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Caso Clínico: Caso Clínico: Infecção Congênita Infecção Congênita Guilherme Aroeira Moraes Guilherme Aroeira Moraes Escola Superior de Ciências da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/SES/DF Saúde (ESCS)/SES/DF Coordenação: Luciana Sugai, Paulo Coordenação: Luciana Sugai, Paulo R. Margotto R. Margotto www.paulomargotto.com.br www.paulomargotto.com.br

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Page 1: Caso Clínico: Infecção Congênita Guilherme Aroeira Moraes Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/SES/DF Coordenação: Luciana Sugai, Paulo R. Margotto

Caso Clínico: Infecção Caso Clínico: Infecção CongênitaCongênita

Guilherme Aroeira MoraesGuilherme Aroeira MoraesEscola Superior de Ciências da Saúde Escola Superior de Ciências da Saúde

(ESCS)/SES/DF(ESCS)/SES/DFCoordenação: Luciana Sugai, Paulo R. Coordenação: Luciana Sugai, Paulo R.

MargottoMargottowww.paulomargotto.com.brwww.paulomargotto.com.br

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Rn de L.B.C, 35 anos, G-IV C II A I, pré-natal com 5 Rn de L.B.C, 35 anos, G-IV C II A I, pré-natal com 5 consultas. Criança de sexo masculino nasceu no dia consultas. Criança de sexo masculino nasceu no dia 18/04/07 às 14 h e 20 min. por parto Cesário 18/04/07 às 14 h e 20 min. por parto Cesário (indicação: ventrículomegalia moderada) com idade (indicação: ventrículomegalia moderada) com idade gestacional de 35 semanas e 4 dias pela DUM e de gestacional de 35 semanas e 4 dias pela DUM e de 37 semanas pelo Capurro, Líquido Amniótico 37 semanas pelo Capurro, Líquido Amniótico meconial espesso, bolsa rota no ato, apresentação meconial espesso, bolsa rota no ato, apresentação cefálica. Chorou ao nascer, foi levado ao berço cefálica. Chorou ao nascer, foi levado ao berço aquecido onde deprimiu. Foi submetido a aquecido onde deprimiu. Foi submetido a entubação e aspirado traquéia com saída de pouca entubação e aspirado traquéia com saída de pouca quantidade de secreção esverdeada. Aspirado quantidade de secreção esverdeada. Aspirado narinas. Feito VPP (FC<100 bpm) por narinas. Feito VPP (FC<100 bpm) por aproximadamente 1 minutoaproximadamente 1 minuto

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Com melhora da bradicardia e da cor. Clampeado Com melhora da bradicardia e da cor. Clampeado cordão umbilical com 2 artérias e 1 veia. Apgar : cordão umbilical com 2 artérias e 1 veia. Apgar : 4 e 9, peso de nascimento: 1790 g, estatura: 41 4 e 9, peso de nascimento: 1790 g, estatura: 41 cm, PC: 31 cm. Pequeno para idade gestacional.cm, PC: 31 cm. Pequeno para idade gestacional.

Ao exame físico: Descamação superficial de todo Ao exame físico: Descamação superficial de todo o corpo, inclusive planta dos pés, palato íntegro, o corpo, inclusive planta dos pés, palato íntegro, FA normotensa e suturas bastante distantes, FA normotensa e suturas bastante distantes, fígado a 2 cm do RCD.fígado a 2 cm do RCD.

Evoluiu com gemência, batimento de asa de Evoluiu com gemência, batimento de asa de nariz, tiragem subcostal e taquipnéia. Mantido nariz, tiragem subcostal e taquipnéia. Mantido em berço aquecido com máscara de O2 a em berço aquecido com máscara de O2 a 5l/min.5l/min.

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Conduta: Solicitado TORCH, Kanakion, Conduta: Solicitado TORCH, Kanakion, Engerix, Credê, banho. Solicitado Toxo Engerix, Credê, banho. Solicitado Toxo da mãe e exame da placenta.da mãe e exame da placenta.

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Exames ComplementaresExames Complementares► Sorologias da mãe do dia 21/02/07:Sorologias da mãe do dia 21/02/07: Toxo: IgG>250, IgM= reagenteToxo: IgG>250, IgM= reagente Rubéola: IgG= 29,25; IgM= negativoRubéola: IgG= 29,25; IgM= negativo CMV: IgG= 4,71; IgM= NegativoCMV: IgG= 4,71; IgM= Negativo VDRL: NRVDRL: NR HIV, Chagas, Hepatites B e C, HTLV negativos.HIV, Chagas, Hepatites B e C, HTLV negativos.► Ultra-sonografia(US) do dia 12/04/07: Ultra-sonografia(US) do dia 12/04/07:

Hidrocefalia (ventriculomegalia moderada Hidrocefalia (ventriculomegalia moderada com dilatação dos ventrículos laterais).com dilatação dos ventrículos laterais).

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Exames ComplementaresExames Complementares►Sorologias do RN do dia 18/04/07:Sorologias do RN do dia 18/04/07: VDRL: NRVDRL: NR Chagas: NRChagas: NR CMV: IgG= 22, IgM= NegativoCMV: IgG= 22, IgM= Negativo Toxo: HAI= 1/32, IgG= > 300, IgM= Toxo: HAI= 1/32, IgG= > 300, IgM=

NegativoNegativo

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UTI NeonatalUTI Neonatal► No dia 18/04/07 o RN foi transferido para a UTI No dia 18/04/07 o RN foi transferido para a UTI

neonatal por volta das 22 hs. Encontrava-se em uso neonatal por volta das 22 hs. Encontrava-se em uso de CPAP nasal a 40%, gemente, com fígado a 2 cm de CPAP nasal a 40%, gemente, com fígado a 2 cm do RCD e baço palpável a 3 cm do RCE.do RCD e baço palpável a 3 cm do RCE.

► Solicitado Gasometria arterial, Rx de tórax, Solicitado Gasometria arterial, Rx de tórax, Hemograma, Bilirrubinas, Bioquímica.Hemograma, Bilirrubinas, Bioquímica.

► Gasometria: PH= 7,38; PCo2= 23,6; Po2= 95; Gasometria: PH= 7,38; PCo2= 23,6; Po2= 95; HCO3= 17,6; BE= -10,2; Sat= 99,2HCO3= 17,6; BE= -10,2; Sat= 99,2

► K= 2,8; Na= 139; Ca= 1,59; Cl= 111; Lactato= 3,6; K= 2,8; Na= 139; Ca= 1,59; Cl= 111; Lactato= 3,6; BT= 4,9BT= 4,9

► Rx de tórax: Insuflado até a 10 ª costela, Pulmões Rx de tórax: Insuflado até a 10 ª costela, Pulmões expandidos(normal).expandidos(normal).

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UTI NeonatalUTI Neonatal► 19/04/07 às 4h e 10 min.:19/04/07 às 4h e 10 min.: HMG: Hg= 13,8; Ht= 41,5; Leuco= 10500; HMG: Hg= 13,8; Ht= 41,5; Leuco= 10500;

Seg= 52%; Bast= 2%; Linf= 45%; Mono= 1%; Seg= 52%; Bast= 2%; Linf= 45%; Mono= 1%; plaq= 134000; NT= 5670; NI= 210; IT= 0,03;plaq= 134000; NT= 5670; NI= 210; IT= 0,03;

BT=9,04; BD= 5,56; BI= 3,48; TGO= 237; BT=9,04; BD= 5,56; BI= 3,48; TGO= 237; TGP= 77; Ptn totais= 5,72; Albumina= 3,35.TGP= 77; Ptn totais= 5,72; Albumina= 3,35.

Líquor: Proteína= 3396; Glicose= 60; Líquor: Proteína= 3396; Glicose= 60; hemácias= 120/mm³; leucócitos= 40/mm³; hemácias= 120/mm³; leucócitos= 40/mm³; PMN=50%; Mononucleados= 50%; Glicose PMN=50%; Mononucleados= 50%; Glicose capilar= 110.capilar= 110.

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UTI NeonatalUTI Neonatal► 19/04/07: RN evoluiu com colestase( BT=10,1; 19/04/07: RN evoluiu com colestase( BT=10,1;

BD= 7,4; BI= 2,7) sendo prescrito prednisona;BD= 7,4; BI= 2,7) sendo prescrito prednisona;► 20/04/07 às 5h e 30 min.: RN apresentou 20/04/07 às 5h e 30 min.: RN apresentou

convulsão tônico-clônica generalizada. Às 5h e convulsão tônico-clônica generalizada. Às 5h e 40 min teve novo episódio convulsivo,dessa vez, 40 min teve novo episódio convulsivo,dessa vez, entretanto, fez convulsão focal em MMSS;5h entretanto, fez convulsão focal em MMSS;5h 55min ainda com hipertonia e movimentos 55min ainda com hipertonia e movimentos clônicos em MSD; teve novos episódios clônicos em MSD; teve novos episódios convulsivos às 11h e 30 min e às 14h e 30 min; convulsivos às 11h e 30 min e às 14h e 30 min; feito hidantal, fenobarbital e midazolanfeito hidantal, fenobarbital e midazolan

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Alcon PatológicoAlcon Patológico RN foi transferido para o alcon patológico no dia RN foi transferido para o alcon patológico no dia

22/04/07 às 17h e 45 min., apresentou cianose 22/04/07 às 17h e 45 min., apresentou cianose central e SatO2 em queda até 70%, colocado em central e SatO2 em queda até 70%, colocado em Hood com FiO2 60% só tolerou a redução até Hood com FiO2 60% só tolerou a redução até 40%.40%.

Foi então realizado Rx de tórax que evidenciou Foi então realizado Rx de tórax que evidenciou infiltrado difuso em HTD e, embora o HMG infiltrado difuso em HTD e, embora o HMG estivesse normal foi iniciado cefepime e estivesse normal foi iniciado cefepime e amicacina, sendo colhido hemocultura. amicacina, sendo colhido hemocultura. Suspenso o midazolan, RN não apresentava Suspenso o midazolan, RN não apresentava mais convulsões.mais convulsões.

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Alcon PatológicoAlcon Patológico► RN evoluiu, mesmo após suspensão de RN evoluiu, mesmo após suspensão de

midazolan, comatoso, reagindo apenas a midazolan, comatoso, reagindo apenas a estímulos dolorosos, pupilas mióticas e pouco estímulos dolorosos, pupilas mióticas e pouco reativas à luz. Ao exame Físico: fontanela reativas à luz. Ao exame Físico: fontanela anterior ampla e comunicando com a posterior, anterior ampla e comunicando com a posterior, apresentou ainda bexigoma. Mantendo apresentou ainda bexigoma. Mantendo icterícia colestática, hepatoesplenomegalia icterícia colestática, hepatoesplenomegalia importante, com circulação colateral.importante, com circulação colateral.

► Como intercorrências teve episódios de Como intercorrências teve episódios de hiperglicemia ( 118 com TIG de 3,8; 226 com hiperglicemia ( 118 com TIG de 3,8; 226 com TIG de 3,6; 87 com TIG de 2,6) e acidose TIG de 3,6; 87 com TIG de 2,6) e acidose metabólica sendo corrigido HCO3 por duas metabólica sendo corrigido HCO3 por duas vezes.vezes.

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UTI NeonatalUTI Neonatal► 24/04/07 às 00h e 50 min. RN é readmitido na UTI 24/04/07 às 00h e 50 min. RN é readmitido na UTI

neonatal com provável quadro infeccioso, em Hood neonatal com provável quadro infeccioso, em Hood a 40% e gasometria arterial: PH= 7,37; PCO2= 15; a 40% e gasometria arterial: PH= 7,37; PCO2= 15; PO2= 170,9; HCO3= 8,5; BE= -14,6; SatO2= 99,4;PO2= 170,9; HCO3= 8,5; BE= -14,6; SatO2= 99,4;

► No dia 27/04/07evoluiu com distensão abdominal No dia 27/04/07evoluiu com distensão abdominal importante, com abdome globoso, circulação importante, com abdome globoso, circulação colateral visível, vários vasos alargados, sinais de colateral visível, vários vasos alargados, sinais de hipertensão porta, fígado a 3cm, baço impalpável. hipertensão porta, fígado a 3cm, baço impalpável. Exame neurológico: sedado, hipertônico, mantém Exame neurológico: sedado, hipertônico, mantém mãos cerradas, FA ampla, comunicando-se com a mãos cerradas, FA ampla, comunicando-se com a posterior.posterior.

► Conduta: suspensa dieta, SOG aberta, observar Conduta: suspensa dieta, SOG aberta, observar drenagemdrenagem

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UTI NeonatalUTI Neonatal► 28/04/07: RN em dieta zero, houve resíduo – 28/04/07: RN em dieta zero, houve resíduo –

leite e sangue (7ml). Aumento da distensão leite e sangue (7ml). Aumento da distensão abdominal, feito punção lombar com líquor: abdominal, feito punção lombar com líquor: Glicose= 24; Ptn= 446; Cloreto= 108; Glicose= 24; Ptn= 446; Cloreto= 108; Leucócito= 30; Mono= 70; PMN= 30; HM= Leucócito= 30; Mono= 70; PMN= 30; HM= 5; bacterioscopia= negativa; Conduta: 5; bacterioscopia= negativa; Conduta: prescrito vancomicina e meropenem;prescrito vancomicina e meropenem;

► 30/04/07: RN mantendo quadro ictérico mas 30/04/07: RN mantendo quadro ictérico mas com melhora clínica, dieta de prova, demais com melhora clínica, dieta de prova, demais alterações mantidas.alterações mantidas.

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Alcon PatológicoAlcon Patológico►03/05/07: RN aceitando dieta por SOG, 03/05/07: RN aceitando dieta por SOG,

respiração espontânea em ar respiração espontânea em ar ambiente (Sat 96%), recebe alta da ambiente (Sat 96%), recebe alta da UTI neonatal para continuar UTI neonatal para continuar tratamento no Alcon Patológico. Peso tratamento no Alcon Patológico. Peso da alta: 1620 g., em uso de da alta: 1620 g., em uso de meropenem, vancomicina (inicio: meropenem, vancomicina (inicio: 28/04/07), sulfadiazina e pirimetamina 28/04/07), sulfadiazina e pirimetamina (inicio: 18/04/07)(inicio: 18/04/07)

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Exames ComplementaresExames Complementares►Eco Transfontanela realizada no dia Eco Transfontanela realizada no dia

24/04/07: Hidrocefalia IR= 0,63 com 24/04/07: Hidrocefalia IR= 0,63 com indicação de derivação ventrículo-indicação de derivação ventrículo-peritoneal. Calcificações peritoneal. Calcificações intracranianas.intracranianas.

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Ecografia TransfontanelaEcografia TransfontanelaHidrocefalia e presença de Hidrocefalia e presença de

calcificações difusas e também calcificações difusas e também periventricularesperiventriculares

Ecografia realizada por Paulo R. Margotto

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Ecografia TransfontanelaEcografia Transfontanela

Ecografia realizada por Paulo R. Margotto

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TC de CrânioTC de Crânio►Laudo verbal extra oficial:Laudo verbal extra oficial:

Dilatação biventricular importante, Dilatação biventricular importante, calcificações difusas, e principalmente calcificações difusas, e principalmente periventriculares. Aparente acometimento periventriculares. Aparente acometimento importante de lobos occipital e parietais.importante de lobos occipital e parietais.

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Últimos ExamesÚltimos Exames►Anátomo-patológico da placenta: Não Anátomo-patológico da placenta: Não

foram encontrados parasitas na peçaforam encontrados parasitas na peça►Líquor (14/05/07): proteínas= 6grs.Líquor (14/05/07): proteínas= 6grs.

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Toxoplasmose Toxoplasmose CongênitaCongênita

ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

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DefiniçãoDefinição► Infecção crônica, transmitida através da Infecção crônica, transmitida através da

placenta, causada pelo placenta, causada pelo Toxoplasma gondiiToxoplasma gondii► Transmissão Vertical:Transmissão Vertical: Considera-se que a toxoplasmose só pode Considera-se que a toxoplasmose só pode

ser transmitida ao concepto se adquirida ser transmitida ao concepto se adquirida pela gestante durante a gestação.pela gestante durante a gestação.

1°trimestre: em torno de 30%1°trimestre: em torno de 30%→ formas mais → formas mais gravesgraves

2°trimestre: 30 a 70%2°trimestre: 30 a 70% 3°trimestre: pode ser ainda maior3°trimestre: pode ser ainda maior→menor →menor

chance de forma neurológicachance de forma neurológica

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DefiniçãoDefinição► Infecção crônica, transmitida através da Infecção crônica, transmitida através da

placenta, causada pelo Toxoplasma gondiiplacenta, causada pelo Toxoplasma gondii► Transmissão Vertical:Transmissão Vertical: Considera-se que a toxoplasmose só pode Considera-se que a toxoplasmose só pode

ser transmitida ao concepto se adquirida ser transmitida ao concepto se adquirida pela gestante durante a gestação.pela gestante durante a gestação.

1°trimestre: em torno de 30%1°trimestre: em torno de 30%→ formas mais → formas mais gravesgraves

2°trimestre: 30 a 70%2°trimestre: 30 a 70% 3°trimestre: pode ser ainda maior3°trimestre: pode ser ainda maior→menor →menor

chance de forma neurológicachance de forma neurológica

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Formas ClínicasFormas Clínicas► Doença neonatal: severa; sinais neurológicos estão Doença neonatal: severa; sinais neurológicos estão

sempre presentessempre presentes► Doença ocorrendo nos primeiros meses de vida: Doença ocorrendo nos primeiros meses de vida:

assintomática ao nascer; RNPTassintomática ao nascer; RNPT→ lesões do SNC e → lesões do SNC e oculares surgem nos 3 primeiros meses de vida;oculares surgem nos 3 primeiros meses de vida;

► Seqüelas: Maioria é ocular, mas podem ser Seqüelas: Maioria é ocular, mas podem ser neurológicas; Lesões oculares podem ocorrer na neurológicas; Lesões oculares podem ocorrer na infância, adolescência ou vida adulta;infância, adolescência ou vida adulta;

► Forma Subclínica: RN assintomáticos; Predomínio de Forma Subclínica: RN assintomáticos; Predomínio de alterações liquóricas, calcificações, prematuridade, alterações liquóricas, calcificações, prematuridade, além de anemia, icterícia, hepatoesplenomegalia e além de anemia, icterícia, hepatoesplenomegalia e coriorretinite( sintomas entre 3 e 12 meses)coriorretinite( sintomas entre 3 e 12 meses)

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Principais Sinais e SintomasPrincipais Sinais e Sintomas►Frequência da ocorrência (%) em RN Frequência da ocorrência (%) em RN

com:com:

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► CoriorretiniteCoriorretinite ► 9494 ► 6666

► Alteração LCRAlteração LCR ► 5555 ► 8484

► AnemiaAnemia ► 5151 ► 7777

► ConvulsõesConvulsões ► 5050 ► 1818

► Calcificações intracranianasCalcificações intracranianas ► 5050 ► 44

► IcteríciaIcterícia ► 2929 ► 8080

► HidrocefaliaHidrocefalia ► 2828 ► 00

► FebreFebre ► 2525 ► 7777

► EsplenomegaliaEsplenomegalia ► 2121 ► 9090

► LinfadenopatiaLinfadenopatia ► 1717 ► 6868

► HepatomegaliaHepatomegalia ► 1717 ► 7777

► VômitosVômitos ► 1616 ► 4848

► MicrocefaliaMicrocefalia ► 1313 ► 00

► Diarréia Diarréia ► 66 ► 2525

► CatarataCatarata ► 55 ► 00

► EosinofiliaEosinofilia ► 44 ► 1818

► Sangramento anormalSangramento anormal ► 33 ► 1818

► HipotermiaHipotermia ► 22 ► 2020

► GlaucomaGlaucoma ► 22 ► 00

► Atrofia ópticaAtrofia óptica ► 22 ► 00

► MicroftalmiaMicroftalmia ► 22 ► 00

► RashRash ► 11 ► 2525

► PneumonitePneumonite ► 00 ► 4141

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Diagnóstico LaboratorialDiagnóstico Laboratorial► Hematológico: eosinofiliaHematológico: eosinofilia► Liquórico: Pleocitose com predomínio de Liquórico: Pleocitose com predomínio de

linfócitos; eosinofilia e hiperproteinorraquia ( linfócitos; eosinofilia e hiperproteinorraquia ( toxoplasmose é infecção congênita com toxoplasmose é infecção congênita com maiores valores de proteína no líquor!)maiores valores de proteína no líquor!)

► Bioquímica: Hiperbilirrubinemia a custa de Bioquímica: Hiperbilirrubinemia a custa de BD; BD; ↑de transaminases↑de transaminases

► TC e USG de Crânio: hidrocefalia, TC e USG de Crânio: hidrocefalia, ventriculomegalia, calcificaçõesventriculomegalia, calcificações

► Oftalmológicos: fundoscopia com uveíte e Oftalmológicos: fundoscopia com uveíte e coriorretinitecoriorretinite

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Diagnóstico LaboratorialDiagnóstico Laboratorial►Sorológico: IgM e IgG; ELISA, ELFASorológico: IgM e IgG; ELISA, ELFA►Anátomo-patológico da placenta: Anátomo-patológico da placenta:

presença do parasita presença do parasita

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Liú Campello de Mello

TOXOPLASMOSETOXOPLASMOSEMANEJO CLÍNICO DA GESTANTEMANEJO CLÍNICO DA GESTANTE

ESPIRAMICINAATÉ O PARTO

2º e 3º TRIMESTRE(ATÉ 35 SEMANAS)1º

TRIMESTRE

INFECÇÃO AGUDAMAIOR QUE 35

SEMANAS

ESPIRACIMINA ATÉ

CHEGAR AO 2º TRIMESTRE

TRATAMENTO ALTERNADO A CADA 21 DIAS COM 1) SULFADIAZINA +PIRIMETAMINA +ÁC. FOLÍNICOE2) ESPIRAMICINA

ULTRA-SONOGRAFIA QUINZENAL+HEMOGRAMA COMPLETO QUINZENAL

SOLICITAR SOROLOGIA DO RN

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Liú Campello de Mello

TOXOPLASMOSETOXOPLASMOSETRATAMENTO DO FETO INTRA-ÚTEROTRATAMENTO DO FETO INTRA-ÚTERO

(GESTANTE)(GESTANTE)

DROGADROGA DOSEDOSE

PIRIMETAMINAPIRIMETAMINA 2 compr VO 1x/dia.2 compr VO 1x/dia. SULFADIAZINASULFADIAZINA 50-100 mg/Kg/dia 2 compr VO 50-100 mg/Kg/dia 2 compr VO

de 6/6h de 6/6h

ÁC.FOLÍNICO (ÁC.FOLÍNICO (LEUCOVORIN)LEUCOVORIN) 1 compr VO de 3/3 dias até duas 1 compr VO de 3/3 dias até duas semanas após suspensão da semanas após suspensão da Pirimetamina Pirimetamina

ESPIRAMICINA (ROVAMICINAESPIRAMICINA (ROVAMICINA)) 2 compr VO 8/8 h (3g/dia).2 compr VO 8/8 h (3g/dia).

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Liú Campello de Mello

TOXOPLASMOSE CONGÊNITATOXOPLASMOSE CONGÊNITA TRATAMENTOTRATAMENTO

TEMPODROGA

1 MÊSESPIRAMICINA

CÇASSINTOMÁTICAMÃE SUSPEITA

1 MÊSP + S+ ÁC.FOLÍNICO

CÇ ASSINTOMÁTICA/GESTANTE COM INFECÇÃO

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Liú Campello de Mello

TOXOPLASMOSE TRATAMENTO DA CRIANÇA

DROGA DOSE TEMPO

PREDN 1 a 2mg/Kg/dia12/12h

Proc.inflamatório

1mg/Kg/dia 2 a 6 mesesPIRIM1mg/Kg 2a 4a 6a 1 ano

SULFAD 100 mg/Kg/dia12/12 h

1 ano

ÁC.FOLIN 5 mg2a 4a 6a f

1 ano 7 dias

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TOXOPLASMOSE CONGÊNITA TRATAMENTO

LCRHIPERPROTEINORRAQUIA(> 1 g/dl)

P+S+ÁC.FOLÍNICO

+

PREDNISONA OU PREDNISOLONA1,5 mg/Kg/dia 12/12 h

CORIORRETINITE

Liu Campello Mello

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Diagnóstico DiferencialDiagnóstico Diferencial► Sífilis congênita;Sífilis congênita;► CMV congênitaCMV congênita;;► Aids;Aids;► Rubéola congênita;Rubéola congênita;► Doença de ChagasDoença de Chagas;;► Herpes Simples neonatalHerpes Simples neonatal;;► Varicela CongênitaVaricela Congênita;;► Tuberculose Congênita;Tuberculose Congênita;► Tétano neonatal;Tétano neonatal;► Hepatite BHepatite B

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Sinais, sintomas, e achados Sinais, sintomas, e achados laboratoriais relativos ao caso laboratoriais relativos ao caso

clínicoclínico►O RN em questão apresentou, durante O RN em questão apresentou, durante

toda sua evolução:toda sua evolução:Desconforto respiratório, convulsões, Desconforto respiratório, convulsões,

icterícia colestática, icterícia colestática, hiperproteinorraquia, dilatação hiperproteinorraquia, dilatação ventricular, calcificações intra-ventricular, calcificações intra-cranianas, hepatoesplenomegalia cranianas, hepatoesplenomegalia entre outros.entre outros.

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ConclusãoConclusão► Infecções congênitas que se Infecções congênitas que se

apresentam com quadro semelhante apresentam com quadro semelhante descrito anteriormente:descrito anteriormente:

CMV congênitaCMV congênitaDoença de ChagasDoença de ChagasHerpes Simples neonatalHerpes Simples neonatalVaricela CongênitaVaricela CongênitaE obviamente Toxoplasmose congênitaE obviamente Toxoplasmose congênita

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ConclusãoConclusão► No entanto tais patologias apresentam No entanto tais patologias apresentam

menos frequentemente quadro clínico tão menos frequentemente quadro clínico tão rico como o do caso clínico em questão.rico como o do caso clínico em questão.

► Mesmo assim, o diagnóstico diferencial pode Mesmo assim, o diagnóstico diferencial pode ser obtido através: da sorologia da mãe, ser obtido através: da sorologia da mãe, sorologia do RN, História clínica ( no caso sorologia do RN, História clínica ( no caso proposto a mãe revela grande contato com proposto a mãe revela grande contato com gatos durante a gestaçãogatos durante a gestação→epidemiologia) e, →epidemiologia) e, é claro do resultado anátomo-patológico da é claro do resultado anátomo-patológico da placenta que fecha diagnóstico.placenta que fecha diagnóstico.

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Referências BibliográficasReferências Bibliográficas► Mello, CL.Toxoplasmose congênita. In. Margotto, Mello, CL.Toxoplasmose congênita. In. Margotto,

PR. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, PR. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, Hospital Anchieta, Brasília, 2a Edição, 2006, p. 434-Hospital Anchieta, Brasília, 2a Edição, 2006, p. 434-442442

: Toxoplasmose congênita

Autor(es): Liú Campello de Mello       : Caso clínico: Toxoplasmose

Autor(es): Marcelo O. Prata, Nícolas T.N. Cayres, Elisa de Carvalho

      

: Toxoplasmose congênita)Autor(es): Tatiana Fonseca

      

TOXOPLASMOSE CONGÊNITAAutor(es): Liú Campello de Mello