código tributário nacional comentado

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  • CDIGO TRIBUTRIO NACIONAL COMENTADO: doutrina e jurisprudncia, artigo por artigo, inclusive ICMS e ISS

    ELIANA CALMON ALVES Ministra do Superior Tribunal de Justia

    Ttulo III : impostos

    Captulo I

    DISPOSIES GERAIS

    Art. 16. Imposto o tributo cuja obrigao tem por fato

    gerador uma situao independente de qualquer atividade estatal

    especfica, relativa ao contribuinte.

    COMENTRIOS

    Definio. O Captulo I do ttulo III do Cdigo Tributrio

    Nacional tem incio com a definio dos tributos em espcies, a partir do

    imposto.

    O conceito, que no dos melhores, tem o mrito de

    caracterizar o imposto em relao taxa e contribuio de melhoria, as

    duas outras espcies de receita tributria.

    Estabelecendo que seu fato gerador uma situao

    independente de qualquer atividade estatal especfica, relacionada com o

    contribuinte, indica a no-vinculao da receita.

    E isso porque o imposto tem carter geral, sem vantagem

    especfica para com o contribuinte.

    Esta a caracterstica mais marcante da espcie de que se

    cuida, como manifestao maior do poder poltico que impe um dever, de

    carter geral, sem gerar, em contrapartida, benefcio especfico ou

    vinculao oramentria.

    A11

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    Da as diversas nomenclaturas para a espcie, tais como

    tributo sem causa ou tributo no vinculado.

    Como as demais espcies do gnero, pago exclusivamente

    em dinheiro, o que uma constante no mundo contemporneo, onde no

    mais se tem notcia, seno histrica, de prestao in natura.

    A propsito, o art. 3 do CTN parece admitir o pagamento no

    s em moeda, mas em valor que em moeda possa ser expresso, como,

    por exemplo, o pagamento em Ttulos da Dvida Pblica, com cotao na

    Bolsa de Valores.

    Leis especficas, inclusive, permitiram a dao em pagamento

    de dbitos tributrios.

    Cabe, aqui, referncia criao de padro de valor para efeito

    tributrio, como, por exemplo, a UFIR - Unidade Fiscal de Referncia, Lei

    8.383, de 30.12.1991, ndice que passou a mensurar as obrigaes

    tributrias por algum tempo, em demonstrao inequvoca de que, de

    acordo com o art. 3 do CTN, um tributo pode estar expresso no s em

    moeda corrente, mas em valor que nela (moeda) possa se transformar.

    Atualmente, esto sendo corrigidos os tributos pela Taxa

    SELIC, a qual traz embutidos juros e correo monetria. Para alguns, o

    referido ndice inconstitucional, por no estar em lei a forma de

    composio. Entretanto, o STJ, examinando a questo da

    inconstitucionalidade da Taxa SELIC, recusou-se a apreciar a questo

    prejudicial, conforme deciso assim ementada:

    Recurso especial (julgamento). Inconstitucionalidade (prejudicial). Argio/procedimento (Regimento, art. 200 e CPC, arts. 480 a 482). Competncias constitucionais (distribuio). Incidente (caso em que lhe falta cabimento). 1. No julgamento do recurso especial, uma vez acolhida a argio, a Turma remeter o feito Corte Especial. 2. Compete Corte Especial julgar a prejudicial de inconstitucionalidade. 3. Do julgamento, porm, no poder tirar proveito o autor do recurso especial (recorrente). Caso

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    a declarao venha a beneficiar o recorrente, ao incidente faltar cabimento. 4. que, no exerccio da competncia prevista no inciso III do art. 105 da Constituio, em princpio o Superior no dispe do contencioso constitucional. T-lo- em restritas hipteses. 5. Em tal competncia, o que do Superior toda a jurisdio infraconstitucional (o direito comum). 6. J no exerccio das competncias previstas nos incisos I e II do art. 105, livremente o Superior tambm desfruta do contencioso constitucional. 7. No exerccio da competncia do inciso III, lcito ao Superior previamente declarar a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo, desde que a declarao no seja a favor do recorrente; a favor do recorrido, sim. 8. Caso em que a, inconstitucionalidade, se declarada, no aproveitaria ao recorrido. Por sinal, nem ao recorrente, que interesse algum tinha na declarao, tanto que se defendera com outros fatos e outros fundamentos. Da, em caso que tal, tratar-se-ia, tambm, de declarao de inconstitucionalidade em tese. 9. Preliminar de no-cabimento, acolhida por maioria de votos (Corte Especial, AI-REsp 215881/PR, rel. Min. Franciulli Netto, rel. p/ o acrdo Min. Nilson Naves, DJU 08.04.2002, p. 111).

    Posteriormente, a 1 Seo de Direito Pblico chancelou a

    legalidade da SELIC, como fator de correo, nos EREsp 291.257/SC,

    399.497/SC e 425.709/SP.

    Assinale-se que a UFIR foi extinta pela Lei 10.522/2002 (art.

    29, 3), diploma que, no art. 30, indicou como fator de correo a Taxa

    Referencial do Sistema Especial de Liquidao e de Custdia - SELIC.

    Em pocas de alta inflao, as obrigaes tributrias, as

    declaraes de rendimento e at as certides de dvida ativa eram

    expressas em parmetro de valor devidamente atualizado.

    O imposto tem como base ftica um comportamento do

    contribuinte, ou uma situao jurdica na qual ele se encontre. Em outras

    palavras, o imposto, para existir, exige sempre um fato qualquer em que

    esteja envolvido o particular, sem a participao estatal.

    A legitimao da imposio soberana est na necessidade do

    Estado arcar com o gasto pblico, mantendo a mquina administrativa.

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    Classificao. O imposto pode ter diversas classificaes,

    dentre as quais a que enfoca o aspecto da incidncia, dividindo a espcie

    em imposto direto e indireto.

    O imposto direto grava situaes permanentes, constantes, ou

    pelo menos continuadas, sendo suportado pelo contribuinte em definitivo,

    como, por exemplo, o exerccio de uma atividade lucrativa (exemplo

    maior o Imposto de Renda), ou a propriedade de um bem, cuja

    titularidade o fato gerador do imposto, como ocorre com a propriedade

    imobiliria, geradora do imposto predial.

    tambm chamado de imposto que no repercute, porque a

    carga econmica suportada pelo contribuinte, isto , pelo realizador do

    fato gerador.

    Contrapondo-se, existe o imposto indireto, o qual grava

    situao instantnea ou mutvel.

    tambm chamado de imposto que repercute, porque a carga

    econmica no suportada pelo contribuinte, e sim por terceira pessoa.

    O terceiro, embora sofra o nus econmico, no se obriga

    perante o Estado, porque no se vincula ao fato gerador ou ao fato

    imponvel. apenas o consumidor final da mercadoria ou do produto

    resultante da atividade eleita pelo legislador como necessria e suficiente

    ao nascimento da obrigao tributria.

    A classificao que ora se coloca no jurdica, na medida em

    que, ao lado do contribuinte de direito ou contribuinte jurdico, destaca a

    figura daquele que suporta o nus econmico da obrigao, o contribuinte

    de fato.

    Para o Direito praticamente irrelevante quem paga, porque o

    interesse concentra-se em torno de quem realiza o fato gerador.

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    Entretanto, a figura do contribuinte de fato torna-se

    importante na hiptese de repetio de indbito, por fora da previso

    contida no art. 166 do CTN, in verbis:

    Art. 166. A restituio de tributos que comportem, por sua natureza, transferncia do respectivo encargo financeiro somente ser feita a quem prove haver assumido referido encargo, ou, no caso de t-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a receb-la.

    O artigo em referncia tem sido objeto de contundentes

    crticas doutrinrias, embora prestigiado pelo Judicirio.

    Uma segunda classificao identifica os impostos levando em

    conta o objeto da incidncia, dividindo-os em pessoais e reais.

    Pessoais so os impostos que, ao serem institudos, levam em

    considerao as condies pessoais do contribuinte, como o Imposto de

    Renda, exemplo primeiro da espcie, pelo carter eminentemente

    subjetivo da exao.

    Juridicamente pessoais so todos os impostos, eis que o

    contribuinte pessoa fsica ou jurdica. Faz-se a distino apenas para

    efeito didtico.

    Contrapondo-se aos impostos pessoais, temos os impostos

    reais, cuja incidncia leva em considerao a matria tributria,

    unicamente, sem cogitar das condies pessoais do contribuinte.

    Com exceo do Imposto de Renda, todos os demais impostos

    do Sistema Tributrio Nacional so reais, tais como o IPI, o ICMS, o IOF

    etc.

    H, ainda, uma terceira classificao, a qual leva em conta a

    forma de tributao, dividindo os impostos em fixos, proporcionais e

    progressivos.

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    Fixos so os impostos cujo montante estabelecido em

    quantidade certa, como, por exemplo, o Imposto sobre Servios pago pelo

    profissional autnomo.

    Proporcionais so os impostos cuja alquota observa sempre o

    valor da matria tributria para atribuir um percentual. Assim, tem-se o

    ICMS, o IOF etc.

    Por fim, os impostos progressivos so os cuja alquota

    estabelecida em percentagens variveis, conforme o valor da matria

    tributvel. o que ocorre em relao ao Imposto de Renda.

    Art. 17. Os impostos componentes do sistema tributrio

    nacional so exclusivamente os que constam deste Ttulo, com as

    competncias e limitaes nele previstas.

    COMENTRIOS

    Trata-se de dispositivo parcialmente superado, j sob a gide

    da CF de 67, com a Emenda Constitucional 1/69, no tendo, portanto,

    nenhuma pertinncia na atualidade, quando, pela Constituio de 1988,

    novos impostos foram criados, alm de ter sido a Unio contemplada com

    a competncia residual (art. 154, I, da CF). Outros tantos deixaram de

    existir, enquanto outros foram fundidos.

    Art. 18. Compete:

    I - Unio instituir, nos Territrios Federais, os

    impostos atribudos aos Estados e, se aqueles no forem divididos

    em Municpios, cumulativamente, os atribudos a estes;

    II - ao Distrito Federal e aos Estados no divididos em

    Municpios instituir, cumulativamente, os impostos atribudos aos

    Estados e aos Municpios.

    COMENTRIOS

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    Dentre as classificaes de impostos, a que apresenta maior

    simetria com a Constituio a que os examina sob a tica da

    competncia impositiva da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos

    Municpios, os entes integrantes da Federao.

    Temos a diviso de competncia estabelecida

    constitucionalmente nos arts. 153, 155 e 156, diferentemente do CTN

    que, ao dividir os impostos, levou em considerao a natureza do fato

    sobre o qual incidem as exaes, ou o critrio econmico, agrupando-os

    da seguinte forma:

    1. Comrcio exterior: Imposto de Importao e Exportao;

    2. Patrimnio e renda: Imposto sobre a Propriedade Territorial

    - ITR; Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU;

    Imposto sobre a Transmisso de Bens Imveis e de Direitos a eles

    relativos - ITBI; Imposto de Renda - IR; Imposto sobre as Grandes

    Fortunas; Imposto sobre a Propriedade de Veculos Automotores - IPVA; e

    o Imposto sobre Transmisso Causa Mortins e Doaes - ITCMD.

    3. Produo e circulao: Imposto sobre Produtos

    Industrializados - IPI; Imposto sobre a Circulao de Mercadorias e sobre

    Prestaes de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de

    Comunicao - ICMS; Imposto sobre Operaes de Crdito, Cmbio e

    Seguro ou relativas a Ttulos ou Valores Mobilirios - IOF; Imposto sobre a

    Propriedade Territorial Rural - ITR; e o Imposto sobre Servios de

    Qualquer Natureza - ISS.

    O elenco enriquecido com a competncia residual, contida

    nos incisos I e II do art. 154 da CF e com os impostos extraordinrios, s

    passveis de cobrana na iminncia de guerra externa.

    Os impostos nominados esto divididos entre os entes

    estatais, sendo federais o Imposto de Renda, o Imposto sobre Produtos

    Industrializados, o Imposto sobre Operaes Financeiras, os Impostos de

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    Importao e Exportao, o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural,

    o Imposto sobre Grandes Fortunas. Acrescente-se a este rol a

    Contribuio Provisria sobre Movimentao Financeira - CPMF, tpico

    Imposto sobre Movimentaes Financeiras.

    Da competncia estadual so o Imposto sobre operaes

    relativas Circulao de Mercadorias, o Imposto sobre a Transmisso

    Causa Mortis e o Imposto sobre a Propriedade de Veculos Automotores.

    Por fim, na esfera municipal temos o Imposto sobre a

    Propriedade Predial e Territorial Urbana, Imposto sobre a Transmisso

    Inter Vivos, Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza.

    Sob a gide da Constituio Federal de 1988, o ICMS, de

    competncia dos Estados, absorve os trs impostos especiais (energia

    eltrica, combustveis e lubrificantes e minerais) e os impostos sobre

    servios de transporte e comunicaes.

    Outra significativa alterao foi a ampliao do fato gerador do

    Imposto sobre a Transmisso de Bens Imveis Causa Mortis, de

    competncia dos Estados, e que aambarcou as doaes e tambm a

    transmisso de quaisquer outros bens e direitos que no os imveis.

    Surgiu o Imposto sobre a Propriedade de Veculos

    Automotores, de competncia dos Estados, e instituiu-se o Imposto sobre

    Movimentaes Financeiras, a CPMF, de carter provisrio, o qual serve

    para o governo federal direcionar a fiscalizao quanto gerao de

    rendas, fuga de capitais, ingresso de capitais no Pas e lavagem de

    dinheiro:

    um imposto que tem ntido carter extrafiscal.

    Os impostos extraordinrios so virtuais e constitucionalmente

    autorizados em caso de guerra e sobre bases j tributadas por outros

    impostos.

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    O CTN traz a previso no art. 76.

    Captulo II

    IMPOSTOS SOBRE O COMRCIO EXTERIOR

    Seo I

    Imposto sobre a importao

    Art. 19. O imposto, de competncia da Unio, sobre a

    importao de produtos estrangeiros tem como fato gerador a

    entrada destes no territrio nacional.

    COMENTRIOS

    A primeira abordagem que se faz em relao ao Imposto de

    Importao quanto ao seu nomen juris.

    Embora esteja nominado na Constituio Federal e no Cdigo

    Tributrio Nacional como Imposto de Importao, so comuns

    denominaes como Tarifa Aduaneira, Tarifa Alfandegria, Direitos

    Aduaneiros ou Direitos Alfandegrios.

    Registre-se que as expresses indicadas tambm servem para

    nominar o Imposto de Exportao.

    De impropriedade flagrante, os nomes vulgares acabam por

    prestigiar a repartio fiscal, batizando o imposto com o nome do espao

    fsico reservado fiscalizao, ao tempo em que usa a nomenclatura

    tarifa como sinnima de imposto. A Constituio Federal de 1967, com

    a Emenda Constitucional n 1/69, no art. 153, 29, referia-se Tarifa

    Alfandegria como termo que abrange os dois impostos do Comrcio

    Exterior: importao e exportao.

    Tarifa significa lista de preos, valor, alquota e no espcie

    tributria.

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    Caractersticas. Considerado um dos mais antigos impostos do

    mundo, tem como principal caracterstica a extrafiscalidade.

    Trata-se de imposto com objetivos de poltica econmica,

    destinado proteo dos produtos nacionais, do cmbio e do balano de

    pagamento; tendo secundrio significado como fonte de receita.

    Como instrumento de poltica econmica, presta-se para

    atender s oscilaes do mercado internacional, ao incremento de

    solues na rea do comrcio exterior. As alquotas so aumentadas

    quando se deseja diminuir as exportaes e diminudas quando, ao

    contrrio, aconselhvel, politicamente, a abertura do comrcio exterior.

    Por vezes, o tributo de que se cuida utilizado para corrigir

    distores socioeconmicas nacionais, socorrendo determinada rea,

    como ocorre com a criao de zonas de livre comrcio ou zonas francas.

    O objetivo poltico propiciar a conduo de recursos e

    surgimento de empreendimentos para reas que, dificilmente,

    despertariam maior interesse econmico.

    Como instrumento poltico, naturalmente, no poderia o

    Imposto de Importao sofrer as duras limitaes das demais exaes.

    Da a liberao de sua majorao, sem o rigor imposto pelo princpio da

    anterioridade. Neste sentido, h previso constitucional expressa ( 1,

    art. 150, CF).

    Entretanto, no absoluto o poder de majorao, eis que o

    Executivo, ao manejar as alquotas majorantes, est adstrito aos limites

    mnimo e mximo estabelecidos em lei. Neste sentido, o disposto no 1

    do art. 153 da CF.

    A flexibilidade das alquotas faz com que a legislao tributria

    do imposto em comento entre em vigor imediatamente, respeitado o

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    princpio da irretroatividade, ou seja, anteceda ocorrncia do fato

    gerador.

    Alm da extrafiscalidade, o Imposto de Importao um

    tributo indireto, pois a carga tributria tende a ser suportada por terceiro,

    muito embora no ocorra a transferncia de forma clara e objetiva. Com

    efeito, o nus pelo tributo gerado se integra ao preo, sem destaque

    formal. o que se denomina, em linguagem vulgar, de imposto por

    dentro.

    seletivo porque a incidncia tributria observa a qualidade

    de cada um dos bens, classificando-os como suprfluos, no suprfluos,

    similares aos nacionais etc.

    Fato gerador. O art. 19 do CTN no define com perfeio o

    fato gerador do imposto em comento, porque no basta a ocorrncia do

    fato ali indicado para que se tenha o fato imponvel.

    No basta o ingresso do produto estrangeiro no territrio

    nacional para que se d a incidncia, porque, por exemplo, uma

    mercadoria pode ingressar no Brasil e no ocorrer o fato gerador, se para

    este Pas no se destina, utilizando-o como passagem, apenas.

    Como a hiptese de incidncia livremente escolhida pelo

    legislador, pode ele eleger um acontecimento econmico, um fato material

    ou um negcio jurdico.

    Quanto ao imposto em anlise, escolheu o legislador uma

    situao ftica - entrada de mercadoria no territrio nacional -, mas esta

    situao ftica deve estar atrelada a uma situao jurdica- vinda do

    estrangeiro, com nimo de ser internada no Pas.

    O certo que o fato gerador do Imposto de Importao

    instantneo, no havendo definio quanto ao especfico momento de sua

    realizao.

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    Contudo, para delimitar-se a hiptese de incidncia, preciso

    recorrer ao Dec.-lei 37/66, porque, enquanto o CTN define o elemento

    material, o decreto-lei define o elemento temporal.

    O diploma em referncia, ao reportar-se ao fato gerador do

    imposto, diz que, quando se tratar de mercadoria despachada para

    consumo, exige-se a declarao de importao para o despacho aduaneiro

    (art. 44). E, entregue a declarao, tem-se como completado o fato

    gerador do imposto (art. 23).

    Como visto, o fato gerador em exame exige um elemento

    espacial - territrio nacional - e outro temporal - momento da entrada.

    A entrada considerada como territrio aduaneiro.

    O tempo a entrega da declarao ou do manifesto, no qual

    dito qual a mercadoria importada.

    , nas palavras do Min. Adhemar Maciel, o reconhecimento de

    fato jurdico j ocorrido.

    Se a mercadoria adentrar-se sem que esteja acompanhada do

    documento que a identifica, tem-se como ilcita a operao.

    Conseqentemente, exige-se que a leitura do art. 19 do CTN

    seja feita em conjugao com os arts. 23 e 44 do Decreto-lei 37/66.

    de suma importncia a determinao do momento em que

    ocorre o fato gerador do Imposto de Importao, em razo da escolha da

    legislao que deve reger a espcie, sabendo-se que no est ela sujeita

    ao princpio da anterioridade. Tendo aplicao imediata a lei que majora a

    alquota do imposto, o simples ingresso da mercadoria, muitas vezes j

    descarregada do navio ou aeronave, em depsito na zona primria, e com

    procedimento de desembarao j iniciado, vem a sofrer os efeitos de uma

    majorao do imposto.

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    O Poder Judicirio, a partir do Supremo Tribunal Federal, vem

    entendendo que o simples ingresso do bem no obsta aplicao da lei de

    majorao, incidindo a lei nova se ainda no foi expedida a declarao ou

    manifesto.

    Vozes autorizadas, dando literal interpretao ao art. 19 do

    CTN, rechaam o entendimento jurisprudencial.

    H, ainda, os que pugnam pela imutabilidade da lei de

    regncia, a partir da expedio da guia de importao, em nome da

    segurana jurdica.

    O STF, em reiterados precedentes, tem entendido que a

    expedio de guia um mero expediente burocrtico, sem repercusso

    quanto ao fato gerador.

    O entendimento tcnico, vem sendo seguido pelos Tribunais,

    mas traz alguns problemas de ordem econmica para o importador, diante

    de um aumento exacerbado e imprevisvel da alquota.

    A variao de alquota pelo Executivo, o que faz ter o imposto

    objetivo poltico, muitas vezes utilizada para evitar o dumping,

    harmonizando os preos do mercado interno com o externo. Da os preos

    de referncia, constantes das resolues do Conselho de Poltica

    Aduaneira, com a fixao de pautas de valor mnimo, exigindo-se que

    sejam elas acompanhadas de motivao expressa, a fim de evitar o

    arbtrio.

    O Dec.-lei 37/66 o texto bsico do Imposto de Importao.

    JURISPRUDNCIA

    compatvel com o art. 19 do Cdigo Tributrio Nacional a

    disposio do art. 23 do Dec.-lei 37, de 18.11.1966 (TFR -Smula 4).

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    1. Pelo que dispe o art. 19 do Cdigo Tributrio Nacional, o fato gerador do Imposto de Importao a entrada, no territrio nacional, da mercadoria importada. Assim, tal imposto deve ser calculado na considerao da alquota vigorante no dia desse fato, e no no dia em que foi expedida a guia de importao. 2. O fisco tem o direito de alterar a alquota dentro dos limites legais (Constituio [1967 c/c EC n 1/69], art. 21, I). 3. Improcedncia do argumento de que o contribuinte adquiriu o direito de calcular o imposto na considerao da alquota vigorante no dia em que foi expedida sobredita guia. 4. Precedentes do STF. 5. Recurso extraordinrio provido para cassar a segurana concedida ao importador pela Justia Federal de So Paulo e pelo Tribunal Federal de Recursos (STF, 1 T., RE 72874/SP ,rel. Min. Antonio Neder, j. 05.09.1978, DJU 22.09.1978).

    Imposto de Importao. Fato gerador. Mercadoria despachada para consumo. Cdigo Tributrio Nacional, art. 19. Dec.-lei 37/66 (compatibilizao). Inexistncia de contradio ou antinomia entre a norma genrica do art. 19 do CTN e a norma especfica do art. 23 do Dec.-lei 37/66, posto que a caracterizao de um necessrio momento naquela no previsto, e o condicionamento de indeclinveis providncias de ordem fiscal, no a desfiguram nem contraditam, porm a complementam para tornar precisa, no espao, no tempo e na circunstncia, a ocorrncia do fato gerador. Recurso extraordinrio conhecido mas no provido (STF, Pleno, RE 91337/SP, rel. Min. Cordeiro Guerra, j. 06.02.1980, DJU 20.02.1981).

    Imposto de Importao. Momento da ocorrncia do fato gerador, em se tratando de mercadoria despachada para consumo. Compatibilidade do art. 23 do Dec.-lei37/66 com o art. 19 do Cdigo Tributrio Nacional. Resoluo do CPA. Necessidade de sua motivao, ao fixar pauta de valor mnimo. Jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal em dissdio com a deciso recorrida. Recurso extraordinrio conhecido pelo segundo fundamento e provido (STF, 1 T., RE 94167/RJ, rel. Min. Soares Muoz, j. 05.05.1981, DJU 29.05.1981).

    Agravo regimental em recurso extraordinrio. Constitucional. Tributrio. Imposto de Importao. Majorao de alquota. Incidncia. Fato gerador. 1. Entrada de mercadoria importada no territrio nacional em data posterior vigncia do Dec. 1.427, de 29.03.1995 [revogado pelo Dec. 1.471, de 27.04.1995]. Incidncia do imposto com a alquota majorada, tendo em vista o fato gerador do tributo. 2. Constitucionalidade do diploma legal editado pelo Poder Executivo Federal. Matria dirimida pelo Pleno deste

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    Tribunal. Agravo regimental no provido (STF, 2 T., AGRRE 252008/SP rel. Min. Maurcio Corra, j. 08.08.2000, DJU 16.02.2001).

    1. O fato gerador do Imposto de Importao a entrada, no territrio nacional, da mercadoria importada. 2. Discusso a respeito de o importador haver adquirido o direito de pagar tal imposto mediante aplicao de alquota mais favorvel. Improcedncia do argumento. 3. Divergncia pretoriana que no se acha demonstrada. 4. Recurso extraordinrio a que o STF nega conhecimento (STF, 1 T., RE 77604/SP rel. Min. Antnio Neder, j. 19.05.1981, DJU 12.06.1981, p. 5.716).

    Tributrio. Imposto de Importao. Mercadoria despachada para consumo. Momento do fato gerador. No caso de importao de mercadoria despachada para consumo, o fato gerador, para o Imposto de Importao, consuma-se na data do registro da declarao de importao. Precedentes do STJ e TFR (STJ, 1 T., REsp 121617/PR, rel. Min. Humberto Gomes de Barros, j. 18.06.1998, DJU 17.08.1998, p. 25).

    Processual civil e tributrio. Imposto de Importao. Mercadoria para uso prprio. Majorao de alquota. Dec. 1.490/95. Legitimidade e constitucionalidade decretadas pelo STF. Momento do fato gerador. CTN, art. 19 e Dec.-lei 37/66, art. 23. Compatibilidade. Smula 4/TFR. Violao a preceitos da lei processual civil no configurada. Precedentes. Na importao de mercadorias para consumo, o fato gerador ocorre no momento do registro da declarao de importao na repartio aduaneira, sendo irrelevante o regime fiscal vigente na data da emisso da guia de importao, ou quando do desembarque da mercadoria. Inexiste incompatibilidade entre o art. 19 do CTN e o Dec.-lei 37/66, conforme orientao do Pretrio Excelso sobre o tema (RE 225.602, rel. Min. Carlos Velloso). No h que se falar em nulidade de acrdo que, examinando todas as alegaes suscitadas na apelao, necessrias ao deslinde da controvrsia, decide a lide de forma contrria quela desejada pelo recorrente. Recurso especial no conhecido (STJ, 2 T., REsp 205013/SP rel. Min. Francisco Peanha Martins, j. 03.05.2001, DJU 25.06.2001).

    Tributrio. Imposto de Importao. Fato gerador. Guia para importao. Alquota aplicvel. CF, arts. 150, III, a, e 153, 1. CTN, art. 19. Dec.-lei 37/66 (art. 23). Dec. 1.427/95 [revogado pelo Dec. 1.471, de 27.04.1995]. Decreto 1.391/95 [alterado pelo Dec. 1427/95, este revogado pelo Dec. 1.471/95]. 1. Desinfluente a data da expedio da guia de importao para concretizao do fato gerador. O

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    contribuinte no tem direito ao regime fiscal vigente na data da emisso da guia referenciada. A alquota do Imposto de Importao a vigente no dia do registro alfandegrio para o desembarao e entrada da mercadoria no territrio nacional. A poltica de comrcio exterior orienta o aumento ou reduo da alquota aplicvel na concretizao do fato gerador. 2. Multifrios precedentes. 3. Recurso sem provimento (STJ, 1 T., REsp 130230/PR, rel. Min. Milton Luiz Pereira, j. 06.02.2001, DJU 28.05.2001).

    Tributrio. Imposto de Importao. Fato gerador. Iseno. Quem promove a importao de mercadoria sem ter a guia de importao sujeita-se ao regime legal vigente na data em que a obtm. Compatibilidade entre o art. 23 do Dec.-lei 37, de 1966, e o art. 19 do Cdigo Tributrio Nacional. Smula 4 do Tribunal Federal de Recursos. Precedentes do Supremo Tribunal Federal. Recurso especial conhecido e provido (STJ, 2 T., REsp 78.277/MG, rel. Min. Ari Pargendler, j. 08.09.1998, DJU 05.03.2001, p. 143).

    Tributrio. Imposto de Importao. Fato gerador. Alquota aplicvel. CTN, art. 19 e Dec.-lei 37/66, art. 23. Decs. 1.427/95 [revogado pelo Dec. 1.471/95] e 1.391/95 [alterado pelo Dec. 1.427/95, este revogado pelo Dec. 1.471/95]. Compatibilidade. Precedentes do STJ e STF. O desembarao aduaneiro completa a importao e, conseqentemente, representa a entrada no territrio nacional da mercadoria, para efeitos fiscais, nos termos do art. 23 do Dec.-lei 37/66. No h qualquer incompatibilidade entre o art. 23 do Dec.-lei 37/66 e o art. 19 do CTN, nos termos do entendimento firmado pelo Pretrio Excelso. Recurso especial no conhecido. Deciso unnime (STJ, 2 T., REsp 185418/SP, rel. Min. Franciulli Netto, j. 09.05.2000, DJU 19.06.2000).

    Tributrio. Imposto de Importao. Mercadoria importada a granel. Quebra inferior ao limite tcnico permitido de 5% (cinco por cento). Mercadoria isenta. Responsabilidade tributria. Dec.-lei 37/66, arts. 41, III, e 60, pargrafo nico. Ocorrncia do fato gerador. Necessidade de fixao de critrio temporal para que se complete. Art. 19 do Cdigo Tributrio Nacional e arts. 1 e 23 do Dec.-lei 37/66. Compatibilidade. Recurso especial provido. Inverso da sucumbncia. 1. Ocorrendo quebra ou perda inferior a 5% (cinco por cento), nos casos de mercadoria importada a granel sob regime de iseno, presumida a ausncia de responsabilidade do transportador, no responde este pelo pagamento do Imposto de Importao face inexistente previso legal para tanto .Inaplicveis, espcie, os preceitos dos arts. 41, III, e 60, pargrafo nico, do Dec.-lei 37/66. 2. No obstante o fato gerador do Imposto de

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    Importao se d com a entrada da mercadoria estrangeira em territrio nacional, torna-se necessria a fixao de um critrio temporal a que se atribua a exatido e certeza para se completar o inteiro desenho do fato gerador. Assim, embora o fato gerador do tributo se d com a entrada da mercadoria em territrio nacional, ele apenas se aperfeioa como registro da Declarao de Importao no caso de regime comum e, nos termos precisos do pargrafo nico do art. 1 do Dec.-lei 37/66 [este artigo possui redao alterada pela Dec.-lei 2.472/88], com a entrada no territrio nacional da mercadoria que contar como tendo sido importada e cuja falta seja apurada pela autoridade aduaneira. 3. Recurso especial a que se d provimento. Inverso do nus da sucumbncia (STJ, 1 T., REsp 203815/RJ, rel. Min. Jos Delgado, j. 04.05.1999, DJU 02.08.1999).

    Tributrio. Imposto de importao. Fato gerador. Alterao de alquota. 1. Nos termos do art. 19 do CTN/66, o imposto sobre a importao de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no territrio nacional (art. 19 do CTN/66). Porm, quando se tratar de mercadoria despachada para consumo, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro, na repartio aduaneira, da declarao de importao (art. 23 do Dec.-lei 37/66). 2. Assim, devida a alquota do Imposto de Importao prevista no Dec. 1.427/95 [revogado pelo Dec. 1.471/95], de 29.03.1995, inclusive em relao s importaes j em curso e cujas guias no estavam registradas na repartio aduaneira na data de sua entrada em vigor (TRF-4 R., 2 T., AMS 96.01.09084, rel. Juiz Teori Albino Zavascki, j. 05.06.1997, DJU 09.07.1997, p. 52.717).

    Tributrio. Imposto de importao. Majorao de alquota. Incidncia sobre importao de veculo j embarcado. Fato gerador complexivo e continuado. Dec.-lei 37/66. Dec. 1.427/95 [revogado pelo Dec. 1.471/95]. A alquota incidente sobre as importaes de mercadorias despachadas para consumo definida pela norma vigente no momento da efetivao do registro da declarao de importao na repartio alfandegria. Irrelevantes as datas da celebrao do contrato de compra e venda, do embarque do bem estrangeiro e do ingresso do mesmo no territrio nacional (TRF-2 R., 4 T., AMS 96.0201428-8/RJ, rel. Juza Valria Albuquerque, j. 25.09.1996, DJU 03.06.1997, p. 288).

    Tributrio. Mandado de segurana. Impetrante que pretende eximir-se de aumento de alquota do Imposto de Importao incidente sobre trigo em gro, descascado. Procedente dos Estados Unidos da Amrica. Momento definidor da obrigao tributria ocorre com a entrada da mercadoria no territrio

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    nacional (art. 19 do CTN), e no a partir da emisso de guia de importao, que prvio ato administrativo, no constituindo fato gerador de tributo. facultado ao Poder Executivo alterar as alquotas (art. 21 do CTN), pela relevncia econmica da relao jurdica com reflexos na poltica cambial e no comrcio exterior do Pas. Mantida a deciso monocrtica. Recurso improvido (TRF- 2 R., 2 T., AMS 93.0213217-0/RJ, rel. Juiz Alberto Nogueira, j. 1 .04.1997; DJU 03.07.1997, p. 51).

    Tributrio. Imposto de importao. Dec. 1.427/95 [revogado pelo Dec. 1.471/95]. Alterao de alquota. 1. inquestionvel o carter nitidamente extrafiscal do Imposto de Importao, tanto que a Constituio Federal, no 1 do art. 153, faculta ao Poder Executivo, atendidas as condies e os limites estabelecidos em lei, alterar as alquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V, os quais so excepcionados da regra da anterioridade (Constituio Federal, art. 150, 1). 2. O produto importado estar sujeito ao pagamento do imposto respectivo pela alquota vigente no momento da ocorrncia do fato gerador. Se a poltica de comrcio exterior impe que se aumente ou reduza o valor de alquota entre a importao, a chegada da mercadoria ao pas e o momento de seu desembarao aduaneiro, no se pode invocar o princpio da segurana jurdica como respaldo a invocado direito ao pagamento de alquota menor, porque a esta no tem direito o importador enquanto no concretizado o fato gerador. 3. Apelao no provida (TRF-3 R., 4 T., MAS 96.03.09004-1/SP, rel. Juiz Homar Cais, j. 25.06.1997, DJU 25.11.1997, p. 101698).

    Agravo regimental no recurso extraordinrio. Imposto de Importao. Majorao de alquota. Possibilidade. Precedente do STF. A jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal fixou entendimento segundo o qual aplicvel a majorao de alquota prevista no Dec. 1.427/95 [revogado pelo Dec. 1.471/95 ], se o fato gerador do imposto - entrada da mercadoria no territrio nacional - for posterior vigncia do diploma legal. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento (STF, 2 T., RE-AgR 441537/ES, rel. Min. Eros Grau, j. 05.09.2006, DJU 29.09.2006, p. 64).

    Constitucional. Tributrio. Imposto de Importao. Alquota. Fato gerador. CF, art. 150, III, a. I. Fato gerador do Imposto de Importao de mercadoria despachada para consumo considera-se ocorrido na data do registro, na repartio aduaneira competente, da declarao apresentada pelo importador (art. 23 do Dec.-lei 37/66). II. O que a Constituio exige, no art. 150, III, a, que a lei que institua ou majore tributos seja anterior ao fato gerador. No caso, o decreto que alterou as alquotas anterior ao fato

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    gerador do Imposto de Importao. III. Agravo no provido (STF, 2 T., AI-AgR 420993/PR, rel. Min. Carlos Velloso, j. 31.05.2005, DJU 01.07.2005, p. 57).

    Agravo regimental em recurso extraordinrio. Constitucional. Tributrio. Imposto de Importao. Majorao de alquota. Incidncia. Fato gerador. 1. Entrada de mercadoria importada no territrio nacional em data posterior vigncia do Dec. 1.427, de 29 de maro de 1995 [revogado pelo Dec. 1.471/95]. Incidncia do imposto com a alquota majorada, tendo em vista o fato gerador do tributo. 2. Constitucionalidade do diploma legal editado pelo Poder Executivo Federal. Matria dirimida pelo Pleno deste Tribunal. Agravo regimental no provido (STF, 2 T., RE-AgR 252008/SP, rel. Min. Maurcio Corra, j. 08.08.2000, DJU 16.02.2001, p. 137).

    Tributrio. ICMS. Importao. Fato gerador. Ocorrncia. Desembarao aduaneiro. 1. O fato gerador do ICMS, na importao de mercadorias, ocorre no momento do desembarao aduaneiro. 2. Recurso especial provido (STJ, 2 T., REsp 552852/PE, rel. Min. Joo Otvio de Noronha, j. 06.02.2007, DJU 26.02.2007,p.571).

    Tributrio. Imposto de Importao. Momento ao fato gerador. Variao cambial. 1. No caso de importao de mercadoria despachada para consumo, o fato gerador, para o imposto de importao, consuma-se na data do registro da declarao de importao (REsp 313.117/PE, rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ 17.11.2003). Precedentes: RESP 250.379/PE, rel. Min. Francisco Peanha Martins, DJ 09.09.2002; EDcl no AgRg no REsp 170163/SP, rel. Min. Eliana Calmon, DJ 05.08.2002; REsp 205013/SP, rel. Min. Francisco Peanha Martins, DJ 25.06.2001; REsp 139658/PR, rel. Min. Milton Luiz Pereira, DJ 28.05.2001; REsp 213909/PR, rel. Min. Jos Delgado, DJ 11.10.1999. 2. Nessa linha de pensamento exteriorizaram em diversos arestos as Cortes Superiores: o Supremo Tribunal Federal que, no julgamento da ADIn 1293/DF, manifestou-se, in verbis: O imposto de importao tem como fato gerador a entrada de produtos estrangeiros no territrio (CTN-66, art. 19). Tratando-se de mercadoria despachada para consumo, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro, na repartio competente, da declarao apresentada pelo importador (Dec.-lei 37/66, art. 23 c/c art. 44), sendo irrelevante, para esse efeito especfico, a data da celebrao do contrato de compra e venda ou a do embarque ou a do ingresso no pas de mercadoria importada. E ainda: Imposto de Importao. Fixou-se em Plenrio, RE 91.337-8/SP, em 06.02.1980, a jurisprudncia do Supremo Tribunal no sentido de que, em se tratando de mercadoria

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    despachada para consumo, o fato gerador ocorre na data do registro, na repartio competente, da declarao de importao. Ausncia de incompatibilidade entre o art. 19 do CTN e o art. 23 do Dec.-lei 37/66. Embargos conhecidos, porm rejeitados (ERE 91.309-2/SP, rel. Min. Cordeiro Guerra, STF, Pleno, 12.03.1980, DJ 18.04.1980, p. 2.566). Seguindo essa mesma linha de orientao, o STJ assim tem se pronunciado: No caso de importao de mercadoria despachada para consumo, o fato gerador, para o Imposto de Importao, consuma-se na data do registro da declarao de importao. Precedentes do STJ e STF (REsp 121617/Humberto); O STF j proclamou inexistir incompatibilidade do art. 19 do CTN com os arts. 23 e 24 do Dec.-lei 37/66. Na importao de produtos do exterior, para consumo prprio, o fato gerador ocorre no momento do registro da declarao de importao na repartio aduaneira, aplicando-se a alquota vigente na poca (REsp 250379/Peanha Martins, DJ 09.09.2002); Jurisprudncia pacfica do STJ, no sentido de que o fato gerador do Imposto de Importao ocorre com o registro da declarao de importao na repartio aduaneira, inexistindo incompatibilidade entre o art. 23 do Dec.-lei 37/66 e o art. 19 do CTN (EAREsp 170163/Eliana Calmon, DJ 05.08.2002); e: Na importao de mercadorias para consumo, o fato gerador ocorre no momento do registro da declarao de importao na repartio aduaneira, sendo irrelevante o regime fiscal vigente na data da emisso da guia de importao, ou quando do desembarque da mercadoria. Inexiste incompabilidade entre o art. 19 do CTN e o Dec.-lei 37/66, conforme orientao do Pretrio Excelso sobre o tema (RE 225.602, rel. Min. Carlos Velloso) (REsp 205013/Peanha Martins, DJ 25.06.2001). 3. Recurso especial provido (STJ, 1 T., REsp 670658/RN, rel. Min. Luiz Fux, j. 23.08.2005, DJU 14.09.2006, p. 260).

    Tributrio. Imposto de Importao. Fato gerador. Compatibilidade do art. 19 do Cdigo Tributrio Nacional com o art. 23 do Dec.-lei 37/66. Bens de capital. Fato gerador. Momento da ocorrncia. Entrada. Territrio nacional. 1. A regra geral prevista nos arts. 19 do Cdigo Tributrio Nacional e 1 do Dec.-lei 37/66 dispem que o imposto de importao tem como fato gerador a entrada da mercadoria de procedncia estrangeira no territrio nacional. 2. Quando se tratar de mercadoria destinada ao consumo, considera-se ocorrido o fato gerador do Imposto de Importao a data do registro na repartio aduaneira da declarao feita para fins de desembarao aduaneiro, consoante o disposto no art. 23 do Dec.-lei 37/66, o qual compatvel com o art. 19 do Cdigo Tributrio Nacional. Precedentes. 3. Prevalece a regra geral insculpida no art. 19 do Cdigo Tributrio Nacional na importao de bens de capital - o fato gerador do Imposto de Importao ocorre na

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    entrada dos produtos estrangeiros no territrio nacional. 4. Recurso especial improvido (STJ, 2 T., REsp 328835/SC, rel. Min. Castro Meira, j. 03.11.2005, DJU 14.11.2005, p. 236).

    Tributrio. Imposto de Importao. Veculos automotores. Decs. 1.391/95 e 1.427/95 [revogados pelo Dec. 1471/95] .Fato gerador. Ocorrncia. Desembarao aduaneiro. 1. O fato gerador do Imposto de Importao perfectibiliza-se com o desembarao aduaneiro, o qual se inicia com o registro da declarao de importao. 2. Na hiptese, o desembarao ocorreu na vigncia do Dec. 1.427/95, portanto deve ser aplicada a alquota prevista em seu bojo. 3. A declarao de importao - atual denominao da guia de importao - no gera ato jurdico perfeito ou direito adquirido aplicao da alquota vigente ao tempo de sua emisso. 4. Recurso especial conhecido e provido (STJ, 2 T., REsp 157162/SP rel. Min. Castro Meira, j. 03.05.2005, DJU 01.08.2005, p. 366).

    Tributrio. Imposto de Importao. Portarias 73/91 e 938/91.1. O fato gerador do imposto de importao a data da entrada da mercadoria no territrio nacional e no a data da emisso da guia de importao. 2. O lanamento fiscal, em relao ao fato gerador, regido pela lei vigente poca. 3. Agravo regimental improvido (STJ, 2 T., AgRg no REsp 49697/RJ, rel. Min. Castro Meira, j. 08.06.2004, DJU 30.08.2004, p. 232).

    Tributrio. Imposto de Importao. Mercadoria despachada para consumo. Momento do fato gerador. No caso de importao de mercadoria despachada para consumo, o fato gerador, para o Imposto de Importao, consuma-se na data do registro da declarao de importao. Precedentes do STJ e STF (STJ, 1 T., REsp 313117/PE, rel. Min. Humberto Gomes de Barros, j. 21.10.2003, DJU 17.11.2003, p. 202).

    Tributrio e processual civil. Fato gerador do Imposto Sobre Importao: momento da entrada da mercadoria no territrio brasileiro. Registro da declarao de importao: art. 19 do CTN c/c art. 23 do Dec.-lei 37/66. Preliminares rejeitadas. Ausncia de registro por decurso do prazo. Abandono. Art. 116, I, do CTN. Apelao e remessa oficial providas. 1. As Declaraes de Trnsito Aduaneiro anexadas aos autos provam que as mercadorias foram introduzidas no Brasil. Assim, deve ser rejeitada a preliminar de ausncia de prova pr-constituda quanto data de introduo das mercadorias no Brasil. 2. A preliminar de ausncia de prova da recusa da repartio fazendria em proceder ao registro

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    da declarao de importao confunde-se com o mrito. 3. O Pleno do STF pacficou a matria no sentido da compatibilidade da regra do art. 23 do Dec.-lei 37/66 com o art. 19 do CTN, sendo considerado o fato gerador do Imposto de Importao a entrada da mercadoria no territrio brasileiro, ocorrido no momento do registro da Declarao de Importao na repartio aduaneira, nos termos do art. 23 do Dec.-lei 37/66, combinado com o art. 19 do CTN. 4. O impetrante inviabilizou o registro da Declarao de Importao, pois deixou transcorrer o prazo para dar incio ao despacho aduaneiro (art. 461, Dec. 91.030/85 [revogado pelo Dec. 4.543/2002]). No havendo, durante esse prazo, incio do despacho, o registro no mais possvel e a mercadoria considerada abandonada, sendo este o momento considerado como ocorrido o fato gerador (art. 116, I, do CTN). 5. Apelao e remessa oficial providas. 6. Peas liberadas pelo relator, em 24.04.2006, para publicao do acrdo (TRF-1 R., 7 T., AMS 1999.01.00.099427-9/MG, rel. Juiz Luciano Tolentino, j. 24.04.2006, DJU 12.05.2006, p. 49).

    Tributrio. Imposto de Importao. Fato gerador. Alquota. Declarao de Importao. Guia de importao 1. O fato gerador do imposto de importao ocorre com a entrada da mercadoria em territrio nacional, que se d com o registro da Declarao de Importao na repartio aduaneira. Compatibilidade do art. 23 do Dec.-lei 37/66 com o art. 19 do Cdigo Tributrio Nacional. Precedentes deste Tribunal e do STF. 2. A guia de importao somente autoriza a entrada de mercadoria no Territrio Nacional, sendo irrelevante a sua data para fixao da alquota do Imposto de Importao, que aquela vigente na data de seu ingresso no pas. 3. Apelao improvida (TRF-1 R., 2 T., AMS 96.01.36418-8/MG,rel. Juiz Miguel ngelo de Alvarenga Lopes j. 03.12.2003, DJU 29.01.2004, p. 54).

    Tributrio. Imposto de Importao. Desembarao. Recolhimento integral do imposto. Registro da Declarao de Importao. Mercadorias que embarcaram em outro navio e em outra data. Descabida nova cobrana do imposto. O fato gerador do Imposto de Importao ocorre no momento do registro da declarao de importao, donde surgir ao importador a necessidade de recolher aos cofres pblicos o montante respectivo, no importando se as mercadorias desembarcaram no mesmo navio e na mesma data, j que tal circunstncia constou em declarao complementar, ficando inalterado o aspecto temporal do fato gerador do imposto, donde no se justificar que o contribuinte recolha novamente o imposto e em outro momento pea a sua restituio (TRF-3 R., 3 T., AMS 36375/SP, rel. Juiz Roberto Jeuken, j. 22.11.2006, DJU 17.01.2007, p. 571).

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    Tributrio. Anulatria de dbito fiscal. Imposto Sobre Importao. Momento de ocorrncia do fato gerador. 1. luz do art. 19 do Cdigo Tributrio Nacional, e segundo a delimitao constitucional da regra matriz tributria, a hiptese de incidncia do Imposto sobre Importao traduz-se na chegada, ao pas, do produto estrangeiro. 2. O art. 23, do Dec.-lei 37/66, harmoniza-se com o perfil constitucional da regra matriz desse tributo na medida em que reconhece, como momento de aperfeioamento da obrigao tributria do imposto incidente sobre mercadorias despachadas para consumo, o registro da declarao de importao, o qual inicia o procedimento de desembarao aduaneiro. 3. Na importao de mercadorias despachadas para consumo, aplica-se a alquota vigente data do registro da declarao de importao, sendo irrelevante o dia de ingresso do produto estrangeiro, em territrio nacional. 4. Revogada a Resoluo CPA 05-0392 quando do registro da declarao de importao, escorreita a atuao do Fisco ao constituir o crdito remanescente, consubstanciado no auto de infrao atacado. 5. Fato incontroverso, nos autos, a destinao para consumada mercadoria objeto do despacho aduaneiro. Sentena reformada. 6. Inverso do nus da sucumbncia (TRF-3 R., 6 T., AC 22632/SP, rel. Juiz Mairan Maia, j. 07.06.2006, DJU 21.08.2006, p. 371).

    Tributrio. Imposto de Importao. Aspecto temporal do fato gerador do tributo. Art. 23 do Dec.-lei 37/66. Registro anterior majorao. Direito adquirido. I. Tratando-se de mercadoria destinada a consumo, a alquota exigvel aquela vigente na data do registro da declarao de importao no ato do desembarao aduaneiro, no importando, para fins tributrios, a data da concluso do negcio jurdico de aquisio do bem importado. Incidncia do art. 23 do Dec.-lei 37/66. II. Constatado que o registro foi providenciado antes do advento do diploma que aumentou a alquota do Imposto de Importao, reconhece-se o direito adquirido ao pagamento do tributo pela alquota menor, vigente poca da concretizao do fato gerador. III. Remessa oficial desprovida (TRF-3 R., 3 T., REOMS 187700/SP, rel. Juza Ceclia Marcondes j. 27.07.2005, DJU 10.08.2005, p. 301).

    Apelao em mandado de segurana. Imposto de Importao. Dec. 1.427/95 [revogado pelo Dec. 1.471/95]. Alterao de alquota. Fato gerador. Art. 19, CTN. Art. 23, Dec.-lei37/66. Arts. 86 e 87 do Regulamento Aduaneiro [revogado pelo Dec. 4.543/2002]. 1. O fato gerador do Imposto de Importao ocorre com a entrada do produto importado no territrio nacional, a teor do art. 19 do CTN, complementado pelo art. 23 do Dec.-lei 37/66, que fixa a data do registro da declarao de importao na repartio

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    aduaneira, na hiptese de ser destinado a consumo. 2. No tendo sido efetuada a declarao de importao das mercadorias importadas, quando da entrada em vigor do Dec. 1.427, de 29 de maro de 1995 [revogado pelo Dec. 1.471/95], legtima a incidncia da exao, porquanto, a alquota do Imposto de Importao a vigente no dia do registro alfandegrio para o desembarao e entrada da mercadoria no territrio nacional. 3. Apelao a que se nega provimento (TRF-3 R., 6 T., AMS 170.855/SP, rel. Juiz Lazarano Neto, j. 02.03.2005, DJU 22.03.2005, p. 396).

    Tributrio. Importao. Tributos. Ocorrncia do fato gerador. Desembarao aduaneiro. Taxa de cmbio. Legalidade. 1. A legislao tributria aplicvel operao de importao aquela vigente poca do fato gerador, nos termos do art. 105, do CTN, e art. 150, III, a, da Constituio Federal. 2. O fato gerador do Imposto de Importao ocorre por ocasio do registro da Declarao de Importao, momento que se d o desembarao aduaneiro da mercadoria, e no com a simples entrada fsica desta no territrio nacional. O desembarao aduaneiro completa a importao e, conseqentemente, representa, para efeitos fiscais, a entrada no territrio nacional da mercadoria. 3. O art. 106, da Lei 8.981/95, autorizou o Poder Executivo a alterar a forma de fixao e a periodicidade da taxa de cmbio, no havendo que se falar na existncia de direito adquirido utilizao de determinada taxa de cmbio fixa. Ademais, a variao do cmbio da moeda estrangeira no representa majorao do tributo, nem alterao da base de clculo ou da alquota. Ao contrrio, a base de clculo ser simplesmente o resultado aritmtico da converso do valor expresso em moeda estrangeira com a taxa vigente. Portanto, no agiu com excesso de poder o Executivo ao alterar a taxa de cmbio, submetendo-a livre flutuao do mercado, em coerncia com a poltica econmica global adotada poca (TRF-4 R., 1 T., AMS 2000.04.01.044496-8/PR, rel. Juiz Vivian Josete Pantaleo Caminha, j. 05.04.2006, DJU 26.04.2006, p. 848).

    Tributrio. Ao ordinria. Aduaneiro. Imposto de Importao. Majorao de alquota. Dec. 3.626, de 10.10.2000. Momento da perfectibilizao do fato gerador. Dec.-lei 37/66, arts. 23 e 44. 1. O fato gerador do Imposto de Importao nasce com a entrada das mercadorias em territrio nacional e perfectibiliza-se no momento do registro da declarao de importao para o desembarao na repartio aduaneira. 2. A alquota incidente sobre as importaes de mercadorias para consumo definida pela norma vigente no momento em que se efetivou o registro da declarao apresentada pelo importador repartio alfandegria competente, sendo irrelevante, para esse

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    especfico efeito, a data da celebrao do contrato de compra e venda relativo ao bem importado. 3. Apelao e remessa oficial, tida por interposta, providas (TRF-4 R., 1 T., AC 000.70.00.029873-8/PR, rel. Juiz Wellington Mendes de Almeida, j. 22.10.2003, DJU 12.11.2003, p. 386).

    Art. 20. A base de clculo do imposto :

    I - quando a alquota seja especfica, a unidade de

    medida adotada pela lei tributria;

    II - quando a alquota seja ad valorem, o preo normal

    que o produto, ou seu similar, alcanaria, ao tempo da importao,

    em uma venda em condies de livre concorrncia, para entrega

    no porto ou lugar de entrada do produto no Pas;

    III - quando se trate de produto apreendido ou

    abandonado, levado a leilo, o preo da arrematao.

    COMENTRIOS

    Base de clculo. Todo imposto, para ser cobrado, leva em

    conta um determinado fato, mensurando-o do ponto de vista econmico.

    O quantitativo estabelecido a base de clculo que serve de suporte ao

    contedo da obrigao tributria. Em outras palavras, o valor tributvel.

    No Imposto de Importao, o CTN, no art. 20, indica trs

    bases de clculo distintas.

    A primeira, j em desuso, fixada levando em considerao a

    unidade ou quantidade do bem importado, expressa em uma medida

    determinada pelo peso, volume, metro, pea etc.

    Assim, o imposto corresponder a cada unidade destacada.

    a alquota especifica, referida no inciso I do art. 20 do CTN, bem como era

    previsto no art. 4 do Dec.-lei 37/66.

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    A segunda base de clculo leva em considerao o valor do

    produto, ou seu similar. Observe-se que no se trata do valor de aquisio

    e sim do preo normal. O CTN chama de preo normal o valor que o

    produto, ou seu similar, alcanaria em uma venda em condies de livre

    concorrncia, para entrega no porto ou no lugar da entrada do produto no

    Pas.

    Roosevelt Baldomir Sousa, em Comentrios Lei Aduaneira,

    ensina que por muitos anos a comunidade internacional, formada por 32

    pases, utilizava-se da expresso valor aduaneiro, hoje s usada por sete

    pases. Aps um evento internacional intitulado Rodada de Tquio,

    convencionou-se uma nova definio de valor, chegando-se ao art. VII do

    Acordo Geral sobre Tarifas e Comrcio - GATT.

    Tem-se a a alquota ad valorem, fixada em termos

    percentuais, o que faz o Imposto de Importao proporcional (inciso II do

    art. 20, CTN).

    As alquotas so estabelecidas pelo Poder Executivo, levando

    em considerao a essencialidade ou utilidade do produto, de tal modo

    que, quanto mais necessrio, menor alquota ostenta.

    Outro aspecto a ser considerado, quando da fixao da

    alquota, diz respeito concorrncia que possa fazer o produto estrangeiro

    indstria nacional.

    Em princpio, se houver similar nacional, a alquota do produto

    estrangeiro majorada; em caso contrrio, reduzida.

    Por fim, tem-se uma terceira base de clculo, eventual e

    episdica, para s mercadorias estrangeiras levadas a leilo, quando

    apreendidas ou abandonadas. A base de clculo do imposto o preo da

    arrematao.

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    Fixao dos valores das mercadorias. Acirrados

    questionamentos surgem em razo da fixao do valor das mercadorias

    pelo Poder Executivo.

    A tarefa, para o Estado, eminentemente poltica e passa,

    necessariamente, por interesses internacionais, estes atrelados

    geralmente a acordos disciplinadores da poltica de preos.

    H um emaranhado de interesses aliengenas e impositivos

    que so levados em considerao, dentre os quais a poltica de proteo

    aos produtos nacionais.

    Cabe Secretaria de Comrcio Exterior - Secex, o antigo

    Conselho de Poltica Aduaneira, a tarefa de fixar o preo de mercado, o

    que pode ser feito tomando como referncia o preo constante da fatura

    comercial, tambm chamado de preo normal; ou atribuindo o rgo, a

    seu talante, um valor que entende ser o correto, preo referncia; e,

    finalmente, firmando uma pauta de valores mnimos por intermdio da

    Comisso Executiva, um dos rgos da Secretaria de Comrcio Exterior -

    Secex.

    Preo de referncia o adotado no interesse de proteger o

    similar nacional e visa equalizar os preos de oferta quando dspares

    (Roosevelt Baldomir Sousa, ob. cit., supra).

    Verifica-se, portanto, a discricionariedade do Poder Executivo,

    o que no poderia ser diferente diante da responsabilidade que lhe cabe

    como negociador internacional e guardio dos interesses nacionais.

    Entretanto, a discricionariedade no se confunde com arbtrio,

    porque todos os valores so adrede estabelecidos, seguidos de

    publicidade, como todo e qualquer ato administrativo.

    Somente em duas hipteses cabe o arbitramento: quando a

    mercadoria estrangeira no est acompanhada da documentao legal,

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    ignorando-se o valor de aquisio, ou quando a documentao apresenta-

    se inidnea.

    Iseno de bagagem. As mercadorias estrangeiras esto

    sujeitas ao pagamento do Imposto de Importao quando ocorrido o fato

    gerador, ou seja, quando do desembarao aduaneiro, como previsto no

    CTN, art. 19 e no Dec.-lei 37/66, j comentado acima.

    Entretanto, h tolerncia quanto a bens adquiridos no

    estrangeiro dentro de um valor limitado pelo Poder Executivo, em

    montante cuja fixao atende aos interesses polticos. a chamada quota

    isencional (art. 3, Dec.-lei 1.455, de 07.04.1976).

    Escapam ainda do pagamento da exao a bagagem do

    passageiro que ingressa no Pas, abrangendo roupas, jias, objetos

    pessoais, livros e revistas, lembranas de viagem etc., bem assim o longo

    elenco constante do Dec.-lei 37/66, do qual destaco, apenas para

    exemplificar, toda a bagagem dos agentes diplomticos, quando se

    desligam da misso estrangeira, a bagagem dos estrangeiros radicados no

    Brasil h mais de cinco anos e de brasileiros com mais de dois anos

    domiciliados no estrangeiro, quando do retorno ao Brasil (art. 13, Dec.-lei

    37/66).

    Observe-se, por fim, que os bens desembaraados como

    bagagens no podem ser alienados, seno com o pagamento dos tributos,

    situao que dura por cinco anos, ao final dos quais ficam liberados da

    incidncia.

    Regimes aduaneiros. Para facilitar o ingresso de bens

    estrangeiros no Pas, cujo destino no , entretanto, o Brasil, foram

    institudos regimes especiais, permitindo o ingresso da mercadoria com

    suspenso do pagamento do imposto, mas sujeitando-a, naturalmente, ao

    controle fiscal (art. 9, Dec.-lei 1.455/76). O referido dispositivo foi

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    alterado pela Medida Provisria 2.158-35, de 24.08.2001 (ainda no

    convertida em lei), passando a ter a seguinte redao:

    Art. 9 O regime especial de entreposto aduaneiro na importao permite a armazenagem de mercadoria estrangeira em local alfandegado de uso pblico, com suspenso do pagamento dos impostos incidentes na importao.

    H, na hiptese, fato gerador sujeito a uma condio

    resolutiva, cuidando a lei tributria de uma garantia futura, caso em que

    se materializa a responsabilidade.

    Das diversas modalidades de regime especial destaca-se o

    trnsito aduaneiro, definido no art. 252 do Regulamento Aduaneiro (Dec.

    91.030/85), atualmente disciplinado pelo art. 267 e seguintes do Dec.

    4.543/2002 como aquele que permite o transporte de mercadoria sob

    controle aduaneiro.

    Temos, ainda, a admisso temporria, a qual consiste na

    importao de bens que devem permanecer no Pas por prazo fixo

    determinado, com suspenso de tributos, bens estes que devero cumprir

    uma finalidade. Os bens devem ser minuciosamente identificados, para

    assim possibilitar uma eventual taxao, caso seja descumprido o prazo

    ou a finalidade.

    Pode-se exigir ou no a expedio de guia de importao,

    sendo dispensada quando se tratar de importao ao abrigo de tratado ou

    conveno internacional.

    Exemplo freqente de admisso temporria existe quanto aos

    veculos importados para uso e circulao na zona franca ou zona de livre

    comrcio e que saem do territrio especial por perodo certo. Caso no

    haja retorno, passam a incidir todos os tributos.

    A legislao brasileira permite duas modalidades de drawback:

    drawback suspenso e drawback iseno.

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    No primeiro, os bens importados com suspenso so

    absorvidos pelo produto nacional que vai ser exportado, hiptese em que

    h absoro do produto estrangeiro, mas esta incidncia sofre suspenso

    at a exportao. Se no houver exportao h exigncia da exao.

    No segundo (drawback iseno), h uma diferena muito sutil

    e que consiste na importao de produtos fabricados com matria-prima

    importada.

    Alm dos regimes aduaneiros especiais, tem a legislao

    brasileira os chamados entrepostos aduaneiros, que consistem no regime

    especial de armazenamento de mercadorias em importao ou

    exportao, com suspenso de tributos. , em outras palavras, o espao

    fsico (armazm, depsito ou trapiche), sob estreito controle fiscal.

    Dentre as diversas modalidades, temos o entreposto

    aduaneiro de uso pblico, que um espao fsico concedido pelo Ministro

    da Fazenda, a ttulo precrio e mediante seleo dos interessados por

    concorrncia pblica, e que servem geralmente para depsito, instalao

    de mercadorias importadas ou exportadas por terceiros usurios.

    Temos, tambm, o entreposto aduaneiro temporrio, que se

    constitui em depsito para receber mercadorias para concursos,

    exposies, feiras de amostra etc., cujos impostos ficam suspensos pelo

    prazo de um a trs anos, no mximo (art. 17, Dec.-lei 1.455/76). Esse

    dispositivo, entretanto, foi revogado pela Medida Provisria 2.158-

    35/2001, ainda no convertida em lei at a presente data.

    Perda de mercadoria. A primeira espcie do gnero mercadoria

    perdida a considerada abandonada, por permanecer na aduana alm dos

    prazos e condies indicados em lei (arts. 58 e 59, Dec.-lei 37/66).

    Chama-se a ateno para as remessas postais internacionais

    porque, se no recebidas nos prazos estabelecidos, sero devolvidas ao

    remetente.

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    31

    Tambm obedecem a tratamento distinto as mercadorias

    apreendidas.

    O abandono no gera para o destinatrio da mercadoria nus

    algum, a no ser que tenha sido iniciado o despacho aduaneiro, hiptese

    em que a desistncia obriga ao pagamento da diferena entre o valor da

    arrematao e o valor da exao, como se tivesse sido despachada

    normalmente. A recproca verdadeira, porque, se houver saldo positivo

    no leilo, este ser entregue ao proprietrio da mercadoria.

    Uma outra forma de perda a avaria (perda parcial ou total) e

    o extravio (perda total), ambas as hipteses apuradas em procedimento

    administrativo.

    Temos, finalmente, as mercadorias importadas

    irregularmente, ou de importao proibida, que sofrem apreenso liminar

    para posterior imposio de pena de perdimento, aps regular processo

    administrativo.

    Todos os bens apreendidos so recolhidos Secretaria da

    Receita Federal, como medida acautelatria, em nome e ordem do

    Ministro da Fazenda.

    Da o equvoco de alguns magistrados que, na conduo de

    processos criminais de contrabando ou descaminho, arvoram-se

    depositrios dos bens estrangeiros apreendidos ou indicam terceiras

    pessoas como depositrios.

    A prtica ilegal, violando o Dec.-lei 1.455/76, diploma que

    foi recepcionado pela CF/88 e em nada contraria o Dec.-lei 37/66 (arts. 25

    e 26), tambm recepcionado.

    A nica possibilidade de utilizao de bens importados

    apreendidos mediante doao dos mesmos, aps a decretao de perda

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    em benefcio do errio, antes de ser mandado a leilo, ou quando no

    arrematados em hasta negativa.

    Aconselha-se, para maior dinmica no processamento dos

    feitos administrativos e judiciais, estes cveis e criminais, que todos os

    bens estrangeiros apreendidos sejam encaminhados ao Secretrio da

    Receita Federal. Preconiza-se, ainda, seja a autoridade fiscal comunicada

    quando da finalizao do processo judicial.

    Pena de perdimento. Independentemente do processo judicial,

    a apreenso de bens importados irregularmente desencadeia a

    instaurao de processo administrativo-tributrio, o qual deve observar os

    princpios processuais do devido processo legal, da ampla defesa e do

    contraditrio, ao final do qual declarada a perda de bens, se

    comprovado o irregular internamento dos mesmos.

    A questo mais complexa existe quando tramitam

    concomitantemente processo penal e processo administrativo. E isto

    porque, embora sejam independentes as esferas de responsabilidade, em

    algumas situaes a sentena penal faz coisa julgada na esfera

    administrativa, como s acontece quando declarada na esfera penal a

    inexistncia material do fato ou quando se verificar a no-participao do

    ru no fato criminoso.

    Por exemplo: o bem apreendido em poder do ru no de sua

    propriedade; o proprietrio do bem estrangeiro no foi o responsvel pelo

    irregular internamento.

    A jurisprudncia, embora oscilante, tem tratado o proprietrio

    inocente como terceiro de boa-f, no responsvel pela irregularidade na

    importao. Da a direta interferncia da sentena judicial no

    procedimento administrativo, a demonstrar que melhor seria aguardar-se

    a finalizao do processo judicial para ento proceder-se ao perdimento

    de bem e com ele a irreversvel alienao em hasta.

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    JURISPRUDNCIA

    As Resolues do Conselho de Poltica Aduaneira [hoje, substitudo pela Secex], destinadas fixao de pauta de valor mnimo, devem conter motivao expressa (TFR - Smula 97).

    Tributrio. Taxa de licenciamento de importao. Art. 10 da Lei 2.145/53, redao dada pelo art. 1 da Lei 7.690/88 [suspenso por inconstitucionalidade pela Resoluo 11/2005, do Senado Federal]. Tributo cuja base de clculo coincide com a que corresponde ao Imposto de Importao, ou seja, o valor da mercadoria importada. Inconstitucionalidade que se declara do dispositivo legal em referncia, em face da norma do art. 145, 2, da Constituio Federal de 1988. Recurso no conhecido (STF, Pleno, REsp 167.992/PR, rel. Min. Ilmar Galvo, j. 23.11.1994, DJU 10.02.1995).

    IPI. Crdito do imposto pago na importao de pas membro do Gatt, relativo a bem para o ativo fixo. Sua inaplicao hiptese, pois tal creditamento constitui incentivo indstria nacional e, por isso, somente favorece os produtos nacionais (Lei 4.502/64, art. 23, 2 [rectius: art. 25, 2; este pargrafo foi revogado pelo Dec.-lei 2.433/88]; Dec. 70.182/72 [rectius: Decreto 70.162/72, revogado pelo Dec. 83.263/79], art., 36). Recurso extraordinrio no conhecido (STF, 1 T., RE 92978/SP, rel. Min. Soares Muoz, j. 23.09.1980, DJU 31.10.1980).

    Na importao sob regime drawback, s h iseno do ICMS quando ocorre a suspenso do Imposto de Importao e do IPI. Em havendo iseno dos tributos federais (STJ, 1 T., REsp 128200/SP, rel. Min. Humberto Gomes de Barras, j. 1. O9.1998, DJU 05.10.1998).

    Tributrio. Imposto de Importao. Vitamina E e derivados. Gatt. Alquota zero. Precedentes. A importao da vitamina E, sob todas as formas, obedece s normas estabelecidas no Gatt, recebendo o benefcio de alquota zero. Incidncia da Smula 83/STJ. Recurso no conhecido (STJ, 2 T., REsp 135.080/SP, rel. Min. Francisco Peanha Martins, j. 19.08.1989, DJU 11.10.1989).

    Tributrio. Imposto de Importao. Fato gerador. Guia para importao. Alquota aplicvel. CF, arts. 150, III, a, e 153, 1. CTN, art. 19. Dec.-lei 37/66 (art. 23). Dec. 1.427/95 [revogado pelo Dec. 1.471/95]. Dec. 1.391/95 [alterado pelo Dec. 1.427, este revogado pelo Decreto 1.471/95]. 1. Desinfluente a data da expedio da guia de importao para concretizao do fato gerador. O contribuinte no tem

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    direito ao regime fiscal vigente na data da emisso da guia referenciada. A alquota do Imposto de Importao a vigente no dia do registro alfandegrio para o desembarao e entrada da mercadoria no territrio nacional. A poltica de comrcio exterior orienta o aumento ou reduo da alquota aplicvel na concretizao do fato gerador. 2. Multifrios precedentes. 3. Recurso provido (STJ, 1 T., REsp 264565/PR, rel. Min. Milton Luiz Pereira, j. 15.02.2001, DJU 28.05.2001).

    Tributrio. Imposto de Importao. Veculo novo. Fato gerador. Majorao de alquota. Dec. 1.471, de 27.04.1995. 1. Em se tratando da importao de mercadorias para consumo, o fato gerador no ocorre no momento da celebrao do contrato, mas quando do registro da declarao de importao na repartio aduaneira (art. 23 do Dec.-lei 37/66). a alquota vigente nesta data que deve ser aplicada para o clculo do imposto. 2. Recurso conhecido e provido (STJ, 1 T., REsp 139658/PR, rel. Min. Milton Luiz Pereira j. 15.02.2001, DJU 28.05.2001).

    Tributrio. Iseno. Importao. Lei 8.032/90. IPI e lmposto de lmportao. Dec.-lei 2.324/97. A iseno, quando concedida por prazo certo e sob condio onerosa, no pode ser revogada. Recurso improvido (STJ, 1 T., REsp 198.331/SC, rel. Min. Garcia Vieira, j. 23.03.1999, DJU 17.05.1999).

    Administrativo. Ilcito fiscal. Pena de perdimento de bens. Veculo transportador de mercadoria estrangeira destituda de documentao. Dec.-lei 37/66, art. 104, V. Dec.-lei 1.445/76 [na publicao consta Dec.-lei 1.445/76, mas no voto consta Dec. lei 1.455/76, o nmero correto], arts. 23 e 24. A pena de perdimento do veculo, utilizado em contrabando ou descaminho, somente tem aplicao quando devidamente comprovada a responsabilidade do proprietrio no ilcito praticado pelo motorista transportador das mercadorias apreendidas (STJ, 1 T., REsp 15085/DF, rel. Min. Humberto Gomes de Barros, j. 29.06.1992, DJU 31.08.1992, p. 13.632).

    Tributrio. Mandado de segurana. Perdimento de bens decretado pela autoridade competente em procedimento administrativo regular: Segurana denegada. Havendo comprovao, em procedimento administrativo regular, de que a mercadoria teve clandestino ingresso no territrio nacional, a decretao do perdimento dos bens, ilegalmente importados, independe da prova de boa-f do contribuinte (responsvel pela operao interna com essa mercadoria), e a eventual boa-f do contribuinte que realiza operao de

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    entrada ou sada de mercadoria com ingresso clandestino poder dar-lhe condio para propor ao de ressarcimento contra o vendedor, mas nunca a de inibir o fisco de apreend-la (a mercadoria), decretando-lhe a perda. Deciso unnime (STJ, 1 T., REsp 15072/DF,rel. Min. Demcrito Reinaldo j. 16.11.1998, DJU 14.12.1992, p. 23.897).

    Tributrio. Pena de perdimento. Mercadoria adquirida de comerciante estabelecido. Boa-f. A pena de perdimento no alcana quem adquiriu a mercadoria estrangeira, no mercado interno, de comerciante estabelecido, mediante nota fiscal. O comprador de mercadoria exposta em loja sujeita a fiscalizao no pode ser obrigado a investigar o modo como ela entrou no pas. A pena de perdimento - at por ser pena - no pode abstrair o elemento subjetivo nem desprezar a boa-f (STJ, 1 T., REsp 23513/RJ, rel. Min. Humberto Gomes de Barros, j. 20.10.1993, DJU 08.11.1993, p. 23.522).

    Tributrio. Aquisio no mercado interno de mercadoria de procedncia estrangeira. Pena de perdimento. Dec.-lei 1.455, de 1976. Quem, mediante nota fiscal, adquire, de empresa regularmente estabelecida no mercado interno, mercadorias de procedncia estrangeira, no responde por eventual fraude na respectiva importao, salvo prova de que dela participou ou tinha conhecimento. Recurso especial no conhecido (STJ, 2 T., REsp 11137/PE, rel. Min. Ari Pargendler, j. 11.10.1995, DJU 06.11.1995, p. 37.559).

    Mercadoria de procedncia estrangeira. Apreenso. Pena de perdimento do veculo transportador. I - Havendo desproporo entre o valor da mercadoria e do veculo que a transporta, incabvel a pena de perdimento. II - Ofensa ao art. 24 do Dec.-lei 1.455/76 e art. 104, inciso V, do Dec.-lei 37/66 no caracterizada. Dissdio pretoriano no demonstrado. III - Recurso especial no conhecido (STJ, 2 T., REsp 34961/ RS, rel. Min. Antnio de Pdua Ribeiro; j. 21.03.1996, DJU 06.05.1996, p. 14.400).

    Perdimento. Apreenso de mercadoria estrangeira. Veculo transportador. Princpio da proporcionalidade. Recurso da Fazenda no conhecido. Inadmissvel a aplicao da pena de perdimento do veculo, quando evidente a desproporo entre o seu valor e o da mercadoria de procedncia estrangeira apreendida (STJ, 2 T., REsp 109710/PR, rel. Min. Hlio Mosimann, j. 18.03.1997, DJU 22.04.1997, p. 14.411).

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    Tributrio. Imposto de Importao de veculos. Mudana de alquota. 1. No h direito adquirido de pagar ao importador imposto com alquota vigorante quando da expedio de guia de importao. 2. Vigncia imediata do Dec. 1.427/95 [revogado pelo Dec. 1.471/95] para os desembaraos aduaneiros ocorridos aps a majorao. 3. Princpio da no-surpresa que no atinge o Imposto de Importao. 4. Recurso improvido (TRF-1 R., 4 T., AG 96.01.02846-3/MG, rel. Juza Eliana Calmon j. 06.03.1996, DJU 11.04.1996, p. 23.282).

    Tributrio. Pena de perdimento. Importao de veculo com iseno de impostos (art. 232, I e II, do Regulamento Aduaneiro) [revogado pelo Dec. 4.543/2002]. Bem apreendido em poder de terceiros. 1. Veculo regularmente importado com iseno de impostos, como autorizado pelo art. 232, I e II, do Regulamento Aduaneiro. 2. Alienao do veculo regularmente processa da e com a autorizao do Ministrio das Relaes Exteriores e da Receita Federal. 3. Apelao e remessa oficial improvidas (TRF-1 R., 4 T., AMS 92.01.10902-4/DF, rel. Juiz Eustquio Silveira, j. 14.04.1998, DJU 25.05.1998, p.386).

    Tributrio. Imposto de Importao. Ausncia de similaridade. Iseno. Benefcio fiscal no reconhecido porque no apurada a similaridade na forma do art. 19 do Dec.-lei 37/66 (TRF-4 R.,1 T., AC 04141629/SC, rel. Juiz Gilson Dipp, j. 05.08.1997, DJU 1. 10.1997, p. 80.641).

    Administrativo. Indenizao. Perdimento de bem. Sentena penal absolutria. 1. A prescrio de ao contra a Unio de cinco anos. Entretanto, quando os fatos esto sendo apurados na esfera penal, o prazo s tem incio quando do trnsito em julgado da sentena penal. 2. Sentena que declarou no provada a existncia de crime no faz coisa julgada no cvel para respaldar indenizao. 3. Mercadoria que, no sendo produto de crime, foi adquirida irregularmente e sofreu a pena de perdimento em procedimento administrativo. 4. Inexistncia de obrigao de indenizar por parte da Unio. 5. Recurso improvido (TRF-1 R., 4 T., AC 1997.01.00.055779-2/MG, rel. Juza Eliana Calmon, j. 10.02.1998, DJU 30.03.1998, p. 250).

    Tributrio. Veculo alugado e utilizado para possvel prtica de descaminho. Pena de perdimento. Impossibilidade. No pode ser declarada a perda do veculo se seu proprietrio no teve nenhuma participao na possvel prtica do crime de descaminho (TRF-1 R., 3 T., AMS 1997.01.00.037158-2/DF, rel. Juiz Tourinho Neto, j. 14.04.1998, DJU 29.05.1998, p. 103).

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    Tributrio. Imunidade constitucional Art. 150, inc. VI, d, da CF/88. Microcomputadores para elaborao de listas. 1. Firmou-se a jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal no sentido de que a imunidade constitucional, prevista no art. 150, inc. VI, d, da CF/88, ao referir-se a peridicos, tambm abarca a edio de listas telefnicas. 2. Tem sido admitida pela jurisprudncia a interpretao extensiva da imunidade constitucional referente a livros, jornais, peridicos e o papel destinado a sua impresso, para-alcanar, alm dos produtos expressamente mencionados em seu texto, todos aqueles que, de fato, englobam seu processo produtivo. 3. A importao de microcomputadores para elaborao e impresso de listas telefnicas est abrangida pela imunidade tributria prevista no art. 150, inc. VI, d, da CF/88 (TRF-4 R., 2 T., AMS 95.04.47172, rel. Juza Tnia Terezinha Cardoso Escobar, j. 05.09.1996, DJU 25.09.1996, p. 72.179).

    Administrativo. Importao. Pena de perdimento do veculo, Inocorrncia de infrao. inaceitvel que o Fisco proceda, com base no art. 105, inciso X, do Dec.-lei 37, de 1966, a apreenso de um veculo (moto), em 1984, adquirida no exterior por funcionrio da embaixada, quando l servia, e trazida, como sua bagagem, em 1980, quando requereu os benefcios fiscais de iseno de bagagem diplomtica e declarado perante a Receita Federal o mencionado veculo (TRF-1 R., 3 T., AMS 95.01.08063-3/DF, rel Juiz Tourinho Neto j. 10.02.1998, DJU 06.03.1998, p. 200).

    Agravo regimental no recurso extraordinrio. Imposto de Importao. Majorao de alquota. Possibilidade. Precedente do STF. A jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal fixou entendimento segundo o qual aplicvel a majorao de alquota prevista no Dec. 1.427/95 [revogado pelo Dec. 1.471/95], se o fato gerador do imposto - entrada da mercadoria no territrio nacional - for posterior vigncia do diploma legal. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento (STF, 2 T., RE-AgR 441537/ES, rel. Min. Eros Grau, j. 05.09.2006, DJU 29.09.2006, p. 64).

    Constitucional. Tributrio. Imposto de Importao. Alquota. Fato gerador. CF, art. 150, III, a. i. Fato gerador do imposto de importao de mercadoria despachada para consumo considera-se ocorrido na data do registro, na repartio aduaneira competente, da declarao apresentada pelo importador (art. 23 do Dec.-lei 37/66). II. O que a Constituio exige, no art. 150, III, a, que a lei que institua ou majore tributos seja anterior ao fato gerador. No caso, o decreto que alterou as alquotas anterior ao fato gerador do imposto de importao. III. Agravo no provido

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    (STF, 2 T., AI-AgR 420993/PR, rel. Min. Carlos Velloso, j. 31.05.2005, DJU 01.07.2005, p. 57).

    Recurso especial. Mandado de segurana. Tributrio. ICMS. Importao de sementes de pas signatrio do Gatt. Produo notria. Reduo ou iseno de ICMS. Direito lquido e certo. I. Para fins de habilitao aos incentivos fiscais (reduo ou iseno de impostos), faz-se necessria a produo no s da prova da similaridade, mas tambm a prova de que as sementes destinam-se semeadura, ou que as operaes de sada interna dar-se-o nos limites territoriais do Estado. II. A simples guia de importao no constitui prova escorreita da similaridade e da destinao do produto importado. Recurso a que se d provimento (STJ, 2 T., REsp 151687/RS, rel. Min. Nancy Andrighi, j. 22.08.2000, DJU 09.10.2000, p. 129).

    Tributrio. Processual civil. Recurso especial. Mandado de segurana. Apreenso de mercadoria adquirida no mercado interno. Veculo usado importado. Pena de perdimento. Terceiro de boa-f. Importao declarada ilegal em ao mandamental distinta. Embargos de declarao. Violao dos arts. 458 e 535. Inocorrncia. 1. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC, quando o tribunal de origem pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questo posta nos autos. Ademais, o magistrado no est obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a deciso. 2. A aquisio, no mercado interno, de mercadoria importada, mediante nota fiscal, gera a presuno de boa-f do adquirente, cabendo ao Fisco a prova em contrrio. 3. A pena de perdimento no pode desconsiderar a boa-f do adquirente, assentada pela instncia a quo com ampla cognio probatria, maxime, quando o veculo fora adquirido, originariamente, em estabelecimento comercial sujeito a fiscalizao, desobrigando-se o comprador a investigar o ingresso da mercadoria no pas. 4. Destarte, o adquirente que no utilizou do mandamus para importar supe adquirir veculo usado e que ingressou legalmente no pas, por isso que inverter o onus probandi revela severo bice ao acesso justia. 5. Aplicar-se ao comprador de boa-f a pena de perdimento da mercadoria, em razo de a empresa importadora da mercadoria ter sucumbido em ao mandamental que impetrara, anos antes, no intuito de emprestar legalidade ao ato de importao, revela soluo deveras drstica para quem no importou e no sequer responsvel tributrio pela mercadoria. Soluo qui inconstitucional, luz da clusula ptrea de que a sano no deve passar da pessoa do infrator (CF, art. 5, XLV). Precedentes: REsp 658.218/RS, deste relator, DJU

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    25.04.2005; AgRg no AG 518.995/RS, rel. Min. Castro Meira, DJU 28.06.2004; e REsp 410.157/PR, rel.Min. Franciulli Netto, DJU 31.05.2004. 6. Recurso especial parcialmente conhecido e desprovido (STJ, 1 T., REsp 718021/DF, rel. Min. Luiz Fux, j. 04.04.2006, DJU 22.05.2006, p. 153).

    Tributrio. Impostos federais incidentes sobre a importao (II e IPI). Variao cambial. Apurao da base de clculo segundo a relao de cmbio vigente ao tempo do fato gerador (arts. 143 e 144, CTN). Precedentes. 1. Os aspectos relevantes para o lanamento tributrio e, conseqentemente, para a averiguao do montante a ser recolhido pelo contribuinte levam em considerao o momento do fato gerador (art. 144, CTN). 2. Na hiptese de a base de clculo estar em expressa em moeda estrangeira, proceder-se- converso para a moeda nacional com base no cmbio do dia do fato gerador (art. 143, CTN). 3. Os arts. 19, CTN e 1, Dec.-lei 37/66, informam que o fato gerador do Imposto de Importao ocorre no momento do ingresso do produto estrangeiro no territrio nacional. O mesmo Dec.-lei 37/66 diz que, em se tratando de mercadoria despachada para consumo, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro da declarao de importao na repartio aduaneira. No que tange ao Imposto sobre Produtos Industrializados determina o art. 46, CTN, que considera-se ocorrido o fato gerador, em relao aos produtos de procedncia estrangeira, no momento do despacho aduaneiro. 4. Verifica-se, por tanto, ser absolutamente invivel tomar em considerao, para fins de clculo do montante do imposto a ser recolhido, o valor da operao vigente ao tempo da celebrao do contrato com o fornecedor estrangeiro. 5. Compete Unio, nos termos do art. 21, CF/88, administrar as reservas cambiais do Pas e fiscalizar as operaes de natureza financeira, especialmente as de crdito, cmbio e capitalizao, bem como as de seguros e de previdncia privada. E mais, cabe ao Banco Central do Brasil, mediante delegao do Conselho Monetrio Nacional, atuar sobre as operaes de cmbio com o objetivo de prevenir desequilbrios na balana de pagamento (art. 4, XVIII, Lei 4.595/64). Assim, no h que se falar em violao aos princpios da segurana jurdica e do ato jurdico perfeito, pois age o Poder Pblico com o objetivo de proteger o interesse pblico, 6. Apelao improvida. 7. Sentena mantida. 8. Pedido improcedente (TRF-1 R., 7 T., AC 2000.38.00.015761-9/MG, rel. Juiz Cato Alves, j. 20.03.2007, DJU 27.04.2007, p. 62).

    Tributrio. Taxa para emisso de guia de importao. Base de clculo idntica do Imposto de Importao. Inconstitucionalidade reconhecida pelo E. STF. Prescrio decenal (teoria dos 5+5). Taxa Selic. Pedido procedente em

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    parte. 1. O E. STJ sedimentou entendimento no sentido de que a prescrio do direito de ao, em se tratando de repetio de indbito tributrio referente taxa para emisso de guia de importao, instituda pela Lei 2.145/53 e majorada pela Lei 7.690/88, obedece teoria dos 5+5, por considerar tratar-se de tributo sujeito a lanamento por homologao. Nesse sentido: REsp 888.826/SP, rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 08.02.2007, e REsp 610.645/AL, rel. Min. Humberto Martins, DJ 12.09.2006, entre outros. 2 E. STF, no julgamento do RE 167.992/PR, rel. Min. ilmar Galvo, DJ 10.02.1995, reconhecendo tratar-se de taxa o valor cobrado pela expedio da guia de importao, concluiu pela inconstitucionalidade do disposto no art. 1, da Lei 7.690/88, que deu nova redao ao art. 10, da Lei 2.145/53, por entender que a base de clculo do referido tributo confundia-se com a base de clculo do Imposto de Importao, o que vedado pelo disposto no art. 145, 2, CF/88. 3. Nos termos do art. 10, da Lei 2.145/53, com redao dada pelo art. 1, da Lei 7.690/88, a guia de importao somente expedida mediante o recolhimento da taxa correspondente. Assim, a apresentao das guias de importao suficiente para a comprovao do recolhimento do tributo que ora se questiona. 4. Sobre os valores a serem restitudos incidiro correo monetria, desde a data do recolhimento, at dezembro de 1995, e, a partir de janeiro de 1996, apenas a Taxa SELIC, que j engloba juros e correo monetria. 5. Remessa oficial parcialmente provida. 6. Apelao da Fazenda Nacional improvida. 7. Apelao da autora provida. 8. Pedido parcialmente procedente (TRF-1 R., 7 T., AC 2000.34.00.002973-7/DF, rel. Juiz Cato Alves j. 20.03.2007, DJU 04.05.2007, p. 149).

    Tributrio. Imposto de Importao. Valor aduaneiro. Forma de apurao. Valor declarado. Uma vez selecionada a mercadoria para controle de valorao aduaneira, podero ser apresentados, pelo importador, a declarao de valor aduaneiro e documentos comprobatrios, seguindo-se o exame preliminar e/ou conclusivo do valor declarado. Contudo, o valor a ser considerado, na esteira do art. 20 do CTN em combinao com as disposies do art. VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comrcio - Gatt, no forosamente aquele atribudo pelas partes transao. O prprio texto do referido art. 20 prev como base de clculo para o imposto de importao no o valor de aquisio do produto, mas sim seu preo normal. O valor aduaneiro, por sua vez, no obtido apenas atravs do valor da transao. Os mtodos de sua apurao consideraro fatores outros que no o valor constante na fatura, voltando-se para a anlise das operaes envolvendo mercadorias idnticas e similares, para o valor de revenda ou, como ltimo recurso, para critrios de razoabilidade. A autoridade aduaneira exerce o controle sobre o valor declarado pelo importador,

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    que deve observar as regras do Acordo de Valorao Aduaneira (TRF-4 R., 1 T., AMS 2000.04.01.065749-6/SC, rel. Juza Viviane Josete Pantaleo Caminha, j. 05.04.2006, DJU 26.04.2006, p. 848).

    Tributrio. Importao indireta de veculos. Valor. Portaria 80/93. Legalidade. 1. A base de clculo