caso clínico: doença de kawasaki brenda carla lima silva janayana almeida pablo almeida rocha...
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Caso Clínico:Caso Clínico: Doença de KawasakiDoença de Kawasaki
Brenda Carla Lima SilvaJanayana Almeida
Pablo Almeida RochaCoordenação: Luciana Sugaiwww.paulomargotto.com.br
ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE (ESCS)/SES/DF
30/01/2008Hospital Regional da Asa Sul
Sinais e sintomas do pacienteSinais e sintomas do pacienteFebre há 7 diasFebre há 7 diasRash cutâneo áspero e difusoRash cutâneo áspero e difusoHiperemia conjuntival bilateralHiperemia conjuntival bilateralHiperemia e descamação em lábiosHiperemia e descamação em lábiosLinfonodomegalia cervical, axilar e Linfonodomegalia cervical, axilar e
inguinalinguinalEdema em pés 2+/4+Edema em pés 2+/4+Diarréia sem sangue ou mucoDiarréia sem sangue ou muco
Hipóteses DiagnósticasHipóteses DiagnósticasEscarlatinaEscarlatinaSíndrome do Choque TóxicoSíndrome do Choque TóxicoSarampoSarampoEnteroviroseEnteroviroseReação a drogas (Stevens-Johnson)Reação a drogas (Stevens-Johnson)Artrite reumatóide juvenilArtrite reumatóide juvenilDoença de KawasakiDoença de Kawasaki
Diagnóstico DiferencialDiagnóstico Diferencial
EscarlatinaEscarlatinaRash cutâneo Rash cutâneo OKOKFoco estreptocóccico Foco estreptocóccico XXASLO positiva ASLO positiva ??Responde bem a antibióticos Responde bem a antibióticos XX
Diagnóstico DiferencialDiagnóstico Diferencial
Síndrome do Choque TóxicoSíndrome do Choque TóxicoHipotensão Hipotensão XXRash cutâneo Rash cutâneo OKOKFoco infeccioso Foco infeccioso XXToxemia Toxemia XX
Diagnóstico DiferencialDiagnóstico Diferencial
SarampoSarampoExantema febril Exantema febril OKOKHiperemia conjuntival Hiperemia conjuntival OKOKConjuntivite exsudativa Conjuntivite exsudativa XXVacinação/contato prévia ausente Vacinação/contato prévia ausente XXSinal de Koplik Sinal de Koplik XX
Diagnóstico DiferencialDiagnóstico Diferencial
EnteroviroseEnteroviroseFebre e exantema Febre e exantema OKOKLesões vesiculares Lesões vesiculares XX
Diagnóstico DiferencialDiagnóstico Diferencial
Stevens-JohnsonStevens-JohnsonLesões em mucosa oral Lesões em mucosa oral OKOKRash cutâneo Rash cutâneo OKOKMucosa genital afetada Mucosa genital afetada XXLesões bolhosas Lesões bolhosas XX
Diagnóstico DiferencialDiagnóstico Diferencial
Artrite reumatóide juvenil sistêmicaArtrite reumatóide juvenil sistêmicaQuadro sistêmico com sintomas persistentesQuadro sistêmico com sintomas persistentes
Diagnóstico DiferencialDiagnóstico Diferencial
KawasakiKawasakiRash cutâneo Rash cutâneo OKOKEdema de extremidades Edema de extremidades OKOKHiperemia conjuntival bilateral Hiperemia conjuntival bilateral OKOKFebre persistente Febre persistente OKOKLinfonodomegalia cervical Linfonodomegalia cervical OKOKDiarréia Diarréia OKOKVHS altoVHS alto OK OKPCR fortemente positivoPCR fortemente positivo OK OK
Relato de CasoRelato de Caso
Doença de KawasakiDoença de Kawasaki(Síndrome linfonodomucocutânea)(Síndrome linfonodomucocutânea)
Brenda Carla Lima SilvaJanayana Almeida
Pablo Almeida RochaCoordenação: Luciana Sugai
O que éO que é
Vasculite sistêmica principalmente de Vasculite sistêmica principalmente de artérias de pequeno e médio calibresartérias de pequeno e médio calibres
Inflamação de endotélio e adventíciaInflamação de endotélio e adventíciaEdema e necrose da camada médiaEdema e necrose da camada médiaLesões na lâmina elástica ex e intrínsecaLesões na lâmina elástica ex e intrínsecaCom a regeneração, pode levar a estenose ou Com a regeneração, pode levar a estenose ou
tortuosidadestortuosidadesPredileção pelas coronárias...Predileção pelas coronárias...
EtiologiaEtiologiaEtiologia desconhecidaEtiologia desconhecida
Clara e intensa estimulação da imunidadeClara e intensa estimulação da imunidadeProvável participação de etiologia infecciosaProvável participação de etiologia infecciosa
SazonalidadeSazonalidadeMuito rara em crianças menores de 3 mesesMuito rara em crianças menores de 3 mesesIncomum em maiores de 5 anosIncomum em maiores de 5 anosAuto-limitadaAuto-limitadaSemelhança com Síndrome do Choque Tóxico: Semelhança com Síndrome do Choque Tóxico:
superantígenos?superantígenos?
EpidemiologiaEpidemiologiaMundialmente distribuída (45% em Mundialmente distribuída (45% em
orientais e descendentes)orientais e descendentes)Rara em menores de 3 mesesRara em menores de 3 meses80% tem menos de 5 anos80% tem menos de 5 anosMais comum em meses friosMais comum em meses friosPropagação em “onda”Propagação em “onda”Masculino 2,2 / Feminino 1Masculino 2,2 / Feminino 1
EpidemiologiaEpidemiologia
EpidemiologiaEpidemiologia
Situação característica:Situação característica:MasculinoMasculinoOrientalOrientalMaior de 6 mesesMaior de 6 mesesMenor de 5 anosMenor de 5 anosNo invernoNo inverno
DiagnósticoDiagnósticoClínico! 5 dos 6 critérios*:Clínico! 5 dos 6 critérios*:
Febre com duração maior ou igual a 5 diasFebre com duração maior ou igual a 5 diasExantema polimorfo, predomina troncoExantema polimorfo, predomina troncoHiperemia conjuntival bilateralHiperemia conjuntival bilateralAdenomegalia cervical não-supurativa, com mais Adenomegalia cervical não-supurativa, com mais
de 1,5cm de diâmetrode 1,5cm de diâmetroAlterações de extremidadesAlterações de extremidadesAlterações de mucosa oralAlterações de mucosa oral
* Ou 4 critérios mais alteração coronariana* Ou 4 critérios mais alteração coronariana
Quadro clínicoQuadro clínico
Febre – 90% dos casosFebre – 90% dos casosAbrupta, alta, por mais de 5 diasAbrupta, alta, por mais de 5 diasNão responsiva a ATBNão responsiva a ATBRefratária a antitérmicosRefratária a antitérmicosNão-tratados: dura mais de 30 diasNão-tratados: dura mais de 30 dias
Quadro clínicoQuadro clínico
ExantemaExantemaInício precoceInício precocePredomínio no troncoPredomínio no troncoNão tem vesícula ou bolha!Não tem vesícula ou bolha!Aspecto variávelAspecto variável
Maculopapular morbiliformeMaculopapular morbiliforme UrticariformeUrticariforme EscarlatiniformeEscarlatiniforme
Quadro clínicoQuadro clínico
Hiperemia conjuntival bilateralHiperemia conjuntival bilateralDecorrente de vasculite, consequente à Decorrente de vasculite, consequente à
vasodilataçãovasodilataçãoNão é exsudativaNão é exsudativaNão tem prurido nem dorNão tem prurido nem dor
Quadro clínicoQuadro clínico
AdenomegaliaAdenomegaliaPredomina na cadeia cervicalPredomina na cadeia cervicalPode ter hiperemiaPode ter hiperemiaPode ser dolorosaPode ser dolorosaNão é supurativaNão é supurativa
Quadro clínicoQuadro clínico
Alterações de extremidadesAlterações de extremidadesEritema palmar e plantar ou edema duro de Eritema palmar e plantar ou edema duro de
extremidadesextremidadesEvoluem para descamação (2ª semana)Evoluem para descamação (2ª semana)Edema articular de falangesEdema articular de falanges
Quadro clínicoQuadro clínico
Mucosa oralMucosa oralEdema, hiperemia e ressecamento de lábiosEdema, hiperemia e ressecamento de lábiosFissuras e crostas – atrapalham alimentaçãoFissuras e crostas – atrapalham alimentaçãoLíngua em framboesaLíngua em framboesaEnantema difuso de mucosaEnantema difuso de mucosa
Quadro clínicoQuadro clínicoOutros achadosOutros achados
SNC:SNC: convulsão, paralisias, irritabilidade, convulsão, paralisias, irritabilidade, meningite assépticameningite asséptica
Respiratório:Respiratório: coriza, tosse, pneumonite intersticial coriza, tosse, pneumonite intersticialDigestivo:Digestivo: anorexia, vômitos, diarréia, hepatite... anorexia, vômitos, diarréia, hepatite...Urinário:Urinário: hipertensão, piúria asséptica hipertensão, piúria assépticaPele e anexos:Pele e anexos: reativação da BCG, queda de reativação da BCG, queda de
cabelos, descamação de períneocabelos, descamação de períneoOsteoarticular:Osteoarticular: artrite, artralgia, torcicolo... artrite, artralgia, torcicolo...Vasculite de outros vasos, mas de importância Vasculite de outros vasos, mas de importância
menormenor
Alterações cardiovascularesAlterações cardiovascularesMiocardite: mais frequente (50%)Miocardite: mais frequente (50%)
Taquicardia, febre, inconsolabilidadeTaquicardia, febre, inconsolabilidadePrinc. causa de óbito na fase febril (ICC)Princ. causa de óbito na fase febril (ICC)Alterações no ECG (↑ intervalo PR, achatamento Alterações no ECG (↑ intervalo PR, achatamento
R, alteração T)R, alteração T)CoronariteCoronarite
Mais importante (20-25%)Mais importante (20-25%)Simples dilatação até aneurismasSimples dilatação até aneurismasA partir do 10º dia (maioria a partir de 1 mês)A partir do 10º dia (maioria a partir de 1 mês)Óbito: rotura de aneurismas ou IAM por obstruçãoÓbito: rotura de aneurismas ou IAM por obstrução
Alterações cardiovascularesAlterações cardiovasculares Evolução das lesões:Evolução das lesões:
Regressão espontânea 50% dos casosRegressão espontânea 50% dos casos Diminuição das lesões 25% dos casosDiminuição das lesões 25% dos casos Estenose e obstrução com formação de colaterais 17% dos Estenose e obstrução com formação de colaterais 17% dos
casoscasos Pequenas alterações no restante, como tortuosidades, mas Pequenas alterações no restante, como tortuosidades, mas
sem obstruçãosem obstrução Aneurisma persistente: maior possibilidade de estenose Aneurisma persistente: maior possibilidade de estenose
(IAM)(IAM) O que preocupa são os aneurismas gigantes (d > O que preocupa são os aneurismas gigantes (d >
8mm): menor resolução, propensão a trombose8mm): menor resolução, propensão a trombose
Alterações laboratoriaisAlterações laboratoriais Anemia normocítica normocrômicaAnemia normocítica normocrômica Leucocitose com neutrofilia e desvio à ELeucocitose com neutrofilia e desvio à E PlaquetosePlaquetose Aumento da VHSAumento da VHS Aumento da PCRAumento da PCR Aumento das imunoglobulinas séricasAumento das imunoglobulinas séricas Piúria assépticaPiúria asséptica LCR com aumento de células, glicorraquia LCR com aumento de células, glicorraquia
normalnormal
Conduta inicialConduta inicialExames complementares fundamentais:Exames complementares fundamentais:
HC com contagem de plaquetasHC com contagem de plaquetasProvas de fase aguda no soroProvas de fase aguda no soroEASEASEcocardiogramaEcocardiogramaEletrocardiogramaEletrocardiograma
TratamentoTratamentoNos primeiros 10 diasNos primeiros 10 dias
AAS 80-100mg/kg/dia, em 4 tomadas/dia, até AAS 80-100mg/kg/dia, em 4 tomadas/dia, até 3 dias após desaparecer febre3 dias após desaparecer febre
Gamaglobulina IV 2g/kg DU, gota a gota de 8 Gamaglobulina IV 2g/kg DU, gota a gota de 8 a 10 horasa 10 horas
Bloqueia receptores Fc de AC específico?Bloqueia receptores Fc de AC específico? Inibe proliferação células T?Inibe proliferação células T? 2ª dose se febre permanecer após infusão?2ª dose se febre permanecer após infusão? Dividir dose se descompensação cardíaca (volume)Dividir dose se descompensação cardíaca (volume)
TratamentoTratamento
Dose antiplaquetária: AAS 3-5mg/kg/diaDose antiplaquetária: AAS 3-5mg/kg/dia
Corticóides?Corticóides?Não respondeu à 2 doses de gamaglobulina e de Não respondeu à 2 doses de gamaglobulina e de
aspirina, cogita-se pulsoterapiaaspirina, cogita-se pulsoterapia
SeguimentoSeguimentoEcocardiograma obrigatório em todos os Ecocardiograma obrigatório em todos os
casos, no diagnóstico e repetido emcasos, no diagnóstico e repetido em2ª a 3ª semana2ª a 3ª semana6ª a 8ª semana6ª a 8ª semanaNa prática, ecocardio a cada 15 dias até 60 dias Na prática, ecocardio a cada 15 dias até 60 dias
do diagnósticodo diagnósticoSe alteração de ecocardio, os intervalos Se alteração de ecocardio, os intervalos
são ditados pela gravidade da lesãosão ditados pela gravidade da lesãoSe alteração coronariana, realizar Se alteração coronariana, realizar
angiografiaangiografia
Prevenção de trombosePrevenção de trombose Exames de sangue nos mesmos tempos do ecocardio Exames de sangue nos mesmos tempos do ecocardio
(VHS e plaquetas!)(VHS e plaquetas!) Assintomáticos, doença estável: AAS em baixas
doses (suspender após 2 meses, se VHS normal) Extenso comprometimento das coronárias: AAS com
clopidogrel Aneurisma rápida expansão: heparina + AAS Aneurisma gigante ou múltiplos aneurismas: Baixas
doses de AAS com warfarina (manter INR entre 2 e 2,5)
Se AAS por muito tempo, vacinar contra varicela (evitar Síndrome de Reye)
Atividades físicasAtividades físicasAneurismas pequenos ou solitários: sem Aneurismas pequenos ou solitários: sem
restrição de esforço físico, com restrição de esforço físico, com acompanhamento com cardiologistaacompanhamento com cardiologista
Múltiplos aneurismas ou aneurismas Múltiplos aneurismas ou aneurismas gigantes: atividades físicas monitoradas gigantes: atividades físicas monitoradas por cardiologistapor cardiologista
DetalhesDetalhesAdiar vacinas de vírus vivos atenuados Adiar vacinas de vírus vivos atenuados
para 11 meses após uso da para 11 meses após uso da gamaglobulina gamaglobulina
PrognósticoPrognóstico
Sem doença coronariana: excelenteAneurismas coronários pequenos
costumam regredir espontaneamente em 6 a 24 meses
Aneurismas gigantes (8mm) raramente regridem
ResumoResumoEvolução normal do paciente:Evolução normal do paciente:
Diagnóstico clínico (febre prolongada, alteração Diagnóstico clínico (febre prolongada, alteração ocular e oral, adenomegalia, alteração MMII, rash)ocular e oral, adenomegalia, alteração MMII, rash)
Solicita HC, VHS, PCR, EAS, ecocardio, ECGSolicita HC, VHS, PCR, EAS, ecocardio, ECGGamaglobulina 2g/kg DUGamaglobulina 2g/kg DUAAS 80-100mg/kg/dia até 3 dias sem febreAAS 80-100mg/kg/dia até 3 dias sem febreDepois, AAS 3-5mg/kg/diaDepois, AAS 3-5mg/kg/diaEcocardio e HC de 15 em 15 dias, até 60dEcocardio e HC de 15 em 15 dias, até 60dSuspende AAS em 60 diasSuspende AAS em 60 dias
Consultem:Consultem:
MONOGRAFIA: Doença de Kawasaki: MONOGRAFIA: Doença de Kawasaki: doença rara ou mal diagnosticadadoença rara ou mal diagnosticada
Autor(es):Autor(es): Roberta Calheiros Ramos Roberta Calheiros Ramos
MONOGRAFIA: Doença de Kawasaki: MONOGRAFIA: Doença de Kawasaki: doença rara ou mal diagnosticada? doença rara ou mal diagnosticada? (Apresentação)(Apresentação)
Autor(es):Autor(es): Roberta Calheiros Ramos Roberta Calheiros Ramos
ObrigadoObrigado