Museu de Arte Murilo Mendes

UFJF/MAMM2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAPRÓ-REITORIA DE CULTURA

“Às margens de um rio afl uente, de águas pardas, o Paraibuna [...]” (MENDES), numa casa situada à Rua Direita, número 4, em Juiz de Fora, Minas Gerais, a 13 de maio de 1901, nasce o poeta Murilo Monteiro Mendes. O menino que “queria descoroar imperadores” (MENDES) cedo percebeu seu acercamento com poesia, quando da passagem do Cometa de Halley, em 1910. Anos depois, em 1917, no Teatro Munici-pal do Rio de Janeiro, presenciou Nijinsky dançar, o que consti tui seu segundo marco da defl agração poéti ca, segundo o próprio Murilo. Aos 19 anos, inicia sua atuação literária escrevendo crônicas no diário in-dependente juiz-forano A Tarde sob os pseudônimos MMM e De Me-dinacelli.

Transfere-se, em dezembro de 1920, para o Rio de Janeiro, tornando-se arquivista na Diretoria do Patrimônio Nacional do Ministério da Fazenda, onde conhece Ismael Nery. Na década de 20, colabora com diversas revistas modernistas. Publica, em 1930, por iniciati va de seu pai, Onofre Mendes, o livro Poemas: 1925-1929, considerado por Ma-rio de Andrade como “historicamente o mais importante livro do ano”, confi rmação que se dá pela obtenção do Prêmio de Poesia da Funda-ção Graça Aranha. Ainda que considerado, no futuro, como pouco re-presentati vo no conjunto de sua obra, o poeta lança o livro de poemas-piada História do Brasil (1932). Em 1934, o falecimento de Ismael Nery, pintor, poeta e fi lósofo, amigo por quem Murilo nutre grande admira-ção, devolve-o ao catolicismo das suas origens. Com colaboração de Jorge de Lima, seu mais dileto amigo depois de Ismael Nery, publica

Murilo Mendes

Tempo e eternidade (1935), no qual fi xa esteti camente o catolicismo. Outras publicações se sucederão: O sinal de Deus (1936), A poesia em pânico (1938), O visionário (1941), As metamorfoses (1944), Mundo enigma (1945) e Poesia liberdade (1947).

Realiza sua primeira viagem à Europa, em 1952, e inicia amizade com André Breton, René Char, Camus, Magritt e e outros. Entre 1953 e 1956, o poeta ministra conferências em universidades na Bélgica e Holanda. Instala-se na Itália (1957), aos 56 anos de idade, contratado pelo Departamento Cultural do Itamaraty para ministrar aulas de Estu-dos Brasileiros na Universidade de Roma. Publica, em 1959, Siciliana, texto bilíngue traduzido por G. Ungaretti , e, em 1965, Italianíssima: 7 murilogrammi. O poeta retorna às suas origens no livro A idade do ser-rote, escrito entre 1965 e 1966, publicado em 1968. Recebe o Prêmio Internacional de Poesia Etna-Taormina, em 1972, e, neste mesmo ano,

após 17 anos de ausência, retorna ao Brasil em visita. Por iniciati va do Conselho Estadual de Cultura de São Paulo, sai a primeira série do livro Retratos-relâmpago (1973); a segunda série seria publicada no ano da morte do poeta.

Murilo Mendes veraneava em Portugal, na casa de seu sogro Jaime Cortesão, quando, em 13 de agosto de 1975, acometi do por uma ful-minante síncope cardíaca, falece em Lisboa, cidade descrita em seu livro Janelas verdes (1989) como “consabidamente bela”.

O “peregrino europeu de Juiz de Fora”, assim nomeado por Carlos Drummond de Andrade, parti u resignado ante a fatalidade do desti no anunciado no poema “Memória”: “Nasci nu. // Quando eu vim me sussurraram: / ‘Adeus, desde já adeus’”. Encantou-se, diria Guimarães Rosa.

2. A moral é a filosofia do instinto de conservação. 6. O difícil não é encontrar a verdade: é organizá-la. 22. Os artistas pensam que sabem. Os cientistas não sabem que não sabem. Os santos sabem que não sabem. 38. Os pássaros sentem-se bem no ar, os peixes sentem-se bem na água: os homens não se sentem bem na terra. 88. O homem, que tem no amor seu princípio, deve necessariamente ter nele seu fim. 99. A vida separa muito mais do que a morte. 101. O Cristo é metteur-en-scène do mundo. 120. A poesia é a teoria dos homens e a prática dos deuses. 159. A poesia é a realidade; a imaginação, seu vestíbulo. 179. Um pintor pinta até o fim de sua vida um único quadro, um poeta escreve um único poema, etc. O homem sempre disse a mesma coisa desde o princípio. 195. A poesia é a transubstanciação do leigo no sa-grado, do particular no universal, do humano no divino. 210. O olhar do poeta é vastíssimo: só ele percebe os inumeráveis crimes contra a Poesia. 286. Viver a poesia é muito mais necessário e importante do que escrevê-la. 372. A memória é uma construção do futuro, mais que do passado. 492. Deus suporta tudo do homem, exceto o desamor. 544. O homem aspira o bem e respira o mal. 597. O poeta é escravo e senhor do poema. 644. O poeta não quer ser governado nem governa-dor. 754. O homem é um ser futuro. Um dia seremos visíveis.

Reflexões

(MENDES, Murilo. O discípulo de Emaús. In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994)

Herança do poeta à sua cidade natal, o Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM), pertencente à Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), abriga a biblioteca e a coleção de artes visuais do escritor. Sua origem remete a 1976, quando, numa ati tude de generosidade, após o faleci-mento do poeta no verão de 1975, em Lisboa, sua viúva Maria da Sau-dade Cortesão Mendes doou sua biblioteca com 2.864 exemplares à universidade, que a abrigou no Centro de Divisão do Conhecimento até 1994, ano de celebração do termo de contrato de transferência para a universidade do acervo de artes visuais de Murilo, integrado por 150 obras de arti stas nacionais e estrangeiros.

Estes dois relevantes acervos, em 1994, possibilitaram à UFJF, con-forme condição e desejo de Maria da Saudade, criar, no anti go prédio da Faculdade de Filosofi a e Letras, situado à Avenida Rio Branco, Alto dos Passos, espaço geográfi co da infância do poeta, o Centro de Estu-dos Murilo Mendes, que, em 2005, originou o MAMM, situado num prédio de arquitetura moderna, anti ga Reitoria.

Além de inventariar as coleções do escritor, o MAMM busca em seu objeti vo ampliar a compreensão do diálogo do poeta com o universo das artes, assegurando conti nuidade e expansão da riqueza do legado muriliano.

O desenvolvimento de estudos e ações cientí fi co-culturais acerca do ensino, pesquisa e extensão consti tui a missão do MAMM, norteada nos princípios de preservação, conservação e divulgação dos acervos bibliográfi cos, documentais e de artes visuais alocados na insti tuição; de promoção do intercâmbio entre insti tuições congêneres no âmbito de sua missão; de publicações resultantes de pesquisas e projetos cul-turais; de incenti vo às ações no campo da literatura e artes visuais; e de estabelecimento de políti cas de valorização da memória literária juiz-forana.

Ícone cultural da terra de Pedro Nava, ponte entre a academia e a co-munidade, O MAMM expressa movimento sinalizador de renovação constante de construção cultural, ao mesmo tempo em que celebra a convivência do poeta com o modernismo, recompondo as pegadas e sua biografi a.

MAMM

EspaçoO prédio do Museu de Arte Murilo Mendes, projetado pelo arquiteto Décio Bracher, com ampla fachada de vidro e linhas modernas que o tornam referência da arquitetura dos anos 60, abrigou, até 2005, a Rei-toria da UFJF. Situado no centro da cidade em uma área consti tuída de aproximadamente 2.200m², uti liza-se do princípio da planta livre, valo-rizando os elementos estruturais da obra, com vastos ambientes de-marcados por iluminação natural que harmoniza o espaço interno com o espaço externo do museu, defi nido por amplo jardim e elementos de esti lo próprios da arquitetura da época de sua inauguração (1966).

EstruturaVisando a assegurar suas políti cas norteadoras de sua missão insti -tucional, o MAMM apresenta uma estrutura funcional composta por órgãos deliberati vos e consulti vos e órgãos administrati vos. O Conse-lho Curador e o Conselho Técnico-Administrati vo e suas Comissões de assessoramento são instâncias com atuação defi nida por regimento. A Secretaria e os Setores de Museologia (Divisões de Museografi a e Expografi a), Preservação (Laboratório de Conservação e Restauração de Papel e Laboratório de Conservação e Restauração de Pintura e Es-cultura), Difusão Cultural (Divisões de Programação Cultural e de Ação Educati va), Biblioteca e Informação (Divisões de Acervo Bibliográfi co e de Arquivo), com atuação defi nida por regimento e normas internas, consti tuem órgãos administrati vos do museu.

Numa referência à memória da Universidade Federal de Juiz de Fora, preservou-se, da função anti ga do espaço (Reitoria), o gabinete do rei-tor.

BibliográficoA biblioteca do poeta Murilo Mendes, doada à Universidade Federal de Juiz de Fora, em 1977, por sua viúva Maria da Saudade Cortesão Mendes, compõe-se de 2.886 tí tulos e 3.008 exemplares que versam sobre literatura, religião, arte, história, fi losofi a, entre outros.

Alocada inicialmente no Centro de Documentação e Difusão Cultural da UFJF, a biblioteca foi removida, em 1994, para o Centro de Estudos Murilo Mendes, e posteriormente transferida, em 2005, para o Museu de Arte Murilo Mendes, compondo o Setor de Biblioteca e Informa-ção.

Outros acervos bibliográfi cos (João Guimarães Vieira [Guima], Arthur Arcuri, Gilberto e Cosett e de Alencar, Dormevilly Nóbrega, Cleonice Rainho) também integram o setor mediante um projeto de preserva-ção da memória literária e cultural de Juiz de Fora.

Acervo

ArquivoPertencente ao Setor de Biblioteca e Informação, o arquivo iniciou suas ati vidades a parti r da doação das correspondências entre o poeta Mu-rilo Mendes com familiares e intelectuais, além de documentos pes-soais, fotografi as e os referentes à sua produção. Consti tui-se também de acervo documental dos ti tulares das bibliotecas que integram o pro-jeto de preservação da memória literária e cultural da cidade.

A importância de doações de documentos garante sua preservação, conservação e disseminação; esti mula a pesquisa e permite entrever novos olhares sobre os escritores.

Acervo ArteA coleção do Museu de Arte Murilo Mendes espelha o poeta, eviden-ciando suas relações afeti vas, suas refl exões sobre a escrita, bem como a sua ati vidade de críti co de arte. De olhar aguçado para as manifesta-ções artí sti cas, Murilo, parti cipa ati vamente da cultura de sua época deixando um acervo de obras, algumas oferecidas e outras adquiridas por admiração. O acervo de artes visuais do poeta, transferido para a UFJF em 1994, consti tui o maior ingresso de arte internacional no país desde as doações de Assis Chateaubriand e Pietro Maria Bardi, sendo considerado, portanto, a maior coleção internacional de arte moderna no Estado de Minas Gerais. Na coleção de arte brasileira destacam-se: Ismael Nery, Guignard, Lívio Abramo, Porti nari, Flávio de Carvalho, Jorge de Lima, Athos Bulcão, Geraldo de Barros e outros. Na coleção estrangeira, fi guram nomes de notória importância na história da arte e no contexto do Modernismo como: Picasso, Braque, Miró, Max Ernst, Arp, Vieira da Silva, Arpad Szenes, Magnelli, Rouault, Severini, Chirico e James Ensor. A coleção traduz a capacidade do poeta de perceber o mundo a sua volta, atributo que o identi fi ca possuidor de um olho armado.

A Reserva Técnica abriga cerca de 300 obras da coleção de artes vi-suais do MAMM, entre pinturas, gravuras, desenhos, colagens e es-culturas de arti stas nacionais e estrangeiros. Por meio do patrocínio do “Programa CAIXA de Adoção de Enti dades Culturais”, em 2006, foi implementado o “Projeto de Ampliação da Reserva Técnica”, com a oti -mização dos mobiliários de armazenamento, implantação do sistema de climati zação e monitoramento ambiental, além da inserção de dis-positi vos de segurança. Os trabalhos desenvolvidos na Reserva Técnica integram-se ao programa de Conservação Preventi va da insti tuição em que se adotam medidas relati vas ao acondicionamento técnico, manuseio, remanejamento e transporte das coleções. A sistemati za-ção dos trabalhos desenvolvidos na Reserva Técnica busca, ainda, ofe-recer ao público pesquisador condições favoráveis de acesso, pesquisa e apreciação estéti ca.

Reserva Técnica

GaleriasTrês galerias de tamanhos diferenciados consti tuem os espaços expo-siti vos do MAMM, bati zados com nomes inspirados em tí tulos das o-bras de Murilo Mendes.

Localizada no térreo do museu, a Galeria Poliedro, espaço de câmara, de 12m², foi concebida para abrigar exposições de conceito inti mista, com tamanho e número restritos de obras, trabalhos mais frágeis em confi guração ou pequenos objetos de arte. Também situada no tér-reo, a Galeria Retratos-relâmpago, de 188,10m², por sua localização estratégica, acolhe mostras de conceito contemporâneo e de revisão histórica das artes visuais.

Ocupando um espaço de 247,97m², a Galeria Convergência, localizada no segundo pavimento, prioriza sua ação no acervo permanente do MAMM, contextualizando-o com a vida e a obra do poeta. Devido às suas especifi cações técnicas, recebe relevantes exposições de circula-ção nacional.

Galeria Convergência

Galeria Retratos-Relâmpago

Galeria Poliedro

preservaçãoO Setor de Preservação do Museu de Arte Murilo Mendes, consti tuí-do pelas divisões de Laboratório de Conservação e Restauração de Pa-pel e do Laboratório de Conservação e Restauração de Pintura e Escul-tura, tem por objeti vo planejar, organizar e supervisionar as ati vidades de conservação e restauração de bens culturais em suporte de papel, pintura de cavalete e escultura policromada, em consonância com os critérios estabelecidos pela Ciência da Conservação.

Uti lizando-se de procedimentos técnicos e metodologia cientí fi ca, os laboratórios promovem medidas que visam à estabilização ou ao re-tardamento do processo de deterioração das coleções, prolongando a vida úti l e qualidade de acesso às informações inerentes aos estoques informacionais do MAMM.

Os laboratórios possuem instalações e equipamentos técnicos aplica-dos aos processos de conservação e restauração de bens culturais tais como: diagnósti co, higienização, tratamento químico, reconsti tuição do suporte, reintegração estéti ca e acondicionamento técnico. São de-senvolvidos também melhoria das condições de manuseio e uti lização, técnicas de exibição das coleções e armazenagem do acervo alocado em Reserva Técnica, além de programas de treinamento profi ssional por meio de estágios supervisionados aos acadêmicos da UFJF.

O Setor de Preservação atua, ainda, no monitoramento das condições climáti cas das áreas compreendidas pela Reserva Técnica e pelos es-paços expositi vos, desenvolvendo ações de conservação preventi va do acervo alocado na insti tuição museológica.

História LiteráriaO projeto de preservação e conservação de acervos de escritores e intelectuais juiz-foranos tem como objeti vo principal a reunião de bibliotecas e arquivos pessoais que evidenciem a trajetória de vida e obra e sua contribuição à produção cultural da cidade e região. A parti r da organização e disponibilização desses acervos bibliográfi cos e docu-mentais, o MAMM cria condições para a pesquisa e preservação da memória literária.

Diálogos abertosProjeto de preservação da memória local a parti r de depoimentos de personalidades relevantes da história de Juiz de Fora em diversas áreas, através de entrevistas gravadas em áudio e vídeo, e publicadas em livros.

EditorialConcebido para assinalar a contribuição acadêmica e divulgar a produção do museu, o selo editorial UFJF/MAMM registra a constân-cia das refl exões apresentadas no âmbito dos seminários, pesquisa,

Projetos depoimentos e exposições referentes à produção perti nente à missão do Museu de Arte Murilo Mendes. O sucesso da ideia desta proposta editorial logo obteve coroamento no seu primeiro ato: a publicação do livro Ismael Nery e Murilo Mendes: refl exos; indicado, na categoria Teoria/Críti ca Literária, ao Prêmio Jabuti , em 2010.

Leituras temáti casEspaço desti nado à divulgação de investi gações de arte e cultura que promovam a transformação da realidade social através de palestras, workshops, seminários e lançamentos de livros.

MusicamammDifunde a diversidade e a intensa ati vidade musical produzida na ci-dade e na região. Comprometi do com qualidade estéti ca, apresenta diferentes concepções e infl uências musicais.

CinemammInsere a produção cinematográfi ca e suas diferentes propostas no es-paço do museu, através de ciclos de exibições de fi lmes e palestras, a parti r de determinados temas, oxigenando e, ao mesmo tempo, fo-mentando a discussão em torno de diversas produções.

Museu de Arte Murilo Mendes / [Organização] Universidade Federal de Juiz de Fora, Pró-reitoria de Cultura. Juiz de Fora: UFJF/MAMM, 2011.

39 p.: il. col.

ISBN 978-85-62136-03-0

1. Museu de Arte Murilo Mendes. 2. Arte – Museus- Inventário. I. Universidade Federal de Juiz de Fora. Pró-Reitoria de Cultura.

CDD: 708 CDU: 7.36(058)

M986

Copyright @ Museu de Arte Murilo Mendes, 2011

Universidade Federal de Juiz de Fora

Henrique Duque de Miranda Chaves Filho ReitorJosé Luiz Rezende Pereira Vice-reitor José Alberto Pinho Neves Pró-reitor de Cultura

Comissão Editorial MAMM Christina Ferraz Musse, Edimilson de Almeida Pereira, José Alberto Pinho Neves, Nelma Sandra Gonçalves Fróes, Sonia Regina de Miranda, Valéria Faria de Cristofaro, William Valentine Red-mond.

Catálogo Museu de Arte Murilo Mendes Coordenação editorial, José Alberto Pinho Neves. Projeto gráfico, Gabriel Rezende. Texto, Katia Dias, Aloísio Arnaldo Nunes de Castro. Revisão, Darlan Lula. Fotografia, Alexandre Dornelas. Ficha catalográfica, Alessandra Rodrigues.

[2011]Universidade Federal de Juiz de Fora Pró-reitoria de CulturaMUSEU DE ARTE MURILO MENDESRua Benjamin Constant 790, CEP. 36015-400, Juiz de Fora, Minas Gerais www.ufjf.br/mamm