtos e serviços entregues. Durante o último século as

questões relacionadas à qualidade têm-se ampliado continuamente desde o foco inicial no

produto final até, nos dias de hoje, quando produto, processos, parceiros, fornecedores, clientes

e mão-de-obra, além de suas inter-relações são consideradas. Além disso, atualmente, a

qualidade se depara com questões relativas à responsabilidade ambiental e social, o que leva a

Gestão da Qualidade a se constituir em um dos fatores de sucesso das organizações.

O conceito de Qualidade 4.0 prevê um ambiente com mudanças rápidas, e para que

profissionais e o próprio Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) obtenham êxito e contribuam

para o crescimento e a evolução da organização, os dados e os processos de qualidade precisam

não só fazer parte, mas estar integrados ao ecossistema da qualidade. Produtos, processos e

máquinas inteligentes podem ser auto ajustados e direcionados, e a Qualidade precisa

determinar limites permitidos, sem a intervenção do homem, porém, em conformidade com o

SGQ organizacional, além de assegurar os registros destas ações. (PILGRIM, 2015)

Com a demanda crescente por produtos customizados, os processos industriais

necessitam, cada vez mais, incluir o SGQ, o qual não deve se limitar a registrar dados e eventos,

IoD (Internet of Data)A IoD permite transferir e armazenar grandes quantidades de dados de forma adequada e

fornece métodos de análise para interpretar os dados em massa. (ANDERL, 2014)

IoS (Internet of Services)

A IoS fornece uma base comercial e técnica, onde prestadores de serviços e

consumidores formam redes de negócios para fornecimento e consumo de serviços.

Conforme Cardoso (2009), hoje há uma clara transição de uma economia baseada na

manufatura para outra baseada em serviços, e é aí que a IoS se estabelece num

ecossistema fundamentado na web e na TI.

Cloud Manufacturing

(Manufatura em nuvem)

A manufatura em nuvem consiste em um novo paradigma de fabricação baseado em

redes, ou seja, utiliza-se da tecnologia de rede, da computação em nuvem, da

computação de serviços e da capacidade de fabricação que podem ser gerenciados e

operados de maneira inteligente e unificados para a fabricação de produtos seguros,

confiáveis, de alta qualidade, baixo custo e sob demanda. (ZHANG et al., 2014)

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mas sim, colaborar, interagir e responder às novas necessidades, através de ferramentas como

o BigData-Analytics, a IoT e a integração com outros aplicativos corporativos como ERP, MES,

etc. (PILGRIM, 2015)

De acordo com Putnik et al (2015) a utilização de sensores conectados aos

denominados smart objects (objetos inteligentes) permitem ganhos de produtividade, qualidade

e confiabilidade, associados à redução de lead-time e otimização de máquinas e equipamentos.

Conforme Albers et al. (2016), a introdução de um modelo de qualidade na Indústria

4.0 exige integração dentro e fora da empresa, pois da mesma forma que afeta processos, fluxos

de informações e documentação, afeta fornecedores, parceiros e clientes da organização, todos

envolvidos na cadeia de valor.

A Indústria 4.0 promete grandes benefícios para as indústrias e novas

oportunidades, e junto a esta tendência, as empresas necessitam envidar esforços rumo a criação

de produtos de alta qualidade, mantendo a empresa competitiva e satisfazendo as necessidades

dos clientes. Nos dias de hoje, o SGQ não se concentra, apenas, em evitar defeitos ou falhas,

mas em assegurar alto desempenho com máxima eficiência. O aumento das expectativas dos

clientes, a globalização e o contínuo aumento da complexidade dos produtos, são algumas das

razões que tornam o SGQ indispensável. (FOIDL e FELDERER, 2016)

O SGQ aborda, conforme NBR ISO 9001, diferentes aspectos, e em um ambiente

de Indústria 4.0 deve-se integrá-los verticalmente, horizontalmente, e digitalmente de ponta à

ponta; a integração vertical engloba máquinas, equipamentos, recursos e produtos dentro da

organização, e para resolver o problema decorrente do grande volume de dados gerados, o

BigData-Analytics pode representar uma solução viável, analogamente, o emprego do RFID

favorece a rastreabilidade ao longo do processo, agilizando possíveis diagnósticos e soluções.

Já a integração horizontal permite que clientes rastreiem e monitorem seus produtos em tempo

real, identificando seu status e exibindo coordenação entre produto e cliente. Já a

implementação dos CPS (Cyber-Physical Systems) permite uma integração digital de ponta a

ponta, abrangendo aspectos que envolvem desde os requisitos dos clientes, a arquitetura dos

produtos e os processos de fabricação. (FOIDL e FELDERER, 2016)

Conforme Park et al. (2017), não há dúvida de que no ambiente da indústria 4.0, a

qualidade englobará a qualidade de serviços personalizados com a possibilidade de

customização em massa e a produção personalizada. Particularmente, a qualidade do projeto se

mostrará mais importante que a qualidade associada a fabricação, pois a primeira influenciará

o grau de satisfação do cliente, uma vez que as diferenças relativas a qualidade na fabricação

será minimizada graças as smart factories, a robotização e a manufatura aditiva. Como o

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homem evoluirá para o phono sapiens, o fator mais relevante para a qualidade será a velocidade,

tanto em relação ao projeto, quanto ao que se refere a produção e entrega, pois na era da

customização em massa, identificar as necessidades do cliente e produzir o mais rápido

possível, constitui-se na forma de satisfazer o cliente e sobreviver.

Na era da 4° Revolução Industrial, a interface entre planejamento, projeto,

produção, marketing e vendas será feita via BigData, com o auxílio da IoT e da AI (artificial

intelligence). O BigData utiliza dados extraídos de redes sociais, blogs, notícias, youtube, fotos,

etc., os quais são classificados e avaliados com o objetivo de criar uma sistemática de

relacionamento com o cliente, similar ao CRM (Customer relationship management) que

servirá de base para avaliar produtos e serviços, e é crucial para as áreas de marketing e vendas.

Ainda dentro do ambiente da I.4.0, a inspeção por amostragem dará lugar a inspeção 100%.

(PARK et al., 2017)

A Qualidade 4.0 é uma referência à Indústria 4.0, a qual está acontecendo ao nosso

redor, atualmente, e conecta pessoas, máquinas e dados, democratiza tecnologias e introduz

capacidades transformadoras. Estas tecnologias permitem transformar cultura, liderança,

colaboração e conformidade, logo, Qualidade 4.0 não trata de tecnologia, mas envolve usuários

e processos que as utilizam para maximizar o valor. (JACOB, 2017b)

De acordo com Pereira e Romero (2017), a Indústria 4.0 trará impacto em diversas

áreas, aprimorando a qualidade de produtos e serviços. Nos últimos anos, mudanças na

economia e na dinâmica de mercado resultaram em uma crescente demanda por produtos mais

inteligentes e complexos, ou seja, os produtos se tornaram configuráveis e modulares,

promovendo a customização em massa para atender aos requisitos dos clientes. Desta forma, a

Indústria 4.0 que é caracterizada pela inovação de novos produtos e serviços, como sistemas

embarcados responsivos e interativos, permite gerenciar e rastrear atividades em tempo real,

otimizando a cadeia de valor e fornecer informações relevantes sobre o status do produto

durante seu ciclo de vida.

A última década exibiu avanços rápidos em conectividade, mobilidade, análise,

escalabilidade e dados, e tais transformações levaram à melhoria e ao monitoramento da

qualidade que constituem-se em algumas das principais contribuições da Indústria 4.0 à

qualidade. O termo Qualidade 4.0 surgiu graças a uma série de avanços tecnológicos, que juntos

possibilitaram a inovação e a conectividade entre pessoas, entre máquinas e entre máquinas e

pessoas. Dentre estes avanços citam-se o desenvolvimento de sensores de baixo custo e elevada

capacidade, as mídias sociais que introduziram novos paradigmas em relação à colaboração, os

dados extraídos de sensores, mídias sociais, vídeos, sistemas tradicionais de negócios, sistemas

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operacionais tradicionais, entre outros que geraram grandes bancos de dados (BigData), além

da inteligência artificial (AI – Artificial intelligence), que constitui-se em uma tecnologia

analítica capaz de analisar dados e retornar informações relevantes. (JACOB, 2017a)

Ainda que a indústria esteja nos estágios iniciais no que se refere à Qualidade 4.0,

já existem exemplos significativos de sua implementação e benefícios. Citam-se como

exemplos a adoção de inteligência artificial em um processo de manufatura com o objetivo de

realizar testes qualitativos; em outro exemplo, uma empresa implementou um sistema para

obter visibilidade em tempo real dos dados de um fornecedor situado em outro continente. Por

fim, existem empresas que conectam dispositivos para melhorar o desempenho em relação ao

nível de serviço estabelecido em contratos, ou seja, os denominados SLA – Service level

agreements. (JACOB, 2017a)

Conforme Jacob (2017b), o conceito de Qualidade 4.0 inclui a digitalização na

Gestão da Qualidade, e mais importante, o impacto desta sobre as pessoas, processos e

tecnologias ligadas à qualidade. A Qualidade 4.0 não substitui os métodos tradicionais de

qualidade, mas cria e aprimora os existentes.

A evolução tecnológica introduzida pela Indústria 4.0 conecta pessoas, máquinas e

dados, democratiza tecnologias e introduz capacidades transformadoras, e para a qualidade, tais

tecnologias permitem a transformação da cultura, liderança, colaboração e conformidade, logo

a Qualidade 4.0 não se limita à tecnologia, mas aos usuários dela. Dentro deste cenário envolve

11 eixos principais, ou seja: Sistema de gestão, Dados, Analytics, Conectividade, Aplicativos

de desenvolvimento, Escalabilidade, Colaboração, Competitividade, Liderança, Cultura e

Compliance, os quais conectam processos, tecnologia e pessoas conforme Figura 2. (JACOB,

2017b)

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Figura 2: Eixos da Qualidade

Fonte: Adaptado de Jacob, 2017b

Conforme Závadská e Závadský (2018), a Indústria 4.0, também conhecida como

a 4° Revolução Industrial, está se tornando parte da vida dos negócios e influencia

fundamentalmente a qualidade dos processos e produtos, e o uso de tecnologias como smart

glasses (óculos inteligentes), smart gloves (luvas inteligentes), smart watches (relógios

inteligentes), RFID, QRcodes, drones, veículos autônomos, manufatura aditiva, realidade

virtual e robôs colaborativos, podem gerar reflexos positivos junto ao SGQ e às próprias

atividades dos gestores de qualidade.

Atualmente a qualidade é função do produto, porém, num futuro próximo a

qualidade dependerá do projeto, do software e dos dados, associados ao serviço prestado e a

cultura (denominada de brand), ou seja, a qualidade estará associada à marca, logo a qualidade

deve se concentrar em esclarecer a responsabilidade, ou, em outras palavras, deve se preocupar

com a prestação de contas. (PARK et al., 2017)

Conforme pode ser observado na Figura 3, durante a 1° Revolução Industrial o

homem beneficiou-se das primeiras máquinas introduzidas no processo produtivo, a qualidade

centrava seus esforços no controle e a inspeção era a estratégia. Na 2° Revolução Industrial,

teve início a produção em massa, e o homem beneficiou-se da introdução da energia elétrica, a

garantia da qualidade tornou-se uma meta e a auditoria uma estratégia para a consecução da

qualidade. (PARK et al., 2017)

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Já a 3° Revolução Industrial beneficiou o homem com uma ajuda cerebral, focou

na manufatura enxuta, e a qualidade concentrou-se na gestão e em estratégias inovadoras. Por

fim, a 4° Revolução Industrial, ou simplesmente, Indústria 4.0, beneficia o homem com uma

ajuda instintiva, foca na customização em massa, com a qualidade centrada na responsabilidade

para com a sociedade e o meio ambiente, e emprega como estratégia uma qualidade aberta, ou

seja, fundamenta-se no fato de que as informações ou dados não devem ser restritos, mas

amparados em práticas de segurança, podem ser acessados por usuários autorizados via nuvem

ou IoT. (PARK et al., 2017)

Figura 3 - Revoluções Industriais, estratégias e objetivos da Qualidade

Fonte: Adaptado de Park et al., 2017

Ainda que a Gestão da Qualidade tenha se popularizado nas décadas de 80 e 90, as

empresas do século XXI, ou seja, na era da Indústria 4.0, ainda lutam com o conceito, e recalls

de produtos da GM e Toyota exemplificam os problemas de gerenciamento da qualidade. Tais

desafios levantam questões como “onde estamos” e até que ponto as práticas e métodos

tradicionais conseguirão suportar os novos estágios de desenvolvimento de produtos, as

necessidades de redução do tempo de ciclo de produção e se os esforços da mão de obra serão

capazes de atender a demanda e as expectativas dos consumidores numa era dominada pela

Indústria 4.0. (NGAI et al., 2019)

Conforme Ngai et al. (2019), nesta fase o foco é essencial para capturar os aspectos

humanos das dimensões da qualidade no atendimento às expectativas dos consumidores, na

autonomia do chão de fábrica, na capacitação da mão de obra e na credibilidade junto aos

consumidores, tudo integrado a Indústria 4.0. O objetivo é desmembrar os desafios e combinar

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os aspectos soft (humanos) e hard (processos) para lidar com problemas como a falta de

flexibilidade, a customização, as longas cadeias de suprimentos e o monitoramento dos

fornecedores, e dentro desta ótica é possível que ocorram implicações em 5 eixos distintos, ou

seja, aspectos econômicos, modelos de decisão, modelos de negócios, aspectos humanos e

aspectos tecnológicos, os quais são apresentados a seguir.

Aspectos econômicos da Qualidade na era da Indústria 4.0:

Em relação aos aspectos econômicos da Qualidade na era da Indústria 4.0, Xiao et al.

(2019), considerou em seu trabalho que a aplicação conjunta do monitoramento em 2 etapas,

empregando-se para isto o gráfico de controle baseado na média (Xbar) para monitorar

continuamente as características do processo, e o gráfico do tipo np (número de itens não

conformes) para checar a qualidade do produto. Isso resultou numa associação com resultados

eficientes do ponto de vista econômico, otimizando a tomada de decisão em tempo real e

remotamente pelo gestor, através da utilização da IoT. Neste caso, os gráficos associados à

média emitem um sinal de alerta quando as características de qualidade se mostrarem fora de

controle, já os gráficos np asseguram a satisfação do cliente, interrompendo o processo e

implementando uma ação corretiva, assim busca-se otimizar tanto o custo da amostragem como

o custo da qualidade.

Modelos de decisão da Qualidade na era da Indústria 4.0:

No que se refere aos modelos de decisão na era da Indústria 4.0, Tai et al. (2019)

desenvolveu em seu trabalho um modelo de decisão para lidar com questões qualitativas

relacionadas ao controle de estoques de perecíveis (alimentos frescos, produtos químicos,

medicamentos, dispositivos eletrônicos e, roupas e acessórios, entre outros), e com este objetivo

avaliou a interferência das políticas de inspeção em diferentes momentos e a troca entre uma

inspeção por ciclo e outra, realizada de forma contínua ao longo do ciclo produtivo.

Considerou-se, adicionalmente, políticas de reabastecimento baseadas em quantidade

e tempo (intervalos fixos), e a conclusão mostrou que a inspeção executada em intervalos fixos

assegurou melhoria da qualidade do produto e redução nos custos de inspeção, além disso a

análise da lucratividade deveria estar associada ao custo de transporte e lead time do processo,

o que permitiria uma tomada de decisão de forma preditiva e dinâmica. (TAI et al, 2019)

Já Liu et al. (2019) propuseram uma abordagem integrada de priorização de risco para

melhorar o desempenho do FMEA. Como muitas vezes é difícil para um especialista em FMEA

quantificar com exatidão sua avaliação como um número exato entre 1 e 10, algumas teorias de

incerteza foram aplicadas ao FMEA para manipular os termos linguísticos na avaliação de risco,

considerando não apenas a associação, mas, também, a não-associação; por outro lado, definir

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o risco de possíveis modos de falha não constituiu-se em um processo simples, e para tanto

adotou-se a comparação da área de aproximação de fronteira multiatributiva, a qual ajudou a

priorizar os modos de falha e determinar os mais significativos. Portanto, o modelo proposto

pelos autores forneceu uma ferramenta útil, prática e eficaz para a tomada racional de decisões

de gerenciamento de risco.

Por outro lado, ainda dentro do eixo modelos de decisão, Pournader et al. (2019)

propôs um modelo analítico usando técnicas combinadas de SBM (Slacks-Based Measure –

Medição baseada em folgas) e DEA (Data Envelopment Analysis – Análise por envoltória de

dados) para avaliação comparativa da qualidade nas atividades de serviços terceirizados com

base no desempenho organizacional, a qual acabou contribuindo para a medição do

desempenho da terceirização ao longo das cadeias produtivas de fornecimento de serviços. Este

trabalho forneceu bases adicionais para a modelagem e avaliação de serviços terceirizados do

ponto de vista qualitativo e na identificação de indicadores de desempenho.

Modelos de negócios da Qualidade na era da Indústria 4.0:

Em relação aos modelos de negócios da Qualidade na Indústria 4.0, Subramanian et

al. (2019) estudou a complexidade existente no processo de inovação da qualidade envolvendo

a relação fornecedor e comprador, e identificou dois caminhos possíveis, o primeiro trata da

identificação de fornecedores inovadores e o segundo diz respeito a transferência de

conhecimento sobre qualidade do comprador para o fornecedor. Os resultados mostraram que

a capacidade de inovação e a “paixão” do fornecedor são fatores que influenciam positivamente,

mas o tipo de produto desenvolvido pelo comprador, a existência de uma atitude cooperativa

por parte deste e a capacidade do fornecedor reduzir custos são fatores importantes e

diferenciais na escolha.

Já o objetivo do trabalho desenvolvido por McAdam et al. (2019) consistiu em explorar

o papel das práticas de Gestão da Qualidade na melhoria do alinhamento estratégico em

pequenas e médias empresas, utilizando uma abordagem contingencial, ou seja, não é possível

estabelecer uma única forma ótima de gerir, pois cada situação e organização requer uma forma

específica. O estudo foi realizado em 5 empresas do segmento de serviços e as variáveis

estudadas foram estratégia, cultura, ciclo de vida e foco no cliente, interagindo com as práticas

de Gestão da Qualidade.

As conclusões de McAdam et al. (2019) mostraram que em ambientes mais simples e

estáveis, as práticas de gestão tendem a ser mais simples e padronizadas, e a estrutura

organizacional é de natureza mais mecanicista. Por outro lado, quando o ambiente de negócios

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se torna mais dinâmico e complexo, as práticas se tornam mais avançadas e complexas, com

ênfase na adaptabilidade e exibindo uma estrutura organizacional orgânica.

A importância crescente dos sistemas de serviços na economia global levou Akter et

al. (2019) a estudar a medição qualitativa deste serviço, tendo por base a lógica S-D (Service

Dominant Logic) que se concentra no serviço e não no produto. O modelo desenvolvido e

validado mensurou os resultados individuais, organizacionais e sociais no contexto de um

sistema de saúde, validando empiricamente o efeito da lógica da qualidade na satisfação, valor,

qualidade de vida e intensões de continuidade de serviço.

Ainda falando em modelos de negócios, Zhang et al. (2019) concluiu em seu trabalho,

o qual utilizou dados obtidos junto a 317 fabricantes globais, que a modularização de um

produto afeta positivamente a integração da Qualidade Interna de uma organização, assim como

a integração com as áreas de Qualidade de fornecedores e clientes; por outro lado, a

customização em massa afeta positivamente a integração da Qualidade Interna, além de

melhorar a competitividade de uma determinada organização.

Para finalizar este eixo (modelos de negócios), Huo et al. (2019) desenvolveu um

estudo buscando desvendar ou entender a integração da Qualidade na cadeia de suprimentos

(Supply Chain), pois defeitos ou falhas em produtos ou serviços podem causar interrupções do

processo, perdas financeiras e dados irreparáveis à reputação e imagem da empresa. Com este

objetivo em mente, foram coletados dados junto a 317 fabricantes, distribuídos por 10 países

diferentes e os resultados avaliados com a utilização da análise de variância (ANOVA). Ao se

avaliar a qualidade relacionada ao serviço, considerando-se tanto entrega como flexibilidade, e

o custo da qualidade, foi possível identificar uma interface com os padrões de qualidade

integrados a cadeia de suprimentos.

Aspectos humanos da Qualidade na era da Indústria 4.0:

Em relação ao eixo aspectos humanos da Qualidade na era da Indústria 4.0, Haffar et

al. (2019) evidenciaram que existe uma falta de estudos empíricos que investiguem a influência

da disponibilidade individual para a mudança na implementação de programas TQM, e para

tanto foi aplicada uma pesquisa com 226 gerentes de operações em organizações industriais

argelinas. A análise dos dados revelou que os componentes benefício pessoal e auto eficácia

são as dimensões mais favoráveis a implementação do TQM. As falhas na implementação do

TQM são atribuídas a cultura organizacional desfavorável, resistência a mudança, falta de

recursos, liderança não comprometida e baixo nível no índice de disponibilidade individual para

a mudança, o qual é considerado como sendo o principal fator de falha do TQM.

Aspectos tecnológicos da Qualidade na era da Indústria 4.0:

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Dentro do trabalho coordenado por Ngai et al. (2019) não foi encontrado nenhum

estudo envolvendo os aspectos tecnológicos e sua relação com a Gestão da Qualidade na

Indústria 4.0, o que levantou um debate sobre o pensamento acadêmico envolvendo tecnologias

futuras emergentes como Internet das Coisas (IoT), BigData, CPS, cadeias de suprimentos

inteligentes entre outras.

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3 METODOLOGIA DE PESQUISA

A metodologia, conforme Ciribelli (2003), pode ser entendida como um conjunto

de operações comuns, as quais devem ser implementadas sequencialmente e de maneira

ordenada, e sustentadas em uma sistemática para atingir um fim específico, logo, implica no

uso adequado da reflexão e da experimentação, além de outros procedimentos aplicáveis.

De acordo com Gil (1999), a metodologia cientifica consiste em um conjunto de

procedimentos intelectuais e técnicos empregados na busca do conhecimento.

Do ponto de vista de sua natureza, uma pesquisa pode ser considerada básica (pura)

ou aplicada. Uma pesquisa aplicada é aquela que busca aplicar os conhecimentos adquiridos

através de uma pesquisa pura, a qual por sua vez tem o objetivo de ampliar o conhecimento,

desenvolver novas teorias e caracterizar princípios, sem se preocupar com a aplicação prática.

(CIRIBELLI, 2003; PRODANOV e FREITAS, 2013)

Quanto aos seus objetivos a pesquisa pode ser classificada como exploratória,

descritiva ou explicativa. Uma pesquisa exploratória consiste no primeiro passo de um trabalho

científico, sendo, também conhecida, como pesquisa bibliográfica, a qual proporciona maiores

informações sobre o tema, ajuda a delimitá-lo, define objetivos e formula hipóteses. Após a

pesquisa exploratória, caminha-se para uma pesquisa descritiva, aonde os fatos são observados,

registrados, analisados e interpretados, e os dados, geralmente, são coletados através de

questionários, entrevistas ou levantamentos. (CIRIBELLI, 2003; PRODANOV e FREITAS,

2013)

Por fim, sob o ponto de vista da abordagem do problema a pesquisa pode ser

qualitativa ou quantitativa. Uma pesquisa qualitativa, tem por objetivo compreender os

fenômenos através da coleta de dados narrativos, estudando as particularidades e experiências

individuais. Já uma pesquisa quantitativa busca a compreensão dos fenômenos através de dados

numéricos que indicam preferências, comportamentos e outras ações individuais. (CIRIBELLI,

2003; PRODANOV e FREITAS, 2013)

3.1 Classificação da Pesquisa

Com o objetivo de alcançar o resultado esperado nesta dissertação, realizou-se uma

pesquisa aplicada, exploratória, descritiva e com uma abordagem quali-quantitativa.

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Para a abordagem qualitativa foi adotado como estratégia a realização de um estudo

de caso baseado na aplicação de um questionário, o qual será posteriormente analisado. Já em

relação à abordagem quantitativa optou-se pela análise dos resultados através de um gráfico do

tipo radar, aonde para cada tópico foram analisados os resultados obtidos para cada um dos sites

da empresa empregada como exemplo de aplicação.

O estudo de caso, conforme Prodanov e Freitas (2013) envolve um estudo profundo

e exaustivo de um ou poucos objetos de forma que permita ampliar e detalhar o conhecimento

sobre o mesmo. Trata-se de uma metodologia de pesquisa aplicada (qualitativa e/ou

quantitativa) aonde se busca a aplicação prática e imediata dos conhecimentos, revelando

aderência da teoria à prática.

3.2 Elaboração do questionário

Com o objetivo de mapear as interfaces entre os eixos da Qualidade 4.0 e os

Princípios, as Ferramentas e as Técnicas da Indústria 4.0 foi desenvolvida uma revisão

bibliográfica da literatura para identificar possíveis relações entre os termos Indústria 4.0 e

Qualidade 4.0, utilizando-se as bases de pesquisa Science Direct, Web of Science, Taylor e

Francis, Springer, Scopus e Google Scholar, considerando-se artigos publicados a partir de

2011, ano em que o conceito de Indústria 4.0 começa a ser difundido internacionalmente, ou

seja, buscou-se avaliar artigos científicos mais recentes que tratem do assunto ou deem

embasamento teórico e metodológico à pesquisa em questão.

A pesquisa foi realizada empregando-se como termos de busca Industry 4.0, Fourth

Industrial Revolution, I.4.0 e Quality 4.0, e foi realizada tanto em relação às palavras-chave

(keywords) como em relação à presença destas no título ou nos tópicos dos artigos, e refinado

por tipo de documento, article ou review.

Como este primeiro critério de busca retornou um número reduzido de artigos,

adotou-se outra estratégia, a qual consistiu na busca de artigos científicos empregando-se como

termos de busca Industry 4.0, Fourth Industrial Revolution e I.4.0 e a partir daí, avaliou-se o

resumo (abstract) de cada artigo, e selecionou-se aqueles que abordavam, além da Indústria

4.0, o conceito e as implicações desta na Qualidade.

O resultado deste processo de busca, o qual mostrou-se complexo e extenso, é

detalhado nas Tabelas 3 e 4, as quais exibem para cada base de dados os artigos mais relevantes.

Esta etapa resultou em 123 artigos, porém, como 26 estavam presentes em mais de

uma base de dados, estes foram excluídos, e restaram, então, 97 artigos.

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Partindo-se do universo de 97 artigos, executou-se a segunda etapa do processo de

análise e seleção, através da leitura do artigo, onde além de citar o conceito de qualidade,

buscou-se identificar uma integração com os Princípios, as Ferramentas e as Técnicas da

Indústria 4.0.

Esta etapa resultou na seleção de 65 artigos, identificados nas Tabelas 3 e 4 com o

fundo na cor cinza.

A última etapa consistiu na análise dos 65 artigos através de um crosschecking entre

os Princípios, as Ferramentas e as Técnicas da Indústria 4.0, conforme Hermann et al. (2015) e

os denominados eixos da Qualidade 4.0, detalhados por Jacob (2017b), identificando-se, assim,

os pontos de intersecção entre os conceitos.

O resultado foi a identificação de 20 artigos que exibiram uma associação relevante

e, produziram a Tabela 5, onde são discriminados no eixo horizontal os Princípios, as

Ferramentas e as Técnicas da Indústria 4.0, e no vertical citam-se os eixos da Qualidade 4.0.

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Tabela 3 - Relação de artigos avaliados na pesquisa bibliográfica (Parte 1)

Autor (es) Ano Autor (es) Ano Autor (es) Ano

Lee, J. et al. 2014 Foidl, H.; Felderer, M. (G) 2016 Shafiq, S. et al. 2016

Schuh, G. et al. 2014 Brettel, M. et al. 2016 Theorin, A. et al. (G) 2016

Bauer, W. et al. 2015 Wang, S. et al. 2016 Ben-Daya, M. et al. 2017

Kolberg, D.; Zühlke, D. 2015 Alexankov, A. et al. 2017 Dean, M.; Spoehr, J. 2017

Albers, A. et al. (WS) (G) 2016 Oliff, H.; Liu, Y. 2017 Liao, Y. et al. (G) 2017

Brettel, M. et al. (WS) 2016 Schonreiter, I 2017 Park, S. et al. (G) 2017

Erol, S. et al. 2016 Li, L. (G) 2018 Strozzi, F. et al. (G) 2017

Lee, J. et al. 2016 Ghobakhloo, M. (WS) 2018 Tortorella, G. et al. (WS) (S) 2017

Schumacher, A. et al. 2016 Kamble, S. et al. (S) 2018 Yin, Y. et al. (G) (WS) 2017

Stock, T.; Seliger, G. 2016 Shin, W. et al. (TF) 2018 Antil la, J. ; Jussila. K. 2018

Qin, J. et al. 2016 Yazdi, P. et al. 2018 Buer, S. et al. 2018

Albers, A. et al. et al. 2017 Zheng, P. et al. (SP) 2018 Fatorachian, H.; Kazemi, H. (G) (SP) (S) 2018

Davies, R. et al. 2017 Moeuf, A. et al. (G) 2018

Dombrowski, U. et al. 2017 Sony, M. 2018

Mrugalska, B.; Wyrwicka, M. (WS) 2017 Waris, M. et al. 2018

Oliff (WS) 2017 Xu, L. et al. 2018

Pereira, A.; Romero, F. 2017 Xu, L. ; Duan, L. (G) 2018

Pereira, T. et al. 2017 Závadska, Z.; Zavadsky, J. 2018

Santos, K. et al. 2017

Telukdarie, A. et al. 2017

Wagner, T. et al. 2017

Carvalho, N. et al. 2018

Reis, M. (S) 2018

Base de Dados

Obs.: Caso um determinado artigo seja encontrado em mais de uma base, identificar-se-á a outra base por uma letra entre parentesis, sendo

SD para Science Direct, WS para Web of Science, TF para Taylor e Francis, SP para Springer, S para Scopus e G para Google Scholar.

ScienceDirect Web of Science Taylor e Francis

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Tabela 4 - Relação de artigos avaliados na pesquisa bibliográfica (Parte 2)

Autor (es) Ano Autor (es) Ano Autor (es) Ano

Harrison, R. et al. 2016 Glück, M. 2015 Kagermann, H. et al. 2013

Kang, H. et al. 2016 Asakura, T 2016 Anderl, R. 2014

Chhetri, S. et al. 2017 Trstenjak, M.; Cosic, P. 2017 Bloem, J. et al. 2014

Li, G. et al. 2017 Zhong, R. et al. 2017 Brettel, M. et al. 2014

Park, H. 2017 Krugh, M.; Mears, L. 2018 Gorecky, D. et al. 2014

Strandhagen, J. et al. 2017 Heng, S. 2014

Wang, Y. et al. 2017 Shrouf, F. et al. 2014

Yao, X. 2017 Baur, C. 2015

Müller, J.; Voigt, K. 2018 Delloite AG 2015

Oztemel, E.; Gursev, S. 2018 Hermann, M. et al. 2015

Tarallo, A. et al. (S) 2018 Pilgrim 2015

Putnik, G. et al. 2015

Schmidt, R. et al. 2015

Scheuermann, C. et al. 2015

Sommer, L. 2015

Toro, C. et al. 2015

Jayaram, A. 2016

Roblek, V. et al. 2016

Romero, D. et al. 2016

Rüttimann, B.; Stockli, M. 2016

Sanders, A. et al. 2016

Illés, B.; Tamás, P. 2017

Singh, K. 2017

Spendla, L. et al. 2017

Strange, R.; Zucchella, A. 2017

Thoben, K. et al. 2017

Cavalcante, C.; Almeida, T. 2018

Zaidin, N. et al. 2018

Obs: Caso um determinado artigo seja encontrado em mais de uma base, identificar-se-á a outra base por uma letra entre parentesis, sendo

SD para Science Direct, WS para Web of Science, TF para Taylor e Francis, SP para Springer, S para Scopus e G para Google Scholar.

Base de Dados

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Virtualização

Descentralização

Adaptação da produção

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Orientação aos serviços

Modularidade

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Augmented reality

(realidade aumentada)

Manufatura aditiva

DigData

Virtual reality (Realidade

virtual)

CPS (Cyber physical

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Integração Horizontal

Integração Vertical

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Smart Factory

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Ao se avaliar a Tabela 5 é possível observar que os denominados eixos da Qualidade

(Jacob, 2017b) que exibiram o maior número de interfaces ou correlações com os Princípios,

as Ferramentas e as Técnicas da Indústria 4.0 foram pela ordem: Conectividade (12), Sistema

de Gestão (9), Colaboração (7), Dados (2), Analytics (1) e Liderança (1), já os demais não

exibiram nenhuma correlação.

Em função destes resultados, elaborou-se um questionário versando sobre os

tópicos citados anteriormente aos quais foram acrescidos 2 outros que apesar de não serem

identificados, mostram-se relevantes em face à realidade vivenciada nos últimos anos pela

sociedade e pela comunidade industrial.

O primeiro deles é a Escalabilidade que reside na possibilidade de uma empresa

crescer em número de clientes e faturamento sem precisar elevar seus custos. Isto ocorre quando

é possível oferecer produtos e serviços aos clientes sem demandar mão de obra ou investimentos

em máquinas, equipamentos ou instalações fabris, logo, é possível incrementar seu faturamento

sem a necessidade de elevar, proporcionalmente, seus custos. (BANNOCK et al., 2013;

ABSTARTUP, 2014)

O segundo tópico relevante é o Compliance que, nos últimos anos, tem ganhado

mais espaço nas empresas, principalmente, naquelas que exibem relações com a administração

pública. O termo Compliance significa “estar em conformidade com”, obedecer, satisfazer o

que foi imposto, comprometendo-se com a integridade. Uma empresa em Compliance é aquela

que cumpre e observa, rigorosamente, a legislação a qual se submete e aplica princípios éticos

nas suas decisões, preservando sua integridade, assim como a de seus colaboradores e da alta

administração. O Compliance tem a função de monitorar e assegurar que todos os envolvidos

com uma empresa estejam de acordo com as práticas de conduta da mesma. (KEMPFER E

BATISTI, 2017; MOTA et al., 2017 e XAVIER et al., 2017)

O questionário constitui-se numa comparação entre os eixos da Qualidade 4.0

(JACOB, 2017b) e os Princípios, as Ferramentas e as Técnicas da Indústria 4.0 e num norteador

para o diagnóstico da Qualidade 4.0 dentro das organizações, ou seja, o resultado desta

comparação traduz o status da organização em relação à Qualidade 4.0, demonstrando assim

sua aplicabilidade.

O questionário elaborado compõe-se de 35 questões versando sobre os 8 eixos de

maior aderência. Para simplificar e facilitar a resposta dos envolvidos, optou-se pela adoção de

uma escala do tipo Likert, a qual é uma escala psicométrica usada em pesquisas para entender

as opiniões, atitudes e o grau de conformidade de um entrevistado em relação a certa sentença

afirmativa ou negativa.

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Portanto, ao responder a um item na escala Likert, o envolvido responde,

especificamente, com base em seu nível de concordância ou discordância. (BERMUDES et al.,

2016)

As respostas podem ser oferecidas em diferentes níveis de medição, e neste caso,

particularmente, optamos em 4 níveis, ou seja:

1 – discordo totalmente;

2 – discordo parcialmente;

3 - concordo parcialmente;

4 – concordo totalmente.

Além disso, incluiu-se a alternativa “NA”, caso a questão não seja aplicável.

Para se proceder a uma análise mais aprofundada em cada tópico, foram elaboradas

35 questões onde Dados e Analytics englobam 10 questões; Conectividade, 4 questões; Sistema

de Gestão, 6 questões; Colaboração e Liderança, 4 questões; Compliance, 6 questões; e

Escalabilidade, 5 questões. O questionário subdividido em 6 grupos é apresentado no Anexo 1.

Este questionário constituiu-se de um instrumento de avaliação quali-quantitativo e

foi aplicado em 2 organizações de perfis similares (cross-case analysis), gerando um quadro

comparativo entre as plantas e um diagnóstico das mesmas em relação à Qualidade 4.0,

tomando por base os denominados eixos da qualidade.

Na empresa escolhida para a aplicação desta pesquisa foi possível identificar a

implementação e utilização do conceito de Qualidade 4.0. Trata-se de uma empresa

multinacional, do segmento automotivo, a qual possui 2 plantas no Brasil e trabalha sob o

conceito de customização em massa, sendo uma das precursoras na implementação dos

conceitos de Indústria 4.0 e Qualidade 4.0.

Outra diferença relevante entre a empresa selecionada para aplicação da pesquisa e

os demais concorrentes existentes no mercado nacional, reside no fato de que as outras

empresas trabalham com produtos padronizados ou standart, enquanto que a empresa alvo da

pesquisa trabalha com produtos customizados e em grande escala.

Esta empresa é responsável pela fabricação de componentes estruturais de nível 1

e 2 para o mercado de veículos leves e comerciais, dentre os quais incluem-se quadros de luz e

espaciais, módulos de suspensão, estruturas corporais, módulos de transmissão, tanques de

combustível, quadros de chassis, trilhos laterais e cruzamentos.

A Planta 1 incorporada ao grupo em 2010 situa-se na grande São Paulo, emprega

cerca de 400 empregados, e é responsável pela manufatura dos itens anteriormente detalhados,

incluindo corte, dobra, furação, solda e pintura entre outros.

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Já a Planta 2 incorporada, também, em 2010 situa-se no estado do Paraná, emprega

cerca de 250 empregados, e é responsável, principalmente, pelas atividades de montagem.

O questionário foi respondido por um grupo de profissionais, neste caso,

especificamente por 3, constituído pelo Diretor de Engenharia de Processos e Qualidade e pelos

Engenheiros de Qualidade e Processos, responsáveis pela implementação, desde 2010, da

Indústria 4.0 e da Qualidade 4.0, tanto na Planta 1 como na Planta 2.

O processo de implementação da Indústria 4.0 na Planta 1 iniciou-se em 2010, logo

após o processo de aquisição pelo grupo multinacional, e buscou atender aos objetivos de

incrementar a produtividade e os indicadores de qualidade; já a Planta 2 iniciou o processo de

implementação a partir de 2016. Enquanto a Planta 1 contou com o suporte de uma equipe local,

residente e focada neste processo, a Planta 2, desde o início foi suportada pelos profissionais da

Planta 1, em função de uma decisão da alta administração, os quais realizavam visitas

quinzenais ou mensais de acompanhamento.

3.3 Análise e interpretação dos questionários

Após a aplicação do questionário nas 2 plantas, confeccionou-se um gráfico radar

global e outros 6, ou seja, um para cada um dos tópicos constituintes do questionário.

De acordo com Ornstein (1989), o gráfico radar apresenta-se como um

procedimento para expressar e comparar o desempenho entre diferentes entidades, organizações

ou empresas. Originalmente apresenta-se como um polígono cujas diagonais constituem

coordenadas nas quais registram-se indicadores diversos, considerados relevantes para se criar

uma imagem do desempenho.

O gráfico radar não constitui-se em um gráfico convencional e tem por objetivo

enfatizar os esforços para o monitoramento de um processo, sendo recomendável para

evidenciar aspectos fortes e fracos de um determinado ambiente, processo ou assunto em

análise. (CÉSAR, 2011)

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4 RESULTADOS ENCONTRADOS

Neste capítulo procedemos a análise dos 2 estudos de caso envolvendo as Plantas 1

e 2, e as questões existentes no questionário são citadas no texto como questões 1 à 35.

Com o objetivo de se detalhar cada tópico em particular, os comentários em relação

a cada um dos 6 eixos constantes no questionário (Dados e Analytics, Conectividade, Sistema

de Gestão, Colaboração e Liderança, Compliance e Escalabilidade) são descritos de maneira

separada e ao final é realizado um comentário global.

A avaliação é representada pela mediana das notas aplicadas à cada questão, sendo

o valor máximo igual à 4,00, ou seja, neste caso há atendimento pleno à questão ou tópico

(eixo).

Dados e Analytics

Ao se analisar os resultados das Plantas 1 e 2 (P1 e P2), é possível observar que a

Planta 1, conforme Tabela 6 e Figura 4, exibe o valor de 3,50, enquanto a Planta 2 exibe o valor

de 2,00.

Tabela 6 – Valor obtido para o tópico Dados e Analytics por planta

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Figura 4 – Representação gráfica dos resultados do tópico Dados e Analytics (Elaboração própria)

A Planta 1 exibiu resultado igual à 4,00 para as questões 1 (dados estruturados

provenientes de máquinas, equipamentos e smart products são analisados automaticamente e

sem intervenção humana), 2 (dados semiestruturados, tais como tags RFID, QRcodes ou

códigos de barra, são analisados automaticamente), 5 (a empresa utiliza a IoD no dia-a-dia), 7

(a empresa exibe métricas descritivas que se adaptam em tempo real) e 8 (a empresa exibe

métricas diagnósticas que se adaptam em tempo real).

Além disso, as questões 3 (dados não estruturados estão integrados ao CPS e à

Smart Factory e são analisados automaticamente) e 6 (a empresa utiliza o BigData-Analytics e

os dados realimentam a organização na tomada de decisões) exibem o resultado 3,00, o que

demonstra boa aderência à Qualidade 4.0.

Isso significa que a empresa, em relação à Dados e Analytics, está bem estruturada

e trabalha adequadamente com dados e informações, o que é fundamental para se trabalhar com

a virtualização da fábrica física.

Para finalizar a análise, a Planta 1 exibe resultados inferiores à 3,00 para as questões

4 (utilização do RFID em operações associadas ao Recebimento, Processamento e Expedição

de produtos aos clientes), 9 (a empresa exibe métricas preditivas que se adaptam em tempo real)

e 10 (a empresa exibe métricas prescritivas que se adaptam em tempo real e de maneira

autônoma, capazes de prever falhas e especificar ações antes da ocorrência de não-

conformidades).

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A implementação do RFID, conforme detalhado pela empresa, está prevista e

ocorrerá gradativamente, já em relação à adoção de técnicas de manutenção preditiva, a

empresa contatou prestadores deste tipo de serviço e avalia a possibilidade de implementar

soluções internas, caso os serviços disponibilizados no mercado não atendam às suas

necessidades.

Já a Planta 2 exibe valores inferiores à 3,00 em todas as questões, exceção feita à

questão 7 (a empresa exibe métricas descritivas que se adaptam em tempo real), no entanto, é

importante destacar que esta unidade está iniciando a automatização dos processos associados

à Qualidade.

Comparando-se as Plantas 1 e 2, nota-se que a Planta 1 exibe um sistema integrado

e autônomo, já a Planta 2 exibe uma integração pontual, representados pelos dados associados

ao controle da qualidade, os quais são automatizados, e requer ações mais abrangentes, básicas

e estruturantes.

Conectividade

A avaliação realizada detectou que a Planta 1 exibe o valor máximo para este tópico,

ou seja, 4,00, enquanto a Planta 2 exibe o valor de 2,00, conforme Tabela 7 e Figura 5.

Tabela 7 – Valor obtido para o tópico Conectividade por planta

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Figura 5 – Representação gráfica dos resultados do tópico Conectividade (Elaboração própria)

A Planta 1 exibe resultado igual à 4,00 para todas as questões, ou seja, dispõe de um

CPS implementado (questão 11), o CPS existente integra o Enterprise Resource Planning -

ERP (questão 12), a digitalização do processo produtivo criou um controle e monitoramento

virtual (questão 13) e o conceito de Indústria 4.0 expandiu os limites da conectividade,

conectando pessoas, produtos, equipamentos, máquinas e processos, via smartphones, tablets,

smartwatches e realidade virtual (questão 14), logo, do ponto de vista da conectividade esta

unidade atende plenamente aos requisitos da Qualidade 4.0.

Em contrapartida, a Planta 2 exibe o valor 2,00, com avaliações inferiores à 3,00 em

todas as questões, exceção feita à questão 13 (a digitalização do processo produtivo criou um

controle e monitoramento virtual) a qual exibe avaliação igual à 3,00.

Conforme pode ser observado, ficou evidenciado uma falta de infraestrutura para

viabilizar a implementação plena da Indústria 4.0, pois há uma fábrica digital, porém, não é

possível categorizá-la como inteligente (smart), pois existem dispositivos digitais, porém,

limitados.

Sistema de Gestão

A avaliação realizada evidenciou que a Planta 1 exibiu o valor de 4,00, enquanto a Planta

2 apresentou o valor 1,50, conforme Tabela 8 e Figura 6.

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Tabela 8 – Valor obtido para o tópico Sistema de Gestão por planta

Figura 6 – Representação gráfica dos resultados do tópico Sistema de Gestão (Elaboração própria)

A Planta 1 exibe resultado igual à 4,00 para as questões 15 (existe dentro da empresa

uma integração horizontal e vertical entre sistemas como Enterprise Resource Planning - ERP,

Customer Relationship Management - CRM, Supply Chain Management - SCM, Product

Lifecycle Management - PLM, etc., o qual gera uma realimentação automática), 16 (há uma

base de dados com fornecedores e clientes, onde tendências, necessidades e preferências dos

consumidores são consideradas), 17 (graças ao CPS, a integração horizontal conecta diferentes

plantas, e envolve fornecedores, subcontratados e clientes), 18 (a empresa exibe uma integração

vertical) e 20 (há um monitoramento virtual dos indicadores), além disso, a questão 19 (existe

uma rede aberta em relação à Qualidade) foi avaliada como 3,00.

Em resumo, em termos gerenciais a unidade se enquadra como Qualidade 4.0, o que

favorece a operacionalização do sistema.

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Já a Planta 2 exibiu avaliações inferiores à 3,00 em todas as questões, exibindo

problemas na integração horizontal e vertical, falta de uma base de dados que auxilie no

alinhamento entre clientes e fornecedores, além do monitoramento virtual dos indicadores e

uma rede aberta em relação à Qualidade. É importante ressaltar que a Planta 1 iniciou o processo

de implementação da Qualidade 4.0 em 2010 muito antes que a Planta 2, a qual iniciou em

2016, e aí reside uma explicação plausível para as diferenças observadas entre elas.

Colaboração e Liderança

Os resultados das Plantas 1 e 2 foram iguais à 4,00, conforme Tabela 9 e Figura 7.

Tabela 9 – Valor obtido para o tópico Colaboração e Liderança por planta

Figura 7 – Representação gráfica dos resultados do tópico Colaboração e Liderança (Elaboração própria)

Conforme pôde ser observado, a Planta 1 exibiu a avaliação 4,00 para 3 das 4 questões

associadas e este tópico, sendo que a questão 23 (a empresa utiliza dados não estruturados

extraídos do Facebook, Twiter, Instagram, Youtube e Linkedin, que permitem ao cliente avaliar

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a qualidade do produto ou serviço prestado) foi considerada não aplicável, no entanto, o

resultado global demonstra forte aderência ao conceito de Qualidade 4.0, visto que as mídias

sociais são voltadas ao monitoramento dos consumidores finais e, neste caso, há relação,

apenas, com o cliente institucional com os quais as relações são diretas.

As questões atendidas plenamente são a 21, a qual refere-se ao fato de que a empresa

exibe KPI´s (Key Performance Indicators) atualizados em tempo real e de maneira automática,

22, a qual mostra que estes KPI´s refletem os interesses da empresa e despertam o interesse dos

líderes funcionais e 23, a qual mostra que as tecnologias vinculadas à Indústria 4.0 são aplicadas

com foco na Qualidade 4.0.

A Planta 2 exibiu avaliação inferior à 3,00 na questão 21 que trata da existência dos

KPI´s (Key Performance Indicators), ou seja, métricas atualizadas em tempo real e autônomas

para itens considerados mais relevantes e sensíveis à empresa, e considerou não aplicável a

questão 23 (idem a planta 1). Em termos globais, no entanto, também atende aos requisitos

estabelecidos para o tópico.

Compliance

Os resultados das Plantas 1 e 2, conforme Tabela 10 e Figura 8, mostram que ambas

alcançaram o valor máximo (4,00), logo, por se tratar de um requisito sensível, exigido pelo

mercado, nota-se que as diretrizes estão implementadas em sua totalidade e em ambas as

unidades.

Tabela 10 – Valor obtido para o tópico Compliance por planta

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Figura 8 – Representação gráfica dos resultados do tópico Compliance (Elaboração própria)

As questões que receberam a avaliação máxima (4,00) são listadas na sequência.

Questão 25: Há uma sistemática de validação automática em relação aos requisitos

regulatórios, industriais, associados aos clientes e internos?

Questão 26: Há uma sistemática de auditorias automáticas em relação ao compliance?

Questão 27: A gestão do Processo de Negócios da empresa é automatizada e conectada?

Questão 28: A gestão de documentos é digitalizada, automatizada e conectada via rede?

Questão 29: A submissão de documentos é eletrônica e conectada via rede?

Questão 30: Os serviços de compliance são automatizados e conectados via rede?

A satisfação plena deste tópico traz à empresa credibilidade por parte de clientes,

investidores e fornecedores, evita sanções legais, perdas financeiras e de reputação, reduz a

incidência de fraudes e desvios de recursos, além de ser importante na busca de mercados

externos, exibindo uma imagem de credibilidade dos empregados e ética por parte da empresa.

Escalabilidade

Os resultados das Plantas 1 e 2 foram, respectivamente, iguais à 4,00 e 3,00, conforme

Tabela 11 e Figura 9.

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Tabela 11 – Valor obtido para o tópico Escalabilidade por planta

Figura 9 – Representação gráfica dos resultados do tópico Escalabilidade (Elaboração própria)

A Planta 1 exibiu o valor 4,00 para todas as questões relativas a este tópico, ou seja,

questão 31 (a empresa utiliza no dia-a-dia, tecnologias como IoT, IoS, IoD e Cloud

Manufacturing), questão 32 (a IoT é aplicada nos processos produtivos, conectando máquinas

e processos de maneira autônoma e inteligente), questão 33 (a empresa adota soluções em IoS

acompanhando pedidos do cliente em tempo real e assegurando rastreabilidade), questão 34 (a

IoS permite ao cliente alterar ou customizar o produto em tempo real) e questão 35 (a IoS é um

instrumento de inovação, permitindo comunicação direta e rápida junto aos clientes). Em

síntese, a Planta 1 atende plenamente aos requisitos Qualidade 4.0, pois as tecnologias permitem

a customização em massa em tempo real.

A Planta 2 exibiu avaliações inferiores à 3,00 nas questões 31 e 32, que tratam,

respectivamente, da utilização no dia-a-dia de tecnologias como IoT, IoD, IoS e Cloud

Manufacturing, e da aplicação específica da IoT nos processos produtivos da empresa,

conectando, desenvolvendo e aprimorando máquinas e processos de forma autônoma e

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inteligente. Independentemente destes resultados, a Planta 2, ainda demonstrou atendimento

aos requisitos da Qualidade 4.0. Isto significa que a unidade exibe boa capacidade de resposta

ao cliente, no entanto, há dificuldade operacional na entrega.

Avaliação Global

A análise global das Plantas 1 e 2 exibe como resultados os valores de 4,00 e 2,50,

respectivamente, conforme pode ser observado na Tabela 12 e na Figura 10.

Tabela 12 – Valor médio obtido para cada tópico e média geral por planta

Figura 10 – Representação gráfica do valor médio obtido para cada tópico e média geral por planta

(Elaboração própria)

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A Planta 1 exibe um resultado global igual à 4,00, alcançando o valor máximo nos

tópicos Conectividade, Sistema de Gestão, Colaboração e Liderança, Compliance e

Escalabilidade, exibindo pleno atendimento aos requisitos, conforme detalhado na sequência.

Em relação à Conectividade a empresa dispõe de um Sistema ciber-físico (CPS)

implementado, integrado ao ERP, onde os processos encontram-se digitalizados e as pessoas,

produtos, equipamentos, máquinas e processos estão conectados através de smartphones,

tablets, smartglasses, realidade aumentada e realidade virtual.

No que se refere à Colaboração e Liderança a empresa exibe KPI`s atualizados

automaticamente, em tempo real, os quais refletem os interesses da empresa e despertam os

interesses dos líderes funcionais, além disso, as tecnologias oriundas da Indústria 4.0 são

aplicadas com foco na Qualidade 4.0.

No quesito Compliance há uma sistemática de validação automática no que se refere

aos requisitos regulatórios, existem auditorias automáticas em relação ao compliance, cujos

serviços são automatizados e conectados via rede, com a gestão e submissão de documentos

digitalizados e executadas, também, via rede.

Quanto à Escalabilidade a empresa utiliza, em função do grande volume de dados no

dia-a-dia a IoT, a IoS, a IoD e o Cloud Manufacturing, além disso, a IoT é utilizada para

conectar, desenvolver e aprimorar máquinas e processos de maneira autônoma e inteligente, e

a IoS é utilizada para suportar o cliente, assegurando rastreabilidade e a possibilidade de

configurar seu pedido e customizar o produto em tempo real.

Em relação ao tópico Sistema de Gestão a única questão avaliada como 3,00 (as demais

foram avaliadas como 4,00), refere-se à existência de uma rede aberta em relação a qualidade,

a qual requer pequenos ajustes.

No que se refere ao tópico Dados e Analytics, avaliado como 3,50, as questões 9

(existência de métricas preditivas que se adaptam em tempo real), 4 (uso de RFID em operações

associadas ao recebimento, processamento e expedição de produtos) e 10 (existência de

métricas prescritivas que se adaptam em tempo real) exibiram avaliações inferiores à 3,00 e

requerem ações, em parte já em andamento.

Portanto a Planta 1 demonstra forte aderência e confirma a aplicabilidade e a utilização

dos conceitos da Qualidade 4.0 na organização, sendo que alguns poucos pontos merecem

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atenção especial, notadamente nos tópicos Dados e Analytics (RFID, manutenção preditiva e

métricas prescritivas).

A Planta 2 exibe um resultado global igual à 2,50, alcançando o valor máximo 4,00 em

Compliance e Colaboração e Liderança, e avaliação igual a 3,00 em Escalabilidade.

Desta forma a Planta 2 mostra que em Compliance, há uma sistemática de validação

automática no que se refere aos requisitos regulatórios, existem auditorias automáticas em

relação ao compliance, cujos serviços são automatizados e conectados via rede, com a gestão e

submissão de documentos digitalizados e executadas via rede.

Quanto à Colaboração e Liderança existem deficiências em relação aos KPI´s no que se

refere à atualização automática e em tempo real, no entanto, os mesmos refletem os interesses

da empresa e despertam o interesse dos líderes funcionais, além disso, as tecnologias oriundas

da Indústria 4.0 são aplicadas com foco na Qualidade 4.0.

Em relação à Escalabilidade a Planta 2 utiliza a IoS para suportar o cliente, assegurando

rastreabilidade e a possibilidade de configurar o pedido e/ou customizar o produto em tempo

real, no entanto, é necessário aperfeiçoar o uso, no dia-a-dia de tecnologias como a IoT, a IoS,

a IoD e o Cloud Manufacturing, e em particular, o emprego da IoT na conexão e

desenvolvimento de máquinas e processos de maneira autônoma e inteligente.

Para o tópico Dados e Analytics o valor alcançado mostra que, apenas, a questão 7

(existência de métricas descritivas que se adaptam em tempo real) atingiu o valor 3,00, sendo

que as demais exibiram valores entre 1,00 e 2,00, ou seja, existem falhas na análise de dados

estruturados e não estruturados, o RFID, a IoD e o BigData não são utilizados, além de

deficiências em relação às métricas diagnósticas (tempo de ciclo), preditivas (manutenção

preditiva) e prescritivas (FMEA – Failure Mode Effect Analysis).

A Conectividade exibe o valor igual à 2,00 graças a digitalização do processo produtivo,

pois os demais requisitos associados à implementação do CPS e a integração deste com o ERP,

bem como a conexão entre pessoas, produtos, equipamentos, máquinas e processos não foram

evidenciados.

Em relação ao Sistema de Gestão o valor alcançado (1,50) exibe todas as questões entre

1,00 e 2,00, ou seja, os resultados exibem problemas associados à integração vertical e

horizontal, falta de alinhamento entre clientes e fornecedores, e monitoramento de indicadores.

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5 CONCLUSÃO

O tema abordado, Qualidade 4.0, é um termo recente, contemporâneo e inovador, uma

vez que as primeiras publicações sobre o tema só ocorreram a partir de 2017, o que pode ser

evidenciado em função das poucas referências bibliográficas encontradas nas principais bases

de pesquisa científica; ao mesmo tempo, pode ser considerado como uma evolução conceitual,

pois amplifica as funcionalidades da Qualidade no ambiente da Indústria 4.0.

Além disso, o trabalho exibiu uma evolução do tema Qualidade, não substituindo

métodos anteriores, mas sim ampliando novas funcionalidades devido aos avanços no campo

da automação, digitalização, virtualização e da customização em massa.

Ao se avaliar o referencial bibliográfico e, em particular, o trabalho desenvolvido por

Ngai et al. (2019), o qual procura discutir o status da Gestão da Qualidade nas empresas na era

da Indústria 4.0, é possível observar que há uma lacuna em relação aos aspectos tecnológicos

da Qualidade na Indústria 4.0, portanto, o presente trabalho justifica-se em face a ausência de

artigos em relação a este eixo.

A Qualidade 4.0 ampliou as perspectivas e as funcionalidades da Qualidade em função

das mudanças impostas ao cenário industrial, atualmente relacionado à Indústria 4.0. Sistemas

ciber-físicos e fábricas inteligentes geraram uma nova configuração industrial e novos modelos

de negócios, baseados na introdução de dispositivos móveis, IoT, IoS, IoD, BigData-Analytics,

cloud manufacturing, manufatura aditiva, RFID, realidades aumentada e virtual, CPS, smart

factory e smart products, migrando do estágio digital para os sistemas inteligentes, e atualmente

para os onipresentes, ou seja, capazes de serem conectados em tempo real.

Alguns estágios como a digitalização, a fábrica inteligente (smart factory) e o modelo

onipresente foram alcançados devido à tecnologia, graças à utilização de smartphones, tablets

e outros dispositivos móveis, e da IoT, IoD e IoS, que permitiu maior conectividade no setor

produtivo, o qual pode ser monitorado, independentemente, do tempo e do espaço, ou seja, de

forma onipresente.

Este trabalho foi elaborado a partir de uma análise cientifica da literatura disponível,

que resultou, inicialmente, na construção das Tabelas 3 e 4, as quais congregam 123 artigos

científicos relacionados ao tema, número este que foi, posteriormente, reduzido a 97 em função

da existência de artigos duplicados em mais de uma base; a partir de então, procedeu-se a uma

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análise dos resumos, e o número de artigos que tratavam do tema foi reduzido para 65. Na

próxima etapa, os 65 artigos foram analisados individualmente (leitura) e daí refinou-se para

20 artigos que serviram como base para o crosschecking entre os Princípios, as Ferramentas e

as Técnicas da Indústria 4.0 e os eixos da Qualidade proposto por Jacob (2017b) e cujo resultado

é exibido na Tabela 5.

Como resposta à questão de pesquisa elaborou-se o questionário de avaliação (anexo 1)

o qual contempla os requisitos Conectividade, Colaboração e Liderança, Compliance,

Escalabilidade, Sistema de Gestão e Dados e Analytics, constitui-se no ponto central e crítico

do trabalho e tem por objetivo mensurar operacionalmente a aderência entre a Indústria 4.0 e a

Qualidade 4.0. Este questionário foi aplicado em 2 plantas de uma mesma organização e serviu

de base para diagnosticar o estágio de implementação da Qualidade 4.0.

O critério de seleção da organização industrial foi a identificação do conceito de

Qualidade 4.0 em seu escopo de trabalho e foi feita em função das visitas técnicas realizadas

durante as disciplinas do programa de pós-graduação em Engenharia de Produção e Manufatura

da FCA/Unicamp.

A opção pelo grupo empresarial, que em 2010 adquiriu cinco plantas em termos globais,

e duas no Brasil, no segmento automotivo (chassis), deu-se em função da mentalidade

corporativa, a qual trabalha com customização em massa e utiliza, fortemente, o conceito de

Lean Manufacturing, o qual migrou para a Indústria 4.0, mantendo, no entanto, sempre o foco

na qualidade, considerada importante e fundamental pela direção da empresa, e a partir daí a

Qualidade 4.0 constituiu-se numa evolução natural.

A Planta 1 da referida empresa exibiu alta performance e grande aderência aos requisitos

Conectividade, Colaboração e Liderança, Compliance, Escalabilidade e Sistema de Gestão, e

uma pequena deficiência em Dados e Analytics, isto quer dizer que constitui-se em uma planta

digital, smart e onipresente.

Já a Planta 2 exibiu bom desempenho em Compliance, Escalabilidade e, Colaboração e

Liderança, e gargalos significativos em Dados e Analytics, Conectividade e Sistema de Gestão,

ou seja, esta planta encontra-se no estágio digital, e tais deficiências devem-se à maturidade,

pois o processo de implementação na Planta 2 iniciou-se depois da Planta 1, sem suporte

fulltime e não exibiu foco em treinamento e motivação, patrocinado pela alta direção, o qual só

ocorreu a partir de 2016.

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Outro ponto observado nas respostas ao questionário reside no fato de existirem

dificuldades na implementação da manutenção preditiva, mesmo na Planta 1, tida como

referência, no entanto, a empresa já dispõe de projetos futuros, em andamento, para tratar esta

deficiência.

Baseado no estudo de caso foram observadas diferenças nítidas entre os níveis de

Qualidade 4.0 das Plantas 1 e 2, os quais se fundamentam nos fatores críticos de sucesso: tempo

de implementação (maturidade), proximidade e presença física da equipe de suporte, recursos

materiais, intelectuais e motivacionais disponíveis, os quais se mostraram mais presentes na

Planta 1 do que na Planta 2.

Os resultados obtidos permitiram o uso do questionário desenvolvido como um

instrumento para o diagnóstico da Qualidade 4.0 nos níveis estratégico e operacional, e as

limitações estão associadas à dificuldade em se identificar no setor industrial brasileiro,

empresas que estejam implementando, ou dizem-se implementando, o conceito de Qualidade

4.0, ou seja, foi possível evidenciar, neste caso, especificamente, que o questionário, elaborado

com base em conceitos teóricos, auxiliou na identificação de uma organização que atende aos

pré-requisitos da Qualidade 4.0.

Ao se avaliar os resultados do questionário sob a ótica dos eixos detalhados por Ngai et

al. (2019) é possível notar que em relação aos aspectos econômicos a I.4.0 gerou ganhos em

produtividade. No que se refere ao modelo de decisão ocorreram mudanças na maneira e na

forma de se decidir, pois a integração entre máquinas, homens e sistemas fez com que as

próprias máquinas interrompam a produção na hipótese de ocorrência de uma não-

conformidade e acionem uma equipe multidisciplinar para análise e correção dos problemas;

em relação aos negócios, a empresa ganhou em flexibilidade e conectividade, e no que diz

respeito aos aspectos humanos, houve maior capacitação e qualificação da mão-de-obra, fruto

da maior exigência requerida pela automatização e tecnologia das máquinas e sistemas.

Uma implicação prática observada ao término desta pesquisa consiste no fato que o

questionário pode ser utilizado por outras empresas na realização de um autodiagnostico, com

o objetivo de que as mesmas identifiquem o grau de aderência ao conceito de Qualidade 4.0.

Um ponto que deve ser levado em consideração é a diferença entre o cenário atual e o

século XX, pois nos dias de hoje as pessoas não se prendem a uma marca, além disso, o

relacionamento passa pelas denominadas mídias sociais. Hoje o cliente tem mais informação,

é mais exigente e crítico, ou seja, na era da Indústria 4.0 e da Qualidade 4.0, ele está presente

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nas redes sociais, adota uma comunicação mais direta e exige agilidade, e tudo isto impacta a

Qualidade, seja ela em relação ao produto ou à Gestão, daí a importância de uma Qualidade

conectada e interativa.

O cliente de hoje possui características bem diferentes daqueles do final do século

passado, a tecnologia e a velocidade da informação vem transformando o mercado. Hoje exige-

se transparência e as empresas adotam um discurso voltado a responsabilidade social e

sustentabilidade, e o advento de uma maior conectividade aliada as redes sociais e digitais faz

com que as empresas foquem mais no relacionamento do que no atendimento e a Qualidade 4.0

pode constituir-se na resposta a esta solicitação.

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ANEXO 1

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Dados não estruturados provenientes de sensores e atuadores estão integrados ao CPS e à

Smart Factory e são analisados automaticamente?

CPS (Cyber-physical systems) : constituem-se na fusão dos mundos físico e virtual, e podem ser

entendidos como a integração da computação com os processos físicos, ou seja, computadores

e redes incorporam, monitoram, e controlam os processos físicos e os realimentam.

Smart Factory : é a fusão dos mundos virtual e físico através dos CPS e dos processos técnicos e

administrativos; além da automação, flexibilização e otimização em tempo real, graças à

conectividade são conceitos fundamentais.

A empresa faz uso do RFID em operações associadas ao Recebimento, Processamento e

Expedição de produtos aos clientes? E em caso afirmativo, ele gera resultados positivos em

relação à gestão da Qualidade?

Questionário sobre a interface da Qualidade 4.0 e os Princípios, Ferramentas e Técnicas da

Indústria 4.0.

As respostas às questões devem ser realizadas empregando-se a escala de 1 a 4, sendo que:

1 corresponde à "discordo totalmente";

2 corresponde à "discordo parcialmente";

3 corresponde à "concordo parcialmente" e,

4 corresponde à "concordo totalmente".

Caso a questão seja "não aplicável" à sua empresa, deve-se registrar como NA.

Dados e Analytics

A empresa analisa automaticamente dados estruturados provenientes de máquinas,

equipamentos e produtos inteligentes (Smart Products) , tais como informações relativas à

produção ou CEP, sem a intervenção humana?

Dados semi-estruturados, como por exemplo, provenientes de Tag´s (RFID, QRcode ou código

de barras) são analisados automaticamente, exibindo integração e digitalização tanto em

relação ao CPS como em relação à Smart Factory ?

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Exemplos: ________________________________________________________________________

A empresa utiliza a IoD no dia-a-dia com o objetivo de transferir e armazenar informações e

dados de maneira adequada?

IoD : permite transferir e armazenar grandes quantidades de dados de forma adequada e

fornece métodos de análise para interpretar os dados em massa.

Caso a empresa utilize o BigData-Analytics , os dados geram insight´s ou servem como

realimentação para a tomada de ações para melhorar ou alterar as estratégias e planos, e seus

resultados?

BigData : é um grande banco de dados que contém informações úteis para a tomada de decisão,

com o diferencial de que estas informações são dinâmicas, ou seja, os resultados das análises

variam em tempo real de acordo com as alterações externas.

Analytics : é a habilidade de utilizar dados, análises e raciocínio sistemático para conduzir um

processo de tomada de decisão mais eficiente.

A empresa exibe métricas descritivas que se adaptam, em tempo real, tais como CEP ou OEE

(Overall Equipment Effectiveness) ?

OEE - Eficiência global dos equipamentos da empresa.

A empresa exibe metas diagnósticas que se adaptam, em tempo real, tais como tempos de ciclo

produtivo ou de processos que servem para identificar gargalos?

A empresa exibe métricas preditivas que se adaptam, em tempo real, tais como análise de

tendências com base em dados extraídos de CEP, ou através de técnicas de manutenção como

ferrografia, termografia, análise de vibração, ultrassom, etc?

Qual o valor da OEE da empresa: _______________

Exemplos: ________________________________________________________________________

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Exemplos: ________________________________________________________________________

Enumere da mais importante para a menos importante:

1) ______________________

2) ______________________

3) ______________________

4) ______________________

5) ______________________

A empresa exibe métricas prescritivas que se adaptam, em tempo real, e de maneira

autonoma, ou seja, são capazes de prever falhas e especificar o que deve ser feito para resolver

o problema?

Conectividade

A empresa dispõe de um Sistema Ciber-físico (CPS) implementado, ou seja, máquinas e

equipamentos estão integrados através de computadores e redes que monitoram os processos

e os realimentam constantemente com informações e dados?

O Sistema Ciber-físico (CPS) existente na empresa integra o ERP (Enterprise Resource Planning

ou Sistema Integrado de Gestão Empresarial) graças á utilização de atuadores e sensores em

tempo real?

A digitalização do processo produtivo criou um controle e monitoramento virtual com ganhos

tanto do ponto de vista operacional como para a qualidade?

O conceito de Indústria 4.0 expandiu os limites da conectividade dentro da empresa,

conectando pessoas, produtos (Smart Products) , equipamentos, máquinas, e processos (CPS e

Smart Factory) através de smartphones, tablets, smartglasses, Realidade aumentada,

Realidade virtual, etc?

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Existe dentro da empresa uma integração vertical e horizontal, ou seja, há integração entre os

sistemas ERP (Enterprise Resource Planning), CRM (Customer Relationship Management), EH&S

(Enviroment, Health and Safety), SCM (Supply Chain Management), PLM (Product Lifecycle

Management), FSM (Field Service Management), MOM ( Manufacturing Operation

Management) e LIMS&CAE (Laboratory Information Management System and Computer Aided

Engineering), caso aplicáveis, e esta integração gera uma realimentação automática?

Integração Horizontal: é a integração dentro da cadeia de suprimentos, graças ao CPS e a

digitalização, envolvendo desde os fornecedores, passando pelos fabricantes e chegando aos

clientes.

Integração Vertical: é a integração dentro da empresa, conectando máquinas, equipamentos e

processos desde a matéria-prima até o cliente, de modo que a produção possa ser

acompanhada on line e em tempo real.

Há dentro da empresa uma base de dados que é utilizada de maneira estratégica, ou seja, há

um alinhamento com fornecedores e clientes dentro da cadeia de suprimentos (SCM) , aonde

tendências, necessidades e preferências do consumidor são consideradas?

A integração horizontal, graças ao CPS conecta diferentes plantas distribuidas dentro e/ou fora

do país e, além disso, envolve fornecedores, subcontratados e clientes, englobando assim toda

a cadeia de suprimentos (SCM) ?

A empresa exibe uma boa integração vertical, graças a aplicação de sistemas de TI envolvendo

os vários níveis de produção e fabricação, o chão de fábrica, o planejamento inteligente da

produção, a gestão da qualidade, além da gestão de vendas e indicadores, que proporcionam

maior flexibilidade e agilidade, graças à customização?

Quais sistemas são prioritários?

1) _______________________

2) _______________________

3) _______________________

4) _______________________

5) _______________________

Sistema de Gestão

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Os KPI´s refletem os interesses da empresa e despertam o interesse de todos os líderes

funcionais e, não apenas dos membros do departamento da Qualidade?

A empresa utiliza dados não estruturados extraídos do Facebook, Twiter, Instagram, Youtube e

Linkedin , entre outras mídias sociais que permitem que o cliente avalie a qualidade do produto

e/ou serviço prestado?

Atualmente, as tecnologias vinculadas à Indústria 4.0 são aplicadas com foco na Qualidade 4.0?

Existe uma rede aberta em relação à Qualidade, criando um canal de comunicação ou interface

direta com o cliente?

Quais são os KPI´s mais relevantes?

1) _____________________

2) _____________________

3) _____________________

4) _____________________

5) _____________________

Há um monitoramento virtual dos indicadores, os quais traduzem-se em ações internas na

empresa e geram impactos positivos?

Colaboração e Liderança

A empresa exibe KPI´s (Key Performance Indicators) , ou seja, métricas e indicadores atualizados

em tempo real e de maneira automática, em relação à gestão da qualidade em fornecedores,

gestão da mudança, compliance, treinamento da mão-de-obra , CEP, etc?

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Há uma sistemática de validação automática em relação à requisitos regulatórios, industriais,

associados aos clientes e internos?

Há uma sistemática de auditorias automáticas em relação ao compliance ?

A gestão do Processo de Negócios da empresa é automatizada e conectada?

A gestão de documentos é digitalizada, automatizada e conectada via rede?

A submissão de documentos é eletrônica e concectada via rede?

Os serviços de compliance são automatizados e conectados via rede?

Qual a frequência de realização desta auditoria? __________________________

Compliance

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A IoT é aplicada nos processos produtivos da empresa, ou seja, graças à IoT é possível conectar,

desenvolver e aprimorar máquinas e processos de maneira autonoma e inteligente,

capacitando-os a coletar e analisar dados, rastrear produtos ou auxiliar na manutenção

preventiva?

A empresa adota soluções baseadas na IoS , ou seja, existe um acompanhamento em tempo

real do pedido disponível ao cliente, assegurando rastreabilidade?

A IoS permite ao cliente alterar o pedido em tempo real e/ou customizar o produto?

A IoS serve à empresa como um instrumento de inovação, uma vez que constitui-se em um

canal de comunicação direto e rápido junto aos clientes, favorecendo, inclusive, na redução de

custos?

Escalabilidade

A empresa utiliza, em função do grande volume de dados e informações, no dia-a-dia,

tecnologias como IoT, IoS, IoD e Cloud Manufacturing?

IoT : consiste em conectar máquinas e produtos, através de dispositivos e sensores, tais como

RFID, código de barras, QR code, Bluetooth, entre outros, à rede de computadores,

possibilitando a automação e centralização do controle e da produção

IoS : fornece uma base comercial e técnica, onde prestadores de serviços e consumidores formam

redes de negócios para fornecimento e consumo de serviços.

IoD : permite transferir e armazenar grandes quantidades de dados de forma adequada e

fornece métodos de análise para interpretar os dados em massa.

Cloud Manufacturing : consiste em um novo paradigma de fabricação baseado em redes, ou

seja, utiliza-se da tecnologia de rede, da computação em nuvem, da computação de serviços e