ciberespaÇo, cibercultura e a utilizaÇÃo … roberto... · são paulo, sob a orientação da ......
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PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE SO PAULO
PUC-SP
LUIS ROBERTO GUERREIRO LOPES
CIBERESPAO, CIBERCULTURA E A UTILIZAO DA WEB 2.0 NA APRENDIZAGEM COLABORATIVA ATRAVS DA FERRAMENTA GOOGLE
DOCS
MESTRADO EM TECNOLOGIAS DA INTELIGNCIA E DESIGN DIGITAL
SO PAULO 2010
Dissertao apresentada Banca Examinadora como exigncia parcial para obteno do ttulo de Mestre em Tecnologias da Inteligncia e Design Digital pela Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo, sob a orientao da Profa. Dra. Sonia Maria de Macedo Allegretti.
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BANCA EXAMINADORA
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DEDICATRIA
Dedico este trabalho a minha famlia, em especial a minha filha Maria Luisa, minha esposa Rafaela, meu pai Marcos, minha me Creusa e meu irmo Marcelo.
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AGRADECIMENTOS
A DEUS: por ter me iluminado e me orientado a tomar as melhores decises em todos os momentos da minha vida, mostrando-me sempre o melhor caminho. Aos meus pais por terem me dado o dom da vida, pela minha educao, os bons costumes, a dedicao em sempre querer mostrar as coisas boas da vida, pela compreenso, e por sempre acreditar que com muita luta e muita vontade eu posso vencer esta batalha to difcil que a vida. Gratido tambm ao meu irmo que sempre esteve ao meu lado me auxiliando. A minha esposa Rafaela, por me mostrar e fazer acreditar no amor, na dedicao, na compreenso, no dilogo, e por estar carregando no seu ventre o fruto destas qualidades. A minha sogra Vera Lucia e meu sogro Jair por estarem sempre do meu lado me incentivando. E minha querida cunhada Fernanda que sempre me agradou. Aos meus amigos que sempre sero a essncia de uma vida feliz e por ter me dado fora nas minhas fraquezas. A orientadora Profa. Sonia Allegretti, pelos ensinamentos, dedicao, pacincia e pelo acompanhamento pontual e competente. A Edna Conti por estar sempre atenta a qualquer dvida e por diversas vezes ter aberto meus olhos, incentivando e sugerindo quais os passos que deveria seguir dentro do TIDD. As professoras: Lucila Pesce e Ana Maria Di Grado Hessel pela simpatia, honestidade, clareza e grande colaborao no desenrolar da minha dissertao nas oportunas indicaes e sugestes. Aos 42 alunos inscritos na ferramenta, por terem aceito meu convite! Sem vocs, no teria havido pesquisa! Aprendi muito com vocs! A todos os demais amigos queridos no mencionados aqui, que me estimularam, apoiaram e compartilharam comigo a realizao desta pesquisa, os meus mais sinceros agradecimentos!
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EPGRAFE
Se um homem tem um talento e no tem capacidade de us-lo, ele fracassou. Se ele tem um talento e usa somente a metade deste, ele fracassou parcialmente. Se ele tem um talento e de certa forma aprende a us-lo em sua totalidade, ele triunfou gloriosamente e obteve uma satisfao e um triunfo que poucos homens conhecero.
Thomas Wolfe
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RESUMO
Com a crescente evoluo das tecnologias da comunicao, inmeros so os recursos hoje
disponveis para a construo de um ambiente para a aprendizagem colaborativa. E, nesse
processo de construo, podemos nos valer das possibilidades oferecidas pela Web 2.0, onde a
palavra chave interao. Todos os dias surgem, no mundo virtual, atravs do advento da
Internet, ferramentas com potencialidades imensas, especialmente em termos de interao e
construo coletiva de conhecimentos. A ferramenta Google Docs, especificamente, permite a
interao e o intercmbio de idias, possibilitando trocar informaes, sermos autores,
interferir e contribuir para a construo de uma realidade/conhecimento que nos torne sujeitos
de nossa prpria existncia. A maior vantagem na utilizao desta ferramenta que ela
gratuita e permite que o conhecimento trabalhado e produzido neste curso seja aberto a toda a
comunidade envolvida na ferramenta.
Por meio desta pesquisa analisamos as vrias funes do Google docs em processos de
ensinoaprendizagem como possibilitador de aes colaborativas no universo da interatividade
virtual, por uma amostra de alunos do ensino superior, no contexto formal de ensino e
aprendizagem. Sobre a utilizao da ferramenta Google docs salientam-se as percepes dos
alunos identificadas a partir das respostas dadas a um questionrio construdo para o efeito.
Das percepes dos alunos destaca-se o fato de considerarem que o Google docs ajuda a
melhorar os resultados de desempenho da matria relacionada ao curso, funcionando como
uma estratgia de aprendizagem e como um recurso de apoio, sempre disponvel a qualquer
hora e em qualquer local onde o aluno tenha acesso a Internet.
Palavras-chave: Ciberespao. Cibercultura. Interatividade. Aprendizagem Colaborativa. Google
Docs.
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ABSTRACT
With the increasing development of communication technology, there are countless
resources available today to build an environment for collaborative learning. And in
construction process, we can avail ourselves of the opportunities offered by Web 2.0, where
the keyword is interaction. Every day appears, in the virtual world, through the advent of the
Internet, tools with enormous potential, especially in terms of interaction and social
construction of knowledge. The tool Google Docs specifically allows interaction and exchange
of ideas, exchange information possible, being authors, to interfere and contribute to the
construction of a reality / knowledge that makes us subjects of our own existence. The biggest
advantage in using this tool is that it is free and allows the knowledge produced and worked in
this course is open to the whole community involved in the tool.
Through this research we analyze the various features of Google Docs in the teaching-
learning as enabler of collaborative actions in the virtual world of interactivity, for a sample of
students in higher education in the context of formal teaching and learning. On the use of
Google docs are as perceptions of students identified from the responses to a questionnaire
constructed for this purpose. The perceptions of students stands out considering the fact that
Google docs help improving the performance results of matter related to the course, working
as a learning strategy and as a support resource, always available anytime and anywhere where
the student has Internet access.
Key-words: Cyberspace. Cyberculture. Interactivity. Collaborative Learning. Google Docs.
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Da Web 1.0 Web 2.0...........................................................................68
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Utilizao das empresas no meio interativo ..........................................61
Figura 2: Desenvolvimento de recursos e softwares da fase da Web 1.0 ............68
Figura 3: Criao de plataformas e sites na Web 2.0 ...........................................69
Figura 4: Pgina inicial da ferramenta Google docs .............................................90
Figura 5: Editor do Google docs ...........................................................................92
Figura 6: Planilha do Google Docs .......................................................................93
Figura7: Apresentao de Slides no Google docs ................................................94
Figura8: Acesso ao Google docs ........................................................................108
Figura 9: Realizao do cadastro ........................................................................108
Figura 10: Navegao na ferramenta ..................................................................109
Figura 11: Ferramentas de ajuda .........................................................................109
Figura12: Interatividade .......................................................................................110
Figura 13: Editor de textos ...................................................................................111
Figura 14: Planilhas Eletrnicas ..........................................................................112
Figura 15: Apresentao de slides ......................................................................113
Figura 16: Criao de formulrios ........................................................................114
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
PC Personal Computer
ASCII American Standard Code for Information Interchange
EAD Educao a distncia
API Application Programming Interface
SAP Systems, Applications and Products in Data Processing
CGI Common Gateway Interface
RSS Rich Site Summary
RDF Site Summary e tambm Really Simple Syndication
HTML HyperText Markup Language
SQL Structured Query Language
PHP Hypertext Preprocessor
DHTML Dynamic HyperText Markup Language
GUI Graphical User Interface
VoIP Voice over Internet Protocol
SMS Short Message Service
PDF Portable Document Format
XLS Excel Worksheet , Microsoft Excel file format
CSV Comma-separated values
ODS Open Domain Server
ODT Otago Daily Times
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RTF Rich Text Format
DOC Document
PPT Power Point
CSS Cascading Style Sheets
ZDP Zona de desenvolvimento proximal
CL Aprendizagem Colaborativa
CVS Concurrent Version System
SVN Subversion
TIC Tecnologias da Informao e Comunicao
CSCW Computer Supported Cooperative Work
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SUMRIO
Introduo..............................................................................................................14
Origem do problema...............................................................................................17
Questo de investigao........................................................................................18
Objetivo geral..........................................................................................................18
Objetivo especfico..................................................................................................18
Justificativa.............................................................................................................19
Mtodo....................................................................................................................21
Fundamentao Terica.........................................................................................22
Estrutura da dissertao.........................................................................................24
1 A tecnologia da comunicao......................................................................27
1.1 A tecnologia globalizada..............................................................................27
1.2 A sociedade da informao..........................................................................29
1.3 Informaes gerando conhecimento............................................................31
1.4 A tecnologia e a informtica evoluindo em busca de informaes.............33
1.5 A rede mundial de computadores: Internet..................................................40
1.6 Da Internet ao Ciberespao........................................................................42
1.7 O surgimento das comunidades virtuais: cibercultura..................................48
1.8 O ciberespao, a cibercultura e a interatividade..........................................57
1.9 A interatividade e suas aplicaes no ciberespao......................................62
2 Web 2.0........................................................................................................66
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2.1 O surgimento da Web 2.0............................................................................66
2.2 Inovaes da Web 2.0 em relao Web 1.0............................................67
2.3 As caractersticas e os contedos trazidos pela Web 2.0............................74
2.4 Software acima do nvel de um nico dispositivo.........................................78
2.5 Ricas experincias do usurio na Web 2.0..................................................79
2.6 Competncias bsicas de empresas da Web 2.0........................................81
2.7 Ferramentas da Web 2.0..............................................................................82
2.8 Ferramenta Google docs..............................................................................90
3 Aprendizagem colaborativa na ferramenta Google docs.............................95
3.1 Teorias relacionadas com a aprendizagem colaborativa.............................95
3.2 Dificuldades de aprendizagem colaborativa dentro do ciberespao............97
3.3 O Google docs na aprendizagem colaborativa............................................99
4 Estudo de Caso..........................................................................................106
4.1 Objetivo do estudo de caso........................................................................106
4.2 Resultados da avaliao da ferramenta Google docs................................107
Consideraes finais.............................................................................................120
Referncias bibliogrficas.....................................................................................122
Anexos..................................................................................................................139
Apndice...............................................................................................................148
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INTRODUO
Entendendo a tecnologia como artefatos que o ser humano cria, na maioria das vezes,
para facilitar sua vida e expandir seus conhecimentos, veremos que diferentes tecnologias
foram incorporadas ao ensino. Inicialmente o livro, a cartilha, passando pela televiso e o rdio
na dcada de 70, udio e vdeos na dcada de 80, e a multimdia e redes de satlites na dcada
de 90. Estamos vivendo agora a era da informao, onde existem variadas alternativas que
permitem s pessoas interagir, intercambiar opinies, problemas ou propostas com outros
usurios, fazer consultas com especialistas, acessar informaes constantemente atualizadas.
Vivemos uma poca de constantes mudanas, de informaes rpidas em que o conhecimento
chega at as pessoas de forma muito mais acelerada que h alguns tempos atrs. Com o avano
das Tecnologias de Informao e Comunicao - TICs -, a informao e o conhecimento esto
cada vez mais acessveis no mundo digital. Computador e Internet esto sendo incorporados ao
cotidiano das escolas e trazem desafios para os professores, na medida em que favorecem o
desenvolvimento de novas situaes pedaggicas e ampliam as oportunidades para o acesso
informao, participao, ampliao de redes e para o processo de ensino- aprendizagem.
As TICs trazem consigo novas formas de pensar, de aprender e de ensinar, e as
relaes entre os seres humanos esto sendo rapidamente reelaboradas. Ressalta-se, entretanto,
que podem ser bem ou mal usadas. O uso inteligente dessas tecnologias que possibilitar
mudanas no sistema atual de ensino, usadas tanto pelo aluno como pelo professor.
O cenrio educacional brasileiro vem mostrando uma forte tendncia de flexibilizao e
incorporao de novas tecnologias e metodologias para otimizar e melhorar a qualidade do
ensino superior, permitindo o desenvolvimento de cursos utilizando estratgias, ferramentas e
recursos presenciais e no presenciais priorizando a aprendizagem do aluno. Neste sentido, s
no mbito de uma proposta pedaggica bem situada na realidade atual, que se pode inserir a
necessria condio de formao dos graduados, seja em ensino presencial ou a distncia,
conjugada a aes da prtica pedaggica docente com as novas tecnologias.
uma questo no s de imperativo histrico, mas de reconhecimento de que so
ferramentas que podem contribuir no contexto de mediao do trabalho docente do nvel
superior possibilitando aprendizagem mais significativa e colaborativa, j que o aluno ao
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construir seu prprio conhecimento, passa a ter papel ativo, na busca de soluo de suas
necessidades e da coletividade.
Para Sobral (1999), como nos encontramos na famosa era da informao, nada melhor
do que saber como obter e mesmo produzir com rapidez.
Aprender a trabalhar com modernas tecnologias, implica em aprender em um ambiente
de mudanas constantes, onde surgem diversas possibilidades.
Com o aparecimento da World Wide Web alterou-se a forma como se acede
informao e como se passou a pesquisar, fazer trabalhos ou comunicar com os outros. Assim
sendo, a Web uma presena constante no nosso dia-a-dia, quer ao nvel pessoal quer ao nvel
profissional. Por esse fato, os professores, so cada vez mais solicitados a utilizarem nas suas
aulas as tecnologias nomeadamente aquelas que promovem a comunicao e partilha de
informao. J no possvel pensar em inovao e no desenvolvimento pessoal sem o auxlio
das potencialidades das tecnologias associadas Internet, das quais destacamos as associadas
Web 2.0.
Como adverte Simo (2006, p. 149) A designao de Web 2.0 no inocente e segue
toda a terminologia usada para atualizaes (update) e evolues (upgrade) de programas
informticos. Mas que evoluo foi essa que mereceu nova designao? Far sentido
acrescentar um rtulo se, afinal, a realidade sempre a mesma a Web! Foi uma evoluo
tcnica, ou foi mais do que isso? Tim OReilly, autor do termo, numa entrevista recente a
Chistina Bergamn d a resposta: Web 2.0 significa desenvolver aplicativos que utilizem a rede
como uma plataforma. A regra principal que esses aplicativos devem aprender com seus
usurios, ou seja, tornar-se cada vez melhores conforme mais e mais gente os utiliza. Web 2.0
significa usar a inteligncia coletiva (Bergman, 2007, s/p).
A Web 2.0 pode dar uma outra perspectiva em prol de uma educao de qualidade,
tornando os alunos produtores do conhecimento. , importante, preparar as geraes para esta
nova forma de estar, onde todos so consumidores e produtores e onde as capacidades de
pesquisar e de avaliar a qualidade da informao so crticas (Carvalho, 2007).
A apropriao do ciberespao pela educao, como um espao complementar para a
construo do conhecimento, tornou-se uma tarefa social importante, porque as tecnologias de
informao e comunicao permitem a ampliao dos ambientes de aprendizagem para alm
das tradicionais salas de aula presenciais. Assmann fala sobre a liberdade que h para o uso do
ciberespao para aprendizagem, pois [...] nenhum poder econmico ou poltico capaz de
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controlar e colonizar inteiramente a exploso dos espaos do conhecimento. A internet apenas
um exemplo sinalizador do que se pretende dizer com essa hiptese (ASSMANN, 2003).
As comunidades virtuais no so mais simples redes de relacionamentos, formadas por
listas de discusso ou por trocas constantes de e-mails entre as pessoas, como foram
conceituadas na dcada passada. Os vnculos esto mais fortes. As comunidades virtuais se
diversificaram e se desdobraram em vrios tipos.
Elas esto ativas tanto em ambientes que foram desenvolvidos para a educao on-line
(WebCT, LearningSpace, AulaNet, TelEduc, e-Proinfo, Moodle, entre outros) como em ambientes
com funcionalidades para comunicao sncrona com o uso simultneo de texto, udio e vdeo
(Messenger, Breeze, Orkut, Multiply, Yahoo! Grupos, Weblogger, Google docs, entre outros). Alm
desses, cresce exponencialmente o uso dos sistemas de telefonia via internet, como VoIP,
Skype, UOLfone, entre outros, tanto por pessoas fsicas como jurdicas, devido s vantagens da
relao custo-benefcio e praticidade. O e-mail evoluiu para o videomail e o bate papo para o
videopapo, na interao on-line.
As comunidades virtuais, portanto, esto sendo constitudas por pessoas que interagem
no ciberespao motivadas pelos mais variados interesses.
No se pode mais pensar na educao sem lembrar as tecnologias, no uso da Internet e
dos recursos disponveis atravs da filosofia da Web 2.0. Diante do exposto, procura-se
desenvolver uma investigao acerca do uso da ferramenta Google Docs, como espao interativo
e colaborativo na construo do conhecimento.
A pesquisa foi feita com os alunos do primeiro ano do curso superior em Sistemas de
Informao, na disciplina de linguagem de programao. Decorreu durante um ano. Depois de
terminar administrou-se um questionrio ao grupo de alunos que participou da ferramenta e
identificaram-se as percepes dos alunos acerca das vantagens e desvantagens da utilizao do
Google docs, em vrios aspectos, como o trabalho colaborativo, a relao entre professores e
alunos, alunos e alunos, ambiente e alunos, sempre analisando e contemplando em forma de
informaes.
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Origem do problema
Minha ligao com a docncia e com a prtica da informtica j vem desde 2000.
Minha graduao foi concluda na rea da informtica, no curso de Engenharia da Computao
e me especializei em Tecnologia e Segurana da informao. Meu relacionamento com a
Internet e todas as ferramentas que fazem parte dessa rede global de computadores j tem mais
de dez anos.
O interesse pelo tema emergiu quando eu tive uma grande necessidade de encontrar
uma soluo fora da sala de aula, de acompanhar a soluo de alguns problemas e
entendimentos criados em um ambiente presencial e solucionados atravs da participao de
todos esses alunos na construo da resoluo destes problemas. Com isso despertou o meu
desejo de compreender cada vez mais profundamente aquilo que no meu cotidiano parecia ser
inicialmente apenas algumas meras informaes sendo levadas de um aluno para o outro sem
qualquer obteno final, ou seja, sem muito valor e tambm sem muita construo de qualquer
conhecimento baseado naquelas informaes.
Por isso resolvi compreender e buscar meios de comunicao e colaborao para que
os meus alunos pudessem alm de trocar informaes, fazer um aproveitamento e uma melhor
utilizao dentro de uma ferramenta virtual na qual iria lhes ajudar na construo do ensino e
aprendizagem baseados em tarefas tericas e prticas da disciplina de linguagem de
programao do curso de Sistemas de Informao, devido grande dificuldade destes alunos
em acompanhar todo o andamento da disciplina, criando assim, meios de interao destes
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alunos na soluo de vrias tarefas, para poder assim observar e analisar todo o processo
colaborativo neste ambiente.
Questo de investigao Em que medida o Google docs pode contribuir para o desenvolvimento do trabalho
colaborativo em um curso de graduao na disciplina de linguagem de programao?
Objetivo Geral
O presente trabalho tem a funo de analisar o uso do ambiente colaborativo Google
Docs na Internet, com alunos do ensino superior, no processo de ensino e aprendizagem.
Objetivos especficos
- Mostrar toda a evoluo da comunicao das informaes atravs da Internet.
- Relatar o processo de gerao do ciberespao e a alocao de vrias ciberculturas dentro
deste espao.
- Analisar o uso das tecnologias da informao e da comunicao na gerao do conhecimento.
- Justificar a escolha da ferramenta colaborativa indicada para fazer a colaborao com os
alunos.
- Acompanhar o desenvolvimento dos alunos na utilizao do ambiente virtual de
aprendizagem, utilizando a ferramenta colaborativa (Google Docs).
- Descrever as dificuldades encontradas pelos alunos na utilizao da ferramenta de
aprendizagem colaborativa Google Docs.
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- Analisar e interpretar os dados levantados.
Justificativa
Com a necessidade cada vez maior de comunicao atravs das informaes, na
passagem para o terceiro milnio comea a surgir um novo tipo de sociedade, denominada
sociedade da informao, onde tem como base de sua comunicao e transferncia de dados
em reas vitais de qualquer sociedade a Internet, que conforme Grenhow (2007), indicou a
Internet j no apenas um espao a que acedemos para buscar informao, mas um ambiente
descentralizado de autoridade, onde o conhecimento construdo de forma colaborativa j que
cada um (e todos) somos livres para aceder, utilizar e reeditar a informao.
Tendo a Internet como meio de comunicao, comeou acelerar cada vez mais o
desenvolvimento de ambientes que surgiam como facilitadores desta comunicao de
indivduos de diversos espaos geogrficos. Com isso comeou a gerar um novo espao de
sociabilidade e tambm novas relaes sociais, com estruturas e cdigos prprios. Estes
cdigos acabaram se tornando uma nova reformulao das conhecidas formas de sociabilidade,
onde esto adaptadas s novas condies de espao e de tempo. No ciberespao, o espao
virtual criado pela Internet, est sendo concretizadas novas formas de comunicao e acesso
informao que tem um grande e profundo efeito, no somente nos processos de apreenso
do conhecimento, mas na vida das pessoas em geral. O ciberespao vem rompendo a cada dia
a idia de tempo prprio para a aprendizagem. O espao da aprendizagem aqui, em qualquer
lugar; o tempo de aprender hoje e sempre.
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Deste modo a necessidade do desenvolvimento da educao e da formao ao longo da
vida tornou-se um aspecto relevante na sala de aula convencional e no relacionamento de
pessoas com o trabalho e com o conhecimento que se forma destas relaes. Isso tudo no
seria possvel imaginar sem o auxilio das atuais tecnologias associadas a esta rede mundial de
computadores Internet, das quais podemos destacar todas as tecnologias associadas Web 2.0.
Conforme indicado por Dias (2004), o aspecto mais significativo desta mudana reside
na representao coletiva das narrativas, atravs da utilizao do software social de edio e
partilha, de que so exemplos s numerosas comunidades emergentes e os coletivos de
conhecimento na Web.
Pensando nesta coletividade de informaes dentro da Web, foram analisadas diversas
ferramentas que colocam os usurios em totais condies de trocarem informaes em tempo
real.
A verificao desta colaborao foi feita por uma amostra de alunos de ensino superior,
como recurso de apoio em uma disciplina especfica ao processo de ensino e aprendizagem.
Hoje enfrentamos vrias dificuldades em sala de aula, o trabalho colaborativo poderia
favorecer a participao do estudante no processo de aprendizagem e fazer da aprendizagem
um processo ativo e efetivo, onde o conhecimento resultante de um consenso entre
membros de uma comunidade, algo que as pessoas constroem conversando, trabalhando
juntas e chegando a um acordo. Com isso, os alunos vo utilizar a tecnologia como um meio
bem mais colaborativo, quebrando a monotonia, preparando rapidamente um material muito
mais elaborado para as aulas seguintes. Tendo assim uma grande mudana do ambiente da sala
de aula.
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Mtodo
Tendo em vista que pretendemos dar um direcionamento nesta linha de estudo, na
utilizao da tecnologia para a construo do conhecimento, optou-se pela realizao de um
estudo de caso. O estudo de caso tem sido descrito como um termo guarda-chuva para uma
famlia de mtodos de pesquisa cuja principal preocupao a interao entre fatores e
eventos, Bell (1989). O mtodo de estudo de caso um mtodo especfico de pesquisa de
campo, Fidel (1992). Este mtodo do estudo de caso trata-se de uma pesquisa emprica,
qualitativa, descritiva e de levantamento, que a partir da prtica pedaggica docente aplicada
em duas turmas universitrias se procurou vivenciar a insero do Google Docs, dentre as outras
tantas sugestes de aplicativos e ferramentas no contexto da Web.
uma pesquisa emprica, pois teremos a busca de dados relevantes e convenientes
atravs da experincia, da vivncia do pesquisador, que tem como objetivo chegar a concluses
da maturidade experimental dentro do ambiente associado prtica dos usurios. Ento fica
entendido que deveremos estar buscando informaes destes usurios, fontes diretas, os quais
vivenciaram e utilizam seu conhecimento sobre o tema, o fato ou mesmo a situao, gerando
assim um enriquecimento e uma transformao em conhecimento de fcil compreenso.
Segundo Freire (1983), a pesquisa emprica lida com processos de interao e face-a-
face, isto , o pesquisador no pode elaborar a pesquisa em laboratrio ou em uma
biblioteca isolada e apenas com livros sua volta, concluindo que nesta modalidade da
elaborao do conhecimento, o pesquisador precisa ir ao campo, isto , o pesquisador
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precisa inserir-se no espao social coberto pela pesquisa; necessita estar com pessoas e
presenciar as relaes sociais que os sujeitos-pesquisados vivem.
O estudo realizado foi de tipo descritivo (MACMILLAN & SHUMAKER, 1997), por
apresentar o produto final como uma descrio aprofundada do fenmeno que esta sendo
estudado.
Ainda segundo Freire (1983), as chamadas metodologias qualitativas implicam num
processo de coleta de dados em que o pesquisador passa um tempo maior em contato com a
realidade examinada; seja observando/participando/dialogando/ouvindo bem como,
integrando o espao social que o seu objeto de pesquisa, com isso entendemos que para
mudar um ambiente precisa estar presente neste ambiente e entender todo tipo de
participao dos seus usurios.
O Google docs uma ferramenta que possibilita todas as trocas de informaes e a
colaborao dos seus envolvidos. Um dos grandes avanos do Google docs a utilizao dos seus
registros, ou seja, podemos acompanhar todas as aes e colaboraes dos usurios no
ambiente, possibilitando assim uma melhor analise e modelagem destes registros.
Este trabalho teve como incio uma reviso bibliogrfica e documental, auxiliando a
realizar um embasamento terico e balizar a linha a ser seguida, classificando o Google docs em
foco. Nesta reviso bibliogrfica e documental foram levantados dados relativos tecnologia
da comunicao, ciberespao, cibercultura e os ambientes sociais de colaborao.
Fundamentao terica
O objetivo deste levantamento terico apresentar e discutir pressupostos tericos que
sustentam este trabalho e que me possibilitaram responder as questes desta pesquisa. Neste
levantamento foram utilizados vrios autores e vrias fontes onde podemos destacar: livros,
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revistas, artigos cientficos, sites, dissertaes, teses, congressos e publicaes diversas. Citamos
a seguir os principais autores utilizados nos temas desta dissertao.
Para tratar dos aspectos tcnicos e histricos dos meios de comunicao, das
informaes, da gerao do conhecimento, do advento da Internet, do conceito e aplicao do
ciberespao e das comunidades virtuais que surgiram deste espao virtual os seguintes autores:
Pierry Levy (1999), Blaise Pascal, em 1942, Shannon (1975), Rodrigues (1993), Webster
(OLIVEIRA,CARDOSO & BARREIROS, 2004), Sobral (1999), Pessanha (1999), Piaget
(1975), Ausubel (1980), Kerckhove (1997), Alex Primo (2007), Steven Johnson (2001), Leal
(1996), Manuel Castells (2005), Ortiz (1994), Vargas (1994), Layton (1988), Boff (1996),
Barbosa(2003), Lcia Leo (1999), Schaff (1990), Santella (2003), Andr Lemos (1998), Wark
(1992), Paul Virilio (1999), Gouveia e Gaio (2004), Santos (2000), Susana Nascimento (2002),
Rheingold (1993), Antunes (2001), Hermano Vianna (1994), Orlandi (1999), Max Weber
(2002), Silvio (2000), Wertheim (2001), Vilches (2003), Hillis (2002), Escobar (2000), Valente &
Mattar (2007), Steuer (1993), Andrew Lippman (Brand, 1988), Bowman (1997), Mine (1995),
Jacob e Tanriverdi (2000), Meadows (2002) e Pereira (1995).
Para abordar o tema da Web 2.0 diferenciando da Web 1.0, suas caractersticas,
experincias e as ferramentas que compe este conceito, buscamos as citaes de: Carvalho
(2007), O'Reilly (2005), Richardson (2006), Siemens (2002), Valente e Mattar (2007), Alexander
(2006), Lima (2010), Rich Skrenta (1996), Dan Gillmor (2006), Hal Varian (1999), Antoun
(2006), Johnson (2003), Sotillo (2004), Silva (2000), Lvy (2000, 1999), Bettetini (1996), Moran,
Masetto e Behrens (2000), Grinspun (1999), Coutinho e Bottentuit Jnior (2007), Moura e
Carvalho( 2006), Gomes (2005), Appel (2006), Terry (2006), Moreira & Buchweitz (2000),
Novak & Gowin, (1996), Berners-Lee & Fischetti (1999), Sabino (2007), Franklin e Van
Harnelen (2007).
Para estudar os conceitos de aprendizagem cooperativa e colaborativa e suas aplicaes
na ferramenta Google docs: Vigotsky (1998), Lucena (1997), Piaget (1982), Moran (1999 e 2002),
Chaves (2002), Scriven (1967), Delors (1999), Johnson, Johnson & Smith (1991), Bruffee
(1995), John Myers (1991), Rockwood (1995), Jos Manuel Moran (1998).
E no estudo de caso na ferramenta Google docs referenciamos os seguintes autores: Silva
(1998), Tajra (2001), Olson (1997), Edith Litwin (2000), Mercer (1983).
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Estrutura da dissertao
Para mostrarmos como foi a evoluo das comunicao, o aparecimento da Internet, do
ciberespao e da cibercultura, a utilizao da interatividade e dos meios colaborativos no
ambiente colaborativo Google docs , alm da introduo e das consideraes finais estruturamos
esta dissertao em quatro captulos.
No primeiro captulo mostramos que com a crescente evoluo dos meios de
comunicao e de suas tecnologias, hoje encontramos inmeras facilidades para
desenvolvermos uma comunicao entre diversas pessoas de diversos pontos distintos do
mundo. Hoje, os espaos se tornaram apenas pequenos pontos de comunicao, onde se
desenvolveu atravs destes espaos uma sociedade caracterizada pelas trocas de informaes, a
sociedade da informao, alavancada pelos seus usurios que desenvolvem dentro delas todos
e quaisquer tipos de trocas de informaes, gerando o conhecimento para todos estes usurios.
Estas novas trocas de informaes s foram concretizadas graas ao advento da Internet, a rede
das redes, onde podemos destacar o aparecimento do ciberespao, como um espao
complementar para a construo do conhecimento.
Sabemos que o ciberespao tornou-se um fator social muito importante, pois
possibilitou atravs das tecnologias de informao e comunicao a ampliao dos ambientes
de aprendizagem, focados na troca de informaes.
Dentro deste ciberespao formaram-se comunidades virtuais, cada qual com um
propsito diferente e estabelecendo regras diferentes, baseadas em cada cultura que surgia
dentro destas comunidades. Com isso surge a cibercultura, para definir esta nova cultura
adquirida atravs do uso em massa da comunicao virtual e tambm para referir as culturas ou
produtos que tenham qualquer tipo de relao com a tecnologia dos dias atuais. Estas
comunidades criadas atravs desta nova cultura que esto sendo constitudas por pessoas que
interagem no ciberespao que procuram os mais diversos interesses, que podem ser traados
desde assuntos de ordem pessoal, de negcios, pesquisas acadmicas at a parte de terrorismo,
pedofilia e o trfico.
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25
Dentro deste novo cenrio comea a mudar a postura dos usurios, pois agora eles
seguem as trs dimenses do ciberespao, inovador, coletivo e meditico.
No segundo capitulo comeamos a mostrar a mudana de paradigma da web 1.0 para a
web 2.0 que sucedeu atravs da Internet. Apresentamos ainda algumas ferramentas de
inovaes deste novo paradigma da Internet, equacionando cada vez mais o seu potencial de
utilizao tanto educativa quanto de ordem empresarial.
Atravs da web 2.0 o utilizador passa a ser consumidor e produtor da informao, ou
seja, tendo a responsabilidade de toda a informao gerada atravs dos vrios ambientes
criados na web.
Podemos visualizar a Web 2.0 como um conjunto de princpios e prticas que
representam em conjunto um verdadeiro sistema solar de sites que demonstram alguns ou
todos esses princpios, a uma distncia variando a partir desse ncleo, criando um grande ciclo
de informaes possibilitando a construo do conhecimento por parte de seus usurios.
Mostramos as facilidades de criao e edio dos contedos trazidos pela web 2.0, pois
neste cenrio o utilizador tem vrios servidores que podem ser utilizados para disponibilizar
suas pginas de forma gratuita ou mesmo pagas. Inmeras ferramentas foram criadas e
disponibilizadas para seus usurios. A atualizao das informaes feita de uma maneira
colaborativa e torna-se mais confivel com o nmero elevado de pessoas que aceita e atualiza
estas informaes.
No terceiro capitulo mostraremos as vrias formas de se utilizar a aprendizagem
colaborativa e j adotando o Google docs como ferramenta colaborativa, indicando as facilidades
de trabalhar com esta ferramenta, pois permite que mais de uma pessoa possa trabalhar em um
determinado documento ao mesmo tempo.
J no mais preciso que os alunos troquem e-mails com membros do grupo, lidando
com aquelas confuses que ocorre freqentemente, com questes relativas compatibilidade
de software, questes de envio e recebimento, etc. Esta colaborao em tempo real faz com
que os alunos no tenham atraso de espera para que outras pessoas possam atualizar suas
colaboraes dentro de um documento ou apresentao.
S se torna necessria a utilizao de um navegador, para acessar o software. Todos os
documentos so armazenados com segurana, dando a tranqilidade para que professores e
alunos no percam seus documentos, por falhas ou por vrus.
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Destacamos alguns aspectos do Google docs: as potencialidades do Google docs no trabalho
colaborativo, a usabilidade do Google docs, a construo do conhecimento atravs da ferramenta
e a obteno de informaes.
No quarto capitulo destacaremos o estudo de caso dentro da ferramenta colaborativa
Google docs. Mostraremos a colaborao do aluno dentro da ferramenta e como este aluno ir
se comportar diante desta ferramenta.
Iremos entender atravs deste estudo de caso, as dificuldades enfrentadas por alunos na
utilizao de um ambiente colaborativo, bem como os benefcios que esta prtica traz para
estes alunos. Analisaremos a partilha das informaes e a opinio dos alunos sobre este
trabalho colaborativo.
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Captulo 1
Na passagem para o terceiro milnio estava estabelecida, em parte das naes do
planeta Terra, uma sociedade mpar em toda a histria da humanidade, a sociedade da
informao (WORLD SUMMIT ON THE INFORMATION SOCIETY, 2003, 2005). Entre
suas principais caractersticas est o uso da internet como meio de comunicao e transferncia
de dados em reas vitais de qualquer sociedade, como governo, educao, comrcio, sade,
lazer, entre outras.
A tecnologia da comunicao
1.1 A tecnologia globalizada
Estamos vivenciando em nossos dias uma grande revoluo e transformao nas
formas e nos meios de comunicao. Cada vez mais em nossas vidas, percebemos as mudanas
que vm sido causadas pela introduo e o avano da tecnologia e da informtica. Certos
estamos de que o mundo passa por um momento de profunda transformao tecnolgica e
social, e grande parte dessa mudana se deve ao rompimento das fronteiras culturais,
econmicas, sociolgicas e tnicas, baseadas em uma rpida e espantosa superao das
fronteiras da informtica em nosso mundo moderno. Segundo Pierry Levy (1999), no seu livro
Cibercultura, refere-se todas essas mudanas como um impacto das novas tecnologias da
informao sobre a sociedade e cultura, onde essas novas tecnologias tende a dar um grande
significado nos hbitos sociais de cada individuo.
A chave-mestra dessa transformao foi o fenmeno de globalizao pelo qual o
mundo que conhecemos est passando. Junte-se a isso, o desenvolvimento e a acessibilidade
da informao, tanto real, quanto virtual, a todas as camadas da sociedade (pelo menos de
forma bsica). A globalizao, que se d no s com relao informao, mas tambm com
destaque para a economia, a cultura e os costumes, tem tornado o mundo um lugar muito mais
isnomo, quebrando assim as barreiras culturais e distanciais.
Para Giddens (1999), a globalizao corresponde intensificao das relaes sociais
globais que ligam comunidades locais.
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A sociedade em que vivemos, tal qual a conhecemos atualmente, deve grande parte
desse fenmeno de globalizao, que aproximou os povos, ao sucesso e divulgao dos meios
de informao atuais, includos a, claro, a Internet.
Devemos lembrar que os primrdios da informtica remetem aos anos 40, quando o
pesquisador francs Blaise Pascal, em 1942, cria a primeira calculadora e tambm durante a
Segunda Grande Guerra. Nesse perodo, os EUA comearam a desenvolver calculadoras de
grande porte, com interesse exclusivamente blico e balstico, para que fossem utilizadas no
processamento de informaes estratgicas que seriam utilizadas durante os ataques aos pases
beligerantes.
Mesmo antes desses acontecimentos, os pesquisadores j sabiam que poderiam
transmitir mensagens atravs de outros meios, na forma de sinais eltricos. O grande seno de
tudo isso era que tais mensagens sofriam diversas interferncias, e acabavam nem sempre
sendo codificadas da maneira como tinham sido criadas. Isso acabou se resolvendo pela
criao de um sistema matemtico de informao, com o surgimento de novas expresses e
conceitos, como os de bit e byte, introduzido em 1847, pelo matemtico ingls George Boole
com os sistemas binrios, e algoritmos, utilizados pelos especialistas para facilitar e
desenvolver as novas tcnicas que surgiam juntamente com a necessidade crescente de
mudanas.
Todas essas mudanas se tornam alavancas no mundo atual, dentro do processo de
globalizao pelo qual estamos vivendo. Esse processo de globalizao tem sido intensificado
graas ao acesso as informaes que as pessoas recebem, no s oriundos de seus limites, mas
tambm advindo extra fronteiras, ou seja, o conhecimento mundial sendo colocado em nossas
mos.
Devemos nos ater nesse momento a idia de conhecimento. Diversas conceituaes
foram dadas ao tema, dentro de vrios aspectos estudados. Preferimos basear nosso estudo na
conceituao do conceito, baseando-nos na idia de informao. O conhecimento seria assim
a capacidade de armazenamento e disponibilizao da informao a que temos acesso.
______________________________ Os computadores "entendem" impulsos eltricos, positivos ou negativos, que so representados
por 1 e 0, respectivamente. A cada impulso eltrico, damos o nome de Bit (BInary digiT). Um conjunto de 8 bits reunidos como uma nica unidade forma um Byte.
Um algoritmo uma seqncia no ambgua de instrues que executada at que determinada condio se verifique. Mais especificamente, em matemtica, constitui o conjunto de processos (e smbolos que os representam) para efectuar um clculo.
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E, para melhor entendermos o conceito, devemos definir o que informao.
Vamos nos ater ao pensamento de Bill Gates (1995) com relao ao assunto: Shannon (1975)
definiu a informao como sendo a reduo de incerteza. Por essa definio, se voc j sabe
que sbado, e algum lhe diz que sbado, voc no recebeu nenhuma informao. Por
outro lado se voc no tem certeza do dia da semana e algum lhe diz que sbado, voc
recebeu informao, porque sua incerteza foi reduzida.
Portanto, diante do que vimos, podemos dizer que o conhecimento se adquire na
medida em que as incertezas vo sendo ultrapassadas, sendo que, a partir desse ponto,
passamos a entender melhor o mundo em que vivemos, pois a certeza constri conceitos e
noes mais claras em nossas vidas.
1.2 A sociedade da informao
Traando um panorama mais amplo, Rodrigues (1993) visualizando um cenrio sob o
contexto dos ltimos anos do sculo passado afirma que:
O nosso sculo tornou-se assim o sculo da informao, tal como o sculo XIX foi o sculo da produo industrial, os dispositivos eletrnicos da informao permitem ultrapassar cada vez mais as limitaes do espao e do tempo que, at h pouco tempo, nos mantinham relativamente confinados comunidade que nos tinha visto nascer, viver e crescer, mas devido a abundncia, rapidez e instantaneidade da informao, a percepo da atualidade tornou-se uma realidade cada vez mais defasada em relao aos ritmos concretos da experincia humana que alimentam os processos comunicacionais.(RODRIGUES, 1993, 24).
Segundo Webster (OLIVEIRA,CARDOSO & BARREIROS, 2004) vivemos em uma
sociedade de informao, que se caracteriza por cinco critrios: tecnolgico, econmico,
ocupacional, espacial e cultural. Baseado nisso, passaremos a enfatizar cada um desses critrios,
com o intuito de formarmos uma conceituao mais ampla da atual sociedade em que vivemos,
para, a partir da, estabelecermos ao certo a interferncia da Internet no desenvolvimento dessa
mesma sociedade.
O critrio tecnolgico diz respeito inovao das tcnicas e surgimento de novos
mtodos e maneiras de adquirimos o conhecimento, atravs da captao de informao.
medida que o tempo passa, e aumenta o nmero de pessoas ansiosas por uma gama maior de
informao, os especialistas devem basear seus esforos para melhorar os meios j existentes e
criar meios ainda mais eficientes de captao e transmisso de informaes. Com isso, um
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maior nmero de pessoas pode ser atingida e beneficiada pelos meios de transmisso de
informao.
O segundo critrio o econmico, que de grande importncia no mundo atual. Para
ns, interessa saber qual o papel da informao na economia. Ou seja: qual o peso que tem a
informao na economia? Resposta simples: o peso enorme. As economias mundiais,
amparadas pelo processo de globalizao, tende a sofrer interferncias e intempries advindas
das economias domsticas, expresso utilizada para denominar a economia de cada uma das
naes. Portanto, as informaes que surgem das economias domsticas so de suma
importncia para que a economia mundial possa se estabelecer de maneira eficiente e coesa. A
informao, nesse caso, toma uma posio de ainda mais relevncia.
O terceiro critrio o ocupacional. Por esse critrio, devemos entender que houve uma
transformao ocupacional no mundo, ou seja, os empregos dependem cada vez mais da
informao e do conhecimento. A mo-de-obra passou a ser muito mais especializada e o
nmero de profissionais com grande conhecimento aumentou consideravelmente. Coisas que
eram vistas como dispensveis em tempos passados, hoje se tornaram itens de srie, j que
grande parte dos profissionais tem acesso a elas. Isso fez com que o conhecimento e a
informao tomassem papel de fundamental importncia em um novo mercado de trabalho,
extremamente competitivo e dinmico, onde apenas os mais bem-informados sobrevivem.
O quarto critrio o espacial. Simples de entender que as fronteiras espaciais deixam
de existir diante do conhecimento e informao disponibilizada nos dias atuais. Hoje podemos
ter acesso a pases das mais remotas partes do mundo, sem nunca termos estado em seu
espao territorial fsico. Atravs da navegao em rede, podemos acessar museus, bibliotecas,
reparties pblicas, entre outros, de todas as partes do mundo. Isso faz com que as limitaes
espaciais que antes existiam percam sua fora de obstruo ao acesso de informaes.
O quinto e ltimo critrio o cultural. E tambm fcil de ser compreendido. O
cidado atual tem muito mais acessibilidade cultura e informaes, j que a maior parte desse
conhecimento disponibilizada a ele atravs dos meios de propagao da informao, Internet
includa a. Nos tempos mais remotos, dificilmente uma pessoa comum teria acesso aos
grandes clssicos literrios, dos maiores autores de nossa ptria. Nos dias de hoje, basta um
clique do mouse para que o cidado possa ter o livro na tela de seu PC. Isso facilita e difunde o
acesso a cultura nos tempos atuais.
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Para Sobral (1999), como nos encontramos na famosa era da informao, nada melhor
do que saber como obter e mesmo produzir com rapidez. Aprender a trabalhar com modernas
tecnologias, implica em aprender em um ambiente de mudanas constantes, onde surgem
diversas possibilidades.
1.3 Informaes gerando conhecimento
A sociedade moderna est passando por uma profunda transformao, tamanha a
importncia que o conhecimento adquiriu nos ltimos tempos. Esse conhecimento hoje fator
primordial em todos os aspectos formadores da sociedade e se d em virtude de terem os
meios de propagao de informao se tornado cada vez mais eficazes e presentes na vida de
todos.
Para Scrates, a virtude estava no conhecimento fundado, na auto-conscincia
despertada e mantida em permanente viglia para gerar um homem construdo a partir de seu
centro e que age de acordo com sua alma/conscincia (PESSANHA, 1999). Assim, o
verdadeiro conhecimento seria aquele trabalhado internamente pelo indivduo; aquele que o
desperta para a correta aplicao das informaes que nele esto depositadas.
As idias de Piaget (1975) e Ausubel (1980) convergem ao apontarem que as estruturas
mentais ou cognitivas pr-existentes so essenciais para a aquisio de um novo conhecimento.
Novas idias e informaes podem ser aprendidas e retidas na medida em que existam,
previamente, conceitos relevantes, claros e disponveis na estrutura cognitiva do indivduo e
que funcionem como ponto de ancoragem para novas idias e conceitos.
Colaborando com as idias de Piaget e Ausubel, Nonaka e Takeuchi (1997) afirmam
que a aquisio do conhecimento se daria pelo compartilhamento de experincias e dos
modelos mentais com outras pessoas, com o uso da palavra ou no, o que torna a simples
transferncia de informaes sem sentido quando desligada do contexto e emoes geradas
pela vivncia, pressuposto preconizado pela Andragogia que afirma que os adultos aprendem
pela prtica (MORENO, 2002).
______________________________ 3Andragogia a arte ou cincia de orientar adultos a aprender, segunda a definio creditada a
Malcolm Knowles, na dcada de 1970. O termo remete a um conceito de educao voltada para o adulto, em contraposio pedagogia, que se refere educao de crianas (do grego paids, criana).
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Como j dissemos, desde o perodo ps-guerra a sociedade vem passando por
profundas transformaes, tanto de carter tecnolgico, como nos aspectos sociais,
econmicos e comportamentais. Mas nada se iguala s transformaes sociais que a tecnologia,
especialmente a informatizao, trouxe para a sociedade nos dias atuais.
Kerckhove (1997), defende que a evoluo do paradigma social e comunicativo est
diretamente relacionada com a tecnologia.
Especialmente as duas ltimas dcadas foram prdigas na acelerao do processo de
informatizao do mundo atual, transformando a sociedade que conhecamos em um mundo
dominado pela informao e o conhecimento. E fcil notar essas mudanas. Atualmente, a
informao se tornou vital em todos os nveis e camadas sociais, tornando o conhecimento um
aspecto fundamental na formao do indivduo, tanto em seu lado profissional, como pessoal.
Essas transformaes a que nos referimos, particularmente nas duas ltimas dcadas,
tornaram-se possvel especialmente por causa do avano nas noes de tempo e espao, que
foram mudadas substancialmente com o advento da informatizao e do surgimento dos
diversos meios de propagao e comunicao das informaes, levando o conhecimento a ser
divulgado de maneira muito mais rpida e eficiente.
Juntemos a isso a evoluo da Teoria Matemtica da Comunicao e a Informao, que
nos fez entender que a informao uma medida de quantidade, associada a uma noo de
incerteza. Claude Shannon (1949) inspirou uma exploso de maneiras criativas de compactar
informao - bits (extraindo somente a informao real, codificando-a para envi-la atravs de
um canal e interpretando este sinal numa data ou local posterior com qualquer nvel desejado.
Dessa forma, os meios de transmisso de mensagens, por meio do sinal eltrico, passaram a ser
cada vez mais difundido, e no utilizados apenas pelos setores mais altos dos governos, o que
comumente acontece com a chamada tecnologia de ponta4.
A teoria matemtica da informao considera a informao como sendo somente
aqueles smbolos que so incertos para o receptor. Shannon (1948) tornou claro que a
incerteza a verdadeira mercadoria da comunicao.
O homem sempre teve particular dificuldade com o processo de adquirir
conhecimento, pois esse conhecimento se dava atravs da obteno de informaes novas e
nem sempre essas informaes atualizadas estavam disponveis de maneira que todos
pudessem ter rpido e eficaz acesso a elas. Por esse motivo, nem todas as pessoas comuns
4Alta tecnologia (emm ingls, high tech) refere-se tecnologia considerada de ponta (em ingls, state-of-the-art), isto , que trabalha com as mais recentes inovaes tecnolgicas, ou na sua investigao.
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dispunham de meios para atingir o pleno conhecimento e pudessem estar sempre atualizadas
com os avanos do mundo moderno.
1.4 A tecnologia e a informtica evoluindo em busca de informaes
A humanidade sempre recorreu tecnologia para lhe auxiliar naquilo que sempre lhe
pareceu mais importante, que a busca pela inteligncia, pela informao, pelo conhecimento.
Desde os primrdios, o homem buscou ajuda nas ferramentas tcnicas e meios tecnolgicos
para que pudesse estar sempre aperfeioando suas idias e adquirindo novos conhecimentos.
Alex Primo (2007) refora a diferena entre homem e mquina para apresentar os
sistemas informticos como limitados e previsveis.
Steven Johnson (2001): "A ruptura tecnolgica decisiva reside antes na idia do
computador como um sistema simblico, uma mquina que lida com representaes e sinais e
no com a causa-e efeito mecnica do descaroador de algodo ou do automvel"'.
Infelizmente, vemos que a tecnologia ainda no um meio visto com bons olhos a
todos, j que ainda existem muitas pessoas ligadas aos antigos costumes e tradies, que no
suportam a idia de facilidade e inovao que a tecnologia nos permite usufruir.
Alguns autores, como Leal (1996) chegam a formular os desafios ticos do avano da
tecnologia em termos de uma mltipla perda: perda de qualificao, associada automao, e
desemprego; de comunicao interpessoal e grupal, transformada pelas novas tecnologias ou
mesmo destruda por elas; de privacidade, pela invaso de nosso espao individual e efeitos da
violncia visual e poluio acstica; de controle sobre a vida pessoal e o mundo circundante; e
do sentido da identidade, associado profunda intimidao pela crescente complexidade
tecnolgica.
Manuel Castells (2005: 21) frisa o fato de nem s de tecnologia vivem as
pessoas, por isso, no podemos ignorar os problemas sociais e polticos.
Parece-nos at meio descabida a justificativa dada por essas pessoas, j que cada vez
mais temos o auxlio de meios tecnolgicos cada dia mais eficaz a satisfazer nossas
necessidades. Dizer que, utilizando-nos desses meios, estamos nos tornando refns dele, o
mesmo que dizer que somos refns do ar que respiramos ou da gua que bebemos.
Sim, o homem um ser dependente dos meios inovadores. E sempre foi assim, desde
os tempos mais remotos. Foi assim com o fogo, quando foi descoberto. At aquele momento,
o homem se alimentava de carne e alimentos crus, e vivia dessa forma. Mas, com a descoberta
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do fogo, o homem notou que poderia ter mais sabor e praticidade no preparo de sua
alimentao, e aliou essa nova descoberta a seu modo de vida, sem se tornar refm dele, mas
sim contemporizando com o que j havia descoberto at ento.
O que sabemos de fato que estamos cada vez mais dependentes de toda essa
tecnologia que est por a e no h como negar que precisamos dela para poder viver melhor,
tanto quanto a qualidade de vida, como quanto praticidade e necessidade de resultados cada
vez mais eficientes, em prazos menores. E a informtica um dos ramos em que h mais
inovaes tecnolgicas que influenciam direta ou indiretamente na vida da sociedade como um
todo.
Segundo Masuda (1985), autor do Plano Japons para uma Sociedade da Informao
publicado nos anos 70. Nessa utopia, a tecnologia dos computadores ter como funo
fundamental substituir e amplificar o trabalho mental dos homens; permitir a produo em
massa de contedo cognitivo, informao sistematizada, tecnologia e conhecimento. A infra-
estrutura pblica de computadores articulados em redes e bancos de dados substituir os
centros de produo de bens como smbolo societrio. A elevao da capacidade educacional e
tcnica e de criao de novas oportunidades econmicas tero o papel desempenhado pela
descoberta de novos continentes e aquisio de colnias na expanso do mercado da sociedade
industrial. A liderana da economia ser ocupada pela indstria intensiva em conhecimento. A
produo de informao pelo prprio usurio ganhar grande espao e importncia na
estrutura econmica. O mais relevante sujeito de ao social ser a comunidade de voluntrios,
no a empresa ou grupos econmicos, e a sociedade no ser hierrquica, mas multicentrada,
complementar e de participao voluntria. A meta social ser a concretizao do valor do
tempo e no mais a criao de uma sociedade de alto bem-estar. A democracia participativa
substituir o sistema parlamentar e a regra da maioria e os movimentos sociais sero a fora
por trs de mudanas sociais. Em seu estgio avanado, ser uma sociedade de criao de
conhecimento. O globalismo, a harmonia entre homem e natureza, a auto-disciplina e a
contribuio social sero os princpios orientadores dessa sociedade (Masuda 1985: 620-625).
No podemos abrir mo de todos os resultados obtidos nas pesquisas cientficas, tanto
na rea de sade e bem-estar, como nas reas de segurana e ainda mais relevante, nas reas de
pesquisas fsicas, qumicas ou biolgicas, reparamos na crescente utilizao da informtica
como meio a se atingir um resultado mais concreto e confivel.
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O que ocorre atualmente que os especialistas se desdobram nos laboratrios de
pesquisa para atingir os melhores resultados, concretizando experincias que sero conclusivas
para a descoberta de novas tcnicas e o surgimento de meios mais eficazes de satisfao dos
problemas do mundo moderno. Mas, juntamente com esse conhecimento humano, que nunca
pode ser abolido, est a informtica, ajudando com a coleta de informaes, com sua
divulgao e propagao, propiciando a inter-relao entre as pesquisas e, especialmente, na
possibilidade de comparao e anncio de resultados entre os especialistas.
Ortiz (1994), afirma que as inovaes tecnolgicas tm uma influncia capital na
mundializao da cultura, formando a infra-estrutura material para que ela se consolide.
Parece-nos que, com relao queles que abominam essas novas tecnologias,
especialmente a informtica, a fazem por um motivo especfico. A experincia passada e o
conhecimento adquirido ao longo do tempo sempre foram muito valorizados. Ocorre que,
com tantas inovaes tecnolgicas, a experincia se tornou um item cada vez mais obsoleto,
em detrimento de todas as mudanas que surgem. E, se tratando da informtica, essas
mudanas ocorrem em uma rapidez e freqncia cada vez maiores.
O que ontem era uma tecnologia moderna, de ponta, hoje se torna obsoleta e em
desuso, j que existem novas formas de fazer o que as mesmas faziam, s que de maneira mais
eficiente e clere. Portanto, a informtica uma tecnologia em constante mudana e adaptao,
o que vai contra o pensamento dos mais antigos, que baseiam sua vida na experincia passada e
nos costumes. Esse nos parece o maior entrave aceitao da tecnologia para alguns.
Para Enguita (1988) poucas coisas despertam hoje dose bem elevada de fetichismo
como a tecnologia. Nas geraes passadas atribuam-se todos os bens e males aos espritos, ao
destino e vontade divina, sendo que no presente somos levados a nos extasiarmos diante da
evoluo da tecnologia.
A grande dificuldade no mundo atual exatamente esse processo de inovao a que
toda sociedade comumente submetida. Como dissemos, o que ontem era uma inovao,
amanh pode se tornar retrgrado e isso acaba fazendo nascer uma dificuldade natural de ter
que aprender e esquecer algo em um perodo cada vez mais curto de tempo.
Em virtude dessa dificuldade, cada vez com mais freqncia essa tarefa de adquirir e
guardar as novas informaes so transmitida aos meios tecnolgicos mais modernos, j que a
mente humana no tem a facilidade e a rapidez necessrias para se fazer o mesmo, com
tamanha eficcia e rapidez. Vemos ainda que o homem moderno tem cada vez mais de
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aprender a lidar com situaes inusitadas, devendo passar a aperfeioar no s seu
conhecimento emprico, mas tambm capacidades que antes no tinham o reconhecimento
devido, como a intuio.
Mas voltemos ento questo da inovao, a qual devemos nos ater, para no
perdemos o foco do trabalho em questo.
O desenvolvimento tecnolgico fundamental para a vida das pessoas, tanto com
relao ao seu desenvolvimento social, como cultural, econmico e mesmo na questo do
bem-estar. Devemos levar em considerao alguns aspectos importantes para avaliar essa
questo. E tambm para avaliar a dificuldade que algumas pessoas tm para aceitar todo esse
processo de mudana, que inevitvel e de crescimento gradual.
Devemos levar em considerao que todo esse desenvolvimento tecnolgico faz parte
de nosso dia-a-dia, e se trata de um processo irreversvel, mesmo ainda havendo vozes que vo
contra essa mudana. O homem, ao longo de sua jornada de desenvolvimento pessoal e social,
sempre buscou alternativas que tornassem mais fcil e cmodo seu progresso e
desenvolvimento. Buscou, ao longo dos anos, a criao de ferramentas e meios que pudessem
vir a facilitar a vida em nosso planeta, sempre buscando alcanar novos padres de satisfao e
realizao.
E quais seriam os impactos diretos que toda essa evoluo tecnolgica traz em nossas
vidas? Respostas das mais diversas poderiam ser encontradas para este questionamento.
Porm, como bem coloca o autor j citado Pierre Levy (1999), em sua obra Cibercultura, a
questo no tanto avaliar a pertinncia estilstica de uma figura de retrica, mas sim esclarecer
o esquema de leitura dos fenmenos a meu ver, inadequado que a metfora do impacto
nos revela.
A palavra impacto, mesmo sendo utilizado em seu estilo metafrico aqui, se torna
pesada demais para significar o que realmente todo esse avano tecnolgico representa. At
porque, apesar de haver um grande grupo nadando contra a corrente do desenvolvimento, nos
parece bvio que os benefcios trazidos por toda essa inovao tecnolgica suplantam em
muito os supostos malefcios que possa haver advindos dessa mesma fonte.
Devemos lembrar sempre, em primeiro lugar, que a tecnologia, o desenvolvimento e
modernidade dos meios de propagao do conhecimento, as ferramentas de busca pela
informao, no podem ser analisadas colocando-se de lado o fator humano.
Bazzo (1998, p. 142) destaca que:
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inegvel a contribuio que a cincia e a tecnologia trouxeram nos ltimos anos.
Porm, apesar desta constatao, no podemos confiar excessivamente nelas,
tornando-nos cegos pelo conforto que nos proporcionam cotidianamente seus
aparatos e dispositivos tcnicos. Isso pode resultar perigoso porque, nesta anestesia
que o deslumbramento da modernidade tecnolgica nos oferece, podemos nos
esquecer que a cincia e a tecnologia incorporam questes sociais, ticas e polticas.
Os meios tecnolgicos no funcionam por si s. No! Precisam sim do elemento
humano para poder subsistir e realmente serem inovados. Por trs de toda essa inovao,
existem milhares ou milhes de pessoas envolvidas em um longo e penoso processo de
pesquisa e aprimoramento de idias para que possamos ter, ao final de todo esse processo, a
tecnologia mais avanada e as ferramentas mais eficazes para a obteno de conhecimento.
Muitas das crticas recebidas pelo processo de modernizao tecnolgica que vivemos
dizem respeito ao fato de que, medida que novas tecnologias vo sendo criadas, o homem vai
perdendo seu lugar no processo. No s isso. Alegam ainda que o mundo est se tornando
cada vez mais frio e insensvel, pelo fato de que as emoes passam a ser sentida atravs de
mquinas frias e sem sentimentos, o que nos parece uma grande controvrsia.
Talvez por isto, Mignot-Lefebvre (1994) amplie seu conceito sobre tecnologia,
incorporando no apenas o conjunto de tcnicas audiovisuais, de telecomunicaes, de
automao etc., mas inclua, como dimenso conceitual, as decorrncias econmicas e sociais
dessas tcnicas dentro de uma viso temporal e espacial. Isto , nenhum recurso tecnolgico
deve ser um fim em si prprio. Sua adequao precisa estar, sempre, atrelada melhor
qualidade de vida, em uma perspectiva humanista e coerente com a realidade.
Muitos crticos ferrenhos da tecnologia citam um exemplo clssico para explicar esse
processo de mecanizao dos sentimentos. Falam acerca do prazer de ler uma grande obra-
prima da literatura, escrita por um autor cheio de sentimentos humanos e vvidos, podendo
manusear o livro e sentir naquele momento todas as emoes que um contato fsico pode
causar. Depois cita ter a oportunidade de ler essa mesma obra, atravs de uma disponibilizao
digital. Alegam que, numa tela fria de computador, a pessoa no pode sentir as mesmas
emoes que sente o leitor de um livro real.
O clmax de cada inovao tecnolgica tem o seu prprio espao, o seu prprio tempo,
o seu prprio pblico, sem riscos reais de uma aldeia universal ou global em todos os seus
aspectos bsicos, como destaca Burton (1994). Em anos e anos de informao multifacetada,
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no h registro de casos de extino de veculos de comunicao ou mesmo da desvalorizao
do ser humano em face do surgimento de outros meios de comunicao e outros avanos
tecnolgicos. Ocorrem, sim, mutaes, adaptaes e avanos.
A nosso ver, parece meio utpica tal afirmao. Devemos sempre lembrar que, em
ambas as formas de comunicao, o meio empregado para atingir o fim foi ao humana.
Esquecem os defensores da tese de que o mundo virtual composto de emoes frias e irreais,
que esse mesmo meio foi pensado e desenvolvido por seres humanos, seres esses dotados de
emoes e sentimentos verdadeiros, e no virtuais. Parece-nos estar a chave para a melhor
soluo desse verdadeiro impasse que esses romancistas proclamam.
Todo o processo de desenvolvimento tecnolgico, todas as maravilhas tecnolgicas do
mundo atual, incluindo a a Internet e todo esse universo virtual que conhecemos hoje, foram
desenvolvidos e implementados pelas mos dos homens. So os sentimentos humanos que
deram inspirao e embasamento para todas essas inovaes, para todo esse processo de busca
pelo conhecimento e informao. Portanto, nos parece irreal querer dizer que a tecnologia e a
modernidade esto acabando com o que o mundo tem de melhor, que o prprio sentimento
humano.
Na verdade, o homem est sempre por trs de toda e qualquer inovao a que a
humanidade submetida. Diferentemente das eras primordiais, em que acontecimentos
naturais ou fenmenos climticos podiam ser os causadores de inovaes e descobertas, como
no caso do fogo, por exemplo, nos dias atuais tornou-se quase impossvel haver descobertas
com base simplesmente no acaso ou nas intempries e dissabores dos fenmenos naturais.
Muito pelo contrrio, cada vez mais ntido o toque humano em todas as inovaes
sentidas pelo mundo moderno. As pesquisas, o desenvolvimento humano, a busca pelo saber,
a necessidade cada vez mais crescente de se adquirir informaes em um perodo de tempo
cada vez menor, a nsia de aprender novas tcnicas e novos procedimentos. Tudo isso faz com
que o homem cada vez mais busque a troca de informaes com os outros de sua espcie, para
que possa aprofundar e ampliar seu conhecimento.
Para Dalegrave Neto (2002), sem duvida o desenvolvimento da automao, sobretudo
atravs das suas principais tcnicas de robotizao e computadorizao, revolucionou no s o
mercado de trabalho e da indstria, mas a sociedade como um todo.
Ainda Dalegrave Neto (2002) afirma que vive-se hoje a era do instantneo e do
descartvel. Tudo que fcil, rpido e simples consumido pelo mundo.
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O vocbulo tecnologia significa, conceitualmente, a teoria geral e estudos
especializados sobre os procedimentos, instrumentos e objetos prprios de qualquer tcnica,
arte ou ofcio.
Para Vargas (1994), a tecnologia consiste em um conjunto de atividades humanas,
associadas a sistemas de smbolos, instrumentos e mquinas, visando construo de obras e
fabricao de produtos por meio de conhecimento sistematizado.
Podemos vislumbrar, em rpida anlise, diversos aspectos humanos nesse conceito do
que vem a ser tecnologia, o que descaracteriza por completo a viso de frieza e mecanizao
que algumas pessoas querem dar ao assunto. Conceitos como instrumentos, arte,
smbolos e estudos so basicamente humanos, ou produzidos com o esforo humano. A
arte uma manifestao cultural baseada nos sentimentos humanos, sendo que, sem eles, no
poderia ter a carga esttica que lhe desprendida. Portanto, em nosso entender, superada est
a teoria de que o desenvolvimento tecnolgico se baseia num processo cada vez mais
freqente de substituio das emoes humanas por mquinas frias e no-sentimentais. Pelo
contrrio: toda a inovao tecnolgica nasce e se aprimora em virtude do afloramento dos
sentimentos humanos e a necessidade cada vez maior de se aperfeioar e descobrir novos
mtodos e meios de busca pelas informaes, o que caracteriza o processo de aquisio do
conhecimento.
Na perspectiva de formar um cidado que possa compreender como a tecnologia tem
influenciado o comportamento humano e desenvolver atitudes em prol de um
desenvolvimento tecnolgico sustentvel, essencial que haja uma discusso dos valores
envolvidos nas decises (LAYTON, 1988). a partir da identificao dos valores que se
compreendem melhor as necessidades da sociedade e os aspectos ticos que devem ser
considerados no uso mais responsvel da tecnologia. Ser tambm pelo desenvolvimento de
valores que se consolidar o sentimento de solidariedade csmica, dentro de um novo
paradigma em emergncia, o da comunidade planetria (BOFF, 1996).
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1.5 A rede mundial de computadores: Internet
De todas as inovaes tecnolgicas surgidas nos ltimos anos, especialmente no que
diz respeito rea da informtica, sem dvida nenhuma a mais significativa e revolucionria foi
rede mundial de computadores, ou como conhecemos mais comumente, a Internet.
Segundo Barbosa(2003), o mundo, tal como o conhecamos, mudou substancialmente
com o aparecimento da Internet. Sociedade da Informao, Era digital, do Ciberespao ou da
Internet so apenas diferentes designaes para uma nova realidade com implicaes
inevitveis ao nvel social, cultural, econmico e poltico.
Castells (1999), relata detalhadamente o surgimento da Internet, descreve que ela
originou-se de um esquema ousado, imaginado na dcada de 60, no contexto da guerra-fria,
pelos guerreiros tecnolgicos da Agncia de Projetos de Pesquisa Avanada do Departamento
de Defesa dos Estados Unidos.
O resultado foi uma arquitetura de rede que, como queriam seus inventores, no
pode ser controlada a partir de nenhum centro e composta por milhares de redes
de computadores autnomos com inmeras maneiras de conexo. [...] a exploso da
Web no foi nem prevista nem previamente desejada pelas grandes multinacionais da
informtica, das telecomunicaes ou da multimdia, mas se expandiu como um
rastro de plvora entre os cibernautas.(CASTELLS, 1999, p. 21).
Para Lcia Leo (1999), bastante comum na literatura tcnica, que apresenta e discute
a Internet, a referncia sua organizao catica, que atribudo inexistncia de um eixo
central ou principal, que ordene e controle os fluxos e estoques de informaes disponveis
que entram e saem continuamente da rede de comunicao. Sua organizao no obedece a
qualquer hierarquia, nem a um princpio classificador predefinido. Isso no significa que a
Internet no apresente uma lgica de organizao destacando-se que em uma rede no h uma
autoridade central que controle o sistema; no h acima ou abaixo, mas uma pluralidade de
conexes que definem as possveis interaes entre seus componentes.
O surgimento da Internet foi, sem sombra de dvida, o grande avano na rea da
informtica, j que permitiu aos usurios de computadores realizarem coisas que eram tidas
apenas como sonhos ou utopias.
E a grande importncia da Internet pode ser resumida em uma s palavra: liberdade.
Porque difcil imaginar qual a verdadeira funo da Internet, j que so vrios os meios de
utilizao e aproveitamento dessa ferramenta. Poderamos listar em vrias pginas todos os
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diversos usos desse mecanismo e, muito provavelmente, no esgotaramos a gama de funes
que essa grande inovao tecnolgica da informtica teria. O grande avano que a Internet
trouxe, a idia inovadora, foi o fato de a Internet no ser simplesmente uma rede de
computadores. Isso no seria uma inovao, porque j havia redes de computadores
espalhadas pelo mundo. Poderia vir a ser no mximo um aperfeioamento do que j havia em
matria de rede de computadores. Mas no! A Internet trouxe a idia de Rede das Redes5, com
um alcance muito maior, no de carter regional ou nacional, mas sim mundial. Levy encara a
Internet como um agente humanizador (porque democratiza a informao) e humanitrio
(porque permite a valorizao das competncias individuais e a defesa dos interesses das
minorias).
O grande objetivo pretendido com a criao da Internet, a nosso ver, foi impedir
quaisquer tentativas de bloqueio do acesso e divulgao das informaes, e de facilitar a
comunicao aos usurios e destinatrios dessas informaes. O conhecimento, nesse caso,
passa a ser garantido com maior rapidez e segurana, alm de ser dirigido a todos, de forma
igualitria.
A Internet hoje o tecido das nossas vidas. No o futuro. o presente. A Internet
um meio totalmente abrangente, que interage com o conjunto da sociedade (CASTELLS,
2000, p.2212).
O grande salto na rea da informtica se d na dcada de 70, quando comearam a
surgir os primeiros microprocessadores. O que era antes utilizado apenas pelos militares e em
alguns setores estratgicos do governo, passou a ser mais difundido com o uso dessas
inovaes tecnolgicas.
Com o uso dos microprocessadores, diversos setores passaram a apresentar um
desenvolvimento notvel. As indstrias passaram a desenvolver tcnicas novas em diversos
outros setores, apoiadas no uso dos microprocessadores, especialmente na rea da linha de
produo, utilizando-se da robtica e de outros processos de automao.
No s as indstrias, mas tambm outros setores comerciais foram beneficiados com a
introduo dessa nova perspectiva tecnolgica. Diversas empresas passaram a utilizar essas
inovaes com o intuito de automatizar e melhorar o atendimento, alm de poder utilizar a
troca de informaes interna de uma maneira mais rpida e eficaz.
______________________________ 5 uma organizao de redes lgicas, unidas, utilizando faixas de endereos para separar hospedeiros e
dispositivos de rede uns com os outros para servir um desenho efeito. Em muitos casos, so criadas sub-redes ao espelho separaes fsicas ou geogrficas, como o que voc encontra entre as cidades, edifcios, pisos ou quartos.
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Nessa poca, o computador pessoal passou a ser mais difundido, sendo esse um
movimento surgido nos Estados Unidos, quando as pessoas passaram a perceber que, no s
as grandes empresas poderiam utilizar-se dessas ferramentas para melhorarem seu
desempenho, mas tambm as pessoas poderiam utilizar-se deles para obter maior rapidez em
suas atividades cotidianas, alm de terem a oportunidade de terem um maior lazer e diverso,
com a chegada dos jogos eletrnicos pelo computador.
Segundo Schaff (1990), dessa maneira o rpido desenvolvimento tcnico e cientfico
que presenciamos nas ltimas dcadas do sculo XX tem atrado cada vez mais a ateno de
pesquisadores sociais. Por exemplo, as novas conquistas no campo da microeletrnica, que
levaram a popularizao dos computadores individuais, tm sido vistas por alguns autores,
como constitutivas de uma nova sociedade, a assim chamada sociedade informtica.
A dcada seguinte foi marcada pela interao que passou a haver entre os
computadores e os outros meios de comunicao, como a televiso por exemplo, num
processo que passa a ser chamado de multimdia.
Lcia Santaella nomeia esse perodo de cultura das mdias, uma cultura intermediria
entre a cultura de massas e a digital. A influncia da linguagem do videocassete, da TV a cabo e
do videoclipe, provoca uma intensificao do hibridismo dos meios. Para Santella (2003, p. 14-
17), as linguagens desses meios possibilitam o consumo individualizado, o que se ope lgica
da cultura massiva inerte, e iniciam o treinamento cognitivo do espectador na busca da
informao e do entretenimento, o que intensificado com a posterior chegada dos meios
digitais.
Foi o momento dos games passarem a ser mais divulgados, tornando-se personagens
principais em um mercado onde eram apenas figurantes. O computador foi interagindo com a
televiso, cinema, etc. e comeou a surgir tecnologia de gravao com maiores capacidades.
1.6 Da internet ao ciberespao
Aps todos esses avanos, em um momento em que a presena de computadores
pessoais j era considervel, e em que j existiam diversas redes de computadores locais6,
passou a existir um movimento espontneo para agregar todas essas redes em algo maior. A
______________________________ 6Em computao, rede de rea local (ou LAN, acrnimo de local area network) uma rede de
computador utilizada na interconexo de equipamentos processadores com a finalidade de troca de dados.
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______________________________ 7 Segundo Lvy em sua obra Cibercultura (1999), ciberespao o novo meio de comunicao que surge
da interconexo mundial dos computadores, especificando no s os prprios seres humanos, mas o universo de informaes e os prprios seres humanos que o movimentam. (Cf. LVY, 1999, p.17).
partir da, era inevitvel a criao de uma rede que, alm de unir todas essas redes locais,
pudessem ser um caminho mais fcil em direo ao conhecimento, por meio da obteno de
informao.
Eis ento que surge o maior avano tecnolgico na rea da informtica de todos os
tempos. A necessidade cada vez maior de intercomunicao e a busca incessante por mais
conhecimento fizeram surgir o que chamamos de ciberespao, um espao novo de troca de
informaes, comunicao, entretenimento, lazer, cultura, negcios e sociabilizao. Segundo
Lvy, o ciberespao hoje o sistema com o desenvolvimento mais rpido de toda a histria
das tcnicas de comunicao. Pois,
[...] ao destronar a televiso, ele ser, provavelmente, desde o incio do prximo sculo, o centro de gravidade da nova ecologia das comunicaes. Mas as razes de um interesse mais prximo no so apenas quantitativas. O ciberespao encarna um dispositivo de comunicao qualitativamente original, que se deve bem distinguir de outras formas de comunicao de suporte tcnico. (LVY, 2000, p. 206).
A partir deste momento, o mundo passou a viver um novo processo de
desenvolvimento tecnolgico e scio-cultural.
As pessoas passaram a ter um mecanismo nunca antes imaginado, com inmeras
possibilidades reais de utilizao, com um poder de captao de informao jamais sonhado. O
processo da busca pelo conhecimento passou a ser algo mais simplificado e clere, fazendo
com que a busca por informao e tambm a divulgao das mesmas pudesse ser feita de
maneira mais eficiente.
Lvy (2000) ressalta outro aspecto do ciberespao7 no que se refere intermediao da
informao, pois diz que at agora, o espao pblico de comunicao era controlado atravs de
intermedirios institucionais que preenchiam uma funo de filtragem e de difuso entre os
autores e os consumidores de informao. J o surgimento do ciberespao cria uma situao de
desintermediao, pois quase todo mundo pode publicar um texto sem passar por uma editora
nem pela redao de um jornal.
O ciberespao veio de forma definitiva, pra mudar tudo o que se conhecia at hoje em
matria de vida social dentro da Internet. Todos os ramos da cincia acabaram se beneficiando
dessa grande inovao, especialmente as cincias ditas humanas, que puderam passar a
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examinar melhor o comportamento humano dentro de outro mundo, um mundo virtual.
Como observou o socilogo Andr Lemos (1998), o Ciberespao um no-lugar,
uma utopia onde devemos repensar a significao sensorial de nossa civilizao baseada em
informaes digitais, coletivas e imediatas.
Lemos (2002), ainda afirma que "Para o que nos interessa aqui, podemos dizer que
nem toda a associao no ciberespao comunitria, existindo, de forma muito extensa,
agregaes comunitrias e contratuais do tipo societrio"(pg. 154). Para Lemos, possvel
encontrar os mais diversos tipos de agregaes eletrnicas no ciberespao.
Para Wark (1992), o ciberespao seria uma alternativa para fugir da chatice do
subrbio, sem precisar se expor aos perigos da cidade. Outra idia interessante que esse autor
levanta que o ciberespao recria a idia de comunidade. As comunidades virtuais no tem um
lugar real para se encontrar como toda comunidade. No costumam se encontrar em uma
boate ou em uma praa. Os participantes integram-se na comunidade atravs de um modem
em conferncias eletrnicas.
O terceiro milnio tem uma caracterstica primordial, que podemos facilmente denotar
e que j vem sendo amplamente abordada no trabalho em tela, que a necessidade da
sociedade na busca pela informao, pelo conhecimento. Talvez por esse motivo, possamos
classificar a sociedade atual, como muitos autores j o fazem, como uma sociedade de
informao, termo que quer significar a constante busca e anseio, de uma sociedade cada vez
mais engajada na troca de informaes e experincias, transformando esses eventos num
eterno ciclo de aprendizado e conhecimento.
A principal caracterstica dessa sociedade de informao o uso da tecnologia como
sua principal fonte de captao de conhecimento. Entre essas fontes de captao, a mais
importante, sem sombra de dvida, o uso da Internet, em todos os nveis e camadas da
sociedade, muito embora ainda seja pouco disponibilizada para as camadas inferiorizadas
financeiramente. Como diz Paul Virilio no seu livro O Espao Crtico (1999), uma sociedade
onde o aqui j no existe, tudo agora e onde nos encontramos mais prximo daquele que est
longe do que daquele que se encontra ao nosso lado, contm em si o perigo de exacerbar a
tendncia para a desintegrao da comunidade dos presentes em benefcio da comunidade dos
ausentes ausentes abandonados e rendidos Internet.
Gouveia e Gaio (2004) classificam a sociedade da informao como uma sociedade que
predominantemente utiliza o recurso s tecnologias da informao e comunicao para a troca
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de informao em formato digital e que suporta a interao entre indivduos com recurso a
prticas e mtodos em construo permanente.
Ainda definindo estes termo Lus Manuel Borges Gouveia (2004), A Sociedade da
informao est baseada nas tecnologias de informao e comunicao que envolvem a
aquisio, o armazenamento, o processamento e a distribuio da informao por meios
eletrnicos, como a rdio, a televiso, telefone e computadores, entre outros. Estas tecnologias
no transformam a sociedade por si s, mas so utilizadas pelas pessoas em seus contextos
sociais, econmicos e polticos, criando uma nova comunidade local e global: a Sociedade da
Informao..
Essa inovao trouxe inmeras conseqncias para o mundo moderno, no s de
ordem tecnolgica, mas tambm de ordem cultural e social. A inovao traz consigo uma
necessidade cada vez mais gritante de aperfeioamento e especializao na vida das pessoas,
especialmente para o mercado de trabalho, tendo em vista que as novas tecnologias surgem
com uma velocidade cada vez maior, e o que ontem era uma inovao, amanha se torna algo
obsoleto, em virtude da descoberta de uma nova tecnologia ou modelo que ocupa o seu lugar.
Em tempos no to remotos, bastava a um indivduo ter se graduado e conhecer
algumas lnguas que no a sua, para ter a certeza de ocupar um bom posto no mercado de
trabalho. Com as inovaes surgidas, as exigncias que outrora eram garantia de sucesso
profis