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CATALOGAÇÃO DE OBJETOS DE MODA: A ROUPA COMO INSTRUMENTO DE
PESQUISA
Aluna: Roberta Amaral Sertório Gravina, [email protected]
Orientadora: Prof.ª Concília Teodósio, [email protected]
RESUMO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) tem por finalidade demonstrar a
possibilidade de empreendimento da representação descritiva a objetos de Moda, a
partir da criação de quatro grupos de descritiva, contendo uma combinação entre
modelos de catalogação e diferentes suportes de expressão artística que
apresentam imagens de indumentária. A metodologia empregada pautou-se no
agrupamento de tais modelos diante de suas especificações, separando normas,
regras, formatos e metadados e aplicando-os, por sua vez, a roupas presentes em
uma pintura, uma escultura, uma fotografia e um filme cinematográfico. Como
resultado dessa pesquisa, obtivemos a demonstração de que a catalogação de
objetos de Moda é possível de ser realizada, inclusive a partir das ferramentas já
existentes no campo da Biblioteconomia. Concluímos, portanto, que o profissional de
nossa área deve apenas desenvolver uma visão analítica e detalhada para
desempenhar satisfatoriamente a representação descritiva de vestimenta e, desta
forma, produzir acervos específicos da área de Moda com riqueza de detalhes e
qualidade no tratamento de sua informação.
Palavras-chave: Catalogação. Representação descritiva. Moda. Indumentária.
Roupa.
FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULOIII SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FESPSP
05 A 09 DE DEZEMBRO DE 2011
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1 INTRODUÇÃO
O sociólogo, professor e escritor francês Gilles Lipovetsky, na apresentação
de sua obra, intitulada O império do efêmero, diz que a questão da moda não se
manifesta no universo da intelectualidade. Com tal afirmação o autor suscita o
dilema de que, apesar de a Moda estar presente em grande parte dos aspectos de
nossa vida social, ainda hoje ela é vista por grande parte dos indivíduos como algo
superficial e que, portanto, por esses não vem merecendo reflexão crítica.
Apesar de ter sido escrita há pouco mais de vinte anos, a obra de Lipovetsky
se mantém atual no que tange a importância agregada ao mundo da Moda e os
reflexos por ele ocasionados na sociedade em que vivemos.
Nos últimos anos presenciamos uma crescente na instituição de cursos
superiores relativos à área de Moda e com eles a formação de acervos criados
especificamente para o desenvolvimento de suas pesquisas. Viu-se formada a
necessidade de tratamento da informação direcionada aos pesquisadores da Moda,
não somente enquanto tendência de estilo, mas também na categoria de objeto de
arte e importante instrumento de reflexão social.
Ao iniciarmos uma pesquisa sobre o empreendimento prático de iniciativas
que atuam com acervos de indumentária, notamos a escassez de produção
acadêmica no sentido de relacionar o contingente informacional gerado pela área de
Moda e o seu devido tratamento. Foi então que surgiu nossa motivação em
desenvolver tal estudo, propondo a ideia de viabilidade da representação descritiva
de objetos de Moda utilizando-se os modelos de catalogação já existentes.
No decorrer deste trabalho, mostraremos que através de uma análise mais
detalhada dos modelos de catalogação, criados para a organização da informação, é
possível realizar uma descrição que possibilite a recuperação da informação e
apresente resultados específicos da representação descritiva, como também
referentes à contextualização dos objetos em um determinado meio. Estudantes,
professores e profissionais teriam, finalmente, a possibilidade de consultar os
catálogos online de instituições especializadas e, através de suas bases de dados,
teriam maior facilidade para o desenvolvimento de estudos que permeiam o campo
das Artes, bem como compor suas criações estilísticas.
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Neste Trabalho de Conclusão de Curso pretendemos mostrar aos
profissionais da informação que a área de Moda tem se apresentado como mais
uma oportunidade para o desenvolvimento de nossas práticas de organização, para
que tais objetos sejam passíveis à pesquisa, estando disponíveis em formato
tridimensional ou apresentados através de reproduções artísticas.
Temos à nossa frente uma área praticamente inexplorada, que deve ser
estudada, analisada e submetida às práticas de descrição documental para o
aprimoramento dos modelos de catalogação já existentes. Enfim, trata-se de um,
ainda inédito, campo de ação que nos convida a utilizar mecanismos de
representação descritiva para possibilitar o desenvolvimento e expansão da
pesquisa de objetos de Moda.
2 METODOLOGIA
Para a realização dos objetivos acima listados foi inicialmente desenvolvido
um levantamento bibliográfico acerca da catalogação e seus modelos, sejam esses
referentes à representação descritiva de objetos considerados tradicionais, como
livros, sejam os modelos especificamente desenvolvidos para o tratamento de
objetos tridimensionais, o propósito deste trabalho.
Também realizamos uma pesquisa bibliográfica sobre a história da Moda
para melhor entendimento de sua posição enquanto área não apenas pertencente,
mas atuante, do universo das Artes, para então confrontarmos os dois campos e
atingirmos nosso objetivo principal, a saber: apresentar a indumentária como
instrumento de pesquisa.
Tais levantamentos foram desenvolvidos em Instituições de Ensino Superior
(IES) que possuem Graduação em Biblioteconomia e, portanto, apresentam grande
quantidade de material de cunho relevante, suficiente para o embasamento teórico
necessário à introdução de nosso tema.
Sendo assim, destacamos que para o levantamento bibliográfico da área
biblioteconômica, foram pesquisados os materiais existentes nas bibliotecas
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universitárias da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP)
e da Escola de Comunicações e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo (USP).
Quanto às pesquisas de Moda, consultamos os materiais de algumas
bibliotecas universitárias escolhidas aleatoriamente, por intermédio de indicações de
pesquisadores, estudantes e professores que já usufruíram de seu conteúdo, sendo
elas: Faculdade Santa Marcelina (FASM), Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial (SENAC), Centro Universitário de Belas Artes de São Paulo e
Universidade Anhembi Morumbi.
Além das bibliotecas universitárias supracitadas, também consultamos o
acervo bibliográfico e iconográfico pertencente ao Museu de Arte de São Paulo
Assis Chateaubriand (MASP), que nos proporcionou um importante embasamento
teórico para a contextualização da Moda enquanto Arte.
Após o levantamento dos dados necessários para o entendimento e
contextualização dos temas escolhidos, analisamos alguns catálogos on-line de
instituições que detém acervos de Moda, para averiguarmos qual o nível de
detalhamento das informações inseridas em suas bases de dados.
Essa etapa nos forneceu material para a indicação do tipo de descrição que
deve ser realizada pelas instituições que catalogam ou desejam catalogar materiais
de Moda, atentando não somente ao pleno atendimento do usuário, como também
aos seus objetivos institucionais.
Tais indicações foram exemplificadas ao empreendermos a representação
descritiva de alguns objetos de Moda, utilizando diferentes modelos de catalogação
dispostos em quatro grupos. Cada grupo contém modelos classificados de acordo
com a equivalência de sua tipologia, distribuídos entre normas, regras, formatos e
metadados, escolhidos a partir de seu potencial de catalogação geral ou específico,
aplicados a objetos de Arte.
A composição dos modelos entre os grupos se deu da seguinte forma:
Grupo 1 (normas): NRB 6023;
Grupo 2 (regras): AACR2 e CCO;
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Grupo 3 (formatos): MARC21 e UNIMARC;
Grupo 4 (metadados): DC, CDWA Lite, MODS e VRA.
A partir da delimitação das combinações dos modelos de catalogação para a
formação dos grupos de análise, escolhemos as imagens que retrataram as peças
de roupa na etapa da representação descritiva. Para demonstrar a abrangência
possível desse tipo de catalogação, procuramos atender a diversas tipologias de
suporte de expressão artística, escolhendo como amostragem peças de roupa que
estivessem contidas em um filme cinematográfico, uma pintura, uma escultura e uma
fotografia, os quais:
Grupo 1: Filme cinematográfico intitulado Maria Antonieta, dirigido por Sofia
Coppola;
Grupo 2: Pintura intitulada As meninas de Cahen d’Anvers, pintada por Pierre-
Auguste Renoir;
Grupo 3: Fotografia sem título de Marilyn Monroe, capturada por Milton R.
Krasner;
Grupo 4: Escultura intitulada Bailarina de 14 anos, esculpida e adornada por
Edgar Hilaire Germain Degas.
Cada reprodução artística teve uma peça de roupa destacada para o
empreendimento da catalogação, realizada a partir da combinação dos grupos
listados. Por exemplo, o quadro As meninas de Cahen d’Anvers, pintado por Pierre-
Auguste Renoir, teve o vestido azul escolhido para a descritiva.
Neste exemplo, a peça selecionada foi explicada e contextualizada ao leitor,
para que o entendimento da catalogação seja satisfatório. Em alguns casos, foram
apresentadas imagens variadas do mesmo objeto, com a finalidade de proporcionar
um entendimento mais amplo.
Ao final desses processos, realizados com os quatro grupos, empreendemos
uma análise a partir do resultado da catalogação da indumentária apresentada,
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instruindo possíveis e adequadas utilizações dos modelos expostos, de acordo com
a tipologia das instituições, seus interesses e cunho de seus acervos.
3 CATALOGAÇÃO E SEUS MODELOS
Por se tratar de uma atividade técnica específica da área de representação
do conhecimento, a catalogação em seu processo histórico se confunde com a
própria história das bibliotecas.
Com o início das pesquisas acerca de seu desenvolvimento, percebemos
que para compreender o surgimento do que atualmente denominamos de
catalogação, devemos remontar às bibliotecas da Antiguidade, que já apresentavam
uma preocupação com a forma de disponibilizar a informação aos seus
frequentadores.
Nelas encontravam-se trabalhadores que assumiam a responsabilidade de
organizar os estudos ali reunidos, tarefa que já denotava alguns indícios das
atividades típicas de catalogação, empreendidas pelos bibliotecários
contemporâneos.
A catalogação, desde aquela época, além de informar que o documento
existia, ainda fornecia ao pesquisador, primordialmente, os dados necessários para
a identificação de seu conteúdo, por meio do título, autoria e assunto, e apresentava
a sua localização, para o acesso e posse, estabelecendo o esperado encontro entre
usuários e documentos.
Diante de tal perspectiva, pode-se dizer que as bibliotecas de períodos
remotos já possuíam um sistema lógico de organização, em que os princípios
básicos da catalogação eram empreendidos e seus resultados disponibilizados de
forma sistematizada ao seu público.
Tais processos de descrição e divisão temática levaram as bibliotecas da
Antiguidade à criação dos catálogos, consagrados na Idade Média. Listas de obras
de bibliotecas medievais, como, por exemplo, uma de que se tem notícia
desenvolvida na Europa durante o século VIII, caracteriza-se em um tipo de
inventário, mas que ainda não apresentava uma ordenação clara das informações,
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provavelmente no que diz respeito à ordenação das obras nas estantes (SANTOS,
2009, p. 7).
Com o advento do Renascimento, enaltecendo os valores e modelos da
Antiguidade greco-romana, os estudos científicos, junto das artes, letras e
organização econômico-política ganhando destaque, favoreceram a evolução
catalográfica de suas bibliotecas, beneficiadas desse movimento.
É amplamente sabido que, com a invenção da tipografia, acelerou-se o ritmo
de produção bibliográfica e, por consequência, impulsionou os métodos de
organização das bibliotecas. Serrai afirma que, nesse momento histórico, as
bibliotecas cresceram rapidamente, em uma proporção que os antigos “sistemas
medievais de conservação dos livros em armários, arcas, estantes de tampo
inclinado, não são mais compatíveis com o número de livros impressos” (1975, p.
148). É nesse momento histórico que os sistemas de prateleiras são adotados,
motivo pelo qual a ordenação física dos documentos começa a ser repensada.
Com a evolução das discussões sobre as formas de registro criadas por
meio da divulgação de inúmeros estudos, dentre os quais os acima citados, o século
XVIII iniciou com a fixação de algumas regras de catalogação. Sobre esse novo
panorama Ortega afirma:
No século XVIII, mudou o objetivo do catálogo: este passou a ser desenvolvido para servir como um instrumento de busca, de modo que muitas das práticas citadas se impuseram. O contexto é o do desenvolvimento da pesquisa científica e das atividades de estudo que levou ao crescimento de bibliotecas na Europa (2009, p. 92).
As mais significativas foram: a apresentação dos catálogos em ordem
alfabética ou de classificação e não mais por ordem de tamanho dos livros ou
ordenação dos mesmos nas estantes; a entrada das indicações de autoria pelo
sobrenome; a tomada da página de rosto como fonte principal de informação;
inclusão dos dados de publicação das obras nos registros; o uso frequente de
remissivas e entradas analíticas.
O século XIX ficou conhecido pela Biblioteconomia como o período da
consolidação dos códigos de classificação. Panizzi deixou seguidores e em 1850,
um deles, Charles C. Jewett criou um novo código de catalogação, com melhorias
nas questões dos cabeçalhos de responsabilidades e obras anônimas para o
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Smithsonian Institution, nos Estados Unidos, tornando-se o primeiro teórico da
catalogação.
Já no século XX, com o início do desenvolvimento acadêmico da
Biblioteconomia no Brasil, houve a criação do Instituto Brasileiro de Bibliografia e
Documentação (IBBD), em 1954, com grande auxílio de Lydia de Queiroz Sambaquy
e Janice Monte-Mór.
Em 1967 houve a publicação da primeira edição das Anglo American
Cataloging Rules (AACR), um código de catalogação realizado pela ALA em
conjunto com a Canadian Library Association do Canadá e Library Association da
Inglaterra.
Largamente utilizado no Brasil dos dias atuais, a AACR teve sua primeira
publicação em língua portuguesa apenas dois anos após seu lançamento
internacional, em 1969. Mesmo ano da realização da paradigmática Reunião
Internacional de Especialistas em Catalogação (RIEC), ocorrida em Copenhague.
A última década do século XX no Brasil marcou o início dos esforços para o
desenvolvimento da cooperação entre as bibliotecas. Em 1992 houve a criação do
Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), considerada um marco para a
catalogação cooperativa no Brasil. Em seguida testemunhamos a reformulação do
projeto CALCO, em 1994, que se transformou na Rede Bibliodata, deixando de
utilizar o formato criado por Barbosa e passando a utilizar o USMARC.
Sobre o encerramento desse produtivo período histórico para a
Biblioteconomia, as autoras Mey e Silveira afirmam:
O século XX termina com a publicação dos FRBR e com uma catalogação revigorada por estudos e descobertas que aproximam o usuário do registro bibliográfico. Para aqueles que pensavam estar falecida e enterrada a “velha senhora” catalogação, substituída pelos avanços tecnológicos, esta se desenvolve no século XXI, bem ao contrário, cada vez mais renovada e cheia de possibilidades (2009, p. 89).
É nesse momento histórico que está contextualizado o tema desta pesquisa.
O grande desafio imposto nesta geração é o desenvolvimento de nossa capacidade
na diferenciação das regras, formatos, metadados, analisar e divulgar sua
importância para o avanço e consolidação da Biblioteconomia enquanto área
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detentora dos meios teóricos e metodológicos de controlar a torrente de dados
gerados na, consensualmente reconhecida, Era da Informação.
Com o desenvolvimento da prática de catalogação, descrita brevemente
acima, os profissionais da área biblioteconômica começaram a formalizar as regras
passíveis de uso, sempre visando à universalização na entrada de dados. E os
catálogos foram um significativo instrumento para a criação desses modelos, pois
por eles pôde-se observar como as informações contidas em uma obra são
transmitidas aos seus usuários.
Rosetto afirma que “independentemente da forma de sua apresentação
física, o catálogo tem sido reconhecido como a coluna vertebral de uma unidade de
informação” (2002, p. 489) e nesse contexto o controle efetuado representa tarefas
de sistematização da informação que se refletem na geração de serviços aos
usuários.
Entretanto, tal sistematização só foi possível com a criação de modelos
descritivos que representem a fonte e permitam sua identificação, pelo emprego da
catalogação, na categoria de mediadora do conhecimento produzido.
Afirma-se, dessa maneira, a importância da adoção de padrões fixos para a
evolução da representação descritiva na Biblioteconomia que, com desenvolvimento
paralelo às novas tecnologias, apresentam-nos outros conceitos, denominados por
Rosetto como “modelos normativos para a automação da informação”.
Com o desenvolvimento de tecnologias de informação e comunicação mais sofisticadas, novas formas para estruturar e disponibilizar a informação eletrônica estão sendo possíveis para o acesso através da internet. A edição e transmissão da informação nesses novos suportes são elaboradas com a adoção de normas, incluindo a utilização das já existentes e atualizadas para esse fim, e que, ao mesmo tempo, geram registros bibliográficos para as bases de dados, como por exemplo, o MARC 21. Paralelamente, outros padrões de formatos estão sendo elaborados para possibilitar novas formas de estruturação e descrição de recursos de informação em suporte digital, nos mais variados aspectos. Esses formatos estão sendo designados como metadados, e já constituem um grande conjunto de normas aplicáveis à gestão da informação (ROSETTO, 2002, p. 489, grifo nosso).
Alguns termos começaram a surgir na base da representação descritiva, tais
como norma, regra, formato e metadado. As normas designam um padrão
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estabelecido de forma incisiva, um modelo que se instituiu seguir, exemplificado em
nosso trabalho por intermédio da Norma Brasileira 6023 (NBR 6023).
Já as regras, segundo descrição no Houaiss, constituem-se em uma
“fórmula que indica o modo apropriado”, algo que tenha sido determinado como um
critério a ser seguido (HOUAISS ELETRÔNICO, 2009). Difere-se da norma no
campo da Biblioteconomia, por apresentar um caráter facultativo em relação à
primeira, ou seja, a norma pode ou não ser seguida por possuir um caráter
facultativo, enquanto a regra uma vez que adotada deve ser estritamente seguida.
Com a consolidação de tais determinações combinadas aos avanços
tecnológicos, a Biblioteconomia partiu para discussões mais específicas,
condicionando a posição em que as informações deveriam ser apresentadas em um
catálogo. Criaram-se então, a partir das regras já formuladas, modelos
automatizados para a representação da informação em formato legível por
computador, ou seja, os formatos.
Nesse caminho, atingimos um grau de padronização suficiente para o
empreendimento da catalogação cooperativa de registros bibliográficos. No entanto,
a tecnologia não parou de evoluir e as informações em recursos web apresentam
atualmente um novo paradigma aos profissionais da informação.
O tratamento e recuperação de tais informações culminaram no
aprimoramento dos formatos de catalogação e possibilitaram a criação do que
denominamos de metadados. Estes obtiveram especial atenção com a
popularização do uso da internet e a descoberta da facilitação de suas ferramentas
no campo dos serviços, em especial para os profissionais da informação. Com o
aumento das publicações eletrônicas e a criação dos repositórios e bibliotecas
digitais, os metadados adquiriram grande importância, motivo pelo qual o número de
pesquisas sobre o tema não para de crescer.
Entendemos, portanto, que a diferença básica entre normas, regras,
formatos e metadados se constitui em sua própria evolução histórica e, por
consequência, conceitual. A padronização pensada no início da história da
catalogação foi consolidada através da criação e constituição das normas e regras,
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que se transformaram na base para a criação dos formatos e metadados
desenvolvidos posteriormente.
Os formatos, por sua vez, foram criados para atender a necessidades
específicas de automação e intercâmbio de informações, com o compartilhamento
de registros via computador, enquanto que os metadados são empregados para
atender as necessidades surgidas com a formação do ambiente digital.
No presente trabalho, optamos por denominar as normas, regras, formatos e
metadados utilizados para o empreendimento de nossas aplicações, como modelos
de catalogação. E os modelos escolhidos por nós para a aplicação no recurso foram:
NBR 6023, AACR2, CCO, MARC 21, UNIMARC, DCMI, CDWA Lite, MODS e VRA.
4 MODA E SEUS OBJETOS
Apesar de parte do senso-comum ainda considerar a Moda como uma
frivolidade, significativa parcela da comunidade acadêmica começa a compreendê-la
como um importante fator para o entendimento de nossas relações sociais.
Discussões significativas remontam o surgimento da Moda como
reconhecida característica de status ao século XIV, ocasião em que a sociedade
teria transposto a percepção da indumentária como mera necessidade de
encobrimento do corpo por pudor, atribuindo-lhe significados de expressão
econômica, representação institucional e social.
Pollini advoga essa ideia ao dizer que,
Embora tenham sido encontradas agulhas feitas de marfim, usadas para costurar pedaços de couro, que datam de cerca de 40.000 a.C., ou mesmo evidências de que o tear foi inventado há cerca de 9.000 a.C., só podemos pensar em moda em tempos muito mais recentes. Ela se desenvolve em decorrência de processos históricos que se instauram no final da Idade Média (século XIV) e continuam a se desenvolver até chegar ao século XIX. E é a partir do século XIX que podemos falar de moda como a conhecemos hoje (2007, p. 16).
A autora ainda sustenta a tese de que a moda está mais relacionada ao
conjunto de fatores que compõem o funcionamento de um sistema social, do que
com a roupa propriamente dita. Justifica seu ponto de vista a partir da análise da
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mudança de pensamento dos indivíduos, ocorrida entre o final da Idade Média e
início da Renascença (POLLINI, 2007).
Tais readequações no pensamento coletivo característico desse período
foram: o questionamento do homem sobre o domínio de Deus; o enfraquecimento da
divisão social entre clero, nobreza e plebe; a ideia de realização pessoal surgida
com o desenvolvimento tecnológico provocado pela burguesia; e o advento do
individualismo.
Esses fatores, principalmente o individualismo, ocasionaram orgulho nos
indivíduos em ostentar algo que representasse seu novo modo de pensar, refletido
diretamente por meio das roupas utilizadas. Assim, o que as pessoas consideradas
da alta sociedade vestissem, transformava-se automaticamente “Moda" entre todos
os demais que podiam segui-lo. Mecanismo de afirmação social que continuamos a
adotar nos dias atuais.
Séculos mais tarde, eclodiu outro evento histórico marcante para a Moda. A
Revolução Francesa acabou com a restrição de uso de determinadas roupas por
parte dos menos abastados financeiramente. Tal restrição sempre havia existido
como forma de delimitação de classes através da vestimenta.
Ao ser inserida no universo capitalista, a Moda passou a apresentar na
prática o que Pollini descreveu no parágrafo anterior, traduzindo nas tendências o
desejo individualista de seus primeiros consumidores, que arrastam multidões
ansiosas a fazer parte dessa estratificação social tida de maneira generalizada como
“melhor”.
Nessa inédita relação dos indivíduos com a produção de tais artigos, os
costureiros, figurinistas e depois os estilistas passaram a criar não só para o deleite
do consumo, mas também para a contemplação, confeccionando verdadeiros
acervos, alguns, inclusive, expostos em museus de nossa atualidade.
Chegamos a um ponto crucial para o entendimento do mundo da Moda
como atualmente o conhecemos, onde a figura do estilista é o ponto central na
exploração das tendências, produzindo roupas em grande escala para alimentar o
ímpeto consumista da civilização a qual somos conviventes.
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Entretanto, nem toda vestimenta produzida hoje está totalmente direcionada
única e exclusivamente ao consumo. Os estilistas apresentam suas coleções
através de desfiles cada vez mais performáticos, onde as roupas expostas não são
exatamente as que encontraremos nas vitrines das lojas, mas sim uma amostra de
suas criações personificadas em objetos-arte, ou como preferimos dizer, “obras
vestíveis”.
Diante da estruturação da área de Moda que se formou a partir do século
XIX, com a criação do estilista enquanto profissional e membro centralizador do
circuito fashion e sua consolidação no decorrer do século XX, vimos a Moda ser
reconhecida enquanto instrumento pertencente ao campo das Artes.
É importante destacar que entendemos por objeto de Moda a peça de roupa
em si, esteja ela representada fisicamente, pelos tecidos e outros materiais que a
compõe, ou pictoricamente simulada em um suporte iconográfico, como pinturas,
fotografias e esculturas.
Ainda que nossa pesquisa não compreenda a etapa de expressão artística
da Moda, sua compreensão é de fundamental importância para a construção do
significado da roupa enquanto objeto social, utilizado e recriado, além dos estilistas,
pelos demais profissionais do campo das Artes, tais como pintores, fotógrafos,
escultores, cineastas etc.
A profusão de tal profissão fez com que a Moda passasse a condição de
manifestação artística, incitando a criatividade além do âmbito da costura. Müller diz
que "segundo as épocas e seu intérprete – artista ou estilista –, será tanto a
expressão de uma ideologia quanto a crítica de uma sociedade ou o reflexo de uma
confusão de gêneros" (2000, p. 4).
Novamente vemos o artista da Moda como elemento crítico da sociedade,
refletindo o movimento social que percorremos e traduzindo momentos históricos
através das roupas que escolhemos utilizar. O autor ratifica tal ideia dizendo que "o
vestuário deve reposicionar o indivíduo no espaço urbano favorecendo a
comunicação entre os cidadãos" (MÜLLER, 2000, p. 6).
Criador da representação do que não é formalmente declarado, o estilista,
manifesta nosso entendimento tácito do movimento social quando o condensa em
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uma coleção de roupas que, por sua vez, retorna à sociedade como forma de
tradução da estética e desejos presentes em um determinado período de tempo.
5 APLICAÇÕES NO RECURSO
Para o empreendimento das aplicações dos modelos de catalogação nos
recursos escolhidos, ou seja, os objetos de Moda analisados e por nós entendidos
como significativos para o entendimento de nossa sociedade, apresentamos a seguir
como foi realizada a escolha dos modelos e das imagens.
Os modelos de descritiva foram escolhidos de acordo com sua relevância
para a história da Biblioteconomia, bem como sua importância para o tratamento de
tais objetos, optando-se por aqueles que foram criados especificamente para
acervos de Artes, além dos modelos tradicionais já consagrados.
Já para as peças de roupa, a escolha se deu pela singularidade ou
importância, tanto da vestimenta em si, quanto de sua representatividade no
contexto artístico e/ou social.
Agora que já apresentamos as duas áreas que compreendem nosso estudo,
a Biblioteconomia e a Moda, e também construímos um panorama dos modelos de
catalogação aplicáveis ao objeto escolhido, apresentaremos a aplicação do AACR2
presente no Grupo 2 como forma de exemplo de representação descritiva de
indumentária.
A aplicação dos demais modelos e grupos descritos no item Metodologia
poderá ser consultada na íntegra diretamente no Trabalho de Conclusão de Curso
(TCC) de mesmo nome deste artigo, disponível no acervo da Biblioteca da
Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).
O Grupo 2 apresenta o padrão AACR2, escolhido para a representação
descritiva do vestido azul, presente na pintura As meninas de Cahen d’Anvers, ou
como é mais conhecida, Rosa e Azul, de Pierre-Auguste Renoir.
Encomendado no ano de 1881, pelo banqueiro Louis Raphael Cahen
d'Anvers, pai das meninas Alice e Elisabeth Cahen d'Anvers, retratadas na pintura
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que se tornou um ícone da História da Arte, hoje o quadro nos servirá de base para
descrever os costumes de vestimenta da aristocracia francesa do final do século
XIX.
Conforme a reprodução aqui apresentada do quadro, podemos refletir sobre
o processo de discernimento do tipo de tecido utilizado para a construção do vestido.
Informações como a existência de camadas distintas de tecido para a composição
do volume da saia; o tipo de rendas e babados utilizados para adornar o busto; a
existência de forros nas mangas longas e se a fita que marca a cintura trata-se de
um adereço ou parte fixa do conjunto, são exemplos de dados importantes a serem
levantados na pintura, para a efetivação de uma catalogação satisfatória da
indumentária apresentada.
Iniciamos essa descritiva
com a aplicação das regras do
AACR2 ao vestido azul,
apresentado na imagem
apresentada. Largamente
difundido e caracterizado
enquanto um conjunto de regras
para a elaboração de registros, o
AACR2 se tornou o código de
catalogação de maior utilização
no Brasil, desde sua tradução,
ocorrida no início da década de
1980.
Considerando que suas
áreas já foram devidamente
identificadas no tópico 5.1.2 deste
trabalho, apresentaremos a seguir
um quadro com a aplicação de
suas regras ao vestido escolhido: Fonte: Museu de Arte de São Paulo.
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Conforme observamos no quadro acima, o AACR2 possibilita ao bibliotecário
o empreendimento da representação descritiva de objetos de Moda, nesse caso um
vestido, tanto quanto a um documento bibliográfico. A área de notas se apresenta
V655 [Vestido azul] [objeto] – Paris, 1881. 1 vestido : tecidos rendado, transparente e acetinado : branco e
azul ; tamanho médio infantil.
Analise de vestido infantil a partir da pintura de Pierre-Auguste Renoir. (Nota natureza e abrangência)
Título atribuído pelo catalogador. Pintura realizada por Pierre Auguste Renoir. (Nota de indicação de
responsabilidade)
O quadro "As meninas de Cahen d'Anvers", conhecido como "Rosa e azul", pintado por Renoir em 1881 foi encomendado pelo banqueiro Louis Raphael Cahen d'Anvers, pai das meninas Alice e Elisabeth Cahen d'Anvers, que aparecem no quadro. A família do banqueiro não havia gostado do resultado e o quadro o que provocou seu esquecimento e somente muitos anos depois sendo redescoberto. A obra pertence atualmente ao acervo permanente do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) desde que foi adquirida pelo próprio Chateaubriand. (Nota de edição e histórico)
Vestido confeccionado em tecido rendado azul com babados em tecido transparente branco sobreposto. No corpete predomina a renda azul com decote rente ao pescoço. As mangas compridas são confeccionadas em tecido transparente branco formando babados nos punhos. A cintura é marcada por uma faixa em tecido acetinado azul que vai até o quadril seguido de três camadas de babados em tecido transparente branco formando sobre saias e dando volume ao conjunto. A imagem é uma reprodução da pintura “As meninas de Cahen d’Anvers” de 1881, realizada com a técnica de óleo sobre tela e mede 119 x 74 cm. (Nota de descrição física)
Resumo: Indumentária extraída da pintura encomendada ao artista Pierre-Auguste Renoir no ano de 1881, que retrata a imagem em corpo inteiro de duas meninas em vestido de festa. Uma com o vestido na cor rosa e a outra em azul. A pintura possibilita observar a estrutura e a textura dos tecidos empregados na indumentária.
1. Indumentária feminina 2. Indumentária infantil 3. Vestido rendado 4. Vestimenta feminina - França - Século XIX 5. Renoir, Pierre-Auguste, 1841-1919
CDD - 391.2 CDU - 687.122
“O texto em sobrescrito corresponde ao enunciado da área 7 do Capítulo 10 do AACR2”
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como um importante elemento para tornar o registro mais completo o quanto for
possível, sem omitir a informação de origem da peça analisada.
Indicamos o uso do AACR2 para instituições que possuem acervos mistos,
ou seja, onde são encontrados objetos de Moda juntamente a documentos
bibliográficos, multimeios e demais tipologias que possam interessar.
A descrição minuciosa do AACR2 permite ao bibliotecário descrever de
maneira satisfatória tanto os livros, periódicos, CDs e DVDs de um acervo tido
atualmente como tradicional, assim como vestidos, calças, camisas e outras peças
de roupa encontradas em coleções especializadas.
Os elementos reproduzidos nas fichas catalográficas geradas pelo AACR2,
produzem informações padronizadas, passíveis de intercâmbio quando inseridas em
meio automatizado, podendo também gerar listas de termos que facilitem o ato da
pesquisa.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O interesse ao tema dessa pesquisa surgiu diante da dificuldade encontrada
em pesquisar artigos de Moda, como itens de vestimenta, adornos e calçados, para
o desenvolvimento de um trabalho acadêmico para a disciplina de Tratamento e
Organização de Recursos Eletrônicos, durante o presente curso.
A partir de então, dado o incentivo recebido para efetivar um estudo sobre a
indumentária enquanto material passível de ser catalogado iniciou-se o esforço de
pesquisa nesse sentido. De natureza engajada, mas respeitando os preceitos
científicos de teste, averiguação e análise dos resultados, o que se tentou ao longo
das páginas desta monografia foi apresentar formas de tornar metadados existentes
elegíveis em instituições de ensino que ofereçam cursos na área de Moda. Com
amostragens diversas, distintas entre si e eventualmente inusitadas, esperamos ter
demonstrado as possibilidades de empreender a representação descritiva dos
mesmos materiais, utilizando as diversas técnicas bibliotecárias já empreendidas em
materiais tidos como tradicionais.
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Ao iniciarmos os estudos concernentes a este tema, especificamente
durante a construção do pré-projeto, percebemos também a necessidade de
introduzir a Moda enquanto área científica e de relevância social, no lugar de apenas
realizarmos o levantamento dos modelos de catalogação possíveis a aplicação em
indumentária, o que aumentou significativamente a responsabilidade da realização
desta pesquisa.
Dessa forma, com a consolidação deste trabalho, etapa inicial de uma
pesquisa que continuará, pretendemos ir além da mera contribuição empreendida
até então na literatura disponível sobre esse tema, incentivando os demais
profissionais de ambas as áreas, Biblioteconomia e Moda, a produzirem estudos
para, a partir desses, propor novas perspectivas e soluções a essa vertente que se
encontra em franco desenvolvimento, inclusive nos círculos acadêmicos.
A Moda, enquanto disciplina que adquire cada vez mais visibilidade nas
relações econômicas, encontra também maiores chances de expandir-se no
mercado educacional, com a profissionalização dos agentes que movimentam seus
negócios.
Mais que um território de mero comércio, no século XXI a Moda disputa
espaço para se consolidar enquanto área do Conhecimento. Sendo assim, não pode
ser renegada pelos profissionais da informação enquanto detentora de documentos
e artefatos tão valiosos e contributivos à pesquisa direcionada à reflexão de nosso
passado e desenvolvimento de nossa atualidade.
Ao final desta, e demais análises encontradas na íntegra do referido
trabalho, constata-se que os objetos de Moda são passíveis de catalogação em
qualquer modelo apresentado, seja ele uma norma, regra, formato ou metadado.
Enquanto profissionais da informação, temos a oportunidade de aplicar nossos
conhecimentos específicos e desenvolvidos há tanto tempo em acervos
bibliográficos, também às roupas e seus acessórios.
Sem a necessidade de criar novos modelos, o que por si já representa um
ganho inestimável de tempo, bastaria-nos somente à implantação da prática de
catalogação de indumentária para a detecção de possíveis ajustes na padronização
da descritiva.
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REFERÊNCIAS
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