centro integrado de estudos e pesquisas … partir da década de setenta iniciou-se estudos com a...
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CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM –
CIEPH
CURSO ESPECIALISTA EM ACUPUNTURA
VINICIUS RÖSLER GRINGS
ANALGESIA PRÉ-OPERATÓRIA EM CIRURGIA ODONTOLÓGICA
DE TERCEIRO MOLAR ATRAVÉS DE ELETROTERAPIA
ACUPUNTURAL
FLORIANÓPOLIS, NOVEMBRO DE 2009
VINICIUS RÖSLER GRINGS
ANALGESIA PRÉ-OPERATÓRIA EM CIRURGIA ODONTOLÓGICA
DE TERCEIRO MOLAR ATRAVÉS DE ELETROTERAPIA
ACUPUNTURAL
Trabalho de conclusão de curso
apresentado para obtenção do grau
de Especialista em Acupuntura no
Centro Integrado de Estudos e
Pesquisas do Homem - CIEPH
Orientador: Professor Marcelo
Fabian Oliva.
FLORIANÓPOLIS, NOVEMBRO DE 2009
VINICIUS RÖSLER GRINGS
ANALGESIA PRÉ-OPERATÓRIA EM CIRURGIA ODONTOLÓGICA
DE TERCEIRO MOLAR ATRAVÉS DE ELETROTERAPIA
ACUPUNTURAL
BANCA EXAMINADORA
Professor Marcelo Fabian Oliva, Esp
............................................................................................................
Professora Emiliana Domingues Cunha da Silva, Esp
............................................................................................................
Professor Cleto Emiliano Pinho, Esp
“Embora ninguém possa
voltar atrás e Fazer um novo
começo, qualquer um pode
começar agora e fazer um novo
fim”
Chico Xavier
AGRADECIMENTOS
Agradeço a esta força superior a quem chamamos de Deus, por fazer coisas
maravilhosas acontecer em minha vida. Mesmo no meio da angústia Deus me revivifica,
atendendo as minhas preces e fortalecendo a minha alma.
Aos meus pais Eva e Inácio que me deram o Dom da vida, a oportunidade da
realização desta especialização. Vocês são fontes eternas de inspiração e exemplo de caráter e
honestidade. Muito obrigado por compartilhar meus ideais, incentivar-me nesta jornada e
mostrar o caminho a ser seguido sem medo, vencendo todos os obstáculos. Com vocês tenho
certeza que nunca estarei sozinho.
Luísa, minha irmanzinha e companheirona. Seu carinho, carisma e afeto enchem
de alegria a minha vida. Quando ninguém mais esperava você chegou. Minha vida seria mais
vazia se não tivesse chego.
Christine, irmã que seguiu meus caminhos acadêmicos da Fisioterapia e acreditou
em meus sonhos, tornando minha sócia. Sua bondade, lealdade e companheirismo sempre me
inspiram. A minha sobrinha Maria Eduarda, que enche de alegria minha vida.
A minha irmã Aline, que mesmo longe a todo tempo se teve muito presente em
minha vida. Muito carinhosa, sempre acreditando e incentivando a crescer. Contigo fico mais
forte e corajoso.
Sheila, minha namorada e companheira que a todos os momentos se faz presente.
Pela sua atenção e compreensão nesta fase importante da minha vida. Ao teu lado me sinto
amado e uma pessoa melhor.
Quando temos amigos com quem podemos contar incondicionalmente, a vida se
torna mais bonita! Obrigado Lori, Lorenço e Mateus, meus irmãos de coração.
Ao meu amigo e colega Dr. Carlos Augusto de Souza que sempre incentivou e
ajudou a crescer dentro da Acupuntura.
Ao meu Orientador e mestre Professor Marcelo Oliva, que “embarcou” comigo
nesta pesquisa. Sem seus conselhos e orientações não seria possível construir este trabalho.
A todos os meus colegas de especialização, que de maior ou menor forma,
participaram desta caminhada.
Aos professores e funcionários do CIEPH, que com sua dedicação e competência
muito contribuíram nesta minha formação.
RESUMO
Acupuntura é uma modalidade terapêutica surgida na china a mais de 4500 anos e o interesse
nesta forma de tratamento tem sido cada vez mais crescente no ocidente. A partir da década de
setenta iniciou-se estudos com a eletro-acupuntura e um pouco mais recente o uso da eletro-
acupuntura para analgesia em cirurgia odontológica. A extração de terceiros molares inclusos
é uma prática cotidiana nos consultórios odontológicos. Observa-se que uma parcela da
população não podem ser submetidos ao uso de anestésico e a eletro-acupuntura surge como
uma modalidade terapêutica nova, mas que ainda apresenta carência de estudos. Os pontos a
serem estimulados com eletro-acupuntura em cirurgia odontológica podem ser pontos locais,
distantes e pontos auriculares. Os pontos auriculares Shen-Men, maxila, mandíbula, bochecha
e face promovem analgesia em doenças orofaciais bem como no pré-cirúrgico de extrações
dentárias. O ponto IG4 é o ponto distante mais utilizado, visto que é ponto mais analgésico do
corpo. Pontos locais VG 26 e VC 24 são importantes para analgesia de maxila e mandíbula
respectivamente.
Palavras Chaves: Acupuntura, eletro-analgesia, cirurgia odontológica.
ABSTRACT
Acupuncture is a therapeutic modality that originated in China over 5000 years and the
interest in this form of treatment has been increasingly growing in the west. From the
seventies began studies with the electroacupuncture and a little more recent use of
electroacupuncture analgesia in dental surgery. The extraction of third molars is a daily
practice in the dental office. It is observed that a portion of the population can’t be subjected
to the use of anesthesia and electro-acupuncture appears to be a new therapeutic modality, but
that still presents a lack of studies. The points to be stimulated with electroacupuncture in
dental surgery can be local points, and distant points of the ear. Ear points Shen-men, jaw-
bone, lower jaw-bone, cheek and face promote analgesia in orofacial diseases and pre-surgical
tooth extraction. The 4 IG point is the far more used, where it has been more analgesic body.
Local 26 VG and 24 VC points are important for analgesia of the jaw-bone and lower jaw-
bone respectively.
Keywords: Acupuncture, electro-analgesia, dental surgery.
SUMÁRIO
RESUMO.............................................................................................................................. 05
ABSTRACT..........................................................................................................................06
LISTA DE FIGURAS.......................................................................................................... 08
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................09
2.1 Objetivos......................................................................................................................... 10
2.2 Objetivo Geral........................................................................................................... 10
2.3 Objetivos Específicos.................................................................................................. 10
2.4 Justificativa.................................................................................................................... 10
3. REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................................12
3.1 Acupuntura..................................................................................................................... 12
3.2 Dor................................................................................................................................... 15
3.2.1 Dor Segundo a Medicina Tradicional Chinesa......................................................... 17
3.3 Eletroanalgesia............................................................................................................... 18
3.3.1 Analgesia com Eletro-acupuntura............................................................................. 21
3.3.2 Pontos para Analgesia em Odontologia.................................................................... 25
3.4 Auriculoterapia............................................................................................................. 26
3.5 Cirurgia Odontológica para Extração de Terceiro Molar.......................................... 27
4. MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................................... 33
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 34
6. REFERENCIAS.............................................................................................................. 35
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Classificação Winter – Classe I e II.................................................................... 30
Figura 2 – Classificação Winter – Classe III e IV................................................................ 30
Figura 3 – Classificação Winter – Classe V e VI................................................................. 30
Figura 4 – Classificação Winter – Classe VII e VIII............................................................ 31
9
Eletroterapia acupuntural no pré-operatório de terceiro molar.
1. INTRODUÇÃO
A dor é uma experiência sensitiva e emotiva incômoda, experimentada por quase
todos os seres humanos (TEIXEIRA, 2003), geralmente proporcionada por um dano tecidual
(QUAGGIO et al, 2002). Quando persistente, a dor interfere na vida emocional e social da
pessoa (EKMAN, 2000). É uma observação puramente subjetiva, variando de pessoa para
pessoa, não podendo ser compartilhada. É de difícil avaliação porque a dor é mais uma
percepção do que uma sensação, sendo influenciada pela condição física da pessoa, suas
experiências passadas e a expectativa em relação a sensação dolorosa (OKESON, 1998).
O quadro doloroso é observado em grande parte dos pós-operatórios. Analgésicos
Opióides e anti-inflamatórios são os fármacos mais utilizados para tratamento, entretanto
muitas destas drogas apresentam alto valor financeiro e/ou causam complicações, como
depressão respiratória e problemas gastrintestinais (BORBOREMA, 2008).
A exodontia de terceiros molares inclusos é um procedimento comum no cotidiano
dos cirurgiões dentistas. Pelo fato de serem os últimos dentes a irromper na cavidade bucal,
sendo assim os elementos dentários mais comumente encontrados na posição inclusa ou
retidos (VICENTINI et al, 2008).
BRESSET (1982) afirma que a eletro-acupuntura pode ser indicada para pessoas
que apresentam alergia ao anestésico ou falso alérgico, para tratamento pré-operatório de
cirurgia odontológica e para todos os tratamentos dentários, independente da profundidade do
ataque dentário.
A eletro-acupuntura atua equilibrando os processos fisiológicos, ativando
mecanismo de autocura através da liberação de endorfinas (endorfina-β, encefalina, dinorfina
e endomorfina) pelo sistema nervoso central (MA et al., 2006),
Nesta perspectiva a Eletro-acupuntura pode beneficiar os pacientes que vão
submeter-se a um procedimento cirúrgico para extração de terceiro molar, diminuindo a dor,
sangramento, edema e o uso de medicamentos durante e após a cirurgia.
Diante do exposto questiona-se: Quais os efeitos da eletroterapia acupuntural
no pré-operatório de cirurgia odontológica de terceiro molar?
10
2.1 Objetivos
2.2 Objetivo Geral
Revisar e avaliar de forma bibliográfica os efeitos da Analgesia por Eletro-acupuntura em
uma cirurgia odontológica de terceiro molar.
2.3 Objetivos Específicos
Analizar como funciona a analgesia com aplicação da eletro-acupuntura;
Observar nos materiais pesquisados em que freqüência a eletro-acupuntura apresenta
melhores resultados;
Verificar através da revisão se os pacientes apresenta reações peri e pós-operatória tais
como hemorragia, náuseas, vômitos, síncope, diarréia, constipação;
Revisar na literatura se houve diminuição na administração de anestésico durante
procedimento cirúrgico e o uso de analgésico no período pós-operatório;
Revisar em publicações científicas se acontece diminuicao do sangramento na incisão
cirúrgica durante procedimento.
2.4 Justificativa
O sucesso da analgesia acupuntural em diferentes cirurgias tem produzido grande
impacto no ocidente desde década de 70. No entanto, a demonstração empírica dos resultados
obtidos com acupuntura tem se mostrado insuficiente para reconhecimento de sua eficácia
terapêutica, pois tais resultados são interpretados como placebo. Todavia, estudos comprovam
que o tratamento para analgesia com acupuntura na veterinária tem se mostrado igualmente
eficiente (BLAND, 1979).
A exodontia de terceiros molares inclusos é um procedimento comum no cotidiano
dos cirurgiões dentistas (VICENTINI et al, 2008) e pelo fato de indivíduos com suas
particularidades não poderem fazer uso de anestésicos químicos e da analgesia por eletro-
acupuntura ser uma modalidade terapêutica que ainda carece muito de estudos, este trabalho
11
justifica-se pela necessidade de proporcionar aos acupunturistas e profissionais da área da
saúde, informações sobre uso da eletro-acupuntura no pré-operatório de cirurgia odontológica
para extração de terceiro molar.
12
3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1 Acupuntura
Acupuntura é uma palavra derivada do latin que tem por significado Acus agulha e
punctura puncionar. Trata-se então de inserção de agulhas na pele e tecidos subjacentes em
diferentes profundidades em pontos específicos para promover a cura das enfermidades
(JAGGAR, 1992; CHONGHUO, 1993; SCHOEN, 1993; RIBEIRO, 2003; WEN, 2006). A
palavra Acupuntura, na verdade é a tradução incompleta para palavra chinesa Jin Hou que tem
por significado metal e fogo (CHONGHUO, 1993).
É uma ciência que surgiu na China em plena idade da pedra (4500 anos). Apesar
de sua antiguidade ela continua evoluindo e pesquisas científicas recentes contribuem para
melhor compreensão da Acupuntura. Em várias partes da China foram encontradas agulhas de
pedras que datavam da idade da pedra. Presume-se que Acupuntura já era conhecida e
praticada naquela época. Não há documentos que precisem inicio da Acupuntura, mas desde
tempos remotos já era difundida entre os chineses (WEN, 2006).
Acupuntura é um conjunto de conhecimentos teórico-empírico da Medicina
Tradicional Chinesa (MTC) (ALTMAN, 1997) que visa à terapia e a cura de doenças através
da aplicação de agulhas e moxas (bastão de ervas ou de carvão que tem por objetivo aquecer
os acupontos) (WEN, 2006). Estes acupontos ainda podem ser estimulados através de pressão
digital, ventosas, estímulos elétricos e laser (CHONGHUO, 1993).
Acupuntura é forma de tratamento milenar, originada na China, que se mostra
simples e de baixo custo financeiro. Apresenta um crescimento nas duas últimas décadas e
largamente utilizado no tratamento de quadros dolorosos (BORBOREMA, 2008).
Com a evolução da humanidade também trouxe o aperfeiçoamento da Acupuntura.
No Inicio as agulhas eram de pedras, hoje são ligas de prata, ouro ou aço inoxidável. Também
com desenvolvimento o uso da moxa passou para infravermelho, ultra-som, correntes
elétricas e lasers. Historicamente houve também uma expansão geográfica da Acupuntura que,
da China se espalhou pelo Oriente e, recentemente, também, difundiu-se por todo mundo
(WEN, 2006).
Quando inseridas na pele em pontos específicos (acupontos), as agulhas metálicas
de corpo longo e ponta fina (espessura de um fio de cabelo) têm por objetivo curar as doenças
(CHONGHUO, 1993). Para que a Acupuntura seja eficaz muitos acupunturistas consideram
que as agulhas devem provocar a sensação da agulha. Esta sensação pode ocorrer quando
13
agulha é somente inserida ou quando estimulada, manipulando de forma rotacional ou
levantando-se e empurrando-se a agulha (ERNST & WHITE, 2001). A aplicação das agulhas
na pele provoca sensações no paciente como choque, distensão, intumescimento e sensação de
peso (CHONGHUO, 1993), alterações na temperatura e pressão (ALTMAN, 1997), uma
sensação estranha e um pouco desagradável, variando de entorpecimento até distensão e dor
localizada e, por ultimo, irritabilidade ou dor (ERNST & WHITE, 2001).
As agulhas depois de inseridas podem ser manipuladas em tonificação para
aumentar a energia desequilibrada de um órgão com falta de energia ou podem ser
manipuladas em sedação para ocorrer uma diminuição da energia de um órgão em
desequilíbrio (RIBEIRO, 2003).
Os pontos acupunturais foram empiricamente delimitados ao longo dos milhares
de anos com a prática da Medicina Chinesa (RISTOL, 1997). Através da prática constatou que
uma pessoa doente apresentava alterações (tais como dor, distensão e calor) em determinados
pontos da pele ou em alguns pontos que se encontra em regiões diferentes. Desta forma
iniciou conhecimento do principio de relação entre pontos de Acupuntura e as doenças e,
consecutivo chegar ao diagnóstico por observação dos pontos acupunturais (CHONGHUO,
1993).
Na China antiga as observações efetuadas levaram conclusão de que a estrutura
básica do ser humano era a mesma do universo, então todos os fenômenos foram classificados
em dois pólos opostos: o Yin (negativo) e o Yang (positivo) (WEN, 2006). O universo é visto
como um todo, sendo formado por dois componentes opostos e interdependentes, o yin e o
yang. O yin representa as coisas inertes, descendentes, internas, frias e escuras. Já o yang
representa as coisas ativas, ascendentes, externas, quentes e luminosas. Um pode se
transformar no outro e o equilíbrio entre os dois garante a manutenção da harmonia do corpo
(JONAS & LEVIN, 2001). A relação Yin/Yang é de oposição e interdependência, ou seja, um
é completamente oposto ao outro, mas cada um só existe sob a dependência da presença do
outro, sendo que nenhum deles pode existir isoladamente (WEN, 2006).
A teoria da Acupuntura relata que toda a estrutura do organismo encontra-se em
equilíbrio pela atuação das energias Yin (negativa) e Yang (positiva). Quando estas energias
estão em equilíbrio o corpo é saudável (WEN, 2006) e quando estas energias estão em
desequilíbrio se instala a doença (RIBEIRO, 2003). O principio da Acupuntura é restabelecer
a Energia dos Órgãos e Vísceras e a circulação da Energia dos Canais de Energia, causando
harmonia de Energia e Matéria (YAMAMURA, 2001).
14
O corpo energético permeia e cerca o corpo físico sólido. É a soma dos campos de
energia das células individuais, tecidos e órgãos, agindo em coordenação, refletindo a
atividade do corpo físico, os pensamentos e as emoções. Os pontos e os canais de Acupuntura
são considerados como a fronteira entre o corpo físico e o energético, onde os pontos de
Acupuntura representam áreas centrais de coordenação dos fluxos de energia dentro do corpo
energético (ROSS, 2003).
O conhecimento dos pontos de Acupuntura deriva de todo conceito do Yin e do
Yang e dos princípios dos Cinco Elementos e não apenas um mero achado experimental
(YAMAMURA, 2001). Os Cinco Elementos (Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água), são na
realidade cinco elementos básicos que constituem a natureza. Existe entre eles uma
interdependência e uma inter-restrição que determinam seus estados de constante movimento
e mutação. A teoria dos Cinco Elementos ocupa lugar importante na Medicina Chinesa,
todavia que fenômenos dos tecidos e órgãos, da fisiologia e patologia do corpo humano, estão
classificados e são interpretados pelas inter-relações destes elementos (WEN, 2006).
Meridianos são canais de energia do corpo por onde flui a energia vital ou Qi. Eles
funcionam como uma rede que une o interior ao exterior; órgãos internos à superfície do
corpo, os tecidos aos órgãos sensoriais, as emoções aos pensamentos, yin a yang, a terra ao
céu. O sistema de canais ou meridianos é composto de canais de energia que se encontram,
sobretudo no eixo longitudinal do corpo. Os pontos de acupuntura representam abertura
destes sistemas de meridianos na superfície do corpo, por onde é possível alterar o fluxo de Qi
(SARMENTO, 2005).
Qi ou Energia Vital é a energia que está presente em todo corpo, manifestando-se
na pele, órgãos e permeia todo tecido vivo (HOPWOOD et al, 2001). É uma substância
essencial para manutenção da vida, tendo como função promover, aquecer, defender, governar
e transformar (JONAS et al, 2001).
Os Canais de Energia (Meridianos) é o mais importante meio de comunicação
entre Zang Fu (órgãos e vísceras) com o meio exterior, formando na sua trajetória a forma
física do homem. Conhecer as alterações nos Meridianos é importante para identificar o
estado energético dos Órgãos e Vísceras e para traçar um adequado tratamento
(YAMAMURA, 2001).
A penetração de Energia Perversa ou as deficiências de Energia são fatores de
condicionantes do processo de adoecer, podendo ser desde uma interrupção da circulação de
Energia nos Meridianos, provocando dor e déficit muscular, até processos alternativos de
funcionamento de estruturas internas, causando uma lesão anatômica (YAMAMURA, 2001).
15
Acupuntura se tornou popular desde tempos antigos na China e sua popularidade
se conservou devido à simplicidade, aplicação e aprendizagem. Ela é útil em qualquer doença,
não importando a localização, podem ser realizados em todas as faixas etárias, ambos os
sexos e ainda facilmente associada a outras modalidades terapêuticas. Mesmo em doenças
com indicação cirúrgica pode melhorar estado imunológico e apressar recuperação no período
pós-operatório. Regula equilíbrio do organismo, aumenta resistência e reduz uso de drogas,
tornando tratamento mais econômico. Utiliza materiais simples e de fácil transporte, sendo
uma prática segura, exigindo apenas eficiência do terapeuta. Auxilia no diagnóstico de
doenças e completa as lacunas da medicina moderna, uma vez que tratada isoladamente ou
associada a drogas obtém melhores resultados (WEN, 2006).
3.2 Dor
A dor é uma experiência vivenciada por quase todos os seres humanos (MACIEL,
2003 & TEIXEIRA, 2003). Ela é definida como uma experiência emotiva e sensitiva
desagradável, ocasionadas por estímulo nocivo das terminações nervosas sensitivas,
geralmente a partir da lesão tecidual (ASH & RAMFJORD 1987, OKESON, 1998 e
TEIXEIRA, 2003). Dor é um termo abstrato referindo-se a uma série de fenômenos, descrita
nos pontos de vista neurológico, comportamental, fisiológico, psiquiátrico ou subjetivo (ASH
& RAMFJORD, 1987). Sobre a dor, ela pode ser descrita como uma sensação desagradável e
normalmente associada a algum dano tecidual (DOUGLAS, 1994 e QUAGGIO et al, 2002). A
dor é um fenômeno extremamente complexo, uma vez sendo esta persistente, pode afetar o
funcionamento emocional autonômico e social (EKMAN, 2000). Dor é uma sensação que trás
grande desconforto e prejuízo em algumas partes do corpo, causada pela injúria, doença ou
algum transtorno funcional, transmitida através do sistema nervoso (DOUGLAS, 1994).
A dor constitui o sintoma mais comum de uma doença. Sua avaliação em um
paciente é de modo freqüente e complexo, pois a dor corresponde mais como uma percepção
do que uma sensação, onde a condição física da pessoa, suas experiências passadas e a
expectativa, influencia na maneira de como ela é interpretada (OKESON, 1998).
Dor é também um mecanismo de proteção do corpo; ocorrendo sempre que
qualquer tecido estiver sendo lesado e faz com que o indivíduo reaja a fim de remover este
estímulo doloroso (GUYTON, 1997; EKMAN, 2000; MACIEL, 2003 e OKESON, 2003).
Como sintoma clínico à dor é uma experiência sensorial que não pode ser compartilhada,
sendo pessoal e pertencente apenas à pessoa que a sente, uma vez que indivíduos diferentes
16
expostos ao mesmo estímulo nocivo sentem dores de maneiras diferentes e reagem com níveis
diferentes de sofrimento (OKESON, 2003). Por ser tratar de um fenômeno puramente
subjetivo, fica difícil qualificar e quantificar a dor, sendo impossível medi-la (KNOPLICH,
1986).
A sensação dolorosa apresenta certas características como estado emotivo de
aflição, emoções negativas, sentimento de rejeição ou não aceitação da causa da dor. Além
desta emoção de sofrimento, a dor se acompanha de uma reação neurovegetativa de
intensidade e características variáveis como hipertensão ou hipotenção cardíaca; taquicardia
(ou mais raramente bradicardia); sudorese; pele branca ou rubicunda; pele fria e úmida (ou
quente); alterações na respiração como taquipnéia, hipopnéia, como às vezes apnéia ou
respiração superficial; midríase; mudança na motricidade gastrointestina (vômitos, diarréias) e
inibição das secreções digestivas e exócrinas em geral. Manifestações vocais específicas
como pranto, choro, lamento, gemido ou um simples “ai”, onde estas vocalizações dolorosas
são sempre acompanhadas de expressões faciais dolorosas (DOUGLAS, 1994).
A dor pode ser classificada em dois tipos principais: dor rápida e dor lenta
(GUYTON, 1997). A dor rápida é percebida em cerca de 0,1 s depois que o estímulo doloroso
é aplicado. Ela pode ser descrita também como dor aguda, em pontada, em alfinetada e dor
elétrica. A dor rápida não é sentida na maioria dos tecidos mais profundos do corpo
(GUYTON, 1997). Estes tipos de dores podem ser chamados de neo-espino-talâmica
(EKMAN, 2000). Já a dor lenta é sentida após 1s ou mais após o estímulo, aumentando sua
intensidade lentamente durante alguns segundos ou às vezes até minutos. Este tipo de dor é
designado também como latejante, em queimação lenta e dor surda, (GUYTON, 1997). A dor
lenta pode ser chamada também de dor paleo-espino-talâmica (EKMAN, 2000).
Os estímulos sensoriais de intensidade potencialmente lesivas ao tecido ativam os
nociceptores, que são principalmente terminações nervosas livres encontradas na pele, tecidos
subjacentes e vísceras. Estas terminações livres estão espalhadas nas camadas superficiais da
pele, bem como em certos tecidos internos. Os tecidos profundos não são fartamente supridos
de terminações da dor (DOUGLAS, 1994; GUYTON, 1997; EKMAN, 2000 e MACIEL,
2003). Existe uma relação direta entre a intensidade e a freqüência do estímulo e sua resposta
orgânica (KNOPLICH, 1986). As lesões em tecidos mais profundos podem ainda se somar
para causar dores lenta, crônica ou surda nessas áreas lesadas (GUYTON, 1997).
Os três tipos de estímulos que excitam os receptores da dor são: estímulos
mecânicos, químicos e térmicos (KNOPLICH, 1986; DOUGLAS, 1994; GUYTON, 1997;
EKMAN 2000; MACIEL, 2003 e OKESON, 2003). Os nociceptor termossensitivo é excitado
17
por temperaturas acima de 45° ou no congelamento; nociceptor mecanossensitivo é sensível à
deformação nociva e o nociceptor quimiossensitivo é excitado por substâncias químicas
algésicas (DOUGLAS, 1994). Os estímulos nocivos ao tecido produzem uma resposta tripla
que consiste em mancha vermelha no local estimulado, rubor circundante devido à dilatação
arterial e edema, causado pelo aumento da permeabilidade vascular (OKESON, 1998).
Quando se aumenta a intensidade do estimulo nocivo, o nervo aumenta a
freqüência de impulsos; uma vez que se a intensidade dos estímulos estiver aumentada 10
vezes, a freqüência se faz o dobro. As fibras nervosas que conduzem a dor têm características
diferentes, segundo a velocidade de transmissão dos impulsos nervosos. A velocidade do
impulso é diretamente proporcional ao diâmetro das fibras nervosas (DOUGLAS, 1994).
As fibras nervosas são classificadas em três tipos. Fibras do tipo A, B e C, destas
podem se consideradas vias de dor as fibras do tipo A e do tipo C. As fibras do tipo A são
mielinizadas, velocidade de condução rápida (5 a 30 m/seg). Estas fibras determinam uma dor
mais precisa e de curta duração. As fibras do tipo C não são mielinizadas, são de menor
diâmetro, apresentam uma velocidade de condução lenta (05 a 2 m/seg). Estas fibras estão
associadas a dores mais difusas e prolongada no tempo, a chamada dor crônica ou lenta
(DOUGLAS, 1994 e GUYTON, 1997).
Quando as terminações livres são ativadas, os sinais nociceptivos convergem para
medula espinhal por axônios sensoriais sem mielina ou poucos mielinizados (GUYTON, 1997
e EKMAN, 2000). Estes estímulos penetram na coluna pelo Corno Posterior, realizando a
primeira sinapse. Esta junção é importante uma vez que além de transmitir o impulso ela
também controla a dor. Ao entrar pelo corno posterior e atravessar a sinapse o estímulo
ascende pelo trato espinotalâmico até chegar ao tálamo e o mesencéfalo, onde ocorre a
segunda sinapse transmitindo para o córtex cerebral para interpretação e a resposta (MACIEL,
2003).
O tratamento da dor visa na diminuição do impulso sensorial nociceptivo;
entretanto, a interpretação de uma sensação pelo paciente, bem como sua resposta emocional
e o comportamento associado constituem fatores igualmente importantes que merecem
atenção cuidadosa dos profissionais da saúde (CONTI, 1997).
3.2.1 Dor Segundo a Medicina Tradicional Chinesa
Para Medicina Tradicional Chinesa (MTC) a dor é conseqüência de uma
interrupção de processos biológicos. A normalidade destes processos depende de duas
18
substâncias, Qi e sangue. Quando estas substâncias fluem não há dor, entretanto quando elas
sofrem interrupção, seja por deficiência ou fatores patogênicos operantes, manifesta-se a dor
(CENTRO BRASILEIRO, 2009).
A dor pode ocorrer por dois aspectos: excesso ou deficiência. A dor ocorrida por
uma condição de excesso é causada pela obstrução da circulação do Qi e do sangue. As
condições que favorecem dor por excesso é a invasão de fatores patogênicos externos, Frio ou
calor interior, obstrução por fleumas, estagnação do Qi do sangue e retenção de alimentos. Já
a dor ocorrida por deficiência é causada pela deficiência do Qi e do sangue e consumo de
líquidos corporais por uma condição de deficiência de Yin. Os canais ficam desnutridos,
causando a dor. Estagnação do Qi motiva distensão acompanhada de dor difusa. A estase do
sangue promove uma dor intensa em pontada e de área bem definida (KLIDE & GAYNOR,
2006).
A sensação dolorosa apresenta diferenciação conforme sua etiologia. A dor de
estagnação de Qi provoca sensação de distensão ou traumatismo, variando tempo, intensidade
e a localização. Por outro lado, a estase de sangue caracteriza-se por uma sensação de
tumefação dolorosa, ou dor aguda, em pontada, cortante, bem definida sua localização. A dor
não é tão intensa, mas contínua e duradoura (CENTRO BRASILEIRO, 2009).
A Acupuntura busca restaurar o equilíbrio das energias do corpo. As agulhas de
Acupuntura, quando inseridas nos pontos proximais e distais adequados, podem normalizar a
circulação do Qi e do Sangue e resolver o problema da dor, uma vez que sem obstrução não
há dor (KLIDE & GAYNOR, 2006).
Os objetivos da acupuntura em quadros dolorosos são de aliviar a dor, melhorar as
funções orgânicas, prevenir ou minimizar as possíveis seqüelas da condição, incluindo a
cronicidade. Em casos crônicos tratar os componentes sensoriais e afetivos e recomendar
medidas profiláticas (CENTRO BRASILEIRO, 2009).
3.3 Eletroanalgesia
TENS é o significado das iniciais do termo inglês “Transcutaneous Eletrical Nerve
Stimulations” que em português significa Estimulação Elétrica Nervosa Transcutanea (AGNE,
2005). A TENS consiste na aplicação de eletrodos sobre a pele com objetivo de usar energia
eletromagnética no organismo para estimular os nervos aferentes, causando assim o alivio da
dor (HOPWOOD et al, 2001. AGNE, 2005). Este método apresenta grande aceitação popular,
sendo um método não farmacológico para alivio da dor (HOPWOOD et al, 2001).
19
A TENS é orientada para estimular fibras nervosas que transmitem sinais ao
cérebro e são interpretadas pelo tálamo como dor. Os eletrodos são colocados na pele e os
impulsos transmitidos de forma transcutanea estimulam as fibras A beta, mielinizadas, as
quais conduzem informações ascendentes proprioceptivas (AGNE, 2005). A TENS não
apresenta poder curativo, apenas tratamento paliativo da dor, entretanto existem evidências
que aplicação da TENS possa favorecer a reparação tecidual, o que pode estar associada ao
alivio da dor (NELSON et al, 2003).
O uso da eletricidade para controle da dor tem sido usado desde a era do Egito
Antigo, onde eram utilizadas determinadas espécies de peixes que continham órgãos que
produziam carga elétrica (HOPWOOD et al, 2001. AGNE, 2005). Primeiros relatos do uso da
eletrocidade para controle das dores datam de 46 dc, onde um médico romano utilizava peixe-
torpedo vivo (também conhecido como enguia elétrica) para tratar dores de cabeça e de gota,
onde a descarga elétrica era usada para anestesiar a região afetada do corpo (NELSON et al,
2003).
Faraday em 1831 renovou o uso da eletricidade com a descoberta do fenômeno de
indução elétrica (NELSON et al, 2003), entretanto a introdução da eletroanalgesia durante o
século XIV foi vista com grau considerável de ceticismo, e combinado com resultados
clínicos variáveis, levou um declínio no interesse por esta terapêutica (HOPWOOD et al,
2001). O inicio do século do XX observou uma série de aplicações terapêuticas da
eletricidade questionáveis. Esta técnica era usada por para-médicos e ocultistas, causando uma
realção negativa na sociedade, principalmente no meio médico (NELSON et al, 2003). No
inicio dos anos 70 é que começaram a surgir aplicação bem-sucedida da eletroanalgesia para
alivio da dor, entretanto há ainda uma deficiência de conhecimentos com relação ao
mecanismo de ação e potencial hipoalgésico desta modalidade (HOPWOOD et al, 2001).
A TENS convencional consiste na utilização dos parâmetros em alta freqüência e
baixa amplitude de estimulação. Nestes parâmetros são estimuladas as fibras tipo A e C e
raramente produzem contração muscular. A transmissão das fibras tipo A e C, se dá ao longo
dos nervos mistos que penetram pelo corno posterior da coluna e dirige-se até células T
(células de transmissão) que processam as mensagens. Nas células T existe mecanismo de
comportas, e permite apenas a passagem de uma ou de outra transmissão (A ou C). A teoria
das comportas postuladas por Melzack e Wall em 1965 é a base para o entendimento do
controle elétrico da dor. Se a transmissão das fibras A (TENS) for predominante o sinal das
fibras C é inibido nas células T, nas ascendendo para tálamo. Agora, se os impulsos das fibras
C superarem os das fibras A, a dor vai manifestar-se (AGNE, 2005).
20
Em 1967 Wall e Sweet testaram a hipótese central da teoria das comportas para
controle da dor, conseguindo supressão temporária do quadro álgico através da estimulação
elétrica de nervos periféricos através de eletrodos aplicados na pele (NELSON et al, 2003). A
teoria das comportas explica o alívio de dor enquanto a TENS está ativada. Para explicar o
pós-efeito é baseada na teoria da liberação de endorfinas (substância que serve como
analgésico endógeno sempre que o corpo sente dor) produzidas pelas glândulas pituitárias
(AGNE, 2005).
A TENS acupuntural apresenta parâmetros de baixa freqüência (1 a 4 HZ) e alta
intensidade, de longa duração de impulso (200 milisegundos), estimulando fibras nociceptivas
dos grupos III e IV, e as pequenas fibras motoras. O paciente vai sentir uma parestesia e uma
contração muscular (HOPWOOD et al, 2001).
O tempo de tratamento deve variar de trinta minutos à uma hora. Na primeira
sessão é importante que não ultrapasse trinta minutos para paciente se acostume com a
sensação e para observar alguma reação adversa ou não tolerar a estimulação. É importante
também que a sessão nau ultrapasse uma hora, pois a TENS causa contração muscular,
podendo levar a uma fadiga muscular (HOPWOOD et al, 2001). A incidência de reações
adversas com a TENS é pequena (de 4 a 5% da população) que apresentam reações ao gel,
fatores químicos, elétricos e mecânicos (NELSON et al, 2003).
A TENS tem sido utilizada por uma gama de profissionais da saúde, como
fisioterapeutas, médicos, enfermeiros e dentistas, para tratamento de dores crônicas e agudas.
Têm sido muito bem utilizadas para tratamento de dores agudas em salas de emergências,
procedimentos cirúrgicos menores, pós-operatórios, trabalhos de parto, lesões medulares
agudas e lesões desportivas. Nos quadros álgicos crônicos também tem apresentado resultados
na lombalgia crônica, dores de cabeça, artrite reumatóide, distrofia simpático-reflexa,
esclerose múltipla e dores no membro fantasma (NELSON et al, 2003).
A eletro-acupuntura é indicada em paralisia na fase crônica, entretanto ainda há
controvérsias para os casos agudos. Em quadro álgicos crônicos e graves, algias que não
respondem bem à estimulação manual das agulhas ou a administração de medicamentos. Para
indução de analgesia cirúrgica por acupuntura (ALTMAN, 2006).
A contra-indicação para uso do tens são em pacientes com marcapasso (NELSON
et al, 2003; AGNE, 2005), principalmente regiões de tronco e membros superiores. Nos
membros inferiores poderá ser empregado com cautela. Nos três primeiros meses de gravidez
e totalmente descartado na região abdominal durante qualquer período gestacional (AGNE,
2005). O uso da TENS na gravidez e durante o trabalho de parto ainda não foi bem
21
estabelecido, devendo-se ter precauções (NELSON et al, 2003). Sobre seio carotídeo, uma
vez que causa hipotensão (AGNE, 2005) desaceleração do coração, queda da pressão ou
desmaios (NELSON et al, 2003). Região anterior do pescoço por possível laringoespasmo e
em regiões com diminuição sensitiva pelo risco de queimaduras (AGNE, 2005).
3.3.1 Analgesia com Eletro-acupuntura
Analgesia por eletro-acupuntura é uma técnica relativamente nova na Medicina
Tradicional Chinesa. Seus primeiros relatos de uso são datados do fim dos anos Cinqüenta na
China e possibilitou tornar um doente insensível a dor por acupuntura, durante procedimento
cirúrgico (BRESSET, 1982).
Na China, a eletro-acupuntura foi usada pela primeira vez na década de 30. Esta
técnica foi investigada com mais critérios a partir da década de 50, com o desenvolvimento da
anestesia por acupuntura, tornando-se popular na década de 70. Atualmente ela é amplamente
utilizada no tratamento da dor e nos transtornos físicos e para induzir analgesia em
procedimentos cirúrgicos (ALTMAN, 2006).
O mundo médico ocidental mostrou-se muito cético quanto à realidade das
publicações chinesas. Autores falavam em embuste, outros em fanatismo político dos doentes
operados e dos acupunturistas. Observava-se que até os acupunturistas ocidentais
apresentaram dúvidas quanto ao valor das publicações chinesas (BRESSET, 1982).
Analgesia é o desaparecimento do fenômeno doloroso e não a diminuição
grosseira da dor. Durante o procedimento analgésico o paciente permanece consciente,
conservando a motilidade. Somente as sensações dolorosas ao quente, ao frio e à tração
persistirão sob a analgesia por acupuntura (BRESSET, 1982). A Acupuntura não promove
anestesia verdadeira, uma vez que preserva todas as sensações sensitivas, motoras e de
propriocepção. Também não causa relaxamento muscular e nem extingue os reflexos
autonômicos produzidos pela dor visceral infra-abdominal. O que a acupuntura produz é
analgesia e sedação (KOTANI et al, 2001; SIM et al 2002).
Quadro doloroso de moderado a intenso no período pós-operatório é observado em
40 a 60% dos pacientes, causando inconvenientes pós-operatórios e aumentando o tempo de
hospitalização. Estudos comprovam vantagem da Acupuntura com respeito à diminuição do
uso de anestésicos locais e analgésicos e seus efeitos colaterais como náuseas, vômitos.
Diminui a ativação do sistema simpaticoadrenal, melhorando o tempo de recuperação pós-
anestésica (BORBOREMA, 2008).
22
A anestesiologia apresenta enorme interesse na acupuntura como forma de
complementação analgésica e a analgesia por acupuntura tem sido muito utilizada, uma vez
que se mostra adequada, livre de efeitos colaterais e bem aceita pelos pacientes
(BORBOREMA, 2008).
A redução na administração de anestésicos tanto voláteis quanto opióides é
importante para reduzir a toxicidade do anestésico e acelerar o processo de recuperação. Há
indícios que o paciente, mesmo sob efeito de anestesia, se não tiver sua dor tratada
adequadamente, ativa vias de dor por liberação de mediadores locais que agravam a dor
(CHRISTENSEN et al, 1993).
Analgesia com acupuntura está embasada na Medicina Tradicional Chinesa, onde
considera o corpo humano como um todo, composto de órgãos e vísceras. Estes órgãos e
vísceras estão relacionados e mutuamente coordenados entre eles e com outras partes do
corpo através dos meridianos, uma vez que a energia vital circula por eles. A estimulação de
pontos de acupuntura, mesmo no tratamento preventivo, faz melhorar a circulação da energia
nos canais, a liberação de substâncias analgésicas, suprimindo a dor e causando assim
analgesia (BRESSET, 1982).
Estudos comprovam que a acupuntura manual produz efeitos diferentes que a
eletro-acupuntura. Enquanto acupuntura manual produz apenas uma breve contração muscular
e uma descarga de nervos A delta que duram alguns minutos após a estimulação, a eletro-
acupuntura produz uma estimulação regular e contínua das fibras nervosos dos músculos, por
10 a 20 minutos, acompanhada de contração muscular visível. O dois métodos de estimulação
ativam fibras A delta, mas não pode dizer que a resposta central seja a mesma. Acupuntura
manual e eletro-acupuntura também geraram respostas diferentes de eletro-encefalograma e
no tempo de liberação das substâncias, onde eletro-acupuntura libera betaendorfina e ACTH e
a acupuntura manual apenas betaendorfina e a liberação de betaendorfinas e betalipotropina
foi menor depois da acupuntura manual em relação a eletro-acupuntura (ERNST & WHITE,
2001).
A eletro-acupuntura tem como efeito equilibrar os processos fisiológicos, ativando
os mecanismos de auto-cura do corpo. A liberação de endorfinas pelo Sistema Nervoso
Central (SNC) é uma atividade fisiológica, onde estas substâncias são inibidores da tensão
fisiológica. A liberação destas substâncias pode ser deflagrada por exercícios, inserção de
agulhas, estimulação elétrica, manipulação física e massagem. Existem quatro tipos diferentes
endorfinas (endorfina-β, encefalina, dinorfina e endomorfina) e para cada tipo de endorfina
ser estimulada dependerá da freqüência da estimulação elétrica (MA et al., 2006).
23
A eletro-estimulação em baixas freqüências induz uma analgesia por liberação de
β-endorfina e encefalina interagindo com receptores μ- e δ-opióides. Já efeito analgésico
produzido por altas freqüências é mediado por meio da dinorfina pela ativação de receptores
κ-opióides (TAGUCHI & TAGUCHI, 2007).
É aconselhável que se utilize baixas e médias freqüências (2 a 4 hz ou 15 a 20 hz,
respectivamente) e alta freqüência (100 HZ) de forma alternadas para que se obtenha efeito
sinérgico máximo com a liberação dos quatro tipos de endorfinas, obtendo assim maior
quantidade de analgesia (MA et al., 2006). Dos quatro tipos de endorfinas endógenos, as
endomorfinas, encefalinas e beta-endorfinas são liberados através da estimulação com eletro-
acupuntura de baixa freqüência, entretanto a dinorfina é liberada somente com uma
estimulação de alta freqüência (HAN, 1999).
O resultado do trabalho ao qual avaliou as diferentes manifestações centrais em
resposta há eletro-acupuntura utilizando ressonância magnética funcional, observou-se que a
aplicação da eletro-acupuntura em pontos acupunturais analgésicos ocorre uma resposta
primária no hipotálamo, também havendo uma tendência a ativação de áreas de modulação da
dor no cérebro (CHIU et al 2003 apud GARCIA, 2008).
Os medicamentos opióides são os principais fármacos utilizados para aliviar dores
crônicas e agudas, com intensidade de moderada a severa. Entretanto, estes fármacos
apresentam efeitos colaterais que se tornam grandes problemas para serem solucionados. A
eletro-acupuntura combinada com baixas doses destes medicamentos melhora o controle da
dor e reduz significativamente os efeitos colaterias destes fármacos (ZHANG et al, 2004).
Estudos realizados demonstram que a eletro-acupuntura de baixa freqüência diminui a dor em
pacientes com metástase óssea em 68 a 83%, bem como o uso de analgésicos (ZHANG et al,
2007).
Este método possibilita tratar doentes particularmente delicados, evitando assim
os riscos de uma anestesia clássica. Analgesia apresenta inúmeras vantagens tais como:
- Durante intervenção cirúrgica, por mais longa que seja a hemóstase é perfeita. O local
operado sangra em menor quantidade, evitando assim uso do aspirador cirúrgico e
possibilitando uma melhor visibilidade do local operado.
- A cicatrização do operado parece ocorrer de uma forma mais rápida. Apresenta também uma
diminuição significativa do edema pós-operatório, diminuindo assim a prescrição de
antiinflamatórios.
- O paciente não apresentará trismo (impossibilidade de abrir a boca devido à contração
espasmódica dos músculos mastigadores) pós-operatório nas intervenções nos dentes
24
inferiores e posteriores.
- Diminui também o uso de analgésicos pós-operatório, pois não há, assim por dizer, dor pós-
operatória. O efeito analgésico da eletro-acupuntura persiste algumas horas após o fim do
procedimento cirúrgico.
- Durante o procedimento cirúrgico utilizando a eletro-acupuntura não apresenta uma
modificação da pressão arterial e da pulsação.
- O operado não apresenta fadiga muscular após ato cirúrgico. Contraturas musculares, muitas
vezes vistas após cirurgia, como seqüelas deixadas por afastadores um pouco firmados
demais, também não são vistas (BRESSET, 1982).
Acupuntura quando utilizada para analgesia, produz uma resposta fisiológica
diferente quando repetida. Demonstra-se que em ratos que nunca receberam eletro-acupuntura
desenvolveram certa quantidade de analgesia, que se tornou mais eficaz quando
administraram a acupuntura por várias vezes. Em humanos verifica-se que a primeira sessão
de acupuntura produz atividade simpática aumentada e que, ao passar das sessões, esta
atividade diminui (ERNST & WHITE, 2001).
Eletro-acupuntura apresenta numerosas indicações tais como em pacientes com
contra-indicação da anestesia clássica local ou geral, uma vez que se pode tratar sem risco
grande parte dos operados. Indivíduos que apresentam alergia aos anestésicos químicos e
também para o falso alérgico e os pacientes que causam muitos problemas quando encaram
uma anestesia. Cardiopatias, entretanto é necessário ter cuidado com os pontos a serem
estimulados durante procedimento cirúrgico. Este procedimento não apresenta contra-
indicação à idade dos pacientes submetidos, podendo então ser realizados tanto em crianças
quanto em idosos (BRESSET, 1982).
Na odontologia é indicado em todos os tratamentos dentários, independente da
profundidade e do ataque dentário. A eletro-acupuntura geralmente é suficiente para
desaparecimento da dor no momento da cirurgia, entretanto é necessário fazer uma seleção de
pontos conforme a área a ser operada. É importante também que se limite ao máximo à
utilização da turbina, assim como evitar pulverização de água quente ou fria demais. Durante
analgesia por acupuntura é possível constatar uma leve sensibilidade devido à trepanação da
câmara polpar fato este que explica a necessidade de limitar o uso da turbina. Pode ser
utilizadas, em todas as preparações de próteses com a vantagem que reduz sangramento, em
qualquer tipo de incisões, ressecções, trepanações ósseas, curetagens periapicais, cirurgia
periodontal (BRESSET, 1982).
25
É contra-indicado a eletro-acupuntura em pacientes que apresentam arritmias
cardíacas, epilepsia, choque, febre, hipotensão, gravidez e febre (ALTMAN, 2006), neoplasias
e doenças que apresentam contra-indicação ao uso da eletricidade (LIMA & PRESSI, 2005).
O uso desta técnica em indivíduos ansiosos, agitados e rebeldes pode apresentar problemas
pelo estado dos pacientes. A corrente elétrica não deve passar pela área cardíaca (ALTMAN,
2006).
Existem algumas contra-indicações à prática da acupuntura, mas geralmente
ligadas ao estado do paciente ou ao tipo de procedimento cirúrgico. Deve-se evitar usar esta
técnica em pacientes em estado de embriaguez, jejum ou após refeições copiosas, com grande
privação de energia e evitar alguns pontos em grávidas. Doentes psiquiátricos,
particularmente os desequilibrados. Desconfiar de pessoas extremamente motivadas para
suportar eletro-acupuntura ou os que vão apenas para “experimentar”, tendo em vista que os
resultados nestes indivíduos são quase sempre medíocres. Pacientes ansiosos é necessário
medicar instantes antes de iniciar procedimento. Desaconselhável também punturar pacientes
com febre muito alta, transpiração profusa e um pulso em estado de perturbação. Recomenda-
se evitar analgesia por acupuntura em hipertensos, ao menos que estejam medicados e
compensados. Aconselha-se também não punturar em dias de lua cheia, pois experiências
provam que nestes dias as agulhas são menos eficazes (BRESSET, 1982).
3.3.2 Pontos para Analgesia em Odontologia
A seleção de pontos para analgesia devem ser considerados em três níveis: os
pontos locais (localizado próximo da área afetada), pontos distantes (localizados numa região
mais afastada a área afetada) e os pontos ao longo do meridiano ou canal afetado. Os pontos
distantes mais utilizados para analgesia localizam-se geralmente abaixo dos joelhos e dos
cotovelos. O ponto IG4 é o mais utilizado para dores no sistema estômatognático, mostrando-
se um dos pontos mais analgésicos. O ponto E36 também é muito utilizado. Ponto B40 é útil
na dor posterior ao ato cirúrgico (LEE, 2006).
A união dos pontos acupunturais formam os meridianos que carregam a energia
para tratamento das doenças. Por questões anatômicas de localização destes meridianos,
alguns são mais utilizados para tratamento na odontologia, como Intestino Grosso, Intestino
Delgado, Estômago, Vesícula Biliar, Vaso Governador e Vaso Concepção (RIBEIRO, 2003).
Os pontos do meridiano do Intestino Delgado (1, 2 e 3) cuidam muito das
periodontopatias. O Meridiano do Estomago transita muito pela face, tratando trismo e
26
paralisia facial. Não só os pontos locais da face, mas pontos distantes como E36. O ponto VB
41 trata todos os tipos de periodontite. O ponto 26 do Vaso Governador é importante ponto
para tratar as disfunções Temporomandibulares, sendo útil principalmente na analgesia de
maxila. O VC 24, localizado na região do mento é responsável por cuidar das lipotimias
físicas e psíquicas (RIBEIRO, 2003).
Em muitos pacientes é observado um bloqueio da ação analgésica da acupuntura,
onde o principal problema constatado é de bloqueio da ação analgésica por conta da ansiedade
e da tensão nervosa do paciente. Para evitar estes problemas sugere-se que se utilize no pré-
operatório pontos ansiolíticos como VG26, VC24 e na auriculoterapia o Shen-Men (SOUZA,
2001).
3.4 Auriculoterapia
Auriculoterapia é uma técnica da Medicina Tradicional Chinesa que serve como
um método terapêutico, de analgesia e de diagnóstico para regular o equilíbrio dos órgãos
Zang Fu (órgãos e vísceras), através da estimulação de pontos distribuídos na orelha (DAL
MAS, 2004; WEN, 2006). Estes pontos auriculares são pontos específicos na orelha aos quais
são fornecidos estímulos para tratamento e prevenção de doenças (MAIKE, 1995).
É um método de diagnóstico e tratamento reconhecido, pois existe uma relação
fisiológica entre pavilhão auricular e as partes do corpo, uma vez que quando surge uma
doença em um órgão ou víscera surgem alterações de sensibilidade no ponto correspondente
(WEN, 2006). Do ponto de vista neurofisiológico, a orelha funciona como um receptáculo de
informações central e periférica de alta fidelidade, onde os pontos auriculares funcionam
como uma estação comunicadora com os canais colaterais, fluídos corpóreo e nervos, onde o
desequilíbrio energético torna-se perceptíveis pontos dolorosos na orelha, como uma ação
reflexa do local obstruído (GARCIA, 1999).
Para começar o tratamento com a auriculoterapia deve-se iniciar com anamnese,
incluindo desde alterações físicas e dados subjetivos como história pregressa, atual e
localização dos sintomas (JONAS & LEVIN, 2001). A inspeção deve observar alterações na
orelha tais como mudança de coloração da pele, escamação, bolhas, hiperemia (XINNONG,
1999), pontos eritematosos ou pálidos, pápulas ou telangiectasias (YAMAMURA, 2001). A
palpação é o método mais utilizado, através da compressão dos pontos correspondentes com
ajuda de um palito de fósforo ou bastão. Ao achar o ponto sensível o paciente sentirá dor
(WEN, 2006).
27
Antes de iniciar o tratamento com auriculoterapia é importante realizar assepsia da
orelha com álcool. Após a realização do procedimento com agulhas ou com sementes de
mostarda o paciente pode ter a sensação de dor, calor, compressão e formigamento (WEN,
2006).
O ponto Shen-Men tem a função de acalmar o coração e a mente e quadros
álgicos, pois é também um ponto analgésico. É indicada a utilização deste ponto para o
tratamento de insônia, ansiedade, desordens mentais, dores de todas as naturezas
(YAMAMURA, 2001).
A auriculoterapia apresenta resultados muito rápido no tratamento das dores
orofaciais. O ponto Shen-Men (porta da felicidade) trata dores de dentes, gengivites,
neurastenia, praticamente todas as doenças de face e boca, como também promove analgesia
em cirurgia Odontológica. Outros pontos têm funções semelhantes, como SNV (sistema
Neuro-Vegetativo) que trata disfunções mastigatórias e “tiques nervosos” (RIBEIRO, 2003).
O ponto PA1 (anestesia extrações dentárias da mandíbula), localizado no lóbulo da
orelha, é indicado para anestesia e analgesia em cirurgias odontológicas de dentes localizados
na mandíbula. Ponto PA5 (maxila) dentre outras indicações é mencionado para odontalgias,
estomatites. Ponto auricular PA7 (anestesia extração dentária de maxila) é indicado para
anestesia e analgesia de maxila. O ponto PA55 (shen-men) localizado na fossa navicular é o
ponto base para tratamento com auriculoterapia, pois harmoniza e atua sobre componentes
psíquicos de qualquer ordem, independente dos distúrbios emocionais (PÉREZ, 2007).
O Ponto Zero serve para relaxamento e tratamento de trismo. Pontos como da
coluna cervical, dorsal e lombar influenciam diretamente na mecânica da Articulação
temporomandibular. Rim trata doenças relacionadas à mobilidade da boca e osteoporose. O
fígado auxilia desordens musculares que influenciam a articulação. Pode-se tratar com
auriculoterapia qualquer dor facial, cefaléia, e enxaquecas, através dos pontos córtex occiptal,
occiptal, frontal, seio maxilar e shen-men (RIBEIRO, 2003).
Na região do ântero-superior lóbulo auricular encontra-se os pontos da maxila,
mandíbula, bochecha e testa. Estes pontos são utilizados para analgesia em extrações
dentárias (WEN, 2006).
3.5 Cirurgia Odontológica para Extração de Terceiro Molar
Dentes retidos são aqueles que não realizam a erupção no período adequado seja
por razões mecânicas ou patológicas, mantendo ou não comunicação com a cavidade bucal
28
(MAZOLA, 1988; VASCONCELLOS et al, 2002; FARIAS et al, 2003; SIMÕES et al, 2005).
Terceiros molares são mais comumente inclusos pelo fato de serem os últimos dentes a
irromper na cavidade bucal (VICENTINI et al, 2008). Apresenta–se como um problema de
freqüência relevante, principalmente nos terceiros molares, atingindo indivíduos de todas as
camadas sociais. É visto, estatisticamente, mais nos molares inferiores do que nos molares
superiores (SIMÕES et al, 2005), por conseqüência da condição anatômica da mandíbula, que
apresenta mais compactada, dificultando o desvio do irrompimento para o lado vestibular
(VICENTINI et al, 2008).
Os dentes mais comumente inclusos são os (1) terceiros molares inferiores, (2)
terceiros molares superiores, (3) caninos superiores, (4) caninos inferiores, (5) pré-molares
superiores, (6) pré-molares inferiores; (7) Incisivos; (8) primeiro e segundo molar (FARIAS et
al, 2003).
Em geral, os terceiros molares são os últimos dentes a erupcionar, ocorrendo
habitualmente no fim da adolescência e no início da idade adulta. Por conta de ser o último
dente a erupcionar é freqüente não encontrar espaço na arcada e permanecer incluso
(PEREIRA & FERREIRA, 2008).
Vários fatores concorrem para que isto ocorra, tais como resultado de espaço
insuficiente entre o segundo molar e o ramo mandibular (VASCONCELLOS et al, 2002;
PEREIRA & FERREIRA, 2008), devido à evolução dos ossos da face ocorreu redução
relativa das dimensões da arcada dentária (PEREIRA & FERREIRA, 2008), dieta menos
exigente com sistema estomatognático (FARIAS et al, 2003; SIMÕES et al 2005) a base de
alimentos mais moles e mais refinadas, não necessitando de um aparelho mastigatório mais
potente (FARIAS et al, 2003). A prevenção na odontologia ocasiona menos perdas dentárias
na infância e adolescência, adentrando idade adulta com todos os elementos dentários,
causando uma falta de espaço, crescimento maior da caixa craniana comparando com os
maxilares (SIMÕES et al, 2005). Observa-se que está ocorrendo aumento do cérebro,
causando aumento respectivo da caixa craniana. Linha pré-pituitária está ficando mais
verticalizada à medida que diminui o número de dentes (FARIAS et al 2003).
A literatura odontológica indica a extração profilática do dente incluso, devido ao
grande desconforto causado e as complicações locais e sistêmicas relacionadas com a
retenção do dente (SIMÕES et al, 2005). A remoção desses dentes visa uma melhora na saúde
bucal dos pacientes que apresentam sintomatologia ou patologias que justifiquem tal
procedimento e todos os dentes que não possui sua posição e função no arco, devem ser
removidos (VASCONCELLOS et al, 2002).
29
Raramente a inclusão do terceiro molar permanece assintomática. As doenças
associadas aos dentes inclusos são classificadas como complicações infecciosas,
complicações tumorais, complicações mecânicas e acidentes reflexos. Elas são tratadas de
forma igual, independente da localização (maxila ou mandíbula), embora os problemas
provocados pelos terceiros molares superiores sejam muito mais benignos do que os dos
inferiores (PEREIRA & FERREIRA, 2008). As complicações locais mais comuns observadas
por dentes inclusos são as doenças periodontais, reabsorção radicular no segundo molar,
formação de cistos e tumores e reabsorção interna de terceiros molares (FARIAS et al, 2003).
Os dentes inclusos são classificados em três grandes grupos, onde, é importante
conhece-los, uma vez que o mecanismo de inclusão determinará a forma da intervenção. O
primeiro diz respeito ao aparecimento de um obstáculo que impeça a erupção dental. O
segundo é uma patologia dentária que impede seu desenvolvimento normal ou má formação
dental ou má posicionamento. O terceiro grupo diz respeito à presença de dentes extra-
numerários (PEREIRA & FERREIRA, 2008).
Com a radiografia panorâmica é possível complementar o diagnóstico de terceiro
molar incluso (VASCONCELLOS et al, 2002). É importante classificar o dente incluso
quanto a sua posição, para traçar o melhor tratamento e êxito na intervenção
(VASCONCELLOS et al, 2002; PEREIRA & FERREIRA, 2008).
A extração de dentes inclusos pode ser fácil ou extremamente difícil. O fator que
determina a dificuldade da remoção é a facilidade no acesso do dente. Acessibilidade dental é
determinada pela facilidade de exposição dental, trajeto de sua saída e o preparo para um
ponto de apoio. Para identificar o grau de acessibilidade foram criadas várias classificações
para os dentes inclusos como a de Winter (1926), Pell e Gregory (1933) (FARIAS et al, 2003).
Em seu artigo Pereira e Ferreira (2008) utilizaram a classificação de B. Winter
apresentou no seu livro “The principles of exodontia as applied to the lower third molar”, em
1926, por constatarem que a classificação não só por abranger todas as posições possíveis,
mas por ser facilmente compreendida quando nos citada cada uma delas. Ressaltam ainda que
apesar da sua longevidade ela serviu de referencia para outras classificações (PEREIRA &
FERREIRA, 2008).
30
Classificação de Winter:
Classe I – Vertical
Classe II – Horizontal
Fonte: Angelfire (2009)
Classe III - Mésio-Angular
Classe IV - Disto-Angular
Fonte: Angelfire (2009)
Classe V - Invertido
Classe VI - Vestíbulo-Angular
Fonte: Angelfire (2009)
31
Classe VII - Linguo-Angular
Classe VIII - Exepcionais
Fonte: Angelfire (2009)
Os fatores que orientam a intervenção cirúrgica é a posição da coroa,
desenvolvimento e posição da raiz, natureza e quantidade de tecido ósseo que rodeia o dente e
a relação entre o terceiro molar inferior incluso e o segundo molar interrompido
(ANGELFIRE, 2009).
Os fundamentos da técnica cirúrgica se enquadram nos princípios de assepsia
absoluta para evitar entrada de microorganismos no local operado, simplicidade no
instrumental, usando apenas o necessário, para evitar impressão desagradável no paciente,
ampla visibilidade do local a ser operado, afastamento de zonas infectadas para melhorar
cicatrização e evitar problemas no pós-operatório. Procurar cicatriz de primeira intenção,
diminuição do traumatismo ao mínimo e facilitar o pós-operatório (CABRINI et al, 1955).
Os princípios básicos para cirurgias de dentes inclusos são realizar menor
traumatismo possível, trabalhar pela via de menor resistência para extração do mesmo e
controle de forças empregadas durante procedimento cirúrgico (ANGELFIRE, 2009).
A indicação cirúrgica para exodontia de terceiro molar é pericoronarite, dor ou
sintomas na Articulação temporomandibular (ATM), falta de espaço para dente irromper,
tumores e cáries (FARIAS et al, 2003; VICENTINI et al, 2008; ANGELFIRE, 2009),
indicações ortodônticas (FARIAS et al, 2003), má posição do dente incluso que não apresenta
possibilidade de correção, reabsorção dental, colocação de prótese ou ortese, processos
patológicos como trismo, abscesso, cisto dentígero (ANGELFIRE, 2009), alteração na
posição dos dentes anteriores em decorrência da falta de espaço, tratamento de tumores ou
cistos nestes dentes, posição do terceiro molar em linha de fratura, quando situado próximo ao
rebordo que receberá prótese com suporte ósseo-mucoso e quando terceiro molar provocar
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bolsa periodontal em dentes vizinhos por causa da reabsorção óssea compressiva
(VICENTINI et al, 2008).
As contra-indicações para extração de dentes inclusos são de má condição geral do
paciente, iatrogenia, possibilidade de tratamento conservador, pacientes muito idosos,
extrações precoces e processos infecciosos agudos (ANGELFIRE, 2009), possibilidade de
injúria às estruturas adjacentes, comprometimento do estado físico sistêmico do paciente e
dentes retidos assintomáticos em pacientes idosos (FARIAS et al, 2003).
O pós-operatório é o tempo que se segue após ato cirúrgico. É de suma
importância que a equipe médica conceda informações ao paciente sobre cuidados no pós-
operatório. O paciente deve permanecer em repouso nas primeiras vinte e quatro horas após
cirurgia, mantendo a cabeça mais elevada que o corpo. A alimentação deve constar a base de
líquidos e alimentos pastosos e se possível mais frios. Evitar sucção. Importante que se
alimente a cada duas horas, mesmo sem desejo de comer, para deixar organismo mais nutrido
e não debilitando as defesas. Passar anti-sépticos na incisão cirúrgica, e após não ingerir
líquidos. A temperatura, pulso e respiração ficam ligeiramente aumentados após cirurgia
(CABRINI, et al, 1955).
As complicações do pós-operatório são observadas com freqüência principalmente
por desleixo no cuidado por parte do paciente. As hemorragias ocorrem por uma ação de
vasodilatação secundária a ação da vasoconstrição da adrenalina usada no anestésico.
Infecção pode ocorrer por maior os cuidados que o paciente adote, uma vez que a boca recebe
alimentos, e estes podem estar contaminados. Pode ocorrer também o desprendimento dos
pontos da sutura, fazendo cirurgião suturar novamente (CABRINI et al, 1955).
33
4. MATERIAIS E MÉTODOS
A presente pesquisa pode ser caracterizada quanto a sua natureza como pesquisa
de revisão bibliográfica, pois pretende gerar novos conhecimentos, descrevendo o avanço da
ciência sem a aplicação prática. Os objetivos da pesquisa é exploratória pois são provenientes
de pesquisas bibliográficas. Os procedimentos técnicos deste estudo são delimitados como
pesquisas bibliográficas, uma vez que foi produzido a partir de referências teóricas publicadas
na literatura científica.
Pesquisa bibliográfica é aquela desenvolvida através de material já elaborado,
constituindo principalmente de artigos científicos e livros. Embora quase todos os trabalhos
científicos exijam referencial teórico, existem pesquisas desenvolvidas exclusivamente a
partir de referencias bibliográficas. Grande parte dos estudos exploratórios podem ser
definidas também como pesquisa bibliográfica. Pesquisas ideológicas, bem como aquelas que
analisam diversas posições sobre um problema também costumam ser desenvolvidas
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas (GIL, 2002). A metodologia de pesquisa é
definida como bibliográfica quando elaborada por meio de conhecimentos produzidos com
publicações de livros, artigos de periódicos e com informações disponibilizadas na internet
(LUCIANO, 2001).
A maior parte das referencias bibliográficas foram pesquisadas e coletadas na
Biblioteca do Centro Integrado de Estudos e Pesquisa do Homem (CIEPH), localizada em
Florianópolis-SC, na Biblioteca na Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) no
Campus de Criciúma-SC. Através de fontes indicadas pelo orientador, professores e colegas
do curso de Especialização em Acupuntura do CIEPH e de informações colhidas na Internet.
A presente pesquisa tem por objetivo prestar subsídio e servir de suporte para
futuras pesquisas científicas que procuram elucidar os efeitos e os benefícios da analgesia por
eletro-acupuntura em cirurgias odontológicas, procurando entender e detalhar
minuciosamente toda a neurofisiologia e mecanismos de ação da acupuntura neste
procedimento analgésico.
Este trabalho científico foi desenvolvido em Criciúma-SC e em Florianópolis-SC,
com inicio em Fevereiro de 2009 e término em Novembro de 2009.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho foi elaborado com a intenção de revisar o uso da eletroterapia
acupuntural no pré-operatório de terceiro molar bem como verificar analgesia com eletro-
acupuntura, identificar a freqüência que a eletro-acupuntura apresenta melhores resultados,
verificar se houve menor administração de farmacos durante e após a cirurgia, observar
reações peri e pós-operatória e verificar se ocorreu diminuição no sangramento durante
procedimento cirúrgico.
Os resultados revisados neste estudo sugerem que a eletro-acupuntura provoca
analgesia em pacientes submetidos à cirurgia odontológica para extração de terceiro molar,
entretanto não substitui a anestesia tradicional, mas a complementa, porque paciente ainda
apresenta as sensações dolorosas ao quente, ao frio e a tração. Ela não causa relaxamento
muscular e o paciente conserva todas as sensações motoras, sensitivas e de propriocepção.
A estimulação dos pontos acupunturais com eletro-acupuntura, no pré-operatório
de cirurgia odontológica, faz com que ocorra melhor circulação do Chi e do sangue no local
operado, realizando assim uma melhor circulação da energia no interior dos meridianos,
evitando a invasão de fatores patogênicos externos, frio ou calor interno, estagnação do chi e
do sangue, obstrução por fleumas e a retenção de alimentos.
A eletro-acupuntura equilibra os processos fisiológicos do organismo, ativando os
mecanismos de auto-cura e estimulando a liberação de endorfinas (endorfina-β, encefalina,
dinorfina e endomorfina). A freqüência da estimulação elétrica interfere diretamente no tipo
de endorfina a ser liberada. Para procedimentos cirúrgicos de exodontia de terceiro molar é
indicado usar as três freqüências de forma alternada, baixa, média e alta, iniciando com baixa
e média e terminando com alta freqüência. Desta forma ocorrerá a liberação dos quatro tipos
de endorfinas, conseguindo assim, uma maior quantidade de analgesia.
A complementação da anestesia com eletroterapia acupuntural se faz importante
porque reduz a administração do farmaco durante ato cirúrgico, diminuindo a toxicidade do
anestésico e acelera o processo de recuperação. Como o efeito analgésico persiste algumas
horas após a cirurgia, diminui o uso de analgésicos e antiinflamatórios após a cirurgia.
Eletroanalgesia com acupuntura diminui efeitos colaterais que apresenta os
anestésicos como náuseas, vômitos e a toxicidade, não produz efeitos adversos e tem boa
aceitação pelos pacientes. Também não altera a pressão arterial e a pulsação. Apresenta
diminuição significativa no edema pós-operatório pois a incisão cirúrgica sangra em menor
quantidade e a cicatrização ocorre de uma forma mais rápida.
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6. REFEÊNCIAS
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