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CLARISSA NIERO MORAES EFEITO DO MTODO DOS ANIS DO BAD RAGAZ NA REABILITA˙ˆO DE PACIENTES SUBMETIDOS ARTROPLASTIA TOTAL DE QUADRIL Tubarªo, 2005

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CLARISSA NIERO MORAES

EFEITO DO MÉTODO DOS ANÉIS DO BAD RAGAZ NA

REABILITAÇÃO DE PACIENTES SUBMETIDOS À ARTROPLASTIA

TOTAL DE QUADRIL

Tubarão, 2005

CLARISSA NIERO MORAES

EFEITO DO MÉTODO DOS ANÉIS DO BAD RAGAZ NA

REABILITAÇÃO DE PACIENTES SUBMETIDOS À ARTROPLASTIA

TOTAL DE QUADRIL

Monografia apresentada ao Curso de Fisioterapia, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientadora Professora Esp. Jaqueline de Fátima Biazus

Tubarão, 2005

CLARISSA NIERO MORAES

EFEITO DO MÉTODO DOS ANÉIS DO BAD RAGAZ NA

REABILITAÇÃO DE PACIENTES SUBMETIDOS À ARTROPLASTIA

TOTAL DE QUADRIL

Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado á obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo curso de graduação em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina

Tubarão, 07 de novembro de 2005.

__________________________________ Prof. Esp. Jaqueline de Fátima Biazus Universidade do Sul de Santa Catarina

__________________________________ Prof. Residente Marco Aurélio M. Rodrigues

Universidade do Sul de Santa Catarina

__________________________________ Prof. Rodrigo da Rosa Iop

Universidade do Sul de Santa Catarina

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente à Deus e em

seguida á minha família pelo apoio e compreensão

durante toda a jornada acadêmica...

AGRADECIMENTOS

Agradeço á Deus por estar sempre presente e pela força dada para percorrer toda

esta caminhada!

Agradeço aos meus pais Augusta e Gelson, e minha irmã Letícia, por me aturarem

em todos os momentos de dificuldades, e me acompanharem em todos os momentos de

alegria e vitória!

Agradeço a minha orientadora Jaqueline, que esteve sempre presente durante toda

a minha trajetória, me apoiando e confiando no meu trabalho!

Agradeço a minha amiga Juliana Saviatto por fazer parte deste trabalho, pois sem

ela não teria atingido todos os objetivos!

Agradeço ao Dr. Marco Aurélio por confiar em mim e encaminhar seus pacientes

para as minhas mãos!

Agradeço as minhas amigas Luciana Soares e Fernanda Maria que me

incentivaram e me acompanharam durante toda a minha faculdade!

Agradeço a todos os meus amigos que de uma forma ou de outra estiveram

comigo em toda a jornada acadêmica!

Agradeço a vida, pois: "Às vezes, quando tudo dá errado acontecem coisas tão

maravilhosas que jamais teriam acontecido se tudo tivesse dado certo".

RESUMO

O paciente que realiza cirurgia de Artroplastia Total de Quadril (ATQ), geralmente teve anos de dor progressiva na articulação do quadril. A fisioterapia promove maior ganho com relação á amplitude de movimento (ADM), independência e funcionalidade do membro cirurgiado. Várias abordagens terapêuticas podem ser realizadas na reabilitação. Neste estudo, o uso do Método Bad Ragaz na ATQ favorece uma nova visão. O estudo foi do tipo multi casos, com o objetivo de verificar o tratamento do Método Bad Ragaz no benefício do pós-operatório de ATQ. Realizado entre os meses de novembro de 2004 á junho de 2005 na Clínica Escola de Fisioterapia UNISUL-Tubarão/S.C. Amostra foi composta de sete pacientes que encontravam-se no 14o dia pós-operatório. Realizou-se quinze sessões de hidroterapia, duas vezes por semana. Como resultado, tivemos o aumento da ADM de quadril e joelho, diminuição do quadro álgico e a manutenção/ganho da força muscular.

Palavras-chave: Artroplastia total de quadril, Bad Ragaz, fisioterapia.

ABSTRACT

The patient who carries through surgery of Total Artroplastia of hip (ATQ), generally had years of gradual pain in the joint of the hip. The physiotherapy promotes greater profit with relation an amplitude of movement (ADM), independence and functionality of the cirurgiado member. Some therapeutically boarding�s can be carried through in the whitewashing. In this study, the use of the Method Bad Ragaz in the ATQ favors a new vision. The study he was of the type multi cases, with the objective to verify the treatment of the Method Bad Ragaz in the postoperative benefit of ATQ. Carried through enters the months of November of 2004 a June of 2005 in the Clinical School of Physiotherapy UNISUL-Tubarão/S.C. Sample was composed of seven patients who met in 1ô postoperative day. One became fulfilled fifteen sessions of hydrotherapy, two times per week. As result, we had the increase of the ADM of hip and knee, reduction of the álgico picture and manutenção/ganho of the muscular force. Word-key: Total Arthroplasty of hip, Bad Ragaz, physiotherapy.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................9

2 O QUADRIL ...............................................................................................................12

2.1 Biomecânica do quadril ...........................................................................................12

2.2 A articulação do quadril ..........................................................................................13

2.3 Os ligamentos do quadril .........................................................................................14

2.4 Os músculos do quadril............................................................................................16

2.5 Artroplastia Total do Quadril (ATQ)......................................................................17

2.5.1 Tipos de próteses.....................................................................................................18

2.5.2 Tipos de cirurgia .....................................................................................................19

2.5.3 Indicações ...............................................................................................................20

2.5.4 Contra-Indicações ...................................................................................................21

2.5.5 Duração das próteses ...............................................................................................21

2.6 Tratamento hidroterápico conservador ..................................................................22

2.7 Método dos Anéis do Bad Ragaz .............................................................................24

2.7.1 Objetivos.................................................................................................................25

2.7.2 Técnica ...................................................................................................................25

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA...........................................................................28

3.1 Tipo do pesquisa.......................................................................................................28

3.2 Caracterização/Identificação dos sujeitos (casos) da pesquisa ...............................29

3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados .........................................................30

3.4 Procedimentos utilizados na coleta..........................................................................31

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS...................................................................35

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................................41

REFERÊNCIAS ............................................................................................................43

APÊNDICES ..................................................................................................................48

APÊNDICE A � Ficha de avaliação ................................................................................49

APÊNDICE B � Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ........................................53

APÊNDICE C � Protocolo de atendimento ......................................................................55

9

1 INTRODUÇÃO

O movimento mais funcional que temos no corpo humano é a deambulação. E

para exercermos esta função, uma das principais articulações que nos proporciona esse

movimento, é a do quadril. As doenças que acometem o quadril são inúmeras, sejam

congênitas ou adquiridas, e costumam provocar alterações significativas na marcha, fazendo

com que essa articulação mereça atenção adequada.

A artroplastia total de quadril (ATQ) é a substituição ou troca da articulação do

quadril. Uma substituição total do quadril se torna necessária se essa articulação estiver

degenerada a ponto de as atividades de vida diária tornarem-se muito dolorosas e se todas as

condutas conservadoras não conseguirem melhorar a função e qualidade de vida do paciente,

(ZIMMERMANN; CARVALHO, 2004).

Independente da causa, estes pacientes, no pós-operatório irão ter certas

dificuldades quanto á deambulação. A fisioterapia vai intervir nesta reabilitação, pois tem

como objeto de estudo o movimento humano. A fisioterapia é um campo de atuação privativo

que, através da aplicação de conhecimentos e da construção de novos conhecimentos (ensino

e pesquisa), utiliza métodos e técnicas especializadas para adequada aplicação de recursos

(físicos e naturais) na promoção e reabilitação da saúde do movimento humano. Dentro da

fisioterapia, será utilizado a Fisioterapia Aquática, que usa o meio aquático com temperatura

adaptada para alcançar determinados objetivos fisioterapêuticos.

10

Neste estudo, para a reabilitação do paciente, efetuaremos o método dos anéis do

Bad Ragaz, que é uma coleção de técnicas terapêuticas efetuadas na água que foram

desenvolvidas através dos anos nas águas termais de Bad Ragaz, na Suíça.

O método Bad Ragaz utiliza as propriedades físicas da água e ao mesmo tempo

possibilita a função anatômica e fisiológica normal das articulações e músculos, contribuindo,

consequentemente, para o aumento da amplitude de movimento da articulação afetada. A

força de flutuação da água reduz o peso corpóreo, diminuindo o impacto sobre as articulações

e o risco de lesões. Isso traz vantagens para quem realizou a ATQ, fazendo com que o

processo de reabilitação comece o mais rápido possível, não trazendo danos a nova

articulação e respeitando seus limites, (LAMBECK, 2004).

O efeito da fisioterapia aquática aplicando o método Bad Ragaz é de possibilitar

maior mobilidade articular, facilitação dos movimentos, relaxamento muscular, analgesia e

trabalho proprioceptivo, redução do tônus muscular, fortalecimento muscular e restauração

dos padrões normais de movimento.

Sendo assim, a pesquisa tem o seguinte problema de pesquisa: O tratamento

hidroterápico com o método dos anéis do Bad Ragaz, tem efeito na reabilitação pós-operatória

de pacientes que realizaram a ATQ?.

Na vida acadêmica temos a oportunidade de realizar atendimento

hidrocinesioterapêutico em pacientes que realizaram ATQ, sempre obtendo excelentes

resultados. A realização desta pesquisa ocorre devido ao fato de dispor de mais bases

cientificas comprovando a eficácia do método Bad Ragaz neste processo de reabilitação. A

fisioterapia Aquática é uma opção segura e eficaz para pacientes que estejam incapacitados de

realizar exercícios no solo com descarga de peso em razão de cirurgia recente,

proporcionando uma melhor qualidade de vida diária e de socialização. A qualidade de vida

refere-se ao fato destas pessoas conseguirem realizar todas as atividades que faziam

11

anteriormente ao processo de deteriorização da articulação em questão; voltando a ter sua

independência.

Assim, esta proposta de pesquisa é inovadora, pois não existe ainda na literatura,

um relato de caso comprovando a eficácia deste método; uma vez que vai proporcionar uma

nova abordagem dentro da fisioterapia aquática.

O objetivo geral da pesquisa foi de analisar o efeito do tratamento hidroterápico

com o método dos anéis do Bad Ragaz na reabilitação pós-operatória de pacientes que

realizaram a ATQ. E teve como objetivos específicos: comparar o aumento da amplitude de

movimento antes e após a aplicação do método Bad Ragaz; comparar o fortalecimento

muscular pré e pós tratamento hidroterapêutico e verificar se o método proporciona o alívio

da dor, pré e pós a intervenção fisioterapêutica.

Esta pesquisa foi do tipo multi-casos, quantitativa de intervenção e exploratória.

Contou com sete sujeitos que receberam tratamento hidroterapêutico durante 15 sessões e que

foram avaliados antes do iniciou dos atendimentos e após as 15 sessões.

O trabalho inicia com uma introdução sobre o tema que foi pesquisado. No

segundo capítulo apresenta-se a articulação do quadril enfocando sua biomecânica,

ligamentos e músculos. Segue apresentando a Artroplastia Total do Quadril , com os tipos de

próteses, tipos de cirurgia, indicações e contra-indicações e duração das próteses. E o capítulo

termina com o tratamento cinesiológico e hidroterapêutico conservador, e o Método dos Anéis

do Bad Ragaz. O tipo de pesquisa, amostra, instrumentos e procedimentos utilizados na coleta

de dados são apresentados no capítulo três. O capítulo quatro trás a análise e a discussão dos

dados obtidos na pesquisa. E o trabalho encerra com o capítulo cinco, que são as

considerações finais.

12

2 O QUADRIL

2.1 Biomecânica do quadril

Segundo Weinstein e Buckwalter (2000) o fêmur apresenta relações anatômicas

singulares que criam ganhos mecânicos para a função do quadril.

�A articulação do quadril é multiaxial, esferoidal e sinovial. É formada onde a

cabeça convexa do fêmur insere-se confortavelmente no acetábulo côncavo do osso pélvico.�

(NORM; HANSON, 1998, p. 166). A única articulação que realiza os movimentos do quadril

é a articulação coxo-femoral, que é em forma de enartrose muito coaptada.

Temos como movimentos desta articulação: flexão-extensão, abdução-adução, e

rotação lateral-medial.

Segundo Kendall, Mccreary e Provance (1995), a flexão e a extensão são

movimentos sobre um eixo coronal, onde na flexão o movimento é em direção anterior e na

extensão o movimento é em direção posterior. A flexão-extensão ocorre quando a cintura

pélvica como uma unidade ou o fêmur livre gira sobre um eixo coronal através do centro da

cabeça e do colo do fêmur, (LEE, 2001). Na flexão ocorre o contato da face anterior da coxa

com o tronco, ultrapassando o plano frontal; e na extensão o membro inferior vai para trás do

plano frontal, (KAPANDJI, 2000). Kendall, Mccreary e Provance (1995) afirmam que a

amplitude de movimento (ADM) da flexão da articulação do quadril a partir de zero é cerca

13

de 125º, a ADM da extensão é cerca de 10º, constituindo uma ADM total de 135º. Na flexão

ativa do quadril, quando o joelho esta estendido, a flexão não passa dos 90º; e com o joelho

flexionado atinge ou ultrapassa 120º. A flexão passiva sempre ultrapassa os 120º, mas se o

joelho esta estendido ela é menor que quando esta flexionado (ultrapassa 140º). Com o joelho

estendido, a extensão ativa do quadril atinge 20º, e é maior que quando está flexionado (10º).

A extensão é de 20º, (KAPANDJI, 2000).

A abdução-adução são movimentos em torno de um eixo sagital, onde na abdução

o movimento é de afastamento do plano médiossagital em direção lateral e a adução é o

movimento da coxa do plano médiossagital em direção medial. A partir de zero, a ADM da

abdução é de aproximadamente 45º e a da adução de 10º, sendo a amplitude total de 55º. �A

abdução/adução ocorre quando a cintura pélvica como uma unidade ou o fêmur gira sobre um

eixo sagital através do centro da cabeça do fêmur.� (LEE, 2001, p. 53). Kapandji (2000)

descreve que a amplitude de adução é de 30º, e que o movimento de adução pode ser

combinado com a extensão ou a flexão de quadril.

A rotação lateral e medial são movimentos em torno de um eixo longitudinal. Rotação medial é o movimento no qual a superfície anterior da coxa volta-se no sentido do plano médiossagital. Rotação lateral é movimento no qual a superfície anterior da coxa move-se afastando-se do plano médiossagital. A rotação pode resultar, também, do movimento do tronco sobre o fêmur. Por exemplo, quando em pé sobre a perna direita, a rotação da pelve em sentido anti-horário resultará em rotação lateral da articulação do quadril. (KENDALL; MCCREARY; PROVANCE, 1995, p. 21, grifo do autor).

A rotação medial é de 30º- 40º e a rotação lateral de 60º, segundo Kapandji

(2000).

2.2 A articulação do quadril

14

�A articulação do quadril é uma articulação esferóide ou de bola e soquete

formada pela articulação do acetábulo da pelve com a cabeça do fêmur.� (KENDALL;

MCCREARY; PROVANCE, 1995, p. 20). É uma articulação isolada estruturalmente mais

estável. Essa região é um componente importante para o sistema locomotor e transmite

grandes forças entre o tronco e o solo.

A dor na região do quadril é freqüentemente enganadora, pois muitas vezes é irradiada da coluna ou da bacia e não tem nenhuma ligação com o quadril. Portanto, deve-se sempre ser cauteloso ao atribuir tal dor ao quadril, sem antes investigar a possibilidade de uma causa extrínseca. (ADAMS; HAMBLEN, 1994, p. 306).

A articulação do quadril é sinovial ovóide formada entre a cabeça do fêmur, que

normalmente constitui dois terços de uma esfera, e a cavidade acetabular em forma de cálice,

que constitui um terço da esfera. Por ser triaxial, assim como o ombro, ela funciona nos três

planos. Para Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997), a articulação do quadril possui três graus de

liberdade de movimento: flexão, extensão, adução-abdução e rotação interna e externa. �Foi

justamente por causa da articulação do quadril que surgiu a era das próteses articulares,

transformando a cirurgia do aparelho locomotor.� (KAPANDJI, 2000, p.12).

2.3 Os ligamentos do quadril

Os ligamentos do quadril dividem-se em ligamento iliofemoral, pubofemoral,

isquiofemoral, redondo e transverso do acetábulo, (LEE, 2001).

O ligamento iliofemoral, também chamado de ligamento Y, é extremamente forte

e reforça a região anterior da articulação do quadril. No sentido ínfero-lateral, este ligamento

divide-se em duas faixas, iliotrocantérica, que se insere na face superior da linha trocantérica,

e a faixa mediana inferior, que se insere na face inferior da linha trocantérica. �O ligamento

15

pubofemoral é anterior e inferior á articulação do quadril.� (SMITH; WEISS; LEHMKUHL,

1997, p. 318). Este se liga medialmente à eminência iliopectínea e ao ramo superior do osso

púbico. Lateralmente, liga-se à face anterior da linha trocantérica a cápsula da articulação do

quadril não é apoiada por nenhum ligamento entre o ligamento pubofemoral e a faixa inferior

do ligamento iliofemoral.

O ligamento isquiofemoral surge medialmente da face posterior do acetábulo e do seu lábio. Lateralmente, as fibras formam uma espiral no sentido súpero-anterior sobre o dorso do colo do fêmur para inserir-se profundamente no ligamento iliofemoral, anterior à fossa trocantérica. Algumas fibras desse ligamento também se estendem em sentido transversal para mesclar-se com as fibras que formam a zona orbicular. [...] O ligamento redondo une-se lateralmente à parte ântero-superior da fóvea da cabeça do fêmur, medialmente através da três faixas às duas extremidades da face semilunar do acetábulo e inferiormente à margem superior do ligamento transverso do acetábulo. (LEE, 2001, p. 33-34).

De acordo com Lee (2001), o ligamento transverso do acetábulo �representa uma

continuação lábio do acetábulo na parte inferior e converte a incisura do acetábulo em um

forame pelo qual passam os vasos intra-articulares que irrigam a cabeça do fêmur.�

Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997) descrevem que o ligamento iliofemoral cobre a

articulação do quadril anteriormente e superiormente, sendo o principal estabilizador do

quadril na posição ortostática. Tem origem na espinha ilíaca antero inferior e se insere na

linha intertrocantérica anterior. O ligamento pubofemoral é anterior e inferior à articulação do

quadril, passa transversalmente de sua inserção no corpo do púbis e estende-se à sua parte

inferior da linha intertrocantérica, unindo-se a posição medial do ligamento iliofemoral. O

ligamento isquiofemoral encontra-se embaixo e atrás da cápsula, encontra-se fixo ao

acetábulo, estendendo-se horizontalmente através do colo do fêmur e funde-se ao ligamento

iliofemoral.

De acordo com Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997) todos estes ligamentos tornam-

se folgados quando o quadril é estendido; e na posição em pé, o ligamento iliofemoral,

16

particularmente à faixa inferior, impede movimento posterior da pelve sobre o fêmur. Os

ligamentos anteriores, especialmente o ligamento pubofemoral, limita a rotação interna.

2.4 Os músculos do quadril

Dângelo e Fattini (2000), afirmam que existem vários músculos que atuam na

estabilização do quadril.

Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997), afirmam que os músculos do quadril podem ser

divididos em:

* posteriores: são o glúteo máximo, bíceps da coxa, semitendinoso e o semimembranoso

(chamados em conjunto de ísquiotibiais). Todos estes músculos são rotadores externos do

quadril, mais o glúteo máximo realiza também a extensão do quadril. Há um grupo de

músculos profundamente localizados que são rotadores externos do quadril; piriforme,

quadrado da coxa, gêmeo superior, gêmeo inferior, obturador interno e obturador externo;

* Anteriores: inclui o reto da coxa, sartório, tensor da fáscia lata, iliopsoas e pectíneo. O

tensor da fáscia lata tem uma localização ântero-lateral, realiza a flexão, abdução e rotação

interna do quadril. O pectíneo tem uma localização antero-medial e realiza a adução e a flexão

do quadril. O reto da coxa e o sartório realizam a flexão, rotação externa e abdução do quadril

bem como a flexão e rotação medial do joelho. O iliopsoas é constituído de duas partes, ilíaco

e psoas maior, e realiza a flexão e rotação externa do quadril. O pectíneo faz a adução e flexão

do quadril;

* Laterais: os músculos laterais consistem em glúteo médio, glúteo mínimo, tensor da fáscia

lata e o piriforme. O glúteo médio é o maior dos músculos laterais do quadril e realiza a

abdução do quadril, sua porção anterior flexiona e roda medialmente o quadril, enquanto a

porção posterior estende e roda lateralmente o quadril. O piriforme faz a rotação externa do

17

quadril. O glúteo mínimo pertence a terceira camada dos músculos na região glútea, ele

abduz, roda medialmente e flexiona o quadril;

* Mediais: são os músculos da adução do quadril; adutor magno, adutor longo, adutor curto,

grácil, e pectíneo. A principal ação anatômica deste grupo muscular é a adução do quadril (em

certas posições diferentes os adutores podem produzir flexão, extensão ou rotação do quadril).

2.5 Artroplastia total de quadril (ATQ)

O cirurgião ortopedista John Charnley, em 1962, desenvolveu a moderna

artroplastia total de quadril. Consistia em remover a cabeça do fêmur e substituí-la por uma

bola metálica na ponta de uma haste, que encaixava dentro do fêmur. A parte femoral também

era substituída por uma peça feito de polietileno de densidade ultra alta. As duas partes eram

presas nos ossos por um cimento cirúrgico (metilmetacrilato). Dentro de dez minutos o

cimento já adquiri consistência pétrea. Após a colocação da prótese as duas estruturas se

encaixam permitindo os movimentos do quadril sem que haja contato de osso com osso. A

ATQ quando bem realizada tem sucesso de 90 a 95%, (HISTÓRIA, 2004).

A maior complicação a longo prazo com a ATQ é a soltura da prótese; onde o

cimento desprende-se do osso causando dor local. Atualmente cirurgiões desenvolveram uma

operação sem o cimento, fazem com que a prótese tenha um desenho especial, onde se prenda

diretamente no osso. Este tipo de prótese vem sendo usada desde 1978, tendo diversos

modelos disponíveis. Pessoas com setenta anos ou mais, com atividades físicas moderadas,

são os mais beneficiados com essa operação. Uma operação com sucesso faz com que o

paciente se sinta bem o resto de seus dias, evitando esforços. Pacientes jovens devem ter

melhor resultado com o uso das próteses e uma maior duração com as sem cimento,

(HISTÓRIA, 2004).

18

Segundo Santos e Rosa Filho (2004) a ATQ é a substituição ou troca da

articulação do quadril, sendo uma cirurgia realizada por ortopedistas para voltar á

funcionalidade desta articulação. Um dos principais objetivos da artroplastia é o alívio da dor

e a restauração da função articular, (SAMPOL, 1999).

A artroplastia de quadril é uma cirurgia indicada para o tratamento de problemas na articulação coxofemoral, como fratura, artrose, artrite reumatóide e outros, em pacientes com idade acima de 60 anos. A articulação pode ser substituída, total ou parcialmente, por uma prótese, para restabelecer sua função, promovendo o movimento e o alívio da dor. (ERCOLE; CHIANCA, 2002, p. 3).

Figura 1: Raio-X de ATQ não cimentada Figura 2: Raio-X de ATQ cimentada

Num estudo realizado por Alencar e Abagge (1995) no Hospital das Clínicas de

Curitiba, uma cirurgia primária de prótese de quadril dura em média 76 minutos, as revisões

164 minutos e as conversões 144 minutos.

2.5.1 Tipos de próteses

Segundo Santos e Rosa Filho (2004), existem as seguintes próteses:

19

* Prótese cimentada: usa cimento ósseo para fixar o componente acetabular na bacia e a parte

femoral no fêmur. A mais utilizada é a prótese de Chanrley. O acetábulo é de polietileno de

alta intensidade e a parte do fêmur é de liga metálica. Usada em pacientes com idade mais

avançada.

* Prótese não-cimentada: acetábulo e componente femoral são fixados diretamente na

superfície óssea, sem o cimento. Indicado para pessoas jovens, com boa qualidade óssea.

* Prótese híbrida: componente acetabular fixado à bacia através de parafusos, e o componente

femoral fixado com cimento no fêmur. Usada em pacientes com até 75 anos de idade.

* Prótese uni e bi-polares: usada em pacientes idosos, com fratura de colo do fêmur e que

necessitam saírem do leito mais rápido.

* Endo-próteses: substituição de grandes segmentos ósseos, como em caso de tumor que

comprometa toda a parte superior do fêmur.

* Próteses em copa: usadas em pacientes com fratura do acetábulo em péssimas condições de

saúde, não é mais usada hoje em dia. Necessita de mais tempo cirúrgico e anestésico, onde

esse tempo é dificilmente suportado pelo paciente.

2.5.2 Tipos de cirurgia

�As cirurgias na articulação do quadril estão entre os procedimentos cirúrgicos

mais comuns executados em ortopedia.� (HOPPENFELD; deBOER, 2001, p. 324). Segundo

Apley e Solomon (1998) temos três tipos de acesso que expõe o quadril: anterior (Smith-

Petersen), lateral e posterior. Já Hoppenfeld e deBoer (2001) descreve quatro abordagens para

a exposição do quadril: anterior, ântero-lateral, medial e posterior. Será dada ênfase a

abordagem ântero-lateral, pois é a via de acesso mais utilizada em substituições da articulação

do quadril .

20

�[...] a abordagem ântero-lateral utiliza o espaço entre os músculos tensor da

fáscia lata e glúteo médio.� (HOPPENFELD; deBOER, 2001, p.324).

Segundo Hoppenfeld e deBoer (2001, p. 353):

Para expor o plano intermuscular entre os músculos glúteo médio e tensor da fáscia lata, incise a fáscia lata posteriormente á margem posterior do tensor da fáscia lata e rebata a margem de corte fascial, anteriormente. Como a fáscia lata na verdade inclui o tensor da fáscia lata, o músculo é rebatido com a fáscia. Toda abordagem ântero-lateral usa este plano intermuscular para alcançar o colo do fêmur; daqui seguem a cápsula articular medialmente para expor o lábio anterior do acetábulo. As técnicas usadas nesta abordagem diferem principalmente em como elas destacam o mecanismo abdutor para permitir adução do fêmur para o alargamento do fêmur e o rebatimento posterior do colo do fêmur para adequada exposição do acetábulo.

2.5.3 Indicações

O objetivo da ATQ é eliminar a dor, favorecer a reabilitação, a integração dos

pacientes nas suas AVD�s melhorando seu convívio familiar e social, (CAMARGO et al;

2000). As indicações para a utilização da prótese incluem seqüelas de: osteoartrite, fraturas ou

trauma, artrite reumatóide (AR) e artrite reumatóide juvenil (ARJ), artrite séptica, luxação

congênita do quadril, tumores, escorregamento epifisário e necrose avascular de cabeça

femoral, (TORRIANI; MONTANDON; SABEDOTTI; ZANARDI, 1998). Gonçalves (2003)

diz que a melhor indicação é para os pacientes acima de 60 anos, com atividade física

naturalmente limitada. Na AR indica-se em qualquer idade, desde que o ataque a outras

articulações tenha reduzido a capacidade funcional do paciente.

Weinstein e Buckwalter (2000, p. 551) definem que:

O candidato ideal para a artroplastia total de quadril é um paciente idoso com afecção no quadril causando certo nível de dor e incapacitação que não respondem a nedidas conservadoras, e que comprometem significativamente a qualidade de vida do paciente, e justificam o risco do procedimento cirúrgico.

21

Outras indicações também de suma importância são estados de dor, rigidez e a

idade do paciente, (APLEY; SOLOMON, 1998). Moraes (2001, p. 19) indica:

As indicações para Artroplastia Total são: a) Tratamento da osteoartrite grave, primária ou secundária a trauma, displasia

congênita, protusão acetabular, necrose avascular, neoplasia benigna localizada e doença metabólica;

b) Idade superior a 65 anos c) Para a poliartrite reumatóide ou espondilite anquilosante, a cirurgia pode ser

feita praticamente em qualquer idade.

Zimmermann e Carvalho (2004) citam que a artrite reumatóide, necrose avascular

da cabeça femoral, artrites traumáticas, fraturas de quadril, tumores ósseos benignos e

malignos, espondilite anquilosante, luxação congênita de quadril e doença de Legg-Perthes

Calvé, também são indicativos de ATQ.

2.5.4 Contra-indicações

De acordo com Moraes (2001, p. 20), as contra-indicações da ATQ incluem:

a) Infecção recente ou antiga; b) Idade precoce; c) Dor não muito intensa, em pacientes jovens com possibilidade de realização de tratamento clinico ou cirúrgico alternativo; d) Doença de Parkinson, distrofias musculares; e) Pacientes com distúrbios psiquiátricos.

2.5.5 Duração das próteses

Na grande maioria das vezes a prótese pode durar mais de 10 anos e o maior

problema a longo prazo é a soltura da prótese. Naturalmente, a duração depende de como se

usa a nova articulação. A obesidade, o trabalho pesado ou muita atividade podem apressar a

soltura, o que muitas vezes requer uma operação para troca das próteses. Os resultados de

22

uma segunda operação não são tão bons como os da primeira e a possibilidade de

complicação é maior, ( ADAMS; HAMBLEN, 1994; APLEY; SOLOMON, 1998).

2.6 Tratamento cinesiológico conservador

O tratamento conservador no pós-operatório pode ser dividido em duas etapas:

imediato e tardio. O primeiro realizado no hospital e o segundo a nível ambulatorial. Os

objetivos no PO imediato são: posicionamento correto no leito, prevenção de complicações

circulatórias, como edema e TVP através de exercícios metabólicos, profilaxia respiratória,

manutenção da força muscular, prevenção da ADM, treino de marcha com apoio e orientações

gerais. A nível ambulatorial, o tratamento visará diminuir algias (caso exista), preservação da

força muscular, manutenção da ADM, treino e educação da marcha, condicionamento físico e

orientações gerais, (MORAES, 2001).

2.7 Tratamento hidroterapêutico conservador

A água possui sete princípios físicos que serão descritos a seguir:

* Temperatura: favorece a terapia aliviando a dor, reduzindo os espasmos, relaxando a

musculatura, e facilitando dessa forma a transferência e marcha de pacientes com déficit

muscular, explorando exercícios para preparar o paciente a realizar os movimentos em terra,

(ZIMMERMANN; CARVALHO, 2004).

* Pressão Hidrostática: pela lei de Pascal, a pressão do fluído é exercida igualmente sobre

todas as áreas imersas a uma dada profundidade. A diferença de pressão hidrostática na

posição vertical proporciona um movimento dos fluídos corporais da região mais distal para a

proximal. A combinação da pressão hidrostática com exercícios apropriados aumenta a

23

circulação dos membros contribuindo para a reabsorção de edemas, (CANDELORO; SILVA,

2005).

* Flutuação: a força que ela proporciona reduz o peso corpóreo, diminuindo o impacto sobre

as articulações e o risco de lesões. É a propriedade que facilita a ADM, (ZIMMERMANN;

CARVALHO, 2004).

* Turbulência: movimento desordenado das moléculas que causa redemoinhos,

(CANDELORO; SILVA, 2005). �O movimento através do ar ou da água provoca o

surgimento de correntes turbilhonantes que tracionam para frente qualquer coisa que se

encontre em seu interior.� (CANDELORO; CAROMANO, 2004, p. 75).

*Densidade: Pela densidade do corpo humano ser quase igual ao da água, ele permite uma

flutuação parcial do ser humano. Para completar essa flutuação indica-se o uso de flutuadores,

(CANDELORO; SILVA, 2005). �Os flutuadores são materiais menos densos que a água, pois

possuem grande volume de ar e pequeno peso.� (CANDELORO; CAROMANO, 2004, p. 74).

* Viscosidade: é o resultado do atrito entre as moléculas de um líquido que causa resistência a

um corpo em movimento. Importante na reeducação muscular, onde grupos musculares estão

debilitados necessitando graduar a resistência, (CANDELORO; SILVA, 2005).

* Tensão Superficial: �Força por unidade de comprimento que atua através de qualquer linha

em uma superfície e tende a atrair moléculas de uma superfície de água exposta.�

(CANDELORO; SILVA, 2005, p. 2).

De acordo com Bates e Hanson (1998), pacientes submetidos à ATQ podem

iniciar a hidroterapia de 10 a 14 dias após a cirurgia, com ênfase inicialmente sobre os

exercícios com auxílio da flutuabilidade até três semanas após o tratamento, quando a

amplitude completa de movimentos pode ser estimulada. Sendo assim teremos como

prioridade nos exercícios o aumento da ADM (mantendo os limites prescritos), aumentar a

24

força nos músculos do quadril e perna (especialmente os extensores e abdutores do quadril,

que são importantes para caminhar) e corrigir as anormalidades da marcha.

Num pós-operatório de ATQ, também trabalhamos a dor, espasmo muscular,

edema e a propriocepção.

�Os exercícios com resistência de flutuabilidade são utilizados, porém as técnicas

isotônicas de Bad Ragaz deverão ser usadas se a dor permitir.� (CAMPION, 2000, P. 269).

2.8 Método dos Anéis do Bad Ragaz

Em 1240 um caçador do mosteiro próximo a Pfäfers descobriu as águas

termais. Em 1840 essas águas foram canalizadas vale abaixo para Bad Ragaz. Inicialmente só

servia para a imersão passiva, onde os pacientes banhavam-se por horas para aliviarem

padecimentos. No ano de 1930 terapeutas começaram a tratar ativamente seus pacientes com

lesões periféricas ou diminuição do arco de movimento, (LAMBECK, 2004). Eles começaram

a amarrar seus pacientes em pranchas ou macas na água oferecendo resistência aos seus

movimentos, (OTT, 1955 apud LAMBECK, 2004).

Nos anos 50 surgiu o Wildbad onde colocavam nos pacientes flutuadores

circulares e então os moviam aproximando e afastando do terapeuta. Era enfocado exercícios

de estabilização e fortalecimento. Este método não era satisfatório do ponto de vista

neurofisiológico e de fisiologia do exercício por não atender aos princípios de especificidade e

precisão. Sendo assim, Egger e McMillian integraram movimentos diagonais e

tridimensionais sob forma de um método hidroterapêutico. Em 1990 o método foi

aperfeiçoado por Egger como �O novo método de Bad Ragaz com Anéis� (LAMBECK,

2004).

25

Segundo Ruoti, Morris e Cole (2000, p. 319) �o método dos anéis do Bad Ragaz é

uma coleção de técnicas terapêuticas efetuadas na água que foram desenvolvidas através dos

anos nas águas termais de Bad Ragaz, na Suíça.�

Este método utiliza as propriedades da água possibilitando a função anatômica e

fisiológica normal das articulações e músculos, sendo usado na reeducação muscular,

fortalecimento, tração/alongamento, relaxamento e inibição do tônus.

2.8.1 Objetivos

Segundo Ruoti, Morris e Cole (2000, p. 321) o método é versátil e se adapta a

pacientes neurológicos, ortopédicos e reumatológicos, tendo como objetivos:

1. Redução do tônus 2. Relaxamento 3. Aumento da amplitude de movimento 4. Reeducação muscular 5. Fortalecimento 6. Tração/alongamento espinhal 7. Melhoria do alinhamento e estabilidade do tronco 8. Preparação das extremidades inferiores para sustentação de peso 9. Restauração de padrões normais de movimento das extremidades superiores e inferiores 10. Melhoria da resistência geral 11. Treinamento da capacidade funcional do corpo como um todo.

2.8.2 Técnica

O método Bad Ragaz se assemelha as técnicas de facilitação neuromuscular

proprioceptiva, mas é aplicado na água e o fisioterapeuta não oferece resistência.

Segundo Lambeck (2004) existem dois tipos de atividade muscular que podem ser

realizadas com o Bad Ragaz:

26

1) Isotônicas ou Isocinéticas: a resistência externa varia para se ajustar ao nível de força

da articulação. Isso tudo para chegar na produção máxima de força. As variações na

tensão e no comprimento dos músculos são funções das mudanças na velocidade do

movimento e no braço de alavanca da força externa.

2) Isométrica: A posição do paciente é mantida, mais vai sendo mudada pelo terapeuta

através da água. A resistência vem das forças hidrodinâmicas. Uma parte do paciente

fica mantida numa certa postura e a outra parte se move.

Pacientes que realizaram a cirurgia de substituição total do quadril não devem

realizar os seguintes movimentos: adução não deve superar 10º, flexão de quadril 90º; e a

abdução 20º, (GABRIEL; PETIT; CARRIL, 2001).

2.8.3 Princípios fisioterápicos e mecânicos

Estes princípios são importantes para se conhecer melhor este método.

* Biomecânica: Quando as propriedades do movimento de uma articulação, como direção,

intensidade e velocidade, são conduzidas para uma articulação próxima, há produção de um

movimento contínuo. Todo movimento altera o equilíbrio de um corpo. Isso força o corpo a

reagir, pois o corpo sempre se empenha em encontrar uma posição de equilíbrio estável. Essas

reações podem ocorrer de três formas diferentes: 1- o copro começa a rolar, isto é,

movimentar-se através da água; 2- o corpo apenas interrompe o movimento contínuo através

de uma força contrária, que é denominada força ativa contrária ou empuxo; 3- o corpo utiliza

algumas de suas partes para restringir os efeitos do movimento contínuo. Isso é chamado de

ativação da força contrária passiva, (LAMBECK, 2004).

27

* Hidrodinâmica: Quando um corpo em flutuação livre na água experimenta tração de um

lado e aproximação do outro lado da extremidade ou do tronco, inicia-se um movimento

contínuo. Esse movimento é mantido pelas várias forças mecânicas produzidas pela água. Isso

proporcionará ao corpo em tratamento uma mobilização global, na direção específica do

movimento, que naturalmente é diferente dos exercícios de resistência da hidroginástica. As

forças hidrodinâmicas e hidrostáticas são utilizadas para se criar um trabalho muscular muito

ativo e específico da água. Para o corpo iniciar o movimento, é necessário superar a inércia da

água. Posteriormente, o corpo começa a aumentar gradualmente sua velocidade. O fluxo

turbulento atrás do corpo vai aumentando, promovendo um aumento do arrasto, (LAMBECK,

2004).

* Neurofisiologia: Sabendo-se que as cadeias diagonais tridimensionais promovem um grande

aumento na força, os terapeutas tentaram integrar o trabalho de Kabat á terapia aquática.

Movimentos específicos são produzidos quando determinadas pegadas são utilizadas. Isso faz

com que as inserções proximal e distal dos músculos com formato em espiral sejam tão

separadas quanto possível. Empurrar/aproximar e puxar/tracionar estimulam os terminais

nervosos e, dessa forma as estruturas articulares. A aproximação facilita a estabilização e a

tração facilita o movimento, (LAMBECK, 2004).

28

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

3.1 Tipo de pesquisa

A pesquisa é considerada um estudo de multi-casos. Rauen (2002, p. 212) afirma

que �os multi-casos são o estudo de dois ou mais sujeitos, organizações, entre outros, tais

como, dois vendedores, dois operários, duas unidades de negócios, dois professores, etc.� Este

estudo possui sete sujeitos na pesquisa, com as mesmas características, envolvidos no mesmo

processo de reabilitação. Esta pesquisa será do tipo exploratória, porque segundo Köche

(2001, p. 126):

Na pesquisa exploratória não se trabalha com relação entre variáveis, mas com levantamento de presença das variáveis e da sua caracterização quantitativa e qualitativa. O objetivo fundamental de uma pesquisa exploratória é o de descrever ou caracterizar a natureza das variáveis que se quer conhecer.

�As pesquisas exploratórias tem por finalidade desenvolver, esclarecer e modificar

conceitos e idéias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses

pesquisáveis para estudos posteriores.� (GIL, 1999, p. 43). Rauen (2002, p. 189) diz que

�pesquisadores quantitativos, preocupados com a generalização, querem ver a diferença

numérica entre dois grupos de pessoas, que diferem sob algum aspecto.� A pesquisa em

questão é quantitativa, pois quer o conhecimento traduzido em números, opiniões e

29

informações com vistas para análise. �Este tipo de pesquisa requer a utilização de recursos e

de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de

correlação e análise de regressão).� (LUCIANO, 2001, p.12). A pesquisa em questão também

é classificada como quantitativa de intervenção, onde temos a intervenção do pesquisador na

realidade pesquisada, (RAUEN, 2002). A intervenção será o tratamento hidroterapêutico nos

pacientes com ATQ, visando o processo de reabilitação. Sendo assim Mezzaroba e Monteiro

(2003, p. 107) definem muito bem este tipo de estudo: �se o objeto de sua pesquisa se prestar

a qualquer tipo de medição e esta, evidentemente, for interessante para o resultado final da

investigação a que você se propôs, a adoção de procedimentos de quantificação pode lhe ser

útil.�

3.2 Caracterização/Identificação dos sujeitos (casos) da pesquisa

Esta pesquisa foi realizada com pacientes que foram encaminhados á Clínica

Escola de Fisioterapia da UNISUL - Campus Tubarão/S.C, bairro Dehon, pelo médico

ortopedista Marco Aurélio Machado Rodrigues e/ou pela Clínica Ortoimagem. A população

constou de clientes submetidos à artroplastia total de quadril cimentada e não cimentada, com

via de acesso ântero-lateral e que se disponibilizaram a participar do programa de reabilitação

fisioterapêutico na Clínica Escola de Fisioterapia. A pesquisa atendeu sete pacientes, onde

todos realizaram um exame de pele, constando estarem aptos a serem atendidos na piscina. A

faixa etária dos pacientes foi de 44 á 72 anos, sendo 5 homens e 2 mulheres. A dor foi um

fator constante na avaliação, junto com a diminuição da ADM de quadril, principalmente.

Uma ATQ pode ser avaliada por diferentes diagnósticos. Nesta pesquisa 4

pacientes colocaram ATQ por artrose da articulação coxo-femoral. No estudo de Albuquerque

e Albuquerque (1993), a osteoartrose foi o diagnóstico pré-operatório mais freqüente. A

30

artrose é uma doença articular que leva á incapacidade funcional, ocasionando a progressiva

degradação da cartilagem articular, (HINTERHOLZ; MUHLEN, 2003). É uma doença

freqüente que em estágio avançado leva o paciente a realizar a ATQ, (GALIA,2002). A artrite

reumatóide juvenil (ARJ) foi outro fator que levou 2 pacientes a realizarem a ATQ, sendo que

a ARJ pode ser causa de incapacidade física irreversível, (LEN, 2002). É uma doença difusa

do tecido conjuntivo que se caracteriza pelo acometimento articular e sistêmico, (SOUZA et

al, 2003). E a necrose avascular da cabeça femoral levou 1 paciente a realizar ATQ, pois esta

doença leva a falta de irrigação sanguínea no local da cabeça do fêmur, ( ROCHA, 2005).

Todos os sujeitos da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (apêndice B).

3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados

Para a coleta de dados foi utilizada uma ficha de avaliação (apêndice A) criada

especificamente para o estudo, a fim de coletar dados referentes aos objetivos da pesquisa.

No processo de reabilitação hidroterápico, foi utilizada a piscina terapêutica da

Clínica Escola de Fisioterapia da UNISUL � campus Tubarão/S.C., que conta com uma

temperatura de aproximadamente 33º, profundidade de 80 centímetros a 1 metro e 40

centímetros, e largura de 15 metros por 9 metros. Para o trabalho aquático fez-se uso do

Método dos Anéis do Bad Ragaz, que é uma coleção de técnicas hidrocinesioterápicas

desenvolvidas para aplicação em água quente, com objetivo de promover a reeducação,

fortalecimento, alongamento, relaxamento muscular e a inibição do tônus. As propriedades

físicas da água são usadas para facilitar a recuperação cinético-funcional. A temperatura

ambiente é mantida em 28º.

Para o exame físico utilizou-se:

31

Figura 3: goniômetro Carci® de acrílico Figura 4: máquina fotográfica Olympus Camedia D-390® com lente zoom de 10x

Figura 5: fita métrica Corrente® Figura 6: lápis demográfico E para o tratamento hidroterapêutico foi utilizado flutuadores Carci® e a

plataforma aquática.

3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados

O paciente foi encaminhado para a Clínica Escola de Fisioterapia da UNISUL-

campus Tubarão/S.C, bairro Dehon. Antes de começarem os atendimentos, o paciente foi

submetido a um exame de pele , para averiguar se esta apto a freqüentar a piscina, isto no 14º

dia de pós-operatório de ATQ, dependendo da cicatrização da sutura. No primeiro

atendimento foi realizado um contato com o paciente para esclarecer o objetivo da pesquisa,

assinar o termo de consentimento (Apêndice B), explicar como será o tratamento no ambiente

aquático e foi realizada uma avaliação pré-intervenção. Nesta avaliação foi preenchida a ficha

32

de avaliação, onde realizamos a goniometria dos MMII com o goniômetro da seguinte forma:

o paciente esta sobre a maca primeiramente em decúbito dorsal (DD) onde ele realizou a

flexão do quadril e foi mensurada, na posição ortostática o paciente fez a flexão do joelho e

com o goniômetro anotaremos o grau de flexão. Isto para podermos comparar na reavaliação,

que foi feita após 20 sessões. Em seguida foi realizada a perimetria, com o paciente em DD

onde se utiliza a fita métrica para medir o tônus do paciente e em seguida a mensuração dos

membros inferiores. Foi feito o teste de força muscular manual, onde graduamos a força

muscular numa escala de 0 (sem força) a 5 (força normal). O teste de sensibilidade também

foi realizado com o uso de estesiômetro, tubos de ensaio contendo soluções quente e fria.

Toda a história do paciente foi descrita nesta ficha de avaliação. A partir da análise dos dados

obtidos na avaliação pré-intervenção, foi elaborado um plano de tratamento descrito a seguir,

baseado nos padrões preconizados pelo Método Bad Ragaz.

A posição inicial para realizar a terapêutica dos padrões foi do paciente submerso

na piscina com flutuadores na região cervical, pélvica, joelhos e/ou tornozelos, conforme o

padrão utilizado. Foram cumpridas as advertências em relação à prótese: nenhuma adução que

ultrapasse a linha média, nenhuma flexão de quadril acima de 90º, nenhuma rotação externa e

nenhum cruzamento de pernas, (ZIMMERMANN; CARVALHO, 2004).

* Padrões Unilaterais

Figura 13: Padrão Unilateral / Isotônico- Figura 14: Padrão Unilateral / Isotônico- isocinético/Flexão de joelho isocinético/Extensão de joelho

33

Figura 15:Padrão Unilateral/Isométrico- Figura 16:Padrão Unilateral/Isotônico-isocinético recíproco/Flexão-Extensão de joelho /extensão-abdução-rotação interna de quadril

Figura 17: Padrão Unilateral/Isotônico-

isocinético/flexão-adução-rotação externa de quadril * Padrões Bilaterais assimétricos de MMII

Figura 18: MID e MIE: isométrico � Plantiflexão e Dorsiflexão

34

Figura 19: - MIE: isométrico � extensão + adução + RE + joelho em extensão e MID:

isotônico - flexão + adução + RE + joelho em flexão

Figura 20: - MIE: isotônico � extensão + adução + RE + joelho em flexão e MID: isométrico

� flexão + adução + RE + joelho em extensão

Os atendimentos foram individualizados, realizados duas vezes por semana, com

duração de 50 minutos, durante 15 sessões. A rotina das sessões foi a seguinte: mobilização

patelar, exercício passivo, ativo-assistido, ativo de flexão de quadril e joelho, e de dorsiflexão

e plantiflexão de tornozelo; aplicação de alguns padrões de Bad Ragaz, previamente

selecionados; treino de sentar/levantar e treino de marcha.

Após 15 sessões uma reavaliação foi realizada, para comparar com os dados da

avaliação e ver os resultados alcançados para viabilizar a discussão sobre os objetivos

apresentados.

35

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

A fisioterapia no pós-operatório de ATQ tem como objetivos, restaurar a função,

diminuir a dor e obter um controle muscular que possibilite ao indivíduo retornar aos níveis

de funcionamento prévios ou melhorados, (O'SULLIVAN; SCHMITZ, 2004).

0

2

4

6

8

10

1 2 3 4 5 6 7

Pré-intervenção Pós-intervenção

Gráfico 1: Escala de dor.

A dor foi um dado importante na avaliação pré-operatória, diminuindo

significativamente após o tratamento fisioterapêutico, sendo avaliada pela escala análoga

visual da dor. No gráfico 1 podemos observar que os pacientes 1, 2, 5 e 6 reduziram a dor

completamente. O paciente 3 diminuiu quatro pontos na escala análoga visual da dor, o

paciente 4 reduziu cinco pontos e o paciente 7 diminuiu nove pontos.

36

Foi feito o teste não-paramétrico de Wilcoxon para amostras dependentes com

nível de significância igual a 5%, tendo o teste revelado que existe diferença na intensidade da

dor, quando medida através da Escala análoga visual da dor, em momentos diferentes, antes

das 15 sessões de hidroterapia e após.

Melo et al (2003) e Alves, Bergmann e Stainer (2003) descrevem que a

substituição da articulação do quadril é o último recurso para aliviar a dor e restaurar a

mobilidade do quadril.

O objetivo de colocar a prótese já é de aliviar a dor do paciente, mas o mesmo

deve ter consciência de que o quadril operado não é igual ao quadril normal. É comum que

haja um pouco de dor após a operação que não possa ser explicada, (SANTOS; ROSA

FILHO, 2004). Numa pesquisa realizada por Melo et al (2003), os resultados demonstraram

que embora a ATQ possa aliviar a dor e aumentar a mobilidade, as alterações na marcha ainda

persistem após o procedimento cirúrgico. Isso evidencia que é necessária a atuação

fisioterapêutica para corrigir e prevenir que outras anormalidades venham a ser adquiridas.

O uso da água aquecida entre 30º á 34ºC produz uma diminuição da tensão e das

dores musculares, causando um relaxamento no corpo do paciente, (KOURY, 2000). Norm e

Hanson (1998) acrescentam que a água quente além de aliviar a dor, faz os pacientes

sentirem-se mais confortáveis, pois os efeitos estimulantes da água promovem o relaxamento

dos músculos espásticos, o que reduz a tensão muscular. A propriedade de flutuação da água

diminui a carga sobre as articulações o que auxilia na diminuição da dor, (CANDELORO;

SILVA, 2005). Durante a imersão do corpo os estímulos sensoriais estão ligados com os

estímulos da dor, e terão como resultado um bloqueio da dor. O método dos Anéis do Bad

Ragaz tem como objetivo diminuir a dor, (LAMBECK, 2004). O fato de ter ocorrido á

diminuição da dor ocorreu pela interação da água aquecida com o método Bad Ragaz.

37

0

1

2

3

4

5

1 2 3 4 5 6 7

Pré-intervenção Pós-intervenção

Gráfico 2: Força muscular de quadríceps do membro com ATQ.

Quando o paciente realiza a ATQ, a força muscular fica afetada, mais em grau

menor que a dor. Como podemos observar no gráfico 2, quatro pacientes já chegaram com

grau 5 de força muscular, que é o grau máximo considerado pela escala de força manual de

O'Sullivan e Schmitz (2004). Os pacientes 5, 6 e 7 atingiram a força máxima, chegando nos 5

pontos.

Não foi possível efetuar o teste para verificar se existe diferença pré e pós-

intervenção no caso da força muscular de quadríceps, uma vez que a amostra revelou-se de

tamanho pequeno.

Figura 21: Padrão Bilateral assimétrico MID e MIE: isométrico � Plantiflexão e

dorsiflexão

38

Uma das propriedades da água é a viscosidade, que torna o meio aquático propício

para o trabalho de fortalecimento muscular. Neste meio a resistência aumenta á medida que a

força é exercida contra água ou pode ser eliminada, deixando o movimento mais fácil

permitindo um controle do fortalecimento dentro da tolerância do paciente e da ADM que

inicia o tratamento, (CANDELORO; CAROMANO, 2004). A pressão hidrostática também

age favorecendo a diminuição do edema ao redor do local da cirurgia no membro distal, e ao

mesmo tempo em que o paciente move o membro através da maior ADM, há solicitação de

força muscular ao redor da articulação do quadril, fazendo com que esteja preservada a força

muscular em outras regiões, (BECKER apud ZIMMERMANN; CARVALHO, 2004).

Becker, Gehm, Martinez e Loss (2003) descrevem em seu trabalho que manter-se

de pé na água é mais fácil do que no solo, só que à medida que a profundidade aumenta, a

dificuldade também aumenta para o individuo, sendo solicitada uma maior atividade muscular

e articular.

O trabalho com o método Bad Ragaz tem como um dos objetivos o fortalecimento

muscular, (RUOTI; MORRIS; COLE, 2000). O terapeuta fornece estabilidade para o paciente

e a posição de suas mãos influencia no movimento que o paciente irá realizar, e na quantidade

de trabalho isométrico e isotônico realizado. Pode ocorrer irradiação dos músculos mais fortes

para os mais fracos, (SKINNER; THOMSON, 1985).

�Após a realização da ATQ a liberdade de movimento é maior, o que

provavelmente leva a uma maior exigência muscular o que favorece ao aumento de massa

muscular.� (GRASSI, 2003).

39

0

20

40

60

80

100

1 2 3 4 5 6 7

Pré-intervenção Pós-intervenção

Gráfico 3: Goniometria de quadril do membro com ATQ.

No gráfico 3 está representada a goniometria pré e pós intervenção do quadril do

membro cirurgiado. Observou-se um aumento da ADM em todos os pacientes, sendo que o

paciente 1 aumentou 25º, paciente 2 aumentou 28º, paciente 3 aumentou 10º, paciente 4

aumentou 48º, paciente 5 aumentou 38º, paciente 6 aumentou 40º e o paciente 7 aumentou 3º.

0

20

40

60

80

100

120

140

1 2 3 4 5 6 7

Pré-intervenção Pós-intervenção

Gráfico 4: Goniometria de flexão de joelho do membro com ATQ.

A goniometria da flexão de joelho também demonstrou aumentou da sua

angulação. Paciente 1 passou de 110º apara 115º, paciente 2 passou de 95º para 105º, paciente

3 passou de 90º para 130º, pacientes 4, 5 e 6 passaram de 90º para 110º e paciente 7 passou de

110º para 115º.

40

Pelo teste de Wilcoxon para amostras dependentes com significância de 5%,

observamos que existe diferença na goniometria de flexão do quadril e do joelho avaliada

através do goniômetro no membro com ATQ antes e após intervenção.

Figura 22: Padrão Unilateral/isométrico � recíproco/flexão-extensão de joelho

A perda da mobilidade do quadril, espontânea ou cirúrgica, é um

comprometimento funcional importante, sendo que a conversão deste quadril rígido em

artroplastia melhora a mobilidade e função articular, (FREITAS; BARROS; FERREIRA,

1994).

A cirurgia de ATQ resulta em limitação da ADM e restrição na sustentação de

peso. A hidrocinesioterapia, num dos seus objetivos fisioterapêuticos enfoca a manutenção ou

ganho da ADM. A flutuação da água é a propriedade física mais utilizada para facilitar a

ADM. O método Bad Ragaz usa as propriedades físicas da água e possibilita a função

anatômica e fisiológica normal das articulações e músculos causando um aumento da ADM

da articulação afetada, (ZIMMERMANN: CARVALHO, 2004). Sendo que um dos objetivos

do método é o aumento da amplitude de movimento, (GAMA; ROSA FILHO, 2004). A

integração da fisioterapia aquática com o método objetivou o aumento da ADM da articulação

afetada.

41

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa em questão atingiu os objetivos pré-estabelecidos associando a

fisioterapia aquática com o Método dos Anéis do Bad Ragaz, evidenciando melhoras no seu

quadro álgico, na manutenção ou ganho da força muscular e no aumento da amplitude de

movimento.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) qualidade de vida é definida

como �a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de

valores, nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e

preocupações.� (ORGANIZAÇÃO apud SOUSA; REIS; BERNADÉ, 2003).

�A fisioterapia pós ATQ tem grande importância na recuperação da

funcionalidade, e melhora da qualidade de vida do paciente.� (SAVIATTO; CONSTANTE;

JUNIOR; ZABOT, 2004, p. 160). Um estudo realizado por Brigante (2005) utilizou o Método

Bad Ragaz em paciente com paraparesia espástica, e concluiu que o tratamento foi eficaz

melhorando os padrões de marcha, diminuição da dor, aumento da força muscular e da ADM

de maneira geral.

Para a realização desta pesquisa encontrou-se dificuldade em relação a material

disponível para a sua descrição. Temos na literatura artigos com o Bad Ragaz, com prótese de

quadril, mais apenas um artigo relacionando os dois. Tivemos duas desistências de sujeitos

que consideraram o objetivo atingido, quando passaram da cadeira de rodas para dispositivo

auxiliar (muleta). Fica aqui a sugestão de novas pesquisas serem desenvolvidas com

42

referencia a este método, pois o mesmo evidencia benefícios nas pesquisas aqui descritas.

Sendo que outras patologias poderiam ter resultados, sem ser a ATQ.

43

REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

Ficha de Avaliação

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APÊNDICE A - Ficha de Avaliação

1 Identificação do paciente

Nome:______________________________________________Sexo:______ Data de Nascimento:____/_____/_______Idade:_________anos Profissão:____________________________________________ Naturalidade:_________________________________________ Estado Civil: _________________________________________ Endereço: _____________________________________________________ Bairro: ________________________________________Fone:___________ Data da avaliação: ______________________________________________

2 Anamnese

Causa da artroplastia: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Queixa principal: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Historia da moléstia atual: a) Localização: __________________________________________________ b) Inicio: _______________________________________________________ c) Período onde mais se acentua a dor: ( )Manhã ( )Tarde ( )Noite Historia pregressa a) tratamentos realizados:_________________________________________________ ______________________________________________________________________ b) medicamentos que utiliza:_______________________________________________ ______________________________________________________________________ c) historia familiar:_______________________________________________________ ______________________________________________________________________ Atividades de vida diária (AVD´s): a) tomar banho:( )Independente ( )Parcialmente Independente ( ) Dependente b) Sentar-se: ( )Independente ( )Parcialmente Independente ( ) Dependente

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c) Subir escadas:( )Independente ( )Parcialmente Independente ( ) Dependente d) Descer escadas:( )Independente ( )Parcialmente Independente ( ) Dependente e) Vestir-se:( )Independente ( )Parcialmente Independente ( ) Dependente f) Locomover-se:( )Independente ( )Parcialmente Independente ( ) Dependente g) Higiene Pessoal:( )Independente ( )Parcialmente Independente( ) Dependente OBS: Exame Físico: Altura: _________________________Peso:___________________ Mensuração: Aparente: Direita______________________________ Esquerda____________________________ Real: Direita______________________________ Esquerda____________________________ Sinais Vitais: FR:________________ FC:____________ PA:__________ Perimetria

LOCAL Cm DIREITO Cm ESQUERDO Ponto de referência 5 5 10 10 Base superior da patela 15 05 20 10 Goniometria(FLEXÃO)

MOVIMENTO PASSIVO DIREITO ESQUERDO Quadril Joelho Teste de força muscular ABD quadril 5 4 3 2 1 0 AD quadril Flexão quadril Extensão quadril Exames Complementares

EXAME DATA RESULTADOS Raio-X Tomografia Computadorizada Ressonância Magnética Laboratório Esta andando? ( )Sim ( )Não Se SIM é com auxilio? ( )Sim ( )Não Com qual auxilio? ( )andador ( )muleta ( ) outro:______________

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*Com relação a água: Tem medo d�água? ( )Sim ( )Não Consegue Flutuar? ( )Sim ( )Não

Escala de dor:

Diagnóstico Médico:_________________________________________________ Diagnostico Fisioterapêutico:__________________________________________ ________________________________ Estagiária: Clarissa Niero Moraes

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APÊNDICE B

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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APÊNDICE B � Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo as medições dos experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim. E declaro estar apto a realizar o tratamento em piscina terapêutica.

Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento, independente da causa.

Nome por extenso do sujeito da pesquisa: RG: Assinatura do pesquisador: RG:

Tubarão (SC), ___/___/____

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APÊNDICE C

Protocolo de atendimento

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APÊNDICE C � Protocolo de atendimento

Nome:_________________________________________ Idade:__________ Data Avaliação:____/____/____ Data Reavaliação:____/____/____ 1ª sessão: Realizada avaliação 1ª semana: Realizada a adaptação do paciente ao meio aquático. Iniciado exercícios passivos de flexão de quadril e joelho. Mobilização patelar e da cicatriz. Padrão Bilateral assimétrico de MMII: MID e MIE: isométrico - Plantiflexão e Dorsiflexão. Alongamento de quadríceps e ísquios-tibiais. 2ª semana: Exercício ativo-assistido de flexão de quadril e joelho. Deambulação entre as barras paralelas com apoio bilateral. Padrão Bilateral assimétrico de MMII: MID e MIE: isométrico - Plantiflexão e Dorsiflexão; Padrão Unilateral / Isotônico-isocinético/Flexão de joelho; Padrão Unilateral / Isotônico-isocinético/Extensão de joelho. Treino de sentar e levantar na plataforma. Alongamento de quadríceps, tríceps surral e ísquios-tibiais. 3ª semana: Exercício ativo de flexão de quadril e joelho. Deambulação com água na altura do processo xifóide sem apoio. Padrão Bilateral assimétrico de MMII: MIE: isométrico � extensão + adução + RE + joelho em extensão e MID: isotônico - flexão + adução + RE + joelho em flexão; MID e MIE: isométrico - Plantiflexão e Dorsiflexão; Padrão Unilateral / Isotônico-isocinético/Flexão de joelho; Padrão Unilateral / Isotônico-isocinético/Extensão de joelho. Treino de sentar e levantar na plataforma. 4ª semana: Deambulação com água na altura do processo xifóide sem apoio e deambulação de lado. Padrão Bilateral assimétrico de MMII: MIE: isométrico � extensão + adução + RE + joelho em extensão e MID: isotônico - flexão + adução + RE + joelho em flexão; MID e MIE: isométrico - Plantiflexão e Dorsiflexão; Padrão Unilateral / Isotônico-isocinético/Flexão de joelho; Padrão Unilateral / Isotônico-isocinético/Extensão de joelho. Treino de sentar e levantar na plataforma. Alongamento de MMII. 5ª semana: Deambulação com água na altura do processo xifóide sem apoio. Padrão Bilateral assimétrico de MMII: MIE: isométrico � extensão + adução + RE + joelho em extensão e MID: isotônico - flexão + adução + RE + joelho em flexão; MID e MIE: isométrico - Plantiflexão e Dorsiflexão; MIE: isotônico � extensão + adução + RE + joelho em flexão e MID: isométrico � flexão + adução + RE + joelho em extensão. Treino de sentar e levantar na plataforma. Alongamento de MMII. 6ª e 7ª semana: Deambulação com água na altura do processo xifóide sem apoio. Padrão Bilateral assimétrico de MMII: MIE: isométrico � extensão + adução + RE + joelho em extensão e MID: isotônico - flexão + adução + RE + joelho em flexão; MID e MIE: isométrico - Plantiflexão e Dorsiflexão; MIE: isotônico � extensão + adução + RE + joelho em flexão e MID: isométrico � flexão + adução + RE + joelho em extensão. Treino de sentar e levantar na plataforma. Colocado um step no meio do percurso da deambulação incentivando a subida de degraus. Alongamento de MMII.