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CARTILHA DO SOLO COMO RECONHECER - E SANAR SEUS PROBLEMAS - Ana Primavesi Created with Print2PDF. To remove this line, buy a license at: http://www.software602.com/

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CARTILHA DO SOLO COMO

RECONHECER

- E SANAR SEUS PROBLEMAS -

Ana Primavesi

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

Expediente

A “Cartilha do Solo: como reconhecer e sanar seus problemas” - foi cedido gentilmentepor Ana Primavesi.

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MSTAlameda Barão de Limeira, 123201202-002 - São Paulo - SPTelefax.: (11) 3361-3866

[email protected] / www. mst.org.br

Cartilha do SoloComo reconhecer e

sanar seus problemas

Fundação Mokiti Okada

Ana Primavesi

1ª edição - setembro de 2009

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

Sumário

I. Parte .................................................................................................................................. 05

Como conhecer seu solo e sua saúde.................................................................................05

1. Os segredos do solo tropical .........................................................................................................09

2. Agro-ecologia - agricultura natural .................................................................................................10

3. Os conceitos básicos da agro-ecologia tropical .............................................................................13

4. Exemplos de ciclos ........................................................................................................................16

5. Como é um solo saudável .............................................................................................................20

6. Como examinar um solo ................................................................................................................20

7. A textura do solo ..........................................................................................................................21

8. Teste de romper ............................................................................................................................25

9. O cheiro do solo ............................................................................................................................26

10. A cor do solo ...............................................................................................................................27

11. Superfície do solo ........................................................................................................................29

12. Como se reconhece a sola de trabalh0 ........................................................................................30

13. Solos compactados ou adensados (duros) ...................................................................................31

14. Por quê o solo tropical tem de ser pobre .....................................................................................34

15. Resíduos de material orgânico .....................................................................................................35

16. Colocação da matéria orgânica ...................................................................................................37

17. Composto ...................................................................................................................................37

18. Para que serve a matéria orgânica ................................................................................................39

19. Preparo do solo ...........................................................................................................................40

20. Atividade de minhocas ................................................................................................................41

21. Nutrição vegetal ..........................................................................................................................44

22. O exame das raízes .....................................................................................................................45

23. O que as raízes comunicam .........................................................................................................46

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

II . Parte ................................................................................................................................53

Quando pragas atacam seus campos..................................................................................53

24. Pragas e doenças - o que eleas indicam ..................................................................................... 53

25. Como se criam as pragas ........................................................................................................... 54

26. Equilíbrio entre os nutrientes ...................................................................................................... 57

27. O uso de caldos ......................................................................................................................... 58

28. Plantas indicadoras ..................................................................................................................... 59

29. Reconhecimento de pastagens ................................................................................................... 60

30. Plantio Direto ............................................................................................................................. 60

31. Cultivo aleopáticos .................................................................................................................... 63

32. Salinização de solos de estufas e campos ................................................................................... 65

33. A seca e o que agrava ................................................................................................................ 66

34. A agricultura da não-violência ..................................................................................................... 67

Referências bibliográficas .................................................................................................................. 68

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Introdução

Recebi um E-mail de uma Universidade da Indiaem que um professor me pergunta” Você acreditaque a violência urbana tem suas origens nadecadência do solo? Por favor me responda” Quepergunta esquisita, pensei, Estes indianos meditamdemais e chegam depois a conclusões meioestranhas. Mas depois comecei também a pensar:Solo decadente é doente, e solo doente somentepode criar plantas deficientes, ou seja doentes. Eplantas doentes produzem produtos de um valorbiológico muito baixo, por isso são atacados portantas pragas e doenças precisando muitosdefensivos. Em uvas, nas cultivos ao longo do RioSão Francisco, são normal 120 pulverizações comdefensivos e tem fazendas onde sobem até 140pulverizações; diariamente uma, as vezes duas. Eplantas doentes somente fornecem alimentosincompletos e os homens que as consomemtambém são doentes, especialmente atacados dosnervos. . E estas pessoas caem ou na depressão,como faz a maioria, ou no outro extremo que é aviolência. Respondi com “sim”.

Toda vida em nosso Globo depende do solo:As plantas e nosso alimento,ao oxigênio produzidopelas plantas e o plancton do mar que}por sua vez,vive da matéria orgânica que vem dos continentes.Os peixes que vivem do plancton e toda cadeiaalimentícia que vai até os camarões e lagostas,pinguins e ursos polares e as aves marinhas. Aágua nos aquíferos niveis freáticos, poços e riosque depende da infiltração da chuva nos solos.permeabilizados por sua vidap os micróbios, queo agregam durante a decomposição da matéria

orgânica. vegetal. Mas também decompõemtodos animais e homens mortos, para que nossoplaneta seja sempre pronto a receber nova vida enão viaje pelo espaco somente com uma enormecarga; de cadáveres. Igualmente, porém,decompõem tudo que é deficiente, doente, fraco evelho. A vida não pode degenerar ela tem depermanecer forte e vigorosa para continuar atravésdos milênios. O solo é o alta e omega, o início e ofim de tudo.

E mesmo se até 98% da população vive emcidades como nos EUA. o alimento, a água e ooxigênio. vêm do solo. e das plantas que ele cria.

Faz quase 4000 anos que a filosofia védica diz:“Se pragas atacam suas lavouras elas vêm comomensageiros do céu para avisá-Io que seu solo estadoente”. Por isso os australianos, quando verificamuma praga no seu campo, primeiro perguntam:” Oque fiz de errado com meu solo?” E tentardescobrir o erro. Somente depois aplicam umdefensivo, que sempre é exceção e nunca rotina.Mata a praga no momento mas depois recuperaseu solo, para que isso não se repita. Por que?

Solo doente - Planta doente - homem doente

Cada ano se necessitam mais hospitais, maisleitos hospitalares, mais postos de saúde e maisremédios. E 20% das crianças que nascem sãoparaplégicas, com problemas deformativos, debilmentais. e outras anomalias. Sempre dizem que égenético... Mas pouco a pouco descobre-se porque nos EUA, na China, na Austrália.

COMO CONHECER SEU SOLO E SUA SAÚDE

O homem somente terá saúde se os alimentos possuirem energia vital Asalimentos somente possuem energia vital se as plantas forem saudáveis.

As plantas somente serão saudáveis se o solo for saudávelSolo sadio - Planta sadia - Homem sadio

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É o velho... “mementi mori” que reza: lembra-te que és pó e a pó tomarás.”Tomou-se isso comoum infantilismo religioso, que imaginava que Deusera o primeiro oleiro quando fez Adão. Mas, naverdade é uma sabedoria muito antiga que o corpovem da terra e volta a ser terra. O corpo humano,como tudo que é vivo na Terra, é feito de carbono- água - oxigênio (C

6H

120

6) e minerais. Forma os

ossos e o sangue, músculos, nervos, hormôniosproteinas etc e, torna a ser água, oxigênio, carbonoe minerais. depois de morrer. O que é materialno homem, ou seja seu corpo, é feito deminerais que vem da terra e volta a ser terra.

Hoje em dia tudo que não se sabe explicar bemé genético e se encontram as irregularidadesgenéticas no código genético. Mas, os genes nãosão partículas e não possuem forma visível nomicroscópio eletrônico como os átomos. Eles sãocódigos escritos em formulas químicas ou seja deácidos. Mas códigos são como projetos para umamáquina ou uma casa, feitos no computador. Eprojetos necessitam sua execução, para se tornarrealidade. E para esta execução precisa-se dematerial que vem da terra; os minerais. É “genético”uma pessoa precisar mais de algum mineral que as

outras. Se não o recebe, aparece a enfermidade“genética.” Assim, p.ex. uma mãe que recebepouco cobre na alimentação mas geneticamentenecessitaria mais vai ter um filho cujo centro motor,no cérebro não se desenvolveu adequadamente ea criança nasce paraplégica. Se uma criança recebemenos iodo que necessitaria nasce cretino, se édeficiente em manganês, provavelmente seráaleijado como também os animais. E se com suadieta diária recebe menos zinco de quegeneticamente é programado a pessoa serámentalmente atrasada e muito “parada”, ou sequiser, débil mental, o zinco é o “lixeiro” do sangue

1

e deve descarregar o gás carbônico dos hemácitos,para aue elas Dossam carreaar novamente oxiaênio.e oxigenar o cérebro. Mas se a pessoa débil mentalreceber adicionalmente zinco com sua dieta,recupera em poucos meses totalmente, e até podeser muito inteligente. E se um atleta recebe zinco,Não se cansa tão rápido. Tudo isso é genético,porque a quantidade de minerais que a pessoanecessita é aqui codificada e normalmente comumà família.

Portanto, o homem é o que a terra ou sequiser o solo, faz dele ou seja o que ele recebe

1 Lukashi, H – 1999 – Micronutrientes, Agric. Res. ARS/USDA Vol 7:22

Solo recuperado, grumoso, com boa permeabilidade

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através de sua alimentação. Portanto o solo temde ser sadio, ou seja com equilíbrio entre todosseus fatores, bem agregado para que ar eágua.possam penetrar, e limpo, isto é semsubstâncias tóxicas. E como o solo é o bem maisprecioso do nosso Planeta ele deveria receber todaatenção, todo cuidado e todo amor. Mas atualmentesomente se tenta explorá-Io para ganhar dinheirorapidamente, para depois ser abandonado. Oscolonos europeus não sabiam cuidar do solotropical.

A chuva que golpea agora o solo, desnudoe mantido limpo por herbicidas, causa crostassuperficiais A água não infiltra mais no soto masescorre, causando erosão e enchentes em lugar derepôr o nível dos aquíferos e níveis freáticos ouseja a “água residente” e onde antigamentedominava uma completa calmaria, o famoso“doldrum” hoje a paisagem é varrida pelo vento,levando boa parte da umidade e causandodesertificação. dos solos decaídos Se faltar águanuma propriedade onde antigamente brotavamfontes e tinha poços, porque o solo estaimpermeável

2.

E os solos são decadentes graças a umatecnologia inadequada, impostos pelos colonoseuropeus. Revolvem o solo profundamente,acreditando que isso afrouxa o solo. Mas naverdade provoca seu adensamento. O solo se tornaduro. E em lugar de proteger o solo contra o sol eo impacto da chuva, mantém-no limpo, bemcapinado, isento de qualquer planta nativa quepoderia protegê-lo . Secam as fontes e secam osrios e a vegetação antes exuberante agora perdetoda sua força vital.

O solo tropical e a agriculturaorgânica

O solo tropical é um eco-sistema como o declima temperado. Sistema quer dizer que écomposto de muitos fatore interligados e que fazemo sistema funcionar. Eco vem da palavra grega“oikus” que significa lugar. Assim, cada lugar possui

seu sistema todo particular. Portanto a transferênciade tecnologia de um eco-sistema (o temperado)para o outro (o tropical) não funciona. E comomostra Tabela 1, absolutamente todos os fatoresdos dois eco-sistemas são diferentes. Não se podeadmitrir que o tropical seja completamente erradoe o bom é somente o temperado. Ao contrário.Em estado nativo o tropical produz 5,5 vezes maisbiomassa do que o temperado. Ele é muitissimomais produtivo enquanto pode trabalhar dentrode suas condições. Mas quando é obrigado afuncionar dentro das condições do clima temperado,trabalha muito precariamente.

A Agricultura Orgânica, deveria produziralimentos de valor biológico elevado, E issosomente ocorre em solos sadios e com plantassadias. Planta saudável nunca é atacada por pragase doenças. Se estas aparecem, porque a planta jáestá doente por não poder mais formar todas assuas substâncias a que geneticamente é capacitada.Portanto, mesmo se consegue produzir, graças aosdefensivos que, conforme ao desequilíbrionutricional da planta se usam até duas vezes aodia, o produto produzido é de valor biológicoinferior.

Figura 1 mostra a diferença entre um solo nativo,protegido, com sua agregação boa e enraizamentoprofundo e um solo cultivado, exposto ao sol echuva, com hard-pan e desenvolvimento radicularsuperficial, barrada pela lage. Muitos acreditam quecompactações e lajes se podem eliminar pelo aradoou subsolador. Mas mecanicamente se podemromper camadas duras, mas nunca agregá-Iasnovamente. A agregação é um processo químico-biológico.

A Agricultura Orgânica geralmente não se livroudo enfoaue fatorial , temático, vendo e analisandosomente fatores isolados e dos quais os chinesesdizem: “se olhardes uma montanha através dummicroscópio, somente podes ver um grão de areia.”Não se enxergam os bosques e rochedos, oscorregos, os campos floridos e os animais. Olhandoa natureza fator por fator, nunca se compreenderá

2 Klinkenborg, V. - 1993 – Fertilizantes quimicos afetam negativamente a estrutura dos solos, National Georgraphic,

Vol. 12

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2- a enorme biodiversidade nos ecosistemasnaturais.

Na Amazônia raramente existem mais que 3árvores da mesma espécie por hectare de terra.Plantas diferentes podem explorar o mesmoespaço de solo. Com isso aumentam asexcreções radiculares , o número e espécie demicróbios, a mobilização de nutrientes econsequentemente o crescimento vegetal.

3- o intenso ou profundo enraizamento do soloque não somente permite a exploração de umvolume muito grande de solo, mas tambémproporciona sempre água fresca (abaixo de 50cm o solo raramente passa de 25°C e dificilmenteseca.)

Existem varias sistemas que trabalham nestesentido.

Exemplos:

a) o sistema da Malasia, onde se submerge o arrozrecém nascido, e em seguida deixa secar a água.As raizes das plantinhas seguem a águaalcançando profundidades de 1,5 a 2,0 m.Quando as plantinhas de arroz murcham. se soltaágua novame!lte.Eles colhem 11 a 12 t/ha.

b) o SRI (Sistéme du Riz Intensive) em Madagasca3,

onde se planta o arroz com espaçamento de 40x 40 cm .Aqui se irriga e seca o campo durante3 meses , mantendo o solo sempre arejado eaberto. Som nte quando soltou as espigas sedeixa a água no campo. Colhem 16 a 18 tlha.

c) o sistema maranhense, (Sta.lnês)4 onde se planta

arroz nas beiradas das poças de água quepermanecem depois das enchentes. Cada vezque 1.0 a 1,5 m de terra é sem água estagnada,se planta. Assim se colhe o primeiro arroz,quando recém plantou o último., forçando asraizes a seguir à água que desaparece no solo.Com raizes até 2,5 a 3,0 m de profundidadecolhem 18 a 20 t/ha.

suas interrelações, engrenamentos, relatividades efuncionamento. Por isso a agricultura ecológicasomente pode usar o enfoque holístico, geral.

E como na Agricultura Convencional tudo foicom receitas, os agricultores esperam também porreceitas e não compreendem, que somente podefuncionar por conceitos., simplesmente porque cadalugar tem seu eco-sistema todo particular.

O maior erro ocorre com o composto. Primeiroquase todos acreditam, que usar composto éagricultura orgânica, embora é somente uma daspossibilidades orgânicas. Consideram o compostocomo “NPK em forma orgânica” e até dizem: nãose consegue um produto de padrão melhor porquecom 40 tlha de composto se adicionam somentemetade de NPK que os convencionais usam.

O pior erro da Agricultura orgânica é que usadefensivos regularmente. Tanto faz se tratar decaldos, inimigos naturais ou feromônios. Seja ciente:se o solo não esta com saúde mas decadente, aplanta também não está com saúde mas doente.Por isso está sendo atacada. E mesmo defendida,vai dar um produto de valor biológico muito baixoembora com tóxicos menos agressivos: Lembre:se pragas e doenças atacam o solo tem de serrecuperado e sanado. O uso de todos osdefensivos (inclusive feromônios e joaninhas)deve ser ocasional e nunca rotineiro. Rotinatem de ser melhorar o solo.

1 . Os segredos do solo tropical

1- a rápida reciclaqem da matéria orgânica e suainterrelação com a enorme quantidade demicrovida ( 20 milhões de fungos e bactériaspor 1cm

3 de solo) e a atividade das raizes.

Este sistema permitiu o desenvolvimento dafloresta mais frondosa do mundo, a amazônica,em solos extremamente pobres.

3 Rabenandrasana,J.-1999- Revolution in rice íntensificatíon in Madagascar, LEISA 15/3-4,Leusden,

4 Kovarick, M. -1998- comunicação pessoal

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d) Na China plantando em linhas alternadas duasvariedades diferentes de arroz, de modo que umavariedade podia enraizar também o soloexplorado pela outra variedade, dobrando assimo espaço radicular e colhendo 80% a mais.

5

.

AtualmenteEm enormes áreas desmatadas plantam-se

monoculturas, sem uso de matéria orgânica, comtrês adubos quimicamente refinados (NPK) apóscorreção do pH do solo para neutro através decalagem, usando se herbicidas e defensivosquímicos (agrotóxicos) com isso morre a maiorparte da microvida permanecendo somente algumapoucas espécies que podem utilizar as excreçõesradiculares e a palha desta monocultura.

Desequilibram-se os nutrientes. A plantanecessita 45 nutrientes e recebe somente 3. Quantomais desequilibrados os nutrientes tanto maispragas e doencas atacam as plantas (aumentandoanualmente).

Alimentos de baixo valor biológico e poluidospelos agro-tóxicos. Aumentam as doenças nos sereshumanos.

Desagrega-se o solo : pela calagem elevada etorna-o adensado. (ex.Sto Angelo/RS)

6.

solo limpo, exposto ao impacto das chuvascompacta e pela insolacão direta aquece até 74°C

— água da chuva escorre da superfíciecompactada : erosão - enchentes- seca

— rios, poços e represas sem água. Populaçãovive flagelado alternadamente pelas enchentes eas secas.

Falta água doce no Planeta Terra.o vento entra livremente nas áreas desmatadas

levando até 750 mm/ano de umidadeRios, lagos e mares poluidos ou em

“ëutrofização.”desertificacão dos solos em uso aqrícola e

pastoril (anualmente ao redor de 10 milhões dehectares) por causa da compactação da superfíciedos solos (água escorre) e o vento.

Enquanto aumenta a produção de grãos e osconfinamentos de gado de corte, cresceassustadoramente a pobreza humana, adesigualidade social e a fome.

Brasil: em 1950 não tinha nenhuma pessoa faminta

em 2000 eram 53 milhões de famintos (comalimentação abaixo de 1.800

calorias por dia: .)

Mundo: em 1950 tinha 25 milhões de pessoas famintas

em 2000 eram 820 milhões isto é: de setepessoas uma é faminta

2. Agro - EcologiaAgricultura Natural

Somente trocando os fatores químicos pororgânicos é orgânico mas não é ainda agro-ecológico.

• Troca-se NPK por composto acreditando quesejam minerais orgânicos de pronta disponibi-lidade .Mas a planta não absorve composto

• no trópico, com sua decomposição muito rápida10 uso de palha tem o mesmo resultado e atémelhor

• não se dá atenção onde a natureza coloca suamatéria orgânica, e que sempre é na supefíciedo solo

• Continua-se combatendo sintomas como:

pragas e doenças embora com venenos menostóxicos, (Piretroides e Rotenona emboraorgânicos, são proibidos; Com inimigos naturaisou ferom nios, as plantas continuam doentes.Ecológico é de prevenir os parasitas.

usam-se métodos de combate a erosão, emlugar de permeabilizar o solo.

• Continua-se trabalhando com um solopessimamente decaido, em lugar de recuperá-lo.

5 EMBRAPA. Passo Fundo -2000- comunicação pessoal

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• Continua-se com o enfoque fatorial em lugar deusar o holístico-sistêmico.

• Produzem-se alimentos com um valor biológicomuito baixo, com muitas subastâncias meio-formadas como por exemplo amino-ácidos ondedeveriam ter proteinas, em lugar de procurarproduzir alimentos de alto valor biológico.

• Não se consegue manter a saude vegetal nem asaude humana embora que os alimentospossuem resíduos menos tóxicos.

Na Agricultura Natural, ecológica, secorretamente feita, os produtos são superioresa agricultura convencional, tanto em tamanho,sabor ador e cor, sendo de melhor conservação.

TECNOLOGIUA AGRÍCOLA TROPICALIZADA

AGRO-ECOLOGIA

DIFERENCIA DO SOLO DE CLIMA TEMPERADO E TROPICAL

TEMPERADO

(Receitas)TROPICAL

(Conceitos)CLIMA

Tabela 1

ARGILASmectita - muita silica caolinita - muito alumínio

SoloRaso

Complexo de troca

Profundo

500 a 2200 mmolc/dm

3

Cálcio

10 a 70 mmolc/dm

3

por cálcio (Ca++

)

baixaRiqueza MineralElevada

Cationico (CTC)

De acesso aos nutrientesTecnologia agrícolaDe massa de nutrientes

Mínimo para não animar avida

Evaporação da água

forteInsolação

Nutriente ph 5,6 a 5,8Saturação CTC 25 a 40%

Correção do solo ph 6,8 a 7,0Saturação CTC até 80%

Pro alumínio (AL+++

) eferro (Fe

+++) oxidados

Agregação

Fraca

25º CTemperatura ótima12º C

0,8 a1.2%decomposição m. rápida

ácido fúlvico (lixivia)

Humus3,5 a 5,0% decomposição lentaácido húmico e humina

Microorganismos2 milhões/g ativos até 25cm

Revolvimento do soloProfundo para animar a vida eaquecê-lo

Protegido contra o calor e oimpacto da chuva

Condição do soloLimpo para captar calor

especialmente intensascompactam o solo

ChuvasPouco intensasParte em neve

especialmente pelo aquecimen-to direto do solo

Somente pela Vegetação

15 a20 milhões/g ativos até 15 cmReciclagem de M.O

Tabela 02 – Comparação dos solos de clima temperadoe tropical e da tecnologia a ser empregada.

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Raiz de soja bem desenvolvida

Fonte: MIBASA, Arapiraca, (1995)

Raiz de Guandú (Cajanus cajan) indo o primeiroano paralelo à laje e quabrando a laje no segundoano.

Foto 3

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

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Os conceitos básicos da agro-ecologia tropical

É lógico que a agricultura não pode conservaros eco-sistemas naturais. Mas ela pode tentarinstalar eco-sistemas simplificados próprios aostrópicos. Pode usar métodos que no mínimo tentammanter o máximo de vida diversificado. e a saúdedo solo. A planta tira sua vida do solo e dá vida aosolo. Por isso E. Götsch (2000)

1 diz: Não é a

qualidade (química) do solo que decide a produção,mas a densidade e diversidade dos individuos dacomunidade florestal ou frutífera.,quando plantadono “fluxo da sucessão” ou seja quando árvores deuma sucessão mais adiantada “puxam”os de umasucessão mais atrasada.

A Agro-Silvicultura onde se alternam camposcom bosques e o sistema de plantar na sombradas árvores talvez chegam mais perto ao natural.Mas obedecendo aos 6 conceitos básicos daagricultura tropical já garante colheitas sadias eabundantes.

Na fruticultura a “floresta enriquecida”implantando na mata raleadafrutíferas é outro

sistema promissor.Os seis pontos básicos da agricultura orgânica-

natural nos trópicos são:

1. Aqregar o solo. Para isso se necessita osuficiente em matéria orgânica, sendoespecialmente ativos todos os tipos de palhadae restolhos, raízes de capins, mas tambémadubação verde especialmente quando poralgum tempo, em forma roçada,cobre o solo comuma camada protetora, e compostos. Aagregação exige a aplicação superficial damatéria orgânica, onde as bactérias são ativasque produzem geleias coloidais.

2. Proteger o solo. Esta proteção contra oaquecimento e dessecamento e contra o impactodas chuvas é básico nos trópicos .para que o

solo não forma uma crosta superficial nem umacamada adensada (hard-pan) em poucaprofundidade que limita o espaço das raízes. Estaproteção pode ser feito por um mulch (como noPlantio Direto). Mulch mantém a temperatura dosolo mais baixo e se consegue ainda colherrazoavelmente quando o solo é seco e faltarchuva. Outro método é um Plantio maisAdensado que se usa especialmente no café(super-adensado), mas também nas verduras,algodão, milho e outras culturas. Somente noarroz e soja não pode ser usada. Também podeser feito por plantio consorciado, como se usavaantigamente, por lonas, como se usa emmoranguinhos ou por arborização.

3. Aumento da biodiversidade , que incluiespecialmente a rotação de culturas e aadubação verde diversificada. Porém nestesistema é muito importante que não se usamcultivos alelopáticos ou seja hóstis. No fim segueuma lista de cultivos que são hóstis, como feijãoe todas as leguminosas com cebola e alho, oubatatinha e girassol que se arrasam mutuamente.

Antigamente todos agricultores plantaram milho- feijão - mandioca -abóbora juntos com boascolheitas e sem doenças.

As melhores rotações têm quatro a cinco cúlturasincluida. Mas já duas culturas são melhor queuma monocultura como por exemplo soja. Dizemque por exemplo, o cultivo de milho dá menoslucro que o de soja. Mas os benefícios da rotação,especialmente a grande quantidade de matériaorgânica, aumentam o rendimento da soja edevolvem não somente o lucro perdido mastrazem ainda um lucro adicional.

A arborização especialmente em pastagens trazmuitas vantagens porque o conforto do gado érecompensado por uma produção muito maior.

Outro tipo de biodiversidade é plantar em linhasalternadas duas variedades diferentes da mesmacultura. Como cada variedade possui um sistema

6 E-Mail de Marsha Hanzi, Set. 2000

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

de absorção diferente e excreta substânciasdiferentes, valem como duas espécies distintas.Os “monocultivos” de um ou outro cereal emestado natural se baseia neste princípio. Pelaseleção natural não existe aqui uma única variedademas variedades diferentes e que garantempraticamente a “biodiversidade “e por isso aestabilidade por dezenas e centenas de anos, São:monocultivos” de uma esp.écie mas com 5 a 8“variedades”.

4. Aumentar o sistema radicular.

a) evitando lajes e compactações

b) fortalecendo as raízes pela aplicação de boro (entre 8 até 30 kg/ha de borax, conforme o soloe o cultivo) Assim plantadores de citrus controlamseu “amarelinho” (Shigie/la) pela aplicação deboro bem como os plantadores de goiaba amaior parte das doenças desta. Não porque boro

esta faltando nestas doenças, mas porque borofaz as raízes aumentar muito e com isso a plantaencontra o que é deficiente.

c) plantando variedades diferentes provocando umaumento horizontal das raízes

d) deixando as raízes seguir a água que recua nosolo, aumentando o comprimento radicular.

e) plantando cultivos consorciados.

5. Manter a saúde vegetal pela alimentaçãoequilibrada (Trofobiose)

6. Proteger os cultivos e pastos contra ovento. A proteção contra o vento aumenta aúmidade na paisagem. Estes renques “quebravento” podem ser feitos de plantas anuais comomilho ou sorgo, por plantas arbustivas comoguandú ou bananeiras ou árvores como leucena,grevilha, eritrina e outras.

A DIFERENÇA ENTRE AGRICULTURA ECOLÓGICA E AGRICULTURA CONVENCIONAL

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CICLO DA VIDA

PLANTA - SOLO - MICRÓBIOS

ÁGUA - AR - MINERAIS

Fig. 3

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4. Exemplo de Ciclos

Os dois ciclos mais conhecidos são este da vidae este da água

O ciclo da vidaEste ciclo inicia-se pela transformação de energiacósmica livre, a luz, em energia química, a matériaorgânica. As plantas são os únicos seres desteMundo que conseguem esta transformação. Elascaptam a energia luminosa e com ajuda de gáscarbônico que recebem do ar e de água querecebem pela raiz, com ajuda de catalisadores, osminerais conseguem a transformação de energialivre para energia material. Por isso Einstein disseque “os limites entre energia e materia são comoas ondas do mar, modificando se constantemente.”A captação de energia e sua transformação paramatéria se chama de fotossintese por transformarluz em matéria Ultimamente se usa mais de quimo-sintese .porque se transforma a energia livre emenergia química. As plantas de clima temperadoiniciam sua fotossintese formando glicose comoprimeiro produto iniciando com 3 carbonoschamando-se por isso de “C-3 ciclo” ou segundoseu descobridor de Ciclo Calvin. Enquanto as plantastropicais em sua maioria iniciam a fotossintese comácidos orgânicos, como o pirúvico ,málico, aspárticoe semelhantes onde necessitam a presença de muitomenos CO

2 rareando nas horas quentes do dia

quando os estomas das folhas estão praticamentefechados. Chamam-se estas plantas de C-4 porqueiniciam sua fotossintese r.nm 4 carbonos ou segundoseu descobridor Ciclo Krebs (Mengel eKirkby,1978)

7

.Destes produtos primários se formam todas as

substâncias das plantas como açucares, de alto pesomoiecular, ácidos graxos, fenois, fitolexinas,proteinas, vitaminas, flavinas etc. em inúmerosreações quimicas.

Mas como o metabolismo vegetal se inicia nocolo da raiz, a glicose ou o ácido primário tem deser transportado para lá.

Praticamente todas nossas plantas de cultivopertencem ao cilco Calvin, quer dizer iniciam suaatividade com glicose. E esta não é móvel dentroda planta. Portanto tem de ser transformado ou“‘invertido” a um açúcar móvel, como a sucroseque é capaz de descer à raiz. Esta inversão se fazem presença de boro por isso é tão essencial. paraa vida das plantas.

Para a quimo-sintese a planta recebe do soloágua e minerais. Em contra partida a planta jogasuas folhas mortas ao solo que nutrem sua vida,formam agregados e permitem a entrada de ar eágua, essenciais para a vida das plantas. De nossasplantas de cultura somente o arroz é capaz decaptar oxigênio pelas folhas e transportá-lo parao colo da raiz, onde se inicia o metabolisação,daplanta. Mas este tansporte lhe custa um esforçomuito grande e baixa em 30% sua produção.

Portanto a planta necessita de ar no solo. Amicrovida não somente forma os agregados e porosmas também mobiliza nutrientes. A planta por suavez excreta substâncias que nutrem esta vida.

Mas como os microrganismos tem de absorversua alimentação através da membrana que envolveseu corpo, este alimento tem de ser digerido forado corpo para poder ser absorvido. E esta digestãose faz por meio de enzimas. Bactérias tem uma,fungos até quatro, insetos normalmente duas.Mediante estas enzimas são “programadas” paradeterminadas substâncias ou seja estruturasquímicas.

É uma restrição muito rigorosa. E nenhumaenzima de micróbios ou insetos serve parasubstâncias completas, formadas pelas plantas.Somente podem atacar substâncias semi-acabadascomo amino-ácidos, mas nunca de proteínas.Eliminam tudo que é morto, fraco, doente e velhomas nada que esta em pleno vigor.

7 M engel K e E.A.Kirkby – 1978 Principles of Plant nutrition, Intern,Potash Insl, Berne.

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CICLO DA ÁGUAFig. 4

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EROSÃO EÓLICA

Não é cauasado pelo vendo

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Foto 8 - Soja com “curva de nível”, porém com curvas rompidas e erosão

Foto 10 - Terreno nivelado. A água não se infiltrou mas não escorreu, porém empoçou.

Foto 9 - Curvas de nível cheias de água que não escorreu mas também não se infiltrou

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Como é um solo saudável

Um solo saudável é agregado, grumoso, comum sistema poroso onde entram ar e água epodem penetrar as raízes.

Não tem “hard-pans” ou lajes que impeçam odesenvolvimento radicular e que estagnam a águainfiltrada. Não possui crosta superficial, nemadensamentos ou compactações e não existeerosão.

Ele é puro, quer dizer sem resíduos tóxicos oumetais pesados e com seus nutrientes em equilíbrio,de modo que as plantas que nele crescem sãosaudáveis, sem pragas e doenças e de elevado valorbiológico.

6

Como examinar um solo

1. A superfície do solo

Não pode apresentar crostas ou areia lavadanos depressões do campo, nem pode ser rachada.Não pode ter torrões virados à superfície pelaaração nem vossorocas de erosão

(Foto 8,9.10) Lonas e abaixo irrigação degotejamento ,não podem ser usadas para camuflaro mal estado (decadência) do solo. (Foto 9ª)

2. A umidade do Solo

O grau de umidade do solo é importante paraqualquer trabalho mecânico como capina. aração,gradeação o trabalho da enxada rotativa, aplicaçãode composto etc. Pode-se determinar o grau deumidade pelo “moisture teller” que é um aparelhosimples, cênico que se introduz no solo e que indicaa porcentagem de umidade. O ótimo para cereaisé 60% de umidade e para todas outras culturasde 80% de umidade. Nenhuma cultura, fora doarroz, aprecia uma umidade do solo de 100 % oumais de sua capacidade do campo). Solo super-irrigados ou mal drenados são desfavoráveis paraa produção agrícola sempre baixando orendimento.

A EMBRAPA averiguou que a brisa constante podelevar até um equivalente de 750 mm de chuva I ano.Isso significa que numa região com 1.300 mm/anode chuva permanecem somente 550 mm/ano ou seja42%, isto é, se torna semi árida apesar da quantidadesuficiente de precipitações. Em regiões completamentedesmatadas, como os estepes, a brisa pode levar até73% da umidade.

Na irrigação por aspersão (inclusive pivó central)se evaporam de noite 40% da água aspergida e emdias quentes até 60%.

O efeito do vento (brisa de 3,5 mI s)sobre a umidade do solo e o crescimento de Robinia pseudoacacia

(Satoo, 1948)

Tab 3

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75 mm de chuva ( ou água de irrigação)penetram num solo:

arenoso até 120 cmareno-barrento até 75 cmargiloso até 60 cmargila pesada até 30 cm

Fonte: Donahue R,L.,Soils, - 1971- ed. Prentice Hall, N. Jersey

O VentoA água transpirada pelas plantas satura pouco

a pouco o ar ao redor. Se o ar esta saturado (95 a99% de úmidade) a planta não pode mais transpirare não perde mais água.

Se o vento leva constantemente a umidadetranspirada pela planta e evaporada pelo solo parao ar , ele age igual a uma bomba: Remove a

umidade e provoca a perda de mais água da plantae do solo. No Brasil o vento pode levar por anoaté um equivalente de 750 mm de chuva (E nosestepes russos até um equivalente de 820 mm).

Umidade do solo

Necessita-se muita força para quebrar ostorrões. Uma lavração requeria muita energia

e iria produzir torrões.

Os torrões esmigalham a pressão leve. É idealpara lavrar, o solo cai em grumos. Cuidado

para n]ao compactar o solo pela máquina. Valelembrar: passar o mínimo possível com a

máquina sobre o campo.

A terra é moldável e barrenta. Existe excessode umidade. O solo suporta mal o peso das

máquinas e se compacta na superfície. A terraarada iria produzir leias. A úmidade é o

principal fator de compactação.Tem de esperar com a lavração.

Fonte G.Hasinger,FIBL,1993)

0 7

A textura do solo

Normalmente prefere se solos argilosos, porserem mais fertils. Mas os solos amazônicos quederam origem a selva mais frondosa do mundo,crescem em areias extremamente pobres. Nos

Foto 12

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trópicos a intensidade da vida do solo e areciclagem rápida da matéria orgânica é muito maisimportante do que a quantidade de mineraisdisponíveis por unidade ( dm

3).

Quem tiver alguma prática determina a texturado solo fncclonando-o entre os dedos,determinando a quantidade de areia.

A maneira clássica porém é pela capacidadede ser moldável.

Textura do soloFoto 12

Fonte G.Hasinger,FIBL,1993)

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Formas estruturaisNeste caso não se trata da estrutura

edafológica encontrada no perfil do solo, mas daestrutura da camada arável, superficial, ou seja da“camada cultural”. No trópicos os agregadosprimários formam-se por atração química entre aargila e os cations trivalentes isto é o aumínio (AI)e o ferro (Fe) em estado oxidado. (somente emestado “reduzido” são tóxicos). No climatemperado os agregados primários se formamgraças a ação de cálcio (Ca) que é somente bi-valente e portanto muito mais fraco. Porém, estesagregados “químicos”são muito pequenos. Poração biológica se formam agregados maiores. Sejaciente: compactações e adensamentos podem-seromper mecânicamente e até pulverizá-Ias, masnunca pode agregá-Ias. A agregação é um processobiológico, dependendo da matéria orgânica e debactérias, especialmente Cytophagas.

Para determinar a “estrutura agrícola” de umsolo pega-se um torrão. Se este por pressão levese desmanchar para grumos o solo é ótimo. Acaracterística de grumos em solos mais ou menosarenosos (latosois vermelho-amarelo e podsolicos)é que sempre são arredondados e nunca possuemângulos agudos e faces retas. Em solos argilososse apresentam em formas de poliedros, com facesarredondaddas a retas e com angulos.

Se estes torrões forem quebrados edestorroados mecanicamente obtem-se um campobem preparado, porém com a primeira chuvainstala-se a erosão e forma-se uma crosta superficialde 3 a 5 cm de espessura, podendo até, impediraemergência das sementes.

Em caso de extremo adensamento o soloparece “estratificado isto é quebra em camadashorizontais”. Este solo tem de ser recuperadourgentemente.

Formas EstruturaisA Estrutura é a maneira como os elementos

contituintes do solo tendem a unir-se entre eles,distinguem-se quatro tipos de estrutura

1

Geralmente os agregados do solo se encontramsoltos e separados entre si. Mas encontram-se emestruturas que podem ser puras ou mistas.

Estrutura puraencontra-se em solos nativos. Em soios

arenosos e levemente argilosos encontra-se aestrutura granular e em solos pesados (argilosos)a em poliedros.

Estrutura mistaA lavração e o cultivo, mesmo com todo

cuidado para com o solo, sempre levam a formasmistas, isto é uma mescla entre grumos e pequenostorrões oriundos de lajes que se formaram pelamigração de silte e argila para dentro do soloenquanto o solo estava desprotegido.. Ou defragmentos, quando o solo estiver pobre emmatéria orgânica., gasta logo após a aração pelaanimação excessiva da microvida.

Estrutura especialOcorrre pela aglomeração de particulas

minerais (areia ou argila) em solos arenosos esiltosos pobres de matéria orgânica ou porparticulas orgânicas em solos turfosos. Ocorremespecialmente após uma aração em solo muito secoou muito úmido.

8. MACH, Chile-2000-Evaluación practica de la fertilidad del suelo. ed.Agrecol-Andes, Cochabamba

Fonte: G.Hasinger, FIBL, 1993

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Grumos:se pressionar um torrão ele esmigalha-se àgrumos que tem uma forma arredondada e

um diâmetro de 0,5 a 0,4mm

Foto13 (grumos), e 15(poliedros)

Fonte :G.Hasinger. FIBL, 1993)

Foto 16 solo caindo em torrões, com faces de ruptura reta(Solo muito decaído).

Torrões:com tamanho de alguns centímetros

até alguns decímetros. Suas faces deruptura são retas (lisas). Eles indicam uma

estrutura decaída..

Poliedros pequenos:sua forma é angular.

São grumos em solos argilosos e sinalde boa estrutura. Seu diâmetro varia de

alguns milimetros a 2,0 cm.

Pequenos torrões:tem seus cantos arredondados e um

diâmetro de 0,5 a 6,0cm. Ao rompê-los suasfaces de ruptura são irregulares

Foto 14 (pequenostorróes) -face de ruptura irregular.Quanto mais irregular, tanto melhor esta ainda o solo.

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Compactações e Adensamentos(Lajes)

Já ao penetrar a pá, pode-se detectarascompactações. No perfil as compactações sãoreconhecidas por serem lajes sem fissuras nemporos, que somente se desfazem ao usar força.Nelas encontram-se escassas radículas e nódulos,por faltar o ar.

As compactações também são identificadasquando, a partir de uma torrão se produzempequenos torrões com ângulos agudos e cantosretos e as faces de ruptura, são lisas.

O solo é ótimo se o torrão quebrar com facesirregulares, o solo ainda é razoável, mas já necessitade uma aplicação de matéria orgânica.

Fotos 26 e27

8

Teste de romper

Quando se faz o teste de romper tem de sabercomo se formam agregados.

É um processo químico-biológico A argila comsua carga negativa atrai catíons, como cálcio, ferro,magnésio, aluminio, potássio etc.

A carga positiva destas atrái por sua vezpartículas de argila formando agregados primáriosmuito pequenos. Estes agregados são colados por“coloídes” ou geleias bacterianas que as unem paraagregados maiores de 05 a 1,0 mm até 2,0 mm.

Agora aparecem fungos que enlaçam osagregados com seus hífens para chupar as geleiasbacterianas. Neste estágio os grumos estãoresistente à ação das chuvas. Quando acabaramcom as geleias, os fungos deixam os hífens morrere daqui por diante os grumos são destruidos peloimpacto da chuva.

Mas abaixo de uma camada protetora semantém ainda por meses.

Foto 23Foto 18Foto 17

Foto 24

Acima estrutura grumosaabaixo estrutura espacial

Torrões diversos tamanhosFoto 19 e 20

TorrõesSolo mistoSolo grumoso

Estruturas especiaisFoto 21 e 22Fonte G.Hasinger,FIBL,1993)

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a) Se o torrão se desmancha em grumos o solo éótimo.

b) Se o torrão quebra com faces irregulares o solo,ainda é razoável mas já necessita de umaaplicação de matéria orgânica.

c) Se o torrão quebra com faces retas, o solo-nãodá mais colheitas compensadoras e não reagemais de maneira positiva a uma adubaçãoquímica. A cultura necessita muitas aplicaçõesde defensivos, tanto faz orgânicos ou químicose normalmente também precisa de irrigação.Neste solo uma recuperação é indispensavelcomo aplicação de palha (restolhos da culturaanterior,) composto, adubação verde com 5 a 7espécies diferentes que fazem muita massa e,antes de tudo plantas que rompem acompactação como crotalária (Crata/ariajuncea)e guandú. (Cajanus cajan e C. indicus), mastambém mucuna preta (Styzolobium aterrimum).

d) O solo rompe em camadas horizontais. o queindica uma compactação extrema.

Pode ser recuperado com guandú painço,crotalária e sorgo, sendo importante de produziruma camada grossa de mulch destas plantascortadas e deixando os rebrotar(não pode cortá-Ios mais baixo que 50 cm.Caso contrário o Guandúnão rebrota mais. Também pode abandonar ocampo e deixar a natureza recuperá-Io com plantasnativas. (Fig.5, esquema de solo nativo e solocultivado).

9

o cheiro do solo

Pelo cheiro se podem classificar os solos:

a) cheiro fresco e agradável - microvida saudável,solo em boas condições

b) cheiro de mofo especialmente de Penicillium, osolo tem pouca vida aeróbia.. Pode haverproblema com a aplicação de palha na superfície,uma vez que a decomposição é iniciado porfungos, e não por insetos e estes tem um efeito“germostatico” quer dizer impedem agerminação da semente plantada. Após aincorporação superficial da palha pela grade temde esperar uma chuva boa, para “Iavar”a palhae remover o efeito germostático, Se adecomposição da palha é iniciado por insetos,pode-se plantar no mesmo dia de sua aplicaçãosuperficial ao solo. Se, porém a palha éincorporada pelo arado em 25 a 30 cm deprofundidade, tem de esperar com o plantio 3meses ou mais tanto por causa da fixação donitrogênio, quanto a decomposição anaeróbia ea produção de gases tóxicas.

c) cheiro nenhum, o solo esta morto eprovavelmente duro.

d) cheiro de pântano que ocorre por causa daprodução de gás sulfídrico e de metáno indicandomatéria orgânica (ou composto) enterrado,sendo decomposto sob condições anaeróbias. Valea pena lembrar que composto não é NPK emforma orgânica mas matéria orgânicasemidigerida e que tem de ser aindacompletamente decomposta para poder liberar

Fig. 6

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os nutrientes: Matéria orgânica, em primeirolugar é alimento para a vida aeróbia do soloque produz os agregados

e) cheiro fétido indica matéria orgânica emputrefação. Isso ocorre especialmente commaterial rico em nitrogênio, em ambiente aeróbioe com excesso de umidade.

1 0

A cor do solo

Normalmente atribui-se a solos fertis uma corescura por causa do elevado teor em humus Issosomente é verdade em clima temperado. Em climatropical somente em pastagens e florestas se formahumus. A cor escura raramente aparece em soloagrícola e nem sempre indica solo humoso e fertil.

Cor escura do solo em estado úmido eseco: solo humoso

O teor ótimo de matéria orgânica é 3 a 5 %.Acima normalmente não indica fertilidade masprocessos de enturfamento e problemas dedecomposição por causa de excesso de umidadecomo em solos pantanosos com pH elevado oupor causa da altitude elevada, como em Camposde Jordão ou nos Andes.com pH baixo a muitobaixo (até pH 2,7).

Solos pantanosos não podem ser simplesmentedrenados, por possuir seus ions nutritivos em forma“reduzida” ou seja trocaram o oxigênio porhidrogênio (SO

3 para SH2) Uma drenagem equivale

a uma ventilação e provoca a oxidação destes ións,causando uma acidez muito pronunciada. Umacalagem destes solos para corrigir o pH faz a turfase decompôr rapidamente, e p.ex.na Flórida, nasEverglades, após a drenagem e calagem os terrenosbaixaram por 2 metros, razão porque resolveraminundar novamente os solos e deixar permanecé-Iosem estado natural.

Existe a possibilidade de baixar o nivel da água,porém somente por 20, no máximo 25 cm, plantarem canteiros elevados e trabalhar com drenos abertos.

Cor escura a preta em estado úmido eacinzentada a branca em estado seco é solo semmatéria orgânica mas muito rico em manganês.

A análise de matéria orgânica no solo não ésempre confiável porque com o método úmido(bicromato de potássio) se determinam as substânciasoxidáveis. Em solos anaeróbios não somente o carbonomas também todos os minerais são oxidáveis, comoenxofre, ferro, manganês etc podendo simular alto teorem carbono onde não há nenhum.

Com o método seco, queimando a matériaorgânica na mufla, não somente o carbono da matériaorgânica se perde mas também todos os carbonatos,como de cálcio, magnésio, sódio etc.

A maneira mais segura de determinar se o solorecebe o suficiente em matéria orgânica é o exame daagregação do solo que se faz por peneiração úmida.Se o solo for bem agregado e os agregados estãoestáveis à água o programa de fornecimento dematéria orgânica é suficiente para manter o soloprodutivo. Se a agregação é pouca e os agregadosinstáveis à água, necessita-se urgentemente a adiçãode mais matéria orgânica ao solo.

Cor mosqueada, isto é em diversas matizes devermelho e as vezes azulado e acinzentado, (em casode gleização). A razão sempre é água estagnada oque pode ocorrer por causa de:

1. Uma camada impermeável (em 20, 40 ou até 80 a100 cm de profundidade) que estagna a água,evitando que se infiltre no solo alcançando o nívelfreático.

2. Inundações em determinadas épocas do ano.

3. Super-irrigação por causa de raízes muito pequenasdas culturas.

4. Um cano condutor de água rachado

5 Solo de arroz irrigado mas mal drenado nas entre-safras.

ANÁLISE DA PÁ

Fig. 7 - Forma de realizar a análise da pá.

Se não tiver uma pá reta a disposição pode serfeita também com um enxadão, de no mínimo 20cm de comprimento. E se não tiver “garra” agitarsuavemente a lasca de terra é possível fazer issotambém com as mãos movimentando cuidadosa-mente a lasca para que se rompe nos lugares ondemuda a estrutura e onde tiver a sola de trabalho.”

Foto -26 pá com terra rompida onde muda aestrutura (por exemplo onde se insera um hard-pan.)

Foto 27 Horizonte de trabalho

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Não cada ruptura na lasca é causado pelotrabalho. Reconhece-se a sola de trabalho pelamatéria orgânica ( ou cinza se o campo foiqueimado) revolvida. Isso ocorre quando o campofoi trabalhado com arado ou grade. Quando otrabalho foi feito com a enxada rotativa aparece ohorizonte e trabalho mas a matéria orgânica émisturada com toda camada trabalhada.. O efeitosobre os agregados é destrutivo quando se usa aenxada rotativa O efeito da aração ou grade maisprofundo que 15 a 18 cm sempre destrui estruturagranular do solo. Vai a regra: Nunca trabalhar o solomais profundo de que 2 cm abaixo da camada bemagregada e enraizada.

Fonte: J Gorging, 1944

Fig 07

O solo está ótimo

Foto 26 - Lasca de terra boa com rompimento ondemuda a estrutura. A sola de trabalho está no últimorompimento onde também encontra-se a matériaorgânica

Foto 27 - O mesmo solo que F26, verificam-se abaixoda camada superficial uns torrões que quebram aindacom faces irregulares. Abaixo o solo está novamentegrumoso.

Foto 28 - Raiz de nabo forrageiro que não conseguiuromper uma laje dura. Somente uma rai entrou numafresta entre torrões, as outras andaram paralelas,acima da laje e duas até cresceram para cima emprocura de ar. está ótimo

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1 1

Superfície do Solo

Na superfície do solo podem se observar:

1- A cobertura, que pode ser arbórea, plantasespontâneas, uma cultura mais ou menosespaçada, restolhos (foto 37) mulch, (coberturamorta por palha, bagaço, pó-de-serra etc) comono Plantio Direto

2- Torrões, (foto 30 e 33) crostas, fissuras erachaduras (foto 32), areia lavada para os sulcose argila nos camalhões (foto 33)

Foto 29 - Um bloco de terra compactada. Não mostra nenhumamudança de estrutura. Um solo destes cai em torrões grandesquando o arado é muito seco porque pouquíssima águaconsegue penetrar.

Foto 30 - Um solo compactado, anaeróbio lavrado.Ele cai em torrões que podem ser mecânica mente destorroadose nunca agregados.

Foto 31 - Um campo preparado mecânicamente e plantadocom soja.

Três semanas mais tarde parte da soja não tinhanascida ,por causa de uma crosta de 5 cm de espessura, quese formou na superfície do solo após a chuva. Instalou-se umaerosão forte. A areia foi lavada para os sulcos enquanto aargila permanece nos camalhões . A pouca água que se infiltraneste solo não consegue dissolver o adubo químico, quepermanece quase intacto.

Com irrigação é possivel produzir uma colheita mediana,mas a soja é atacada por muitas parasitas e necessita grandenúmero de pulverizações com defensivos.

Foto 32 - Um solo muito compactado, mecânicamente bempreparado. No momento que ele seca um pouco, racha, porquenão possui agregados e poros mas somente pó e torrõezinhos,que as vezes, erroneamente são designados como grumos.Mas grumos não possuem lados retos e ângulos agudos. Nelestudo é arredondado. Solo rachado sempre é solo semestrutura porosa

Foto 33 - Um canteiro de repolho numa propriedade de “Bio-Grow” ou seja orgânica. Mas o solo encontra-se em condiçõespéssimas, compactado e entorroado. O repolho, que já estasendo colhido é pequeno e miserável.. O composto enterradonão podia salvá-Ia.

Orgânico não é enterrar composto mas recuperar osolo para que seja grumoso poroso e produtivo.

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30

Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

3- erosão hídrica (foto 31a e 31b) e eólica (pelovento mas especialmente pelo aquecimento doar)

4- rastros de máquinário

5 - deposições de minhocas (foto 35, 36 e 38)

O estado da superfície do solo indica o graude estabilidade da estrutura e conservação do solo.

Na superfície os agregados tem de suportar oimpacto das chuvas, aquecimento e ressecamentopelo sol, e a pressão das máquinas.

Se a estrutura é recém formada (pela matériaorgânica) ela suporta a chuva, embora também éprensada pelas máquinas. Se a estrutura é frágil; eladesmancha, encrosta e a argila que é lavada paradentro do solo entope os poros e forma uma laje.

1 2

Como se reconhece a sola detrabalho

Uma ruptura na lasca extraída do solo somenteindica a mudança da estrutura.

Normalmente o solo racha em 8 a 12 cm deprofundidade, isto é onde termina a parte superficialbem agregada e bem enraizada. Segue uma camadaadensada, dura, uma laje ou hard-pan causada pela“imigração” de argila da parte superficial e quepode ir até 18 cm (e até 25 cm) de profundidade.Se o solo for muito arenoso esta laje pode formarse a partir de 30 cm, de profundidade, crescendopara cima.

Abaixo o solo, geralmente é mais solto e atéagregado embora não estável à água. Quandorevolvido à superfície esta terra se desmanchaimediatamente, até pelo orvalho. O solo racha acimae abaixo da laje. A sola-de-trabalho podeencontrar-se acima, dentro ou abaixo da laje. Se osolo for trabalhado com arado ou grade-aradoraexiste matéria orgânica ou cinza (se foi queimado)acima da sola-de-trabalho. Isso também ocorre sefoi passado uma grade niveladora para destruir omato Neste caso a matéria orgânica encontra-seem 6 a 8 cm de profundidade.

Se for trabalhado com enxada rotativa , leveou pesada, a sola de trabalho é mais adensada, os

agregados do solo bastante destruídos edespedaçados, mas a matéria orgânica estádistribuída por toda parte trabalhada. e não seencontra acima da sola de trabalho.

Podem-se encontrar também adubos químicos,especialmente quando se usavam formasgranuladas, tanto os enterrados abaixo da semente,Na soja também os que se colocam em 15 cm deprofundidade, e que podem ser dentro da lajeinacessíveis para a raiz da cultura, ou também nacamada superficial se for usado uréia em cobertura.- Constata-se que o revolvimento do solo oafrouxa para 2 a 3 semanas mas o destroi a médioprazo.

Nitrogênio: em solo anaeróbio o nitrogênionítrico (N0

3) vira amônia (NH

4) ou nitrogênio

elementar (N2) e se perde para o ar.

Os macro-nutrientes K-P-Mg-Ca começamfaltar na seqüência acim8.mencionada. À respiracãoda planta, antes aeróbica agora torna:sefermentativa, liberando somente 21 calorias porcada mol de glicose onde se antes liberaram até720 calorias. Isso significa que a planta possui muitomenos combustível para seus processos químicos

Redução de comp mineraisSO

4 — SH

2 Fe

3—Fe

2

Mn — Mn CO2—CH

4

BERGMANN, 1981Deficiência de água

Deficiência deK-N-P-Ca-MgBaixa resistência

a pragas edoenças.

Deficiência deZn-Cu-B-MN-Fe-Mo

Pouca formação de eutoquinina+giberlina

Menos energia e ATP

Excreção deaminoácidos, divácid. org. açúcares,alcoois

Denitrificação N2NH

4

K-N-P-Mg-Ca

Menor absorção de H2O

Falta de Oxigênio no Solo

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

que agora se tornam muito mais lentos. Emconsequência disso produzem se menos hormôniosde crescimento, como giberelina ou citoquinina. Aplanta cresce menos, é muito pior nutrida, é bemmais fraca e portanto atacado por pragas edoenças que tentam eliminá-Ia. E tudo por que?Porque o solo foi arado profundo demais edesprotegido contra o impacto da chuva,adensando-se, tornando-se anaeróbio. Existemvarias maneiras de verificar o anaerobismo do solo:

1- Quebrando um torrão é que rompe com facesretas;

2- pelas ervas invasoras, especialmente guanxuma(Sida rhombifolia) que tenta romper as lajesduras;

3- por besourinhos que comem as folhas, como asvaquinhas (Oiabroticaspeciosa e Epicautaatomaria) ou diversos tipos de percevejos e queprocuram substâncias, que são produtos de“respiração fermentativa” como alcool etílicotambém excretadas pelas raízes.

Seja ciente: nenhum fator existe isolada-mente. Cada modificação de um único fator do eco-sistema acarreta a modificação de todos outrosfatores também. Na natureza tudo é interligado.

1 3

Solos compactados ou adensados(duros)

Em solos mal estruturados não somente asraízes têm dificuldades de penetrar mas tambémexistem condições mais ou menos anaeróbios.

A fotografia 34, mostra a esquerda um solocompactado e no meio um solo bem estruturadoe agregado.

Adensado quer dizer sem poros. Neste casoos poros foram preenchidos com a argila lavadada camada superficial, entupindo-os: Isso significaque ar e água entram muito pouco ou nada. O soloé anaeróbio. Mas não é somente o ar que faltapara o metabolismo vegetal, ela falta também paraos nutrientes que sofrem de “redução” Um mineral“reduzido” trocou seu oxigênio por hidrogênio, porexemplo:

Enxofre: que na forma deSO3, em que existe

normalmente no solo, é indispensável para anutrição da planta, por fazer parte ativa deproteínas. Em solo anaeróbio troca seu oxigêniopor hidrogênio e torna-se SH

2 ou seja vira gás

sulfídrico. Este é altamente tóxico para as raízes efolhas onde pode causar lesões pelos quais entramfungos que depois matam a planta.

Gás carbônico (C02)

: que se forma durante adecomposição da matéria orgânica e que saindoda terra e sendo captado pelas folhas, como parteessencial para a fotossintese, isto e da formaçãodos primeiros produtos vegetais. Em soloanaeróbio, também é liberado na decomposiçãoda matéria orgânica, porém em forma de gás demetâno. que dá ao solo o cheiro típico de pântano.Ferro

+2 um nutriente indispensável em forma de

Fe+3

,e que dá ao solo sua cor vtirmelha, se tornatóxico para as plantas em forma reduzida ou sejade Fe

+2e que aparece no solo anaeróbio de cor

azulado.Manganês, (Mn

+3): um nutriente muito

necessário para as plantas, se torna tóxico, quandoé reduzido a Mn

+2Porém se descobriu que não é

pela calagem que se “corrige” o Mn+2

tóxico maspela adição de matéria orgânica que agrega o solopermitindo seu arejamento.

O adensamento do solo ocorre:

a) se foi aplicado uma calagem “corretiva”pesada,que desativouo poder agregantedoalumínio e “queimou” a matéria orgânica.

b) pelo trânsito de máquinaspesadassobre soloscom umidade elevada.

Foto 34

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

c) pela adubaçãopesadacom NPK anterior aocultivo orgânico

8.

d) pela falta de matéria orgânica. P.ex. mudasreplantadas que permanecem no substrato dosaquinho ou da bandeja

O substrato é rico e o solo é muito pobre,especialmente em boro. (Ocorre freqüentementecom café, hortaliças e flores). Neste caso aadubação do solo com boro ajuda a raiz sair dosubstrato para o solo.

O solo tropical necessita:1) O máximo de matéria orgânica(reciclagem

rápida).Tanto faz se for em forma de composto,palha, adubação verde e outras.

2) Ser sempre protegido contra a insolação diretae o impacto da chuva. Esta proteção pode serfeita:

• por uma camada de palha (mulch) inclusive oPlantio Direto

• por um plantio mais adensado (como no café,milho, hortaliças, etc.)

• por uma cultura de cobertura (como Aracis pintoi)

• por cultivos consorciados como milho + feijãode porco (ou soja); algodão + trevo; arroz +

centro sema etc. simplesmente por ervasinvasoras não prejudiciais como caruru(Amaranthus), beldorega (Portulaca), picão preto(Bidens) e picão branco (Galinsoga),etc.

• por uma lona plástica como nos moranguinhos.

• a lona tem de ser preta. Com lona incolorcontribui-se ao superaquecimento do solo,esterilizando-o (solarização)

De qualquer maneira o solo tem de serprotegido contra o aquecimento excessivoe o impacto da chuva.

A temperatura ideal do solo tropical é 25° C. Asplantas absorvem água somente até 32° C. Nostrópicos em solos não protegidos a temperaturaalcança facilmente 59 e pode chegar até 74°Ce na África até 84°C.

3) manter uma concentração baixa de nutrientesna solução do solo, compensando a “ pobreza”do solo pelo desenvolvimento melhor das raízes.Com poucos íons por dm 3 de solo mas comraízes profundas e profusas a produção é 3 a 5vezes maior do que em solos “ricos” com CTCe Saturação de bases elevada.

4) garantir raízes fortes e bem desenvolvidassomente em solos bem agregados sem lajesduras.

8. Klinkenborg, V – 1993 – Fertilizantes quimicos afetam negativamente a estrutura dos solos . National

Geographic, vol 12

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

ABSORÇÃO PELA RAIZ POR OSMOSEFig. 9

Fig. 9 - absorção da água e nutrientes do solo pela raiz.

Fig. 10 - influência da concentração de nutrientes em solução nutritiva sobre o desenvolvimento das raizes.

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Fig.10Num ensaio, com solução milho em solução

nutritiva constatou-se que em solução normal asplantas com 8 dias tinham 430 mg de folhas e 70mg de folhas (secas a 65°C). Com a soluçãonutritiva com o dobro de concentração as raízespermaneceram iguais mas as folhas produziram 100mg a menos.

Mas quando a solução nutritiva foi 50 vezesdiluída a produção de folhas permaneceupraticamente igual (10 mg a mais) mas as raízesaumentaram 8 vezes pesando agora 560 mg emlugar de 70 mg.

Fig.11Num outro ensaio, se usou uma solução

nutritiva, omitindo na primeira o potássio e nasegunda o nitrogênio. As plantas cresciam, emboracom todos os sinais de deficiência. Mas quando asolução foi 50 vezes diluida e se acrescentou aquantidade de nitrogênio, usado na solução normalas plantas morriam. O nitrogênio agiu aqui como“solução monosalina” e cada são monosalina étóxica para as pantas.

1 4

Por quê o solo tropical tem de serpobre

Verifica-se que na comparação dos solostemperados e tropicais, nos primeiros tudofunciona para enriquecê-Io ainda mais emnutrientes. Nos solos tropicais tudo funciona paraempobrecê-Io ainda mais em nutrientes mas deaumentar e diversificar sua vida.

Por que o solo tropical tem de ser pobre?Porque durante as horas quentes do dia as

plantas fecham suas estomatos quase totalmentepara não perder muita água para o ar. Com issotambém entra menos gás carbônico e afotossintese baixa. As folhas mandam menosgrupos carboxílicos (COOH-) à raiz que agorapossui uma concentração muito menor na sua seiva.

Como a absorção de água funciona segundoas leis da osmose, o fluxo da água vai daconcentracão menor para a maior, durante as horasde calor, com uma concentrâcão baixa desubstâncias na raiz, esta iria perder água para osolo, se este for rico em nutrientes disponíveis.Somente quando a concentração da água do solo

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

ainda é mais baixa do que a da seiva, a raizcontinua absorvendo.

Por isso o solo tropical tem de ser pobre emnutrientes disponiveis mas possuir uma vida muitointensa para mobilizar os nutrientes, utrientes nahora que a planta os necesita.

A base da produtividade do solo tropicalé a:1-reciclagem rápida de matéria orgânica, que

equivale a uma microvida muito intensa. Em partese liberam os nutrientes contidas na matériaorgânica, em parte os microrganismos fixamnitrogênio do ar como Azotobacter chroolcoccum“Beijerinckia ou Spirillium. Mas existemigualmente bactérias como. Pseudomona tabaci,que em condições favoráveis fixam nitrogêniona rizosfera por exemplo do fumo. Mas se estefor deficiente em potássio, atacam suas folhascausando a “queima bacteriana” (Scharrer eLinser, 1966)

9. Ou o fungo Aspergillus niger pode

fixar nitrogênio (Schober, 1930)10

e decomporcelulose. Faz as sementes fortes nascer maisrápido mas os fracos ele faz apodrecer. Em soloscompactados tem uma multiplicaçãodesenfreada, tornando-se patógeno. nas plantasenfraquecidas. (Primavesi, 1964)

11

Portanto a solarização do solo, para esterilizá-Io,somente elimina sintomas, p.ex. bactérias oufungos patógenos, mas não ataca as causas, porquê estes microrganismos se tornarampatógenos.

2- a intensa interrelação: planta- excreçõesradiculares- microrganismos - solo e nutrientes.

Não é o solo rico que produz, mas o solo ativo.Não Vale a “tecnoloaia de massa” de nutrientesmas a “tecnoloaia de mobilização e acesso”

12 -

dos nutrientes por uma vida intensa e um sistemaradicular extenso.

Tecnologia requerida:

1- retorno periódico de matéria orgânica àsuperfície do solo para agregá-Io;

2- manter a camada agregada na superfície (nãotrabalhar profundo, Plantio Direto);

3- Proteger a superfície do solo contra a insolaçãodireta e aquecimento e o impacto da chuva;

4- diversificar vegetação para diversificar a vidado solo;

5- adaptaçãodas variedades ao solo e clima ouusar os micronutrientes deficientes;

6- proteção contra o vento;

7- uso criterioso das máquinas.

1 5

Resíduos de material orgânico

Decomposição de palha ou compostodepositado na superficie

A decomposição do material orgânico é tidocomo dado, mas não ocorre necessariamente apósa roça de um pasto, especialmente quando decapim alto como elefante (Pennisetum purpureum)ou seu híbrido napier ou colonião (Panicummaximum) pode permanecer uma camada grossade palha no pasto que não quer se decompôr.Também em campos agrícolas onde se usam muitosherbicidas a decomposição da palha de milho podelevar anos.

Normalmente é por causa da compacidade dosolo e a perda quase total de nitrogênio. Nestecaso o aparecimento de bactérias celulolíticascomo Cytophagas pode ser provocado aplicando250 kg/ha de um fosfato cálcico como fosfato

9. Scharrer, K. e H.Unser-1966- Manual de nutrição vegetal, Vo1.2/1Solo e Fertilizantes, Springer,Wien

10. Schober, R.-1930- Assimilação de nitrogênio atmosférico e fommação de ácidos pelo Aspergillus niger.Jahrb.wiss.Botanik, 72: 1-105.

11. Primavesi, A e A.MPrimavesi,-1964- A Biocenose do solo, PaloUi. Sta.Maria/RS

12. Bunsch,R.-1999- comunicação pessoal( Guatemala)

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natural, termofosfato, hipertosfato ou semelhantesobre a palha.

A decomposição ocorre rapidamente. sendo onitrogênio necessário produzido por azotobactere semelhantes. (é o famoso “método Dhar”).

As vezes a decomposição pode atrasar porfalta de úmidade. Mas como abaixo da camada depalha o solo se conserva mais úmido, mesmo emperíodos secos a decomposição é rápida.

Quanto menor a proporção C/N tanto maisrápido a decomposição. Assim palha de soja sedecompõe rapidamente e no plantio direto nuncase consegue uma camada grossa de palha por cimado solo. Para isso se necessitam palhas com relaçãoC/N maior como de milho, sorgo, paínço esemelhantes o que é importante no Plantio Diretoonde o sucesso depende especialmente dagrossura da camada de palha. Também a aplicaçãode composto superficial é vantajoso. Caso as raízespermanecem na camada de composto sem penetrarno solo, elas procuram boro. Uma aplicação deácido borico (de 5 a 15 kg/ha) ou de borax oulevianita corigen isso. .

Palha ou composto misturadasuperficialmente com o solo

Neste caso ocorre uma decomposição aeróbiaa semi-aeróbia da palha contribuindoeficientemente para a formação de agregados e osistema poroso do solo. Extraíndo uma lasca desolo pode ser verificar em que profundidade amatéria orgânica foi aplicada. Mas se verificatambém a profundidade em que uma adubaçãoQuímica foi aplicada..

Palha na camada superficial, aeróbia, nãoimpede o plantio imediato, se o solo for ativo,porque capta o nitrogênio necessário para suadecomposição do ar e não produz gases tóxicosdurante sua decomposição. Ela contribui para anutrição da vida do solo e com isso para a formaçãode agregados e poros.

Matéria orqânica sempre deve ser colocada nasuperfície ou na camada superficial do solo.

Palha ou composto incorporadaprofundamente no solo

Esta incorporação é feito com arado, no sulco deum sulcador como para o plantio de café ou atémanualmente nas covas de frutíferas ou videiras.As vezes a lasca de terra que se tira com a pánão é o suficiente para encontrar a matériaorgânica enterrada., as vezes até 40 cm deprofundidade. Esta incorporação profunda temduas razões:

1- os agricultores acreditam que especialmentecomposto mas também adubação verde erestolhos são preferencialmente NPK em formaorgânica. Para que a raiz encontrar nutrientesquando se aprofundar no solo eles colocam amatéria orgânica em 30 a 40 em deprofundidade.

O efeito é que ocorre uma decomposiçãoanaeróbia que solta gases tóxicos (metano egás sulfídrico) que prejudicam as raízes eimpedem que estas descem no solo as raizespermanecem superficiais e as plantas murchamcom uma a duas horas de sol. Normalmente, oresultado é que o agricultor irriga direto, dia enoite, encharcando o solo que impede por si queas raizes descem, porque elas procuram ar.

Se faltar umidade, a matéria orgânica profunda-mente enterrada enturfa e se conserva 5 ou 7anos ou mais, Geralmente a produção émiserável e atribui-se isso a “AgriculturaOrgânica” que nestas circunstâncias é absolu-tamente anti-ecológica e por isso não consegueproduzir adequadamente..

2- Os agricultores acreditam que, colocando amatéria orgânica na superfície do solo perde seo nitrogênio. Porém sabe-se que o nitrogênioadicionado através de composto ou qualquermatéria orgânica tem pouca influencia sobre aquantidade de nitrogênio no solo. Esta dependeda vida do solo e de sua fixação. E seja dito,muitas bactérias fixam nitrogênio e não somenteos rizóbios noduladoras de leguminosas.

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Colocação da Matéria Orgânica

Na natureza, a matéria orgânica sempre estána superficie do solo:

a) para protegê-Iob) para nutrir a microvida aeróbia que forma os

agregados (e poros)Se as raÍzes permanecem na camada de matéria

orgânica e não penetram ao solo, é porqueprocuram boro na matéria orgânica. Neste casodeve se adubar o solo com 8 a 12 kg/ha (em solosmuito argilosos até 15kg/ha) de bórax ou ácidobórico.

Dizem que o nitrogênio é perdido quando amatéria orgânica permanece na superficie. Mas estaperda é mais que compensada pela fixação denitrogênio por bactérias de vida livre que seencontram também no ar, (Azotobacter,) e que seaproveitam dos açúcares; ácidos (ácidos poli-urônicos) que as bactéria celulolíticas produzemmatéria orgânica é orgânica é:

1) alimento para a vida aeróbia do solo2) condicionador da estrutura do solo

(agregados)3) fornecedor de nutrientes (reciclagem). Este

ponto é menos importante, porque se o solo ébem agregado a raiz encontra nutrientes, e osmicrorganismos os mobilizam.

1 7

Composto

Composto, como toda matéria orgânica, éalimento da microvida e por isso umcondicionadordo solo ou seja ele o agrega.

Como é matéria orgânica semi-decompostasofre ainda futura decomposição até se transformarem calor, água, gás carbônico e minerais. Portantonos trópicos não pode ser enterrado até 30 ou 40cm de profundidade, mas tem de permanecer na

superfície do solo ou camada superficial. A enxadarotativa pesada não serve para incorporarcomposto.

• Quando preparado de lixo orgânico urbano,cama-de-frango.de granjas convencionais maisbagaço de cultivos convencionais (cana-de-açucar, laranja, uvas) de certo não fornece umsal químico mas um material orgânico, porém érepleto de agrotóxicos e portanto não servepara a agricultura orgânica. É orgânico mas“impuro” e as culturas com ele adubados sãomais ricos em agrotóxicos que os que recebem

os agrotóxicos pulverizados via foliar.13

• Composto produzido com material da própriafazenda não precisa necessariamente, manter asaúde das culturas. Ele a mantém, se asvariedades sao adaptadas ao solo e clima dapropriedade. Mas não necessita a manter seforam hibridos ou variedades de outras regiões,países ou continentes, como a maioria dashortaliças.

Usam-se variedades vegetais de outras regiões,países e continentes e espera-se que o compostoutilizado seria o suficiente para nutrí-Ias bem.

Normalmente não é o suficiente porque ocomposto somente pode ser feito do que seus solosou os dos seus vizinhos conseguiram produzir, tantofaz se tratar de matéria vegetal ou estercos animais.Ele não pode. fornecer o que estas variedades;estranhas ao solo e clima necessitam, estãoadaptadas e estão costumadas a receber. Portantoseu composto pode, mas não precisa ser osuficiente para manter estas variedades com saúde.

Acredita-se também que o composto é a únicafonte de nitrogênio, fora dos rizóbios dasleguminosas.. Isso não é correto. e geralmente existepouca interrelação entre o nitrogênio fornecido pelocomposto e o nitrogênio que se encontra no solo.

Qualquer material orgânico, inclusive palhaaplicado superficialmente consegue fixar nitrogêniodo ar durante sua decomposição. Portanto o queimporta não é tanto o material do que o composto

13 . Abreu Jr. de, H- 2000, comunicação pessoal

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é feito, mas que sua decomposição final no soloseja aeróbia.

. Quanto ao composto acredita-se que seunitrogênio nunca causará um desequilíbrionutritional por excesso de nitrogênio e a deficiênciade cobre. (N I Cu). Porém, qualquer nitrogênio, tantofaz se é químico ou orgânico pode produzir umdesequilíbrio. Este se verifica pelo aparecimento defolhas extremamente grandes que muitos tomam

por uma alimentação excelente, mas que deverdade é a deficiência de cobre “induzida” peloexcesso de nitrogênio. Portanto, mesmo emcomposto, as vezes é necessário acrescentar sulfatode cobre (CuSO

4)na proporção de 2,5 a 3,0 kg/ha.

Ou seja se colocar em 30 t/ha de composto estes3 kg de CuSO

4 tem de ser misturados com estes

30 toneladas de composto.

REGISTRO DAS CARACTERÍSTICAS OBSERVADAS DO SOLO

Todas as características que se podem observar em um determinado perfil podem ser anotadas emum formulário (figura 24).

Este é útil para fazer posteriormente uma avaliação geral do solo e poder tomar as medidas adequadaspara a conservação ou recuperação da fertilidade.

Ao longo de vários anos, as anotações no formulário indicarão se as medidas tomadas tiveram algumefeito positivo.

Tab. 4

Figura 24 - Formulário de RegistroFigura

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1 8

Para que serve a MatériaOrgânica

A matéria orgânica vegetal não é adubo.Ela é alimento para a vida aeróbia do solo, que o

agrega, criando o sistema poroso onde entram ar eágua indispensável para a produção vegetal.

Pela animação da vida do solo semobilizamnutrientese fixa-se nitrogênio.Ahrens(1961)

14 prova no seu ensaio “centeio

permanente” que esterco animal adicionanitrogênio ao solo mas baixao número de fixadoreslivres de nitrogênio como Azotobacter.. enquantopalha ou folhas mortas incentivam a fixação denitrogênio de modo que no final, o ganho com aaplicação de estrume e a perda de fixação seequiparam..

Não importa a quantidade de nitrogênioadicionado ao solo pela matéria orgânica mas suacapacidade de fixar nitrogênio. Dhar1972)

15mostra,

que esta capacidade da matéria orgânica seca, seaumenta pela adição de um fosfato cálcico, comoescória de Thomas, termo fosfato, hiperfosfato eoutros.. .

Evita-se a incentivação da decomposição dematéria orgânica, pela aração, uma vez que, nostrópicos a “reciclagem” dela é muito rápida, aumentaa decomposição da matéria orgânica:

1- pela aração, gradeação ou o revolvimento pelaenxada rotativa; (oxigenação do solo) que sechama geralmente de “mobilização do solo” pormobilizar sua vida explosivamente.

2- pela calagem corretiva, inadequado nostrópicos,”queima”-se a matéria orgânica

3- pela adubação com nitratos e fosfatos, queanimam a microvida.

Isso significa que tudo que aumenta a microvidatambém aumenta a decomposição e a perda dematéria orgânica. Mas é importante que não seperde o nitrogênio mas que este seja aproveitadopelas plantas que o absorvem como nitrato. Kresge,(1957)

16 constatou que a nitrificacão sempre é maior

nas camadas superficiais do solo (as camadasmelhor oxigenadas e exatamente o dobro em solosácidos de que em alcalinos e 40 a 60% maior emclima quente (25 a 30°C) do que em clima maisfrio ( 5 a15° C) (Fisher, 1958)

17 como os nitratos

podem ser lixiviados pela água, é importante quenão se mobilizam mais,do que as plantas podemabsorver e utilizar.

Em condições anaeróbias, quando a MatériaOrgânica, enterrada no solo, é decomposta porbactérias butilicas isto é de putrefação, os nitratosse transformam a nitrogênio elementar (N2)que seperde para o ar e os fosfatos são reduzidos a PH3que se perdem.por fixação. química.(Tsubota,1950)

18atividade de micróbios e plantas protegem

os fosfatos e nitratos da perda. Quanto mais ativoo solo tanto melhor as plantas serão nutridas.Segundo Sperber (1957)

19especialmente as

lactobactérias tem um papel importante namobilização de fósforo, até de silicatos.

Também aparece potássio, de fontesdesconhecidas. Assim num ensaio sem reposiçãode potássio, com beterraba de açucar, que retiraanualmente 800 kg/ha de potássio. Após 25 anos oteor em K no solo, conforme a análise, tinha caídoà metade, mas, apesar disso ,as safras de beterrabacontinuavam a subir ano por ano.(Schprrere Linser,1966).

14. Ahrens E.-1961- A influencia de fertilizantes organicos e químicos sobre o comportamento de azotobactere a possibilidade de sua determinação quantitativa. Dissert.Univ.Giessen,

15. Dhar,NR.-1972- Worldfood crisis and fertilityinmprovement,Univ. Calcutta, lndia.

16. Kresge, C.B. e F.G. Merk1e - 1957- A study pf the validity of la~or.techn’ jics in appraising the avalablenltrogene produccing capacity of 50 il.Soil Sci.Soc.Amer.Proc.21: 516-21..

17. Fisher, W. B. e L.Parks- 1958- Inftuence of soil temperature on urea hydrolysis and subsequentmtriflcatlon.SOIISci.Soc.Amer.Proc. 22: 247-48.

18. Tsubota, S. - 1959 – Phosphate reduction in the paddy field, Soil And Plant food, 51: 10-15

19. Sperber,J.J.-1957- Solutionof mineral phosphorous by soil bacterias, Nature, 180: 994-95.

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

Portanto, não é importante procurar comocolocar nutrientes no solo, (através de NPK,estercos, composto etc.) mas como animar a vidado solo que mobiliza os nutrientes.

Matéria orgânica serve especialmente paravivificar o solo e não para enriquecê-Io.

Que a matéria orgânica libera os nutrientescontidos nela, após sua completa decomposiçãoé um brinde da natureza. Mas constata-se que odesenvolvimento das culturas não depende dariqueza mineral da matéria, orgânica adicionadamas de seu efeito sobre a vida do solo.

1 9

Preparo do SoloSe o preparo foi feito com arado ou grade

existe uma sola de trabalho onde toda matériaorgânica da superficie, ou a cinza se for queimada,está depositada.

Se o preparo foi feito com enxada rotativatanto faz se trabalhou até 8 ou 35cm deprofundidade, a matéria orgânica ou cinza estámisturado com todo solo revolvido. A enxadarotativa é mais desfavorável porque destroe osagregados e contribui para formar crostas e lajes.O solo nunca deve ser revolvido mais que 15 a 18cm e se tiver uma laje, somente até os 2 cmsuperficiais da laje mas nunca a laje toda. Quantomenos, o solo está sendo revolvido tanto melhorporque revolvimento e arejamento equivalem a

uma queimada de matéria orgânica. Além disso osolo sempre deve ficar coberto sendo exposto aosol e chuva somente o menor tempo possível.Quanto menos tempo a chuva bate na superficiedo solo tanto menor a possibilidade da formaçãode uma laje ou “hard-pan”

Figura 6 - o revolvimento profundo de soloscom lajes sub-superficiais não recupera mas estragao solo. Mecanicamente se podem romperadensamentos, mas nunca agregar o solo.

Considere sempre: rompendo mecanica-mente lajes e adensamentos - por exemplo pelosubsolador somente pode ser vantajoso se ocorrerdepois uma época seca. Mas mecanicamentesomente se rompe ou pulveriza o solo, nunca oagrega.

Fig.12 mostra que uma aração profunda comrevolvimento do solo , virando a parte de cimapara baixo e a de baixo para cima, somente trazsolo entorroado e instável a ação das chuvas àsuperfície que logo encrosta. O “stand” da culturase torna irregular, conforme aonde se assentam asplantas. Se for na terra agregada do superfície ouna terra entorroada da camada sub-superficiaL Osagregados enterrados morrem e os torrões da lajese desmancham na chuva. O solo pioraconsideravelmente. O trabalho mecânico nunca deveser mais profundo do que 2 cm abaixo da camadaagregada e bem enraizada. para não destruir acamada agregada

e melhorar o solo. Mecanicamente se podemromper camadas duras mas nunca agregá-Ias. Aagregação é especialmente um processo biológico.

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

2 0Atividade de Minhocas

Para que haja minhocas em um solo este temde conter. o suficiente de matéria orgânica e serprotegido contra ressecamento Assim os primeirosagricultores com Plantio Direto criaram o “clubedas minhocas” porque avaliaram o sucesso do PDpela quantidade de minhocas que apareceram.

As minhocas produzem agregados até 4 mmde diámetro muito estáveis à água. Especialmentepela aplicação freqüente de esterco de galinhaaparecem minhocas demais que podem tornar osolo de tal maneira permeável que não conseguemais segurar umidade.

Minhocas enriquecem os solos com cálcio eaumentam o nível dos outros nutrientes no solo,agregam-no (Foto 35,38 ) e contribuem para suapermeabilidade, podendo fazer túneis até 1 metrode profundidade. Que contribuem para o melhorenraizamento do solo. (Foto 36.

Se faltar matéria orgânica e os solos seadensam, as minhocas fazem um nó no seu corpoe se enrolam para bolinhas pequenas, para nãoperder umidade e precisar pouco oxigênio,. parapoder sobreviver. Porém, se esta situaçãopermanece, elas morrem.

Nos solos dos trópicos úmidos com chuvasdiárias as minhocas fazem parte também dos solosagrícolas. Na Amazônia, em pastos bem manejados,onde o solo recebe suficiente matéria orgânica e ocapim nunca é mais baixo que 60 cm e o solo semprepermanece úmido, a quantidade de minhocas ésurpreendente. O solo tem de ser bom para abrigarminhocas, mas as minhocas o melhoramaumentando sua produtividade.

As minhocas californianas, (Lumbrices)são muitoeficientes na decomposição de esterco, produzindocomposto de boa qualidade. Porém não prestampara viver no solo e cavar. Mas diz se que asminhocas africanos (Eisenia) são mais eficientes nacompostagem. enquanto as nativas são maiseficientes para cavar o solo. Em solos adequados,

Fig. 12 Revolvimento profundo do solo pelo arado

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

em 4 anos toda terra passou uma vez pelo tratointestinal de minhocas.

A atividade das minhocas pode ser observadaatravés das deposições na superfície e encontradasdiretamente no perfil.

As deposições, em forma de agregados até 4mm de diâmetro possuem alta estabilidade econtribuem para que o solo seja permeável e nãoencrosta facil. (foto 35)

Os canais verticais que as minhocas produzemservem para infiltração da água pluvial, o

arejamento e a penetração das raizes até maioresprofundidades (foto36).

A contribuição das minhocas à decomposiçãoda matéria orgânica e formação de grumos ésignificativa. Por outro lado deve se adicionarpermanentemente matéria orgânica ao solo nãosomente para as minhocas possam nutrir-se mastambém para proteger o solo contra a insolaçãodireta e o aquecimento e ressecamento do solo.Sem umidade minhocas não sobrevivem.

Foto 36A atividade das minhocas pode ser

apreciada ao observar as numerosas galeriasno solo ou na face inferior de um mini-perfil .

Foto 35Deposição superficial de minhocas

Fonte G.Hasinger,FIBL,199320

20. G.Hasinger, 1993 - Bodenbeurteilung im Feld (Diagnóstico do solo), FIBL Obserwil, Suiza.

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Foto 38Solo agregado por minhocas. Na passagem pelo intestino da minhoca o solo enriquece em cálcio,

fósforo e nitrogênio.

Foto 37Solo coberto com a palha da colheita para ficar úmido e recuperar sua vida.Também minhocas se assentam

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2 1Nutrição Vegetal

A planta necessita

1. Nutrientes no solo que se obtem pela

- decomposição das rochas,

- reciclagem da matéria orgânica,

- mobilização da vida no solo,

- aumento do espaço enraizado (maior volume desolo a ser explorado pela raiz), o -

- arejamento do solo através de sua agregaçãoboa (ions “reduzidos “não nutrem a planta)

2- Absorção dos nutrientes, para isso se necessitade água no solo ar no solo uma temperatura dosolo ao redor de 25°C (entre 28° a 32°C) Acimade 32°C a planta não absorve mais água.

um potencial radicular elevado, isto é umaconcentração alta de grupos carboxilicos

(COOH-) na seiva da raiz, que sempre tem deser maior que a concentração de ións no solo.Ela depende da fotossintese ativa e dotransporte para a raiz, que por sua vez dep:.-ende da presença de suficiente boro que“inverte”a glicose fotossintetizada parasucrose, que é móvel dentro da planta

21

3- Metabolização rápida que depende da energiadisponível na planta que é maior com uma“respiração aeróbia” (por cada mol de glicosese liberam 720 calorias) e muito menor comrespiração fermentativa, anaeróbia (liberando porcada mol de glicose somente 20 calorias) doATP para o transporte desta energia (o ATPdepende da presença de suficiente fósforo) deenzimas catalisadoras . As enzimas aceleram asreações químicas na planta. Porém elas tem deser “ativadas”. e os ativadores são nutrientes,especialmente potássio, magnésio emicronutrientes.

22

Foto 39Fotografia mocroscópica de grumos do solo. Entre os grumos os poros onde entra ar e água e avançam

as raízes.

21. Müller, L. - 1971 - Curso em Fisiologia vegetal, na Pós-Graduação em Agronomia, Univer. Fed. Sta Maria

22. Mengel K e E.A. Kirkby, 1978 - Principles of planti nutrition, Potash Inst. Berne.

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O esquema de fig.8 mostra que a falta de umativador interrompe a cadeia das reações e a plantanão consegue mais formar suas substâncias, quepermanecem “a meio caminho”, inacabadas.acumulando-se na seiva. E este é o ponto onde aspragas e doenças atacam. Por tanto não existe umnutriente mais importante ou menosimportante.todos são importantes. Somente queum ión de potássio (K+) consegue catalisarsomente uma única reação química enquanto umión de cobre serve para até 10.000 reações. Porisso ele não é menos importante, mas é muito maiseficiente.

A fig.10 mostra que o desenvolvimento dasplantas não depende da concentração denutrientes, Numa concentração 50 vezes diluída aplanta aumenta muito seu sistema radicular eproduz o mesmo que numa concentração normal.Por outro lado, quando se omite um macronutrientecomo potássio ou fósforo a planta conseguesubstituí-Io parcialmente por outros nutrientescomo potássio por lítio, sódio e rubidio. e o fósforoque tem uma interação muito ativa com silicio efluor.(Schreiber, 1962)

23 especialmente em presença

de matéria orgânica e uma microvida ativa.. Masquando se acrescenta umas dose normal denitrogênio a uma solução nutritiva muito diluída(50 vezes) a planta morre intoxicada porque cadasolução monosalina é tóxica. E neste casonitrogênio é praticamente sozinho. Por isso umaadubação foliar com nitrogênio pode matar umacultura quando a raiz não tem acesso aos nutrien-tes.(como em solos adensados ou com lajes quelimitam o crescimento radicular). Vide Fig. 10 e 11

2 2

O exame das raízes

extrair uma raiz:

a) se a raiz é abundante e chega até 40 a 50 cm deprofundidade ou até mais, o solo está ótimo.

b) se a raiz dobra acima de uma laje dura, maisainda alcança 15 cm de profundidade, consegue

23. Schreiber, R. 1962 - Fósforo, uma questão vital para animais e homens. Phosphorsäure, 22:61-72

se ainda uma colheita razoável aplicandocomposto, Bokashi (EM-4) ou simplesmentematéria orgânica.

c) se a raiz vira a 4 a 5 cm de profundidade nâo seconsegue mais uma colheita razoável. É precisoverificar porque a raiz é tão reduzida ou virandoem pouca profundidade:

• pode ser por causa de um solo muito compactado(teste de romper um torrão)

• quando raizes pivotantes como de nabos seapresentam forquilhadas ou ate “galhadas”podiam avançar somente nas frestas entre ostorrões,

• pode ser por causa de excesso de irrigação e osolo ficou encharcado. Aí a raiz esta fugindo doambiente anaeróbio (a umidade deve estar entre60 a 80 % da capacidade do campo)

• por causa de um cano adutor de água estaestourado e o solo encharcado (neste caso osolo esta mosqueado como um gley)

• por causa de matéria orgânica enterrada em 35 a40 cm de profundidade e que agora sofredecomposição anaeróbia produzindo gasestóxicos como metano e gás sulfídrico (solo temcheiro de pântano).

• por causa das bandejas de mudas tinham sidaípostas no chão, em lugar de uma armação, e asraízes passaram os furos e virárãm acima do solo(sempre em 4 a 5 cm de profundidade). Nestecaso não existe laje ou adensamento no solonesta profundidade que o justificasse,

• pode ser por deficiência aguda de boro queimpede que a raiz cresça normalmente. Adeficiência de boro constata-se pelodesenvolvimento de rosetas em uma ou outraraiz, ao redor de uma ponta morta. As plantasmostram sempre o broto mais baixo do que osgalhos ou folhas ao redor. Muitas vezes o brotojá morreu.

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• Se as raízes são grossas e superficiais, comoocorre facilmente em Brassicaceas como brócoli,couve-flor, repolho etc .mas também em feijão,existe uma deficiência aguda de cálcio quepermitiu a entrada de fungos.

• Raízes também ficam grossas se, neste terreno,durante 5 a 7 anos foram usados herbicidassistêmicas como Roundup + 2,45 D uma vezque estas não matam as invasoras diretamente,mas somente enfraquecem suas raízes,permitindo a entrada de fungos que as matam.

d) se raízes de mudas, como de verduras e floresnão saem do substrato da bandeja ou saquinhoindicam que o solo em que foram plantadas émuito pobre, especialmente em boro.

Raízes que se podem utilizar para romperlajes sub-superficiais são:

No Sul: Tremoço (Lupinos spp) especialemnte oazul que possui as raízes mais fortes, mas tambémvica (vícia spp) com sistema radicularextremamente abundante. Não remove lajesrompendo-as com raizes pivotantes, mas pelagrande quantidade de radiculas.

No Centro Sul: para remover lajes superficiais:crotalária (Crotalária juncea), tefrósia (Trephrosiaspp), mucuna preta (Styzolobium aterrimum) Feijãode porco (Canavalia ensiforme) para quebrar lajesmais profundas guandú (Cajanus cajan e Cajan.Indicus) Guandú quebra lajes até em 100 cm deprofundidade, porem não no primeiro ano massomente no segundo ano.

No Nordeste: especialmente guandú ou andú ,efeijão bravo do Ceará (Canavalia sp).

Solos adensados e lajes superficiais não seremovem tanto pela força das raízes, masespecialmente pelo “mulch” que se faz depois,cortando a massa verde e deixando a na superfíciedurante 3 a 4 semanas.

2 3

O que as Raízes comunicam(que se extraem junto com a lasca de terra)A raiz é a indicadora mais confiável sobre as

condições do solo. Ela indica tanto compactações

e adensamentos, a colocação correta ou errada damatéria orgânica, excesso ou falta de água, comodeficiências nutricionais. Sabendo-se interpretar a“linguagem” da raiz pode-se ter todas asinformações que necessita. Não é o especialistaque pode dar informações sobre o solo mas é araiz, porque ela que informa se o solo é adequadopara esta cultura e esta variedade. Cada variedadepossui outras exigências um outro potencialradicular e uma outra maneira de conseguir água enutrientes do solo. Portanto a informação maisacertada sempre vem da própria planta ou seja desua raiz.

Raizes abundantes e bem desenvolvidas (Foto2) sempre indicam uma nutrição e uma agregaçãoboa. - Raizes pivotantes, como de nabos ,mas queaparecem encarquilhadas (Foto Ito ) indicam umsolo extremamente compactado em que somentecom muita dificuldade conseguem penetrarsuperficialmente..

Fitopatologistas famosos tentaram descobrira razão porque tomateiros, plantados em estufassempre morriam quando a primeira penca de frutoscomeçou a pintar. O caso ficou cada vez maisenigmático porque não se encontravam patógenos.

Quando foi arrancado um pé e depois maisalguns outros apareceu uma coisa curiosa, as raizeseram amarradas. Por que? Num arame esticado nosolo em 6 cm de profundidade tinham amarradascordas, para enrolar nelas os tomateiros.

Inicialmente as cordas eram frouxas. Plantaramos tomateiros exatamente acima do lugar ondetinham amarradas as cordas, para que estes ficarembem no centro e serem enrolados mais fácil. Masaconteceu que as raízes empurravam a corda, aindafrouxa, para baixo, formando uma alça ao redordelas. E como não conseguiram se livrar desta alça,os pés morriam cada vez quando tinham esgotadoso solo dentro da alça. Quando plantaram ostomateiros 5cm ao lado do ponto de amarraçãoda corda, não morreu mais tomateiro nenhum ecolheram abundantemente. Era somente a raiz quepodia dar a informação necessária.

Um outro caso semelhante ocorreu em umacooperativa de agricultura orgânica. O último terçodas estufas sempre tinha plantas pequenas emiseráveis que nunca conseguiram crescer Primeiro

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procuravam doenças, mas não encontravamnenhuma, Depois acharam que faltava nitrogênioe aumentaram cada vez mais as adubaçõesnitrogenadas. Mas as plantas de espécie alguma,cresciam, nem com superdoses de uréia. Os vizinhosconvencionais já declararam que isso era maldiçãoda agricultura orgânica e a situação ficou cada vezmais crítica. Quando finalmente arrancaram algumasraizes, todas eram muito superficiais e pingavaágua; água salina. O problema não era na nutriçãonem na maldição mas na falta de drenagem.Comcanteiros levantadas e valetas de drenagem seresolveu o que antes parecia tão misterioso...

Em casos em que se exige uma irrigaçãopermanente, sendo o solo até encharcado é bemprovável que as raizes sejam muito superficiais,planta que murcham com 1 a 2 horas de sol tem

um problema porque em solos agregados elasconseguem se manter bem durante uma semanasem irrigação. especialmente quando o solo forprotegido contra a insolação direta. De modo que,em casos de superirrigação tem de descobrir porqueas raizes são pequenas e superficiais. As razõespodem ser:

- a deficiência de cálcio, especialmente em cultivosrepetitivos de. repolho, couveflor, e brócoli ondeas raíies engrossam muito, graças ao ataque defungos.

-Falta de boro

-Gases emitidas pela matéria orgânica enterradaem 30cm de profundidade.

-Excesso de adubos químicos (como em batatinhas)

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Figura 3

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Deficiências Minerais

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A esquerda: Raiz de um nabo “galhado”, que não se conseguiu formar por causa da compacidade do solo- a direita: raiz de uma leguminosa que em 6cm de profundidade forquilha por assentar em um torrão. Elaavança somente nas frestas entre os torrões

Raiz de mamona (Rhizinus) que andou primeiroparalelo à laje, mas depois de uma chuva a perfurou.

A esquerda: raiz de leguminosa que desvia em10cm. O espaço radicular é restrito. Ao lado: raizde guaxuma (Sida spp) que rompe a compactaçãoque era um obstáculo para a leguminosa.

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Fig. 2-25 o maize root of a field yearly treated with systemic herbicides. Root seems swollen with nearly no absortive

haires and plant needs much more fertilizer and irrigation water...

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Pragas e doenças -o que elas indicam

Portanto o controle ou seja o combate depragas e doenças e~imina os sintomas mas nãocontrola suas causas, Causas não se combatem masse prevenem. É absolutamente contra produzentetrabalhar com solo doente e plantas doentes edepois tentar evitar que pragas e doenças asatacam.

Uma planta está doente antes de ser atacadae continua doente mesmo quando o parasita estamorto tanto faz se foi matado por um agro-tóxico,um “caldo õrgânico” ou um ‘inimigo natural. Iodoscontrolam somente o parasita mas nãocuram a planta.

Foto 44

A foto, na esquerda mostra uma folha de feijão,limpo por pesticidas. Embora sem parasita ainda éuma folha seriamente doente. Seu campo magnéticoé completamente confuso. Ao meio aparece umafolha normal, saudável, mostrando exatamente suaforma e veias. A direta, onde se usou somentematéria orgânica a folha não é tão doente do quea primeira, mas como a variedade não é adaptadoao solo e clima ainda possui um campo magnéticoencolhido e anormal. Isso mostra que a saúde daplanta, não se consegue pelo combate das doençasou pragas, nem pelo uso exclusivo de compostoou matéria orgânica. Em muitos casos necessita-se uma adubação foliar com os micronutrientesdeficientes ou com um caldo bacteriano (neste casoEM-4) que aumenta o metabolismo e a absorçãoda planta.

QUANDO PRAGAS ATACAM SEUS CAMPOS

ELES VÊM COMO MENSAGEIROS DO CEU PARA AVISAR-LHE QUE

SEU SOLO ESTÁ DOENTE

(Sabedoria da Filosofia védica, 1.600 a. C.)

FIEL BEANSconventional + agrotoxics

FIEL BEANSorganic + EM

FIEL BEANSorganic

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

Plantas somente são saudáveis quandoconseguem formar todas as substâncias que sãocapacitadas geneticamente.. Neste caso. o produtovegetal é de alto valor biológico, por ser integralO produto de uma planta deficiente econsequentemente doente, é de valor biológicobaixo. O homem que se nutre com estesalimentos também não é saudável, mas doentede corpo e de espirito. Por isso existem tantasdoenças, físicos e mentais especialmentedepressivas.

A trofobiose (Chaboussou, 1981)24

mostra“a vida em função da alimentação”.

Antes de tudo mostra que nenhum nutrienteexiste de forma isolado mas todos encontram-seem proporções exatas com os outros como mostraa tabela 1. Isso significa que se aumentar umnutriente um outro entrará em falta impedindo queuma substância que depende da presença suficientedeste nutriente se possa, formar na planta. Umproduto semi-acabado circula na seiva oferecendo-

se ao micróbio ou inseto, que possui uma enzimaque possa usar esta substância.

Este esquema da formação de uma substânciamostra como cada reação química na plantanecessita de uma enzima catalisadora. Para apressaresta reação. E esta enzima precisa de um mineralativador. Se o mineral fala tar a enzima nãoconsegue apressar a reação e a substância circulana seiva, se “oferecendo “ao fungo,bactéria, virusou inseto. A planta é atacada por um “parasita”que de fato somente é obrigado

pela natureza de eliminar o que não presta maispara uma vida saudável. A planta é doente antesque o parasita ataca.

O trato convencional do solo com calagem e NPKdesequilibra todos os outros nutrientes. AssimBergmann (1983)

25 mostra que comprovadamente.9

doenças de cultivos agrícolas são provocadas peloexcesso de nitrogênio.

Doenças causadas pelo nitrogênio.

cultura doença

fumo Pseudomonastomate. fumo, Alternariatomate, algodão, Vertticilliumbatatinha Erwiniaalface, nabos videira Pernosporavideira, moranguinhos Botrytiscereais, frutíferas Erysiphetrigo Septoriacereais, feijão Puccinia e Uromyces

2 5

Como se criam pragas

Existe a idéia, que pragas são sempre parasitas.Mas como se explica que 20 anos atras existiamno Brasil 193 pragas (Paschoal,1979). E hojepassam de 627. De onde vieram? Existem acercade 900.000 espécies de insetos. Se somente 10%se tornassem parasitas, seria suficiente de acabarcom nossa base alimentar e com isso com a raçahumana.

PROTEÍNA

24. Chaboussou, F. 1981 - Les plants malades de pestiicides. Debard, Paris.

25. Bergmann, W. 1976 - Pflanzendiagnose und Pflanzenanalyse, VEB Fischer, Jena.

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

Pergunta-se: “Deus é perverso de quererinfernalizar a vida humana através dos insetos?”Explicou-se no “ciclo da vida” que insetosemicróbiossomente são a “polícia sanitária” donosso Planeta., sendo programadas através deenzimas à substâncias inacabadas, que circulam naseiva sem uso e destino. A natureza considera umaplanta destas como doente. E tudo que é doente,tem de ser exterminado. De certo é mais “humano”cuidar com todo amor pelos doentes e fracos. Masse estes indivíduos teriam tidos a possibilidade dese multiplicar, a vida teria degenerado faz muitosmilênios a com isso teria acabada. Parasitas, iguala soldados, também têm uma vidau civil”. Elessomente atacam uma planta quando constitui umaperigo para a continuação da vida. Somente queos homens não se interessam pelos insetos emicróbios, quando em estado normal .Somentecomeçam interessar-se quando atacam uma cultura.

Um exemplo classico é a bactéria Escherichiacoli que vive normalmente no intestino humanoajudando na digestão. Mas também podem tornar-se patógenos causando serias doenças, sendo seunúmero na agua considerado o fator limitante paraque este seja potavel.. Ou o Chlostridium butumumvive no solo como fixador anaeróbio de botúlinéimnitrogênio. Mas também pode tornar-se causadordo botulismo no gado, matando-o.

Ou Pseudomonas vivem na rizosfera de fumo,fixando nitrogênio, mas quando o fumo édeficiente em potássio atacam-no como “queimabacteriana” podendo arrasa-lo. Não faz ainda muitotempo que os virus na agricultura eram umararidade.

atualmente são cada vez mais freqüentes. Deonde vieram?

Mas por outro lado se sabe que tanto fungos,bactérias, vírus e insetos são

ligados a deficiências minerais Assim, porexemplo:

Deficiência de

Ferrugem (Pucciniagraminis tritici) em trigo

Boro e Cobre

Elasmo (Elasmopalpuslignosellus) em milho efeijão

Zinco (na semente)

lagarto do cartucho(Spodoptera frugiperda)em milho

Boro

Serrador (Oncideresimpluviata) em árvores

Magnésio

Sarna (Streptomycesscabis) em batatinhas

Boro

Cochonilhas em videirase frutíferas

Cálcio

Mildio (Botrytis) emabobora, videira,girassol

Boro e Cobre

Brusone (Piriculariaoryzae) em arroz

Cobre

Molibdênio

Curuquerê (Asciamonuste orseis) emcouve, repolho, couveflor, brocoli etc

Solo muito adensado,duro

Vaquinha ou Patriota(Epicauta excavata) emfeijão,verduras etc. (Respiração fermentativa)

Saúvas (Atta sexdens) equem-quem

Molibdênio

Parasita na cultura

Bactenose em aveiabranca

Manganês

Pulgão em couve(Brevicoyna brassicae)

Potássio

Pulgão (Anuraphls spp.)em pessegueiro

Cálcio e Potássio

Pulgao nos brotosnovos,múltiplos_decitrus(Pericerya p.)

Cobre

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

Pragas se criam1- sempre em solos decaídos

a) pela aração profunda

b) a falta de matéria orgânica

c) com superfície limpa e desprotegido contra ainsolação e impacto da chuva.

d) pela calagem corretiva que desagrega o solotropical, deixando-o adensar-se

e) pela passagem freqüente de máquinaspesadas sobre o campo.

f) pela incidência constante de vento. As plantassão cada vez mais fracas e com cada vezmenos resistência. (falta a produção desubstâncias como fenois ou fitolexinas com queas plantas se protegem.. quando bemnutridas).

2- pelas monoculturas (uma variedade só) — Emcultivos com uma espécie p.ex: milho, trigo, arroz,feijão etc mas de variedades diferentes, formadospela diversidade genética onde cada planta seadapta a outras condições, o problema demonocultura é muito menor ou não existe.

Antigamente se usavam culturas consorciadascomo milho-feijão-mandioca-abobora quegarantiram a proteção do solo e a diversidadeda matéria orgânica.

3- Com híbridos, não adaptados ao solo e clima,

4- pela adubação química, aplicando somente 3elementos (NPK) enquanto a planta necessita,no mínimo 45, desequilibrando os outrosnutrientes.

5- pelo uso rotineiro de defensivos que

a) criam o excesso de um mineral, desequilibrandoos outros

b) causam a adaptação dos parasitas aosdefensivos

c) matam todos os inimigos naturais

Em roças novas, ou seja em terrenos recémdesbravados, se não for feito uma aração profunda,as culturas sempre serão com saúde e colheitaselevadas. Com a gradativa decadência do solo as

colheitas baixam e as pragas e doenças se instalam.solo doente - planta doente. De solos decaídos;doentes, não se podem esperar culturas sadias. Eculturas doentes são atacadas por parasitas esempre terão um valor biológico baixo.

Folhas de palma-de-Sta.Rita (Gladiolus ) quediariamente e pulverizada com fungicida contraferrugem e que já recebeu 60 aplicações de agro-tóxico (a esquerda). A folha é limpa de ferrugem,porem o campo magnético da planta mostra umaperda violenta de energia, que significa que a plantaé gravemente doente, embora sem ataqueparasita., que esta sendo “controlado”. O controlede parasitas não cura a planta, ele o somentemantêm-na limpa.

Organic + agrotoxica+ EMGladiolo conventional +agrotoxics

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

2 6Equilíbrio entre os nutrientes

(Trofobiose)

Quando se aumenta um dos nutrientes porexemplo K os outros entram em deficiência por ,

exemplo Ca+Mg

Ácidos(ânions)

Bases(Cátions)

P – S – C1 – NO3100

K – Ca – Mg – Na – NH4100:

EQUILÍBRIO

EXCESSO DEFICIÊNCIAS INDUZIDAS

Tab. 5

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

Como cada excesso induz uma deficiência, e cadadeficiência “chama” um parasita a aplicação rotineirade algum defensivo com base mineral, tanto faz se équímico ou chamado de orgânico, como a caldaBordaleza, sempre acarreta o excesso de um minerale a deficiência de outros. E isso infalivelmente provocao ataque por algum outro parasita. Portanto, é razão

dos “calendários de pulverização” porque se sabe, porexperiência, quais as pragas que vão aparecer comoseqüela do defensivo aplicado.Assim, em videiras,Maneb contra Botritis provoca Antracnose, Fosforadosem excesso a controlam mas provocam a broca docaule e assim por diante.

Metal básico Produto Deficiência induzida

Por isso Chaboussou (1981) escreveu um livro “As plantas doentes pelos pesticidas”exemplo:

Se as raízes são profundas e a época comsuficiente chuva a aplicação de EM-4 aumenta acolheita e a saúde das árvores consideravelmente.

27

O uso de Caldos

Calda sulfo-cálcica tem de ter seu grauBaumé calibrado para a região (entre 28° a 31°).Se for usado regularmente contra ácaros causa oexcesso de enxofre que provoca o aparecimentode cochonilhas. É melhor se pincelado no troncosomente a cada 3 meses.

Análise foliar de citrus com e sem defensivos

Defensivos usados: Folicur, Vertimec, Torque, Savey, Benlate, Dithane, Cobre Recop. Sportak, Supracid. Kilval,Neoron, Thiovit e calda sulfocálcica.

Calda bordalesa quando usado regularmentesobre as folhas causa o excesso de cobre, queprovoca doenças bacterianas e viróticas.

Calda viçosa deve ser pulverizado somenteno tronco (até 1m de altura).

Calda de bokashi quando usado semanal-mente pode induzir deficiência de boro que permiteo aparecimento de lagartas.

Super-Magro é melhor quanto mais completofor. Foliar deve ser usado a 0.5% e somente duasa três vezes e nunca regularmente. É mais seguroquando usado no solo.

Quando sofre fermentação semi-aeróbia eapresenta um cheiro podre está estragado e nãodeve ser usado. Sua fermentação dever seranaeróbia (melhor) produzindo um cheiro de ácidoláctico, ou aeróbia, mexendo-o 3 a 4 vezes ao dia,

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

o que é muito trabalhoso. Na Colômbia utilizamoxigênio líquido para garantir sua fermentaçãoaeróbia.

Todos caldos tem um prazo restrito para seuuso e não podem ser guardados por mais tempo.

Vale a regra: é melhor prevenir do que combater.Em solos sadios as plantas são sadias e os caldosnão precisam ser utilizados. Podem ter certeza:guanto mais caldos se precisa tanto pior é o solo.

2 8

Plantas indicadoras

• Amendoim bravo (Euphorbia heterophyla) =deficiência de molibdênio

• Ançarinha branca (Chenopodium album) excessode nitrogênio e falta de cobre

• Artemísia ou losna brava (Artemisia verlotorum)pH 7,5 a 8,2.

•Assa peixe (Vernoniaferrginosa) somente 3 a 4cm do solo são agregados – abaixo muito duro- pastejo permanente mas com pouco gado.

• Azedinho (Oxalis spp) deficiência de cálcio

• Barba-de-bode (Aristida pallens) pastoanualmente queimado (deficiência de P e K)

• Brachiaria humidicola em solos deficientesemCa

++ (gado “cara inchada”)

• Cabelo-de-porco (Carex spp) pasto freqüen-temente queimado (3 a 4 vezes/ano)

• Capim-arroz (Echinochloa crusgalli) = umacamada de “redução” em pouca profundidade.Echinochloa

• Capim canarana (Eichornia polystachia e E.pyramidalis) solo fértil mas temporariamenteinundado.

• Capim caninha (Adropogon incanis) pastotemporariamente encharcado, deficiente em P.

• Capim-carrapicho ou capim amoroso (Cenchrusechinatus) = solo muito compactado.

• Carrapicho de carneiro (Aconthospermumhispidum) = deficiência de cálcio.

• Carurú (Amaranthus), picão preto (Bidens pilosa),beldroega (Partulaca oleracea), solo razoavel-mente bom.

• Capim colchão (Digitaria snguinalis) deficiêcia deK

+

• Capim favorito, C. Natal ou C. gafanhoto(Rhynchelytrium roseum) solo muito secocompacto ou pedregoso.

• Capim marmelada (Brachiaria planlaginea)somente em campos lavrados, deficiência de Zn.

• Capim rabo-de-burro, Cola de sarro (Andropogon.spp) camada impermeável em 80 a 100 cm deprofundidade que estagna água.

• Capim seda, Capim Bermuda (Cynodon dactylon)solo muito pisado (por homens, gado oumáquinas).

• Corda de viola (Ipomea arislolochiaefolia) faltade K e B.

• Cravo bravo. Cravo de defunto (Tagetes minuta)campo infestado por nematóides.

• Dente de leão (Taraxacum offlcinalis): solo comsuficiente bora.

• Erva lanceta (Solidago microglossis) = pH 4,5

• Grama forquilha, gramão, batatais, Mato Grosso(Paspalum notatum) rico em cobalto, quandopeludo indica um solo muito compactado e seco.

• Grama missioneira (Axonopus compressus) soloácido, pH 3,4 a 4,2

• Guanxuma (Sida rhombifolia) laje dura na camadasuperficial do solo

• Língua de vaca (Rumex spp) muito nitrogênioorgânico e pouco cobre

• Maria Mole ou Bemeira (Senecio brasiliensis) soloestagna água na primavera (laje em 40cm). Povodiz que se tem muita Maria Mole terá boacolheita de trigo.

• Mio-mio (Baccharis coridifolia) solo raso (rochaperto) deficiência de Molibdênio.

• Nabiça ou nabo bravo (Raphanus raphanistrum)= deficiência de boro e manganês.

• Papoula (Papava somnifera) solo muito rico(excesso) em cálcio.

• Picão branco, fazendeiro (Galinsoga parviflora)solo razoável, muito nitrogênio, pouco cobre

• Pinhão (Jalropha curcas) solo muito compacto eseco, raÍzes somente até 3 a 4 cm.

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• Sapé (Imperata exaltala) muito rico em alumínio,pH 4,0.

• Samambaia da tapera (Pteridium aquilinum)muito alumínio deficiente em cálcio.

• Sporobulum poretti, falta molibdênio.

• Taboca (Bambusia trinii) anualmente queimado,solo muito ácido e rico em alumínio, mas bemagregado.

• Vassoura branca (Piptrocarpha axilaria) campoagrícola abandonado, solo decaído.

29

Reconhecimento de pastagens

No Sul: pastos somente com capim cespitoso(em tufinhos) pasto não foi pastado durante oúltimo ano (talvez colhido para feno).

Gramas estoloníferas (como gramão)predominam, pasto é pastado com freqüência.

Sudeste: forrageiras “compactas” = é pastado,forrageiras altas e compridas, pasto não é pastado.Capim “decumbente” (como Pangola, Brachiariadecumbens, Estrela) não fazem estolões =deficiência aguda de P

Se a raiz for profunda: adubarSe a raiz for rasa: repouso do pasto (não pastar

por 4 meses).

Gado come:• Plantas tóxicas = falta de sal mineral - completo

• Chapéus. camisas papel, plástico, etc. = deficienteem P

• Tijolos = deficiente em K

• Lambe o reboque de paredes = falta de N .Come terra onde urinou = falta de Cloro

• Não levanta mais após o parto e morre = faltade Cloro (sal)

• Bezerros que mamam, com “churro bran-co”(diarréia) : a mãe recebeu pouco amido nosúltimos meses de prenhez. Dando a vaca 2 mesesantes de parir, “rolão de milho” evita churrobranco dos bezerros.

• Bezerros e novilhas tristes, com pêlo arrepiado,perdem pelos do rabo = deficiência de cobalto.

• Vacas têm mastite = falta de P no pasto(aminoácidos)

• Novilhas muito nervosas = deficiênciadeMagnésio no pasto.

• Botulismo (Clostridium botulinum) - gado comeossos = falta P no cocho

• Bovinos e eqüinos com “cara inchada” falta cálcionos pastos ou capim muito rico em ácido oxálico(humidicola)

• Poliartrite em potros = deficiência de Ca no pastodas éguas (por excesso de AI no capim, porexemplo sapé).

• Tendinite em potros = deficiência de Mn no pasto(depende do capim por exemplo: estrela. e dosolo ).

• Come casca de árvore = - Ca (falta de brilho,“pela rola”, tristeza, pelo arrepiado)

• Diarréia preta = +Mo

• Diarréia de bezerros recem nascidos = ao iníciodas chuvas (capim novo) = falta Co nas vacas(ác. Oxálico)

• Potros e bezerros, nascem grandes mas morremem 1 e 2 dias = iodo na mãe.

3 0

‘Plantio Direto’O Plantio Direto (P.D.) atualmente, no Brasil, já

é praticado em mais que 16 milhões de hectaresSua base é uma camada grossa (5 a 7 cm) de palhana superfície. Em monoculturas de soja não seconsegue esta camada porque a palha de soja épouca e de rápida decomposição., de modo que apressão das máquinas muito grandes e muitopesadas compacta o solo em pouco tempo, demodo que na maior parte das culturas com P.D. asraizes crescem acima do solo muito compactado,abaixo da camada de palha. A compressão do soloé muito mais rápido em solos arenosos e bem maisdevagar em Terra Roxa Legitima.

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Suas vantagens são1. protege o solo contra o impacto das chuvas e o

aquecimento elevado.

2. conserva os poros na superfície do solo e comisso garante a infiltração da agua

3. evita erosão e enchentes.

4. O solo protegido pela palha permanece maisfresco e mais úmido. por até três meses, podendoser plantado também durante épocas secas

5. fornece matéria orgânica para a vida do solo(em parte nativa porque não revolve o solo)

6. diminui os efeitos da seca

7. após 4 anos com uma camada de 6 cm de palhaimpede o aparecimento de Invasoras

8. á microvida mais intensa deixa aumentar osnutrientes no solo, como fósforo, potássio eoutros.

9. aparecem minhocas que agregam e melhoramo solo substancialmente.

P.D. não tem somente vantagens, tambémacarreta uma série de problemas que em boaparte dependem da pouca grossura da camadade palha.

Seus problemas são:1. exige a rotação de , no mínimo 4 a 5 culturas

para evitar o aumento explosivo de pragas edoenças.

2. Exige herbicidas dessecantes ( como 2,45 D eglifosato , ambos sistêmicos) enquanto a capade palha ainda é menor do que 5 cm.

3. as pragas mudam de Lepidopteros cujaslarvas atacavam as folhas para predominan-temente Dipteros cujas larvas atacam as raízesou o colo da raiz e são de combate dificil

4. aparecem pragas antes desconhecidascomo lesmas, grilos etc.

5. após muitos anos de monocultura aparecemrizobactérias deletérias, inclusive rizóbios queatacam as culturas e as eliminam.

6. em monoculturas instalam-se invasoras muitope’rsistentes, parcialmente antes desconhecidas,como Guaxuma (Sida spp.) amendoim brava ouleiterinha (Euphorbia heterophilla), lingua-de-vaca (Rumex spp), e outras.

7. os nutrientes lixiviados não voltam mais na épocade seca. mas tem de ser recambiados por plantas(adubação verde) com raizes profundas

8. há compactação pelas máquinas pesadas

9. necessita de irrigação quando a espessura dacamada de palha não passa de 1,0 a 1,5 cm.

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Plantio Direto:Pasto dessecado com soja implantada

Nabo forrageiro dessecado com soja implantada

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Observações:Uma camada espessa de palha não se consegue

com palha muito rico em nitrogênio, como esta desoja, mas somente com palha com uma relaçãoCIN bastante larga, rico em celulose e lignina, comode milho, milheto, arroz, trigo, sorgo etc.

Os herbicidas dessecantes não matam asinvasoras mas atacam suas raízes, enfraquecendo-as, para que entrem fungos do solo. Estes fungosmatam as invasoras. Mas após anos de uso namesma área, também se enfraquecem as raízes dasculturas (vide fig 3) permitindo a entrada de fungos,tornando-se grossas e perdendo parcialmente seupotencial de absorção.

Uma camada de palha de 1,5 cm de espessuraé o suficiente para fazer a água da chuva infiltrar-se, mas não é o suficiente para “tamponar” apressão das máquinas.

Em monoculturas o uso de defensivos aumentamuito.

Dizem que após 15 anos de monoculturaocorre um equilíbrio e as variedades adaptadas aossolos e clima local também se adaptam aos fungos.Isso não ocorre quando se trabalha com híbridos.

Mesclas de diversas variedades aumentam aprodução e diminuem o ataque por parasitas.

Pomares e cafezaisEm pomares e cafezais é importante manter o

solo, nas entre-linhas, sempre cobertos devegetação. Se for capim deve ser roçado antes deformar as inflorescências e nunca deve se deixarsementear. Brachiaria decumbens prejudica o citrus,

mas é melhor que nada. Brachiaria rudzisiensis nãoprejudica o citrus. É melhor utilizar plantas de folhaslargas.

Se não existir a possibilidade de fazer compostoé possível usar somente adubação verde, que seplanta nas entre-linhas e se joga nas linhas dasárvores.Fornecimento de nitrogênio: por leguminosas,por palha fornecido pela vegetação das entrelinhasdo pomar ao qual foi espalhado um fosfato cálcico,ou bokashi.Fornecimento de potássio: por capim Napier(cortado e jogado no pomar), por mamona ournilheto, plantado no pomar e cortado antes desementear

Nos pomares é importante aumentar o sistemaradicular ao máximo possível. Para isso aduba-secom boro que se coloca em 2 furos (um a cadalado da árvore) na projeção da copa. Podem serde 18 a 30 kg/ha.

Fig.15 “ - adubação em “cochos” demicronutrientes onde não se sabe a quantidadeexata. Mesmo passando a quantidade, não sãoprejudiciais à árvores .

Quando se aplica o bom em linha, a quantidadetem de ser muito exata, segundo análise do solo ea quantidade de potássio disponível.

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

3 1

Cultivo Aleopáticos (sãoprejudicados por:)

Cultivos Sinergéticos (amigáveis)

Tabela 3 - Tabelas de plantas com efeitosalelopáticos e sinergéticos

3 2

SalinizaçãoDe solos de estufas e campos

Se tem um sal branco ou brilhante na superficiee o pH esta acima de 7,0 , o solo esta salinizando;

Como reconhecer a salinização.

O pH esta entre 7,0 e 9,0 indica salinização.

O sal pode ser de cálcio (magnésio e potássio)ou de sódio - pode ser diferenciar os doislavando as mãos com bastante sabão. Se nãoespuma é cálcio, se espuma bastante é sódio.Se for por cálcio há crostas de carbonato decálcio nas chaleiras.

Em caso de sódio o solo é completamentedesagregado, duro e rachado.

Existem também plantas indicadoras. Seaparece Arthemisia ( tipos de losna nativa) hásalinidade por sódio.

Causa

Na estufa: adubação quimica elevada

Falta de suficiente ventilação - em estufas bemventiladas é mais dificil o solo

Salinisar.

Falta de adubação verde

Uso da enxada rotativa

No campo: especialmente em campo irrigado com superflcie de solo irregular.

Trigo x trigo mourisco Mostarda x nabo-forrageiro, alfafa

Trigo x sorgo Colza, canola “ todosos capins

Sorgo x sorgo Capins x aveia preta,centeio

Gergelim x sorgo Batatinha x abóbora

Batatinha, tomate xgirassol

Trevo doce (melilotus) xcereais (germistato)

Cebola, alho, tomates xleguminosas

Repolho x repolho(autointolerante)

Todas hortaliças x funcho Arroz x gladiólos(overdose de NPK)

Tomates x repolho,brócoli, couve-flor

Cevada x papoula

Mostarda x canola Milho, beterraba x aveiabranca

Girassol x abóboraErvilhas x nabo, rabanete(mas o nabo é benefi-ciado pela ervilha)

Hortelã x camomila(abaixa o teor de menta)(mas hortelã beneficiacamomila)

Tomate urtiga, cravo dedefunto

Girassol = pepino

Vicia (ervilhaca) todos oscereais

Trigo, linho = milho,leguminosas

Batatinhas amaranthusgigante

Repolho = beterraba,cebola

Cenoura - cebola, milho,soja, alface

Milho = abóbora,feijão, mandioca

Tremoço videira Nabo-forrageiro. aveia-preta =feijão

Feijão moranguinhos,espinafre

Alho = roseiras

Leguminosas = todos oscereais como: arroz,trigo, milho, aveia. Etambém: inhame,mamona, mandioca,batatinhas, girassol,pepino, repolho

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Irrigação frequente com pouca água .deveriausar-se irrigação mais espaçada com no mínimo25 a 30 mm/ vez.

Falta de drenagem- pode ser em valas abertas

Falta de matéria orgânica

a) para transformar o sódio para carbonatos(palha)

b) para agregar o solo

Falta de camada protetora (mulch) do solo paraevitar a aquecimento do solo

Falta de rotação de culturas que incluem culturasdessalinizantes como algodão ou trigo-mourisco- e falta de cultivos drainantes como girassol esorgo - falta de cultivo de lavagem como arrozirrigado por inundação.

Manter o nivel freático abaixo de 1,0m (drenos,girassol ou sorgo)

3 3

A SECAe o que a agrava

Seca sempre é a falta de chuva ou seja a mádistribuição das chuvas. Mesmo com 2.400 mmde chuva que desabam em dois meses e meio, aregião pode ser desértica, como a Calahari na Áfricado Sul. Mas a seca pode ser amenizada ouaumentadapelo manejo dos solos, plantas eanimais.

A seca se agrava1- pelo solo com superfície compactada - á água

não se infiltra mas escorre causando erosão eenchentes, e a seca em seguida.

2- pela exposição do solo agrícola ao sol quepermite seu aquecimento forte causando umaevaporação violenta da água do solo, (falta deproteção do solo)

3- pelo desmatamento e o vento que emconseqüência disso entra, varrendo a paisageme levando a umidade, evaporada do solo e

transpirada pelas plantas. Protegidas do ventoas plantas produzem 2 a 5 vezes mais.

4- pelo uso de fogo (queimadas) que faz aumidade do subsolo subir, que queima a matériaorgânica que deveria agregar o solo ( o solo setoma compactado) e que diminui a coberturavegetal por matar as plantas estoloniferas,raleando a vegetação Áreas sempre queimadasproduzem 20% de áreas não queimadas.

5- pelo pastejo de cabras que impedem odesenvolvimento de uma vegetação maior(árvores que deviam diminuir o vento) , e quedesnudam o solo (cortando as plantas rente aterra)

6- pela má nutricão das plantas. Plantas “famintas”possuem uma plasma celular aguada. As plantasmurcham facilmente no calor .Plantas malnutridas gastam até 4 vezes mais água queplantas bem nutridas especialmente potássio emicronutrientes tomam o plasma celular maisviscoso. Em solos compactados, anaeróbios asplantas quase sempre estão mal nutridas.

7- Irrigação com pouca água que somente molhaa camada superficial do solo (4 a 5cm)provocando um desenvolvimento muitosuperficial das raízes, que deixa as plantasmurchar com poucas horas de sol.

8- a salinização dos solos irrigados.

9- uso de plantas não adaptadas aos solos e clima.

Portanto diminui-se o efeito da seca:Pela adição de suficiente matéria oroânica ao

solo para criar um sistema poroso adequado e aproteção de sua superfície contra o super -aquecimento( mulch; Se usarem uma camada de 4cm de galhos + folhas picadas não somenteprotege mas também o mantém úmido por muitotempo.)a proteção contra o vento por reflores-tamento e quebra-ventos o fornecimento denutrientes, também micronutrientes às plantas(composto e matéria orgânica a médio prazo,adicionam nutrientes e não aumentam mas baixama salinidade dos solos) e por uma irrigação degoteiamento ou com vasos condutores que molhao solo até maiores profundidades (25 a 30 cm) e

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Cartilha de inspeção do solo - Ana Primavesi

onde não se perde água para o ar.como no pivócentral, e a selecão de espécies e variedadesadaptadas às condições de solo e clima.

Em regiões deserticas usam tambem enterraruma camada de pixe ou uma lona em 30 a 35 cmde profundidade para impedir a perda de água parao subsolo e evitar a ascensão de água do subsolo.

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A agricultura da não-violência

Agricultura em si já é uma violação da natureza.A atual modificou radicalmente os ecosistemas ,implantando sistemas mecanicistas, anaturais afavor de lucros momentâneos que destruem o solo,os cursos de água, o clima.e o futuro dahumanidade.

Mas existe outro tipo de agricultura quetrabalha com os ecosistemas embora simplificados,respeitando a natureza, conservando os solos. oscursos de água, a paisagem (protegendo-a da livrepassagem dos ventos} e o clima, conseguindo comisso uma produção biologicamente eeconomicamente melhor.

A base de toda a vida e de toda produçãovegetal em nosso Globo é o solo. Solo, sadiomantém as plantas sadias e plantas sadiasfornecem uma alimentação sadia que mantém oshomens fisica- e mentalmente sadios. E pessoassadias com um espirito sadio não destruem suabase vital e o ambiente em que vivem mas oconservam. Não somente cuidam de seus solos edo meio-ambiente mas também de seus próximoscriando bem estar e paz.

Atualmente boa parte da juventude estadrogada. Mas os jovens não se drogam por causadas plantações de Coca, nem por causa dostraficantes. Eles se drogam por causa de um futurosem perspectivas e um imenso vácuo espiritual queos leva ao desespero.Com barulho, sex, drogas eviolência tentam preencher este vacuo e esquecera única meta de sua vida: de junto com os robôs,ser um recurso na produção de lucros, e ter aobrigação de consumir.

Mokiti Okada prediz que este milênio seráde paz, saúde e bem estar. E tudo começa com um

solo puro (sem venenos) ,sadio e produtivo parapossibilitar homens com um espirito sadio. Não sãoobras faraônicas que nos garantem um futuroradiante, que somente tentam encobrir todosabsurdos, erros e destruições que tornam asprevisões sinistras, mas.o respeito tio solo, ótà’natureza, ct.oambiente e do próximo, em fim daobra de Deus.

O destino do individuo e do paíssempre esta relacionado com o grau de

harmoniacom as forças da natureza,

as leis da vidae do Universo

(Zaratustra )

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