cobertura - como construir um telhado - watanabe

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1 http://www.ebanataw.com.br/roberto/telhado O Engenheiro Roberto Massaru Watanabe dá umas dicas para se construir um bom e tradicional telhado. NOTA: Todas as dicas desse site referem-se a um telhado tradicional feito com estrutura de madeira e coberto com telhas de barro tipo francesa. Como o assunto é muito extenso optamos em elaborar um site específico para cada tipo de cobertura. As matérias estão apresentadas na forma de capítulos, como se fosse uma aula. O conteúdo aqui apresentado destina-se a moradores que pretendem construir um bom telhado em sua casa, barraco ou oficina, isto é, uma obra de pequeno porte. Não valem para obras de médio e grande porte, devendo ser procurado um profissional habilitado como Arquiteto, Engenheiro, Técnico de Edificações, Telhadista, etc. para estes casos. Devido ao caráter pedagógico do site, suas páginas e textos podem ser livremente copiados, divulgados e impressos. Só não podem ser pirateados, isto é, copiados e depois divulgados como se fosse de sua autoria. O texto, as figuras e fotografias são todas registradas. A confecção de um telhado, por envolver questões de segurança, deve ser acompanhado por um profissional habilitado. Este irá definir a concepção, o cálculo, o dimensionamento e todos os detalhes para que o telhado exerça, efetivamente, as suas funções, protegendo as pessoas das intempéries e outros agentes externos. Além disso tudo, o profissional vai emitir um documento legal denominado Anotação de Responsabilidade Técnica onde vai ficar bem clara a responsabilidade dele na execução do seu telhado. Veja mais detalhes sobre a A.R.T. http://www.ebanataw.com.br/roberto/pericias/art.htm Você que passa por dificuldades financeiras e não pode pagar um Arquiteto ou Engenheiro, saiba que a Lei 11.888 permite acesso gratuito a serviços técnicas de engenharia e arquitetura como Projetos, Construção e Reformas http://www.ebanataw.com.br/roberto/ong/lei11888.htm Deseja que seja feita uma vistoria em sua casa, sobrado, apartamento, indústria ou condomínio? Peça já um orçamento http://www.ebanataw.com.br/roberto/pericias/pedido.htm COMO CONSTRUIR UM TELHADO 1- O que é Telhado 2- Normas aplicáveis a telhados 3- Tipos de estrutura para o telhado 4- Quais são as partes de um telhado 5- O Caimento do Telhado 6- Telhados Esconsos 7- Arejamento do Sótão 8- Tipos de Madeira para o telhado 9- Tipos de Telhas para o telhado 10- Características das Telhas 11- Propriedades das Telhas 12- Construção de um telhado etapa por etapa 13- Calhas, condutores e rufos 14- Custo etapa por etapa 15- Ensaio de Permeabilidade 16- Ensaio de Absorção de Água ANEXOS

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Page 1: Cobertura - Como Construir Um Telhado - Watanabe

1 http://www.ebanataw.com.br/roberto/telhado

O Engenheiro Roberto Massaru Watanabe dá umas dicas para se construir um bom e tradicional telhado. NOTA: Todas as dicas desse site referem-se a um telhado tradicional feito com estrutura de madeira e coberto com telhas de barro tipo francesa. Como o assunto é muito extenso optamos em elaborar um site específico para cada tipo de cobertura. As matérias estão apresentadas na forma de capítulos, como se fosse uma aula. O conteúdo aqui apresentado destina-se a moradores que pretendem construir um bom telhado em sua casa, barraco ou oficina, isto é, uma obra de pequeno porte. Não valem para obras de médio e grande porte, devendo ser procurado um profissional habilitado como Arquiteto, Engenheiro, Técnico de Edificações, Telhadista, etc. para estes casos. Devido ao caráter pedagógico do site, suas páginas e textos podem ser livremente copiados, divulgados e impressos. Só não podem ser pirateados, isto é, copiados e depois divulgados como se fosse de sua autoria. O texto, as figuras e fotografias são todas registradas. A confecção de um telhado, por envolver questões de segurança, deve ser acompanhado por um profissional habilitado. Este irá definir a concepção, o cálculo, o dimensionamento e todos os detalhes para que o telhado exerça, efetivamente, as suas funções, protegendo as pessoas das intempéries e outros agentes externos. Além disso tudo, o profissional vai emitir um documento legal denominado Anotação de Responsabilidade Técnica onde vai ficar bem clara a responsabilidade dele na execução do seu telhado. Veja mais detalhes sobre a A.R.T.

http://www.ebanataw.com.br/roberto/pericias/art.htm Você que passa por dificuldades financeiras e não pode pagar um Arquiteto ou Engenheiro, saiba que a Lei 11.888 permite acesso gratuito a serviços técnicas de engenharia e arquitetura como Projetos, Construção e Reformas

http://www.ebanataw.com.br/roberto/ong/lei11888.htm Deseja que seja feita uma vistoria em sua casa, sobrado, apartamento, indústria ou condomínio? Peça já um orçamento

http://www.ebanataw.com.br/roberto/pericias/pedido.htm

COMO CONSTRUIR UM TELHADO

1- O que é Telhado

2- Normas aplicáveis a telhados

3- Tipos de estrutura para o telhado

4- Quais são as partes de um telhado

5- O Caimento do Telhado

6- Telhados Esconsos

7- Arejamento do Sótão

8- Tipos de Madeira para o telhado

9- Tipos de Telhas para o telhado

10- Características das Telhas

11- Propriedades das Telhas

12- Construção de um telhado etapa por etapa

13- Calhas, condutores e rufos

14- Custo etapa por etapa

15- Ensaio de Permeabilidade

16- Ensaio de Absorção de Água

ANEXOS

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1- O QUE É TELHADO

Entende-se como TELHADO qualquer cobertura que sirva de proteção.

Numa casa, o telhado é a cobertura que fecha, por cima, a casa, evitando a entrada de chuva, sol e vento. Diz-se que a casa tem telhado ou que a casa está coberta por um telhado.

Há também expressões populares do tipo "faço o que me dá na telha" que significa, "faço aquilo que me vem na cabeça".

O telhado pode ser feito com diversos tipos de materiais. Os índios e comunidades do interior fazem o telhado com ramos ou folhas de árvores como o sapé.

Nas casas é comum a confecção do telhado com telhas de barro apoiadas sobre uma estrutura de madeira. Nas fábricas é comum a confecção do telhado com telhas onduladas de fibrocimento apoiadas sobre uma estrutura metálica.

Um bom telhado deve oferecer proteção: 1 - Proteção contra as chuvas; 2 - Proteção contra os ventos; 3 - Proteção contra os raios solares; 4 - Proteção contra gatunos (ladrões); 5 - Proteção térmica (calor); 6 - Proteção acústica (barulho). O telhado pode, ainda, apresentar uma série de outras finalidades. Veja alguns casos.

Pode ser um telhado simples com a finalidade de evitar a chuva ou pode ser um telhado com estilo

e funcionalidade abrigando um sótão para depósito ou para um quarto extra.

Pode ser uma simples lona estendida com cordas como num circo ou pode definir um estilo arquitetônico como na Basílica de

Aparecida.

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Pode ser feita com peles de animais costuradas em torno de galhos de árvore ou conjuntos enormes para

abrigar famílias inteiras e montadas sobre estrutura de madeira amarrada e

cobertas por sapé.

Pode ter uma forma que lembra as velas dos barcos como na Ópera de Sidney ou uma estrutura

complexa, cheia de estilo, como na Catedral de Notre Dame.

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2- NORMAS BRASILEIRAS APLICÁVEIS A TELHAS E TELHADOS NOTA: Na edição de 15/01/2010 do jornal O Estado de S Paulo, Watanabe sugere que a norma NBR-10844 seja revisada tendo em vista as Mudanças Climáticas ocorridas nas últimas décadas. Veja matéria no anexo ao final dessa apostila. NBR-5642 – Telha Ondulada e Chapa Estrutural de Fibrocimento – Determinação da Impermeabilidade – Prescreve o método de determinação da impermeabilidade em telhas onduladas e chapas estruturais de fibrocimento. NBR-5643 – Telha de Fibrocimento – Verificação da Resistência a Cargas Uniformemente Distribuídas - Prescreve o método para a verificação da resistência de telhas de fibrocimento, quando solicitadas por cargas uniformemente distribuídas. NBR-5720 – Coberturas - Fixa condições exigíveis a coberturas utilizadas na construção coordenada modularmente NBR-6462 – Telha Cerâmica Tipo Francesa – Determinação da Carga de Ruptura e Flexão – Prescreve método para determinação da carga de ruptura à flexão em telhas cerâmicas tipo francesa. NBR-6468 – Telha ondulada de Fibrocimento – Determinação da Resistência à Flexão – Prescreve o método para determinação da carga de ruptura à flexão em telhas onduladas de fibrocimento. NBR-6470 – Telha Ondulada de Fibrocimento – Determinação da Absorção de Água – Prescreve o método de determinação do teor de absorção de água em telhas onduladas de fibrocimento. NBR-7172 – Telha Cerâmica Tipo Francesa – Fixa condições exigíveis para aceitação de telhas cerâmicas tipo francesa, destinadas à execução de telhados de edificações. NBR-7196 – Folha de Telha Ondulada de Fibrocimento – Fixa condições exigíveis nos projetos e execuções de coberturas e fechamentos laterais com telhas onduladas de fibrocimento. NBR-7581 – Telha Ondulada de Fibrocimento – Fixa condições exigíveis no recebimento de telhas onduladas de fibrocimento, destinadas a coberturas e fechamentos laterais. NBR-8038 – Telha Cerâmica Tipo Francesa – Forma e Dimensões – Padroniza forma e dimensões, com respectivas tolerâncias, de telha cerâmica tipo francesa, para coberturas de edificações em geral. NBR-8039 – Projeto e execução de Telhados com Telhas Cerâmicas tipo Francesa – Fixa condições exigíveis para o projeto e a execução de telhados com telhas do tipo francesa. NBR-8055 – Parafusos, Ganchos e Pinos Usados para a Fixação de Telhas de Fibrocimento – Dimensões e Tipos – Padroniza principais tipos, dimensões e o tratamento superficial dos parafusos, ganchos chatos, pinos com rosca, porca e ganchos com rosca e porca a serem utilizados na fixação das telhas de fibrocimento. NBR-8947 – Telha Cerâmica – Determinação da Massa e da Absorção de Água – Prescreve o método para a determinação da massa e da absorção d´água em telhas cerâmicas. NBR-8948 – Telha Cerâmica – Verificação da Impermeabilidade – Prescreve o método para a verificação da impermeabilidade de telhas cerâmicas. NBR-9066 – Peças Complementares para Telhas Onduladas de Fibrocimento – Funções, Tipos e Dimensões – Padroniza funções, tipos e dimensões nominais básicas das principais peças complementares para telhas onduladas de fibrocimento. NBR-9598 – Telha Cerâmica de Capa e Canal Tipo Paulista – Dimensões – Padroniza formas e dimensões, com respectivas tolerâncias, de telha cerâmica de capa e canal tipo paulista, para cobertura de edificações em geral. NBR-9599 – Telha cerâmica de Capa e Canal Tipo Plan – Dimensões – Padroniza forma e dimensões, com respectivas tolerâncias de telha cerâmica de capa e canal tipo Plan, para cobertura em geral. NBR-9600 – Telha Cerâmica de Capa e Canal Tipo Colonial – Dimensões – Padroniza forma e dimensões, com respectivas tolerâncias, de telha cerâmica de capa e canal tipo colonial, para cobertura de edificações em geral. NBR-9601 – Telha Cerâmica de Capa e Canal – Fixa condições exigíveis para aceitação de telhas cerâmicas de capa e canal, destinadas à execução de telhados de edificações, e abrange os tipos: plan, colonial e paulista. NBR-9602 – Telha Cerâmica de Capa e Canal – Determinação de Carga de Ruptura à Flexão – Prescreve o método para determinação da carga de ruptura à flexão em telha cerâmica de capa e canal, englobando os tipos: plan, colonial e paulista. NBR-10844 - Instalações Prediais de Águas Pluviais.

NOTA: Esta relação é parcial englobando a maior parte dos casos. Para uma realação completa consulte a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – www.abnt.org.br

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3- TIPOS DE ESTRUTURAS

Dependendo do que se pretende cobrir, as estruturas podem assumir formas diferentes.

O telhado mais simples é aquele que tem apenas 1 água:

Veja um telhado de 2 águas:

O telhado pode ter muitas águas:

_______________________________________________________________________________________________

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4- AS PARTES DE UM TELHADO

Cada tipo de telhado é composto por partes próprias. Assim, um telhado industrial é composto por telhas e estrutura metálica. Esta por sua vez compõe-se de tesoura, terças, banzos, treliças e outras peças. No caso deste site, desenvolvemos todas as idéias em cima de um telhado convencional de telhas cerâmicas apoiadas sobre uma estrutura de madeira, de modo que veremos apenas os componentes deste tipo de telhado.

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5- CAIMENTO A função princiopal de um telhado é proteger a casa da chuva. Porisso, todo telhado precisa ter um CAIMENTO para escoar a água da chuva. Entende-se por Caimento a inclinação do plano da água do telhado. Quanto mais forte for o caimento, mais inclinado será o telhado. Causa uma boa impressão estética, mas um telhado com grande caimento consome mais telhas, mais madeira e também dificulta a manutenção.

Nos países que tem neve, o telhado precisa ser bem inclinado para que a neve não venha a se acumular no telhado pois o peso da neve pode afundar o telhado. O caimento é determinado, normalmente, pelo efeito estético que se pretende dar à casa. Pode-se também pensar em aproveitar o sótão para instalar mais um dormitório (mansarda) e colocar no plano do telhado uma janela (trapeira) - Neste caso o telhado deve ter um caimento acentuado para permitir que as pessoas andem livremente pela mansarda.

Caimentos baixos utilizam menos materiais (menos telhas e menos madeiras) - Entretanto devemos ter o cuidado de escolher um caimento mínimo para atender a duas finalidades: 1 - Caixas d'água e outros dispositivos que vamos colocar no sótão requerem determinados espaços. No caso da caixa d'água, além do espaço da caixa, vamos precisar de um espaço adicional para podermos limpar a caixa pelo menos uma vez por ano.

2 - O fabricante das telhas indica o Caimento Mínimo. Esse caimento mínimo depende do desenho da telha e das ranhuras projetadas pelo fabricante para evitar a penetração da água da chuva em dias de vento forte. Mesmo telhas de um mesmo modelo podem apresentar Caimentos Mínimos diferentes dependendo do fabricante.

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Veja, por exemplo, o Caimento Mínimo recomendado por fabricantes diferentes para a telha do tipo Francesa:

FABRICANTE QUANTIDADE DE TELHAS POR METRO QUADRADO

PESO DE UMA TELHA (SECA)

DIMENSÕES CAIMENTO MÍNIMO

DO TELHADO

Fabricante 1 18 2.550 38X22 30%

Fabricante 2 16 2.700 40X24 30%

Fabricante 3 16 2.600 40X25 30%

Fabricante 4 16 2.800 38X24 45%

Fabricante 5 17 2.400 40X22 36%

Fabricante 6 17 2.500 40X22 50%

Recebemos muitas solicitações indagando o caimento mínimo para determinadas telhas, mas evitamos responder, pois esse número é próprio para cada modelo de telha e deve ser fornecido pelo Fabricante da telha. Existem sites na INTERNET informando esse número, mas recomendamos não adotar tais números, pois o risco é muito grande de vir a ocorrer infiltrações de água da chuva em dias de vento forte. No nosso trabalho de mais de 30 anos de vistorias já encontramos diversos casos de infiltrações de água pelo telhado causado por caimento menor que o mínimo requerido pelo fabricante. Outro motivo para escolhermos um Caimento alto para o telhado é quando a casa está localizada numa floresta ou próxima a árvores de grande porte. Árvores são muito boas do ponto de vista da ecologia, entretanto costumam soltar muitas folhas. Se o telhado tiver um caimento muito baixo, as folhas vão ficar se acumulando no telhado e isso vai exigir que alguém suba no telhado para fazer a limpeza. Para evitar esse trabalho, recomendamos fazer o telhado com caimento alto e não instalar calhas nas beiradas do telhado. O caimento é um número dado em porcentagem, exemplo 30%, e representa o quociente entre a altura H e a largura L da Água do telhado. Exemplo: Uma casa tem um telhado com duas águas, com altura H = 1,20m e largura L = 3,75m. O caimento do telhado será C = 1,20/3,75 = 0,32 ou 32%.

Como calcular a altura H a partir da largura L: Basta multiplicar a largura pelo caimento H = L X C. Vamos supor que fixamos o caimento em C = 28% e a largura da Água seja L = 4,20. Então, a altura será H = 4,20X0,28 = 1,176m.

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6- TELHADO ESCONSO

Telhado ESCONSO é aquele telhado cuja linha periférica é formada por uma figura geométrica que não é um paralelogramo. Ocorre quando queremos cobrir uma área como a abaixo:

O telhado vai ter um aspecto como o da figura seguinte, com uma ponta mais alta que a outra:

Quanto, esta ponta é mais alta que a outra? Vemos ver como se calcula.

Vamos chamar de (pronuncia-se DELTA ÉLE) a diferença de largura de uma parede a outra.

Vamos chamar de (pronuncia-se DELTA AGÁ) a diferença de altura de uma parede a outra. Note que H é a

altura do telhado no lado mais baixo e a diferença que um dos lados tem em relação ao outro.

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A fórmula que dá a diferença é a seguinte:

EXEMPLO: Largura da casa: De um dos lados L1 = 4,65m e do outro L2 = 6,11m Caimento do Telhado: C = 36% Altura do telhado no lado mais baixo: H1 = 4,65X0,36 = 1,67m

Esconsidade da casa: = L2 - L1 = 1,46m

Diferença de altura do telhado: = 1,46X1,67/4,65 = 0,52

Altura do telhado no lado mais alto: H2 = H1 + = 1,67 + 0,52 = 2,19m Resumindo, a parede dos fundos vai ter de um lado a altura H1 = 1,67m e do outro a altura H2 = 2,19m

7- AREJAMENTO DO SÓTÃO

As telhas recebem os raios do sol. Mesmo tendo um alto poder de isolamento, uma parte do calor é transmitido pelas telhas para o ar do interior do sótão que fica em contato com as telhas. Quando o ar quente do sótão não tem saída, ele vai ficar preso e transmitir seu calor para o forro ou laje de forro causando o aquecimento do quarto mesmo à noite. Por isso é importante que haja aberturas que promovam o arejamento do sótão. No caso das telhas cerâmicas em geral não é necessária esta preocupação, pois seus encaixes não vedam totalmente deixando uma pequena fresta entre uma telha e outra. O vento pode entrar e sair por estas frestas.

A figura Nº 1, abaixo, apresenta um esquema em que o vento ao atingir o telhado no barlavento cria uma pressão positiva que promove a entrada do ar fresco para dentro do sótão. No outro lado do telhado, no sota-vento, a inércia do vento produz uma pressão negativa que "puxa" o vento de dentro do sótão para fora.

Esse mecanismo de entrada e saída do vento mantém fresco o ar do sótão.

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Figura 1: Arejamento do sótão feito pelas frestas das telhas.

Quando o vento encontra um telhado, a superfície que faz frente para esse vento que chega chama-se BARLAVENTO e o outro lado onde o vento vai embora chama-se SOTAVENTO. Outros tipos de telhas como as telhas de fibrocimento, as telhas de chapa galvanizadas, as telhas de alumínio e as telhas plásticas não deixam nenhuma fresta entre uma telha e outra de modo que é necessária a instalação, com espaçamento adequado, de telhas de ventilação. O mercado oferece diversos tipos de telhas de ventilação, sendo as mais comuns:

Figura 2: Telha para Ventilação do Sótão.

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Figura 3: Telha para Clarabóia.

Figura 4: Parte de catálogo de fabricante mostrando a entrada de ar por baixo da clarabóia.

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Veja os tipos de madeiras que serão empregadas no telhado:

RIPA

1 X 5

SARRAFO

3 X 5

CAIBRO

5 X 6 5 X 7

BARROTE

5 X 9

VIGA

6 X 12 6 X 16 6 X 19

9- TIPOS DE TELHAS São Muitos os tipos de telhas, mas os mais comuns são as seguintes: Telha tipo francesa: Telha Tipo Colonial: Telha Tipo Paulista:

Telha Tipo PLAN:

Cada modelo de telha possui suas próprias exigências de sobreposição, encaixe e fixação. Consulte o fabricante, peça catálogo da telha para o seu fornecedor. As exigências variam não só de modelo como de fabricante para fabricante. Veja, por exemplo, que as características da telha do tipo francesa variam muito:

FABRICANTE QUANTIDADE DE TELHAS POR METRO QUADRADO

PESO DE UMA TELHA (SECA)

DIMENSÕES INCLINAÇÃO MÍNIMA

DO TELHADO

Fabricante 1 18 2.550 38X22 30%

Fabricante 2 16 2.700 40X24 30%

Fabricante 3 16 2.600 40X25 30%

Fabricante 4 16 2.800 38X24 45%

Fabricante 5 17 2.400 40X22 36%

Fabricante 6 17 2.500 40X22 50%

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A quantidade de telhas por metro quadrado varia porque cada fabricante tem uma fôrma própria com dimensões e sobreposições próprias. Não há padrão para dimensões das telhas. É por isso que, ao substituir uma telha quebrada, a nova não encaixa direito no lugar da velha.

O peso varia muito, já que a espessura também varia. A resistência da telha depende da qualidade da argila empregada na sua fabricação. Argilas de boa qualidade resultam em telhas finas e leves.

A inclinação mínima varia em função da sobreposição e da espessura da telha. Telhas mais grossas vão exigir maiores inclinações. Não faça telhados com pouca inclinação senão o vento contrário represará a água causando o vazamento pela borda superior.

Lembre ao projetista do telhado de não esquecer de levar em consideração o peso da telha MOLHADA e também a ação do vento em dias de tempestade. Os problemas com telhados em dias de chuva ocorrem devido ao projetista ter esquecido desses pequenos detalhes.

10- TELHAS – CARACTERÍSTICAS

Veja as características fisícas (dimensões e pesos) das telhas mais comuns. TELHAS DE BARRO:

SEQ TELHA caimento mínimo peso unitário

(kgf) cobertura (peças

por metro quadrado) peso seco (kgf/m2)

peso molhado

1 Francesa 45 2,8 16 45 54

2 Colonial 35 2,5 24 60 72

3 Paulista 35 2,5 26 60 72

TELHAS DE CONCRETO:

SEQ TELHA caimento mínimo peso unitário

(kgf) cobertura (peças

por metro quadrado) peso seco (kgf/m2)

peso molhado

1 Padrão 30 4,7 18 49 49

TELHAS DE FIBROCIMENTO:

SEQ TELHA caimento mínimo peso seco (kg/m2)

peso molhado

1 Ondulada 6 mm 9 18 19

2 Ondulada 8 mm 9 24 25

3 Canalete 45 5 24 25

4 Canalete 90 9 24 25

TELHAS DE AÇO:

SEQ TELHA LARGURA

(cm) COMPRIMENTO

(metros) peso seco (kg/m2)

1 Ondulada 110 1 A 12 4,4

2 Trapezoidal 110 1 A 12 13,8

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TELHAS DE ALUMÍNIO:

SEQ TELHA peso seco (kg/m2)

1 Ondulada 0,4 mm 1,33

2 Ondulada 0,7 mm 2,33

3 Ondulada 1,0 mm 3,33

4 Trapezoidal 0,4 mm 1,36

5 Trapezoidal 0,7 mm 2,39

6 Trapezoidal 1,0 mm 3,41

11- TELHAS - PROPRIEDADES Veja as propriedades mais comuns das telhas.

ISOLAMENTO TÉRMICO: Propriedade do material de que é feita a telha capaz de não permitir a passagem do calor de uma face para a outra.

Figura 1:

Condutibilidade é a propriedade que os corpos têm de ser condutores de calor, eletricidade, etc. A condutibilidade é

representada por um coeficiente (letra grega lâmbda ) que exprime a quantidade de calor (Watts) que passa por um corpo de determinada espessura (metros) perante uma diferença de temperatura (Celsius). Veja uma tabela com a condutibilidade de alguns materiais no anexo desta apostila. IMPERMEABILIDADE: Propriedade do material de que é feita a telha capaz de não permitir a passagem de água de uma face para a outra.

Figura 2:

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Duas propriedades devem ser verificadas antes da aceitação de um lote de telhas cerâmicas: A Absorção de Água e a Permeabilidade. ABSORÇÃO DE ÁGUA: A absorção de água é determinada pelo Ensaio de Absorção, feito de acordo com a norma brasileira NBR-8947 – Telha Cerâmica – Determinação da Massa e da Absorção de Água – Prescreve o método para a determinação da massa e da absorção d´água em telhas cerâmicas. Veja mais detalhes no capítulo 16. PERMEABILIDADE: A Permeabilidade (capacidade de permear, de passar por dentro de) também identificável por Impermeabilidade que é a capacidade contrária, isto é, de não permear, de não conseguir passar por dentro de, é determinada pelo Ensaio de Permeabilidade feita conforme a norma brasileira NBR-8948 – Telha Cerâmica – Verificação da Impermeabilidade – Prescreve o método para a verificação da impermeabilidade de telhas cerâmicas. Veja mais detalhes desse ensaio no capítulo 15. ISOLAMENTO ACÚSTICO: Propriedade do material de que é feita a telha capaz de não permitir a passagem do som de uma face para a outra.

12- ETAPA POR ETAPA Percorra as Etapas de construção de um Telhado.

12.1- Construção do Apoio

Quando terminar de levantar as paredes, faça um bom arremate.

Verificar se o Pé Direito tem pelo menos 2,70 metros. Teto muito baixo torna os ambientes escuros e mal ventilados. Com o tempo fica um cheiro de bolor. Quando a cota da parede chegar em 2,60 m preparar uma viga de amarração: Assentar tijolos em espelho nos dois lados da parede formando uma canaleta entre eles. Colocar 4 ferros longitudinais de 3/8" (10 mm). No local onde vai ser colocada a tesoura, colocar 2 ferros verticais de 1/4" (6,3 mm). Estes ferros servirão para ancorar a tesoura na alvenaria. Concretar com concreto 1:3:4.

Espere secar.

Coloque a Viga de Apoio. Deve ficar bem no meio da parede. A Viga de Apoio serve para distribuir a carga da Tesoura e pode ser feita de uma viga 6X12 com 40 centímetros de comprimento. A distância do meio da parede até o meio da parede do outro lado será o Vão da Tesoura.

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Cuidado! a linha de centro da Empena, a linha de cento da Linha e a linha de centro da viga de apoio devem cruzar num único ponto.

Quando isso não é obedecido, haverá concentração de esforços fora do ponto de apoio e pode acontecer coisas como a da foto seguinte:

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12.2- Construção da Linha

A linha é confeccionada com uma viga 6X12 e deve ter um comprimento maior que o Vão. Recebe 2 entalhes, um em cada lado, onde vão ser encaixadas as Empenas.

COMO FAZER? O segredo da estabilidade da tesoura está no encaixe perfeito entre a Empena e a Linha. Se esse encaixe for mal realizado, o telhado ficará torto. Isso significa uma telhado feio e também um telhado que poderá permitir a infiltração da água nos dias de chuva forte. Por isso deve-se dar uma atenção especial nesse encaixe. Veja a seguir, etapa por etapa, como proceder para que o entalhe na Linha seja bem feito. Etapa 1: Marcar o vão.

Etapa 2: Marcar a inclinação da Empena com o auxílio de um Barbante:

Etapa 3: Marcar a linha de Corte do Apoio

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etapa 4: Marcar a linha de Corte do Alinhamento

Etapa 5: Cortar a Empena e marcar as linhas de Corte na Linha

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Etapa 6: Cortar o Entalhe da Linha:

Etapa 7: Conferir se a Empena se encaixa perfeitamente na Linha:

Cuidado! a linha de centro da Empena, a linha de cento da Linha e a linha de centro da viga de apoio devem cruzar num único ponto. EMENDA DA LINHA: Caso seja necessário fazer uma emenda em uma Linha, faça conforme o desenho a seguir:

12.3- Construção do Pendural

O Pendural é peça estratégica da tesoura e serve para segurar a linha para que ela não fique abaulada. Cuidado! algumas pessoas pensam que o Pendural serve para apoiar as Empenas mas é justamente o contrário: O Pendural é que se apoia nas Empenas, isto é, o Pendural é que fica pendurado nas Empenas, enquanto que a Linha fica pendurada no Pendural.

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COMO FAZER?

Estude bem o desenho a seguir:

Na montagem do pendural, tomar os seguintes cuidados:

12.4- Construção da Empena

A Empena é também uma peça estratégica da tesoura, serve para segurar as terças e deve ficar bem encaixada entre o Pendural e a Linha. COMO FAZER?

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Etapa 1: Coloque a Linha e o Pendural sobre a Empena e marque as linhas de corte:

Etapa 2: Confira se o corte foi bem feito para um encaixe perfeito, tanto no lado da Linha como no lado do Pendural:

CUIDADOS NA MONTAGEM DA EMPENA: Os ventos podem axercer uma pressão negativa e tentar levantar o telhado. Então a Empena deve ser presa à Linha por meio de Grampos com parafusos.

Prender bem a Linha com o Ferro que foi chumbado na Viga de Amarração.

Fazer um pequeno entalhe na Empena e na Linha para o Grampo não escorregar.

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O Grampo pode ser adquirido em Lojas de materiais para construções. Existem diversas medidas (largura e comprimento).

12.5- Construção da Diagonal

A Diagonal é também uma peça estratégica da tesoura, serve para segurar as terças e deve ficar bem encaixada entre o Pendural e a Empena. COMO FAZER? Oriente-se pelo desenho:

12.6- Construção da Diagonal

A Diagonal é também uma peça estratégica da tesoura, serve para segurar as terças e deve ficar bem encaixada entre o Pendural e a Empena. COMO FAZER?

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Oriente-se pelo desenho:

12.7- Construção das Terças

As Terças são peças que servem para apoiar os caibros. Sem as terças, os caibros ficariam muito abaulados.

Então, colocamos uma Terça para evitar que os Caibros fiquem abaulados:

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Pode ser que seja necessário mais que uma Terça:

COMO FAZER? Determine a quantidade de Terças seguindo os valores apresentados na tabela seguinte

VÃO MÁXIMO DAS TERÇAS [Lt]

VÃO DOS CAIBROS [Lc] Grupo de Madeira conforme seu tipo

A B C A B C

1,00 a 1,20 2,70 2,85 3,10 3,30 3,50 3,85

1,21 a 1,40 2,55 2,70 2,95 3,15 3,30 3,60

1,41 a 1,60 2,40 2,60 2,80 3,00 3,15 3,45

1,61 a 1,80 2,30 2,45 2,70 2,85 3,05 3,30

1,81 a 2,00 2,25 2,40 2,60 2,75 2,90 3,20

2,01 a 2,20 2,30 2,50 2,80 3,10

2,21 a 2,40 2,45 3,00

2,41 a 2,60 2,35 2,90

Terça de 6 X 12 Terça de 6 X 16

Fonte: IPT = Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo Tabela válida para telhados com telhas de cerâmica tipo Francesa. Para outros tipos de telhas os valores são outros.

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Lr = Vão da Ripa = 50 centímetros.

GRUPOS DE MADEIRAS

Grupo A Grupo B Grupo C

amendoin canafístula guarucaia

jequitibá branco laranjeira

peroba rosa

cabriúva parda cabriúva vermelha

caovi coração de negro

cupiuba faveiro garapa

guapeva louro pardo mandigau

pau cepilho pau marfim pau pereira

sucupira amarela

anjico preto guarantã

taiuva

As madeiras do Grupo C são as mais duras. Tão duras que se você tentar enfiar um prego ela vai rachar. Então recomenda-se que o prego seja pregado fazendo, antes, um furo com a furadeira. Além de serem duras para se enfiar o prego, elas são duras também para serrar. Então é melhor escolher uma madeira mais mole - você vai acabar utilizando mais madeira, mas o serviço anda muito mais depressa.

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Na escolha da madeira devemos levar em consideração o custo de transporte da mesma. Não adianta encontrar madeira boa em local distante, pois iremos gastar muito dinheiro para transportar essas madeiras até o local da obra. NO COMÉRCIO VOCÊ NÃO ENCONTROU TERÇA NO COMPRIMENTO NECESSÁRIO PARA O TELHADO? POSSO EMENDAR A TERÇA? As terças são peças que funcionam à flexão de modo que não podem ser emendadas em qualquer posição. Se você olhar para um diagrama de momentos fletores, verá que na borda onde ela está simplesmente apoiada, o momento fletor é ZERO enquanto que nos apoios intermediários, o momento fletor é alto. Começando com o valor ZERO, o momento fletor vai aumentando, sempre tracionando a parte de baixo da terça. Mais ou menos no meio do vão o momento fletor atinge o valor máximo e daí começa a diminuir até chegar a ZERO, antes do apoio. A partir desse ponto, o momento fletor começa a aumentar só que desta vez começa a tracionar a parte de cima da terça até chegar ao apoio onde o valor do momento fletor é máximo. O valor nesse ponto é mais ou menos o dobro do valor no meio do vão. A emenda da terça deve ser feita nesse ponto onde o momento fletor é ZERO. Você tem duas alternativas para fazer essa emenda. Veja abaixo:

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12.8- Construção dos Caibros

Os caibros são as peças que apoiam as Ripas. Deve-se tomar o cuidado de não deixar vãos muito grandes, pois o caibro não vai aguentar o peso das telhas e vai envergar.

Então, colocamos uma Terça para evitar que os Caibros fiquem abaulados:

COMO FAZER? Determine a quantidade de Terças conforme o tipo de madeira e dimensões do Caibro.

VÃO MÁXIMO DOS CAIBROS [Lc]

TIPO DO CAIBRO Grupo de Madeira conforme seu tipo

A B C

Caibro de 5 X 6 1,40 1,60 1,90

Caibro de 5 X 7 1,90 2,20 2,50

Fonte: IPT = Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Tabela válida para telhados com telhas de cerâmica tipo Francesa. Para outros tipos de telhas os valores são outros.

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Lr = Vão da Ripa = 50 centímetros.

GRUPOS DE MADEIRAS

Grupo A Grupo B Grupo C

amendoin canafístula guarucaia

jequitibá branco laranjeira

peroba rosa

cabriúva parda cabriúva vermelha

caovi coração de negro

cupiuba faveiro garapa

guapeva louro pardo mandigau

pau cepilho pau marfim pau pereira

sucupira amarela

anjico preto guarantã

taiuva

EMENDA DE CAIBROS: Caso seja necessário emendar os caibros, não faça a emenda em qualquer lugar. Produre fazer a emenda bem em cima de uma Terça.

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12.9- Construção das Ripas

As Ripas são as peças que apoiam as Telhas.

Figura 1: Confecção do Gabarito da Ripa.

A distância entre uma Ripa e outra vai depender do fabricante da Telha. infelizmente os fabricantes não seguem um padrão único de tamanho de Telha. Já encontrei diferenças significativas entre lotes diferentes de um mesmo modelo de telha. Explicando melhor: haviamos comprado um lote grande telhas de determinado fabricante. Durante a construção efetuamos algumas mudanças no projeto e algumas áreas foram aumentadas. Então tivemos que comprar mais 2.000 telhas. Para não ter problemas com a cor ou com o encaixe tomamos o cuidado de comprar do mesmo fabricante e do mesmo modelo de telha. Entretanto as novas telhas não encaixavam no madeiramento já feito pois eram ligeiramente maiores que as telhas anteriores. O fabricante explicou que eles tem duas olarias em cidades diferentes e que há diferenças nos produtos. Aliás, é por causa disso que devemos guardar algumas telhas no sótão pois quando alguma telha quebrar, dificilmente encontraremos telhas exatamente do mesmo tamanho. COMO FAZER? Meça a distância necessária montando um trecho de telhado.

Confeccione um Gabarito com a distância determinada.

Pregue as Ripas usando o Gabarito.

Inicie pregando as ripas pela primeira fiada de cima, junto à cumeeira. Procure fazer com que a última fiada de cima acabe com telhas "inteiras".

Oriente-se pelo desenho seguinte:

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Figura 2: Posição das ripas junto à cumeeira.

CUIDADOS: Na montagem das telhas, tomar o cuidado para que cada telha fique bem incaixada nas demais. Não deixar muito apertado.

Veja na foto abaixo um erro muito comum:

Figura 3: Telhas mal encaixadas.

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As telhas estão mal encaixadas. Então, a água da chuva vai cair bem no meio do vão entre uma telha e outra.

12.10- Construção das Ferragens

Algumas peças precisam de Ferragens para complementar a rigidez do conjunto. COMO FAZER?

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13- CALHAS, RUFOS E CONDUTORES Os componentes e obras que consideram as chuvas e suas conseqüências precisam fixar "determinada" chuva para poderem ser dimensionadas. Então para o cálculo das dimensões de uma calha de um telhado precisamos fixar "uma certa chuva". Para a "fixação" da chuva devemos considerar a importância da obra e os danos causados pela inundação. Asism, em algumas obras como estábulos e campos de futebol podemos admitir que os mesmos sejam inundados, de vez em quando. Deste modo, as obras para a captação, condução e destino das águas pluviais serão de menor porte e, portanto, mais baratas. Mas essa tentativa de economia não se aplica na maioria das obras. As calhas de um telhado não devem transbordar inundando a casa, a ponte sobre um rio não pode ser arrastada, o bueiro de uma estrada não pode ficar afogado, as águas da represa não pode passar por cima da barragem, um rio não pode transbordar inundando as ruas e casas. As conseqüências de uma inundação são prejuizos materiais, econômicos e até humanos - Há conflito de interesses. As entidades reguladoras como o INMETRO, ABNT, DNIT e outras baixam normas que fixam as chuvas em função de determinados parâmetros técnicos. Na sequencia, fabricantes de tubos, conexões, calhas e condutores emitem tabela que correlacionam seus produtos a diversos volumes de chuvas. A norma brasileira NBR-10844, por exemplo, diz que num período de 25 anos pode chover uma chuva de até 126 milímetros por hora em Aracajú e de até 230 em Belo Horizonte e 152 em Blumenau. Em Jacarepaguá, no Estado do Rio de janeiro, não chove mais do que em Blumenau, isto é, a chuva máxima é de 152 milímetros por hora. Sabemos que estas tabelas foram elaboradas levando em consideração as condições climáticas existentes na década de 50. Naquela época, São Paulo era conhecida como "São Paulo da Garoa". De lá para cá muita coisa mudou. Dentro das Mundanças Climáticas, verificamos o Aquecimento Global, a intensificação do Fenômeno El Niño. Tais mudanças estão produzindo chuvas de maior intensidade. "A minha casa tem 50 anos e nunca vazou água do telhado" não é mais afirmação segura pois as chuvas mudaram e mesmo telhados "bem dimensionados" que nunca vazaram poderá passar a vazar no futuro próximo. Bueiros de estrada que nunca ficaram afogados poderão se afogar e passar por cima da estrada. Pontes que sempre resistiram bem às água de um temporal poderão sucumbir. Coisas curiosas poderão acontecer. O volume de água que fica temporariamente sobre um telhado não é normalmente considerado como "peso da água" no cálculo de um telhado pois imaginamos que as águas da chuva não ficam "paradas" e fazendo pêso. Mas com o aumento da intensidade das chuvas, camadas significativas de agua sobre o telhado poderão formar pêsos extras com valores que podem comprometer a estabilidade do telhado. Uma camadinha de 1 cm de água corresponde a uma carga de 10 kgf por metro quadrado. Mutos telhados caem por que o calculista do telhado esqueceu de considerar os 9 kgf a mais produzido pela telha molhada.

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13.1- Cálculo do tamanho da calha

Ler a norma brasileira NBR-10.844 - Instalações Prediais de Águas Pluviais

Para o cálculo das Calhas devemos calcular, antes, a quantidade de chuva que vai cair no telhado.

A quantidade de água que uma chuva joga sobre um telhado varia em função de diversos fatores como o clima (tropical, equatorial, etc.), a estação do ano (primavera, verão, etc.) e a localização geográfica (norte, nordeste, sul, etc.). As Cartas Pluviométricas indicam a quantidade de água que cai e que é indicada em "milímetros". São geralmente a quantidade total de água que cai durante o ano. Dizem 80 milímetros por ano, por exemplo. Para o cálculo da quantidade de água, não se leva em consideração tais fatores mas apenas a maior intensidade da chuva. Mesmo em regiões de poucas chuvas como no nordeste brasileiro, quando chove a chuva pode ter uma intensiade pluviométrica tão grande como uma chuva em São Paulo. Não é a quantidade total de água que cai mas sim a quantidade em um determinado tempo. Por isso, você deve ter muito cuidado ao consultar as Cartas Pluviométricas. O que importa para dimensionamento das calhas e condutores é a intensidade pluviométrica, isto é, os litros por segundo. Um bom número para quantidade de chuva é o seguinte:

0,067 litros por segundo por metro quadrado

Este número corresponde a uma chuva com período de recorrência de 100 anos e com intensidade pluviométrica de 240 milímetros por hora aplicável na maior parte do território brasileiro. Entretanto deve-se tomar o cuidado em determinadas regiões que podem apresentar valores bem acima. Veja na norma NBR-10.844 uma tabela com as intensidades pluviométricas em diversas regiões do Brasil. Para um valor mais preciso consulte o serviço de meteorologia mais próximo e procure ter um mãos pelo menos 50 anos de medição. EXEMPLO PRÁTICO:

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Vejamos como calcular a quantidade de água nas calhas de um exemplo como o da figura abaixo.

Essa casa tem apenas uma água (para facilitar a compreensão). O telhado mede 8 X 11,70 metros. Primeiro você deve determinar os pontos de descida de água. Os pontos de descida devem ser livres de interferências como janelas, portas, antenas, etc. Vamos colocar 3 condutores de descida nas posições indicadas na figura acima. Observe que o telhado ficou dividido em 2 áreas. A Área 1 de 7,20 X 8,00 e a Área 2 de 4,50 X 8,00 m. A água da chuva que cair na Área 1 será recolhida pela Calha 1. A Calha 1 tem duas caídas, metade da água corre para o Condutor 1 e a outra metade para o Condutor 2. Vamos chamar de V1 a vazão que corre para cada lado na Calha 1. Lembre-se que o ponto que divide a Calha 1 não precisa, necessariamente, estar no meio da calha, podendo estar mais próximo do Condutor 2 para que se tenha menos água correndo para o Condutor 2. Observe que o Condutor 2 vai desaguar bem perto da porta da Cozinha. DETERMINAÇÃO DAS CALHAS: V1 = 0,067 X 8,00 X 7,20/2 = 1,93 litros por segundo Com o mesmo raciocínio, temos a vazão V2 que corre para cada lado da Calha 2. V2 = 0,067 X 8,00 X 4,50/2 = 1,21 litros por segundo

TABELA DE CALHAS

Capacidade de condução de calhas tipo meia cana com declividade de 2% [litros por segundo]

DIÂMETRO POLEGADAS 4 6 8 10 12

MILÍMETROS 100 150 200 250 300

Chapa Galvanizada: 7,1 22,8 50,2 90,8 154,3

PVC: 12,7 38,7 81,6 146,8 239,1

Consultando a tabela acima, vemos que a Calha 1 pode ter o diâmetro de 100 mm podendo conduzir até 7,1 litros por segundo. Da mesma forma, vemos que a Calha 2 pode ter tembém um diâmetro de 100 mm. Estamos com bastante folga e podemos até pensar em algum obstáculo para o escoamento dentro da calha. Por exemplo, caso haja um entupimento dos condutores 1 e 3, toda a água deverá ser conduzida pelo condutor 2. Neste caso, a vazão total será de 2(1,93+1,21) = 6,28 litros por segundo, ainda dentro da capacidade da calha.

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DETERMINAÇÃO DOS CONDUTORES VERTICAIS: Pela figura, observa-se que o condutor mais solicitado é o Condutor 2 pois deve conduzir a vazão V1 e também a vazão V2. VC2 = V1 + V2 = 1,93 + 1,21 = 3,14 litros por segundo.

TABELA DE CONDUTORES VERTICAIS

Capacidade de condução de condutores verticais PVC ou Chapa Galvanizada

DIÂMETRO VAZÃO [litros por segundo]

POLEGADAS MILÍMETROS

2 50 0,57

3 75 1,76

4 100 3,83

6 150 11,43

Para atender à vazão de 3,14 litros por segundo, teremos que instalar um tubo de 100 mm com capacidade de 3,83 litros por segundo. Algumas peças precisam de Ferragens para complementar a rigidez do conjunto. A montagem das calhas começa pela peça chamada bocal de descida que deve ser firmemente fixada:

Depois que terminar a fixação de todos os bocais de saída, começa a instalar as calhas. Tomar sempre o cuidado de deixar um caimento de pelo menos 2% para garantir que a poeira, terra e areia que forem depositadas serão lavadas na primeira chuva. DETERMINAÇÃO DOS CONDUTORES HORIZONTAIS: Chamamos de horizontais mas na verdade precisam ter um certa declividade. Com um caimento de apenas 1% já se consegue um bom escoamento de água. Entretanto, devemos sempre considerar que havrá partículas sólidas como terra e areia na água da chuva. Então o mínimo necessário será de 2%. Com esse caimento, consegue-se uma boa velocidade da água e essa velocidade é suficiente para carregar a areia junto.

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TABELA DE CONDUTORES HORIZONTAIS

Capacidade de condução de condutores verticais PVC ou Chapa Galvanizada

DIÂMETRO VAZÃO [litros por segundo]

POLEGADAS MILÍMETROS

4 100 6,75

5 125 12,25

6 150 19,85

8 200 42,84

10 250 77,67

12 300 126,50

A tabela acima leva em consideração a declividade mínima de 2%, tubo de PVC (rugosidade = Lisa). Para outros tipos de materiais não vale. Para tubo de cerâmica, barro, ferro fundido e canaletas feitas com concreto, consultar outras tabelas.

Caimento de 2% significa que em um trecho de 1 metro ou 100 centímetros, o desnível deverá ser de 2 centímetros. As calhas de PVC possuem um encaixe tipo macho/fêmea com anel de borracha que garante a estanqueidade. As calhas de chapa de ferro galvanizados deverão ser rebitadas para garantia da resistência mecânica e estanhadas para garantir a estanqueidade. NOTA: As tabelas de calhas e condutores acima já levam em consideração o envelhecimento das peças.

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13.2- Calha tipo Moldura

A Calha tipo Moldura é aquela que tem um perfil parecido com o desenho seguinte:

Sua instalação se faz com o auxílio de Suportes de Ferro conforme o desenho seguinte:

Deve-se tomar o cuidado da telha não invadir muito a seção da calha. É necessário fazer a manutenção periódica, removendo folhas e galhos de árvores. O caimento da calha deve ser de pelo menos 2%. Com um caimento menor que isso, começa a acumular terra e areia.

13.3- Calha tipo Meia Cana

A Calha tipo Moldura é aquela que tem um perfil parecido com o desenho seguinte:

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Sua instalação se faz apoiando as abas sofre sarrafos conforme o desenho seguinte:

Deve-se tomar o cuidado da telha não invadir muito a seção da calha. É necessário fazer a manutenção periódica, removendo folhas e galhos de árvores. O caimento da calha deve ser de pelo menos 2%. Com um caimento menor que isso, começa a acumular terra e areia.

Não esquecer de proteger a entrada do bocal de descida com uma grelha tipo sapo que oferece maior dificuldade de entupimento. Esse detalhe é importante principalmente quando condutor de descida é do tipo embutido. Em prédios altos, caso folhas e galhos sejam carregados para dentro do condutor de descida a tarefe de desentupimento é muito trabalhosa e pode até requerer a quebra de paredes.

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13.4- Calha tipo Água Furtada

A Calha tipo Moldura é aquela que tem um perfil parecido com o desenho seguinte:

Sua instalação se faz apoiando-a sobre as ripas que se encontram na água furtada conforme o desenho seguinte:

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13.5- Rufo tipo Interno

O Rufo tipo Moldura é aquele que tem um perfil parecido com o desenho seguinte:

Sua instalação se faz com o auxílio de pregos que o prendem na parede lateral conforme o desenho em perspectiva seguinte:

Veja um corte esquemático:

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13.6- Rufo tipo Pingadeira

O Rufo tipo Pingadeira é aquele que tem um perfil parecido com o desenho seguinte:

Sua instalação se faz mediante o emprego de pressão, ficando "encaixado" na parte de cima da parede ou mureta.

Não é recomendável o emprego de pregos ou parafusos para a fixação do rufo pingadeira, mesmo porque o furo será um ponto fraco, com tendência a enferrujar com mais facilidade. Além disso, ao furar, a chapa vai ficar levemente encurvada para baixo, favorecendo o empoçamento de água da chuva. Deixar um caimento de pelo menos 2% para um dos lados para evitar o acúmulo de poeira.

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14- CUSTO DO TELHADO Percorra as Etapas para elaboração de uma Estimativa de Custo para a construção do seu telhado. 14.1- Custo do Telhado – PROJETO A primeira coisa que precisamos ter em mãos é o projeto completo. Pode ser o Projeto Arquitetônico, mas o ideal é ter em mãos o Projeto Estrutural pois precisamos saber onde poderemos apoiar as tesouras.

PROJETO: Não tendo o Projeto Estrutural nem o Projeto Arquitetônico, serve a PLANTA BAIXA:

Telhado de 4 águas para edificação residencial com 90 metros quadrados.

Devemos evitar de colocar a tesoura sobre vão de portas e de janelas. 14.2- Custo do Telhado – Quantidade de TESOURAS A quantidade de Tesouras é determinada pelo tipo de madeira que será empregada nas terças. Se a terça for de madeira resistente, teremos poucas tesouras no telhado.

Madeira a ser empregada nas Terças será a Viga 6X12. Então teremos 7 Tesouras no telhado, espaçadas a cada 3 metros.

As tesouras estão indicadas por um traço verde no desenho.

A segunda Tesoura ficará apoiada sobre o vão da porta da Sala, então, o vão da porta será reforçada com uma Viga de Verga.

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14.3- Custo do Telhado - Uma TESOURA Vamos ver a quantidade de madeira para uma Tesoura.

Madeira de uma Tesoura:

PEÇA MADEIRA COMPRIMENTO QUANTIDADE TOTAL (m)

LINHA VIGA 6x12 4,50 1 4,50

PENDURAL VIGA 6x12 1,57 1 1,57

EMPENA VIGA 6x12 2,74 2 4,74

DIAGONAL CAIBRO 5x6 1,40 2 2,80

RESUMO POR TESOURA:

MADEIRA TOTAL (m)

VIGA 6x12 10,81

CAIBRO 5x6 2,80

14.4- Custo do Telhado – Todas TESOURAS

Além das Tesouras, precisamos considerar 4 vigas que irão formar os 4 cantos do telhado, chamados de Divisor de Água.

Divisor de Água: 4

PEÇA MADEIRA COMPRIMENTO QUANTIDADE TOTAL (m)

DIVISOR DE ÁGUA VIGA 6x12 3,86 4 15,44

VIGA 6x12 10,81 7 75,67

CAIBRO 5X6 2,80 7 19,60

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RESUMO DAS TESOURAS, INCLUINDO OS DIVISORES DE ÁGUA:

MADEIRA TOTAL (m)

VIGA 6x12 91,11

CAIBRO 5x6 19,60

14.5- Custo do Telhado – TERÇAS

Vamos precisar de 3 tipos de Terças, uma de finalização que vai no topo, no cume do telhado, uma intermediária para que os caibros não fiquem abaulados e uma terça na parte de baixo do telhado.

PEÇA MADEIRA COMPRIMENTO QUANTIDADE TOTAL (m)

TERÇA 1 VIGA 6x12 18,00 1 18,00

TERÇA 2 VIGA 6x12 20,00 2 45,00

TERÇA 3 VIGA 6x12 22,00 2 53,00

RESUMO DAS TERÇAS:

MADEIRA TOTAL (m)

VIGA 6x12 116,00

14.6- Custo do Telhado - Quantidade de CAIBROS A quantidade de caibros vai depender do espaço que vamos deixar entre um caibro e outro. Esse espaço vai depender do tipo de ripa que vamos empregar. Ripa resistente permite deixar um vão de ripa bem grande, por exemplo 70 centímetros e economizando a quantidade total de caibros. No caso consideramos um espaçamento entre caibros de 50 centímetros.

Beiral de 50 centímetros de um dos lados e sem beiral no outro lado.

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PEÇA MADEIRA COMPRIMENTO QUANTIDADE TOTAL (m)

LADO COM BEIRAL CAIBRO 5X6 3,67 45 165,15

LADO SEM BEIRAL CAIBRO 5X6 3,17 45 142,65

RESUMO DOS CAIBROS:

MADEIRA TOTAL (m)

CAIBRO 5X6 307,80

14.7- Custo do Telhado – Quantidade de RIPAS

A quantidade de Ripas é determinada pelo espaçamento das Telhas. Ver a especificação e recomendações do fabricante. As telhas não podem ficar muito juntas, pois precisam de um espaço para a sua dilatação. Lembre-se que a telha tem dois tipos de dilatação. Uma que é térmica devido à variação da temperatura e a outra que é devido à variação de umidade. Uma telha molhada é maior que uma telha seca.

PEÇA MADEIRA COMPRIMENTO QUANTIDADE TOTAL (m)

RIPAS RIPA 2,5X5 23,00 12 276,00

RESUMO DAS RIPAS:

MADEIRA TOTAL (m)

RIPA 2,5X5 276,00

14.8- Custo do Telhado – Quantidade de TELHAS

A quantidade de Telhas vai depender da inclinação do telhado. Telhado mais íngreme vai precisar de mais telhas para uma área de cobertura. A inclinação mínima é dada pelo Fabricante. Para cada metro em plano inclinado a quantidade necessária é fornecida pelo fabricante.

TELHA: Tipo FRANCESA nas dimensões de 390X240 mm, pesando 2,6 kgf por peça.

INCLINAÇÃO DO TELHADO: 5% CINCO POR CENTO.

CONSUMO DE TELHAS POR METRO QUADRADO: 16 peças.

PEÇA TIPO POR METRO QUADRADO ÁREA TOTAL (peças)

TELHA FRANCESA 16 23,00 X 4,50 1.656

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RESUMO DOS CAIBROS:

TELHA TOTAL (peças) QUBRA (5%) TOTAL A COMPRAR (peças)

RIPA 2,5X5 1.656 82 1.738

14.9- Custo do Telhado – MÃO DE OBRA

A produtividade da Mão de Obra varia muito de lugar para lugar do Brasil. Em alguns lugares como no Rio Grande do Sul ainda é hábito dormir após o almoço. Isso eles chamam de sesta. Na hora do almoço e um tempo depois tudo fecha e tem gente dormindo até na calçada.

Para fazer o telhado vamos precisar do TELHADISTA que é um profissional formado em curso de Telhadista. O SENAI tem um bom Curso de Telhadista. O outro profissional é o Ajudante. Este não tem curso e é formado na prática sob instruções do Telhadista.

PROFISSIONAL PRODUTIVIDADE (horas por metro

quadrado) ÁREA

TOTAL (horas)

TELHADISTA 1,2 23,00 X 4,50 124,2

AJUDANTE 1,2 23,00 X 4,50 124.2

RESUMO DA MÃO DE OBRA:

TELHA TOTAL (horas)

TELHADISTA 124,2

AJUDANTE 124,2

14.10- Custo do Telhado – RESUMO FINAL

Não estão computados na lista abaixo as ferragens e os pregos.

MATERIAIS:

MATERIAL TIPO QUANTIDADE

TELHA FRANCESA 1.738 PEÇAS

VIGA DE PEROBA 6X12 208 metros

CAIBRO DE PEROBA 5X6 328 metros

RIPA DE PEROGA 2,5X5 276 metros

MÃO DE OBRA:

PROFISSIONAL TOTAL (horas)

TELHADISTA 124,2

AJUDANTE 124.2

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15- ENSAIO DE PERMEABILIDADE

O ensaio de permeabilidade é realizado de acordo com a norma brasileira NBR-4948 Telha Cerâmica - Verificação da Impermeabilidade - Método de Ensaio.

Figura 1: Dispositivo para ensaio de Permeabilidade conforme NBR-8948.

PROCEDIMENTO: 1 - Montar um dispositivo como o da figura acima. 2 - Trata-se de um tubo de Diâmetro Interno de 35 milímetros capaz de conter uma coluna de 250 milímetros de água. 3 - Localizar o tubo aproximadamente na região centra da telha 4 - Fixar e vedar a parte inferior para não vazar água. 5 - Colocar 250 milímetros de água dentro do tubo. 6 - Anotar a temperatura ambiente e umidade ambiente. 7 - Aguardar 24 horas. 8 - Examinar a face inferior da telha.

ENSAIO DE PERMEABILIDADE SEGUNDO NBR-8948

DATA: HORA INICIO: TEMPERATURA: UMIDADE:

RESULTADO

NÃO SIM

Não apareceu mancha de umidade

Apareceu mancha de umidade

Houve formação de gotas mas não chegou a gotejar

Ororreu gotejamento

DATA: HORA TÉRMINO: TEMPERATURA: UMIDADE:

LABORATORISTA:

ASSINATURA:

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16- ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA

O ensaio de aborção de água é realizado de acordo com a norma brasileira NBR-4947 Telha Cerâmica - Determinação da massa e da absorção de água - Método de Ensaio.

Figura 1: Corpo de Prova = Uma telha..

PROCEDIMENTO: 1 - Secar em estufa a 105 0C até massa constante.

Figura 2: Secagem em Estufa.

2 - Pesar e anotar a Massa Seca.

Figura 3: Determinação da Massa Seca.

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3 - Imergir em água fervente por 2 horas.

Figura 4: Imergir em água fervente.

4 - Esfriar até a temperatura ambiente. 5 - Retirar da água e passar um pano úmido. 6 - Pesar e anotar a Massa Saturada.

Figura 5: Determinação da Massa Saturada..

7 - Calcular o teor de Absorção de Água AA, com a fórmula:

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A N E X O S

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O CONFORTO TÉRMICO NAS EDIFICAÇÕES

CONDUTIVIDADE TÉRMICA DA TELHA

Além de segurar a chuva, gostaríamos que as telhas segurassem o calor, impedindo a penetração do calor do sol dentro de casa. Se as telhas vão conseguir segurar o calor ou não vai depender da Condutividade Térmica da telha.

CONDUTIBILIDADE TÉRMICA DE TELHAS

TIPO DE MATERIAL

Cerâmicas -telha de barro francesa, colonial, paulista, plan, etc. 0,93

Fibrocimento - telhas com amianto 0,65

Concreto 1,75

Concreto armado 1,28

Aço Galvanizado 52

Aluminio 237

Isopor (EPS) densidade 13 kg/m3 0,039

Isopor (EPS) densidade 20 kg/m3 0,032

Poliuretano de 30 mm 0,030

Poliuretano de 50 mm 0,016

é o coeficiente de CONDUTIBILIDADE TÉRMICA W/mOC

\conforto\CalorTelha.htm em 05/12/2001, atualizado em 01/12/2010.

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CONDUTIBILIDADE TÉRMICA

Condutibilidade é a propriedade que os corpos têm de ser condutores de calor, eletricidade, etc. A condutibilidade é

reresentada por um coeficiente (letra grega lâmbda ) que exprime a quantidade de calor (Watts) que passa por um corpo de determinada espessura (metros) perante uma diferença de temperatura (Celsius).

CONDUTIBILIDADE TÉRMICA DE ALGUNS MATERIAIS

TIPO DE MATERIAL

Aço 50,00

Água 0,61

Alumínio 237,00

Ar 0,026

Argamassa de gesso 0,53

Argamassa de gesso e cal 0,70

Bloco de Concreto 0,91

Borracha 0,16

Chumbo 35,00

Cimento Portland 0,29

Cobre 398,00

Concreto armado 1,28

Concreto armado (adensado) 1,75

Concreto com argila expandida 0,85

Cortiça comprimida 0,10

Cortiça em placas 0,04

Feltro 0,05

Ferro 80,00

Fibra de vidro 0,03

Gesso em placas 0,35

Lã de rocha 0,032

Lã de vidro 0,037

Latão 109,00

Madeira 0,20

Madeira aglomerada 0,05

Madeira compensada 0,10

Madeira pinho 0,13

Pedra (ardósia) 2,10

Pedra (granito) 3,50

Pedra (mármore) 3,26

Poliestireno (Isopor) 0,033

Poliuretano 0,02

Prata 426,00

Terra 1,50

Tijolo cerâmico 0,46

Tijolo maciço de barro 0,72

Tijolo de vidro 0,80

Tijolo de concreto celular 0,30

Vidro 0,80

é o coeficiente de CONDUTIBILIDADE TÉRMICA W/mOC

1 Watt = 0,8598 Kcal

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Veja matéria da Revista ACERVIR da Associação das Cerâmicas Vermelhas de Itu e Região, edição Agosto-Setembro de 2011 - http://www.ebanataw.com.br/roberto/telhado/RevAcervirSet2011.htm

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Editado por Carlos Magno Pinto Peres [aluno do curso técnico em edificações FAETEC/ETEHL – 2011/2013].