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“Responso” Cesário Verde Ana Nunes 11ºC Nº1

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Trabalho de Português

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  • Responso Cesrio Verde

    Ana Nunes 11C N1

  • NascimentoFamlia (Pai)

    InfnciaAusncia de Religio

    1872 Trabalhar

  • 24 anos Assume o negcio

    1883 Paris1873 Curso Superior de Letras/ Dirio de Notcias (pssima

    receo)Tuberculose (irmos)

    Ares do Campo

  • Morre no Lumiar19 de Julho de 1886

    5h da manh31 anos

    No quero nada, deixem-me dormir.

  • No ano seguinte Silva Pinto organiza O Livro

    de Cesrio Verde, compilao da sua

    poesia publicada em 1901.

  • TEMTICAS

  • Imagtica Feminina

  • Binmio Cidade/ Campo

  • Questo Social

  • Questo Social

  • Fases1 Lirismo Crise Romanesca (Responso)

    2 Ironia, Naturalismo As ideias transmitem-se sem excessos

    3 identifica-se com o Pintor Realista Descreve a vida quotidiana de Lisboa

  • RESPONSO

    Publicado em 1874

    Titulo original: Fantasias do Impossvel Caprichos

    Tema: os desejos do sujeito lrico

    Responso: versculos que se rezam ou cantam alternadamente pelos dois coros, depois dos ofcios divinos; ou um tipo de orao a um santo para que apaream as coisas perdidas ou no sucedam males

    Este poema um tipo de canto, quase divino, onde o poeta exprime as suas fantasias impossveis.

  • INum castelo deserto e solitrio,

    Toda de preto, s horas silenciosas, Envolve-se nas pregas dum sudrio

    E chora como as grandes criminosas.

    Pudesse eu ser o leno de Bruxelas Em que ela esconde as lgrimas singelas.

    A primeira estrofe situa-nos num castelo abandonado e quase vazio onde s aparece uma mulher, muito triste e vestida de preto.

    Todas as estrofes so completadas com um dstico, nos quais o poeta exprime o seu desejo de se transformar em tudo aquilo que a castel toca ou que fica perto dela.

  • II

    A descrio da castel na primeira estrofe contrasta com a descrio fsica dada na segunda: loura e muito bela.

    Fica fechada no castelo perante o mundo e distante do amor (Artemisa).

    Esta situao pode dever-se ao facto de estar de luto por um marido morto ou pela morte dos seus familiares.

    Condenada pela diferena da sua classe social alta (castelo, smbolo das suas limitaes).

    loura como as doces escocesas, Duma beleza ideal, quase indecisa; Circunda-se de luto e de tristezas E excede a melanclica Artemisa.

    Fosse eu os seus vestidos afogados E havia de escutar-lhe os seu

    pecados.

  • III

    Alta noite, os planetas argentados Deslizam um olhar macio e vago

    Nos seus olhos de pranto marejados E nas guas mansssimas do lago.

    Pudesse eu ser a Lua, a Lua terna, E faria que a noite fosse eterna.

  • IVE os abutres e os corvos fazem giros

    De roda das ameias e dos pegos, E nas salas ressoam uns suspiros

    Dolentes como as splicas dos cegos.

    Fosse eu aquelas aves de pilhagem E cercara-lhe a fronte, em

    homenagem. A descrio do castelo (deserto e solitrio) permite-nos saber que se trata de um castelo gtico (medieval).

  • vE ela vaga nas praias rumorosas,

    Triste como as rainhas destronadas, A contemplar as gndolas airosas, Que passam, a giorno iluminadas.

    Pudesse eu ser o rude gondoleiro E ali que fizera o meu cruzeiro.

    O castelo fica perto do mar e a mulher passeia pelas praias, observando a paisagem.

  • VI

    De dia, entre os veludos e entre as sedas, Murmurando palavras aflitivas,

    Vagueia nas umbrosas alamedas E acarinha, de leve, as sensitivas.

    Fosse eu aquelas rvores frondosas, E prendera-lhe as roupas vaporosas.

    A castel idntica s plantas, sensitiva e intocvel.

  • VIIOu domina, a rezar, no pavimento

    Da capela onde outrora se ouviu missa, A msica dulcssima do vento

    E o sussurro do mar, que se espreguia.

    Pudesse eu ser o mar e os meus desejos Eram ir borrifar-lhe os ps, com beijos.

    Solido do lugar na capela onde antes se ouvia missa, agora s se pode ouvir o vento e o mar.

  • VIIIE s horas do crepsculo saudosas, Nos parques com tapetes cultivados,

    Quando ela passa curvam-se amorosas As esttuas dos seus antepassados.

    Fosse eu tambm granito e a minha vida Era v-la a chorar arrependida.

    Ela passeia pelos parques do castelo, onde se encontram as esttuas dos seus antepassados que parecem curvar-se diante dela.

    Evidncia a sua tristeza, descobrimos que sofre por uma coisa concreta. Nesta estrofe o sujeito quer v-la chorar arrependida, na primeira ela chora como as grandes criminosas e na segunda ela parece revelar os seus pecados. difcil descobrir porque que ela se deve sentir culpada.

  • IX

    No palcio isolado como um monge, Erram as velhas almas dos precitos,

    E nas noites de inverno ouvem-se ao longe Os lamentos dos nufragos aflitos.

    Pudesse eu ter tambm uma procela E as lentas agonias ao p dela!

    Pelo palcio isolado, alm dela, erram as velhas almas dos condenados.

    O mar perto do castelo um lugar de frequentes naufrgios.

    Estes dois factos podem ser tambm a razo da sua tristeza.

  • Os dsticos das trs ultimas estrofes crescem em intensidade mrbida. Os desejos do sujeito por metamorfoses que o aproximem da castel culminam com o desejo de fuso na morte.

  • X

    E s lajes, no silncio dos mosteiros, Ela conta o seu drama negregado,

    E o vasto carmesim dos reposteiros Ondula como um mar ensangentado.

    Fossem aquelas mil tapearias Nossas mortalhas quentes e sombrias.

  • XI

    E assim passa, chorando, as noites belas, Sonhando uns tristes sonhos doloridos,

    E a refletir nas gticas janelas As estrelas dos cus desconhecidos.

    Pudesse eu ir sonhar tambm contigo E ter as mesmas pedras no jazigo!

  • XII

    Mergulha-se em angstias lacrimosas Nos ermos dum castelo abandonado, E as prximas florestas tenebrosas Repercutem um choro amargurado.

    Unssemos, ns dois, as nossas covas, doce castel das minhas trovas!

  • Sugestes da passagem do tempo (horas silenciosas, alta noite, de dia, s horas do crepsculo)Tom romanescoPresena sofredora do poetaMelodrama do passado, sugestes do sobrenatural e do mal e metamorfoses sinistras (caractersticas do romance gtico)Dama fatal estimula o desejo de morte do sujeito

    Diapositivo 1Diapositivo 2Diapositivo 3Diapositivo 4Diapositivo 5Diapositivo 6Diapositivo 7Diapositivo 8Diapositivo 9Diapositivo 10Diapositivo 11Diapositivo 12Diapositivo 13Diapositivo 14Diapositivo 15Diapositivo 16Diapositivo 17Diapositivo 18Diapositivo 19Diapositivo 20Diapositivo 21Diapositivo 22Diapositivo 23Diapositivo 24Diapositivo 25Diapositivo 26