casa das to es - center · casa das to es umprojecto nasoni t~)(ld demarjajoao vielra...

6
CASA DAS TO ES um projecto Nasoni T~)(lD DE MARJA JoAo VIElRA FOIDGRAAA DC Fl:JmANOO PISSARI~AIEc;njDIOSJOAO CUPERTINO A CASA FOI MANOAoII CONS I RUIR! /-lA 2.50 liNOS! f'()R UM [MICiRANTE NO BRIISIL QUE VOLTOU RICO A FAr.HA. MAS A VIOII ACAHOU POR NAO LHE CORf{tR BEM E ANoRE PEREII<A oA 5ILVA TEVE O[ VtNoER AS TfI<RAS EO SOLAR CUjO PI<()jECTO [RA ASSINAoo IJOR NASONI. o QUt FOI FE/TO 1)0 PRIM[JR() oONO NAO SE SIIBE. MAS oESo[ QUE FOI COMPRAoA! EM IIA57A PUBLICA, POR OUARTt RITE O[ FI(;UEIROA, 1<11.0COMEI<CJANTE DE HACALHAU, EM VIIINA, A CASII NAO VOLTOU A 5AIR Oil FAMiLIA. ~ 73 Ifi.','

Upload: others

Post on 06-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CASA DAS TO ES - CENTER · casa das to es umprojecto nasoni t~)(ld demarjajoao vielra foidgraaadcfl:jmanoopissari~aiec;njdiosjoaocupertino a casa foi manoaoii cons iruir! /-la 2.50linos!

CASA DASTO ESum projecto Nasoni

T~)(lD DE MARJA JoAo VIElRA FOIDGRAAA DCFl:JmANOO PISSARI~AIEc;njDIOSJOAO CUPERTINO

A CASA FOI MANOAoII CONS I RUIR! /-lA 2.50 liNOS! f'()R UM [MICiRANTE NO BRIISIL QUE

VOLTOU RICO A FAr.HA. MAS A VIOII ACAHOU POR NAO LHE CORf{tR BEM E ANoRE PEREII<AoA 5ILVA TEVEO[ VtNoER AS TfI<RAS EO SOLAR CUjO PI<()jECTO [RA ASSINAoo IJOR NASONI.

o QUt FOI FE/TO 1)0 PRIM[JR() oONO NAO SE SIIBE. MAS oESo[ QUE FOI COMPRAoA!

EM IIA57A PUBLICA, POR OUARTt RITE O[ FI(;UEIROA, 1<11.0COMEI<CJANTE DE HACALHAU,

EM VIIINA, A CASII NAO VOLTOU A 5AIR Oil FAMiLIA.

~73 Ifi.','

Page 2: CASA DAS TO ES - CENTER · casa das to es umprojecto nasoni t~)(ld demarjajoao vielra foidgraaadcfl:jmanoopissari~aiec;njdiosjoaocupertino a casa foi manoaoii cons iruir! /-la 2.50linos!
Page 3: CASA DAS TO ES - CENTER · casa das to es umprojecto nasoni t~)(ld demarjajoao vielra foidgraaadcfl:jmanoopissari~aiec;njdiosjoaocupertino a casa foi manoaoii cons iruir! /-la 2.50linos!

Oois contos ne rei~ foi quanto custuu a Casil nas

Torres, nil fregue~ia cia Fachil, a 8 km cle Ponte

ue Lima. r:lilro que isto foi h~ 250 anos, quanclo

Anclre Pl'reira ua Silva voltil ricu uo I:lrasil e se

cleita a comfJrar proprienilnes na sua terril. Para culminar ilS

novas ilquisil,:~~, manclil construir uma grilnne casa na quintil

clo Lugar cleArribao. Andr<, Pereira, ao que rezam as cr6nicils

UUlempo, di?ia de ~i proprio: "I la mais clinheiro no meu bol-

so UOque areiils no rio Lima." F rara faLer jus a tilnta largueza

fai encumenclar 0 prujeclo ciaCilsaa Na~oni, 0 arquitecto ita-

lianu autor cia Torre uu~ C1erigose do ralacio do rreixu, no

Porto. Depois, il '18 de Dezembro de I 751 mandil lavrar es-

critura ue contrato e ourigaC;aocorn a mestre pedreiro Peuro

Gon~:alve~de Carvillho, que Ihe cohra a quanti a de um conlo

e CjlJiltrocenlos e cinquenta mil reis rara Ihe fazer a Cilsa no

pram cle doi~ anos. Milis tarue, a 16 de lulho ue 1754, filZ ou-

tro contrato cum 0 mesmo me~tre paril que Ihe acrescente acasa uma cOLinha, uma sala, uma lojil, uma varancla, uma

Andre Pereira, dizia de si proprio:"Hamais dinheiro no meu ho/so do

que areias no rio Lima. "

escaua e Ihe flonha agua. Pedro Gonl,:alves de Carvalho co-

-bra-llle por esta seguncla obril quinhentos e einquenta mil

reb. Contas feitas... ua clois contas!

Enlretanto (isto e, a 15 cle Janeiro ue 175~), Annre rereira da

Silva, ja entao mm 49 anos, eilsa corn D. JOScfilQuiteria I:lar-

bo~a c1eMiranna, ua casa da Partela. Mas 0 r.ilsamenlo nao

clura rnuito porque D. Josefa viria a murrer a 1q ne DeLem-

hro dessemesmo ilna sem que, entretanlo, livesse tino um fi-

Iho. Ha quem awnte a hip6tese de ter murriclo de flilrto, coisa

que aconlecia muito nessetempo, mas, ao certo, naa se saue.

o que se sabe c que a mae, Antonia Teresa c1eMiranua, se

constitui corno hcrneira ua filha e exige a Anclre Pereira ua

Silvil metaue dos seusbens. Ea partir naf que a vicla comel,:aa

correr mal a Anclrc Pereira. Ou, pelo menos, eo que rarece.

No final ue 1755 est~ autra vez no Rrasil e declara grandes

clfvinas: vinte mil cruzados a Luis clil C'imara Malafilia e seis

FACHADi\ DA CASA DAS TORKES

Page 4: CASA DAS TO ES - CENTER · casa das to es umprojecto nasoni t~)(ld demarjajoao vielra foidgraaadcfl:jmanoopissari~aiec;njdiosjoaocupertino a casa foi manoaoii cons iruir! /-la 2.50linos!
Page 5: CASA DAS TO ES - CENTER · casa das to es umprojecto nasoni t~)(ld demarjajoao vielra foidgraaadcfl:jmanoopissari~aiec;njdiosjoaocupertino a casa foi manoaoii cons iruir! /-la 2.50linos!

mil c Cluinhentos cruLados que tinha pcdirlo emprestados a

juros, no Porto. Nao falla quem diga que estasrlfvidas eram

ficticias porClueAnrlre Pereira da Silva nao queria fazer parti-

Ihas COOl a sogra. Mas tamuem pode ter acontec.ido que 0

homem tivcsse a mania das grandezas e, como tal, imdassea

pedir dinheiro cmprestado lJara comprar terras e mandar

construir pal;\cios. A verdade e que Pereira da Silva dol or-

dens aos seus procuradores para que Ihe vcndam as quintas,

mas deixa para 0 fim a Casa das Torres. Uiz que nao a quer

grou de Inglaterra para Portugal.

Ee atravt's dOldescendencia deste rJuarte Rite de Figueiroa,

dos varios casamenlos que os Kite fi7eram entretanlo e de

heranc;:asrecchidas, que a Casa das Torres chega ao seu ac-

tual dono, Manuel Novais Correia Malheiro, sem ler sido

vendida a ninguem ao longo de 250 anos.

Quando, no infcio dos allOSSO, se ,omec;:ou a falar de luris-

mo de hahita~:ao, Manuel Malheiro achou a ideia engra<;a-

da. Pensou cm fazer 0 11Iesmonas lorrcs. "Mas nunCd quis

E atraves da {/escendencia deste Duarte Rite de Figueiroa, que a Casa dus Torreschega ao seu actual dmlO, Manue/ Novais Correia Ma/heiro.

vender, mas como os Cluinhentos e cinquenla mil reis com-

binados pelo acrescento do solar ainda nao linham sido pa-

gos ao mestre Pedro Gonc;:alvcsde Carvalho, a casa e vcnrli-

da em hasla pelblica. 0 comprador e Duarte Kite de

Figueiroa, dos Kite de Viana do Castelo, negociantes de ha-

calhau desde 0 seculo XVII, altura em que a familia cmi-

NA pAUINA AO LADO: UMI\ DI\S SI\LAS DA CASA.

NESrA pAUINA: A CASA DE )ANTI\R DASTOf{J{E5

hipolecar a casa! Nunca se saue0 que 0 futuro nos traz, nao

e verdade!", di7 0 dono. Os 22 heclares de terras i'l volta da

casa sac dele e Manuel Malheiro e um dos maiores produ-

tores de vinho verde e 0 maior IJrodutor de fruta da regiao.

o vinho, vende-o i'l C:ooperativa de Ponle de I ima. A fruta,

vende-a em Viana, numa loja que abriu para 0 cfeito, na

casa que tem na ,idade. "Tern de se fazer como se faz nos

outros paises da Europa: venda directa do produtor ao ,on-

sumidor!", explica. Por isso, nao se Ihe ouve dizer que a agri-

cultura vai rnal e que a terr;} nao dj lJara nada. A ele tem-Ihe

dado para viver e fazer obras c melhorarnenlos na casa...

Page 6: CASA DAS TO ES - CENTER · casa das to es umprojecto nasoni t~)(ld demarjajoao vielra foidgraaadcfl:jmanoopissari~aiec;njdiosjoaocupertino a casa foi manoaoii cons iruir! /-la 2.50linos!

~ 7R

Prilllleiru, cumer,:ou por t0r s6 um qualto para turiSlllO Ulelia-

uitac,:au. Depois, ~ medida que a quinta ia danuu lucrus, ar-

ranjou m;]is dois quartos clentro cle casa, fleLcasas de banho

novas, s;]las de pequeno-alllloc,:o leUleuilhar. M;)ndou cons-

truir uma pisrina e transfolnlou elll aparlarrllenluS um;) ;)ntiga

c;)sinha rkstin;]da a guarclar alfaias agriculas. "Fui fazendo ;)S

cois;)s a pouco e poueo, Illas nao quis fJleuir uinheiro em-

fJrest;)do", r0p0lC COIllorgulho visivel.

A Casa das Torrcs csta cleeoracla COIll a suurileuade e 0 re-

quinte O;]Scasas fidalgas clo Minho. SlelTlgrandes sinais 00

ost0nta<;:ao, confoltavel quantu uastle fJar;) que S0 POSS;]viver

h01ll. Telll alguns quadros Inuilu interess;)ntcs. UIll deles,

ullla aguarela cle Alberlu UleSuusa, retr;)t;) um OOSportaes clo

p;](O de Vitorino. Manulel Malheiru P;)SSOUbOil P;]rtc da sua

infilncia naquela casa, unule vivem p;)rentcs scus. Costa clo

Cluadro, e clam! Mas uiL que fJreferi;) ter naquclc Illeslllo si-

tio ullla outra aguarela UU rnesmu autor, CluCrctrata a esca-

daria cia sua Casa uas Turres e ate telll ;] c:iclllcntina (mulher

rlo Illotorista clo pai e lela fJrofJria empreg;)rla 1;\ rl0 c;]sa) a su-

bir os degraus. Mas 0 uunu ueste qu;)dro C Ulll ;]ntiquario cle

Viana que lalllbelTl gust;) Illuito da ;]glJ;]rcia e, par isso, nao a

vencle... ~