cartilha cirurgia de obesidade

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1 Tudo o que você precisa saber CIRURGIA DA OBESIDADE

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obesidade

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  • 1Tudo o que voc precisa saber

    CIRURGIA DA OBESIDADE

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  • 3DR REN BERINDOAGUE NETODiretor Tcnico do Instituto Mineiro de Obesidade e Cirurgia

    Mestre e Doutor em Cirurgia pela UFMG

    Membro da International Federation for the Surgery of Obesity and

    Metabolic Disorders IFSO

    Nosso Instituto resultado de um trabalho de vrios anos, pioneiro em cirurgia vdeolaparoscpica, cujo objetivo a implantao de novas tecnologias cirrgicas trazendo o que existe de melhor aos nossos pacientes. Visando proporcionar a voc o maior grau de conforto no tratamento de sua doena, utilizamos tcnicas minimamente invasivas.

    Trabalhamos em trs grandes centros hospitalares na cidade de Belo Horizonte, com uma equipe multidisciplinar com vasta experincia e altamente qualificada.

    Com a experincia acumulada em anos dedicados nas intervenes cirrgicas por vdeolaparoscopia, nosso Centro tambm proporciona uma constante renovao e ensino mdico a vrios colegas de nossa sociedade.Nossos resultados esto publicados em artigos cientficos de diversos jornais e revistas do maior prestgio na comunidade cirrgica mundial, e tambm apresentados nos mais relevantes Congressos Nacionais e Internacionais.

    Contamos com uma equipe multidisciplinar envolvendo cirurgies, endoscopistas, endocrinologistas, gastroenterologistas, cardiologistas, nutricionistas, psiclogos e outros especialistas.

    Esperamos que esta cartilha seja til a voc, com informaes baseadas em conhecimento cientfico e na nossa experincia com o tratamento cirrgico da obesidade e sndromes metablicas.

    MENSAGEM DE BOAS VINDAS

  • 4SUMRIO

    Rua dos Otoni, 909 - Conjunto 404 - Santa EfigniaBelo Horizonte Minas Gerais - Brasil

    Tel + 55 (31) 3273-7489 Fax (31) 3274-4861E-mail: [email protected]

    www.institutodeobesidade.com.br

    ENTENDENDO A OBESIDADE

    COMO SABER SE UMA PESSOA OBESA

    PRINCIPAIS CAUSAS DA OBESIDADE

    DOENAS ASSOCIADAS COM A OBESIDADE

    QUANDO OPERAR?

    QUEM PODE SER OPERADO?

    CONTRA INDICAES DA CIRURGIA

    TIPOS DE CIRURGIAS

    CIRURGIA VIDEOLAPAROSCPICA

    MOTIVOS PARA REALIZAO DA CIRURGIA

    QUERO OPERAR O QUE DEVO FAZER?

    COMO SE PREPARAR PARA A OPERAO

    NO DIA DA OPERAO BLOCO CIRRGICO

    O QUARTO, DEPOIS DA OPERAO

    PROBLEMAS RELACIONADOS AOS PRIMEIROS DIAS EM CASA

    CUIDADOS NO PS-OPERATRIO

    RISCOS ESPECFICOS DA OPERAO

    DVIDAS QUE PODEM SURGIR AO DEIXAR O HOSPITAL

    RECOMENDAES

    DICAS PARA O SUCESSO DA SUA OPERAO

    MITOS E VERDADES SOBRE A CIRURGIA DE OBESIDADE

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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  • 5ENTENDENDO A OBESIDADE

    COMO SABER SE UMA PESSOA OBESA?

    Por exemplo: pessoa com massa corporal de 120 kg e estatura de 1,65

    metros.

    Para determinar se uma pessoa obesa, deve-se utilizar uma frmula para calcular o ndice de Massa Corporal (IMC) cujo resultado obtido dividindo-se a massa corporal do paciente (peso) pela sua estatura (em metros) elevada ao quadrado.

    A obesidade uma doena caracterizada pelo excesso de gordura no corpo, que ocorre quando a oferta de calorias constantemente maior que o gasto de energia corporal resultando em srios prejuzos sade. Pr-disposio gentica, dieta inadequada, fatores metablicos e sociais so quase sempre encontrados nessa populao.

    Atualmente, a obesidade atinge 600 milhes de pessoas em todo o mundo, 30 milhes somente no Brasil. Se incluirmos os indivduos com sobrepeso, esse nmero aumentaria para 1,9 bilho de pessoas, sendo 95 milhes de brasileiros, com tendncia a um cenrio pior para os prximos anos (Organizao Mundial da Sade - OMS - 2012). Estima-se que, em 2015, existiro 2,3 bilhes de pessoas com excesso de peso e 700 milhes de obesos no mundo inteiro.

    A obesidade no deve ser tratada apenas como um problema esttico ou social, mas como uma entidade que pode causar srios problemas sade e favorecer o aparecimento de diabetes, hipertenso arterial, aumento do colesterol, distrbios graves osteoarticulares, dentre outras.

    120kg1,65m X 1,65m

    IMC = 44 kg/m2

  • 6PRINCIPAIS CAUSAS DA OBESIDADE

    I.M.C30-35

    CLCULO IMC SITUAOEntre 18,5 e 24,9 Voc est em seu peso normal

    Entre 25,0 e 29,9 Voc est acima de seu peso (sobrepeso)

    Entre 30,0 e 34,9 Obesidade grau I

    Entre 35,0 e 39,9 Obesidade grau II

    Entre 40,0 e 49,9 Obesidade grau III (ou obesidade mrbida)

    Acima de 50 Super obesidade mrbida

    Obesidade uma doena de causa multifatorial que ocorre devido a uma interao de fatores genticos, ambientais e emocionais, alm do estilo de vida da pessoa.

    1. Ingesto Excessiva de Alimentos

    Os hbitos de vida Contemporneo favorecem o consumo exagerado de alimentos de alto valor calrico, mas com pobre qualidade nutricional. Essa ingesto excessiva tambm pode ser desencadeada

    por transtornos de compulso alimentar.

    2. Falta de Exerccios Fsicos

    O sedentarismo outra causa indutora da obesidade, sendo necessrio incluir exerccios fsicos regulares na rotina diria. Os confortos da vida moderna, como o uso de controles remotos, elevadores, automveis, escadas rolantes e etc, diminuem o gasto energtico.

    3. Fator Gentico

    Pesquisas mostram uma relao entre herana gentica e obesidade: pais com peso dentro da normalidade tm em mdia 10% mais chances de seus filhos serem obesos; quando um dos pais obeso, 50% dos filhos certamente

  • 7DOENAS ASSOCIADAS COM A OBESIDADEDeve-se desmistificar a figura do gordo feliz, j que obesidade fonte de vrios tipos de problemas, no somente estticos, mas distrbios graves que afetam diretamente a sade do indivduo.

    Esses problemas podem aparecer precocemente, de modo que associado ao excesso de peso j exista uma repercusso negativa no funcionamento do organismo, por exemplo, cansao, dificuldade de locomoo, aumento dos nveis de colesterol ou dor nas pernas.

    Se o sobrepeso evidente, deve-se recorrer ao endocrinologista para avaliar a possibilidade de instituio de um tratamento adequado, mediante dieta e/ou medicao especfica. Em todos os casos, devemos tomar medidas para corrigir essa tendncia de ganhar peso.

    As principais doenas comorbidades - que podem ser provocadas ou agravadas pela obesidade so:

    Problemas Articulares

    O excesso de peso causado pelo acmulo de gordura sobrecarrega todo o organismo, e em particular afeta a coluna vertebral, pois pressiona as vrtebras, podendo ocasionar hrnia de disco. frequente o paciente apresentar dor na coluna e nas articulaes dos membros inferiores, como joelhos e tornozelos.

    o sero e, quando ambos os pais so obesos, esse valor pode subir para 80%.

    4. Disfunes Hormonais

    Alteraes nas funes das glndulas tireide, suprarrenais e do hipotlamo tambm podem provocar a obesidade.

  • 8 Hipertenso Arterial

    O excesso de peso corporal est diretamente relacionado com a hipertenso arterial. Tambm, hbitos no saudveis, como sedentarismo e consumo exagerado de alimentos industrializados ricos em sal, ajudam a aumentar os nveis de presso arterial e, consequentemente, riscos elevados de cardiopatias (doena coronariana, infarto do miocrdio). Estudos tm demonstrado que a reduo do ndice de massa corprea providenciada pela cirurgia baritrica tem impacto significativo na diminuio da circunferncia abdominal, na presso arterial, na frequncia cardaca e no nvel de colesterol ruim (LDL), e promove aumento do bom colesterol (HDL).

    Diabetes

    De acordo com a Organizao Mundial da Sade (OMS, 2012), mais de 246 milhes de pessoas (cerca de 6% da populao adulta mundial) sofrem de Diabetes. No Brasil, estima-se que 11 milhes tenham a doena. A epidemia de Diabetes tipo 2 est associada diretamente obesidade, pois estresse, hbitos alimentares no saudveis e vida sedentria esto entre as principais causas. Pessoas com excesso de peso tm risco de desenvolver Diabetes, trs vezes mais que pessoas com peso ideal.

    Problemas Respiratrios

    A apnia do sono apresenta-se com maior intensidade nos indivduos obesos ou super obesos, e se manifesta como um forte ronco seguido de rpida parada na respirao, determinando m qualidade de sono, falta de descanso e sonolncia excessiva durante o dia, causando irritabilidade emocional.

    Outros Problemas

    A condio de obesidade grave est associada a outros problemas de sade, como elevao dos nveis de colesterol e triglicrides (chamada dislipidemia), risco aumentado de embolia pulmonar por alteraes da coagulao sangunea, incontinncia urinria, transtornos hormonais

  • 9QUANDO OPERAR?

    A primeira recomendao para o tratamento da obesidade a adoo de hbitos saudveis, como dieta leve e exerccios fsicos regulares. Em seguida, tenta-se controlar a doena com medicamentos conhecidos como emagrecedores. Quando o mdico e o paciente se convencem de que se esgotaram as possibilidades com esse tipo de tratamento, uma alternativa eficaz a cirurgia baritrica e metablica.Tambm, quando a obesidade traz prejuzos sade e o tratamento clnico se mostra ineficaz, o tratamento cirrgico deve ser considerado. O mtodo conhecido popularmente como reduo de estmago. Existem vrios tipos de cirurgias disponveis e cabe ao mdico apresent-los ao paciente e recomendar o mais apropriado e seguro, de acordo com o seu perfil de doena.

    O tratamento cirrgico deve ser sempre secundrio ao tratamento clnico. E, imprescindvel que antes de se submeter ao procedimento cirrgico, o paciente seja cuidadosamente avaliado por um endocrinologista, descartando problemas relacionados a hormnios, como por exemplo, os produzidos na tireide. Da mesma forma, dever ser avaliado do ponto de vista psicolgico e nutricional.

    QUEM PODE SER OPERADO?

    Conforme as recomendaes mdicas, a indicao cirrgica deve ser decidida observando a anlise de trs critrios: IMC, idade e tempo da doena.

    do tipo menstrual em mulheres, e at cncer uterino, de mama, intestino grosso e outros rgos. Deficincias de vitaminas e minerais tambm podem estar presentes na obesidade. Distrbios de natureza psicolgica que afetam diretamente o indivduo, sua auto-estima, insegurana e um numeroso quadro de doenas, de difcil tratamento, surgem no paciente obeso.

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    CONTRA INDICAES DA CIRURGIA

    Configuram condies adversas realizao de procedimentos cirrgicos para o controle da obesidade:

    Limitao intelectual significativa em pacientes sem suporte familiar adequado;

    Quadro clnico de transtorno psiquitrico no controlado, incluindo uso de lcool ou drogas ilcitas. Quadro clnico psiquitrico grave controlado no contraindicao absoluta cirurgia;

    Doenas genticas.

    Em Relao ao ndice de Massa Corprea (IMC)

    IMC acima de 40 kg/m, independentemente da presena de comorbidades. IMC entre 35 e 39,9 kg/m na presena de alguma comorbidade. IMC entre 30 e 34,9 kg/m na presena de comorbidades que tenham obrigatoriamente a classificao grave realizada por um mdico especialista na respectiva rea da doena. tambm obrigatria a constatao de intratabilidade clnica da obesidade por um endocrinologista.

    Em Relao Idade

    Entre 16 e 18 anos: sempre que houver indicao e consenso entre a famlia ou o responsvel pelo paciente e a equipe multidisciplinar. Entre 18 e 65 anos: sem restries quanto idade. Acima de 65 anos: avaliao individual pela equipe multidisciplinar, considerando risco cirrgico, presena de comorbidades, expectativa de vida e benefcios do emagrecimento.

    Em Relao ao Tempo da Doena

    Apresentar IMC e comorbidades em faixa de risco h pelo menos dois anos e ter realizado tratamentos mdicos prvios. Alm disso, ter tido insucesso ou recidiva do peso, verificados por meio de dados colhidos do histrico clnico do paciente.

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    TIPOS DE CIRURGIAS

    As cirurgias diferenciam-se pelo mecanismo de funcionamento. Existem trs procedimentos bsicos da cirurgia baritrica e metablica, que podem ser feitos por abordagem aberta ou por videolaparoscopia (menos invasiva e mais confortvel ao paciente):

    Restritivos que diminuem a quantidade de alimentos que o estmago capaz de comportar.

    Disabsortivos que reduzem a capacidade de absoro do intestino. Tcnicas Mistas com pequeno grau de restrio e desvio curto do

    intestino, com discreta m absoro de alimentos.

    No Brasil, so aprovadas quatro tipos diferentes de cirurgia baritrica e metablica. O balo intragstrico no considerado tratamento cirrgico (ver comentrio adiante).

    Bypass Gstrico (Gastroplastia em Y de Roux ou Fobi-Capella)

    Estudado desde a dcada de 60, o bypass gstrico a tcnica baritrica mais praticada no Brasil, correspondendo a 70% das cirurgias realizadas, devido a sua segurana e, principalmente, sua eficcia. O paciente submetido cirurgia perde de 40% a 45% do peso inicial (Foto 1).

    Nesse procedimento misto, alm da restrio mecnica representada pela reduo gstrica que restringe a ingesto alimentar h uma mudana na produo de hormnios que modulam a fome e a saciedade. Esse somatrio entre menor ingesto de alimentos e aumento da saciedade

    Foto 1. Bypass Gstrico (Fobi Capella)

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    o que determina o emagrecimento, alm de controlar o Diabetes e outras doenas, como a Hipertenso arterial.

    Acreditava-se que a colocao de um anel estreitando a passagem pelo reservatrio antes da sada da bolsa para a ala jejunal retardaria o esvaziamento para slidos, aumentando, ainda mais, a eficcia dos procedimentos. Atualmente, a literatura aponta para resultados benficos semelhantes com ou sem anel. Complicaes nutricionais podem ser mais freqentes com a colocao do anel.

    VANTAGENS: perda de peso adequada e duradoura, com baixo ndice de insucesso. Trata tambm a doena do refluxo. So potencialmente reversveis, embora com dificuldade tcnica. Apresentam bons resultados em termos de melhoria da qualidade de vida e doenas associadas. Esse procedimento tambm apresenta efeitos metablicos independentes da perda de peso. Ocorrem modificaes funcionais e hormonais do tubo digestivo, com efeitos benficos adicionais sobre o controle ou reverso do Diabetes tipo 2, sendo uma boa indicao para esses pacientes.

    DESVANTAGENS: tecnicamente mais complexa; acesso limitado ao estmago excludo e ao duodeno para mtodos radiolgicos e endoscpicos; passveis de complicaes como deiscncia de suturas; maiores chances de deficincias proticas e anemia do que as cirurgias restritivas.

    Banda Gstrica Ajustvel

    Criada em 1984 e trazida ao Brasil em 1996, a banda gstrica ajustvel representa menos de 5% dos procedimentos realizados no pas. Apesar de no promover mudanas na produo de hormnios como o bypass, essa tcnica segura e eficaz na reduo de peso. Instala-se um anel de silicone inflvel ajustvel ao redor do estmago, que aperta o rgo, tornando possvel controlar o seu esvaziamento. O objetivo desta tcnica dificultar a entrada de alimentos no estmago, resultando numa perda de peso de 20% a 30%, sendo dependente da cooperao do paciente e dos tipos de alimentos ingeridos. Deve ser acompanhada de reeducao alimentar (Foto 2).

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    Gastrectomia Vertical (Sleeve)

    A gastrectomia vertical (gastrectomia em manga, gastrectomia tubular ou gastrectomia sleeve) um dos novos procedimentos baritricos que tem recebido aceitao global, com bons resultados em mltiplos Centros Mdicos em vrios pases. Nesse procedimento, o estmago transformado em um tubo, com capacidade de 80 mililitros a 100 mililitros. Funciona como uma restrio gstrica, com remoo de 70% a 80% do estmago, diminuindo a produo de uma substncia chamada grelina (hormnio da fome). Deve ser realizada por equipes bem treinadas e suporte multidisciplinar adequado (Foto 3).

    Foto 2. Banda Gstrica Ajustvel

    VANTAGENS: mtodo reversvel, pouco agressivo, permite ajustes individualizados no dimetro da prtese. A sua retirada possibilita realizar outros procedimentos baritricos, com mnimas repercusses nutricionais. No h seco e sutura do estmago. Baixa morbimortalidade operatria e retorno precoce s atividades habituais. Permite acesso s vias biliar e pancretica por mtodos endoscpicos habituais.

    DESVANTAGENS: perda de peso que pode ser insuficiente a longo prazo; exige estrita cooperao do paciente em seguir as orientaes dietoterpicas; riscos inerentes ao uso permanente de corpo estranho; inadequada para alguns pacientes comedores de doce, portadores de esofagite de refluxo e hrnia hiatal volumosa; possibilidade de ocorrncia de complicaes a longo prazo, como migrao intra-gstrica da banda, deslizamento da banda e complicaes com o reservatrio.

  • 14

    Foto 3. Gastrectomia Vertical (Sleeve)

    VANTAGENS: no exclui o duodeno do trnsito alimentar, portanto no interfere

    com o stio de absoro de ferro, clcio, zinco e vitaminas do complexo B. Tambm permite acesso s vias biliar e pancretica por mtodos

    endoscpicos habituais.

    DESVANTAGENS: mtodo irreversvel. Apesar de menor complexidade tcnica, pode produzir

    complicaes de alta gravidade e difcil tratamento, como a fstula junto a ngulo de Hiss (esfago-gstrico).

    um procedimento menos eficaz no controle do Diabetes tipo 2 quando comparado ao bypass gstrico.

    Derivao Bileo pancretica (Duodenal Switch)

    a associao entre gastrectomia vertical e desvio intestinal. Nessa cirurgia, 85% do estmago retirado, porm a anatomia bsica do rgo e sua fisiologia de esvaziamento so mantidas. O desvio intestinal reduz a absoro dos nutrientes, determinando emagrecimento. Criada em 1978, a tcnica corresponde a menos de 5% dos procedimentos e leva perda de 40% a 50% do peso inicial (Foto 4).

    VANTAGENS: perda de peso adequada e duradoura, com baixo ndice de insucesso. Apresenta bons resultados em termos de melhoria da qualidade de vida e doenas associadas. Apresenta efeitos metablicos independentes da perda de peso.

    Foto 4. Derivao Bileopancretica (Duodenal Switch)

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    CIRURGIA VIDEOLAPAROSCPICA

    Minimamente invasiva e aplicvel para todas as tcnicas cirrgicas, a videolaparoscopia representa uma das maiores evolues tecnolgicas da medicina. No tratamento da obesidade, as cirurgias do gnero se diferenciam da convencional, aberta (laparotomia), em funo do acesso utilizado. Na cirurgia aberta, feito um corte de 10 a 20 centmetros no abdmen do paciente, enquanto na videolaparoscopia so feitas de quatro a sete mini-incises de 0,5 a 1,2 centmetros cada uma, por onde passam as cnulas e a cmera de vdeo.

    Das quase 60 mil cirurgias baritricas realizadas em 2010 no Brasil, 35% foram feitas por videolaparoscopia. A taxa de mortalidade mdia de 0,23% abaixo do ndice de 1% estabelecido pela Organizao Mundial da Sade (OMS) , contra 0,8% a 1% da cirurgia aberta (laparotomia). Em algumas situaes, o cirurgio precisa converter a videolaparoscopia em cirurgia aberta. Essa deciso baseada em critrios de segurana e s pode ser tomada durante o ato operatrio.

    Os principais benefcios da cirurgia laparoscpica so:

    Menor tempo de cirurgia a cirurgia baritrica por videolaparoscopia dura, em mdia, pouco tempo, algo entre 40 a 90 minutos.

    Menos invasiva o cirurgio realiza de quatro a sete pequenas

    DESVANTAGENS: tecnicamente muito complexa; passvel de complicaes como deiscncias de suturas; maiores chances de deficincias proticas e anemia, mais sujeita s complicaes nutricionais e metablicas. Pode apresentar alguns efeitos transitrios ou permanentes no ps-operatrio, como desnutrio, fezes de forte odor e diarreias, pois essa operao privilegia a m absoro de alimentos.

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    Balo Intragstrico

    Reconhecido como terapia auxiliar para preparo pr-operatrio, trata-se de um procedimento no cirrgico, realizado por endoscopia para o implante de uma prtese de silicone. O balo fica solto dentro do estmago do paciente visando diminuir a capacidade gstrica e provocar saciedade precoce aps comer. O balo preenchido com 500 mL do lquido azul de metileno, que, em caso de vazamento ou rompimento, ser expelido na cor azul pela urina. O paciente fica com o balo por um perodo mdio de seis meses. indicado para pacientes com sobrepeso ou no pr-operatrio de alguns pacientes com superobesidade (IMC acima de 50 kg/m2).

    A grande vantagem da colocao do balo que no exige hospitalizao, sendo feita por endoscopia digestiva alta. Entretanto, muitos pacientes tm nuseas, vmitos e uma sensao contnua de peso, levando a sua retirada antes dos seis meses. A perda de peso depende muito de mudanas imediatas no hbito alimentar. Normalmente ocorre perda de 10% a 15% do excesso de peso em seis meses, sendo mais elevada nos primeiros meses. Seu principal problema o efeito ioi depois da remoo do balo, com consequente recuperao do peso perdido dentro de 4-5 meses.

    incises de 0,5 a 1,2 centmetros. necessrio insuflar a cavidade abdominal com gs carbnico, a fim de criar espao suficiente para que o cirurgio possa trabalhar com o auxlio de uma videocmera, cnulas, sonda, bisturi eltrico, grampeadores especiais e outros instrumentos de acesso.

    Menos tempo de recuperao no ps-operatrio, os benefcios so maiores: dor mnima por um dia ou quase inexistente (medida principalmente pela quantidade de analgsicos consumida pelo paciente), alta hospitalar precoce (48 horas) e retorno mais rpido s atividades laborais (7 a 10 dias). Na cirurgia aberta, o paciente fica internado por trs dias e leva de 30 a 50 dias para voltar rotina.

    Menores riscos a videolaparoscopia ainda oferece menor risco de infeces. Tambm, aps o primeiro ano de cirurgia, a incidncia de hrnia nas miniincises ocorre em apenas 2% a 3% dos pacientes. Na cirurgia aberta, cerca de 30% desenvolvem hrnia no corte (incisional).

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    MOTIVOS PARA REALIZAO DA CIRURGIA

    Estudos mostram que existe risco muito maior do paciente morrer por complicaes clnicas relacionadas obesidade do que com a realizao do procedimento cirrgico. Estatsticas mostram que, na faixa dos 25 aos 35 anos, a taxa de mortalidade dos grandes obesos, com o dobro ou mais do peso ideal, 12 vezes maior do que na populao em geral. Essas pessoas morrem mais cedo porque acabam desenvolvendo doenas decorrentes da obesidade. raro encontrar um grande obeso que chega aos 70 anos de idade.

    Publicaes cientficas do ano de 2009, informam que a mortalidade por cirurgia baritrica laparoscpica foi de 0,3%. Demonstram que o risco de morte em pacientes obesos submetidos cirurgia baritrica 35% menor do que naqueles obesos (com IMC > 35 Kg/m) que seguem tentando realizar apenas o tratamento clnico (medicamentoso).

    Os benefcios da cirurgia baritrica e metablica so perda de peso, remisso das doenas associadas obesidade (como diabetes e hipertenso), diminuio do risco de mortalidade, aumento da longevidade e melhoria na qualidade de vida. Os riscos so os mesmos de outras cirurgias abdominais. Por essa razo, deve ser feita em hospital com estrutura adequada e por mdicos cirurgies associados Sociedade Brasileira de Cirurgia Baritrica e Metablica e que pratiquem os procedimentos regulamentados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

    QUERO OPERAR O QUE DEVO FAZER?

    Marque uma consulta. Em uma consulta mdica detalhada, voc ser avaliado se preenche os critrios para a cirurgia da obesidade. necessria uma rigorosa avaliao pr-operatria, para evitar risco desnecessrio.

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    No pr-operatrio, o paciente deve realizar uma srie de exames, como endoscopia digestiva, ultrassom abdominal e exames laboratoriais, alm de passar por consulta obrigatria com o cirurgio, endocrinologista, cardiologista, psiquiatra ou psiclogo, nutricionista e anestesiologista. Outros profissionais, como pneumologista e ortopedista, tambm podem ser consultados antes da operao.

    O preparo pr-operatrio otimiza a segurana e os resultados da cirurgia. solicitado ao paciente que se esforce para perder peso antes da operao, pois alguns quilos a menos podem oferecer melhores condies anestesia geral e operao. Nessa fase, tambm obrigatrio o preenchimento do documento Consentimento Informado, no qual o paciente d cincia ao mdico de estar devidamente informado sobre os benefcios e riscos da cirurgia, alm da oportunidade de esclarecer dvidas.

    Antes da internao, dever acontecer uma consulta pr-anestsica. Ela serve para o anestesiologista conhecer e avaliar o paciente, rever seus exames, planejar o ato anestsico, com a finalidade de prevenir problemas durante o ato operatrio. Esse procedimento possibilita ao especialista conhecer eventual histrico de cirurgias, alergias e reaes aplicao de drogas. Alm disso, permite ao paciente conhecer a equipe e esclarecer todas as suas dvidas.

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    PERGUNTE AO SEU CIRURGIO

    Mais importante do que saber se voc ser operado por cirurgia aberta ou por laparoscopia, escolher corretamente o seu cirurgio. nele em quem depositamos nossa confiana e, portanto, as nossas vidas. Voc deve se dirigir ao seu cirurgio sem medo de interrogatrio. As perguntas a um bom profissional no iro incomod-lo e nem representam sinal de desconfiana por parte de pacientes que sofrem da obesidade. Todos os cirurgies sabem que um paciente bem informado trabalha para o sucesso final da interveno e tranquiliza a equipe cirrgica. Entre as muitas perguntas que voc precisa fazer, se destacam por sua importncia como segue:

    - Quando o cirurgio comeou a fazer a operao que ele se prope realizar?Uma operao nova e recente pode no ser a mais adequada, pois se desconhecem seus resultados e seus problemas ao longo dos anos. melhor que o cirurgio realize uma operao j consolidada, pois as chances de sucesso em longo prazo sero maiores.

    - Quantos pacientes esse cirurgio j operou?A cirurgia uma tcnica manual e quanto mais o cirurgio a realiza, melhor e mais perfeito ser seu resultado. No se obtm os mesmos resultados fazendo menos de trinta operaes por ano em vez de cem. Em uma condio to freqente, complexa e difcil como a obesidade, deve-se procurar um cirurgio que realiza, pelo menos, cinquenta operaes por ano.

    - Qual o hospital onde a cirurgia vai ser feita?A cirurgia da obesidade uma operao difcil e complexa e que envolve vrios profissionais, exigindo uma excelente estrutura hospitalar. importante a presena de uma unidade de cuidados intensivos e tambm de servios de apoio, como radiologistas e endoscopistas experientes neste tipo de procedimento.

    - O cirurgio trabalha em equipe?O sucesso da cirurgia da obesidade diretamente proporcional a experincia da equipe. Uma equipe deve ser multidisciplinar, envolvendo no apenas a equipe de cirurgies, mas tambm endocrinologista, cardiologista, psiquiatra ou psiclogo, pneumologista e nutricionista.

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    COMO SE PREPARAR PARA A OPERAO

    NO DIA DA OPERAO BLOCO CIRRGICO

    Para o sucesso de sua operao, um pr-operatrio adequado se torna fundamental. Aps marcao da data da operao, voc receber instrues da dieta e jejum antes de internar. Tambm, voc ser instrudo para levar ao hospital uma meia elstica especfica para preveno de trombose venosa e um dispositivo plstico para fisioterapia respiratria do tipo Respiron.

    Na vspera da cirurgia, ou seja, na tarde anterior ao dia da operao, dever ser aplicada uma dose de uma injeo para preveno de trombose e embolia pulmonar. No dever fazer nenhuma despedida dos prazeres da comida, devendo-se alimentar apenas de lquidos. Se a operao est agendada para o incio da manh, o jejum deve ser iniciado a partir das 22 horas do dia que antecede a operao.

    No dia da operao, no permitido comer alimentos slidos ou que contenha leite e seus derivados. At quatro horas antes de chegar ao hospital, lquidos como gua, chs, sucos sem leite, Gatorade, gua de coco, caf e ch esto liberados. Faltando quatro horas para internao, o jejum deve ser absoluto.Deve se dirigir ao Hospital com um acompanhante para ser internado no mnimo uma hora antes do horrio previsto para a cirurgia, munido de seus documentos pessoais, do convnio, carta de internao e de TODOS OS EXAMES PR-OPERATRIOS. Voc dever se dirigir ao Setor de Internao hospitalar, onde receber todas as informaes. Em seguida, ser conduzido ao bloco cirrgico onde a equipe mdica dever estar aguardando a sua presena. Evite entrar no bloco cirrgico usando anis ou objetos metlicos. L voc receber uma roupa apropriada e seus pertences sero entregues para o acompanhante. Ser conduzido sala de operao por uma enfermeira e por membros da equipe mdica.

  • 21

    Induo Anestsica- nessa etapa, o paciente recebe os primeiros medicamentos para o incio da cirurgia. J dentro do Centro Cirrgico, o mdico punciona uma veia, so ligados aparelhos que iro controlar os parmetros vitais, administrado oxignio sob mscara e so aplicados medicamentos para o paciente dormir. Em seguida, feita a entubao orotraqueal, que consiste na introduo de um tubo plstico na traqueia do paciente, ao qual ser conectado ao aparelho de anestesia. por esse tubo que ele respirar e receber os gases anestsicos durante a operao, sempre conduzido pelo anestesista.

    Fase Transoperatria enquanto o paciente est sendo operado, ele recebe um fluxo constante de gs anestsico e oxignio. Tambm so administradas quantidades de soro adequadas para manter estvel a presso arterial e o perfeito funcionamento dos rins. Por essa razo, muitos pacientes costumam urinar bastante no ps-operatrio.

    Recuperao Ps-Anestsica - a fase de despertar do paciente aps a cirurgia, quando a inalao de gases anestsicos suspensa e inicia-se a fase de recuperao. Essa fase quase sempre ocorre na Sala de Recuperao do Centro Cirrgico, com durao de duas a trs horas. Raramente o paciente encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), cabendo ao anestesista e ao cirurgio decidirem o local mais adequado para cada paciente permanecer no ps-operatrio imediato.

    Aps a operao, o cirurgio ir dialogar com os familiares e o paciente permanece por duas a trs horas na sala de recuperao ps-cirrgica, onde ser monitorizado por aparelhos at seu despertar seguro. Esta uma medida de segurana antes de ser transferido para o quarto.

  • 22

    Na sua acomodao, voc receber as primeiras informaes da enfermeira do andar, que vai monitorar os sinais vitais, como a temperatura, presso arterial, pulso, etc. Caso tenha algum tipo de dreno, a enfermeira ir anotar a quantidade drenada nas primeiras horas. No primeiro dia, voc no poder sair da cama sem a permisso do mdico, mas poder se mover esticando as pernas e dobrando os joelhos. Se voc precisar urinar, chame a enfermeira que lhe dar um recipiente apropriado para que no necessite levantar-se da cama. Caso queira usar o banheiro, poder se levantar, mas sempre dever estar acompanhado. Neste dia, melhor dormir de barriga para cima, mas no est proibido virar-se de lado.

    Ao se levantar pela primeira vez, voc dever sentar-se na beira da cama e s depois se levantar. Se voc se levantar de repente, poder sentir tonturas. Procure apoiar-se em uma pessoa. Nas primeiras 24 horas voc poder sentir dor no abdome superior e nuseas, normalmente aliviadas por analgsicos e medicamentos para vmito.

    No dia seguinte, ter incio a alimentao oral, comeando com lquidos. Nas primeiras 48 horas aps a operao, ocorrer uma sensao de plenitude e de peso no estmago, devida reduo realizada. O apetite tambm ficar muito diminudo. Se o lquido for ingerido rapidamente ou em quantidade maior que a suportada pelo novo estmago, poder ocorrer dor no peito e no ombro esquerdo, alm de soluos. Para evitar este problema aconselhvel beber ou comer alimentos vagarosamente, parando no momento em que se sinta saciado.

    O QUARTO, DEPOIS DA OPERAO

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    PROBLEMAS RELACIONADOS AOS PRIMEIROS DIAS EM CASA

    Ao deixar o hospital, voc receber um relatrio da cirurgia praticada, a lista de medicamentos, a dieta da nutricionista, atestados mdicos e telefones de contato para eventuais dvidas. As feridas operatrias devero estar cobertas por uma fita microporosa (Micropore). No necessrio troc-las todos os dias. A higiene local deve ser realizada com banhos dirios de gua e sabo neutro. considerada normal a sada pela ferida operatria de pequena quantidade de secreo clara ou sanguinolenta nos primeiros dias. Coloque apenas um curativo com gaze protegendo o local. No use pomadas ou outros produtos, a no ser que haja recomendao mdica. Dor intensa na ferida operatria, acompanhada por vermelhido, inchao e calor no local, pode indicar processo inflamatrio. Procure o Servio de Urgncia do Hospital onde foi operado para uma avaliao mdica e cominique ao seu mdico assistente.

    Nos primeiros quatro dias voc poder apresentar dor abdominal difusa, no muito intensa, semelhante a dor sentida no hospital, mas de menor intensidade. Use apenas a medicao que foi prescrita. Voc pode ter dor na base do trax (peito) ao respirar profundamente, que melhora com a fisioterapia pulmonar. Use o aparelho que a fisioterapeuta recomendou no hospital (Respiron).

    No tem porque vomitar ou sentir dor no estmago. Se isso ocorrer, geralmente porque est comendo muito rpido ou mais do que a capacidade do estmago reduzido.

    Sinais de alerta: febre, dor abdominal de forte intensidade, vmitos repetitivos, falta de ar, sensao de desmaio, dor nas pernas. Na presena desses sinais, ligue imediatamente para a equipe mdica e/ou procure o Pronto Socorro do hospital onde voc foi operado.

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    RISCOS ESPECFICOS DA OPERAOToda pessoa que pretende se submeter ao tratamento cirrgico desse porte tem que estar ciente dos riscos e conseqncias. Alguns destes riscos so graves e voc dever discuti-los com seu cirurgio. Muitas das complicaes podem ser diminudas por medidas de preveno, com o paciente e equipe mdica atuando em conjunto.

    Um dos graves problemas a formao de cogulos sanguneos nas pernas, causando tromboses e embolias. Isso muitas vezes acontece em consequncia do longo tempo que o paciente permanece acamado. Assim, to logo que possvel, ele dever levantar-se da cama e caminhar. O uso adequado de meias elsticas e de medicao anti-trombose tambm auxiliam na preveno dessa grave complicao.

    CUIDADOS NO PS-OPERATRIO

    Aps 7 a 10 dias da operao, o paciente dever retornar ao consultrio de seu cirurgio para consulta de controle e avaliao de sua recuperao. At este perodo, no conveniente dirigir automvel. Neste perodo dever usar a meia eltica, retirando-a apenas durante o banho. Depois da cirurgia, todos os pacientes baritricos precisam de um acompanhamento especializado, que envolve avaliaes permanentes, exerccios fsicos, cuidados nutricionais minuciosos e apoio psicolgico.Aps esta primeira reviso, sero agendadas revises bimestrais durante o primeiro ano. No segundo ano, as revises passam a ser trimestrais e, aps esse perodo, a cada seis meses at o 5 ano. Finalmente, as avaliaes passam a ser anuais at se completarem dez anos de acompanhamento.

    Eventualmente, recomendamos algumas vitaminas como complementao quelas ingeridas na dieta para os pacientes que apresentem perdas muito rpidas. possvel tambm que o uso de medicao para controle de diabetes, hipertenso e por aumento do colesterol tenha que ser revisto ou at suspenso com a reduo do peso.

  • 25

    Outros problemas que podem ocorrer durante ou logo aps a cirurgia de bypass gstrico so: leses de rgo durante a cirurgia, como o estmago e intestino, hemorragias, vazamento atravs dos grampos no estmago ou intestino logo aps a cirurgia (isso pode exigir uma cirurgia de emergncia), infeces e obstrues no trnsito intestinal.

    Os riscos ou problemas tardios que podem ocorrer so: lceras e estreitamento das anastomoses (locais de emendas no estmago e intestino), hrnias, aderncias intestinais, anemias, deficincias de vitaminas e minerais. A formao de pedras nos rins e vescula biliar pode ocorrer se a perda de peso for muito rpida. Gastrite, azia, vmitos aps comer mais do que o novo estmago pode conter, m nutrio, e sndrome de Dumping so outras intercorrncias. Da a importncia de fazer o acompanhamento com nutricionista nos anos seguintes da operao.

    DVIDAS QUE PODEM SURGIR AO DEIXAR O HOSPITAL

    Quando posso dirigir?

    Mesmo que voc se sinta muito bem, sem dor, parecendo que no foi operado, aconselhvel no dirigir durante a primeira semana aps deixar o hospital. No faa viagem longa at pelo menos 15 dias, aps estar tolerando normalmente os alimentos.

    Posso dormir de lado?

    Sim. Voc pode dormir de lado desde que no tenha drenos abdominais. Normalmente estes drenos so retirados antes de receber alta hospitalar. Entretanto, evite dormir de bruos na primeira semana de operado.

  • 26

    RECOMENDAES

    Acompanhamento Nutricional

    O nutricionista tem papel fundamental no acompanhamento do paciente rumo cura da obesidade. Esse profissional dever prestar toda a orientao necessria para a dieta lquida ps-operatria, sua evoluo para a pastosa e, finalmente, sua transio definitiva para a alimentao normal.

    Se tiver um resfriado, gripe ou infeco, que antibiticos ou medicao posso tomar?

    Aps os primeiros sete dias da cirurgia, voc pode tomar qualquer antibitico ou medicao prescrito por um mdico. S tenha o cuidado de no engolir cpsulas, e os comprimidos devem ser esmagados antes de ingerir. Na dvida, ligue para seu mdico.

    Quando posso manter relaes sexuais novamente?

    Relao sexual pode ser retomada quando voc se sentir bem. Aconselhamos no mnimo duas semanas aps a operao. Se voc uma mulher, aps o primeiro ms ocorre um aumento da atividade hormonal e melhoria do ciclo de ovulao. Da o risco de engravidar aps o primeiro ms da cirurgia. Procure seu ginecologista. Se voc deseja engravidar, melhor esperar 18 meses.

    Posso praticar esportes?

    Voc pode praticar esportes sem impacto desde o primeiro ms de operado. Caminhadas so aconselhadas a partir da primeira semana, com cuidado de se hidratar frequentemente. Normalmente, a partir do segundo ms, aconselhvel uma prtica de atividade fsica sob orientao.

  • 27

    O paciente dever aprender a comer pouco e bem, vrias vezes ao dia, e optar por alimentos pouco calricos e com alto teor vitamnico, abandonando hbitos nocivos.

    A reeducao alimentar ajudar no s a perder peso, mas tambm a mant-lo em patamares adequados por toda a vida. O paciente no est proibido de consumir doces, refrigerantes ou outras guloseimas de vez em quando, porm esses alimentos no devem fazer parte de sua rotina e a quantidade devera ser controlada.

    Acompanhamento Psicolgico

    O foco do acompanhamento psicolgico deve ser sempre preventivo e educativo. necessrio considerar o aparecimento de novos fatores de estresse, como ansiedade, cimes do parceiro, desejo de liberdade, etc., aps a cirurgia. Alm disso, o paciente pode criar expectativas que no sero atingidas com a perda de peso.

    Atividade Fsica

    de fundamental importncia para os pacientes que passam por uma cirurgia baritrica o encaminhamento prtica de atividades fsicas logo que estejam liberados pela equipe mdica responsvel. Esse prazo de aproximadamente 30 dias aps a cirurgia. O paciente deve realizar uma avaliao fsica completa, incluindo uma consultoria quanto ao tipo de atividade fsica mais indicada, bem como quanto intensidade, volume e freqncia da mesma. Esse o ponto de partida antes de iniciar o seu programa de exerccios personalizados, respeitando as limitaes e prioridades de cada paciente. Entre as atividades mais indicadas esto a hidroginstica, musculao e atividade aerbia.

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    DICAS DA NUTRICIONISTA

    A conduta nutricional aps a cirurgia baritrica tem como objetivo principal melhorar a qualidade de vida por meio da perda de peso e da busca pelo bem estar fsico e emocional. A nutrio tem um papel importante porque a quantidade e o tipo de alimentos a serem consumidos devem ser limitados devido ao tamanho reduzido do estmago ou da rea de absoro.

    A funo do nutricionista tambm orientar os pacientes quanto seleo de alimentos que contenham os nutrientes mais saudveis e que estejam adequados s necessidades de cada indivduo, para que a rpida perda de peso no leve desnutrio. Aps a cirurgia pode-se dividir o cuidado com a alimentao em cinco fases, basicamente.

    A primeira fase da dieta a fase da alimentao lquida: esta fase compreende as duas primeiras semanas aps a cirurgia e caracteriza-se por um perodo de adaptao. A alimentao lquida constituda de pequenos volumes e o principal objetivo o repouso gstrico e a hidratao. A perda de peso bem acentuada nestas duas semanas, devendo-se, em muitos casos, introduzir o uso de complementos nutricionais especficos para evitar carncias de vitaminas e de minerais. A orientao nutricional dever ser iniciada pelo mdico e nutricionista j no Hospital, antes da alta hospitalar.

    A segunda fase da evoluo de consistncia da dieta: de acordo com a tolerncia e as necessidades de cada um, a alimentao evolui aos poucos de lquida para pastosa incluindo preparaes liquidificadas, cremes e papinhas ralas. A evoluo de cada paciente varivel de forma que a escolha de cada alimento deve ser acompanhada cuidadosamente para evitar desconforto como dor, nuseas e vmitos. Esta fase tem um tempo de durao diferente para cada indivduo, porm, em mdia, dura em torno de 2 semanas.

    A terceira fase envolve maior seleo dos alimentos, mais qualidade e mastigao exaustiva. Passado o primeiro ms aps a cirurgia, inicia-se um perodo no qual os alimentos sero mais bem selecionados com grande importncia nutricional, j que as quantidades ingeridas diariamente continuam muito pequenas. Os alimentos escolhidos devero ser fontes dirias de ferro, clcio e vitaminas. O paciente e a famlia devero receber orientaes sobre as fontes alimentares dos nutrientes de maior importncia. Como a alimentao passa a ser mais consistente, deve-se mastigar exaustivamente. A durao desta fase tambm varia individualmente e dura em mdia um ms.

  • 29

    A quarta fase os alimentos comeam a ser modificados gradativamente para uma consistncia cada vez mais prxima do ideal para uma nutrio satisfatria. Geralmente esta fase ocorre a partir do 3 ms aps a cirurgia quando a maioria dos alimentos comea a ser introduzidos na alimentao diria. O cuidado com a escolha dos alimentos nutritivos deve continuar, pois, as quantidades ingeridas diariamente continuam pequenas. Com o auxlio do nutricionista, o paciente pode selecionar os alimentos que mais lhe agradam, tragam maior conforto e qualidade nutricional. Somente no so tolerados alimentos muito fibrosos e consistentes assim como os muito cidos e gordurosos.

    A quinta fase a da adaptao final e independncia alimentar e deve acompanhar o paciente a partir do 4 ms. Como nas fases anteriores, tambm evolui de acordo com as caractersticas individuais podendo iniciar-se um pouco antes ou um pouco depois do 4 ms. A partir desta fase, um acompanhamento peridico faz-se necessrio no somente para o acompanhamento da evoluo de peso e levantamento de informaes como tambm para identificar se existem carncias nutricionais como, por exemplo, a anemia. O paciente j tem bastante segurana na escolha dos alimentos e est apto a compreender quais so os alimentos ricos em protenas, glicdios e lipdios, clcio, ferro, vitamina A, vitamina C, folatos alm de outras propriedades nutricionais.

    Dicas para quem fez ou pretende fazer a cirurgia:

    Hidratao - a rpida perda de peso pode levar a um aumento nos nveis de cido rico na circulao em muitos casos. Quando o consumo de lquidos no suficiente poder haver formao de clculos nos rins. Por este e outros motivos a hidratao deve ser bem monitorada para evitar que a urina fique muito concentrada (amarelada). Mesmo sem sede deve-se consumir lquidos, em pequenos goles, ao longo do dia, pois o seu consumo importante e dever ser feito constantemente;

    Coma devagar sentindo o sabor dos alimentos e reserve um tempo de 30 a 40 minutos para as refeies;

    Mastigue muito bem os alimentos;

    As pores devem ser pequenas

    Utilize talheres pequenos tipo de sobremesa e pratos tambm pequenos para voc se acostumar ao tamanho das pores;

  • 30

    D mais valor aos alimentos fontes de protenas (carnes magras, brancas, leite desnatado e derivados de soja);

    Converse com seu nutricionista sobre suplementao de vitaminas e minerais para evitar problemas futuros relacionados falta destes nutrientes;

    Faa consultas regulares com o nutricionista, comente sobre os alimentos que voc tem sentido vontade de consumir para que voc receba as devidas orientaes;

    Mantenhas seus exames e as consultas mdicas em dia.

    Conhea algumas fontes dos nutrientes que no podero faltar no seu cardpio aps a cirurgia:

    Clcio leite e derivados (queijo, iogurte, requeijo), leite de soja fortificado, amndoas, vegetais como brcolis e couve;

    Ferro carnes, aves, peixe, leguminosas (feijo, ervilha), aa, folhas verdes, beterraba;

    Vitamina B12 carnes em geral, leite e derivados e ovos; cido Flico folhas verdes, feijes, ervilha; Vitamina E gema de ovo, leos vegetais, folhas verdes, grmen

    de trigo;

    Vitamina A cenoura, derivados do leite, frutas e vegetais amarelos;

    Tiamina feijo, ervilha, cereais integrais, carnes; Riboflavina leite e derivados, gema de ovo, cereais integrais; Zinco carnes, peixes, ervilhas, cereais integrais; Selnio castanha do Par, cereais integrais; mega 3 peixes, linhaa; Vitamina C Frutas ctricas Potssio laranja, banana, taioba

  • 31

    DICAS PARA O SUCESSO DA SUA OPERAO

    A maioria das pessoas perde cerca de quatro a oito quilos por ms no primeiro ano aps a cirurgia. Voc ir perder peso mais rapidamente nos primeiros meses. Ao longo do tempo essa perda ir diminuindo e seu organismo encontrar equilbrio com seu peso mais adequado. Voc pode perder metade ou mais de seu peso extra nos primeiros dois anos. Pesando menos, se torna muito mais fcil para voc se movimentar e fazer atividades dirias.

    A cirurgia da obesidade uma condio importante no tratamento da obesidade. Entretanto, s a cirurgia no suficiente para voc se manter em um peso ideal. Para alcanar o sucesso, voc tambm precisa programar mudanas importantes na sua dieta e no seu estilo de vida. Portanto, pacientes que constantemente programam essas mudanas aps a cirurgia, desfrutam de uma taxa de sucesso muito elevada e a menor chance de complicaes. Assim:

    Adote uma dieta saudvel, rica em protenas

    Coma trs pequenas e saudveis refeies por dia

    Evite excesso de lanches e petiscos

    Tente evitar alimentos ricos em acar, amido e alto teor de gordura

    Faa exerccios aerbicos pelo menos trs vezes por semana

    Faa controle peridico com sua nutricionista, pois ela vai avaliar a necessidade de suplementos vitamnicos e minerais.

    Siga os controles mdicos programados, fazendo regularmente os exames de sangue para monitorar seu estado de sade.

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    IMPORTNCIA DA AVALIAO PSICOLGICA

    Tomar a deciso de fazer a cirurgia baritrica no nada fcil, mas aps vrias tentativas de emagrecer e se manter no peso ideal sem sucesso, a cirurgia de reduo de estmago parece ser uma luz no fim do tnel. Assim que a deciso tomada, o paciente recebe orientao para procurar vrios profissionais para iniciar o processo de avaliaes pr-operatrias. Dentre os profissionais indicados, o psiclogo. Surge ento, a pergunta: psiclogo para qu?

    Muitas pessoas comem porque esto tristes. Outras porque esto felizes e precisam comemorar. H os que comem por estarem ansiosos e ainda h aqueles que comem sem nem saber o porqu. Em todos esses casos, a comida ocupa um lugar que no deveria ocupar. A funo da avaliao psicolgica justamente fazer o paciente se conhecer melhor para que possa entender os fatores que o levaram obesidade. Esse processo de autoconhecimento se d por meio de entrevistas e testes de personalidade avaliativos. A partir da que o psiclogo pode avaliar se o paciente est preparado para lidar com as mudanas que devero acompanh-lo pelo resto da vida. Novos hbitos alimentares, necessidade de atividade fsica regular, imagem corporal se modificando... muita mudana de uma s vez!

    Depois da cirurgia, fundamental que o paciente continue o acompanhamento psicolgico a fim de evitar problemas como depresso, alcoolismo, compulso para compras, sexo, internet, comportamento bulmico e anorexgeno, reganho de peso, dentre outros. A cirurgia deve ser o ponto de partida para uma vida muito mais saudvel e feliz, com ganho de sade, autoestima, qualidade de vida. Para que isso ocorra, paciente e profissionais envolvidos devem caminhar sempre juntos, lado a lado, tornando possvel saborear cada momento dessa vida nova que se inicia aps a cirurgia baritrica!

    MITOS E VERDADES SOBRE A CIRURGIA DE OBESIDADE

    Em um ano de ps-operatrio, o paciente normalmente engorda?

    Mito. Na maioria dos casos, o ganho de peso ocorre quando o paciente no assume hbitos saudveis, como a adoo de dieta menos calrica e mais nutritiva e a prtica de exerccios fsicos regulares.

  • 33

    Perde-se mais peso nos primeiros seis meses?Verdade. A perda mais significativa de peso ocorre nos primeiros seis meses. Da a importncia de o paciente seguir com disciplina as recomendaes mdicas nessa primeira etapa do ps-operatrio.

    Quem faz a cirurgia baritrica fica propenso ao alcoolismo, uso de drogas ou comportamento compulsivo para compras?

    Mito. No existe nenhuma evidncia cientfica de que, no ps-operatrio, o paciente comece a ter tendncia ao alcoolismo ou ao uso de drogas. Quanto compulso por compras, pode-se evitar um comportamento desse tipo por meio de acompanhamento psicolgico. A evoluo histrica das cirurgias mostra que o paciente, ao perder peso, resgata a autoestima e por isso passa a ter prazer em adquirir roupas e outros produtos de uso pessoal. Depois da operao, vou ficar careca?

    Mito. Cerca de 70% dos pacientes sofrem de queda de cabelo aps a cirurgia baritrica. Esse processo geralmente ocorre entre o 3 e 7 ms de ps-operatrio e isso acontece devido carncia de protenas e outros nutrientes. Depois dessa fase, gradualmente ocorre uma renovao da raiz do cabelo.

    A mulher pode engravidar no ps-operatrio?

    Verdade. A paciente liberada para engravidar aps 18 meses de ps-operatrio. Durante esse perodo, recomenda-se a anticoncepo. No entanto, os anticoncepcionais orais (plulas) podem no ser completamente eficazes, da a necessidade da consulta com seu ginecologista.

    A depresso uma consequncia comum para quem faz a cirurgia?Mito. No existe uma tendncia. Se o paciente ficar deprimido, isso pode ocorrer devido a fatores desconhecidos, que devem ser investigados por psiclogo ou psiquiatra.

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    REFERNCIAS BIBLIOGRFICASINSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA (http://www.ibge.gov.br)

    ORGANIZAO MUNDIAL DE SADE (http://www.who.int/contries/bra/es)

    SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA BARITRICA E METABLICA (http://www.sbcb.org.br)

    BERINDOAGUE R, DEL CARLO K. Cirurgia Baritrica e Metablica. Autores do Captulo do livro Tcnica Cirrgica, Santana, E.M.e Monteiro, E. L. Editora Guanabara Koogan, 2. Edio, 2013.

    H tendncia anemia no ps-operatrio?

    Verdade. De fato isso ocorre. Entre os pacientes, as mulheres tm maior tendncia anemia, por causa da menstruao, perda de ferro e pouca presena de carne vermelha na dieta. Essa situao pode ser minimizada com a ingesto de alimentos ricos em ferro, ou, se necessrio, com a utilizao de suplementos vitamnicos.

    Depois da operao, comum a intolerncia a leite?

    Mito. Normalmente no h reaes adversas ao consumo de leite e derivados. Esses alimentos so, inclusive, recomendados, sobretudo para as mulheres, como fontes de clcio.

    O apoio da famlia e famlia indispensvel?

    Verdade. Deve-se prestar toda a assistncia e orientao famlia do paciente, oferecendo o mximo de informaes solicitadas e, quando necessrio, tambm consulta psicolgica. Os novos hbitos a serem adotados pelo paciente devem ser compartilhados e estimulados por todos que convivem com ele.

    Durante a videolaparoscopia, h situaes em que preciso converter a cirurgia em procedimento aberto?

    Verdade. Algumas situaes exigem que o cirurgio converta a videolaparoscopia em procedimento aberto. Essa deciso baseada em critrios de segurana e s pode ser tomada durante o ato operatrio.

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    DR REN BERINDOAGUE NETOCRM-MG. 26.670

    Diretor Tcnico do Instituto Mineiro de Obesidade e CirurgiaGraduado em Medicina pela UFMG

    Especialista em Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo pelo MECMestre e Doutor em Cirurgia pela UFMG

    Fellow do Servio de Cirurgia do Hospital San Pau, Barcelona, Espanha.Fellow do Centro Laparoscpico de Barcelona, Clnica Teknon, Espanha.

    Professor do Dep. Cirurgia da Faculdade Cincias Mdicas de Minas GeraisMdico Preceptor da Residncia Mdica da Santa Casa de Belo Horizonte.

    Professor do Instituto de Ensina e Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte.Mdico Cirurgio dos Hospitais LifeCenter, Mater Dei e Santa Casa de Belo Horizonte

    Membro Titular da Sociedade Brasileira de Videocirurgia - SOBRACILMembro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Baritrica e Metablica SBCBM

    Membro Titular da International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders IFSO

  • 36Rua dos Otoni, 909 - Conjunto 404

    Bairro Santa EfigniaBelo Horizonte Minas Gerais - Brasil

    Tel + 55 (31) 3273-7489 Fax (31) 3274-4861E-mail: [email protected]

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