cinética de uma reação de esterificação sólido-líquido

19
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS CAMPUS POÇOS DE CALDAS LUIZ OTÁVIO PEÇANHA MARCELLI PURCINO RÚPOLO MATHEUS CELLIM LEVENDOSK PATRÍCIA DA SILVA COSTA SANTOS RAFAEL TOMAZELLA MORAES RENAN LUCAS VALENÇA CINÉTICA DE UMA REAÇÃO DE ESTERIFICAÇÃO SÓLIDO-LÍQUIDO (TEMPERATURA DE 75°C)

Upload: junior-levendosk

Post on 08-Nov-2015

24 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Engenharia das Reações Químicas Heterogêneas

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENASCAMPUS POOS DE CALDAS

LUIZ OTVIO PEANHAMARCELLI PURCINO RPOLOMATHEUS CELLIM LEVENDOSKPATRCIA DA SILVA COSTA SANTOSRAFAEL TOMAZELLA MORAESRENAN LUCAS VALENA

CINTICA DE UMA REAO DE ESTERIFICAO SLIDO-LQUIDO(TEMPERATURA DE 75C)

Poos de Caldas /MG2015

LUIZ OTVIO PEANHAMARCELLI PURCINO RPULOMATHEUS CELLIM LEVENDOSKPATRCIA DA SILVA COSTA SANTOSRAFAEL TOMAZELLA MORAESRENAN LUCAS VALENA

CINTICA DE UMA REAO DE ESTERIFICAO SLIDO-LQUIDO(TEMPERATURA DE 75C)

Relatrio apresentado disciplina de Engenharia das Reaes Qumicas Heterogneas, do curso de Engenharia Qumica da Universidade Federal de Alfenas, Campus de Poos de Caldas MG.Professora: Cnthia Soares de Castro.

Poos de Caldas/MG2015

RESUMOAs reaes para produo de steres so denominadas reaes de esterificao e envolvem um cido carboxlico reagindo com um lcool, na presena de um catalisador cido. Os steres so produtos extremamente importantes para as indstrias, como o acetato de etila, geralmente utilizado como solvente orgnico. O presente trabalho estudou as reaes de esterificao do acetato de etila, em diferentes temperaturas, com o objetivo de identificar uma relao entre temperatura e tempo de reao. Entre as temperaturas utilizadas (65C, 75C e 85C), o perfil mais satisfatrio foi a reao com 75C, identificando uma proporcionalidade entre a temperatura e o tempo de reao. O perfil de 65C foi o menos satisfatrio, no seguindo nenhum tipo de perfil.Palavras-chave: Esterificao, Batelada, Temperatura, Acetato de Etila, Converso, Cintica.

SUMRIO

1.INTRODUO61.1.Reao de Esterificao61.2.Caractersticas da reao de esterificao61.3.Catalisador na reao de esterificao71.4.Catalisador de Oxido de Nibio71.5.Modelo Cintico81.6.Reator em Batelada82.OBJETIVOS103.MATERIAIS E MTODOS113.1.Materiais113.2.Mtodos114.RESULTADOS E DISCUSO135.CONCLUSO156.REFERNCIAS16

1. INTRODUO

1.1. Reao de Esterificao Esterificao a denominao dada a reao de formao de steres a partir do aquecimento de uma mistura de um cido carboxlico e um lcool de cadeia curta (metanol ou etanol), com formao de gua como subproduto (Figura 1)1.

Figura 1 - Reao de Esterificao2.A reao de esterificao um processo reversvel e lento, sendo necessrio a utilizao de catalisadores cidos para aumentar a velocidade da reao. O cido catalisa tanto a reao direta (Esterificao) com a reao inversa (hidrlise do ster)1. A produo de steres de grande interesse comercial, principalmente nas reas de extractantes, diluentes, solventes, plastificantes, polmeros, essncias e fragrncias sintticas, e como intermedirio qumico para indstrias farmacuticas, herbicidas e pesticidas3. 1.2. Caractersticas da reao de esterificao

A velocidade de formao do ster na reao de esterificao depende do cido carboxlico e do lcool utilizado, bem como das condies do processo como razo molar lcool/ cido carboxlico, temperatura reacional, concentrao de catalisador e agitao a ser utilizada1. Para favorecer a formao dos produtos, pode se remover um dos produtos, como a gua, ou utilizar em excesso um dos reagentes como o lcool1. O excesso de lcool deslocara o equilbrio qumico da reao no sentido da formao dos steres, portanto a razo molar lcool/ cido carboxlico deve ser maior do que a relao estequiomtrica 1:11. A temperatura influenciara na energia cintica mdia das molculas. Assim quanto maior a temperatura, maior a probabilidade de colises de molculas e consequentemente maior formao de produto em um menor tempo1. 1.3. Catalisador na reao de esterificao

Os principais fatores que influenciam a esterificao so o excesso de um dos reagentes e o uso de catalisadores. O tipo e a quantidade de catalisador influenciam na reao afetando diretamente a velocidade sem afeta o equilbrio, pois afeta tanto a reao direta com tambm a reao inversa. Apesar da reao de esterificao ser um processo antigo, ainda existem muitas pesquisam por catalisadores visando: i) Realizao da reao em quantidades equimolares dos reagentes em vez de usar um deles em excesso ; ii) Realizao da reao em temperaturas menores e em condies mais brandas; e iii) Utilizao de catalisadores que possam ser facilmente removidos do meio reacional4. O uso de catalisador homogneo na reao de esterificao, como cido sulfrico concentrado, embora apresente excelentes rendimentos reacionais so associados a problemas de corroso de equipamentos e dificuldade de separao do produto final. J os catalisadores heterogneos, no qual a reao ocorre na superfcie, apresentam facilidade de separao do produto da reao, obteno de produtos com alto grau de pureza, facilidade de regenerao e reutilizao. Alm disso no so corrosivos e no exigem uma etapa de lavagem do produto, ou seja, menor gerao de resduos ao final do processo4. 1.4. Catalisador de Oxido de Nibio O nibio um metal, encontrado na natureza como uma mistura de xidos metlicos. Por ser um elemento que apresenta diferentes nmeros de coordenao, o nibio pode acomodar um grande nmero de ligantes devendo a isto, o elevado nmero de novos complexos de nibio relatos em vrias publicaes1. O Brasil um detentor de uma das maiores reservas mundiais de nibio e o maior produtor mundial desse elemento, no qual 10% do consumo total utilizado na produo de xido de nibio1. Devido a sua acentuada acidez, alta resistncia corroso, alta condutividade eltrica e alto ndice de refrao, o nibio ideal para aplicaes qumicas como na catalise heterognea. Sendo assim, por ser matria prima nacional o uso nibio como catalisador heterogneo alm de, apresentar grande importncia econmica e estratgia para o Brasil representa uma alternativa de reduo de gastos dos processos industriais devido a possibilidade de regenerao do catalisador para posterior reutilizao e reduo de problemas de corroso1. 1.5. Modelo Cintico

Para a reao de esterificao, a lei de velocidade representada pela Equao 1: (1)Em que: : Constantes de velocidade das reaes direta e inversa; : Concentrao de cido actico;: Concentrao de etanol; : Concentrao de ster; Concentrao de gua. Considerando a concentrao de etanol (constante durante a reao e a concentrao de ster ) e gua iguais, obtm-se a Equao 25: (2)

1.6. Reator em Batelada

Reator em batelada so reatores simples, que no apresentam fluxos de entrada e sada durante a reao, dele os reagentes so colocados em contato no tanque e deixados sob agitao para que a reao ocorra, ou seja, a converso (X) uma funo do tempo que os reagentes permanecem no reator6. Sendo assim para um reator em batelada, a equao de projeto apresentada pela Equao (3): (3)No qual, como apresentado a converso (X) aumenta e a velocidade da reao diminui com o aumento do tempo da reao6 at atingir o equilbrio.

2. OBJETIVOS

Com base na reao de esterificao, calcular a converso do cido actico em acetato de etila em funo do tempo para uma temperatura de 75C em um reator em batelada.

3. MATERIAIS E MTODOS

3.1. Materiais

Balana analtica de preciso; Reatores em batelada de 1 L com agitao magntica; Catalisador; cido actico; Etanol; Soluo de hidrxido de sdio (NaOH) 0,5 M; Fenolftalena; Termmetro de mercrio Pisseta com lcool; Pipeta graduada de 5 ml; Pipetador; Barra magntica; Bomba peristltica; Banho-maria; Mangueiras de silicone; Bureta de 50 ml; Haste com garras; Cronmetro; Erlenmyers.

3.2. Mtodos

A temperatura do banho-maria foi ajustada para 75 C e em seguida 50 ml de cido actico e 250 ml de etanol foram adicionados ao reator. O aquecimento da soluo presente no reator foi iniciado e aps atingido a estabilidade trmica, 1,5 g de catalisador foi adicionado ao meio reacional. Alquotas de 5ml da mistura reacional foram retiradas aps 5, 10, 20, 30, 45 e 60 minutos. Foi feita a titulao dessas alquotas utilizando-se a soluo de hidrxido de sdio, e fenolftalena como indicador; o volume de NaOH utilizado na titulao foi registrado.

4. RESULTADOS E DISCUSO

Com a temperatura do banho-maria ajustado para 75 C, a temperatura mdia da reao foi de 61 C, isso devido a perdas de calor para o ambiente.

Tabela 1- Quantidade de NaOH titulado e cido actico restante, e converso da reao para cada tempo de reao a 61 C.Tempo (min)Volume de NaOH titulado (ml)cido actico restante (mols)Converso (%)

000,8750,00

529,20,8760,00

1028,70,8611,60

2028,50,8552,29

3028,40,8522,63

4528,20,8463,31

60280,844,00

Aps 60 minutos, a reao apresentou baixa converso (4%). Analisando o Grfico 1, observa-se saturao da curva de converso, indicando que a converso de 4% se aproxima da converso de equilbrio.

Grfico 1 - Variao da converso em funo do tempo.Com o intuito de observar a influncia da temperatura de reao na converso, coletaram-se os dados de diferentes grupos, os quais operaram o experimento em diferentes temperaturas de reao. Tais dados so apresentados na tabela 2.Tabela 2 - Converso da reao para cada tempo em diferentes temperaturas de reao.Tempo (min)Temperatura de 65CTemperatura de 75C Temperatura de 85C

Converso (%)Converso (%)Converso (%)

00,000,000,00

53,310,000,00

101,601,604,00

200,232,295,71

300,572,633,66

453,313,316,74

604,004,001,60

Observando os dados apresentados na tabela 2, nota-se que houveram erros experimentais, que resultaram em dados com pouca preciso e que no representam, com confiabilidade, a converso ocorrida na reao de esterificao. Tal fato explicado, quando se observa a converso no tempo, para temperatura de 65C e 85C, onde se tem a diminuio da converso com o aumento do tempo, por exemplo, a converso a 65C aps 5 minutos foi de 3,3%, porm aps 10 minutos a mesma foi de 1,60%, sendo que com o aumento do tempo, a converso deve aumentar, uma vez que os reagentes reagem por mais tempo.Nota-se tambm que a maior converso encontrada, 6,74%, ocorreu a uma temperatura de 85C, enquanto que a temperaturas de 65C e 75C, as maiores converses foram 4%, para ambas as temperaturas. Portanto, visto um aumento da converso com o aumento da temperatura de reao, porm no se pode afirmar tal fato, devido a inconsistncia dos dados encontrados durante o experimento.

5. CONCLUSO

Atravs dos dados obtidos, conclui-se que a converso diretamente proporcional ao tempo de reao, mesmo com alguns erros experimentais que resultaram em dados que no seguem a tendncia de converso.A converso com temperatura de 75C foi a nica que apresentou um perfil como o esperado, aumentando a converso proporcionalmente ao tempo da reao. Porm, a converso com temperatura de 85C tambm demonstrou um perfil satisfatrio, visto que esta obteve uma disparidade dos dados somente na converso com o tempo de 30 minutos.O perfil de converso na temperatura de 65C no foi satisfatrio, visto a grande disparidade dos dados de converso em funo do tempo. Estes erros podem ser erros experimentais, devido dificuldade na aferio dos dados atravs da titulao.

6. REFERNCIAS

[1] LEO, L. S. Estudo emprico e cintico da esterificao de cidos graxos saturados sobre o cido nobico.2009. 97 f. Dissertao (Mestrado) - Curso de Engenharia Qumica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009. Disponvel em: . Acesso em: 13 de maio de 2015.[2] MEDEIROS, J. C. Preparao e identificao do acetato de etila e do borato de etila.Paraba: Universidade Estadual da Paraba, 2011. Disponvel em: . Acesso em: 13 de maio de 2015.[3] BARCZA, M. V. Esterificao. Disponvel em: . Acesso em: 13 de maio de 2015.[4] VIEIRA, S. S. Produo de biodiesel via esterificao de cidos graxos livres utilizando catalisadores heterogneos cidos.2011. 118 f. Dissertao (Ps-graduao) - Curso de Agroqumica, Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2011. Disponvelem:. Acesso em: 13 de maio de 2015.[5] UG Lab Coordinators. Chemical Engineering Laboratory Manual, vol.8, 2006. Disponvel em: www.che.iitb.ac.in/courses/uglab/uglabs.html. Acesso em: 13 de maio de 2015.[6] FOGLER, H. S. Elementos de engenharia das reaes qumicas. 4 ed. Rio de Janeiro, LTC, 2009.