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1.Introdução Os artistas pós-modernos propuseram um novo modo de ver o mundo, ligando linguagens artísticas a um tipo de realidade multifacetada, fragmentada e híbrida. Buscam manifestar sentimentos emotivos numa sociedade acusada por eles de ser fria, calculista, apressada e ambiciosa.Pós-Modernismo é o nome aplicado às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades desde 1960, quando o cotidiano é invadido pela tecnologia eletrônica, Pode se dizer, que a Art Pop foi a pioneira expressão artística do pós-moderno. A arte Conceitual na década de 70 dá um passo a mais em direção ao vazio pós-moderno. Ela desmaterializa a arte ao dar um sumiço em seu objeto. Que é agregado ao pós-moderno, apenas o tradicional foi eliminado. É o indivíduo pós-moderno, símbolo maior e centro da decadência de valores humanos, que será atingido e tematizado pela arte contemporânea. A arte atual, ao criticar a tecno-ciência aliada ao poder político e econômico, desconstrói o mundo para revelar o que está por trás do sistema, buscar liberação individual e aumentar a percepção do mundo em que se vive. A artista Carmela Gross no meio artístico brasileiro se inicia no fins dos anos 60 e começos de 70. Momento em que as técnicas tradicionais como a: pintura, gravura, desenho e escultura, cediam lugar ás inovações mais liberais possíveis, a partir dos exemplos das realizações dos artistas Pop Ingleses e Norte Americano, a partir do surgimento

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Page 1: Carmela Gross (1)

1.Introdução

Os artistas pós-modernos propuseram um novo modo de ver o mundo, ligando linguagens artísticas a um tipo de realidade multifacetada, fragmentada e híbrida. Buscam manifestar sentimentos emotivos numa sociedade acusada por eles de ser fria, calculista, apressada e ambiciosa.Pós-Modernismo é o nome aplicado às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades desde 1960, quando o cotidiano é invadido pela tecnologia eletrônica, Pode se dizer, que a Art Pop foi a pioneira expressão artística do pós-moderno. A arte Conceitual na década de 70 dá um passo a mais em direção ao vazio pós-moderno. Ela desmaterializa a arte ao dar um sumiço em seu objeto. Que é agregado ao pós-moderno, apenas o tradicional foi eliminado. É o indivíduo pós-moderno, símbolo maior e centro da decadência de valores humanos, que será atingido e tematizado pela arte contemporânea. A arte atual, ao criticar a tecno-ciência aliada ao poder político e econômico, desconstrói o mundo para revelar o que está por trás do sistema, buscar liberação individual e aumentar a percepção do mundo em que se vive.

A artista Carmela Gross no meio artístico brasileiro se inicia no fins dos anos 60 e começos de 70. Momento em que as técnicas tradicionais como a: pintura, gravura, desenho e escultura, cediam lugar ás inovações mais liberais possíveis, a partir dos exemplos das realizações dos artistas Pop Ingleses e Norte Americano, a partir do surgimento dos happenings e performances, da arte conceitual, da desmaterialização do fazer artístico, finalmente. O trabalho de Carmela Gross pertence á contemporaneidade da arte, trabalhando com o meio urbano e cotidiano.

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2.Biografia de Carmela Gross

Carmela Gross , (Maria do Carmo Costa Gross) ,nasceu em São Paulo, Brasil no ano de 1946. Sua formação acadêmica é realizada no curso de Arte da Fundação Armando Álvares Penteado FAAP, (1965-1969), onde recebe influência dos professores Flávio Império, Flávio Motta e Rui Othake. tornou-se professora, vinculada à área de Poéticas Visuais, da Escola de Comunicações e Artes, da USP, desde 1972, Obteve o título de Mestre (1981) nessa instituição, com o trabalho Projeto para a Construção de um Céu, apresentado na XVI Bienal Internacional de São Paulo e exibido também no Brazilian-American Cultural Institute, Washington DC (1982). Em 1987, a artista obteve o seu doutorado, também na mesma instituição, com a série de trabalhos Pintura/ Desenho, apresentada no Museu de Arte Contemporânea da ECA-USP. Se apresentou pela primeira vez no espaço experimental da Rex Gallery & Sons, em São Paulo, em 1967,no mesmo ano apresenta a obra Nuvens, com imagens esquemáticas, em madeira, que aludem ao universo das histórias em quadrinhos e ao desenho infantil.

Desde os anos 1970, atua em linguagens diversificadas, como desenho e litografia, utilizando novos meios como carimbos, heliografia, xerox e videoarte, e desenvolvendo experiências de transposição entre mídias , esculturas, pinturas, gravura, intervenções públicas.

Foi uma das criadoras do movimento Arte na Praça, que desenvolvia atividades de desenho e pintura com crianças, na rua (praça Dom José Gaspar e Parque do Ibirapuera, em São Paulo, 1965-1972). em 1981. Participou de

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duas edições do ‘Arte/Cidade’, em 1994 e em 2002, e de várias edições da Bienal de São Paulo, como as de 1967, 1969, 1981 e 1983. Em 2002, participou da Bienal de São Paulo com a instalação Hotel.A partir da década de 1980, sua obra desenvolve-se entre a pintura e o desenho, e entre a pintura e o objeto, passando a explorar também a arquitetura do espaço expositivo.

Obras suas pertencem aos acervos do Museu de Arte Contemporânea da USP, da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do Museu de Arte do Paraná, do Museu de Arte de Brasília, Museu de Arte Moderna de São Paulo, da Fundação Padre Anchieta, Biblioteca Luis Angel Arango de Bogotá, entre outras. Instalações permanentes em locais públicos estão situadas nas cidades de Laguna, (Santa Catarina); Paris, (França); Porto Alegre (Rio Grande do Sul); Curitiba (Paraná). 

3.Proposta Conceitual

Ela emerge no cenário artístico dos anos 60, quando se torna evidente o uso de imagens a serviço do consumo do objeto. Criticando tal processo, os artistas buscam inspiração poética no cotidiano através de múltiplas técnicas de reprodução serigráfica, heliográfica, xerográfica, a partir das quais pode desconfiar da sedução publicitária. A artista quer atualizar e re-significar o olhar sobre as coisas do mundo. Ela trabalha para intervir no real e usa seu trabalho como veículo de sensibilidade, o qual apresenta rigoroso pensamento sobre os meios visuais propostos pelo teor conceitual e processual.Desenhos geralmente apontam uma estrutura de obra acabada, ao contrário, os desenhos de Carmela se apropriam de outros materiais e procedimentos, preenchendo o espaço e o tempo, mediados por instrumentos de repetição e gestos mecânicos. A reflexão de Carmela se concentra no ver o que está distante e o que não é definido. Algo que não é evidente aos olhos humanos. Carmela sugere que é o nosso olhar o guia da compreensão das imagens, isto é, elas somente se apresentam de tal forma devido à junção do olhar interno do espectador com o espaço externo.O ponto decisivo da obra de Carmela é o sujeito que contempla a obra, ao invés do objeto contemplado.

A artista vem, ao longo dos últimos, anos realizando inúmeras intervenções compostas de luzes de néon, muitas vezes formando palavras. Trata-se aqui de um exercício sutil de escrita poética, aliado a um conhecimento da arte conceitual. As obras de Carmela Gross modificam a paisagem, nos ensinando a ler e ver em um só tempo.

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4. Exposições individuais

2008SE VENDE, Matadero Madrid, Espanha. 

2007Uma Casa, Gabinete de Arte Raquel Arnaud, São Paulo, SPO Fotógrafo, Escola da Cidade, São Paulo, SP    

2006Arte Passageira, Centro Universitário Maria Antonia, São Paulo, SPO Fotógrafo, Sesc Ribeirão Preto, São Paulo, SPSUL, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP

2004Bleujaunerougerouge, Intervenção Arquitetônica - École René Binet, Paris, FrançaAURORA, Galeria Olido, Secretaria Municipal de Cultura, São Paulo, SPUm azul um amarelo dois vermelhos, Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, Brasília, DF

2003Carmela Gross, Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife, PEHOTEL, Gabinete de Arte Raquel Arnaud, São Paulo, SP2001Alagados e Monumentos, Celma Albuquerque Galeria de Arte, Belo Horizonte, MG

2000Alagados, Centro Universitário Maria Antonia, São Paulo, SPProjeto Parede, Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP

1999Espaço Aberto, Oficina Cultural Oswald de Andrade, São Paulo, SPProjéteis, Paço das Artes, São Paulo, SPComedor de Luz, Gabinete de Arte Raquel Arnaud, São Paulo, SP

1998300 Desenhos, Instituto de Artes da UFRS, Porto Alegre, RS

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1997Feche a Porta e Projeto para a Construção de um Céu, Centro Cultural São Paulo, SP

1995Gabinete de Arte Raquel Arnaud, São Paulo, SPFacas, Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP

1994Facas, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, RJFacas, European Ceramics Work Centre, s’Hertogenbosch, HolandaLarvas, Galeria Ido Finotti, Universidade Federal de Uberlândia, MGHélices, Museu de Arte de Ribeirão Preto, SP1993Hélices, Galeria de Arte da Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJHélices, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, RJ

1992Desenhos, Museu de Arte de São Paulo, SPPinturas, Galeria São Paulo, SPInstalação, Capela do Morumbi, São Paulo, SP

1990Objetos, Galeria São Paulo, SP

1989Objetos Bestas, Galeria Espaço Capital, Brasília, DF

1988Pintura/Objeto, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, RSPintura/Objeto, Galeria São Paulo, SP

1987Pintura/Desenho, Museu de Arte Contemporânea, USP, SP - Tese de Doutorado

1986Quasares, Espaço Latino-Americano, Paris - FrançaPinturas, Galeria Luiza Strina, São Paulo, SP1984

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Pinturas, Montagens, Cartazes, Galeria Luisa Strina, São Paulo, SP

1983Quasares, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, RJ e Centro Cultural São Paulo, SP

1982Projeto para a Construção de um Céu, Brazilian-American Cultural Institute, Washington DC

1980Carimbos, Espaço N.O., Porto Alegre, RS

1978Carimbos, Gabinete de Artes Gráficas, São Paulo, SP1977Video Mac, Museu de Arte Contemporânea - USP, São Paulo, SP

1976VII Salão Paulista de Arte Contemporânea, São Paulo, SP

1975Art Gallery of the Brazilian American Culture Institute, Washington, DC

1973Galeria Astréia, São Paulo, SP

19706º Salão de Arte Contemporânea, Museu de Arte Contemporânea de Campinas, SP4ª Exposição Jovem Arte Contemporânea, Museu de Arte Contemporânea, São Paulo, SP

1969II Bienal Nacional de Artes Plásticas, Salvador, BAX Bienal Internacional de São Paulo, SP

1968IV Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, Brasília, DF4º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, SP

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Bandeiras na Praça General Osório, Rio de Janeiro, RJ

19676 Artistas, Rex Gallery & Sons, São Paulo, SPIX Bienal Internacional de São Paulo, SP

1966II Encontro Universitário de Artes Plásticas, São Paulo, SP2º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, SP

Prêmios:

1991Bolsa Vitae de Artes Plásticas, São Paulo, SP

1990Prêmio Brasília de Artes Plásticas, Brasília, DF

1988Prêmio Lei Sarney- Revelação Pintura, São Paulo, SP

1979I Mostra do Desenho Brasileiro, Curitiba, Paraná - Prêmio Aquisição

19706º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, SP - Prêmio Aquisição4ªExposição Jovem Arte Contemporânea, Museu de Arte Contemporânea, SP-    Prêmio Aquisição

1969II Bienal Nacional de Artes Plásticas, Salvador, BA - Menção Honrosa

1966II Encontro Universitário de Artes Plásticas, São Paulo, SP - 1º Prêmio, Escultura

Obras Permanentes:

2006 

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ARAUCÁRIA, Parque José Ermírio de Moraes Filho, Curitiba, Paraná, Brasil

2005 CASCATA, ObraPública, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil2004Bleujaunerougerouge, Intervenção Arquitetônica - École René Binet, Paris

2001Fronteira, Fonte, Foz, Praça Pública, Laguna, Santa Catarina, Brasil

Obras em Coleções Públicas:

Museu de Arte Contemporânea da USP, São Paulo, SPMuseu de Arte Moderna de São Paulo, SPPinacoteca do Estado de São Paulo, SPMuseu de Arte Contemporânea de Campinas, SPMuseu de Arte de Brasília, DFMuseu de Arte do Paraná, PRFundação Padre Anchieta - Rádio e Televisão Cultura, São Paulo, SPBiblioteca Luis Ángel Arango, Bogotá, ColombiaCentro Cultural São Paulo, SPCulturegest – Caixa Geral de Depósitos, Lisboa, PortugalMuseu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife, PE

5.Obras

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Nuvens, 1967, 6 unidades componíveis, madeira esmaltada, medidas variáveis, Coleção Pinacoteca do Estado de São Paulo

A artista desenvolve a experiência visual, como fábula, materializando o sonho e realizando o impossível.Ela traz as nuvens que se vê apenas no céu, para o chão, trazendo o impalpável ao alcance das mãos ,transformando intenções em coisas. O objeto transmite imaginação, uma técnica simples, limpa, que dê naturalidade ao objeto, valores praticados na cultura popular urbana, poetizando um mundo de faz de contas. As Nuvens –Objeto, 1967 foi o ano em que a pop art ganhava repercussão entre os jovens artistas brasileiros.

Escada, 1968, Interferência na paisagem da periferia de São Paulo, Desenho em esmalte sobre terra, 15m x 15m

Objeto é a paisagem urbana, é uma intervenção ambiental, a escada é uma interferência direta sobre a paisagem de São Paulo, o risco feito sobre a terra, delineando um sentido, feito com material da realidade cotidiana.

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Cachoeira, da série Pintura Desenho, 1987, acrílico sobre tela, 1,60 x 1,60 m, Coleção Museu de Arte Contemporânea da Usp.

Pintura desenho encara o desafio entre desenho e pintura, união entre pintura e suporte.

Expansivo, da série Pintura-Objeto, 1988, Latão cromado, Medida variável a partir de estrutura constante, Coleção Particular.

Vãos e contra formas, não passam de dimensões invisíveis, agentes ativos nas obras recortadas.Uma articulação que coincide com a dimensão, a extensão ambiental e arquitetônica, valoriza a contraforma e o avesso do espaço.O objeto –pintura é totalmente organizado em linhas e formas .

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Peixes, 1990, 64 unidades de alumínio fundido, Medidas variáveis, Coleção Particular.

Entendimento lógico, a obra restitui relações dezenas de unidades ponti agudas formam peixes.Uma série de alumínio fundido e organizados em linhas retas.

Seis Telas, 1984, Montagem de telas com pintura acrílica, 2,10m x 1,40m x 0,30m, Coleção Particular.

A obra valoriza a variação de escala e proporção, profundidade e contraste.

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Sem Título, 1992, instalação na Capela do Morumbi, São Paulo, 81 unidades de fragmentos de madeira, alumínio laminado, tecido e parafina, Coleção

Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

A instalação valoriza a variação de matéria,escala,e luz.O Objeto no espaço possibilita a visualização da obra em mobilidade e unidade volantes que flutuam no espaço em uma superfície inclinada.Pequenas acumulações compactas, com pedaços de diferentes materiais, apresentando aparências diversas e irregulares.

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Buracos, 1994, Intervenção no espaço do antigo Matadouro Municipal de São Paulo, 18m x 18m, Exposição Arte-Cidade I Processo de criação Usa a técnica de desenho, adotada em canteiro de obra que permite marcar os s pontos onde ira ser perfurado.

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A obra desenha a ausência e expande tudo que falta na extensão vaga.Preserva sua relação lúdica com material e reinventa procedimentos,os materiais dão corpo aos pensamentos,retira material da vida cotidiana ,experimenta a trituração da matéria,fazendo buracos em um solo,por ocasião do projeto arte cidade ,em 1994

A Negra, 1997, Filó de nylon e estrutura de ferro sobre rodas, 3,30m x 2,00m x 2,00m

A obra se apresenta como exterioridade e estranheza,induzindo ao olhar da pessoa e a pensar se há um corpo em baixo dos panos,um vulto preto ereto em tule preto,uma pegadinha entre o masculino e o feminino ,com o nu e o vestido ,sobre o vivo ou o imaginável,A artimanha da noiva de negro parece condenada a também conversar com Marcel Duchamp. A obra A Negra ,trata-se de uma incorporação em tufos que leva o nome de uma antológica obra”devoração Canibalista” ,concebida por Tarsila do Amaral.

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A obra não tem corpo é um vestido ,posto em grande escala sobre rodas ,para ser guiada no espaço.Em 1997 transitou pela Avenida Paulista ,por ocasião em um projeto de espaço urbano realizado pelo Itaú Cultural 1998 apareceu na XXVI Bienal.

Para criar seu Comedor de luz (1999-2000), Carmela Gross partiu de uma garatuja. A garatuja é um exemplo perfeito de raciocínio vazio: É apenas a testemunha de uma atividade mental, reforçar um pensamento.

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Comedor de Luz, 1999-2000, Ferro e lâmpada fluorescente, Medidas variáveis.

No caso do Comedor de luz, há ainda uma outra passagem: medida, ampliada, redesenhada, a garatuja torna-se projeto para a construção de uma obra, composto de hastes de ferro e tubos de luz fluorescente. A luz que esses tubos emitem é, como toda luz fluorescente, uma luz fria, que permanece prisioneira do vidro. Assemelha-se à tinta de outras obras da Carmela, tão densa que não pode ser lida meramente em termos de luz e cor, mas é sentida instintivamente como matéria, quase uma pasta grudada sobre a superfície da obra. Em baixo dos tubos de néon do Comedor há hastes de ferro que prendem e sustentam os tubos de vidro e são interligadas por juntas. Em baixo das hastes, o emaranhado de fios que conduz a corrente elétrica adquire a aparência, de novo, de uma grande garatuja.

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6.Vídeo/Entrevista

7.Aula Pratica

8.Bibliografia