ciencia e politica: duas vocacoes
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTECENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS URBANOS E REGIONAISTÓPICOS ESPECIAIS III
PROF(A): PROFª DR. Patrick Le GuerriecDiscente: ANDERSON LEONARDO DE CASTRO SEABRA
Ciência e Política: Duas Vocações.
2016
Referencias• Weber, Max. Ciência e política: duas vocações, prefácio de Manoel T.
Berlinck, tradução de Leônidas Hegenberg e Octany Silveira da Mota, 2ª ed., São Paulo, Cultrix, 1972
• ADOUE, Silvia Beatriz . Sobre a “neutralidade ética” nas Ciências Sociais e a Fundação Ford, com pequena fábula de caráter ilustrativo ou talvez elucidativo.. Revista Eletrônica Espaço Acadêmico , n.49, 2005.
Maximilian Carl Emil Weber (1864-1920)Pai (Político Burguês) - Mãe (Calvinista)Jurista, Economista e Sociólogo.Considerado um dos fundadores do estudo sociológico modernoSeus estudos mais importantes estão nas áreas da sociologia da religião, sociologia política, administração pública (governo) e economia. A Ética Protestante e o Espirito do Capitalismo. Sistema Econômico e Sociedade
Objeto Método
Durkheim Fato Social Explicação
Max Weber Ação Social Compreensão Social
DURKHEIM Max Weber
Positivismo Idealismo
Historia = processo universal
História = diversidade das formações sociais
Generalização - comparação
Especificidades
Principais Conceitos encontrados na Obra Weberiana
Ação SocialCompreensão Social
Tipo Ideal
Patrimonialismo
Tipologia da Ação Social
Tipologia da Dominação Legitima
Racionalidade
Carisma
Ética Protestante
Valores
Sentido
Ética Calvinista
FRAGMENTAÇÃO POLÍTICA
CAPITALISMO TARDIO
CIÊNCIAS HUMANAS
DIVERSIDADE
ALEMANHA
IDEALISMO
CIÊNCIAS HUMANAS
CIÊNCIAS NATURAIS
WEBER
Contexto Histórico de Weber
Duas VocaçõesApresenta então dois ensaios, baseados em duas
conferências proferidas por Weber da série sobre o trabalho intelectual como profissão; A Ciência como vocação (1917) e A Política Como Vocação (1919), as quais estabelecem um diálogo que torna evidente o entendimento de Weber a respeito dessas duas esferas.
Essas conferências recaem sobre questões muito quentes para a compreensão da cultura moderna.
Na primeira Weber explicita como a prática científica dá sua contribuição para a racionalidade humana e na segunda analisa o perfil vocacional do líder político carismático
Duas Vocações
Profissão como autolimitação: Weber insistia na base ascética das ações profissionais. Elas não poderiam estar mescladas com ideais, sobretudo com ideais de ordem política.
Analisa, tendo em vista os desdobramentos do Estado Moderno, como se opõem a “ética da condição do cientista” e a “ética da responsabilidade do político”, ambos por vocação; discute a respeito dos antagonismos entre a razão e a paixão no exercício da profissão, de cientista e político; além de conceituar e contextualizar Ciência, Poder, Política, Estado e o ser Humano, em seu universo existencial e suas possibilidades de escolhas.
Vocação• O termo tem significados distintos e contém uma certa ambiguidade.
RELIGIOSO: Chamamento, Predestinação
PRAGMÁTICO (Pedagógico): Propensão a fazer algo (ocupação, profissão) a partir de habilidades adquiridas
SUBJETIVO: Atração e talento para determinada atividade, que em circunstâncias adequadas ou favoráveis se desenvolvem de forma singular.
Atração, tendência, talento, pendor, inclinações manifestas a partir da combinação de vontade individual e experiência. Gosto e amor a uma causa.
COMBINAÇÃO
A Ciência como vocação - Wissenschaft als Beruf
As ideias-chaves encontradas no livro
DESENCANTAMENTO DO MUNDO
MODELO BUROCRÁTICO X MODELO PLUTOCRÁTICO – AMERICANIZAÇÃO DA VIDA UNIVERSITÁRIA – A GRANDE FÁBRICA DO CONHECIMENTODISTINÇÃO DAS APTIDÕES – PAPEL DE PROFESSOR E PESQUISADOR SÃO EXCLUSIVOS
PROLETARÓIDE? A peça da grande fábrica da ciência
ACASO
MÉRITOCRACIA X MEDIOCRIDADE
VOCAÇÃOTer ou adquirir a “vocação” para a ciência se dá por meio de um processo racional do sujeito.
Contempla o papel do conhecimento científico no mundo moderno, Weber destaca uma série de dilemas da ocupação científica universitária.
O cerne da conferência estaria na
pergunta “qual o sentido da ciência? ”
As ideias-chaves em “A Ciência como vocação”Contrapôs o Modelo Alemão ao Modelo Americano (MODELO PLUTOCRÁTICO X MODELO BUROCRÁTICO) : Advertiu seus ouvintes de que no futuro haveria um processo de americanização da vida universitária, que seria cada vez mais parecida com empresas estatais: professores assalariados e separação entre o produtor e os meios de produção.
Sobre Aptidões, a vocação científica tem duplo aspecto: a pesquisa e à docência. Porém, essas duas características não são coincidentes de modo algum. O docente é avaliado pela assiduidade (estar disponível aos alunos), o cientista pelo grau de especialização (dedicação). O proletário de Marx? O cientista por não dominar seus meios de produção, também tem grande dependência, virando assim instrumento da Universidade. Segundo Weber, o cientista especializado faz parte da "grande fábrica da ciência”
Acaso: O (bom) cientista e (bom) professor: A presença dessas duas características bem desenvolvidas é uma mera coincidência. O ingresso e a ascensão na carreira universitária dependem em boa medida de fatores extra-científicos. As ideias para formulações cientificas surgem quando menos a esperamos, em momentos inusitados: Inspiração/Intuição.
Meritocracia x Mediocridade: Na Academia, nem sempre o mais bem preparado terá mais destaque, já que o mérito não ocorre a partir de condições semelhantes pois as oportunidades são diferentes para cada pessoa. Especialmente no modelo Alemão da época.
A Ciência como vocação - Wissenschaft als Beruf
VOCAÇÃOESPECIALIZAÇÃO
PAIXÃO
INSPIRAÇÃO
RESIGNAÇÃO AO PROGRESSO
PAPEL DO PROFESSOR-PESQUISADOR E A POLÍTICA
O homem da ciência deve ser vocacionado, já que para ter reconhecimento é necessário mais do que mérito
A Política Como Vocação - Politik als Beruf
As ideias-chaves encontradas no livro
ESTADO – DETENTOR DO MONOPOLIO DA VIOLÊNCIA
DOMINAÇÃO E FORMAS DE LEGITIMAÇÃO DA DOMINAÇÃO
POLITICA – POLITICA COMO FORMA DE ATUAR NA DISTRIBUIÇÃO DO PODER
TIPOS DE POLÍTICO: VIVER DE E VIVER PARA
ATRIBUTOS DE UM POLÍTICO VOCACIONADO
“O Estado é uma relação de homens dominando homens”: Em decorrência disso, a “política” significaria a participação no poder ou a luta para influir na distribuição do poder.
Weber busca uma definição para o que seria vocação política e seu sentido.
"Esses políticos de vocação seriam em toda parte as únicas figuras decisivas na luta política pelo poder".
Formas de Legitimação de Dominação
Tradicional: O ordenamento é fixado pela tradição e sua violação seria uma afronta à legitimidade da autoridade.
Racional-Legal: O domínio em virtude da "legalidade", da fé na validade do estatuto legal e da competência funcional, baseada em regras\normas racionalmente criadas. A obediência está fundamentada na vigência e aceitação da validade da norma.
Carismática: A autoridade das qualidades da liderança individual. É o domínio exercido pelo profeta ou, no campo da política, pelo senhor de guerra eleito, pelo governante eleito pelo povo, o grande demagogo ou o líder do partido político. Os homens não obedecem ao líder carismático em virtude da tradição ou da lei, mas porque acreditam nele.
A confiança dos dominados no carisma do líder é volúvel e esta forma de dominação tende a assumir a forma da via tradicional ou legal.
Segundo Weber, raramente
encontra-se os tipos puros na
realidade.
É preciso que os dominados obedeçam a uma suposta autoridade dos poderes dominantes. A legitimação dessa dominação é fundamentada na existência de três formas distintas, discutidas aqui anteriormente:
(O surgimento do)Político Profissional
Desdobramentos do Estado Moderno
Crescimento da máquina estatal
Surgimento do homem
especializado em aspectos da Adm. Publica (Político
Profissional)
Transformação do Fazer Político
em Vocação (“Viver de” ou “Viver para”)
Órgão monopolizador dos meios materiais de
gestão da coisa pública
Presentes nas discussões
políticas, atuam nos rumos do
Estado
Atuam nos processos no
interior da Adm. Pública interferindo na distribuição do
poder
Quem participa ativamente da política, luta pelo poder quer como um meio de servir a outros objetivos, ideais ou por razões egoístas, como 'o poder pelo poder', ou seja, a fim de desfrutar a sensação de prestígio atribuída ao poder”.
Tipos de Político: Viver “de” e “para”Viver de Política Viver para a Política
Faz da política uma fonte de renda permanenteFazer da política a sua vida, no sentido de está no exercício do poder a serviço de uma causa,
de um objetivo
Não possui recursos materiais para a sua subsistência para além dos recursos provindos
da própria atividade Possui independência financeira. Não depende da remuneração própria da atividade política.
Sua atuação se confunde com uma luta não apenas por ideais comuns ou interesses de
classes, mas também pela conquista de meios de conseguir renda
Possui independência de objetivos na vida pública. Sua conduta pode esta voltada para a
busca de prestígio, honra, ideais, ou até mesmo do “poder pelo poder”, mas não
tomaria como prioridade a busca por recompensas financeiras em decorrência da
profissão política, pois já disporia de recursos materiais suficientes.
O que vê na política uma fonte permanente de rendas, vive da política como vocação
Representaria o tipo ideal no âmbito de atributos do político vocacionado
Dois modos de fazer política como vocação
A questão material/utilitária
é um divisor evidente entre as duas categorias
O Político Profissional, A Política como Vocação: Implicações, Efeitos indesejados, Contradições e Paradoxos.
AGIR EM PROL DA POLÍTICA X INTERESSES PRÓPRIOS
COMO REMUNERAR O POLÍTICO COMBATE A PLUTOCRACIA
FINANCIAMENTO DE CAMPANHA
COMO GARANTIR RECURSOS REGULARES AOS POLÍTICOS
STATUS QUO
Ética e política
A Política Como Vocação - Politik als Beruf
O POLÍTICO VOCACIONADO
PAIXÃO: diz respeito à causa defendida
Senso de responsabilidade: Guia de ação, é a responsabilidade perante a gestão da coisa pública Senso de proporções: Exercício da razão ao analisar os fatos da sociedade mantendo determinado recolhimento
A raiz da “vocação” está intimamente ligada do tipo de dominação carismática, tipo de dominação que Weber se dedica no decorrer do texto.
A vaidade vulgar: Um desafio aos Políticos (e Cientistas, também).
Na política, muitas vezes o “bem” pode gerar o “mal”: O resultado final da ação política mantém com frequência uma relação inadequada e por vezes até mesmo paradoxal com o seu sentido original.
Ética da convicção x Ética da Responsabilidade (Político Vocacionado)
O Cientista e o PolíticoCIENTISTA POLÍTICO
PAIXÃOESPECIALIZAÇÃO SENSO DE PROPORÇÕES
INSPIRAÇÃOÉTICA DA RESPONSABILIDADE
ÉTICA DA CONDIÇÃO (CONVICÇÃO)
Há uma separação entre política e ciência, caracterizadas pelos tipos ideais.
Homem do Estudo Homem da Ação
ÉTICA DA CONDIÇÃO (CONVICÇÃO) ÉTICA DA RESPONSABILIDADE
Racional, imparcial e neutra Pertencente a uma esfera de valores, influenciada pela paixão
Neutro, fiel à verdade e ao conhecimento científico, seguidor de uma ética da
convicção.
O homem político apaixona-se, luta, tem um princípio de responsabilidade e está
atento às consequências de seus atos
Atributos das
Vocação
“Não se pode ser ao mesmo tempo Homem da Ação e Homem do Estudo sem atentar contra a dignidade de uma ou outra profissão, sem faltar a vocação de ambas. Mas é possível adotar atitudes políticas fora da universidade e a possessão do saber objetivo, que ainda que não seja indispensável, é certamente favorável para uma ação razoável”.
“(...) a técnica não é capaz de proporcionar soluções unívocas a determinados problemas, razão pela qual sempre existe uma margem de elasticidade dentro da qual a Administração tem que escolher entre as diferentes soluções proporcionadas pela técnica, o que deverá ser feito segundo critérios que não são técnicos (...), havendo um momento claramente político nestas escolhas.” Nesse sentido, pode-se entender que para Weber um não deve adentrar na área do outro, isto é, existiriam fronteiras bem demarcadas. No entanto, A ciência pode demonstrar os prós e os contras de certas decisões dentro de um determinado contexto histórico. Mas a escolha parece dizer respeito apenas à pessoa ou ao político.
CIENTISTA POLÍTICO
Homem do Estudo Homem da Ação
CIENTISTA POLÍTICOÉTICA DA CONDIÇÃO (CONVICÇÃO) ÉTICA DA RESPONSABILIDADE
Para Max Weber não cabe ao sociólogo (cientista) julgar os valores dos grupos sociais que estiver analisando, porém isso não significava eximir-se de responsabilidade ética.
Seria a Ética da condição (do cientista) a isenção de responsabilidade intelectual e política?
Neutralidade Axiológica
e Neutralidade
Ética
Quanto a ética da responsabilidade do político. É aquela que se opõe a ética da convicção. O indivíduo se vê no dilema de seguir sua convicção pessoal ou tomar decisões impostas pelas circunstancias.
Para refletirPolíticos e Chefes de Estado Sociólogos
Forma de ocupação de cargos na Administração Pública que exigem elevado conhecimento técnico
A atuação das Agências Reguladoras
A influência ideológica de Instituições financiadoras de atividades no campo das ciências
Doutrinação Política nas Instituições de Ensino Superior