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A HISTÓRIA DA BIOLOGIA 6:52 A Biologia pode ser definida como o conjunto de todas as ciências que estudam as espécies vivas e as leis da vida. Mais particularmente, é o estudo científico do ciclo reprodutivo das espécies animais e vegetais, do desenvolvimento da vida individual, por oposição à fisiologia, que estuda as leis do funcionamento dos seres. O termo Biologia (bios + logo = estudo da vida) foi introduzido na linguagem científica somente no século XIX, por G. R. Trevianus, e divulgado por J. B. Lamarck, embora os conhecimentos dessa ciência fossem, sem dúvida, muito anteriores. Desde o período pré-histórico, mesmo sem se saber como as coisas funcionavam, conhecimentos biológicos com bases empíricas foram formados. Pela necessidade de viver, o homem primitivo precisava caçar, e por isso conheceu diversas espécies de animais e plantas, das quais ele se alimentava. Por meio da observação, conheceu o comportamento de algumas espécies animais e a época de frutificação de certas plantas comestíveis. A comprovação desses fatos faz-se por meio das pinturas rupestres encontradas em cavernas. Os conhecimentos biológicos são formados desde a pré-história, através de fundamentos empíricos. Por meio das pinturas rupestres encontradas em cavernas, pode-se afirmar que o homem primitivo por motivos de sobrevivência, passou a conhecer melhor as espécies de animais e de plantas. Ele tomou conhecimento do comportamento de diversas espécies de animais, e como cuidar deles, e de utilização e época de frutificação de certos vegetais. Assim como também aprendeu a diferenciar as plantas venenosas. As primeiras pesquisas biológicas foram realizadas a olho nu, em 400 A.C pelo estudioso Hipócrates, conhecido como o pai da medicina que descreveu doenças comuns, concedendo as causas às dietas e outros problemas físicos. Mas foi na Grécia que a biologia deu uma arrancada, graças ao filósofo Aristóteles. Ele chegou à conclusão de que a observação cuidadosa era a forma mais imprescindível para estudar a Biologia.

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A HISTÓRIA DA BIOLOGIA 6:52

A Biologia pode ser definida como o conjunto de todas as ciências que estudam as espécies vivas e as leis da vida. Mais particularmente, é o estudo científico do ciclo reprodutivo das espécies animais e vegetais, do desenvolvimento da vida individual, por oposição à fisiologia, que estuda as leis do funcionamento dos seres.

O termo Biologia (bios + logo = estudo da vida) foi introduzido na linguagem científica somente no século XIX, por G. R. Trevianus, e divulgado por J. B. Lamarck, embora os conhecimentos dessa ciência fossem, sem dúvida, muito anteriores. Desde o período pré-histórico, mesmo sem se saber como as coisas funcionavam, conhecimentos biológicos com bases empíricas foram formados. Pela necessidade de viver, o homem primitivo precisava caçar, e por isso conheceu diversas espécies de animais e plantas, das quais ele se alimentava. Por meio da observação, conheceu o comportamento de algumas espécies animais e a época de frutificação de certas plantas comestíveis. A comprovação desses fatos faz-se por meio das pinturas rupestres encontradas em cavernas.

Os conhecimentos biológicos são formados desde a pré-história, através de fundamentos empíricos.

Por meio das pinturas rupestres encontradas em cavernas, pode-se afirmar que o homem primitivo por motivos de sobrevivência, passou a conhecer melhor as espécies de animais e de plantas. Ele tomou conhecimento do comportamento de diversas espécies de animais, e como cuidar deles, e de utilização e época de frutificação de certos vegetais. Assim como também aprendeu a diferenciar as plantas venenosas. 

As primeiras pesquisas biológicas foram realizadas a olho nu, em 400 A.C pelo estudioso Hipócrates, conhecido como o pai da medicina que descreveu doenças comuns, concedendo as causas às dietas e outros problemas físicos. Mas foi na Grécia que a biologia deu uma arrancada, graças ao filósofo Aristóteles. Ele chegou à conclusão de que a observação cuidadosa era a forma mais imprescindível para estudar a Biologia.

As primeiras pesquisas na área da Biologia foram feitas a olho nu. Os escritos datados de 400 a.C., cuja autoria é atribuída a Hipócrates, “o pai da Medicina”, descrevem sintomas de doenças comuns e atribuem suas causas à dieta ou a outros problemas físicos, sem se orientar pelo misticismo. Acreditava-se, então, que a matéria era composta por quatro elementos (fogo, terra, ar e água), e o corpo humano, por quatro “humores’: sangue, bile amarela, bile preta e flegma. Dizia-se que as doenças eram causadas pelo excesso de algum desses componentes.

Na Grécia, conhecida como o berço das ciências naturais, a Biologia dá um grande salto pelas mãos do filósofo Aristóteles. Ele percebeu que a observação sistemática era a condição indispensável para compreender a natureza. No século I d.C., o romano Galeano percebeu que somente a observação cuidadosa das partes externas e internas (esta, por dissecação) de plantas e animais não seria o bastante para compreender a Biologia. Ele muito se esforçou, por exemplo, para compreender a

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função dos órgãos dos animais. Apesar de saber que o coração bombeava sangue, era impossível a Galeano descobrir, só por meio de observações, que o sangue circulava e voltava ao coração. Ele, então, supôs que o sangue era bombeado para “irrigar” os tecidos e o novo sangue era produzido de maneira ininterrupta para reabastecer o coração. Essa idéia errônea foi ensinada por quase 1.500 anos. Somente no século XVII, o inglês William Harvey apresentou a teoria de que o sangue flui sem cessar em uma direção, fazendo um circulo completo, e voltando ao coração.

Durante a Idade Média, o ritmo de investigações científicas aumentou consideravelmente.O trabalho iniciado por Aristóteles é ampliado por Lineu, que cria as categorias hierárquicas de espécie, gênero, ordem, classe e reino. Também cria um sistema de nomenclatura dos seres vivos, empregado até hoje com algumas modificações. Uma idéia de origem comum da vida passou a ser discutida com base em semelhanças entre seus diferentes ramos.

Apesar do ritmo das investigações, a Biologia estacionou. Os olhos humanos já não eram suficientes para novas descobertas. Com a invenção do primeiro microscópio, no século XVII, conceitos tradicionais sobre a vida seriam derrubados, dando um novo rumo à Biologia. Foi a partir dessa descoberta que a teoria celular foi, então, formulada, em princípios do século XIX, por Schleiden e Schwann, que concluíram que as células constituem todo o corpo de animais e plantas, e que, de certa maneira, elas são unidades individuais com vida própria. Isso ocorreu na mesma época das viagens de Darwin e da publicação de sua obra A origem das espécies, sobre as teorias da evolução. As leis de hereditariedade de Mendel foram sustentadas e explicadas pela teoria cromossômica de Morgan.

Mesmo com a teoria celular, por razões físicas, o microscópio óptico não permitia a visualização de detalhes da estrutura da célula. Com a descoberta do elétron, em fins do século XIX, e com a invenção do microscópio eletrônico, décadas depois, estruturas subcelulares foram descobertas, como o orifício do núcleo ou a membrana dupla das mitocôndrias.

Com o desenvolvimento do microscópio foi possível desvendar alguns mistérios, permitindo a Crick e Watson descobrir a dupla hélice do DNA e do código genético, em 1954, marcando o início da biologia molecular e da genética experimental.

Para fins de estudos, a Biologia está dividida em biologia celular, anatomia humana, genética, bioquímica, biologia evolutiva, animais, botânica, fisiologia, ecologia, origem da vida, histologia animal, reprodução e desenvolvimento.

Hoje, a Biologia tem um papel fundamental para o mundo científico; com o uso de computadores e algumas inovações experimentais, o homem chegou à descoberta da estrutura do DNA, desvendando princípios do funcionamento básico da vida.

Bibliografia: Mayr, Ernst. The Growth of Biological Thought, 1982.