carlos gonçalves terra ana cavalcanti - udesc.br · sua fundação data de 13 de março de 1917,...
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Anais do VIII Seminário do Museu D. João VI / IV Colóquio Internacional Coleções de Arte em
Portugal e Brasil nos Séculos XIX e XX
ARTE E SEUS LUGARES: COLEÇÕES EM ESPAÇOS REAIS
Novembro, 2017 Rio de Janeiro/RJ
Roberto Leher Reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Flora de Paoli Faria Decana do Centro de Letras e Artes
Carlos Gonçalves Terra Diretor da Escola de Belas Artes
Madalena Grimaldi Vice-Diretora da Escola de Belas Artes
Felipe Scovino Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais
Ana Cavalcanti Coordenadora do Museu D. João VI
ARTE E SEUS LUGARES: COLEÇÕES EM ESPAÇOS REAIS Anais do VIII Seminário do Museu D. João VI / IV Colóquio Internacional Coleções de Arte em Portugal e Brasil nos séculos XIX e XX.
Coordenação Ana Cavalcanti Arthur Valle Maria João Neto Marize Malta Sonia Gomes Pereira Organização editorial Adriana Nakamuta Capa Rafael Bteshe Apoio editorial Marco Antonio Pasqualini de Andrade
Os artigos e as imagens reproduzidas nos textos são de inteira responsabilidade de seus autores.
Arte e seus lugares: coleções em espaços reais. VIII Seminário do Museu D. João VI / IV Colóquio Internacional Coleções de Arte em Portugal e Brasil nos séculos XIX e XX (1. : 2017 : Rio de Janeiro)
A700 Anais do VIII Seminário do Museu D. João VI / IV Colóquio Internacional Coleções de Arte em Portugal e Brasil nos séculos XIX e XX [ edição digital], 08-10 novembro 2017, Rio de Janeiro (RJ), Brasil ; organizado por EBA/PPGAV e Museu D. João VI – Rio de Janeiro, 2017.
“Arte e seus lugares: coleções em espaços reais” ISBN 978-85-87145-73-4
1. Acervos. 2. Coleções. 3. Brasil-Portugal. I. Museu D. João VI. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro. III. Arte e seus lugares: coleções em espaços reais
APRESENTAÇÃO O Grupo de Pesquisa Entresséculos é ligado ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes (PPGAV) da Escola de Belas Artes (EBA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e reúne as pesquisadoras Ana Cavalcanti, Marize Malta e Sonia Gomes Pereira. Desde 2010 organiza seminários anuais sempre voltados para a discussão da arte brasileira nos séculos XIX e XX.
Inicialmente comprometido com o estudo e a valorização do acervo do Museu D. João VI da EBA / UFRJ, seu território de interesses tem-se ampliado. Em 2014 teve início uma parceria com o ARTIS (Instituto de Artes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) - liderada pela professora Maria João Neto pelo ARTIS e por Marize Malta pelo PPGAV - em torno do tema coleções de arte em Portugal e Brasil, que se tem desdobrado em colóquios internacionais anuais, alternando-se entre Lisboa e Rio de Janeiro.
Neste ano de 2017, os dois eventos se uniram: VIII Seminário do Museu D. João VI e IV Colóquio Internacional Coleções de Arte. Tomando como tema a questão dos lugares da arte e seus espaços reais, procurou explorar cinco eixos principais de discussão: Em percurso: uma obra, vários lugares; Locações de obras e modos de aparição; Privativo: coleções em intimidade; Por debaixo dos panos: o avesso das obras; Vir a público: meios de compartilhamento no real; e Materialidades e suportes de coleções.
Ao mesmo tempo, temos procurado nos unir a pesquisadores de outras universidades brasileiras que compartilham conosco interesses temáticos e abordagens metodológicas. É o caso do professor Arthur Valle, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, que, desde o ano passado, tem trabalhado conosco nesses seminários.
É, portanto, como fruto desse trabalho conjunto que apresentamos este livro. Ele compreende a totalidade dos trabalhos apresentados no evento: palestras, comunicações e pôsteres. Reúne pesquisadores de vários estados do Brasil, assim como colegas de Portugal, França e Argentina.
Para a realização do evento e dessa publicação, contamos com o apoio de várias instituições e pessoas. Entre as instituições, destaco o Museu Nacional de Belas Artes – que nos tem apoiado há alguns anos – e a CAPES, da qual recebemos recursos, que possibilitaram, especialmente, a vinda de especialistas estrangeiros. Quanto a pessoas, colegas e estudantes de graduação e pós-graduação têm sido sempre um apoio indispensável. Entre eles, gostaria de destacar Adriana Nakamuta e Marco Antonio Pasqualini de Andrade – ambos em pós-doutorado no nosso programa em 2017 –, além de Flora Pereira Flora e Rafael Bteshe – entre alunos e ex-alunos.
Esperamos que esse livro sirva para divulgar as novas abordagens que historiadores da arte – brasileiros e estrangeiros – têm realizado dentro do cenário mais amplo de uma revisão historiográfica da arte tanto brasileira quanto ocidental.
Rio de Janeiro, novembro de 2017.
Ana Cavalcanti Arthur Valle Maria João Neto Marize Malta Sonia Gomes Pereira
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PAINÉIS DE FORMATURA NO ACERVO MUSEU DA ESCOLA CATARINENSE: UMA VISÃO DO AVESSO
Sandra Makowiecky
Beatriz Goudard
Introdução
O Museu da Escola Catarinense (criado em 1992), está localizado em edifício que foi
construído para abrigar a Escola Normal Catharinense (1892 -
1926), em Florianópolis.
Trata-se de um edifício tombado como Patrimônio Histórico e é um monumento que permeia
a história da Educação em Santa Catarina. O MESC tem como objetivo principal sua
consolidação como espaço educativo não formal, responsável pela preservação do
patrimônio cultural catarinense ligado à Educação. Integra oficialmente os Sistemas
Nacional e Estadual de Museus e possui inscrição no Instituto Brasileiro de Museus
(IBRAM). Apresenta salas de exposição de caráter permanente, todas de
conteúdo didático
e pedagógico, com acervo de móveis, livros, brinquedos.
Nas paredes é possível vislumbrar
uma tradição que se perdeu com os anos: os quadros/painéis
de formatura. No século
passado era costume que cada turma depois de formada deixasse de recordação para a
instituição, um quadro com fotografias dos alunos, mestres e homenageados. Os quadros
que retratavam os alunos da Escola Normal e Instituto Dias Velho se perderam no tempo,
mas no Museu são apresentados outros quadros contemporâneos àqueles, que
pertenceram à extinta Academia de Comércio de Santa Catarina e foram recuperados pela
equipe técnica do MESC e por profissionais de restauração (Fig.1). O objetivo desta
comunicação é contar esta história por seu avesso e por debaixo dos panos. Se trata de
uma história em que a exibição dos quadros na parede não permite perceber. Atendendo à
laudo exarado por especialista, procedeu-se ao que foi recomendado, recuperando um
acervo que constitui
registro importante da memória dos
catarinenses ilustres que tiveram
sua formação escolar na Academia do Comércio. Dos 13 (treze) painéis recebidos,
conseguimos recuperar todos, sendo que dois deles estavam praticamente destruídos, os
de 1946 e 1949 (Fig.2). Este trabalho de grande envergadura, apresenta várias
problemáticas com os quais nossos museus se defrontam, tanto por suas dificuldades
operacionais, financeiras, por falta de investimentos bem como de equipes especializadas.
Sobre a Academia de Comércio de Santa Catarina
Petry
(2013), (Faria et al., 2014), (Sanson e
Nicolau, 2006)
e Vieira
(1986) descrevem
a
história, que reproduzimos, sinteticamente. Em Florianópolis, as primeiras tentativas de criar
um estabelecimento de nível superior datam do início do século XX. No governo
de Vidal
Ramos o ensino público catarinense foi reestruturado e, nesta campanha de reforma
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pedagógica, a Escola Normal foi o primeiro estabelecimento de ensino a ser reformulado.
Até então as unidades escolares mais destacadas em Florianópolis eram o colégio Coração
de Jesus, o Ginásio Catarinense, a Escola Normal e o liceu de Artes e Ofícios. Após
completar o curso ginasial, os alunos não
tinham
perspectivas de continuidade nos estudos
dentro da capital, ingressando então nas atividades profissionais, ou, poucos, que dirigiam-
se a centros maiores, dedicavam-se a algum curso superior. Desta carência educacional
surgiu a
intenção de implantar um estabelecimento de ensino superior na capital. Criou-se
então o Instituto Politécnico,
a princípio sem sede própria, funcionando num sobrado
alugado situado à rua João Pinto, nº
411, de propriedade do Liceu de Artes e Ofícios. O
Instituto Politécnico de Florianópolis foi a primeira instituição de ensino superior do Estado
de Santa Catarina,
sua fundação data de 13 de março de 1917, sob a liderança de José
Arthur Boiteux, considerado o patriarca do ensino superior no Estado e era uma instituição
privada que dependia, em parte, de subsídio público. Durante sua existência ofereceu
diversos cursos, dentre eles, os de Odontologia, Farmácia, Engenharia (Geologia),
Veterinária, Botânica, Agrimensura e Topografia. Desde o início oferecia também cursos de
técnicas comerciais: o preparatório, com dois anos, e o de especialização, com três anos
(Vieira,
1986, p. 51). Infelizmente, esses cursos não atraíram estudantes dos melhores
colégios, em geral filhos das famílias mais ricas, que preferiam uma formação que os
levasse às áreas tradicionais, tais como Direito, Medicina e Engenharia, na época só
possível fora do Estado. A demanda foi fraca também por parte dos estudantes de menor
renda ou que trabalhavam, apesar de os cursos serem noturnos. O Instituto Politécnico era
submetido à fiscalização federal e estadual. Até 1922, a diretoria do Instituto dedicou-se à
implantação de diversos cursos e à instalação das unidades
pedagógicas necessárias.
Neste período
o governador Hercílio Luz cedeu a área de terra para a construção
do prédio
próprio do Instituto. Foi aberta concorrência
para
confecção
da planta, feito o
orçamento
do
novo edifício
e lançada
a sua pedra
fundamental, acontecimento solene ocorrido no dia da
comemoração
do centenário da independência do Brasil. Em 1923 o Instituto
Politécnico
foi
reconhecido como de utilidade pública, por meio de decreto federal.
O governo liberou verba para a
construção
do seu prédio em um terreno situado na avenida
Hercílio luz, antiga avenida do saneamento, entre as ruas
Nunes Machado e General
Bittencourt. Além do auxílio financeiro dos governos Federal e Estadual, o Ministério da
Agricultura, banqueiros, industriais e comerciantes catarinenses doaram diversos materiais
para a construção
do prédio, num terreno de 720m², com uma área edificada de 682m², o
que
constituía
na época, depois do prédio da Escola Normal, o maior prédio da cidade de
Florianópolis
(onde hoje funciona o Museu da Escola Catarinense).
A transferência dos
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alunos para seu prédio definitivo ocorreu entre 1924 e 1925. Em 1926, 1928 e 1929
surgiram novas questões sobre a condução
das obras do prédio, referindo-se às
instalações
de água, luz, esgoto,
pintura e acabamentos o que dificulta datar a sua exata
conclusão. Os
cursos de técnicas comerciais do Instituto, segundo as evidências disponíveis, formaram a
última turma em 1930, tendo sido a primeira das quatro áreas a fechar (Vieira, 1986, p. 62).
Com a morte de Boiteux, em 1934, o instituto encerrou suas atividades no ano seguinte,
e
em 1935,
foi extinto o Instituto
Politécnico.
Ao encerrar seus últimos cursos, o Instituto
tecnológico foi absorvido pela Escola Prática de Comércio
em meados de 1934/35. O
prédio
passou a abrigar a Escola do Comércio de Santa Catarina, subordinada ao então
Departamento de Educação.
A Instituição
foi criada pelo Decreto Estadual nº
782 de 5 de
abril de 1935 que previu a adoção do Instituto Politécnico
pelo Estado, tendo este ficado
com a incumbência
de manter o curso de Comércio.
Mesmo
tendo sido criada por força de
Decreto Estadual, em 1935, a Academia de Comércio, a partir de 1938, retornou à condição
de sociedade civil sem fins lucrativos. Foi por iniciativa de professores do Instituto
Tecnológico que surgiu a Faculdade de Direito de Santa Catarina, cujo funcionamento
começou em 1932. Essa faculdade, no entanto, teve suas primeiras aulas em outro prédio
do centro da cidade, junto à Praça XV. E ali, no primeiro dia letivo do novo curso, foi
proferida pelo Prof. Henrique da Silva Fontes a primeira aula catarinense de Economia em
nível superior. A disciplina era Economia Política e Ciências das Finanças. Desta forma, o
Instituto Politécnico foi a primeira instituição universitária do Estado, precursora da
Faculdade de Direito (1932), que foi a semente da UFSC, no final da década de 1950. Em
18/12/1960, foi uma das faculdades fundadoras da Universidade de Santa Catarina, atual
UFSC (Lei no 3.849/60), de onde saiu também, o Curso de Economia. Muitos dos alunos
que fizeram curso superior na Academia de Comércio, também continuaram seus estudos
na UFSC, em especial, em Direito.
Esse curso era ainda do tipo misto, mas surgiu na época em que se discutia, no Brasil, a
separação entre Economia e Contabilidade. A reforma de 1945 as separou. Isso
transformou o Curso Superior –
que estava em processo de reconhecimento oficial junto ao
Ministério da Educação –
no Curso de Ciências Econômicas da Faculdade de Ciências
Econômicas. O Curso Superior de Administração e Finanças, que concedia o diploma de
Bacharel em Ciências Econômicas, foi criado em Florianópolis pela Academia de Comércio
no mês de agosto de 1942 e começou a funcionar no início do ano letivo de 1943,
com uma
turma de cinco alunos.
Era uma instituição mantida por uma associação, mas sustentada
pelo governo, que financiava as bolsas de estudos dos alunos.
A Portaria nº
512 de
11/12/1945 (do Diretor Geral do Departamento Nacional de Educação) alterou sua
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denominação para Curso de Ciências Econômicas. O curso recebeu reconhecimento oficial
pelo Decreto Federal 37.994/55. Seu corpo docente foi inicialmente formado por alguns
professores catedráticos da Academia de Comércio. Foram também expedidos convites a
professores da Faculdade de Direito de Santa Catarina para regência de outras cadeiras. A
Academia de Comércio de Santa Catarina era mantida basicamente por subvenções do
governo do Estado e por taxas de matrícula e mensalidades dos alunos. A Academia
enfrentou problemas financeiros para manter o novo curso, que só não foi interrompido em
1950 porque professores concordaram em lecionar gratuitamente naquele ano. Nos anos
seguintes, o orçamento da Academia voltou a equilibrar-se, principalmente a partir de 1954,
quando o prof. Elpídio Barbosa, nome de projeção junto ao governo estadual, assumiu a
direção da Faculdade. A partir de 1958, a Faculdade passou a receber subvenção federal e
em 1959 obteve do governo do Estado, dez apólices inalienáveis no valor de 10 milhões de
cruzeiros, que lhe renderiam juros de 5% a.a. O governo estadual também lhe cedeu para
uso o prédio da Travessa Ratcliff, no centro
de Florianópolis. Nesse mesmo ano, a partir de
09 de dezembro, com as novas fontes de recursos e o novo prédio, a Faculdade de Ciências
Econômicas tornou-se independente da Academia de Comércio.
A Academia de Comércio de Santa Catarina funcionou no prédio até a década de 1990,
quando foi extinta. Em 2010 foram inauguradas as obras de restauração da edificação, em
um ato onde foi sancionada a lei que autoriza a cessão e o uso do imóvel pelo Instituto
Histórico e Geográfico de Santa Catarina e da Academia Catarinense de Letras, duas
instituições também fundadas por José A. Boiteux, sendo que o prédio recebeu a
denominação de Casa José A. Boiteux, em merecido reconhecimento. José A. Boiteux,
nascido em Tijucas, em 1865, foi jornalista, deputado, historiador e advogado. Sua
participação na vida intelectual foi constante, nos deixando extenso legado.
Este relato sobre a Academia do Comércio tem por objetivo realçar a importância desta
Instituição na formação de catarinenses ilustres e na vocação do ensino
superior da Ilha de
Santa Catarina, o que irá reforçar a importância da preservação dos painéis. Pelas fotos e
nomes constantes no painéis, percebemos de imediato, nomes de homens e mulheres que
participaram ativamente da construção de uma sociedade mais representativa, sobretudo na
produção e transmissão de conhecimento como professores, advogados, prefeitos,
administradores públicos, entre tantos outros. Personalidades que saíram mais fortes dos
processos educacionais, reinventando as regras de convívio para além dos interesses
meramente personalistas e individualizantes ou das práticas da omissão e da indiferença.
Essas histórias precisam ser revistas, necessitando pesquisas sobre cada painel.
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Sobre os Painéis de Formatura/ Quadros de formatura
Como sabemos, no século passado era costume que cada turma depois de formada
deixasse de recordação para a instituição, um quadro com fotografias dos alunos, mestres e
homenageados. Infelizmente, quase desapareceu um dos mais importantes registros
históricos de
nossas escolas: o quadro de formatura. No passado, eram verdadeiras
relíquias,
feitos por artesãos reconhecidos, peças que enobreciam escolas e que faziam
parte da história dos formandos.
Podemos dizer que são verdadeiros monumentos, obras comemorativas
ou uma recordação
importante a ser perpetuada, um sinal do passado, na conceituação de Jacques Le Goof: “O
monumento tem como características o ligar-se ao poder de perpetuação, voluntária ou
involuntária, das sociedades históricas (é um legado à memória coletiva) e o reenviar a
testemunhos que só numa parcela mínima são testemunhos escritos”
(1990, p. 536).
Segundo Werle (2006, p.9 -10) os quadros de formatura são monumentos que comemoram
a conclusão do curso, perpetuam a memória do acontecimento e do grupo, são uma forma
específica do mesmo grupo estar e apropriar-se da instituição escolar -
dimensão
pessoal/grupal de sucesso –, proclamam a presença institucional na memória coletiva e o
sucesso da escola no alcance de seus objetivos e missão pedagógica -, dimensão
institucional de sucesso. Apresentam um significado social afirmativo para a escola e para o
grupo de alunos formados.
Até os colégios tinham e preservavam os quadros de formatura. Além de contribuição
histórica como registro de alunos, muitos dos quais se tornaram e são personalidades da
cidade, do estado e do País, são peças de artesania primorosa. istos de l um foto f ico
e artesanato, os quadros de formatura podem ser analisados sob diversas perspectivas.
Uma dela, trata da perspectiva de objetos pertencentes ao acervo da cultura material
escolar na concepção proposta por Souza (2007), que permite compreender esses objetos
como documentos de investigação
histórica
que possibilitam tanto a análise
de sua
materialidade quanto das relações
intrínsecas
provocadas pelos usos, por suas
compreensões, pelo registro da história. Dessa forma, os quadros de formatura da
Academia do Comércio de Santa Catarina, podem ser entendidos como objetos
componentes da cultura material do lugar, que guardam em sua materialidade a capacidade
de perenizar rituais, saberes e práticas
na passagem do tempo. Alguns destes quadros de
formatura eram mais simples, com moldura, fotografias e desenhos.
Outros, extremamente
elaborados, em madeira maciça, de grandes proporções. A análise desses artefatos, onde
predominam imagens fotográficas, os concebe como suportes de marcas que podem revelar
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nuances do investimento político, institucional e pessoal engendrados pela efervescência da
construção social de necessidades e crenças na formação através da educação. São
componentes de uma trama de relações da tessitura social constituída por seus produtores
e consumidores que, em contato com eles, deram sentido mútuo as suas existências no
universo de uma escola pulsante, de saberes e práticas vividas, sentidos e reproduzidos
(COELHO Jr, 2013).
Todavia, cabe ressaltar, não chegamos neste estágio
ainda.
Neste
trabalho, trataremos de outra coisa: a pulsão de morte, vista por seu avesso. Estes painéis e
sua história nos remetem de imediato a pulsão de morte a que se refere Derrida,
em “ al de
a quivo”,
uma pulsão de agressão e de destruição que impele ao esquecimento, à amnésia,
à aniquilação da memória.
A pulsão de morte é acima de tudo, anarquívica [...] sempre foi, por vocação, silenciosa, destruidora do arquivo. A pulsão de morte é também uma pulsão de agressão e de destruição, ela leva não somente ao
esquecimento, à amnésia, à aniquilação da memória como mneme ou anamnesis, mas comanda também o apagamento radical, na verdade a erradicação daquilo que não se reduz jamais à mneme ou à anamnesis; a saber, o arquivo, a consignação, o dispositivo documental ou monumental (DERRIDA, 2001, p. 21-2).
Como evitamos a morte desses painéis? Em sendo salvos, para que poderão ser úteis? Em
texto muito elucidativo de Werle (2006), denominado: “Ancorando quadros de formatura na
história institucional”, podemos amplia o conhecimento so e estes o jetos. A autora se
refere a quadros mais simples e aos painéis mais complexos, como os do Museu da Escola.
Iremos nos deter nestes, utilizando as descrições que constam do texto. Diz a autora, que
os quadros de formatura não são apenas fotografias de um conjunto de formandos, mas são
fotografias de um grupo de alunas(os), concluintes de um curso, identificados
individualmente, organizados numa totalidade - o quadro -
referidas ao momento histórico e
às propostas da escola, tendo como finalidade colocar-se como conjunto articulado, em
exposição, nas dependências da escola.
As fotografias em suas propriedades –
papel plano,
em preto e branco –
nas quais as pessoas fotografadas –
alunos, homenageados, paraninfo
–
são representados em face e busto, homogeneizados pela iluminação, dimensão, formato
–
geralmente ovais -
pela vestimenta e pela posição, são articuladas, superando a redução
aos indivíduos representados em cada uma delas isoladamente, rearticuladas num todo: o
quadro de formatura. Tais quadros (início do século XX) são peças grandes -
alguns com
dois metros de altura -, agregando fotografias sustentadas em madeira pintada ou esculpida
em relevo. Quando feitos de variados tipos de madeira, exploram esteticamente, texturas e
tons de espécies diferentes. Não apenas esculturas, mas dizeres compõem a estética dos
quadros de formatura. Os elementos escritos são identificadores da instituição escolar, da
cidade em que a escola se situa, do ano de conclusão e sempre trazem o nome completo
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dos alunos, alguns mencionam a cidade de origem, bem como dos professores
homenageados e paraninfo, ancorando as imagens no social, no institucional, no tempo e no
espaço.
Os quadros de formatura dão visibilidade às pessoas que passaram pela escola e
ao acontecimento de sua formatura, adornam os corredores da escola e são uma peça
apreciável, digna de ser guardada. Eles são um objeto cultural que tem uma intenção
determinada: celebrar um fato notável, não cotidiano –
a
conclusão de um curso -, festejado
como uma solenidade –
a formatura marcada com vestes não usuais, postura estudada -,
importante de ser lembrada.
Os quadros de formatura hierarquizam. Alunos são
homogeneizados em roupas, cabelos e poses, bem como na regularidade com que as fotos
são distribuídas no conjunto do quadro. Em separado, e em fotos de maiores dimensões do
que as dos alunos, estão homenageados e paraninfo, figuras ilustres, por isto, maiores,
distintas e articuladas, como grupo, em espaço diferente do de alunos. Não há mulheres
paraninfando turmas de formandos, ou seja, o lugar de patrono ou protetor de turma estava,
na época, reservado a homens. Os quadros de formatura, na época em que foram
construídos eram expostos em salas de visitas, em salões reservados para solenidades, em
corredores. No Museu, encontram-se na sala Euterpe, constituindo parte do acervo
museológico, em uma ideia de imersão (Fig.3), derivado do latim immersio, sinônimo de
mergulho, que significa possibilitar a introdução dos visitantes do museu num determinado
ambiente, seja este real ou imaginário. Este movimento de olhar projetado para o passado é
discutido por Agamben em O que é contemporâneo? no livro “O que é contemporâneo e
outros ensaios” (2009), quando diz que a “via de acesso ao p esente tem necessa iamente a
fo ma de uma a queolo ia” (p. 70) no sentido d e situações que já aconteceram,
já foram
vividas e no presente não podemos mais viver nem alcançar, um olhar para o não vivido no
que é vivido, um movimento que não cessa em se repetir.
Tais quadros e sua exposição
pública explicitam redes de relacionamento pessoal e a importância institucional.
Os símbolos utilizados nos painéis.
Os painéis de formatura também contextualizam valores de época. Observa-se pelo texto de
Werle (2006), que era muito comum que os quadros/painéis fossem decorados com
esculturas que lembram instrumentos de estudo e leitura
–
mapa mundi,
mapa do Brasil,
mapas dos estados, das cidades,
esquadro, pergaminho, compasso, livros -
elementos
cívicos –
bandeira dos estados e do Brasil, escudo nacional, pira da pátria, entre outros –
e
religiosos –
imagem de santos, Nossa Senhora e Cristo
(Fig.4). De maneira geral,
apresentam uma aparência ordenada, sóbria e coerente.
Identificam-se como elementos
contextualizadores, ao lado da moldura e suas esculturas, os lemas inscritos nos quadros e
a indumentária dos fotografados.
As vestimentas também formam padrões. Chapéus, paletó
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e gravata, no mais das vezes com padrões definidos entre os formandos. As fotos de
professores homenageados e paraninfos não mantém um único padrão como as dos
formandos(as) que olham para um mesmo lugar, inclinam a cabeça uniformemente e
transmitem, em seu conjunto, um significado de alinhamento disciplinado.
Outros elementos
comuns são os lemas, um preceito escrito, uma sentença. Os lemas dos
quadros de formatura são breves afirmativas escritas em latim ou português. Um bastante
significativo no painel de 1945 da academia do Comé cio é: “La o Omnia Vincit” -
“O
t a alho vence tudo”, f a mento de ve sos de Vi ílio, que se to na am p ove iais. Outro
elemento bastante presente é o Caduceu de Mercúrio, que é a insígna do Deus do
Comércio.
O Caduceu
que nada mais é do que um bastão (poder, que no caso, tem por
objeto o patrimônio de quaisquer entidades),
entrelaçado com duas serpentes (sabedoria,
isto é quando se deve estudar antes de agir, para escolher o caminho correto e ao mesmo
tempo mas vantajoso para o cliente), tendo na parte superior duas pequenas asas
(diligências, ou seja, a presteza, a solicitude, a dedicação e o cuidado no exercer da
profissão) e um elmo alado (pensamentos elevados, uma peça de armadura antiga que
cobria a cabeça, tem significado de proteção contra pensamentos baixos que levem a ações
desonestas), e que é um dos atributos do deus Mercúrio (Hermes), protetor do comércio,
emblema da paz e prosperidade. Os livros, muito comuns, adequados para a nutrição do
espírito e da mente. A roda da Fortuna, presente no painel de painel de 1949, uma roda com
seis raios, indica destino, reflexão, em que tudo acontece a seu tempo, fazendo lembrar da
garantia de cumprimento de um destino, representado pela lei de causa e efeito e também
pela lei da compensação. Fortuna quer dizer sorte, destino e não fortuna material.
De uma flor e vaso, no painel de 1945 – Administração e Finanças,
saem moedas. Outro
símbolo recorrente são
as Tábuas da Lei com a legenda "LEX",
que advém da antiga
tradição judaica de que a lei foi entregue por Deus a Moisés em tábuas, contendo os Dez
Mandamentos.
No caso, mencionam 12 leis. Há cinco focos temáticos que predominam nos
lemas dos quadros de formatura, conforme o caso: religião, ascese, sucesso, civismo e
ciência. Ascese é uma ideia
que se estabelece na relação com sucesso e religião. O mapa
de Santa Catarina, elementos da Cidade de Florianópolis, como a Ponte Hercílio Luz (painel
de 1940) também aparecem. Os lemas compunham, com as esculturas dos quadros, um
contexto simbólico modelar para os(as) formandos(as), alinhados com as propostas
formativas da instituição. Um lema inscrito num quadro de formatura, sempre exposto à
vista, tem um impacto mais permanente, como que relembrando seu conteúdo
constantemente.
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O processo de recuperação dos
painéis da Academia de Comércio:
uma visão do
avesso.
Os painéis que pertenceram à extinta Academia de Comércio de Santa Catarina, foram
doados ao MESC em 2005,
ficando por praticamente 7
(sete) anos, abandonados. A
recuperação pela equipe técnica do MESC, com pesquisa,
sistematização e guarda do
material, iniciou no ano de 2013 e na parte de recomposição técnica, por Cassiano Reinaldin
e por Dario Luciano de Aguiar e Emília Aguiar, entre os anos de 2015, 2016 e 2017.
Não
sabemos precisar em que estado de conservação chegaram ao MESC, mas com certeza já
estavam infectados por xilófagos. As fotos (Fig.5) mostram o
estado de decomposição em
que se encontravam os painéis,
que aos poucos foram recuperados. O Laudo do Estado de
Conservação dos painéis em madeira e composição fotográfica da Escola do Comércio –
Florianópolis, que recebemos em 2013, realizado por Márcia Regina Escorteganha,
Conservadora-Restauradora
da Fundação Catarinense de Cultura,
atestava o estado de
degradação geral dos painéis. Após este laudo, procedemos ao que foi recomendado e
hoje, estamos com 13 (treze) painéis, podendo
mostrar em nosso museu, o que
conseguimos recuperar, bem como fotografias que constituem
um registro importantíssimo
da memória dos catarinenses ilustres que tiveram sua formação escolar na Academia do
Comércio. Recomendava a retirada urgente do suporte secundário, dizendo que a medida
era necessária por se tratar somente de um suporte de sustentação que não afetaria a
estruturação nem a estética da obra em si, além disso com estado de degradação avançado
e a infestação por insetos xilófagos generalizada, o que tornava inviável sua conservação.
Portanto deveria ser descartado para não contaminar o restante do acervo e nem mesmo as
estruturas arquitetônica do Museu Escola Catarinense. Esta retirada deveria
ser efetuada
por um profissional conservador e com os devido cuidados em manter intacta a estrutura
original do suporte principal. Indicava ainda formas de armazenamento dos elementos dos
painéis, das fotografias, em que as áreas
em desprendimento deveriam ser acondicionadas
e agrupadas em dossiês relativos a cada painel e fornecia também instruções para sua
remontagem posterior, indicando realizar um registro fotográfico detalhado e descritivo de
cada um dos painéis (Fig.6). Ao nosso modo, empreendemos a tarefa, tirando molde em
papelão, fazendo anotações sobre as imagens e sua localização.
Em 3 (três) painéis (1938, 1939 e 1943), os suportes secundários originais foram mantidos,
bem como os ornamentos originais. Em outros 9 (nove) painéis, a saber –
1940, 1941, 1942,
1944, 1945, 1945 -
adm. e finanças
-
1947, 1949, 1950 -
os suportes originais foram
descartados e foram criados novos suportes secundários, mantendo ornamentos originais,
bem como reposição de ornamentos faltantes, através de recuperação cuidadosa e atenta
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aos detalhes, usando também chapas que reproduzem a madeira da época de criação
desses quadros de formatura. Dois dos painéis, a saber –
1946 e 1949 -
estavam
praticamente destruídos por insetos xilófagos e foram refeitos através de registros
fotográficos, mantendo e mesclando os ornamentos e letras originais e recuperadas, quando
possível. Do painel de 1946, praticamente
tudo precisou ser refeito, era o mais danificado.
Dos 13 (treze) painéis recebidos, conseguimos recuperar todos,
sendo que dois deles
estavam praticamente destruídos. O que seria essa visão do avesso? De fato, para que
esses painéis continuassem
a existir, muitas batalhas foram travadas, desde o
convencimento dentro da Universidade para contratar especialistas
que realizassem sua
reconstituição,
procurando soluções dentro das leis de licitação, até admitir que a própria
Universidade deixou este material se
deteriorar por um bom tempo. De 2005 a 2012, eles
ficaram jogados em uma sala, sem o menor cuidado, sendo que neste período, os cupins
continuaram em sua ação frenética a
devorar a madeira e
por conta de
uma reforma
no
telhado do Museu, alguns painéis receberam água
da chuva, o que estragou muitas das
fotos, em um final de semana sem assistência alguma, acrescido do fato de que estavam
completamente desprotegidos. Ressalta-se que apesar de providenciarmos uma avaliação
técnica e contar com ajuda de conservadora em orientação para desmonte, a equipe que
atuou no trabalho não tem formação na área. O trabalho foi feito com intuição,
planejamento, sentido de organização e muito cuidado. Em 2017, concorreu ao Premio
Rodrigo Melo Andrade Franco de Andrade, que prestigia as ações de preservação do
patrimônio cultural brasileiro, por Santa Catarina. Jacques Derrida, em “Pensar em não ver:
escritos sobre as artes do visível” (2012), diz que temos a necessidade de memória, porque
temos o medo de perder. Para Derrida, “O a quivo, não é uma questão de passado, é uma
questão de futu o” (p. 132), pois selecionamos o que conside amos que seja impo tante e o
que p eciso que se epita no futu o. “É o que fazemos todo o tempo na vida, a pulsão de
arquivo: o que vamos deixar de
lado e o que vamos epeti ?” (pa .132). A memó ia no
arquivo está em trazer para a atualidade o que está distante e dar continuidade ao passado
garantindo que este sobreviva amanhã. Para Didi-Huberman (2012, p. 130), o arquivo é
semp e “uma histó ia em const ução”, pois a cada nova desco e ta apa ece nele como uma
“ echa na histó ia conce ida”, uma sin ula idade que o investi ado vai uni com tudo o
que j sa e pa a possivelmente “p oduzi uma histó ia epensa da do acontecimento em
questão”.
Importante destacar
que alguns visitantes,
quando entram no ambiente de
imersão com os painéis de formatura, acabam por emocionar-se de tal forma que nos
surpreende verificar o efeito que exercem na memória das pessoas. Muitos relatam fatos e
histórias vivenciadas naquela época, outros buscam por familiares e/ou conhecidos que
podem estar ali. Outros, mais jovens, ficam extasiados com a riqueza de detalhes que se
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apresentam nestes painéis, como por
exemplo os entalhes na madeira e
o significado
destes detalhes. O que sabemos até o momento está aqui descrito sinteticamente,
esperando que o futuro reserve a esses painéis, novas e mais completas arqueografias.
Fig. 1.Treze
painéis em estado original (2012) ,
antes de recuperação. O painel de 1947 aparece em frente e verso. Acervo MESC. Nas fotos nesta dimensão, não são perceptíveis os estados de degradação do material.
Fig. 2. Treze Painéis apos a recuperação (2017). Um deles, do ano de 1946, em processo final. Acervo MESC.
Fig. 3. Vista geral da sala expositiva, onde os painéis estão expostos como ace vo (2017). “Ime são”. Acervo MESC.
Figura 4. Símbolos presentes na ornamentação-
Flores, caduceu, Lex com doze leis, lemas em latim, fotografias, livros, mapa de Santa Catarina. No detalhe, a fotografia de João Makowiecky, pai de uma das autoras, painel de 1945, que depois cursou Direito. Acervo MESC.
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Figura 5. Painéis em estado original
(2013) , antes de recuperação, em que se observa o estado de degradação.
Acervo MESC.
Figura 6. Detalhes das etapas do processo de desmonte e acomodação das peças para armazenamento (2013), no aguardo da recuperação.
Acervo MESC.
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ARTE E SEUS LUGARES: COLEÇÕES EM ESPAÇOS REAIS Anais do VIII Seminário do Museu D. João VI / IV Colóquio Internacional Coleções
de Arte em Portugal e Brasil nos séculos XIX e XX.
COORDENAÇÃO Ana Cavalcanti (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Arthur Valle (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) Maria João Neto (Universidade de Lisboa)
Marize Malta (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Sonia Gomes Pereira (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
COMISSÃO ORGANIZADORA Adriana Nakamuta (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Ana Cavalcanti (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Arthur Valle (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) Flora Pereira Flor (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Maria Cristina Volpi (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Maria João Neto (Universidade de Lisboa)
Marco Antonio Pasqualini de Andrade (Universidade Federal de Uberlândia) Marize Malta (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Rafael Bteshe (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Sonia Gomes Pereira (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
COMISSÃO CIENTÍFICA Alain Bonnet (Université Grenoble Alpes, França)
Emerson Dionísio de Oliveira (Universidade de Brasília, Brasil) Gonçalo de Vasconcelos e Sousa (Universidade Católica Portuguesa – Porto, Portugal)
Jorge Coli (Universidade Estadual de Campinas, Brasil) Luiz Alberto Freire (Universidade Federal do Bahia, Brasil)
Maria de Fátima Morethy Couto (Universidade Estadual de Campinas, Brasil) Raquel Henriques da Silva (Universidade Nova de Lisboa, Portugal)
Vítor Serrão (Universidade de Lisboa, Portugal)
COMISSÃO DE APOIO Denilda Bortolleto (Universidade Estadual de Campinas)
Márcia Valéria Rosa (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Patrícia Telles (CEAACP da Universidade de Coimbra, CHAIA da Universidade de Évora)
REALIZAÇÃO Grupo de pesquisa ENTRESSÉCULOS
Programa de Pós Graduação em Artes Visuais/ Escola de Belas Artes/ Universidade Federal do Rio de Janeiro Departamento de Artes/ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
ARTIS/ Instituto de História da Arte/ Faculdade de Letras/ Universidade Lisboa
APOIO Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)