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Grupo de Comunicação e Marketing
CLIPPING 23 de Janeiro 2019
2
Grupo de Comunicação e Marketing
GRUPO DE COMUNICAÇÃO E MARKETING
SUMÁRIO
ENTREVISTAS ............................................................................................................................. 4
Governo de SP recebe primeira proposta para concessão de parques estaduais ..................................... 4
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE .............................................................. 5
Meirelles falará de privatização da Sabesp na XP Investimentos .......................................................... 5
Calor e poluição mudam aparência de um dos rios mais importantes de SP .......................................... 6
Falta de água afeta moradores de 20 bairros em Santo André ............................................................. 7
Consciência ambiental e diversão no litoral ....................................................................................... 8
VEÍCULOS DIVERSOS ................................................................................................................. 9
Carga de energia bate novo recorde diante de altas temperaturas, diz ONS .......................................... 9
Proposta proíbe a mineração em faixa de 10 km no entorno das unidades de conservação ................... 10
Relator da ONU lança desafio para jovens sobre saneamento, água e direitos humanos ....................... 11
Marco legal do saneamento na berlinda .......................................................................................... 13
Bolsonaro pretende compatibilizar desenvolvimento e meio ambiente ................................................ 14
Bolsonaro diz ter compromisso com o meio ambiente, mas governo age em direção oposta ................. 15
Em Brasília, um baque no grupo de WhatsApp do PSL ...................................................................... 19
Temporada de pouca chuva e muito calor volta a ameaçar reservatórios ............................................ 20
Preços do petróleo caem 2% com desaceleração do crescimento global e alta da oferta ....................... 22
FOLHA DE S. PAULO .................................................................................................................. 23
Painel ........................................................................................................................................ 23
SP estuda socorrer GM com antecipação de crédito de ICMS, diz Meirelles .......................................... 25
Doria revoga regra que limita poder da PM em reintegração de posse ................................................ 27
ESTADÃO .................................................................................................................................. 29
Aneel inicia debate sobre regra que subsidia a energia solar ............................................................. 29
Estados querem subir contribuição de servidores ............................................................................. 31
Bolsonaro diz em Davos que o Brasil, ‘por ora’, permanece no Acordo de Paris ................................... 32
VALOR ECONÔMICO .................................................................................................................. 34
SP usará Sabesp para cumprir orçamento este ano, diz Meirelles ...................................................... 34
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Grupo de Comunicação e Marketing
Meio ambiente também é assunto para a economia ......................................................................... 36
Novo conselho da Petrobras terá especialista em TI ......................................................................... 38
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Grupo de Comunicação e Marketing
ENTREVISTAS Data: 22/01/2019
Veículo1: Estado de Minas
Veículo2: Isto É
Veículo3: AbcdoAbc
Governo de SP recebe primeira proposta para concessão de parques estaduais
SÃO PAULO - Dois anos e meio após ter aprovado
uma lei que permite conceder à iniciativa privada
serviços em unidades de conservação, o governo
do Estado de São Paulo está prestes a fazer sua
primeira concessão, a do Parque Estadual de
Campos do Jordão.
O processo de concorrência pública, iniciado no
final do ano, recebeu um único interessado, a
empresa Urbanes Empreendimentos, do Rio
Grande do Sul, que administra o parque municipal
Aldeia do Imigrante, em Nova Petrópolis, com
atrações em homenagem à cultura alemã. O
envelope com o interessado foi aberto nesta
segunda-feira, 21. As informações foram
passadas com exclusividade ao Estado.
O grupo terá de fazer investimentos de pelo
menos R$ 8,3 milhões, para uma concessão de 20
anos, período em que poderão ser exploradas
atividades de ecoturismo e visitação. De acordo
com o edital terão de ser melhorados e/ou
ampliados serviços que já existem, como centro
de recepção de visitantes e interpretação
ambiental, centro de aventuras, loja de souvenir
e artesanato, chocolateria e lanchonete,
hospedagem, estacionamento e monitoria, num
prazo de 24 meses.
A empresa também terá de investir em vigilância
patrimonial, limpeza, manutenção de áreas
verdes, combate a incêndio, infraestrutura, entre
outras. O edital de concessão permite que a
exploração seja feita somente nas áreas de uso
público, que equivalem a 5,6% da área total do
parque, ou 473,15 hectares. A cobrança de
entrada, que hoje é de R$ 15, terá de ser mantida
por pelo menos 18 meses. Depois disso será
possível subir até o limite de R$ 19.
O secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do
Estado, Marcos Penido, afirmou que o objetivo é
tornar o parque mais atrativo a fim de aumentar
a visitação. Em 2017, último dado disponível, o
parque recebeu 123 mil visitantes. Para Penido,
uma marca desejável, no curto prazo, é chegar a
200 mil.
"Nossa primeira missão é conservar e proteger,
mas para isso temos de aproximar as pessoas dos
parques, educá-las e integrá-las", disse.
Ecoando críticas que surgiram quando a lei foi
aprovada, em junho de 2016, Penido afirmou que
não se trata de privatizar os parques. "Continua
sendo um patrimônio paulista. Mas a concessão é
para melhorar o parque e termos mais gente
vindo. É um projeto de concessão responsável.
São Paulo não está à venda", afirmou.
A lei promulgada pelo então governador Geraldo
Alckmin autorizou a concessão de 25 parques
públicos do Estado à iniciativa privada. Desde o
início havia a intenção de começar os projetos
com Campos do Jordão, Cantareira e Intervales.
Segundo Penido, os envelopes de interessados no
Cantareira devem ser abertos no próximo dia 4.
Em seguida devem ser iniciados os trabalhos para
a concessão de Intervales.
Sobre ter recebido somente um interessado,
Penido minimizou: "Ainda bem que recebemos ao
menos um interessado. Chamamos o mercado e
veio alguém, com experiência, em um momento
de transição de governo, quando o País ainda está
saindo da crise. É uma questão de confiança.
Vamos aprender com esses primeiros parques
para depois poder ampliar para os demais."
https://www.em.com.br/app/noticia/nacional/20
19/01/22/interna_nacional,1023380/concessao-
de-parque-em-campos-do-jordao-tem-um-
interessado.shtml
https://istoe.com.br/concessao-de-parque-em-
campos-do-jordao-tem-um-interessado/
http://www.abcdoabc.com.br/abc/noticia/parque
-campos-jordao-recebe-proposta-concessao-
servicos-76174
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Grupo de Comunicação e Marketing
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E
MEIO AMBIENTE Veículo: Estadão
Data: 23/01/2019
Meirelles falará de privatização da Sabesp na XP Investimentos
Henrique Meirelles participa de seminário da XP
Investimentos dia 7, para falar da privatização
da Sabesp. Antes, a XP reúne investidores, em
Curitiba, com o governador Ratinho Junior e os
presidentes da Sanepar e Copel. Deve ser para
que expliquem porque não vão vendê-las.
https://cultura.estadao.com.br/blogs/direto-
da-fonte/meirelles-falara-de-privatizacao-da-
sabesp-na-xp-investimentos/
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Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: Globo – Jornal Nacional
Data: 22/01/2019
Calor e poluição mudam aparência de um dos rios mais importantes de SP
https://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2019/01/22/calor-e-poluicao-
mudam-aparencia-de-um-dos-rios-mais-
importantes-de-sp.ghtml
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Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: G1
Data: 22/01/2019
Falta de água afeta moradores de 20
bairros em Santo André
Rompimento de adutora deixa 20 bairros de
Santo André sem água há oito dias. Moradores
da cidade do ABC Paulista enfrentam
dificuldades com a falta de abastecimento. O
problema é agravado por conta do calor que
tem feito na região neste verão.
A cidade tem uma dívida de R$ 3,4 bilhões com
a Sabesp, que é responsável pelo sistema de
fornecimento de água na cidade. O serviço
municipal de Saneamento Ambiental de Santo
André compra água da Sabesp, o que gerou a
dívida.
Segundo o prefeito da cidade, Paulo Serra, a
falta d'água não tem nada a ver com a dívida e
sim com questões operacionais.
“Foram três fatores somados que acabaram
causando esse mal para os moradores. Primeiro
uma reforma de uma adutora. Que envia água
para a cidade de Santo André. A alta
temperatura, que acaba ensejando um alto
consumo, e a também a intermitência, a água
vinha para a cidade só no período noturno,
durante o dia vinha pouca água e para quem
não tinha sua caixa de água seu reservatório
realmente prejudicou o fornecimento.”
A prefeitura diz que a situação deve ser
normalizada ainda na noite desta terça-feira
(22).
Em nota a Sabesp informou que que o
rompimento da adutora aconteceu no dia 17 de
janeiro, e que o fornecimento foi restabelecido
em 24 horas.
A companhia disse ainda que garante a vazão
média necessária para abastecer a cidade.
https://g1.globo.com/sp/sao-
paulo/noticia/2019/01/22/falta-de-agua-afeta-
moradores-de-20-bairros-em-santo-
andre.ghtml
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Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: Uol
Data: 22/01/2019
Consciência ambiental e diversão no
litoral
O Projeto Verão no Clima promove uma série
de atividades de educação ambiental no litoral
norte. Entre os dias 18 e 20 de janeiro (sexta a
domingo), nas praias do Perequê-Açu, Tenório
e Maranduba em Ubatuba acontecem jogos e
brincadeiras, monitores e chefes de equipe
orientam os frequentadores das praias de todas
as faixas etárias sobre a importância da
preservação do meio ambiente a manutenção
da limpeza dos locais.
Na última semana, dentre as ações lúdicas
desenvolvidas, os participantes montaram um
alerta lembrando aos visitantes de que "Praia
Não é Cinzeiro". O aviso foi confeccionado com
dezenas de bitucas de cigarro coletados na
areia. Para quem se interessar em participar,
as atividades acontecem até o dia 6 de março,
sempre de sexta-feira a domingo, incluindo os
dias do Carnaval.
O Projeto Verão no Clima em São Sebastião
Nesse sábado (19), às 09h, a cidade de São
Sebastião recebe a abertura oficial da
campanha 'Verão no Clima 2019' no Balneário
dos Trabalhadores. Serão promovidas
atividades esportivas e culturais, com o
objetivos de educar sobre o meio ambiente.
Acontecerão ainda com a participação de
voluntários, mutirões para a limpeza das praias
em todo o litoral paulista. Essa será a primeira
visita oficial do novo secretário de
Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido,
ao município.
Interessados podem se inscrever no site:
https://www.ambiente.sp.gov.br/veraonoclima
/mutirao/
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=17387920&e=577
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Data: 23/01/2019
9
Grupo de Comunicação e Marketing
VEÍCULOS DIVERSOS
Veículo: Reuters
Carga de energia bate novo recorde
diante de altas temperaturas, diz ONS
A carga de energia elétrica registrou novas
máximas históricas nesta terça-feira no país,
superando recorde anterior da semana
passada, diante das altas temperaturas
registradas no país, informou o Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em nota.
Puxada pelo calor, que aumenta o uso de
aparelhos de ar condicionado, a carga máxima
no sistema interligado do país atingiu cerca de
87.500 megawatts nesta terça-feira, ante
recorde anterior de 87.183 megawatts em 16
de janeiro.
No Sudeste/Centro-Oeste, foi registrado pico
de carga de cerca de 52.700 megawatts, sendo
que o recorde anterior era de 52.323
megawatts também no dia 16 de janeiro.
“Os recordes se devem às altas temperaturas
registradas no país”, disse o ONS, na nota.
Os recordes registrados neste ano quebraram
picos vistos ainda em 2014, antes de o Brasil
enfrentar uma severa crise econômica.
A carga de energia representa a soma do
consumo com as perdas na rede elétrica.
https://br.reuters.com/article/businessNews/i
dBRKCN1PG2ID-OBRBS
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Data: 23/01/2019
10
Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: Money Times
Proposta proíbe a mineração em faixa de 10 km no entorno das unidades de
conservação
Agência Câmara
O Projeto de Lei 10874/18 pretende proibir a
mineração em faixa de dez quilômetros no
entorno de unidades de conservação.
O autor da proposta, deputado Lincoln Portela
(PR-MG), ressalta que a Lei 9.985/00 prevê a
zona de amortecimento, na qual há restrição
para atividades com o propósito de minimizar
impactos ambientais na reserva, mas, segundo
ele, é preciso aprimorar a norma.
11 ações que irão mandar bem nos resultados
do 4º trimestre, segundo o BTG
“No caso particular da atividade de mineração,
tendo em vista seu elevado impacto ambiental,
a zona de amortecimento não pode ser inferior
a dez quilômetros, e a norma, para ser eficaz,
deve estar estabelecida em lei”, diz Lincoln
Portela. Atualmente, o limite da zona de
amortecimento pode ser definido caso a caso,
no ato de criação da unidade de conservação ou
posteriormente.
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mercado financeiro?
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notícias e análises. É grátis!
Tramitação
A proposta tramita em caráter conclusivo e será
analisada pelas comissões de Minas e Energia;
de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável; e de Constituição e Justiça e de
Cidadania.
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Data: 23/01/2019
11
Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: Nações Unidas
Relator da ONU lança desafio para jovens sobre saneamento, água e
direitos humanos
O brasileiro e relator especial da ONU Léo Heller
convoca jovens de 15 a 24 anos a participar de
um desafio virtual sobre direitos humanos e
acesso a água e saneamento. O prêmio: uma
viagem para Genebra, na Suíça, onde o
vencedor da competição falará sobre o seu país
para oficiais da ONU.
Em 2019, o concurso aborda como os direitos
humanos a água e saneamento devem ser
garantidos não apenas nos domicílios, mas
também em outras esferas da vida de uma
pessoa, como os locais públicos e de trabalho,
as instituições de ensino e as instalações de
saúde.
O brasileiro e relator especial da ONU Léo Heller
convoca jovens de 15 a 24 anos a participar de
um desafio virtual sobre direitos humanos e
acesso a água e saneamento. O prêmio: uma
viagem para Genebra, na Suíça, onde o
vencedor da competição falará sobre o seu país
para oficiais da ONU. Para participar, os
interessados devem criar até 28 de fevereiro
um conteúdo original no Facebook, Twitter,
YouTube ou Instagram, em que demonstrem
seus conhecimentos e sua paixão pelo tema.
Em 2019, o concurso aborda como os direitos
humanos a água e saneamento devem ser
garantidos não apenas nos domicílios, mas
também em outras esferas da vida de uma
pessoa, como os locais públicos e de trabalho,
as instituições de ensino, as instalações de
saúde e os lugares de residência que nem
sempre são caracterizados como uma casa
(como prisões, espaços públicos no casos dos
indivíduos em situação de rua e dormitórios em
escolas).
A chamada do relator especial lembra que
muitas pessoas passam muita parte do seu
tempo fora de casa, ou no emprego ou se
deslocando para o trabalho. Em alguns casos, o
espaço público é o local de trabalho dos
indivíduos, no caso de vendedores de rua ou
motoristas informais. Alguns trabalhadores
moram em alojamentos oferecidos pelos
empregadores.
Todas essas situações afetam a realização dos
direitos humanos a água e saneamento e o
cumprimento de alguns dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável das Nações
Unidas (ODS) — não apenas o ODS nº 6, que
aborda especificamente esses direitos, mas
também o ODS nº 3, sobre saúde e bem-estar,
o ODS nº 8, sobre trabalho decente para todos,
e o ODS nº 11, sobre cidades e comunidades
sustentáveis.
Embora tenha havido progresso no acesso a
serviços de esgotamento sanitário e água em
escolas, hospitais e domicílios, a garantia
desses direitos em outros contextos e locais
continua ficando para trás.
Para participar do desafio virtual, é necessário
compartilhar o conteúdo por uma das redes
sociais nas quais o relator especial possui uma
conta — @UNSRwatsan no Instagram e
@SRwatsan no Facebook e Twitter. O post pode
ser feito em qualquer formato digital — foto,
áudio, vídeo, texto ou uma combinação desses
meios. No post com o conteúdo, é necessário
utilizar a hashtag #Youth4watsan e marcar a
conta do relator especial. É possível fazer mais
de um post/conteúdo para concorrer.
Conteúdos criados em outras plataformas
podem ser compartilhados com um link em
uma das redes sociais nas quais o relator
especial possui uma conta.
O ganhador será escolhido com base em dois
critérios: primeiro, demonstrar entendimento
dos direitos humanos a água e saneamento nas
esferas que vão além da casa; segundo, a
criatividade e atratividade do conteúdo. A
competição não institui uma ordem de
prioridade ou importância a esses critérios.
O prazo para produzir o conteúdo/post é 28 de
fevereiro de 2019, horário comercial de
Data: 23/01/2019
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Grupo de Comunicação e Marketing
Genebra. O anúncio do ganhador será feiro em
22 de março, Dia Mundial da Água.
O vencedor participará de um evento paralelo
organizado pelo relator Léo Heller durante a
42ª sessão do Conselho de Direitos Humanos
da ONU. No evento em Genebra, o especialista
vai promover um painel da juventude, que terá
a participação do ganhador da competição de
2019 e também da vencedora do desafio em
2018, Asniya Mohamad. O vencedor deste ano
poderá falar sobre o seu post e também sobre
a situação dos direitos humanos a água e
saneamento em seu país de origem.
As datas da ida a Genebra estão previstas para
6 ou 7 de setembro, mas ainda serão
confirmadas. Os custos da viagem serão
cobertos, mas as despesas com a solicitação de
vistos e com seguros ficarão a cargo do
ganhador. O vencedor que for menor de idade
deverá ser acompanhado por um guardião
legal.
Em caso de dúvidas sobre a competição,
contate a equipe do relator especial por meio
do e-mail [email protected] ou de suas
redes sociais.
Saiba mais sobre o trabalho e as publicações da
relatoria das Nações Unidas sobre água e
saneamento clicando aqui. Siga as redes sociais
do relator para acompanhar dicas para a
competição.
O desafio é organizado pela equipe do relator
em conjunto com as Missões Permanentes da
Espanha e da Alemanha da ONU, o Escritório do
Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Direitos Humanos (ACNUDH), o Programa
Hidrológico Internacional da UNESCO (IHP) e a
ONU Água.
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Data: 23/01/2019
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Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: Clique Diário
Data: 22/01/2019
Marco legal do saneamento na berlinda
No apagar das luzes de 2018, o presidente
Michel Temer publicou a Medida Provisória (MP
868/18) que altera o marco legal do
saneamento básico do país. A atitude nada
mais é do que uma tentativa de ressuscitar a
MP 844/18, editada pelo governo em julho e
que perdeu a validade em novembro por falta
de acordo para votação. Assim, fica para o novo
governo a responsabilidade de dar
encaminhamento dessa proposta.
Considerada polêmica, a MP 868/18 traz os
mesmos vícios da anterior como a falta de um
amplo debate democrático com entidades de
saneamento, setores público e privado, além de
especialistas. Ela mantém ainda grande
insegurança jurídica ao legar à Agência
Nacional de Águas (ANA) a responsabilidade
pelo gerenciamento dos recursos hídricos e
regular a prestação dos serviços públicos de
saneamento, competências constitucionais dos
municípios. Esta MP está ainda em conflito com
as mudanças definidas pelo presidente
Bolsonaro, que determinou que a ANA será
subordinada ao Ministério de Desenvolvimento
Regional, sendo que a medida provisória define
que a agência ficará vinculada ao Ministério do
Meio Ambiente.
Outro ponto a ser discutido da medida é a
forma como está estabelecida a possibilidade
de financiamento e parcerias. Da maneira como
está, a MP pode desequilibrar os investimentos
na área de saneamento no país. A aplicação de
recursos financeiros por parte de companhias
privadas é positiva para desenvolver o setor,
mas, da forma como está, a MP faz com que os
grandes municípios sejam muito mais atrativos
do que as pequenas cidades. O saneamento
básico precisa de uma modelagem que
contemple, de forma mais equilibrada possível,
os municípios de médio e pequeno porte.
Uma solução para este problema seria criação
de uma modelagem regional. Com um sistema
integrado entre municípios, é possível ampliar
a escala com prestação de serviço e construção
de empreendimentos reunindo essas
localidades por bacias hidrográficas, unidades
regionais e até mesmo estaduais, dependendo
da avaliação técnica para cada caso. A revisão
na legislação do setor precisa deixar claro a
possibilidade dessa formatação.
Os representantes do setor esperam que o novo
governo acerte o passo com o saneamento
brasileiro. A escolha de Gustavo Canuto para o
Ministério do Desenvolvimento Regional, pasta
criada no atual governo e que reuniu os antigos
ministérios das Cidades e da Integração
Nacional, é uma boa sinalização. De perfil
técnico, o novo ministro conhece a importância
do planejamento e a necessidade de evitar
decisões de afogadilho.
Os governos anteriores deixaram uma herança
para ser aprendida e não repetida. A falta de
planejamento de curto, médio e longo prazos
esteve presente nas últimas gestões, com
prioridades para atender a clientela de prefeitos
e governadores, com o único intuito de fazer
política. Por outro lado, o atual governo já
sinalizou por um viés técnico, com as
prioridades sendo definidas tecnicamente.
O próprio Plansab (Plano Nacional de
Saneamento Básico) é um instrumento de
planejamento e que deve ser referência para a
nova gestão. Ele ainda é embasado em
informações não confiáveis, por serem
declaradas pelos municípios e não auditadas
pelo SNIS (Sistema Nacional de Informações
sobre Saneamento). Para resolver essa
questão, o próprio plano estabelece que 23%
do valor previsto para o saneamento devem ser
aplicados em ações estruturantes, como
planejamento, projetos, capacitações e
assistência técnica, que são as primeiras ações
que devem ser priorizadas para garantir a
efetiva implementação do sistema de
saneamento.
Luiz Pladevall é presidente da Apecs
(Associação Paulista de Empresas de
Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio
Ambiente) e vice-presidente da ABES-SP
(Associação Brasileira de Engenharia Sanitária
e Ambiental).
https://cliquediario.com.br/artigos/marco-
legal-do-saneamento-na-berlinda
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Data: 23/01/2019
14
Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: Estado de Minas
Bolsonaro pretende compatibilizar desenvolvimento e meio ambiente
O presidente Jair Bolsonaro prometeu, nesta
terça-feira (22), em um curto discurso no
Fórum de Davos, equilibrar o desenvolvimento
econômico do Brasil com a preservação do meio
ambiente. Ele ainda garantiu que a "esquerda
não prevalecerá" na América Latina.
"O meio ambiente tem que estar casado com o
desenvolvimento (...) Pretendemos estar
sintonizados com o mundo na busca da
diminuição de CO2 e na preservação do meio
ambiente", afirmou em discurso ante a elite
política e econômica do mundo.
Bolsonaro destacou que a agricultura ocupa
apenas 9% do território nacional, e o setor do
agronegócio, 20%. "Somos o país que mais
preserva o meio ambiente. Nenhum outro país
do mundo tem tantas florestas como nós",
afirmou.
Sem dar maiores detalhes, o presidente citou
as reformas que presente fazer - como abrir o
país ao comércio internacional e reduzir a carga
tributária - e destacou o combate à corrupção
e o fim do "viés ideológico".
"Não queremos uma América bolivariana como
até há pouco tempo existiu (...) A esquerda não
prevalecerá nesta região. O que é muito bom,
no meu entender, não só para a América do
Sul, mas também para o mundo", afirmou
ainda.
"Gozamos de credibilidade para fazer as
reformas de que precisamos e que o mundo
espera de nós", garantiu.
Este é a primeira viagem de Bolsonaro ao
exterior desde que tomou posse em 1 de
janeiro. Ele se tornou um dos protagonistas do
fórum anual de Davos na ausência de grandes
líderes como Donald Trump, Theresa May ou
Emmanuel Macron, imersos em suas próprias
crises internas.
Na segunda-feira, o Fundo Monetário
Internacional (FMI) deu um impulso à economia
do país em suas novas previsões. Segundo o
FMI, a maior economia da América Latina está
no caminho da recuperação após a recessão de
2015 e 2016: foi previsto um crescimento
revisado em 0,1 ponto, a 2,5%, em 2019.
Bolsonaro está na mira de organizações e
organismos internacionais por suas posições
céticas quanto ao clima e, em particular, por
sua gestão da Amazônia.
"Naturalmente, estamos preocupados com a
chegada de Bolsonaro ao poder,
particularmente no que afeta os povos
indígenas e a Amazônia", disse o diretor-geral
da WWF, Marco Lambertini, à AFP.
"Nossa mensagem para o Bolsonaro é que ele
não acredite que o povo brasileiro não se
preocupa com o meio ambiente, com a
Amazônia, com o desenvolvimento sustentável
e que não interprete mal por que foi eleito",
acrescentou.
- Filho sob pressão -
Acompanham-no na comitiva presidencial outro
filho, o deputado federal por São Paulo,
Eduardo Bolsonaro; e os ministros da
Economia, Paulo Guedes; das Relações
Exteriores, Ernesto Araújo; e da Justiça, Sérgio
Moro, entre outras autoridades, segundo a
Agência Brasil.
Sua estreia como presidente em um evento
internacional ocorre em um momento em que
aumenta a pressão sobre seu filho mais velho,
Flávio Bolsonaro, deputado estadual e senador
eleito, com posse prevista para 1º de fevereiro,
vinculado a uma série de movimentações
bancárias consideradas suspeitas.
Segundo Bruno Binetti, um especialista do think
tank Inter-American Dialogue, "não está claro
se as ideias liberais de Guedes são compatíveis
com o nacionalismo dos ex-militares que
integram o gabinete de Bolsonaro".
A situação regional também está na agenda de
Bolsonaro no Fórum, onde ele tem um jantar
planejado com seus colegas da Colômbia, do
Equador, do Peru e da Costa Rica.
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Data: 23/01/2019
15
Grupo de Comunicação e Marketing
Veículo: Aos Fatos
Bolsonaro diz ter compromisso com o meio ambiente, mas governo age em
direção oposta
Por Bárbara Libório
Em Davos, o presidente Jair Bolsonaro (PSL)
garantiu nesta terça-feira (22) a executivos
presentes no Fórum Econômico Mundial que o
Brasil permanecerá no Acordo de Paris,
contrariando declarações recentes em que
ameaçou retirar o país do acerto internacional
para redução das emissões de gases do efeito
estufa. Mais cedo, em discurso que marcou sua
estreia no evento, ele falou em “avançar na
compatibilização entre a preservação do meio
ambiente e da biodiversidade com o necessário
desenvolvimento econômico”, sem esquecer
que eles são “interdependentes e
indissociáveis”.
As promessas, porém, contrastam com ações
adotadas pelo governo Bolsonaro no que tange
à política ambiental brasileira. Apesar de recuos
em decisões como a fusão dos ministérios de
Agricultura e Meio Ambiente, a nova
administração federal agiu, com ações e
declarações, na direção inversa de
compromissos e políticas ambientais já
estabelecidos no país. Esse foi o caso, por
exemplo, do esvaziamento de atribuições da
pasta do Meio Ambiente; das reiteradas críticas
a uma suposta “indústria da multa ambiental”;
da suspensão de contratos com organizações
não governamentais ambientalistas; de
propostas de flexibilização do licenciamento
ambiental; e da extinção de secretarias que
formulavam políticas públicas para mitigar
efeitos das mudanças climáticas globais.
O Aos Fatos destrinchou as últimas declarações
e medidas tomadas pela equipe do governo
para analisar se elas estão de acordo com as
promessas de preservação do meio ambiente e
da biodiversidade brasileiras feitas agora pelo
presidente. Confira abaixo.
O Acordo EM DESACORDO
Uma das promessas de campanha de Jair
Bolsonaro era sair do Acordo de Paris, pacto
internacional em que os países se
comprometem com metas de redução de
emissões. Em setembro, ele afirmou ser
desfavorável ao tratado porque o Brasil teria
que “pagar um preço caro” para atender às
exigências. Segundo ele, o Acordo de Paris
feriria a soberania do país.
Em dezembro, já eleito, Bolsonaro voltou a
afirmar que, caso não houvesse mudanças nas
cláusulas, retiraria o Brasil do acordo. Seu
ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no
entanto, defendia a manutenção do país. Na
última semana, Salles bateu o martelo: o Brasil
fica no Acordo de Paris. “Por ora vamos manter
a participação. Há pontos importantes, que
podem trazer recursos para o país. O acordo
está feito”, disse.
Nesta terça-feira (22), o presidente Jair
Bolsonaro confirmou a executivos reunidos no
Fórum Econômico Mundial a permanência no
acordo.
Permanecer, nele, no entanto, não significa que
o acordo será cumprido. Ao contrário do que já
declarou o presidente Jair Bolsonaro, inclusive
em recente entrevista ao SBT, o Acordo de
Paris não prevê punições para quem não
respeitar seus termos. A cada cinco anos, as
nações signatárias devem apresentar um plano
nacional mostrando sua contribuição para a luta
contra o aquecimento global, mas o
descumprimento de metas não significa que
haverá algum tipo de sanção. "Existem muitas
maneiras de continuar no Acordo de Paris, mas
deixá-lo morrer", afirma Carlos Rittl, presidente
do Observatório do Clima.
O que é? O Acordo de Paris foi firmado em 2015
por 195 países durante a COP-21. De acordo
com o documento, os governos signatários
devem se comprometer com metas de redução
de emissões. O objetivo é manter a
temperatura média da Terra até 2°C acima dos
níveis “pré-Revolução Industrial” até o fim do
século, esforçando-se para que a variação não
passe de 1,5ºC.
As metas de cada país são voluntárias — as
chamadas NDCs (contribuições nacionalmente
determinadas) —, em vez de objetivos
impostos, como se deu em Kyoto. Por aqui, o
texto foi assinado primeiramente pela ex-
presidente Dilma Rousseff, em abril de 2016,
em Nova York, nos EUA. Em seguida, o acordo
foi aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo
Senado antes de ser sancionado por Michel
Temer em agosto do mesmo ano.
O Brasil apresentou a sua Contribuição
Nacionalmente Determinada Pretendida (INDC)
1 em setembro de 2015, e definiu uma meta de
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redução das emissões de gases de efeito estufa
de 37% em 2025 e com uma meta indicativa
de 43% em 2030. Ambas tem 2005 como ano-
base.
Para isso, há algumas metas complementares:
aumentar a participação da bioenergia
sustentável na matriz energética brasileira para
18%, fortalecer o cumprimento do Código
Florestal, restaurar 12 milhões de hectares de
floresta, alcançar desmatamento ilegal zero na
Amazônia brasileira, chegar à participação de
45% de energias renováveis na matriz
energética, obter 10% de ganhos de eficiência
no setor elétrico, promover o uso de
tecnologias limpas no setor industrial e
estimular medidas de eficiência e infraestrutura
no transporte público em áreas urbanas.
Segundo os dados mais recentes, da quarta
edição das Estimativas Anuais de Emissões de
Gases Estufa no Brasil (PDF), de 2005 a 2015,
a variação de emissões líquidas e brutas foram
de -50% e -43,92%, respectivamente. Entre
2010 e 2015, no entanto, houve alta: 7,41% e
7,81% respectivamente.
Os especialistas convergem que grande parte
da redução das emissões brasileiras poderia se
dar pelo combate ao desmatamento. Entre
1995 e 2004, houve aumento considerável das
emissões, o que levou à aplicação do Plano de
Ação para Prevenção e Controle do
Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).
A partir de 2005, houve, então, uma
considerável redução do desmatamento na
Amazônia. Mas dados do projeto Prodes do
Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais), que realiza monitoramento anual da
taxa de desmatamento da Amazônia Legal,
revelam que, a partir de 2014, há reversão da
tendência de queda da taxa de desmatamento.
Além disso, à exceção do setor de Mudança do
Uso da Terra e Florestas, as emissões nos
demais setores — Energia, Tratamento de
Resíduos, Processos Industriais e Agropecuária
— foram crescentes se compararmos os anos
de 2005 e 2015. No de Energia, por exemplo,
elas chegaram a aumentar 43%.
Informações falsas. O presidente também já foi
questionado por uma série de informações
incorretas que difundiu sobre o Acordo de Paris.
Uma de suas maiores críticas, por exemplo, diz
respeito à dificuldade do país de conseguir
cumprir a meta de restaurar 12 milhões de
hectares de floresta e as sanções que poderia
sofrer por isso. "No primeiro momento, sanção
política, depois econômica, e num terceiro
momento tem a sanção da força", afirmou. Ele
também já havia dito que o pacto fere a
"soberania nacional".
No entanto, o Acordo de Paris não prevê
punições para quem não respeitar seus termos.
A cada cinco anos, as nações signatárias devem
apresentar um plano nacional mostrando sua
contribuição para a luta contra o aquecimento
global, mas não cumprir suas metas não
significa que haverá algum tipo de sanção.
"O acordo previa um mecanismo de
compliance, induzir os países a cumprirem com
seus compromissos. Na COP 24 foi definido que
a parte de compliance não será punitiva. Os
países que não cumprirem com suas reduções
não sofreram punições. As metas foram
definidas nacionalmente. Não há função
punitiva, não há ingerência da ONU sobre
políticas públicas nacionais, cabe a cada
governo", conta Rittl, do Observatório do Clima.
Em mais de uma vez, o presidente também
confundiu o Acordo de Paris com o Triplo A ou
criou entre os dois uma relação inexistente. Na
verdade, o Triplo A é uma proposta de
integração de áreas protegidas na Cordilheira
dos Andes, na Amazônia e no Oceano Atlântico,
envolvendo Colômbia, Brasil e Venezuela — o
que, segundo Bolsonaro, poderia ferir a
soberania nacional brasileira. Acontece que o
projeto nunca foi implementado ou defendido
pelo governo brasileiro, e não tem relação com
o Acordo de Paris. No acordo, no que diz
respeito à Amazônia, o único compromisso
brasileiro é zerar o desmatamento ilegal no
bioma até 2030.
MAIS AGRICULTURA, MENOS MEIO AMBIENTE
O ministério do Meio Ambiente não foi fundido
ao da Agricultura, como prometido por
Bolsonaro na campanha, mas perdeu
autarquias para outras pastas e reduziu sua
autonomia. O Serviço Florestal Brasileiro, por
exemplo, migrou para a pasta de Agricultura.
Seu novo chefe, o ex-deputado Valdir Colatto
(MDB-SC), é um dos membros e principais
nomes da Frente Parlamentar da Agropecuária,
a bancada ruralista. Ele já atuou diversas vezes
em direções contrárias ao CAR (Cadastro
Ambiental Rural) na Câmara, seja para
prorrogar o prazo de inscrição dos imóveis no
cadastro ou defendendo que não deveriam ser
tornados públicos os dados de proprietários
rurais.
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Colatto foi também um dos deputados mais
atuantes para tornar o Código Florestal menos
restritivo, votou a favor do relatório da
Comissão Mista que, em maio de 2017,
aumentou a área desprotegida do Parque
Nacional do Jamanxim e da Floresta Nacional
de Itaituba 2, no Pará, e tem projetos de leis
que desagradam ambientalistas, como o PL
6268/16, que prevê a regulamentação de
manejo, controle e exercício de caça de animais
silvestres.
Com o Serviço Florestal, o CAR migrou para a
pasta de Agricultura. Principal instrumento do
Código Florestal Brasileiro, o cadastro funciona
como um raio-x que todo proprietário rural é
obrigado a fazer de sua terra, apresentando em
imagens de satélite tudo o que é produção
agropecuária e o que é APP (Área de
Preservação Permanente) e Reserva Legal,
locais onde desmatamento é proibido. O CAR é
considerado um dos principais instrumentos
para impedir o desmate ilegal.
Mudança climática. O governo Bolsonaro
decretou ainda a extinção da Secretaria de
Mudanças do Clima e Florestas e, com ela, do
Departamento de Políticas em Mudança do
Clima e do Departamento de Monitoramento,
Apoio e Fomento de Ações em Mudança do
Clima. A Comissão Nacional de Combate à
Desertificação e o Comitê Gestor do Fundo
Nacional sobre Mudança do Clima também
foram removidos da estrutura do Ministério do
Meio Ambiente.
Já a política nacional de recursos hídricos se
tornou atribuição do Ministério do
Desenvolvimento Regional, com a transferência
do Departamento de Recursos Hídricos, do
Conselho Nacional de Recursos Hídricos e da
ANA (Agência Nacional de Águas) para a pasta.
crimes ambientais E A "INDÚSTRIA DA
MULTAS"
Desde a campanha eleitoral, Jair Bolsonaro
dispara críticas ao que chama de "indústria das
multas". Segundo ele, as penalidades são
extorsivas e há “capricho” por parte de fiscais
do Ibama.
"Você, por exemplo, foi pescar e passou
perto de uma área de proteção ambiental. Você
é multado por ato tendente. Porque, ao passar
por aquela área, o fiscal entende que você iria
pescar naquela região e taca-lhe uma multa em
cima de você. Isso é comum. Vi muitas multas
nesse sentido para pescadores pobres da baía
de Angras dos Reis. (...) Inacreditável que isso
aconteça no Brasil. Um capricho por parte
desses fiscais, de alguns fiscais do Ibama que
não podem, no meu entender, continuar agindo
dessa maneira. Então vamos acertar a questão
por ato tendente”
Suspeitas de crimes ambientais pairam sobre
integrantes do alto escalão do governo. O
próprio ministro do Meio Ambiente foi
denunciado pelo Ministério Público por ter
adulterado mapas de proteção ambiental para
beneficiar setores econômicos, segundo os
promotores. O caso teria ocorrido quando ele
era secretário de Meio Ambiente de São Paulo
na gestão de Geraldo Alckmin (PSDB). Já o
presidente Jair Bolsonaro, que recebeu do
Ibama em 2012 uma multa ambiental de R$ 10
mil por pesca irregular em Angra dos Reis, na
Costa Verde, teve a punição anulada. Isso
porque um parecer da Advocacia-Geral da
União (AGU) sustentou que ele não teve direito
à ampla defesa no processo.
Nesse sentido, em dezembro, o ministro Salles
defendeu que o procedimento de autuações
ambientais seja revisto para acabar com o
“ímpeto persecutório”, que, para ele, hoje
estaria em vigor. A ideia é que, assim que o
policial ambiental autue o suposto infrator, já
seja marcada ali no ato uma data para a
audiência de conciliação. Nesse momento, o
suspeito poderia apresentar sua defesa e até se
livrar da multa. Além disso, segundo a Folha de
S.Paulo, a pasta quer criar regras que
permitam punir fiscais que apliquem multas
consideradas inconsistentes. O plano é
responsabilizar os servidores que tenham autos
de infração revertidos em outras instâncias. Um
levantamento das multas aplicadas pelo Ibama
nos últimos cinco anos foi encomendado para
identificar esses casos.
licenciamento ambiental FLEX
Outra crítica frequente do presidente diz
respeito ao licenciamento ambiental. Segundo
ele, é muito difícil consegui-lo.
"Quando se fala em licença ambiental, e é
obrigado a derrubar uma árvore que ela está
ameaçando cair. É uma dificuldade para
conseguir essa licença. E toma multa caso
derrube essa árvore sem a devida licença e
autorização para tal. Então essa questão de
licença ambiental atrapalha quando um
prefeito, governador, presidente, quer fazer
uma obra de infraestrutura, uma estrada, por
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exemplo, quer rasgar uma estrada, quer
duplicar. São problemas infindáveis"
Para Eduardo Fortunato Bim, novo presidente
do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis),
a solução seria uma espécie de licenciamento
automático e auto-declaratório: um mecanismo
em que o produtor rural tenha acesso a um
sistema eletrônico pelo qual possa emitir sua
própria licença ambiental.
“É claro que, se você fizer uma declaração falsa
e estiver fora da linha, é crime, vai ser punido
etc., mas esse é um princípio do presidente
eleito, o de que devemos acreditar na palavra
do cidadão", afirmou. Salles, que também
defende regras mais ágeis para o licenciamento
ambiental, concordou. Disse que o Brasil tem
que criar uma "nova mentalidade", de
confiança na veracidade das auto-declarações,
e garantiu que os fazendeiros não receberão
um "cheque em branco".
Já no caso de licenciamento ambiental para
grandes empreendimentos no país que possam
atingir povos indígenas, Bolsonaro transferiu a
responsabilidade da Funai para o Ministério da
Agricultura. E a competência sobre o
licenciamento do setor da pesca foi transferida
do Meio Ambiente para a Agricultura.
ONGs na mira do governo
As ONGs (organizações não governamentais)
vêm sendo alvos de ataques do presidente Jair
Bolsonaro desde as eleições. Ele já chegou a
afirmar que as organizações se alimentariam da
indústria das multas. "Tem decreto que destina
40% das multas para ONGs para preservar
meio ambiente. O que vamos fazer com aquele
decreto? Cair fora. Não vamos deixar esse
pessoal se retroalimentar constantemente
trabalhando contra nós”, continuou.
Dito e feito. No dia 14 de janeiro, Salles
suspendeu todos os convênios e parcerias da
pasta e de suas autarquias com organizações
não governamentais pelo prazo de 90 dias.
Também pediu um levantamento de todos os
desembolsos efetuados por fundos do
ministério, como Fundo Clima, Fundo Nacional
do Meio Ambiente e Fundo Amazônia, que
tenham como beneficiários organismos do
terceiro setor.
O ministro determinou ainda que convênios,
acordos de cooperação, atos e projetos
celebrados entre ONGs e Ibama, Instituto Chico
Mendes para a Conservação da Biodiversidade
e Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio
de Janeiro sejam remetidos para anuência
prévia do gabinete. Ao Estadão, alguns
funcionários da pasta afirmaram que a decisão
pode afetar ações de conservação, como o
projeto Arpa, que atua em áreas protegidas da
Amazônia e é considerado o maior e mais bem
sucedido programa de proteção de floresta
tropical do mundo.
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Veículo: O Globo
Em Brasília, um baque no grupo de WhatsApp do PSL
Usuários do aplicativo, políticos do partido do
governo reclamam da restrição de mensagens
a cinco destinatários e se queixam de ‘censura’
e ‘cerceamento’
Adecisão do WhatsApp de limitar o reenvio de
mensagens a apenas cinco contatos provocou
reclamações entre políticos do PSL, partido do
presidente Jair Bolsonaro.
Nem mesmo a informação de que a medida foi
adotada pela rede social para coibir a
propagação de notícias falsas agradou os
parlamentares que reclamaram, e muito, da
restrição.
—Penso que a medida fere o direito à
informação. Estamos criando censura. O
correto e legal é o aplicativo ter formas de
identificar e localizar as pessoas que praticam
crimes para a punição —disse o deputado
Delegado Waldir (GO), hoje líder do PSL na
Câmara.
—Essa limitação (de cinco destinatários) não
impedirá as condutas criminosas como a
disseminação de notícias falsas —completou.
—Acredito que esta medida visa restringir a
comunicação das pessoas neste aplicativo —
afirmou o deputado eleito Nelson Barbudo
(PSLMT), famoso por sua conta no YouTube. —
Como toda democracia necessita de
comunicação ampla, não vejo isso com bons
olhos.
A deputada eleita Joice Hasselmann (PSL-SP)
classifica a medida como uma tentativa de
“dificultar a vida de quem usa o WhatsApp
como um meio de comunicação em massa”.
—Antes a gente podia encaminhar mensagens
pra quantas pessoas a gente quisesse. Esse
número caiu para 20 e depois para 5. É uma
tentativa boba de cerceamento, de censura.
Fere a liberdade e a democracia. Quem precisa
mandar mensagens para mais pessoas vai ter
mais trabalho, e faz diferença na articulação
política, torna a coisa mais morosa —afirmou.
O novo limite do WhatsApp já estava sendo
testado na Índia, após casos de homicídios e
linchamentos provocados pela difusão de
boatos pelo aplicativo. O anúncio da ampliação
da medida para o resto do mundo foi feito na
última segunda-feira. Tão logo soube da
restrição, o deputado federal Eduardo
Bolsonaro (PSL-SP) postou em conta pública:
“Sério isso? Então vamos para Wickr me,
Signal, Telegram...”, se referindo a aplicativos
concorrentes.
Para o deputado Cabo Junio Amaral (PSL-MG),
o limite “é algo injustificável” e na decisão
podem estar implícitos interesses escusos,
contrários ao presidente Jair Bolsonaro.
—Pode refletir interesses escusos de pessoas
incomodadas com a velocidade de difusão da
informação. Como o Brasil inteiro sabe, uma
das principais ferramentas utilizadas por todo o
povo brasileiro para tornar a eleição do
presidente Bolsonaro possível foi, justamente,
o WhatsApp —disse o parlamentar.
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Data: 23/01/2019
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Veículo: O Globo
Temporada de pouca chuva e muito calor volta a ameaçar reservatórios
Océu não nos protege mais. A mesma anomalia
no clima que marcou a grave crise hídrica de
20142015 no Sudeste está de volta. Desde o
fim de dezembro, um padrão de chuvas abaixo
e temperaturas acima da média se estabeleceu
na região e em partes do Centro-Oeste e do
Nordeste, segundo análise de cientistas do
Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de
Desastres Naturais (Cemaden). No Rio, a
situação é pior do que em São Paulo.
A anomalia deverá persistir nas próximas três
semanas e, caso se prolongue por mais tempo,
poderá agravar a situação dos reservatórios do
Sudeste. Embora tenham ficado em 2018 em
situação melhor do que em 2017, os
reservatórios nunca se recuperaram
completamente da seca histórica de 2014, que
afetou o abastecimento de água, a geração de
energia e a produção agropecuária. São Paulo
teve uma crise de abastecimento sem
precedentes.
Um estudo nacional sobre secas recém-lançado
pelo Cemaden revela que, nos últimos sete
anos, choveu menos em todo o Brasil, à
exceção da Região Sul. O período foi marcado
pela maior seca em cem anos no Semiárido e
pela pior seca da História recente do Sudeste.
Satélites e modelos meteorológicos mostram
que alguma coisa está fora de ordem. Mas não
há ainda explicação para o fenômeno. O El
Niño, que costuma levar a culpa de todas as
maldades do clima, desta vez não está bem
configurado, e por si só não explica as
anomalias, diz o meteorologista Marcelo
Seluchi, coordenador-geral de Operações e
Modelagem do Cemaden.
Fato é que a área de alta pressão atmosférica
que costuma permanecer no Atlântico junto ao
Nordeste e leva secura ao Semiárido se
deslocou em direção ao Sul e estendeu sua
influência Brasil adentro. Segundo Seluchi,
essa área começou a se formar no final de
dezembro e entrou em janeiro com força.
A alta pressão é uma exterminadora de nuvens
de chuva e um aquecedor do ar. Ela inibe a
chuva e, assim, faz a temperatura disparar. Faz
isso ao secar a atmosfera e empurrar para
baixo o ar quente. As nuvens que se formam
por convecção devido ao calor do dia são
esmagadas e sugadas. O resultado é a
formação de uma estufa, um calor literalmente
opressivo.
TEMPORAIS VIOLENTOS
O sistema de alta pressão também bloqueia a
entrada de frentes frias. Isso não significa que
não chova. Quando algum sistema de
tempestade consegue sobreviver à alta
pressão, gera chuvas curtas, localizadas, mas
que podem ser extremamente violentas,
destaca Seluchi.
É o caso das que têm afetado o estado de São
Paulo e que na terça-feira deixaram sem luz até
mesmo o Centro de Pesquisa e Previsão do
Tempo do Inpe (CPTec), em Cachoeira Paulista.
Seluchi explica que o município do Rio está em
situação pior do que a cidade de São Paulo
porque fica mais ao norte e ao leste, mais
próximo do sistema de alta pressão. Também
se situa no nível do mar, enquanto a capital
paulista está a cerca de 700 metros de altitude.
— Como o Rio ainda tem muito cimento, asfalto
e prédios, está na pior situação e sofre com
mais intensidade os efeitos da alta pressão —
diz o meteorologista.
De acordo com ele, a partir de sexta-feira o
sistema de alta pressão perde um pouco a força
e pode chover. Mas é um enfraquecimento
temporário. E não está descartado o risco de
temporais violentos e rápidos, do tipo que
inunda ruas, mas não repõe a umidade perdida
do solo nem a recarga dos rios.
O mesmo padrão climático que castiga o Brasil
também se repete neste momento na Austrália,
onde a única chuva em alguns lugares é a de
morcegos, mortos pelo calor sem trégua.
Outros dois sistemas estão ativos no Índico e
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no Pacífico. É um padrão que trava a circulação
atmosférica. E é difícil saber agora por quanto
tempo vai perdurar e que mudança na dinâmica
entre oceanos e atmosfera é de fato a causa,
observa.
A situação do estado do Rio é preocupante,
afirma Humberto Barbosa, coordenador do
Laboratório de Análise e Processamento de
Imagens de Satélites (Lapis), da Universidade
Federal de Alagoas, e integrante do grupo de
especialistas em desertificação do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas
(IPCC, na sigla em inglês) da ONU.
Barbosa diz que um modelo de previsão
britânico, do Hadley Centre, um dos maiores
centros de climatologia do mundo, indica que a
tendência para fevereiro, março e abril no
Sudeste é de continuidade da escassez de
chuva e temperaturas muito elevadas.
—Tudo indica que este será um ano atípico e
crítico para a disponibilidade de água —
salienta.
E nem adianta buscar refúgio nas cachoeiras
cariocas. Estão por um fio, minguam à medida
que a temperatura sobe, pois a água evapora
com o calor e não há chuva suficiente para
recarregá-las.
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Veículo: Reuters
Preços do petróleo caem 2% com desaceleração do crescimento global e
alta da oferta
HOUSTON (Reuters) - Os preços do petróleo
caíram cerca de 2 por cento nesta terça-feira
devido à preocupação de que a economia
mundial possa reduzir a demanda por
combustíveis, enquanto os campos de “shale”
dos Estados Unidos aumentam a oferta e os
cortes da Rússia estão abaixo do esperado.
As novas e sombrias previsões de crescimento
global do Fundo Monetário Internacional (FMI)
e os sinais de uma desaceleração da China
pesaram sobre os preços do petróleo, já que os
comerciantes estão preocupados com o
aumento da oferta em 2019, apesar dos preços
mais baixos.
Os dados “reavivaram” as preocupações sobre
a demanda, disse Gene McGillian, diretor de
pesquisa de mercado da Tradition Energy, em
Stamford, Connecticut. “A questão é: esses
medos vão ganhar ainda mais importância no
mercado?”
Os futuros do petróleo Brent caíram 1,24 dólar,
ou 2 por cento, para 61,50 dólares por barril.
Os contratos futuros do petróleo nos Estados
Unidos caíram 1,23 dólar, para 52,57 dólares
por barril.
Preocupações do mercado sobre o tamanho dos
cortes na produção da Organização dos Países
Exportadores de Petróleo e seus aliados,
incluindo a Rússia, ajudaram a reduzir os
preços, disseram analistas.
Reportagem adicional de Noah Browning em
Londres
https://br.reuters.com/article/businessNews/i
dBRKCN1PG2LA-OBRBS
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Data: 23/01/2019
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FOLHA DE S. PAULO
Painel
Ligação de Flávio com supostos milicianos leva
crise de volta ao Planalto e dá fôlego à oposição –
Tiro de bala perdida A revelação de que Flávio
Bolsonaro (PSL-RJ) empregou a mãe e a mulher
de um ex-policial militar suspeito de comandar
milícias no Rio elevou o patamar da crise que
absorveu o filho mais velho do presidente. No
Planalto, a ordem é tentar blindar Jair Bolsonaro.
Mas há o reconhecimento tácito de que as falas
complacentes do presidente a milicianos e seu
silêncio após a morte de Marielle Franco (PSOL-
RJ), em março de 2018, dão munição mais do que
suficiente para a oposição.
Reprise Não é a primeira vez que laços entre o
gabinete de Flavio e milicianos aparecem. Uma
outra assessora do hoje senador eleito, que é
tesoureira do PSL no estado, teve dois irmãos PMs
acusados de extorsão presos em setembro do ano
passado, como revelou o Estado de S. Paulo.
Durou pouco A divulgação de novas conexões
com milicianos preocupou aliados de Flavio. Eles
haviam terminado a segunda (21) comemorando
o estancamento parcial da crise, com a
corroboração da versão do senador eleito para os
depósitos em dinheiro vivo e , principalmente
porque, avaliaram, o assunto tinha saído do
Planalto.
Duas medidas Aliados do clã Bolsonaro no
Congresso minimizaram o caso. Bia Kicis (PRP-
DF), eleita deputada com forte discurso de
combate à corrupção, diz que Flavio tem
desmontado as acusações e que ele vem sendo
alvo de atenção desproporcional.
Meia volta O senador eleito pretende retomar a
intensa atuação nas redes sociais para tentar fazer
frente aos ataques e desconfianças de que se
tornou alvo. Como mostrou o Painel no sábado
(19), desde que o caso Queiroz explodiu, Flavio
diminuiu sua assiduidade do Twitter.
Curto e grosso? Analistas de mercado não
esperavam que Jair Bolsonaro entrasse em
miúdos sobre a Previdência no discurso em Davos,
mas dizem que, com uma fala de apenas seis
minutos, o presidente passou a impressão de que
lhe falta conteúdo. Para investidores, era preciso
mais sinais de Paulo Guedes na mensagem.
Sintonia fina No almoço do Itaú Unibanco, em
Davos, Guedes elogiou o governador de SP, João
Doria, pelo pacote de privatizações que o tucano
apresentou para o estado.
Por cima do rei O secretário Nacional de
Segurança Pública, general Guilherme Teophilo,
reviu a indicação de Sergio Moro para a
coordenação da área de estatística do órgão. O
ministro da Justiça havia convidado o economista
Cristiano Oliveira para comandar o setor, mas
Teophilo escalou outro nome para o posto.
Tudo que vai… Em 31 de dezembro, Oliveira
disse nas redes sociais que havia aceitado o
convite de Moro e que seria um desafio abrir mão
da família e de seu trabalho na Universidade
Federal do Rio Grande para morar em Brasília.
Adeus Na segunda (21), o economista voltou às
redes: “O Secretário Nacional de Segurança
Pública escolheu outra pessoa, um militar, para
coordenar a área de estatísticas. Sou grato ao
ministro Sergio Moro pelo convite e a todos
amigos pelas mensagens”. Procurado, Teophilo
não comentou.
Baixo-astral Especialistas em segurança pública
lamentaram o episódio. Dizem que o ministério
perde um doutor em economia do crime, e temem
que Moro perca espaço para militares na pasta.
45 do segundo tempo Luiz Antonio Bonat, que
deve assumir a vaga de Moro na 13ª Vara Federal
de Curitiba, se inscreveu no concurso interno a
poucas horas do fim do prazo, que se encerrou na
segunda (21). Bonat é o mais antigo juiz entre os
concorrentes.
Até o fim Antes de ligar para Renan Calheiros
(MDB-AL) nesta terça (22), Simone Tebet (MDB-
MS) afirmou a aliados estar decidida a entrar na
briga pela presidência do Senado mesmo sem o
apoio da sigla.
Até o fim 2 Renan disse a Tebet que seguirá o
que a bancada do MDB decidir. E, se ela for a
escolhida para a disputa, será o primeiro a
declarar voto.
TIROTEIO
Habituado a falar só por tuítes para seus
seguidores, foi curto, raso e só aumentou a
desconfiança do mundo. Péssimo começo
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De Jaques Wagner (PT-BA), senador eleito e ex-
ministro da Casa Civil do governo Dilma Rousseff,
sobre o discurso de Jair Bolsonaro em Davos
https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/01/23/li
gacao-de-flavio-com-supostos-milicianos-leva-
crise-de-volta-ao-planalto-e-da-folego-a-
oposicao/
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SP estuda socorrer GM com antecipação de crédito de ICMS, diz Meirelles
Flavia Lima
O governo de São Paulo estuda socorrer a GM
(General Motors) com antecipação de créditos de
ICMS (Imposto sobre Circulação de Bens de
Serviços) sobre os quais a empresa tem direito,
disse à Folha o secretário de Fazenda e
Planejamento do estado, Henrique Meirelles.
Segundo Meirelles, o governo estuda antecipar
créditos de ICMS para que a empresa possa abatê-
los imediatamente de impostos devidos. “É uma
questão, em tese, viável, do ponto de vista de
manutenção de emprego, renda e arrecadação
futura de imposto”, afirma.
O entrave, explica, é que qualquer tipo de
renúncia de receita precisa, segundo a LRF (Lei de
Responsabilidade Fiscal), de uma contrapartida: a
criação de receita compensatória.
“Estamos estudando. De fato, esse é o desafio:
como criar receita compensatória sem
necessariamente transferir custos para outros
setores da economia.”
O governo deve se reunir em 31 de janeiro para
discutir a situação da GM e não descarta uma
reunião com a própria GM na mesma data. Até lá,
diz Meirelles, o objetivo é trabalhar no que pode
ser feito do ponto de vista fiscal.
As empresas fabricantes de veículos e autopeças
acumulam um saldo de crédito de imposto ICMS
devido à diferença de alíquota entre estados ou
ainda nas operações de exportações que são
isentos de tributação. A ideia em discussão no
caso da GM seria antecipar esse crédito.
Em comunicado, divulgado no último domingo
(20), o presidente da GM no Mercosul, Carlos
Zarlenga, disse que a montadora passa por
momento crítico no Brasil, que a empresa teve
grandes perdas nos últimos três anos e que voltar
a investir localmente depende de um doloroso
plano para voltar a lucrar.
O alerta, feito em memorando enviado a
funcionários de suas fábricas, ocorre quando se
esperava um anúncio de novos investimentos.
Sem mencionar valores, Meirelles falou também
da possibilidade de benefícios fiscais de ICMS, mas
ressaltou que eles dependem de aprovação do
Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária),
cuja reunião está marcada para abril. O governo
de São Paulo, segundo Meirelles, vê com o órgão
a disposição de fazer uma reunião extraordinária.
"Se fizer ótimo, se não vamos ter que discutir o
assunto na reunião de abril". O ponto importante
é que, qualquer medida, vai precisar da aprovação
unânime do Confaz, então há um desafio aí.”
GUERRA FISCAL
Meirelles diz que o governo vem apoiando, nas
conversas com fornecedores, um processo de
diminuição de margens para que viabilizar a
continuação da companhia e, “evidentemente, o
mercado para fornecedores também”, afirmou.
“É importante que não se feche a empresa para
que não se perca empregos diretos e indiretos, de
fornecedores e revendedores. O interesse do
estado é também que revenda, fornecedor e a
empresa paguem impostos", disse.
Questionado se não há receio de que a concessão
de benefícios fiscais por parte de São Paulo à
montadora aprofunde a chamada guerra fiscal,
Meirelles disse que não. “Exatamente por isso que
precisamos de aprovação prévia do Confaz. De
todos os estados, unanimemente.”
Para Meirelles, os estados têm que se convencer
de que existem revendedores da GM em todos os
estados. "Vamos levar o argumento de que é
interesse de todos os estados que a empresa
mantenha as operações no país. Para isso,
deveremos ter a concordância de todos porque aí
não se configura a guerra fiscal”, diz.
Meirelles ressaltou, no entanto, que questões
fiscais e de renegociação com revendedores são
medidas temporárias. E que, para se viabilizar no
longo prazo, a empresa terá que fazer os
investimentos necessários em tecnologia e
produtividade que ela adiou nos últimos anos.
“Vamos trabalhar, ver o que é possível fazer para
que a GM possa não só manter as atividades, mas
expandir, em São Paulo e no Brasil”, disse
Meirelles.
Fábricas de veículos automotores instaladas em
São Paulo
Dados incluem carros leves, ônibus, caminhões,
tratores e máquinas agrícolas
Data: 23/01/2019
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Grupo de Comunicação e Marketing
Caoa Chery
• Jacareí
Caterpillar
• Piracicaba
CNH Industrial
• Piracicaba
• Sorocaba
Ford
• São Bernardo do Campo
• Taubaté
General Motors (Chevrolet)
• São Caetano do Sul
• São José dos Campos
• Mogi das Cruzes
Honda
• Sumaré
• Itirapina
Hyundai
• Piracicaba
Jonh Deere
• Indaiatuba
Komatsu
• Suzano
• Arujá
Mercedes-Benz
• São Bernardo do Campo
• Iracemápolis
Scania
• São Bernardo do Campo
Toyota
• São Bernardo do Campo
• Sorocaba
• Porto Feliz
• Indaiatuba
Valtra/Massey Fergusson
• Mogi das Cruzes
• Ribeirão Preto
Volkswagen
• São Bernardo do Campo
• São Carlos
• Taubaté
Volvo
• Pederneiras
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/01
/sp-estuda-socorrer-gm-com-antecipacao-de-
credito-de-icms-diz-meirelles.shtml
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Data: 23/01/2019
27
Grupo de Comunicação e Marketing
Doria revoga regra que limita poder da PM em reintegração de posse
Artur Rodrigues
O governador João Doria (PSDB) revogou nesta
terça-feira (22) decreto que obrigava que a Polícia
Militar submetesse à aprovação do governo ações
de apoio a reintegração de posse. Na prática, a
mudança aumenta a autonomia da polícia nesse
tipo de ação.
A publicação foi feita no Diário Oficial desta terça-
feira (22).
Em casos de invasões de prédios e terrenos, a PM
é chamada para dar apoio a cumprimentos de
ordens judiciais para retirar pessoas que estejam
ocupando o local. A nova medida de Doria desfez
decreto do então governador do estado Márcio
França (PSB), no final de outubro, que retirava
carta branca da polícia nesses casos e obrigava a
anuência do próprio secretário da Segurança.
A ação do governador, que deve afetar
movimentos sociais de moradia, ocorre dias
depois da regulamentação de legislação
endurecendo as regras para protestos no estado.
Com frequência, movimentos acusam a polícia de
truculência nos atos de reintegração de posse.
Com o decreto de França, a PM ficava obrigada a
"indicar a data prevista para a operação e a
estrutura policial a ser empregada, devendo estar
instruída com cópia da ordem judicial de
reintegração de posse e conter informações acerca
da quantidade aproximada de ocupantes,
características da área a ser reintegrada, data
aproximada do início da ocupação e outros
eventos considerados relevantes para o
planejamento da operação policial".
Ainda de acordo com o decreto revogado, o
secretário da Segurança Pública deveria "anuir à
proposta de operação policial de reintegração de
posse considerados os seus diversos aspectos e o
método apresentado, com vistas a tornar a
medida menos onerosa aos envolvidos".
Em nota, a Polícia Militar informou que a
revogação do decreto não altera sua atuação em
reintegrações, feitas sempre sob ordem judicial
para cumprir "os princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência durante todas as operações". A
corporação diz realizar "um minucioso
planejamento operacional, incluindo reuniões
prévias com os atores envolvidos no processo a
fim de garantir a segurança de todos na execução
da ação".
Durante a campanha eleitoral, Doria atacou
grupos como o MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra) e disse que
"serão tratados como bandidos". O secretário da
Agricultura do tucano, Gustavo Junqueira, afirmou
que o MST é "terrorista".
Conforme a Folha revelou, Doria regulamentou lei
endurecendo regras para a realização de
protestos, que inclui a previsão de levar
mascarados para a delegacia e até ligar para seus
pais e empregadores. A publicação foi feita no
Diário Oficial deste sábado (19).
O tucano regulamenta uma lei que havia sido
sancionada pelo então governador Geraldo
Alckmin (PSDB) em 2014, um ano após os
protestos de junho de 2013 e também pouco
depois das manifestações contra a Copa do
Mundo.
A regulamentação da lei, quatro anos depois da
aprovação, acontece em momento que o MPL
(Movimento Passe Livre) fez dois protestos contra
o aumento da tarifa dos ônibus e transporte sobre
trilhos, de R$ 4 para R$ 4,30. Outras
manifestações do grupo estão previstas.
De acordo com a lei, o uso de máscaras é vedado
e "autorizará a intervenção pelas polícias Civil e
Militar, de modo a exigir o cumprimento das
normas constitucional e legal".
A regulamentação afirma que a recusa na
identificação poderá caracterizar delito de
desobediência "hipótese em que a pessoa poderá
ser conduzida à Delegacia de Polícia para sua
identificação e formalização de eventual ato de
polícia judiciária".
A lei é de autoria do deputado estadual Campos
Machado (PTB) e foi feita com o objetivo de evitar
a atuação dos adeptos da tática black bloc, que
pregam depredação como meio de protesto e
costumam usar máscaras negras.
No caso de pessoas sem documentos, a legislação
prevê que o policial poderá "além da consulta aos
sistemas operacionais disponíveis para esse fim,
efetuar contato com seu familiar, responsável e
até com seu empregador, bem como solicitar o seu
comparecimento à Delegacia de Polícia para
Data: 23/01/2019
28
Grupo de Comunicação e Marketing
apresentação de documento de identificação
válido".
O texto fala em manifestações e reuniões, o que
pode abrir margem para que as regras sejam
usadas também para outros tipos de eventos nas
ruas.
A regra afirma ainda que a manifestação deve
respeitar a livre circulação de pedestres e de
veículos.
A lei também prevê comunicação prévia de
protestos com expectativa de público superior a
300 pessoas, com no mínimo cinco dias de
antecedência. O itinerário, segundo a legislação,
será definido em conjunto com o comandante da
Polícia Militar na região.
O projeto ainda proíbe o porte de objetos
pontiagudos, tacos, bastões, pedras, armamentos
que contenham artefatos explosivos e outros que
possam lesionar pessoas e danificar patrimônio
público ou particular.
No Rio a mesma medida já é válida desde 2013.
Em outros países também há restrições para o uso
de máscaras em manifestações.
No Canadá, o anonimato em atos é passível de
punições que podem levar o manifestante para a
prisão por até 10 anos. Nos EUA, 12 Estados
responsabilizam criminalmente aqueles que se
mascararem durante os protestos.
Nos dois países e no Rio, as proibições surgiram
após protestos violentos comandados por
manifestantes adeptos da tática black bloc.
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/0
1/doria-revoga-regra-que-limita-poder-da-pm-
em-reintegracao-de-posse.shtml
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Data: 23/01/2019
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Grupo de Comunicação e Marketing
ESTADÃO
Aneel inicia debate sobre regra que
subsidia a energia solar
BRASÍLIA - Uma regra que concede um subsídio
para consumidores que instalam painéis solares
(fotovoltaicos) em suas casas, começa a ser
revista nesta terça-feira, 22, pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Criada em
2012 para incentivar a geração distribuída, ela
confere redução de 80% a 90% nas contas de luz
desses usuários.
Para isso, basta ter espaço e dinheiro - um sistema
residencial custa de R$ 15 mil a R$ 25 mil. Parte
dessa economia é repassada para as tarifas de
energia dos demais usuários que não fazem esse
investimento. Para especialistas, o benefício pode
ser considerado perverso. Em Piedade, no interior
de São Paulo, um engenheiro reduziu a conta de
luz de casa de R$ 310 para R$ 35 depois de
instalar os painéis solares.
A maior parte do subsídio é dada na taxa de uso
da rede. Esses consumidores, também chamados
de "prosumidores", têm acesso a um sistema de
compensação: a energia que geram cria créditos,
que são descontados do consumo efetivo. Nos
sistemas remotos, é possível gerar energia em
uma fazenda e usar os créditos no local e em um
apartamento a quilômetros de distância, por
exemplo.
Por mais que gerem toda a energia que
consomem, os prosumidores dependem das
distribuidoras, cujas redes funcionam, na prática,
como armazenadoras do volume gerado e não
consumido. Para injetar a energia gerada pelos
painéis de dia, é preciso utilizar a rede de postes
e a fiação das empresas, assim como para receber
eletricidade à noite.
O valor pago por esses consumidores às
distribuidoras corresponde ao consumo líquido -
ou seja, a diferença entre o que foi gerado e o que
foi consumido. Quem gera mais do que consome
paga às empresas apenas uma taxa de
disponibilidade da rede, de cerca de R$ 50
mensais, valor menor do que a remuneração que
deveria ser paga pelo uso das redes.
Esses usuários, caso gerem no mínimo o que
consomem, também não pagam os subsídios do
setor elétrico, conta de R$ 20 bilhões embutida
nas tarifas de usuários de todo o País. Em ambos
os casos, os demais clientes pagam a parte dos
que aderiram à energia solar.
A redução do custo dos painéis solares, aliada à
política de financiamento de geração distribuída de
bancos públicos e aos reajustes da conta de luz
acima da inflação, provocou uma corrida de
clientes à nova tecnologia. Empresas que fazem a
instalação dessas placas em residências afirmam
que o retorno do investimento se dá em um prazo
médio de cinco anos - cerca de 20% ao ano, mais
que o dobro do rendimento dos títulos do Tesouro
Direto. O BNDES, por exemplo, financia até 100%
do investimento, com prazo de pagamento de 120
meses, carência de dois anos e juros a TLP ou
Selic.
Atualmente, o País conta com 53 mil sistemas
conectados, com potência instalada de 661,3
megawatts, o suficiente para abastecer uma
cidade como Curitiba (PR), com cerca de dois
milhões de habitantes. Há apenas um mês, eram
48 mil conexões e 592 MW, um crescimento de
mais de 10%. Quanto maior o número de usuários
com painéis solares, maior a conta dos demais
consumidores.
Assunto é polêmico
O presidente da Associação Brasileira de Grandes
Consumidores de Energia (Abrace), Edvaldo Alves
de Santana, classifica o subsídio aos painéis
solares como perverso. "Todo subsídio é perverso,
só que uns são mais que outros. É o caso do
subsídio para instalação de placas fotovoltaicas. O
pobre, que não pode tê-las, paga para o rico",
disse. "É um contrassenso a Aneel manter um
subsídio desse tipo enquanto o governo defende a
redução desses custos", disse, em referência ao
decreto publicado no fim do ano passado, que
cortou os benefícios de irrigantes, elaborado pelo
Ministério de Minas e Energia (MME).
O presidente da Associação Brasileira de Energia
Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia,
defende o modelo atual. Na avaliação dele, o
sistema tem custos, mas gera mais benefícios
para a sociedade e contribui para manter a matriz
energética limpa. "As distribuidoras são contra
porque elas estão perdendo receitas privadas."
A Absolar afirma que os usuários de geração
distribuída investiram R$ 2,5 bilhões em sistemas
desde 2012. Cerca de sete mil empresas atuam na
área, com cerca de 20 mil empregos gerados.
"Isso é só o começo. Seria prematuro e negativo
Data: 23/01/2019
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Grupo de Comunicação e Marketing
rever esse modelo agora. Isso vai contra o
interesse da sociedade", disse Sauaia.
O diretor da Associação Brasileira de
Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee),
Marco Delgado, calcula que o subsídio aos painéis
solares custe R$ 270 milhões por ano aos demais
consumidores. Se as regras atuais forem
mantidas, o valor pode chegar a R$ 1 bilhão já em
2020, diz o executivo.
"O subsídio é injustificado. Pelo ganho de escala,
tecnologia e competição, a geração distribuída já
pode pagar adequadamente pelos serviços
prestados pelas redes elétricas", afirmou Delgado.
"Não é questão de pagar mais, e sim pagar o que
é o adequado." Na avaliação dele, a revisão do
modelo vai continuar a dar retorno aos usuários,
com taxas de retorno superiores à da poupança,
por exemplo.
Há divergência até mesmo na Aneel
O tema gerou polêmica até mesmo dentro da
agência reguladora. Uma nota técnica preparada
sobre o assunto sugere a manutenção da política
atual e estende o subsídio para consolidação da
tecnologia, até que as placas solares atinjam um
determinado marco, de pouco mais de 3 mil MW
para sistemas locais e de 1,25 mil MW para
sistemas remotos.
Outra nota técnica da Aneel avalia que a questão
deve ser tratada de imediato por causa dos
impactos dos subsídios aos demais consumidores.
"Num primeiro momento a redução de consumo só
compromete o faturamento das distribuidoras, e
num segundo momento são os demais
consumidores que arcam com os custos não
recuperados", diz o documento.
Relator do processo na Aneel, o diretor Rodrigo
Limp disse que a agência vai apresentar uma
proposta de revisão da norma. "Sabemos que o
modelo atual não é sustentável no longo prazo. A
questão é encontrar um equilíbrio para não retirar
a competitividade da geração distribuída", disse.
Ele avalia, no entanto, que a geração distribuída
ainda tem potencial para se desenvolver mais no
País.
Para o presidente da consultoria de energia PSR,
Luiz Barroso, este é o momento para rever a
norma e implantar a tarifa binômia - modelo que
separa o custo da energia do gasto com o
transporte. "O ideal é resolver o problema
enquanto o montante de painéis solares ainda é
pequeno. Botar a pasta de dente de volta ao tubo
depois que apertou é sempre mais difícil",
comparou.
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,a
neel-inicia-debate-sobre-regra-que-subsidia-a-
energia-solar,70002689069
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Data: 23/01/2019
31
Grupo de Comunicação e Marketing
Estados querem subir contribuição de servidores
Idiana Tomazelli e Adriana Fernandes, enviada
especial
BRASÍLIA E DAVOS - Com um rombo na
Previdência próximo dos R$ 100 bilhões, os
Estados que ainda não elevaram suas alíquotas
previdenciárias querem que o governo federal
adote essa medida para evitar o desgaste político
local de ter de propor o aumento às Assembleias
Legislativas. A Constituição prevê que a
contribuição previdenciária cobrada dos
servidores da União serve de piso para alíquota
praticada em Estados e municípios.
O aumento da alíquota previdenciária está sendo
avaliado pelo governo federal dentro do conjunto
de propostas para atenuar o déficit da Previdência,
embora não precise constar na Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) da reforma – basta
um projeto de lei ou medida provisória para elevar
a contribuição.
Em entrevista concedida em Davos ao
Estadão/Broadcast, o governador de São Paulo,
João Doria, defendeu a adoção gradual do
aumento da contribuição para a Previdência pelos
servidores públicos. Segundo ele, o aumento é
necessário, mas teria de ser adotado com
gradualismo para não “machucar” o planejamento
financeiro dos servidores. “É necessário. Até para
preservar as condições dos servidores receberem
seu salário em dia. E tendo suas vantagens pagas
em dia”, afirmou.
Doria disse ainda que 22 dos 27 governadores vão
articular com as bancadas para aprovar a reforma
da Previdência. A medida é considerada ainda
mais prioritária no caso dos Estados – sete deles
já decretaram calamidade financeira,
pressionados principalmente pelo avanço dos
gastos com aposentadorias e pensões dos
servidores.
A elevação da alíquota, embora não resolva o
problema estruturalmente, dá um fôlego aos
cofres estaduais e é onde há espaço para atuar
com algum efeito imediato sobre as finanças.
Apenas oito Estados já cobram de seus servidores
uma alíquota de 14% ou mais: Acre, Bahia, Ceará,
Goiás, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e
Santa Catarina. A maioria ainda desconta 11% de
seus servidores.
O Rio Grande do Norte, que enfrenta grave crise
financeira, já tem projeto de lei aguardando
votação na Assembleia Legislativa. O governo de
Romeu Zema em Minas Gerais já deu indicações
de que vai elevar as alíquotas previdenciárias – a
medida é inclusive pré-requisito para ingressar no
Regime de Recuperação Fiscal em negociação com
a União.
Rombo
O aumento da contribuição é um dos poucos
instrumentos que os governadores têm em mãos
para fazer frente ao aprofundamento do rombo na
Previdência.
A elevação da alíquota já foi tentada antes pelo
ex-presidente Michel Temer, que editou uma MP
prevendo o aumento, mas a medida acabou
suspensa no apagar das luzes de 2017 pelo
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Ricardo Lewandowski. À época, estimativas do
governo apontavam que os Estados e o Distrito
Federal poderiam arrecadar R$ 1,8 bilhão a mais
por ano com a alíquota maior.
O artigo 149 da Constituição prevê que a alíquota
previdenciária cobrada dos servidores da União é
piso para o funcionalismo estadual e municipal –
ou seja, funcionários públicos de Estados e
municípios não podem ter contribuição menor que
a dos servidores federais.
O presidente do Conselho de Secretários de
Fazenda dos Estados (Comsefaz), Rafael Fonteles,
afirmou que alguns Estados não têm planos para
elevar as alíquotas, mas reconheceu que a medida
no plano federal acabaria resultando em aumento
generalizado.
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,e
stados-querem-subir-contribuicao-de-
servidores,70002690375
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Data: 23/01/2019
32
Grupo de Comunicação e Marketing
Bolsonaro diz em Davos que o Brasil, ‘por ora’, permanece no Acordo de Paris
DAVOS - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta
terça-feira, em reunião com empresários, no
Fórum Econômico Mundial, em Davos, que o País
vai continuar no Acordo de Paris, o tratado
assinado por 195 países para estabelecer esforços
conjuntos para tentar conter o aumento da
temperatura do planeta a menos de 2°C até o final
do século.
Ele deu a declaração após ser cobrado pelos
empresários sobre o que ele pretendia fazer sobre
o problema das mudanças climáticas. Além de
falar que fica no acordo, disse que não vai aceitar
ser acusado de ser responsável por degradação
ambiental. Depois, a jornalistas, o presidente
disse apenas: “Por ora, será mantido”.
O Estado apurou, junto ao Itamaraty, que
deverão, porém, ser cobradas contrapartidas.
Entre elas, a de que os países desenvolvidos
cumpram a promessa de dar US$ 100 bilhões ao
ano, a partir de 2020, para ajudar os países em
desenvolvimento a fazer sua transição para uma
economia de baixo carbono.
Na reunião com empresários, que tinha
representantes da Nestlé, Arcelor Mittal, Embraer
e de bancos internacionais, o presidente também
foi questionado sobre Amazônia e sobre a situação
dos povos indígenas. Segundo empresários
presentes à reunião, Bolsonaro disse que o fato de
haver mudanças no governo na área indígena não
significa que os povos serão prejudicados. Em um
dos primeiros atos do governo, a tarefa de
demarcação de terras indígenas passou da Funai
para o Ministério da Agricultura.
Mais cedo, após fazer seu discurso oficial,
Bolsonaro deu, pela primeira vez, uma declaração
no sentido de que vai trabalhar para combater as
mudanças climáticas. “Nós pretendemos estar
sintonizados com o mundo na busca da diminuição
de CO2”, afirmou a Klaus Schwab, fundador do
fórum.
A declaração chamou atenção porque até então a
posição do novo governo em relação ao problema
era bastante incerta. Depois de Bolsonaro ter dito
diversas vezes que deixaria o acordo, o governo
começou a dar sinais de que voltaria atrás, como
informado pelo ministro do Meio Ambiente,
Ricardo Salles, mas sempre em tons condicionais.
E mudanças na estrutura dos ministérios
colocaram em dúvida como o governo vai lidar
com a questão.
Na conversa com o economista alemão, assim
como em seu curto discurso, Bolsonaro abordou a
questão ambiental, assunto que recebe destaque
no fórum. “Somos o país que mais preserva o meio
ambiente. Nenhum outro país do mundo tem
tantas florestas como nós. A agricultura se faz
presente em apenas 9% do nosso território e
cresce graças a sua tecnologia e à competência do
produtor rural. Menos de 20% do nosso solo é
dedicado à pecuária. Essas commodities, em
grande parte, garantem superávit em nossa
balança comercial e alimentam boa parte do
mundo”, disse o presidente.
“Nossa missão agora é avançar na
compatibilização entre a preservação do meio
ambiente e da biodiversidade com o necessário
desenvolvimento econômico, lembrando que são
interdependentes e indissociáveis”,
complementou.
Imagem
A preocupação com a imagem do Brasil em relação
ao ambiente também foi explicitada pelo ministro
das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. No hotel
da delegação brasileira, durante a tarde de terça-
feira, o chanceler manteve uma reunião com
apenas alguns assessores em uma biblioteca.
Nessa reunião, Araújo insistia que o Brasil precisa
rebater as críticas estrangeiras de que estaria
colocando em risco a proteção ambiental. Na
reunião, foi sugerido que o agronegócio brasileiro
promovesse até mesmo um evento para mostrar
a sustentabilidade do setor.
Houve uma espécie de acerto de que Brasil precisa
fazer campanha internacional para frear as
cobranças.
Repercussão
No Brasil, entidades ambientalistas receberam
com ressalvas as falas de Bolsonaro. “O presidente
merece cumprimentos por ter destacado a
necessidade de harmonia entre desenvolvimento
econômico e proteção ambiental. Bolsonaro
também se comprometeu a trabalhar juntamente
com o resto do mundo pela diminuição das
emissões de CO2 – é a primeira vez que o
presidente menciona luta contra a mudança
climática de forma positiva, sem senões ou
Data: 23/01/2019
33
Grupo de Comunicação e Marketing
condicionantes”, comentou Carlos Rittl, secretário
executivo do Observatório do Clima.
“Infelizmente, o discurso não combina com a
realidade dos primeiros 21 dias de administração
Bolsonaro. O governo federal tem agido de forma
concreta para subjugar a agenda ambiental ao
agronegócio e desmantelar a governança
climática. Os resultados podem ser vistos no chão:
o desmatamento na Amazônia está em alta e uma
onda de invasões de terras indígenas está em
curso”, complementou.
O Greenpeace destacou que “ser o país com mais
recursos naturais não quer dizer ser o que melhor
preserva o meio ambiente”. A organização lembra
que entre junho de 2017 e agosto de 2018 “o
Brasil perdeu 790 mil hectares de floresta, o maior
índice de desmatamento dos últimos 10 anos”. E
ressaltou que “terras indígenas e unidades de
conservação estão sendo invadidas e
depredadas”.
Para a ONG, “enaltecer a narrativa que somos o
país mais preservado do mundo sinaliza
perigosamente para um futuro com maior
expansão da economia baseada na produção e
exportação de commodities, no monocultivo e uso
excessivo de agrotóxicos, com perda de qualidade
do solo, redução da biodiversidade e à custa de
muito desmatamento e violação de direitos
humanos”. (Colaborou Giovana Girardi)
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,bolsonaro-diz-em-davos-que-o-brasil-por-
ora-permanece-no-acordo-de-paris,70002690135
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Data: 23/01/2019
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VALOR ECONÔMICO
SP usará Sabesp para cumprir orçamento
este ano, diz Meirelles
Por Marta Watanabe e Cristiane Agostine
Bandeira do governador de São Paulo, João Doria
(PSDB), o programa de desestatização poderá
contribuir de forma importante para o Estado
cumprir o Orçamento em 2019. A capitalização da
Sabesp, estimada em R$ 5 bilhões, junto com o
contingenciamento de R$ 6 bilhões em recursos do
Orçamento, ajudaria o Estado a cobrir R$ 10
bilhões em receitas consideradas incertas.
Segundo o secretário de Fazenda e Planejamento
do Estado, Henrique Meirelles, a oferta de ações
da Sabesp só será feita se o governo não
conseguir concretizar a privatização da
companhia, principal objetivo da gestão Doria em
relação à estatal. Dos R$ 5 bilhões estimados com
a capitalização, R$ 4 bilhões iriam para o Tesouro,
e R$ 1 bilhão, para reinvestimento na empresa. A
privatização traria uma arrecadação projetada em
pelo menos R$ 10 bilhões.
"A receita da Sabesp julgamos mais concreta. De
uma forma ou de outra, ela virá. Na pior hipótese,
serão R$ 4 bilhões. Na melhor, podem ser R$ R$
10 bilhões, R$ 12 bilhões, R$ 13 bilhões", afirmou
Meirelles ao Valor. "Estamos trabalhando
conservadoramente, com a hipótese da
capitalização, caso não seja aprovada a medida
provisória", diz Meirelles.
O secretário se refere à aprovação da MP 868, que
tenta novamente alterar o marco regulatório do
setor de saneamento no Brasil. A MP 844, anterior,
que já previa mudança do modelo atual de gestão
do setor, perdeu validade em novembro. No atual
modelo, a operação de saneamento é de
responsabilidade dos municípios e pode ser
transferida às empresas estaduais com o chamado
"contrato de programa". No entanto, esse modelo
de contrato não pode ser assinado por um
município com um ente privado.
Segundo Meirelles, a ideia é aguardar a tramitação
da MP até o fim do primeiro semestre. Se até lá
não for aprovada, o governo estadual preparará a
capitalização. "Vindo a MP, é privatização", diz.
Além da Sabesp, o programa de desestatização
prevê a estruturação de um fundo imobiliário, com
perspectiva de capitalizar cerca de R$ 1 bilhão e
iniciar a venda de ativos. "Neste ano a expectativa
é de receita de cerca de R$ 300 milhões só com a
venda de imóveis ociosos", diz Meirelles. Segundo
o secretário, o governo estuda outros projetos,
além das hidrovias e do sistema prisional, que
possam envolver concessão ou privatização. As
rodovias já estão em sua maior parte sob
concessão. "Mas temos mil quilômetros de
concessões que irão vencer neste ano."
Para o metrô, a prioridade é terminar a linha 6. "O
metrô, tal qual o Rodoanel, é projeto de alta
complexidade e grande. Temos que testar o
mercado. Estamos trabalhando na modelagem",
diz. "A linha básica do governo é a entrada de
capital privado, o máximo possível, para aumentar
os investimentos - em metrô, ferrovias, rodovias,
hidrovia ou Rodoanel."
O orçamento do Estado projeta despesas de R$
231 bilhões para 2019, sendo R$ 92 bilhões
destinados a pessoal e R$ 53 bilhões a custeio.
Para investimento, estão previstos R$ 16,7
bilhões. Dos quase R$ 6 bilhões contingenciados
neste ano, metade é para custeio, preservadas as
áreas de segurança, educação e saúde. O resto foi
para investimentos, preservando obras como as
do metrô e à duplicação da rodovia Tamoios. No
contingenciamento para investimentos, diz
Meirelles, a ideia é que a evolução das receitas
permita desbloquear os recursos até o fim do ano.
Ex-ministro da Fazenda do governo de Michel
Temer, Meirelles acredita numa evolução de
receitas em São Paulo acima da expansão média
da economia do país. Segundo o secretário, não
há perspectiva de elevar impostos. O avanço da
arrecadação, diz, virá com aumento da atividade.
A previsão de arrecadação para 2019 é de R$ 110
bilhões de ICMS e R$ 2,4 bilhões em royalties de
petróleo. "A expectativa é de que o Estado cresça
um pouco mais do que a média nacional, que haja
correlação de 1,2 ou, 1,3 em relação ao
crescimento do PIB do país". Segundo Meirelles,
isso acontecerá em parte como resultado da
atração de investimentos para o Estado.
O governo paulista possibilitará a negociação de
incentivos fiscais em troca do cumprimento de
metas, tanto para novos investidores quanto para
contribuintes já instalados. "Será uma negociação
com fixação de metas individuais. Para qualquer
incentivo, haverá exigência de contrapartida, para
novos incentivos ou para renovação dos
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existentes. Estamos vendo quanto poderemos dar
de incentivo. O critérios mais importantes são
emprego e atividade."
Segundo o secretário, não há definição de setores
prioritários ou de quando essas negociações irão
começar. Meirelles garante que a concessão de
benefícios será transparente, com divulgação das
condições dos incentivos concedidos.
Ao falar sobre mudanças na Previdência, o
secretário diz que essa é uma das medidas
necessárias para redução de despesas no Estado,
mas afirma que o governo paulista deve esperar a
aprovação da reforma da Previdência no plano
federal antes de propor mudanças em São Paulo.
"Daremos todo apoio à reforma no Congresso.
Isso abre um direcionamento e dá base
constitucional mais sólida para reformas
estaduais." Meirelles destaca que o presidente Jair
Bolsonaro terá "todas as condições" de aprovar a
reforma da Previdência, diferente das que o ex-
presidente Temer teve. "Há um novo governo
eleito pelo voto popular, uma nova composição do
Congresso."
A mudança de governo, porém, não deve mudar o
volume de recursos discricionários repassados
pela União ao Estado. "Compete aos Estados
querer sempre mais, mas os recursos da União são
finitos. As transferências discricionárias,
suplementares, que os Estados querem, são
limitadas. Não há essa margem toda para repassar
recursos federais. Temos a princípio R$ 22,5
bilhões em transferências federais. Se puder ser
mais, está bom, mas entendemos que isso não é
meramente decisão do presidente ou do ministro
da Fazenda. Há limitações sérias."
Candidato à Presidência da República pelo MDB
em 2018, Meirelles é cogitado para concorrer à
Prefeitura de São Paulo em 2020. O secretário,
porém, diz que "não tem no momento nem nunca
teve antes" nenhum plano político em relação à
prefeitura da capital paulista. "A princípio não
tenho intenção de me candidatar à prefeitura.
Quando estava na Fazenda, eu recebia essa
pergunta várias vezes sobre a candidatura à
Presidência, mas a decisão de fato eu tomei no
último dia", diz o ex-ministro. "À frente, vamos
resolver. Prefeitura, a princípio não tenho grande
interesse", reitera. Meirelles, no entanto, não nega
uma eventual candidatura para a Presidência ou
para governo estadual em 2022 e diz que a
decisão virá no futuro. "Isso vou decidir lá [na
frente]."
https://www.valor.com.br/brasil/6079729/sp-
usara-sabesp-para-cumprir-orcamento-este-ano-
diz-meirelles
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Meio ambiente também é assunto para a
economia
Por Mercedes Bustamante, Helder Queiroz e
Carlos Joly
Os primeiros dias de 2019 trouxeram mudanças
nas áreas de meio ambiente e em órgãos
associados aos povos indígenas e populações
tradicionais.
Embora a avaliação de políticas e de formas de
gestão seja sempre necessária, e certamente na
área ambiental há muito a ser aperfeiçoado, tais
mudanças, com a restruturação de órgãos entre
ministérios e a alteração na priorização de pautas
indicam uma grave miopia sobre o tema meio
ambiente e a sua relevância para o Brasil e o
mundo.
"Para todo problema complexo existe sempre uma
solução simples, elegante e completamente
errada", disse o jornalista americano H.L.
Mencken. Orientadas pelo forte apoio do setor
ruralista ao governo federal empossado, as
mudanças na gestão ambiental concentraram-se
no que esse setor considera como empecilhos às
suas atividades. Questões complexas inerentes ao
meio ambiente foram reduzidas, de forma
simplista, a uma discussão sobre o uso do solo.
Várias interações, humanas e ecológicas, entre
ecossistemas terrestres e aquáticos e populações
rurais e urbanas passaram ao largo das
preocupações daqueles com a responsabilidade de
governar para todos os brasileiros.
O modelo atual de uso dos recursos no Brasil
deveria estar no cerne das preocupações da nova
equipe econômica
O setor do agronegócio não é homogêneo.
Produtores que respeitaram a legislação ambiental
e trabalhista, produzindo com qualidade e alta
produtividade não podem ser confundidos com
grupos que se utilizam de grilagem, corrupção,
violência e que prosperam na especulação
fundiária.
A agricultura é uma atividade econômica
altamente dependente dos recursos naturais e
serviços ecossistêmicos. É também multifuncional
(produz mais do que alimentos, fibras ou energia)
com forte impacto em muitos elementos da
economia e em nossos ecossistemas.
As mudanças recentes que agradaram a parte do
setor ruralista constituem uma vitória de Pirro,
prejudicial ao vencedor e obtida por alto preço, a
ser pago por toda a sociedade brasileira. Tais
ações enfraquecem as políticas de mitigação e
adaptação às mudanças climáticas, de controle do
desmatamento, e de demarcação de terras
indígenas e territórios quilombolas com potenciais
prejuízos irreparáveis.
Tais posições não surpreendem, mas é
fundamental lembrar as conexões com duas
áreas-chave no novo governo - Economia e Justiça
e Segurança Pública - que não podem estar alheias
aos temas meio ambiente, os povos indígenas e
outras populações tradicionais.
A degradação ambiental impõe custos de longa
duração à economia, que resultam em perdas de
produção e de capital humano. A poluição do ar e
da água representam um pesado tributo,
acarretando sérios problemas de saúde e até
mesmo mortalidade prematura. Os impactos da
poluição são particularmente adversos para os
jovens, os idosos e os pobres.
Se houve recuo no discurso oficial sobre a saída
do Brasil do Acordo de Paris, a falta de prioridade
para as Mudanças Climáticas na nova estrutura do
Ministério do Meio Ambiente e a sua negação pelo
titular do Ministério das Relações Exteriores são
extremamente preocupantes.
A agricultura em larga escala, tão importante para
a nossa economia, depende de chuva na
quantidade, no momento e no local adequados.
Variações atípicas de temperatura prejudicam a
sua produtividade. Cerca de 65% da eletricidade
produzida no país, um dos motores da economia,
tem origem hídrica e também dependente de um
regime adequado de chuvas.
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O modelo atual de uso dos recursos no Brasil
deveria estar no cerne das preocupações da nova
equipe econômica, pois gera enormes passivos
que comprometem a capacidade de proteger a
população, e sobrecarregam as futuras gerações
com escolhas que reduzem as opções de
desenvolvimento.
Do lado da Justiça e Segurança Pública, é preciso
lembrar os fortes laços entre corrupção, crime,
desmatamento e degradação ambiental. O
suborno abre portas para atividades ilegais
associadas ao uso dos ambientes naturais e seus
recursos. São notórios os casos de corrupção em
obras de infraestrutura de duvidosos benefícios
socioambientais. O sucesso do Brasil no controle
do desmatamento em passado recente envolveu
ampla concertação de atores públicos e privados.
São essenciais o monitoramento das
regulamentações florestais e o uso de novas
tecnologias que possam coibir o comportamento
ilegal.
No campo da segurança pública, estudos apontam
que a qualidade ambiental e a saúde humana
estão ligados à redução do crime. Direitos não
podem ser garantidos em um ambiente
degradado. O direito fundamental à vida é
ameaçado pela degradação do solo,
desmatamento, exposição a resíduos tóxicos e
água potável contaminada. Mais justiça poderia
ser alcançada por meio do incentivo a arranjos
apropriados de governança local, ampliando a
capacidade dos envolvidos para avaliar as opções
de gestão do meio ambiente e dos recursos
naturais e apoiar a participação informada nas
decisões.
É preocupante a saída da Funai do Ministério da
Justiça e o esvaziamento de suas funções entre
três pastas diferentes. Hoje, minorias indígenas e
defensores ambientais e de direitos civis
enfrentam o perigo da injustiça e do abuso dos
direitos humanos.
O Brasil é a casa de centenas de povos indígenas
e outras populações tradicionais. Estudos
reconhecem a importância de seus conhecimentos
e práticas para o controle do desmatamento,
conservação da biodiversidade e segurança
alimentar.
O gozo dos direitos desses brasileiros pressupõe o
exercício de atividades tradicionais em territórios
protegidos por lei, com garantia de sua
participação efetiva nas decisões que os afetam,
O atraso nas demarcações de terras indígenas e
quilombolas gera conflitos inerentes à insegurança
jurídica de lado a lado o que só amplia a violência
que já grassa no Brasil.
O retorno da concepção assimilacionista dos povos
indígenas fere o ordenamento jurídico nacional e
o direito internacional. A Constituição Federal de
1988 acolheu o respeito à multiculturalidade. O
direito à diversidade cultural é um direito
fundamental.
Em um projeto de governo que se colocou para a
sociedade como o retorno da ética à política, cabe
recordar as bases éticas do Desenvolvimento
Sustentável: satisfazer as necessidades humanas,
garantir a justiça social e respeitar os limites
ambientais.
Restringir a questão ambiental a um gueto
delimitado pelas demandas de parte de um setor
específico, elude da sociedade brasileira a
possiblidade de crescimento econômico com
sustentabilidade, a garantia de direitos
constitucionais, e a redução das desigualdades
com respeito à diversidade
Mercedes Bustamante é professora titular da
Universidade de Brasília
Helder Queiroz é pesquisador do Instituto de
Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
Carlos Joly é professor titular da Universidade
Estadual de Campinas. O artigo é subscrito
também pela Coalizão Ciência e Sociedade que
reune cientistas de instituições de pesquisa de
todas as regiões brasileiras.
https://www.valor.com.br/opiniao/6079767/meio
-ambiente-tambem-e-assunto-para-economia
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Novo conselho da Petrobras terá
especialista em TI
Por Rodrigo Polito, André Ramalho e Nelson Niero
O governo Bolsonaro surpreendeu o setor
petrolífero e a própria Petrobras com a indicação
de Nivio Ziviani, especialista em tecnologia da
informação, para o lugar no conselho de
administração que seria originalmente de um
geólogo com longa experiência no mercado de
óleo e gás, John Forman, ex-diretor da Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP). Com a indicação, o novo
governo consolida o movimento de transformação
do perfil do conselho da estatal, marcado nos
últimos anos pela presença de especialistas em
governança, para um grupo multidisciplinar, em
linha com os desafios atuais da indústria
petrolífera mundial.
Ziviani foi indicado depois que Forman desistiu da
vaga, por causa do desgaste provocado por uma
condenação na Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) por uso de informação privilegiada na
negociação de ações. O ex-diretor da ANP recorreu
da decisão à Justiça.
Ziviani é professor emérito do departamento de
ciência da computação da UFMG. Seu currículo no
site da universidade diz que suas pesquisas giram
em torno de algoritmos, recuperação de
informação e aprendizado de máquina. Ele é
cofundador e diretor de pesquisa da Kunumi, uma
startup de inteligência artificial, além de membro
titular da Academia Brasileira de Ciências.
A indicação é uma novidade para uma empresa da
velha economia, que o economista Roberto
Campos costumava chamar de "Petrossauro".
Ziviani é acadêmico e empreendedor, uma
combinação rara no Brasil. Ele criou a empresa de
busca na internet Akwan, vendida em 2005 para o
Google. Em entrevista ao Valor em junho de 2015,
ele disse que usa "o chapéu de um pesquisador de
sucesso, que transforma conhecimento em
produto e serviço".
Para o diretor do Centro Brasileiro de
Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, a indicação
de Ziviani cria referências de interdisciplinaridade
e modernização ao principal órgão deliberativo da
petroleira. "A entrada de Ziviani cria uma noção
de interdisciplinaridade não só para o conselho,
mas para a companhia toda, o que poderá acelerar
o processo de digitalização", afirmou o
especialista.
A indicação foi bem recebida pelo próprio conselho
da companhia, segundo o Valor apurou,
principalmente pelo currículo e a experiência de
Ziviani. De acordo com a Petrobras, a indicação é
consistente com a ênfase à tecnologia da
informação no processo de mudança
transformacional para a maximização da geração
de valor para os acionistas e o Brasil.
A provável confirmação de Ziviani no cargo ajuda
a mudar o perfil do conselho da Petrobras, que era
fortemente baseado em governança, auditoria e
conformidade, como reflexo do trabalho de
recuperação da companhia após o esquema de
corrupção revelado pela Operação Lava-Jato.
O conselho que encerrou o ano passado tinha dois
especialistas em governança e auditoria (Nelson
Carvalho, presidente do conselho, e Francisco
Petros), três nomes ligados ao mercado financeiro
(Sônia Villalobos, Marcelo Mesquita e Ivan
Monteiro, presidente da estatal), um contador
(Jerônimo Antunes) e um especialista em direito e
administração (Durval Santos). Completavam o
colegiado uma especialista da área de óleo e gás
(Ana Zambelli), outra de sustentabilidade
(Clarissa Lins) e um pesquisador na área de fontes
renováveis (Segen Estefen).
Agora, considerando a atual composição do
conselho e os nomes indicados pela União, o
colegiado será formado por um militar (o
almirante Eduardo Leal Ferreira), um especialista
em petroquímica e telecomunicações (João Cox),
um especialista em tecnologia da informação
(Ziviani), um economista (Roberto Castello
Branco, novo presidente-executivo) e um técnico
na área de refino (Danilo Silva, representante dos
funcionários).
Data: 23/01/2019
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Além dos novos nomes, permanecem no colegiado
um contador, dois nomes do mercado financeiro,
um especialista em óleo e gás, um em
sustentabilidade e um em fontes renováveis.
https://www.valor.com.br/empresas/6079349/no
vo-conselho-da-petrobras-tera-especialista-em-ti
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