colecÇÃo de apontamentos nº 14-22, volume iii
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8/15/2019 COLECÇÃO DE APONTAMENTOS Nº 14-22, VOLUME III
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VOLUME III
Colecção de Apontamentos – Nº 14 - 22
Documentos para a histór ia de
SALVATERRA DE MAGOSPatrimónio:
Geográfico, Monumental , Cul tural, Social, Político,Económico e Desportivo
Séc. .XI I I –
Séc. XXI
O AutorJOSÉ GAMEI RO
(José Rodrigues Gameiro)
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COLECÇÃO DE APONTAMENTOS Nº 14
Documentos para a histór iade
SALVATERRA DE MAGOSSéc. XIII – Séc. XXI
Património:Geográfico, Monumental , Cul tural, Social, Político,
Económico e Desportivo
O Autor:JOSE GAMEIRO
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FICHA TECNICA:
Titulo:AS FESTAS RELIGIOSAS E ROMARIAS POPULARES !
Tipo de Encadernação: Brochado (Papel)
Autor: Gameiro. JoséColecção: RECORDAR, TAMBÉM É RECONSTRUIR !
Editor Gameiro, José RodriguesMorada: Bº Pinhal da Vila – Rua Padre Cruz, Lote 64-1ºLocalidade: Salvaterra de MagosCódigo Postal: 2120- 059 SALVATERRA DE MAGOS
* Tel. 263 504 458 * Telem. 918 905 704* e-mail: [email protected]
Depósito do Original:
ISBN:978 – 989 – 8071 – 14 – 9Depósito Legal: 256466 /07
Data: MARÇO DE 2007 – Primeira edição
Segunda edição Revista e Aumentada – Março 2015
************ ***********Foto da Capa – Procissão Senhor dos Passos – 1948*********** ***********
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O MEU CONTRIBUTO
Quando menino, assistia sempre entusiasmadologo após o 1º de Dezembro, de cada ano, àdecoração da zona baixa da vila, junto dacapela, ali ao lado do Botaréu, poisaproximava-se o dia da Procissão da NossaSenhora da Conceição.
O ritual era o mesmo todos os anos, mas aquele povo da borda-de-água, tentava que a decoração fosse sempre diferente, e naminha memória, retenho uma das suas últimas decorações, que se fizeram naquele espaço. Naquele ano de 1953, a decoraçãocompunha-se de dois arcos, um pouco distanciados um do outros,construídos com varas de eucalipto, revestidas com flores., e entreeles uma bateira de cada lado., com o chão revestido de rosmaninhoe flores. No dia 8, logo pela manhã, aquele povo, fazia estalar nocéu alguns foguetes, manifestando assim o seu contentamento, pois
a festa iria terminar, com a santa de regresso a casa - a Capela da Misericórdia, depois de um procissão noturna, uma semana antes,que a leva-a até à Igreja Matriz, onde se realizavam, durante oitodias novenas, com oratória.
Nas três ruas de passagem da procissão, janelas e varandas,estavam decoradas com colchas, que faziam um bonito colorido.
Meio século já se passou, a festa da Nossa Senhora daConceição, ainda se realiza, mas agora sem pescadores e os
marítimos, pois foram artes que deixaram de existir na vala real.Quanto soa festejos de crendice pagã, o dia de Quinta-feira de
Ascensão, já não tem o luzimento de outrora, sendo no entantoainda o feriado municipal do concelho.
MARÇO:: 2015 O Autor: JOSÉ GAMEIRO
(José Rodrigues Gameiro)
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A FÉ RELIGIOSA DO POVO !...
Muitos séculos antes da idade média, a crendice popular caminhavapara a fé em Cristo. O povo português já aceitava os ditames da suaIgreja, instituída a partir de Roma, muitas terras adoptaram váriossantos para seus padroeiros.
Saulo nasceu em Tarso, na Cilícia, oriundo duma família judaica, no ano36, que gozava de privilégios Romanos e tinha dupla nacionalidade, como nome de Paulo, perseguia os cristãos novos, mas a caminho deDamasco, teve um encontro com Jesus Ressuscitado, encontro queestando três dias cego, Ananias voltou a dar-lhe a visão, assim tornou-se um apaixonado crente na fé cristã, considerado um Apostolo.
Durante 30 anos, fundou inúmeras Igrejas, consolidando as jovenscristandades com as suas cartas pastorais. Ajudou a abrir a Igrejacristã, às dimensões do mundo, promovendo a sua expansãomissionária, S. Paulo , cujo carácter tinha uma vocação excepcional da féem Cristo, que nos assegura ser autêntica, pois recorda-se que naverdade, a sua pregação deriva da revelação de Jesus Cristo.
Preso em Roma, preparado para o martírio , S. Paulo dirige a sua
última mensagem ao seu discípulo Timóteo, é o testamento de umApóstolo prestes a morrer, não soltando lamentos de vítima.
É um cântico de vitória que entoa, pois a sua missão na terra estáconcluída, e já apresentou ao senhor a oferta, regada com os seussuores e sangue, que são os fiéis conquistados para Cristo (Fil.2,17; eRoma. 12,1).
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É a hora da alegria e da esperança, o tempo do seu encontro comCristo Ressuscitado, tinha chegado e a sua missão na terra tinhaterminado, Muitos séculos depois com o povo de Portugal crente na fé esendo maioritariamente cristão, a população de Salvaterra de Magos,vendo o seu exemplo, aceita-o como Padroeiro, para a sua Igreja Matriz.
PROCISSÃO DO SENHOR DOS PASSOS !
Corria o ano de 1920, no mês deAbril, em plena semana pascal, opovo de Salvaterra de Magos,participava com elevada crendice,na procissão do Senhor Morto ,
festejos que estavam bemvincados nos seus hábitosreligiosas.
Iniciado o percurso na Capela da Misericórdia, junto à vala real, erampercorridas algumas ruas da vila que, aqui e ali, estavam revestidas depétalas de flores e, as varandas revestidas de bonitas colchas.
O préstito religioso, com várias imagens de santos e estandartes,
compunha-se sempre de muitas centenas de crentes.
As alas de crianças, vestidas de anjinhos, acompanhados das mães, oshomens com suas capas vermelhas, cantavam hinos, ao seu Deus.
O pároco da vila, acompanhado de outros vigários, debaixo do pálio,levava o crucifixo, em permanente silêncio.
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No final da procissão, uma oratória, de um padre de conhecidasvocações prédicas, no púlpito da Igreja Matriz, culminava o dia festivopara a comunidade religiosa, de Salvaterra de Magos.
As paragens eram feitas em frente de edifícios que, ostentavam nassuas fachadas, Frontões em pedra de lioz, que á época tinham imagensde santos, simbolizando a caminhada que levou Jesus ao seu calvário,como: Capela Real, rua Cândido dos Reis (antiga rua de Santo António)e edifício do Celeiro da Vala, entre outros. No início da década de 40,
esta procissão, entrou em desuso entre a comunidade cristã deSalvaterra de Magos.
PROCISSÃO DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
O préstito religioso, é realizado todos os anos, nesta vila, no dia 8 deDezembro, feriado nacional, dia alusivo a Nossa Senhora da Conceição ,
padroeira de Portugal.Prova de fé religiosa, vivida com grande intensidade pelo povo, da
terra, após uma semana de novenas, onde era hábito a vinda de umFrade da Irmandade dos Franciscanos, fazer a sua prelecção religiosa,,cativando o povo que enchia a Igreja Matriz, situação ainda vivida nodobrar do século XX.
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Os pescadores/varinos e fragateiros , naquele tempo, ainda viviamdas artes da pesca e do transporte marítimo no rio Tejo, eram o suportedesta religiosidade com a gente urbana gente urbana, a que se juntava opovo rural, que naquele dia deixava os trabalhos do campo.
Com o regresso do andor com a imagem à sua casa - a Capela daMisericórdia , acompanhada de uma multidão de fiéis, com os bombeirose sua banda de música, os foguetes rebentavam no ar, enquanto a
procissão percorria as ruas Cândido dos Reis, Machado Santos (antigarua S. Paulo) e, rua Luís de Camões (antiga rua Direita).
O rosmaninho, espalhado pelo chão, as colchas de várias cores,pendentes nas janelas e varandas, davam o colorido necessário àcerimónia, onde os cânticos religiosas, eram ordenados por um coro defiéis. Antes da recolha do andor, ao cair da tarde, o Padre da Paróquia, e
o Frade Franciscanos faziam uma homilia à virgem, o que se seguia adespedida do povo, com seus lenços brancos, acenando no ar. Nos diasque correm, ainda se realiza esta festa, mas já sem o luzimento deoutros tempos, pois a falta dos marítimos e pescadores, é uma ausênciamarcante, nesta procissão, dizem os mais antigos, pois agoraincorporam-se no cortejo levando o andor, os seus descendentes.
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Nota: No ano de 1981, estando a imagem de Nossa Senhora da Conceição, naIgreja Matriz, em tempo da reconstrução da Capela da Misericórdia, após o
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temporal de 1979, sofreu um grave acidente provocado por um incêndio que sepegou ao manto e vestido, que ficou destruído
tendo ainda ficado com danos na mão esquerda e na cabeça, com a perca dasua apreciada cabeleira. A população, logo que o acidente foi conhecido,
acorreu à Igreja, havendo cenas de choro devido à perda da venerada imagemda Padroeira da Freguesia. A imagem, depressa seguiu para uma oficina
credenciada em restauros religiosos de Braga, que a recuperou.
A imagem de Nossa Senhora da Conceição, data de 1646, em pleno reinado de
D. João IV, em Portugal , que a coroou como “Padroeira do reino”, e emSalvaterra de Magos passou a estar recolhida naquela templo, pelo que se
presume ter mais de 335 anos., sendo talhada em madeira e estando na alturavestida, segundo vozes mais avisadas do povo, com um fato, do vasto espólio,onde consta um que é emblemático oferecido pelas quatro Infantas; filhas do
rei D. José, de nome próprio Maria e Francisca
*O jornal “Aurora do Ribatejo” ,fez sair a noticia, na sua edição de 25 de
Fevereiro, feita pelo seu colaborador, autor deste trabalho
*****************Em 2012, Nossa senhora com
novo Vestido eManto, coberto de flores (rosas
vermelhas e brancas) que opovo adquiriu
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QUINTA - FEIRA DE ASCENÇÃO(OU DA ESPIGA)
É festejo ainda preservado em Portugal, em Salvaterra e arredorestem um acentuado paganismo, onde S. Baco é o ponto de ligação, de umacerta crença enraizada na celebração do calendário religiosa cristãoromano.
Conta o calendário a história que, quarenta dias após ter sidocrucificado, Jesus Cristo, subiu ao céu, depois de ter aparecido pelaúltima vez aos seus discípulos no Monte das Oliveiras.
A Tradição :Vem de séculos, pela manhã ainda o dia não era nada, as gentes
urbanas juntavam-se aos rurais, em romaria a caminho do campo, ondeespecialmente os rapazes e raparigas ao fim da tarde apanhavam um
ramo de espigas que se compunha; de flores campestres, como:Malmequeres, Margaridas de várias cores, Papoilas, folhagem deoliveira, ficando completo com espigas de trigo, centeio, cevada, aveia epampilhos O ramo de espiga, simbolizava um desejo, (ou seja; quenunca falta-se o pão em cada lar); a oliveira, simbolizava a paz entre oshomens. A pomba da paz trás no bico um ramo de oliveira e que a luzdivina nunca falte. As flores, expressava nas suas cores, especialmente
entre os jovens casadoiros, muita alegria e fertilidade nos novos lares Omalmequer, representava riqueza (ouro e prata), enquanto a papoilaamor e vida e o alecrim; saúde e força. O ramo da espiga era guardadoaté aos festejos do ano seguinte pendurado nas costa da porta de casa.Acreditava-se que neste costume com raízes pagãs, esteja associado àsfestas da deusa Flora, que decorriam nesta altura do ano, fim da
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Primavera, início do Verão. Em algumas concelho da Lezíria ribatejana ,ainda é Feriado Municipal, no dobrar do séc. XX, ainda era um dia muitocomemorado, com uma festa de convívio no campo, vivido com grandealegria e participação das famílias urbanas, com os rurais,
O tempo passou, este tipo de convívio caiu em desuso pelas novasgerações, e nos últimos anos, o que resta daquele convívio leva arealizar-se, naquele dia, uma missa, no espaço que foi do antigo
Convento de Jericó, onde ainda existe uma capela, com a imagem de S.Baco, santo ainda muito venerado das gentes dos concelhos deSalvaterra e Benavente, onde os crentes vão pagar as suas promessas,com azeite e velas para estar sempre iluminado.
******* – Ver Apontamentos N.º 15
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OS SANTOS POPULARES
Esperados com grande ansiedade depois da festa da Páscoa, osfestejos aos três santos populares, Santo António, São João e SãoPedro, ainda eram praticados nesta vila, com grande entusiasmo, nosmeados do século XX, onde as fogueiras com a queima de rosmaninho,nas ruas, davam luz, e serviam para o salto à fogueira.
Todo o género de música e cantares alusivos aos santos serviam paraalegrar os bailes, onde as rodas, e o salto às fogueiras duravam atéaltas horas da madrugada, todo o povo se divertia, especialmenteos jovens, que até ali arranjavam namorico.
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S. António S. João S. Pedro
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BIBLIOGRAFIA USADA: Documentos de recolha do autor, * Jornal Ilustrado “ A Hora” – edição de 1966
FOTOS USADAS: Autor
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2006 – Procissão Nª Sª da Conceição
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COLECÇÃO DE APONTAMENTOS N.º 15
Documentos para a históriade
SALVATERRA DE MAGOS
Séc. XI I I - Séc. XXI
Património:Geográfico, Monumental , Cul tural, Social, Político,
Económico e Desportivo
O Autor:JOSÉ GAMEIR O
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FICHA TECNICA:
Titulo:CONTOS E LENDAS !( Uma Riqueza da terra)
Tipo de Encadernação: Brochado (Papel)
Autor: Gameiro, José
Colecção: RECORDAR, TAMBÉM É RECONSTRUIR !
Editor Gameiro, José RodriguesMorada: Bº Pinhal da Vila – Rua Padre Cruz, 64-1ºLocalidade: Salvaterra de MagosCódigo Postal: 2120- 059 SALVATERRA DE MAGOS
Tel. 263 504 458 Telem. 918 905 704 E-mail: [email protected]
ISBN:978 – 989 – 8071 – 15 – 6Depósito Legal: 256467 /07Data: MARÇO DE 2007 – Primeira edição
*********** ********* ************Fotos da Capa – Imagem de S. Baco existente ca Capela do ex-Conventos de Jericó
Aquedutos de Água que basteciam algumas Fontes da vila * Lobo, que simboliza oConto o “Último dia do Lobo em Salvaterra” * Quadro (Pintura) da cena da morte do
Conde dos Arcos********** ******** ************
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O MEU CONTRIBUTO
Muito antes de frequentar a escola, jáouvia contar, “coisas” que se tinhampassado há muitos anos na minha terra – Salvaterra de Magos. Afinal não passavamde “Contos ou Lendas” que as geraçõesmais velhas já tinham ouvido, a outros
nascidos antes delas.Na idade escolar, com a imaginação fértil própria das crianças,
esses Contos e Lendas, eram contados de mil formas.
“ Os subterrâneos da vila, por onde os reis que aquiviveram, usavam para fugirem dos inimigos; os milagres de S.Baco: a morte do Conde dos Arcos; o Milagre da Horta Real,:a Roda da Fonte da Peteja ”, despertaram em mim o desejo, emconhecer melhor as suas origens e, essa oportunidade chegou
alguns anos depois. A própria origem da povoação de Salvaterra, confunde os menos prevenidos, pois aceitam à partida que, foi porterem sido enviados para estas terras, os degredados quepraticavam feitiçaria.
Durante anos, além de ter acesso à informação escrita, sobreaquelas historietas, “bebi” de pessoas idosas da vila, beminformadas sobre estes assuntos e, de alguns ainda guardo os seustestemunhos, em gravação áudio. Para mim, o tempo mostrou-meatravés dos documentos que, existe muita fantasia tão ao gosto do
povo, sobre a origem de Salvaterra de Magos.
MARÇO: 2015 O AutorJOSÉ GAMEIRO
(José Rodrigues Gameiro)
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SALVATERRA DE MAGOSCONTOS, E LENDAS !
Todas as povoações, têm os seus contos, e as suas lendas.
A opinião de alguns cronistas, ainda é tida em conta, que a povoaçãode Salvaterra, era sítio montanhoso, local certo para desterro dos que
praticavam a bruxaria, ou feitiçaria, e assim para aqui vinhamcondenados pelas leis da Inquisição.
LOCALIZAÇÃO DA VILA
Uma certeza existe, Salvaterra de Magos está localizada na margem
esquerda do rio Tejo, em plena Lezíria ribatejana.
São da época Dinisina os primeiros Forais; um sem data e um outrode 1295, No seu início, como povoação concelhia, existiam no seu termoseis lugares: Culmieiro, Misericórdia, Coelhos, Cabides, Figueiras, Bilretede Cima. No sítio do Escaroupim, foi plantado um grande pinhal, tal comona Marinha Grande e em Leiria.
OS CONTOS !...
Para os menos interessados na pesquisa, é mais cómodo, maiscerteiro, porventura até mais fácil, conhecerem as urbes pelo seu
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imaginário do que propriamente pela sua geografia e cultura, daí aslendas criadas. Assim sendo, a origem do nome de Salvaterra de Magos, para alguns continua nas brumas de uma lenda !(*) – Também não é de desprezar alguma opinião que, se encontraimpressa, que a origem do nome primitivo esteja ligado a uma ervaselvagem – SALVA, nome vulgar da Salvina Officinaiis Lin, tal como oBRUCO, e a erva de SÃO ROBERTO, que há época eram abundantes nestesterrenos da bacia do rio Tejo.
A ABERTURA DO PAUL
Próximo da vila, no sítio de Magos, os seus pântanos, passavam amaior parte do ano alagados, e as suas terras eram necessárias paracultivo. O rei D. Dinis, no Foral exigiu a criação de um Paul naquelasterras, cuja vala, ou sangria (1), leva-se até ao Tejo, as águas vindas deuma bacia que as armazenava em quantidade, no sítio conhecido porAmeixoeira Quando do Foral de D. Manuel, em 20 de Agosto de 1517, talobra ainda estava por concluir.
****************(1 ) – Ver Apontamentos Nº 35
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S. BACO
EM TERRAS MOVEDIÇAS
Não fora o príncipe D. Luiz, aconstruir em terreno do vizinhoconcelho de Benavente, nas
extremas com Salvaterra, umconvento que doou aos fradesArrábidos, e teve comopadroeira Nossa Senhora daPiedade, e nele passava muitotempo, junto dos Frades, comose tivesse professado. vivendo a
sua fé, não fora ele o povodesta região não viveria na suacrendice religiosa, Sendo Baco/ou Baacus, militar no exércitoromano sob o comando deGalério, a sua hagiografia dá-nos conta que viveu no séc.
IV/ou século V, e a sua conversão ao cristianismo é descoberta por não
querer fazer perseguição aos Cristãos novos, destituído da sua altapatente de militar, foi enviado com um outro militar de nome Sérgio paraBarbalissios, na Mesopotâmia, para ser julgado por Antíoco, autoridadenaquela zona. Morreu torturado, tendo aparecido a sua imagem diasdepois a Sérgio, dando-lhe coragem para manter a sua fé.
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Ao morrer como santo mártir, tal como Sérgio, foi-lhe atribuído algunstemplos religiosos em Constantinopla e Roma. O Infante D. Luis, grandedevoto de S. Baco, guardava religiosamente um pedaço do osso da suacabeça, que adquiriu em Roma. Com a extinção das ordens religiosas econventos, em Portugal, no ano de 1834, o pequeno convento de Jericó,foi destruído, ficando apenas a sua capela, onde existia uma estatuetadaquele santo, já muito venerado nos pais. Muitos Contos e Lendas,contadas de várias formas, quanto a uma saída da imagem daquela
santo, que tendo cerca de um metro de altura, foi tentada levar paraBenavente num carro de bois, os animais pararam e o carro ficouenterrado na terra, regressado o carro à sua origem, a viagemdecorreu sem problemas, tal situação aconteceu numa outra tentativa ,mas para Salvaterra.
Pedir ao Frade Mártir – Os Cristãos Novos, após a morte de S. Baco,pediam-lhe com as súplicas ajuda para chegar à divindade cristã
pretendida, Tal como ocorreu naquele tempo, no decorrer dos séculosas súplicas dos seus crentes, suplicam-lhe na esperança dos seus malesserem atendidos e resolvidos. Os milagres realizados. Um conto – UmaLenda, passa de geração em geração, e os seus devotos não deixam delhe manifestar a sua fé para interceder junto de Jesus Cristo. Paramostrarem a sua devoção. pagam os seus pedidos com azeite e velas,para que se mantenha iluminado dia e noite. Grupos de senhorasvoluntárias/devotas, todas as quartas-feiras, providenciam o acesso,
mesmo em dia de Quinta-feira de Ascensão, é realizada uma festacampestre, com missa.
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A MORTE DO CONDE DOS ARCOS
Luís Augusto Rebello da Silva, viveu no séc. XIX entre outros atributos,foi historiador, que usou na sua qualidade de escritor, no ano de 1848,cerca de meio seculo depois damorte do jovem Conde dos Arcos,na presença do rei D. José, numacorrida de toiros, na vila deSalvaterra de Magos, foi motivopara descrever aqueleacontecimento fazendo dele umanarração romanceada, no seu livrode contos e lendas: “A última
corrida de toiros real emSalvaterra “
: A última corrida de toiros real em Salvaterra “ Obra, marcante naliteratura portuguesa na época do romantismo, realça a passagem dacorte, pelo palácio real de Salvaterra, passando a ser um marco dahistória desta vila, daí sendo um Conto, não deixa desde aquela data da
primeira edição, de ser ao longo dos tempos usado em váriaspublicações e até transformado em letra musical.
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O MILAGRE NA HORTA DO PALÁCIO
O Paço Real de Salvaterra, tinha no séc. XVIII, para além dos seusaposentos, instalações anexas como: A Capela e Teatro da Ópera, umHorta que servia as hortícolas e frutas para consumo naquele paçorégio. O Hortelão, com sua família vivia naquele campo, onde existia umgrande tanque de água para rega. O Conto que vai passando de geração
em geração, que um “acidente” com a filha daquele encarregado dahorta, passou a ser um “Milagre”, visto ter caído naquele recinto de águaprofundo, e manter-se a boiar com vida durante várias horas, até quealguém atendendo aos pedidos de socorro da mãe da menina, apareceucom uma escada salvando a criança. Pintado um quadro sobre oacontecimento, passou a ser um ex-voto. Numa parede da antiga capelado paço real de Salvaterra, esteve exposto durante anos aquele painelcomo um Conto ocorrida em 1746 , passando nos últimos tempos a estarguardado num pequeno Museu da Igreja Matriz da vila.
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(*) - Pintura a óleo sobre tela, com as dimensões, 99 x 71, 2 cm, recebeu o
último restauro em 1992
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O ÚLTIMO DIA DO LOBO EM SALVATERRA
Na década de 30 do séc. XX, um dia ainda menino, acabo de sair daescola, José Amaro D`Almeida, veio de Almeirim, até Salvaterra deMagos, para que seu tio-avô, José Amaro – mestre Ferreiro, lhe ensina-se aquela profissão. Instalado para dormir na oficina, mesmo ali aescassos metros do edifício da Capela Real, o tio destinou-lhe uma
enxerga bem perto do pequeno lobo, que estava criando e ensinadocomo um cão.O animal tinha sido encontrado num pinhal, que tinha pertencido à
Coutada de Salvaterra, nos arredores da vila e num dia de caça, ondelevou alguns cães que encontraram num buraco uma ninhada depequenos lobos com poucos dias de vida.
O Tempo correu, e José Amaro em1972, já enverado por outro caminhode vida – tinha-se licenciado e eraprofessor no Instituto de Hidrologia,escreveu e publicou em livro editadoem Lisboa, com o titulo “Contos doRibatejo”, na página 51, abre-a com um“Conto” sobre a sua vivência e
convívio com o animal de raça CanisLupus, a que deu o titulo “ O Último Dia
do Lobo em Salvaterra”, sendo um episódio de rara invulgaridadepassado nesta vila, passou a pertencer a um pedaço sua históriasociocultural.
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OS SUBTERRÃNEOS DA VILA
Vinha de séculos, o aproveitamento das nascentes naturais de água,nas terras de Salvaterra de Magos, muitas delas foram aproveitadasatravés de Fontes, onde o meioencontrado, foi através deaquedutos/ou/ou tuneis construídos em pedrae taipa. Através das sucessivasgerações, foi construída a Lenda,que aqueles Aquedutos, serviampara a família real, se refugiar,
em caso de ataques deinimigos, ao Paço Real da vila.
No ano de 1938, quando daedificação do quartel dosbombeiros de Salvaterra de
Magos, no centro urbano dapovoação foi posto adescoberto um aqueduto deágua, construído em pedra etaipa que transportava uma linha de água, que segundo referênciasvinha de 1788, j abastecia o fontanário do Largo de S. António.
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O aqueduto encontrado, foi interrompido e foi a sua linha de águaaproveitada para um “poço” de abastecimento àquela corporação. Anosmais tarde em 1987, quando das obras, do edifício da Caixa CréditoAgrícola, (CCAM), a nascente - mãe-d’água, daquela linha de água foiposta a descoberto, dias depois após várias visitas ao seu interior foifechado. O seu percurso passava no antigo arruamento do palácio real(hoje rua 25 de Abril), e dos terrenos onde foi edificada uma EscolaPrimária, terminava após passagem no jardim público com seu mercado
diário, abastecia um Fontanário, junto à câmara municipal – A Fonte S.António.
A FONTE DO ARNEIRO- UMA LENDA/ ou HISTÓRIA –
A Fonte vem do séc. XVIII, com o ano 1711, esculpido na sua pedra, a suaconstrução exterior mostra um desenho abobadado, na entrada umdesenho tipo oval, com escadaria em pedra, dando acesso a duas bicas adeixarem água correndo constantemente. Visitas ao seu interior atravésde um Aqueduto/Túnel, construído em pedra e taipa, mostram que a suamãe-de-água, está situada em terrenos que foram do antigo Conventode Jericó. Grande parte da população, ali ia encher os seus potes deágua, também os carros de bois com grandes barris, ali se abasteciamatravés de baldes, transportados por duas carreiras de homens – uma
com balde cheio, outra com balde vazio. As raparigas namoradeiras,estavam sempre desejosas de ir à fonte, os remorados ali asesperavam, para uns minutos de conversa.
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No primeiro quartel do século XX, a Azinhaga da vila, ainda escoavaas águas pluviais para o Tejo, junto à fonte do Arneiro, já ali existia umaroda em pedra. Com água abundante os mestres: ferreiros ecarpinteiros, usavam-na como molde, para a construção das rodas doscarros, especialmente carroças e carros de bois.
A RODA DE PEDRA
Uma outra história se ouvia contar, sobre a Roda dos Enjeitados !
Nos primeiros anos era hábito, a miúdas vezes, na roda de pedra, pelacalada da noite, bebés serem ali abandonados, e entregues àMisericórdia local, depois encaminhados para a Casa Pia e Misericórdia
de Lisboa, eram registados comum nome próprio e um sobrenomede “expostos”, acabando porcrescer e educados naquelasinstituições.
Para recordar, tal época oexecutivo municipal, em 1985, sob
proposta do seu Vereador – Joaquim Mário Antão, quando do arranjourbanístico da zona, ali mandou colocar aquela roda em pedra, que hámuito se encontrava em sítio menos resguardado.
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AS LENDAS !....
( ou a história do passado)
Um dia o Prof. Dr. Justino Lopes de Almeida, natural da vila de
Benavente, pessoa muito interessada no estudo das raízes histórias dos
dois concelhos vizinhos, tinha entre mãos um precioso trabalho derecolha de dados sobre Salvaterra de Magos, que aproveitou divulga-lo,
quando foi convidado em 2004, a estar aqui presente num colóquio
“Jornadas históricas”, acompanhado do Prof. Dr. Veríssimo Serrão.
O estudo tinha como titulo: Salvaterra de Magos “Um Topónimo
Auspicioso?”
“Sobre Salvaterra de Magos não há uma bibliografia abundante. Há, no
entanto, alguns trabalhos publicados, a que não recusamos valor, mas
sobre Salvaterra há uma imensidade de documentação no Instituto dos
Arquivos Nacionais / Torre do Tombo. Sobre os elementos informativos
existentes, foi-me possível redigir um extenso trabalho, insusceptível de
ser apresentado como comunicação, mas que publicarei na íntegra, num
outro momento. Aqui, por escassez de tempo, darei apenas um sumário,
que vou distribuir para mais fácil acompanhamento da exposição.
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1. Devo, antes de mais, explicar a razão do uso do qualificativo
«auspicioso», no título. Para mais, com uma interrogação: porquê?
«Auspicioso» significa «que se apresenta como bom, prometedor,
promissor ». O uso deste adjectivo aplicado a Salvaterra tem a ver com a
convicção, que se criou e se afirmou, pelo menos no meu espírito, de que
para a vila estava destinado um futuro próspero, como que divinizadopela fixação da palavra «Magos».
2. Ninguém até hoje, que eu saiba se ocupou completamente da origem e
significado do nome de Salvaterra de Magos. Há pequenas abordagens
em dicionários antigos, e em enciclopédias actuais, com leves alusões
em trabalhos de investigação histórica, mas que não satisfazem asexigências da ciência linguística. Para aumentar as dificuldades, o nome
nem sequer vem mencionado no Onomástico Medieval , de A. A. Cortesão ,
que regista as formas mais antigas dos antropónimos e topónimos
portugueses.
Porquê «Salvaterra»? E porquê «de Magos»?
3. É conhecido como, à medida que se procedia à reconquista cristã, os
monarcas portugueses distribuíam as terras a arrotear por colonos
estrangeiros. Para Benavente , uma vila aqui ao lado, vieram colonos da
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Benevento italiana . Uma forma de genitivo (vila Beneventi ) está naorigem do nome actual, cuja evolução fonética já expliquei em outras
oportunidades.
Para Salvaterra, vieram colonos francos (povos que ocupavam a
antiga Gália romana ), e aqui deram a um local já existente, o nome da
sua terra: em francês
Sauterre evolução do latim salva terra «terra
salva » por qualquer acontecimento, porventura de natureza histórica.Os naturais ou habitantes deste lugar adoptaram a designação mais
conforme com o original. E não foi esta a única: outras Salvaterras
nasceram no território hispânico, todas com uma génese francesa.
4. ..«de Magos », o que vem a ser? É também palavra latina « plural de
mago, proveniente de magus, com o sentido de «mago, mágico,feiticeiro » Esta palavra tem uma história linguística curiosa: deveria ter
evoluído para majo, como Tagus evoluiu para Tejo, Pace para Beja . A
manutenção de magus só se compreende por um uso moçarábico (do
árabe musta’rib «arabizado»: cristão que vivia na Península Ibérica sob
a dominação muçulmana, conservando as suas crenças a sua língua e o
direito de praticar a sua religião ), como me explicou oralmente o ProfJosé Pedro Machado.
Temos, portanto, em Magos uma palavra grega uayos , de origem
persa, que chegou até nós por intermédio do latim magus , com o
significado primitivo que já indicámos. Pensa ainda o Prof, José Pedro
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Machado que a palavra magus era muito usada pelos moçárabes e que éprovável que ali existisse um templo que deu o nome ao lugar, designado
Magos.
5. Que Salvaterra conviveu com Magos , e que Magos precedeu
Salvaterra , são conclusões que se tiram da leitura do início do foral
concedido por D. Dinis, em boa hora divulgado pela Câmara Municipal deSalvaterra de Magos, sob a responsabilidade científica do saudoso Prof.
Borges de Macedo. Diga-se, no entanto, que, em verdade, o foral então
publicado não era destinado a Salvaterra de Magos, mas a Salvaterra
próxima do lugar de Magos, depois Salvaterra de Magos. Isto está na
origem da confusão existente em alguns autores, ao julgarem que o foral
de Salvaterra, publicado por Alexandre Herculano nos PortugaliaeMonumenta Historica , se referia a Salvaterra de Magos, quando afinal é
o foral de outra Salvaterra, depois designada por Salvaterra do Extremo,
em terras egitanienses .
6. Mas, afinal, como prevalece um nome que contém em si um vocábulo
de sentido anticristão, e que eu, no título da comunicação, considerei«auspicioso »?
O significado primitivo de Magos desvanece-se com os tempos.
E sobretudo a partir do séc. XVI , mais exactamente desde a fundação do
Convento de Jenicó pelo infante D. Luís, a quem se deve o mais
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majestoso palácio real construído – ou reconstruído em Salvaterra, quese radica a convicção de que Magos mais não era do que uma evocação
dos Reis Magos, do episódio bíblico.
Não é difícil reconstruir a imagem: assim como os Reis Magos tinham
vindo do Oriente para adorar o Deus Menino, assim os monarcas
portugueses demandavam a Salvaterra - que rivalizava então comAlmeirim. Aquele nome de Magos, de Salvaterra não poderia ser senão
uma lembrança dos Reis Magos, como se Salvaterra se identificasse
com Salvaterra dos Reis Portugueses, de significação idêntica a
Salvaterra dos Reis Magos, na sua expressão mais simples Salvaterra de
(por dos) Magos. Assim acreditavam, e assim ficou para sempre. Não se
creia porém como alguns disseram, que Salvaterra foi buscar a segundaparte do nome à designação de Paul de Magos. A documentação regista a
existência de muitos pauis na região, e o que veio a ser designado por
Paul de Magos só teria sido aberto em tempos de D. João IV.
7. Com a invocação, e não apenas evocação, dos Reis Magos na sua
designação, a vila ficava por assim dizer, divinizada, assegurando-lhe umfuturo promissor, como de facto aconteceu.
Entendam-se estas minhas palavras como uma homenagem a Salvaterra
de Magos.” Salvaterra de Magos, 8 de Maio de 2004
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Nota: Justino Mendes de Almeida, Licenciou-se em Filologia Clássica, naUniversidade de Coimbra, e Doutorou-se em Filologia Clássica, na
Faculdade de Letras, na
Universidade de Lisboa, onde
ensinou Grego e Latim.
Teve um percurso académicoinvejável ao longo da sua vida. Foi
fundador; e seu vice-reitor (1987-
1992) e reitor (1986-1987 e 1992-
2012), Foi 1º Vice-Presidente da Academia Portuguesa da História, e
preparava-se para ser galardoado com o titulo – Magnifico Reitor
Emérito da Universidade Autónoma de Lisboa, quando se deu o seufalecimento em 2012
OUTRAS DEFESAS DA ORIGEM DE SALVATERRA
No final do século XIX, alguns colaboradores de Jornais e Revistasportuguesas, já sustentavam existirem mistérios, onde entravam contose lendas na origem de Salvaterra de Magos. “Que serviu de guarida a“Bruxos” e “Adivinhos” que por ser terra de muitos relevos para aquivinham expiar as suas culpas, depois de julgados pela Inquisição.
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Bibliografia usada
* O Convento de Jericó – Dr. Betâmio de Almeida -1990
* O Abastecimento de água a Salvaterra de Magos,e os seus Fontanários – do autor
* Salvaterra de Magos “Seu povo sua cultura” - do Autor
* O Último dia do Lobo em Salvaterra – Dr. JoséAmaro * edição Contos do Ribatejo - 1972
* História de Portugal (Dicionário), AlexandreHerculano * Portugal Antigo e Moderno (Dic.), ediçãode 1878 * Obra Ilustrada (Portuga Dic.), edição 1900* Grande Enciclopédia Portuguesa Brasileira* Boletim da Junta Geral do Distrito de Santarém – 1936* Estudo Etimológico s/ Salvaterra, do Prof. Dr.
Justino Mendes Almeida – 2004*Texto “ Reflexão sobre a Origem de Salvaterra”
publicado no Jornal “O Diabo” 1985
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Fotos usadas:
Pág. 4 – Estatueta do Santo S. Baco ( Do Autor)* Pág. 5 - Quadro, da morte do Conde dos Arcos,
( pintura de Martim Maqueda )* Pág. 6 - Quadro (pintura) do milagre da horta dopaço real * Reprodução ( Do Autor)* Pág. 7 – Interior do Subterrâneo, que conduzia aágua para a Fonte de S. António, destruída em 1951( Do Autor) * Pág. 9 - Roda de Pedra nos terrenos juntos à Fontedo Arneiro ( Do Autor)
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COLECÇÃO DE APONTAMENTOS Nº 16
Documentos para a HistóriaDe
SALVATERA DE MAGOSSéc. XI I I – Séc. XXI
Património:Geográfico, Monumental , Cul tural, Social, Político,
Económico e Desportivo
O ANTIGO ABASTECIMENTO DE ÁGUA
José Gameiro
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Titulo:FONTES E FONTANÁRIOS
- O Antigo Abastecimento de Água da Vi la –
Tipo de Encadernação: Brochado (Papel)
Autor: Gameiro. José
Colecção: RECORDAR, TAMBÉM É RECONSTRUIR !
Data: MARÇO DE 2007 – Primeira edição
Editor Gameiro, José RodriguesMorada: Bº Pinhal da Vila – Rua Padre Cruz, Lote 49Localidade: Salvaterra de MagosCódigo Postal: 2120- 059 SALVATERRA DE MAGOS
Tel. 263 505 178 Telem. 918905704 E-mail: [email protected]
ISBN:978 – 989 – 8071 – 16 – 3Depósito Legal: 256468 /07
***************************Segunda edição – Revista e Aumentada
Março 2015***************************
Fotos da Capa: - Antiga Fonte S. António – destruída em 1951
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O MEU CONTRIBUTO
lembro-me quando menino, naquele anode 1951, um dia, minha mãe comigoarrastado pelo braço, em grande correria,entre a multidão, que se dirigia para o novoDepósito de Água, na estrada 114-3 que vai
para Coruche. Era dia de festa em Salvaterra,algumas ruas estavam engalanadas,campinos, e bombeiros fizeram uma parada
junto ao edifício dos paços do concelho, onde o povo assistiu àsessão de boas vindas aos convidados. A cerimónia terminou junto aquele Depósito, pois estava-se perante uma das maioresinaugurações do séc. XX, em Salvaterra de Magos, que era oabastecimento e distribuição de água ao domicílio. Uns anosantes, já as ruas da vila estavam a receber canalização de “ canos
de lusalite”, de grande dimensão, em valas previamente abertas, àforça braçal de muitos homens. As maiorias das habitações jáestavam prontas a receber o tão precioso líquido, que até ali eraretirado em muitas Fontes naturais ou Fontanários, construídos eprovidos de furos artesianos. Após algumas palavras decircunstância, a cerimónia festiva findou com a ligação dosmotores, e os furos a jorrarem água para o depósito, horas depoisas habitações da vila estavam abastecidos.
MARÇO: 2015 O Autor:
José Rodrigues Gameiro
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A ORIGEM DA SUA ÁGUA
Um estudo dado a conhecer, em 1936, dava como certo que, uma grandeparte do Ribatejo Sul, nas suas terras de Bordadura do Tejo e doSorraia, tinham camadas subterrâneas de água, que suportavam aplanície da Lezíria dando-lhe frescura para o cultivo das sementeiras desequeiro, que se juntava também ao tempo de invernia que alagava oscampos, dando-lhes frescura que se conservava durante meses.
Em certas zonas os seus subsolos, mostravam que a poucos metros deprofundidade as camadas hídricas eram constantes e daí brotava águadoce. Aquele estudo, dava também a conhecer com mais detalhe opotencial da vasta Bacia do Rio Tejo, e a influência recebida de umaoutra, a Bacia do Sado , que sendo banhada por águas de origem salgada,provoca sabores diferentes em várias captações nas terras do Ribatejo já em áreas de Charneca. A Bacia do Tejo, com as suas terras de
aluvião, então ricas em Pântanos, davam origem a águas salobras.Esta situação segundo os autores (1) vem do período QUATERNÁRIO , com
ramificações mais profundas do período anterior, o TERCEÁRIO. Assim, através dos milénios, o caudal hídrico tem vindo a fragilizar o
rio, provocando-lhe as insuficiências que cada vez será mais notórias.A vivência das espécies, incluindo o homem, terá dificuldades numa
vida normal, pois as linhas de água doce, são um bem que não é
inesgotável. A predominância constante da salgação da Bacia do Tejo , éfruto do jogo das marés que, o rio sofre do mar e, que cada vez mais severifica na extensão do seu percurso para nascente.
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(1) – António F. Salgado e P. Choffat * Boletim da Junta Geral Distrito Santarém * 1936
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O ABASTECIMENTO DA ÁGUA A SALVATERRA
A vila de Salvaterra de Magos é referenciada em certos mapas, comotendo no séc. XVIII, por volta de 1788, algumas nascentes de água no seuespaço urbano, uma junto ao Botaréu na entrada da Capela daMisericórdia, e uma outra ao fundo do edifício da Capela real.
A juntar a estas existiam duas fontes construídas pelo mão do homem,Uma no Largo de Santo António (próximo do edifício da câmaramunicipal), uma outra no Arneiro da vila, ambas, recebendo a águaatravés de subterrâneos construídos em pedra e tijolo de taipa. Umamãe-de-água, nos terrenos pertencentes ao Paço real, usados comoMatadouro e Galinheiro, junto à rua do Calvário, transportava o líquidoaté à Fonte de S. António, e uma outra em terras do Convento de Jericó,abastecia a do Arneiro. Quando da construção do edifício escolar “O
Século”, foram encontrados no seu terreno, vários respiradores do
Em 1993 – Francisco Costa, indica a existência em 1930,da Nascente junto à Capela Real conhecida pela
“Fonte dos Passarinhos”
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subterrâneo, para entrada de oxigénio, na corrente de água, quepassava por debaixo do Jardim até à Fonte de S. António. Este túnel,anos mais tarde sofreu outros danos, quando da construção do Quarteldos Bombeiros, sendo em parte bloqueado, servindo para no edifício serconstruído um poço, que abastecia as viaturas. Uma bomba de água com
roda de ferro, foi instalada, em 1925,no inicio da Rua Dr. MiguelBombarda para retirar água do subterrâneo e por volta de 1940, foi
retirada para um Páteo da Família Roquette, onde mais tarde estiveraminstalados os celeiros da Federação Produtores de Trigo (FNPT), ali aindaexiste a sua roda em ferro, como simbolismo, onde se instalou a EscolaProfissional de Salvaterra de Magos.
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A Casa Agrícola – Costa Freire, possuidora do espaço onde nascia aquelamãe-de-água (onde por volta de 1980, deu lugar a um edifício ondeexiste a Caixa Agrícola) não deixou de abrir um furo artesiano, combomba e roda em ferro, numa outra instalação de gado, situada em
frente –
atravessandoa rua (ondeagora estáinstalado umbalcão daCaixa Geral deDepósito), ali a
população nãodeixava de se bastecer de água, tal como o faziam os moradores daredondeza do Páteo, da rua Heróis de Chaves. A Fonte de Santo António,deixou de abastecer a população da zona centro da vila, visto ter sidoconstruído no seu espaço, um Depósito, que era cheio de água captadade um furo, aberto debaixo do Jardim Público, movido com um motor agasóleo. A Fonte e o Depósito foram destruídos por desnecessários,tinha-se inaugurado o abastecimento de água ao domicilio a Salvaterra
de Magos.
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A FONTE DO ARNEIRO
O século XIX, estava nos últimos anos, osterrenos que pertenciam ao Arneiro, aindarecebiam as águas pluviais, encaminhadas
através da Azinhaga, com destino à valareal.
O arranjo da rua que terminava juntoao palácio da falcoaria, acabava dereceber obras no seu pavimento, o que interrompeu aquele forma deescoar a água a céu aberto. As Fonte do Arneiro a par de um Fontanário
de S. António, junto ao edifício dos paços do concelho, eram as únicasfontes de água que forneciam a população da vila.
O mapa da vila deSalvaterra de
Magos, de 1788,
vinha dando conta daexistência daquela Fonte,
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no Arneiro , até porque nas pedras abobadadas, ainda se pode ler, comodata da sua construção o ano de 1711. A Fonte, de construção pesada, temnos rebocos a cal e, as pedras da sua escadaria, são de lioz não polida,mostrando grande desarranjo, estando ligada aos acontecimentos daroda de pedra (2). No interior, na frente, sai água numa correnteconstante através, de dois tubos em ferro, para duas pequenas caixasem pedra que, estando sempre cheias, esgota através do campo para avala real.
Em cima numa abertura de visita, ou de limpeza, existe uma porta deferro que, parece não ser a original.
Uma conduta em forma de túnel, trás a água da nascente – ou mãe-d’água - que, segundo informações remotas vem das terras junto aoconvento de Jericó que, fica a alguma distância.
FONTE DA PETEJA(Mina/Nascente)
Nascente, já referenciada, em1788, com uma construção em
tijoleira, situando-se numabarreira dos terrenos agrícolasda Peteja, a escassos metros doPalácio da Falcoaria.
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DEPOSITO DE ÁGUA
Construído quando da rede de
distribuição de água ao domicilio àvila de Salvaterra de Magos, em1951, tem um desenho muito usadona época.
FONTE S. SEBASTIÃO(Fontanário)
Com a limpeza e nova urbanização do espaço, em 1933/34, após oterramoto de 1909 que destruiu a Albergaria (Hospital) no Largo de S.Sebastião, foi construída uma fonte naquele local, com uma outra igual,na rua Av. do Calvário.
Esta última viria a sedemolida por volta de1948, quando da novaurbanização deprédios, em terrenospróximo. O Fontanário,
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no Largo S. Sebastião, poucos anos depois, deixou de utilizar o sistemade bomba motorizada, passando a usar a rede de abastecimento deágua, no sistema domiciliário publico que, foi instalado na vila, a partirde 1951.
De uma construçãosóbria em cimento“vivo”, é uma peça de
arquitectura que,estando enquadrada nopatrimónio local, éreferenciada pelos especialistas. Durante mais de 50 anos, foiconservada a sua beleza no estado original
Em 1998, a DOMSU, um departamento camarário, a cargo do vereadorJoão Abrantes , mandou proceder à sua pintura de cor branco e amarelo.
O povo chamou-lhe uma aberração !.....
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FONTE DO LARGO S. ANTÓNIO
Foi uma construção emblemática durante muitos séculos Encontrava-se construída no largo do mesmo nome, junto ao edifício dos paços doconcelho e, de outros edifícios que foram pertença do paço real.
Em forma de meia lua, a sua frente
estava embutida na parede do muro, doentão mercado diário e jardim público -tinha alguns mármores de cor rosado,era já uma referência antes de 1788.
As suas duas bicas até 1938,recebiam água da nascente (mãe de água) localizada no canto da
Ferrugenta, em propriedade da família Costa Freire, fazendo umpercurso pela rua 31 de Janeiro, passando pelos terrenos do jardim daPraça da República.
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A construção do quartel dos bombeiros, interrompeu o subterrâneocondutor da água, passando a Fonte a ser abastecida por uma captaçãopróxima, cujo sistema motorizado, bombeava a água para um grandedepósito em cimento construído para o efeito de abastecer também asresidências próximas. A água excedente, era aproveitada e, conduzidaoriginalmente a céu aberto, através da Trav. do Secretário, abastecendoum grande tanque – (construção em pedra de lioz) onde os animaisdiariamente bebiam na rua do Rossio.
Por decisão da vereação municipal, em 1951, o depósito foi demolido e,o fontanário foi tapado no muro existente, bem como a escadariaparalela existente, que ainda são visíveis os restos da sua colunata.
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*********** PLANTAS DA VILA************
Planta de localização da Fonte do Arneiro
Planta da construção de novas ruas, substituindo as escadarias, junto à Câmara Municipal e Capela Real, mostrando a nova estrada do Rossio e o
Jardim Público, com a localização da Fonte de S. António – Final do séc. XIX
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Interior do subterrâneo/ ou Aqueduto, que faziaa condução das águas para a Fonte de S.António - 1987
Regulamento “Serviço de Abastecimento de Água à vila de Salvaterra de Magos”,datado de 1949, distribuído em 1951, quando da feitura dos contratos de ligação * Asnormas quanto à parte técnica ainda estão em vigor, sofrendo ao longo dos anos,alterações apenas no capítulo das taxas e outros pagamentos.
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Bibliografia usada:Documentos do Autor:
* Jornal “ O Ribatejo/1987 “ * “Jornal do Vale do Tejo/2001”* Regulamento de Abastecimento de Água a Salvaterra deMagos/1949
Fotos usadas: Do Autor Alexandre V. Cunha ( Fonte e Depósito de Água- Largo S.
António) * 1951 Pintura do espaço da Fonte já sem o Depósito de Água -
Autor Anónimo –
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COLECÇÃO DE APONTAMENTOS Nº 17
Documentos para a História
de
SALVATERRA DE MAGOSSéc. XIII – Séc. XXI
Património:Geográfico, Monumental, Cultural, Social , Político,
Económico e Desportivo
O Autor:José Gameiro
(José Rodrigues Gameiro)
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FICHA TECNICA:
Titulo:0S DIAS QUE SE SEGUIRAM AO TERRAMOTO DE 1909 !
Tipo de Encadernação: Brochado (Papel)
Autor: Gameiro. JoséColecção: RECORDAR, TAMBÉM É RECONSTRUIR !
Data: MARÇO DE 2007 – Primeira edição
Editor Gameiro, José RodriguesMorada: Bº Pinhal da Vila – Rua Padre Cruz, Lote 49Localidade: Salvaterra de MagosCódigo Postal: 2120- 059 SALVATERRA DE MAGOS
Tel. 263 504 458 Telem. 918 905 704 E-mail: [email protected]
ISBN: I978 – 989 – 8071 – 17 – 0 I edição originalDepósito Legal: 256469 /07 I
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2ª edição Revista e AumentadaMarço 2015*****************************
Fotos da Capa:: Habitações destruídas * Construção de Barracas, no LargoDr. Oliveira Feijão ( actual Praça da República)Escola construída pelo Jornal “O Século” Largo 5 de Outubro (actual Largo
dos Combatentes) * Sala de Aulas 1913
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O MEU CONTRIBUTO
Quando criança ocasionalmente ouvia falardo terramoto, pois já perto de meio século setinha passado, os estragos causados na povoação estavam recuperados. No entanto acuriosidade era muita, existia um marcodaquela época, uma escola primária na vila,tinha alguma informação.
Os traumas, esses não, mas a geração, que o viveu estava emdeclínio, os que ainda se lembravam, como José Caleiro, homemque rondava os 90 anos de idade e, do terror vivido me fez algumrelato., quando o abordamos em 1986, para mais viveu a chegada aesta vila, do rei D. Manuel II, que aqui veio visitar os seus estragos.
A emoção espelhada nas palavras, quando descrevia as cenas de pânico que a população viveu., especialmente a urbana, a rural,àquela hora ainda trabalhava no nas lavouras.
. Foi uma descrição tão pormenorizada quanto possível, até porqueveios do campo, a pé, chegando uma hora e meia depois, à vila,quando do acontecimento sismológico, encontrando as muitashabitações destruídas, como constam descritas em documentaçãoque consultamos sobre o assunto. Guardo, as suas informações em gravação áudio, bem como de outro idososs que, outra visão sobre oassunto tinham,. nas suas memórias.
O Autor:MARÇO: 2015 JOSÉ GAMEI RO
(José Rodrigues Gameiro)
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23 ABRIL DE 1909 – O DIA DO TERRAMOTO
O ano de 1909, estava no seu quarto mês, e o país ainda seencontrava de luto chorando a morte da família real, vítima de regicídio,ocorrido em Lisboa, na Praça do Comércio quando regressava de VilaViçosa. O Príncipe D. Manuel , que viria a ser chamado de II rei dePortugal, era filho do rei D. Carlos e, de D. Carlota, tinha subido ao trono
havia poucos meses quando Portugal foi alertado para uma nova einfausta notícia.
No dia 23 de Abril de 1909, eram 5 horas da tarde a terra tremeu no
coração do Ribatejo. As vilas de Samora Correia, Benavente, eSalvaterra de Magos, acabavam de sofrer uma catástrofe - Umterramoto.
Em Salvaterra de Magos, àquela hora a maioria da populaçãoencontravam-se fora das suas casas, trabalhando no campo, daí o
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cataclismo produzir apenas duas mortes, mas os feridos foram muitos,Ficando destruídas 15 prédios de habitação, sendo o prejuízo calculadoem 92.547$000 réis, segundo o relato dos autarcas que, de imediatoreuniram para apuramento dos primeiros danos, segundo reza as actascamarárias,
”.... os tremores de terra continuaram nos dias seguintes, mas commenos intensidade ...”.
Nos dias que se seguiram toda uma onda de solidariedade chegou aSalvaterra, a autarquia desde logo não parou de receber, quertelegramas de apoio, quer ofertas da mais variada ordem. A CruzVermelha , pôs ao dispor a instalação de “barracas” em vários locais davila, sendo o mais significativo o grupo que foi instalado no Largo doMártir S. Sebastião, onde existia a antiga Albergaria (hospital) da vila
que foi destruída - local onde depois foram construídas: uma escolaprimária e uma fonte, (novas Av. Brito Seabra e Av. António VianaRoquette - esta uma pequena artéria de meia dúzia de metros ! ).
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A população desalojada, nesse mesmo dia recebeu o apoio dogoverno, este fez deslocar para o local, uma guarnição de soldados doRegimento de Sapadores. À disposição da câmara, foi colocado umcontingente de militares da Cavalaria e Infantaria, afim de ser mantida aordem pública.
Através do ministro das obras públicas, foi considerado fazer um
estudo no local, para reconstrução das habitações que, oferecessemgarantias de recuperação e demolição total das outras. Em 30 de Abril,em virtude do edifício da câmara, não oferecer segurança, a reunião dosautarcas, foi efectuada num celeiro pertença do Lavrador GasparRamalho, no Largo do Palácio, (Largo esse, que depois se chamaria de 5de Outubro, e por último dos Combatentes),
Nesta reunião estiveram presentes porconvocatória, grande número de cavalheiros,pessoas respeitadas no concelho, afim dedarem a sua opinião sobre a catástrofe. Entreos convocados, encontrava-se o lavrador/benemérito Gaspar da Costa Ramalho que, foi
ouvido com muita atenção e, as suas propostas foram aceites.
Da sua iniciativa foi constituída uma comissão local, onde integravaalém dele, o Conde de Mangualde, Luiz Ferreira Roquette, Porfírio Nevesda Silva (Presidente da Câmara) e Vergílio Roquette Costa que, seresponsabilizaram por contactar os jornais e instituições paraangariação de fundos.
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Nas resoluções que foram tomadas, foi resolvido mandar construir 18lanternas de iluminação, para serem usadas nas zonas da instalação dasbarracas e, cada uma custou 1.150 réis. Em 17 de Junho, contavam-se jáinstaladas 180 barracas das 325 que, foram consideradas necessárias.
Fazendo face à desgraça que se abateu sobre as 3 povoaçõesvizinhas, logo o governo disponibilizou para Salvaterra, a verba de “CEMCONTOS DE RÉIS” para as primeiras necessidades. Nas reuniões que se
seguiram, a câmara e, o administrador do concelho, Luiz Filipe Valente, analisaram propostas de ofertas de créditos postos à disposição dapopulação salvaterriana, muitas delas vindas do estrangeiro.
A 19 de Agosto, foi aceite uma exigência do oficial que comandava aguarnição que, mantinha a lei e a ordem na vila. Propunha, aquelecomandante das tropas que, a sineta do edifício da câmara, passa-se a
dar as horas, em virtude do relógio da torre se encontrar aindaavariado, o que seria feito pelo soldado de serviço, puxando o seu cordel,tantas vezes quantas as horas a marcar. No dia 11 de Novembro, foideliberado que, o entulho da limpeza das casas destruídas, na zona daTrav. do Martins, fosse colocado nos baldios próximo do antigo moinhode arroz, na vala real.
O jornal “O Século” que, nas suas páginas tinha aberto uma
subscrição pública de donativos, conseguiu que o país se solidariza-secom o sofrimento a que estavam passando as 3 povoações vizinhas, eentre algumas que receberam, foi a construção de um edifício escolar.
A autarquia de Salvaterra de Magos, disponibilizou um terreno àcomissão encabeçada por Gaspar Ramalho, para esta aceitar o valor de
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“CENTO E SETE MIL TREZENTOS E NOVENTA E CINCO RÉIS”, verba entregueao município local. Em Dezembro, no dia 25, foi deliberado mandarreparar o telhado da câmara municipal, bem como enviar para Londresum telegrama a felicitar el-rei D. Manuel II, pela passagem do seuaniversário.
Em outras reuniões de câmara estiveram presentes o Dr. Augusto deCastro e Anacoreta, e o Prof. Ginestal Machado, vindos de Santarém que,representando uma comissão, daquela cidade, vinham trazer o apoio dos
escalabitanos às vítimas do sismo.O Jornal “Diário de Notícias”, guarda na sua edição de 25 de 1909, uma
reportagem feita em Salvaterra, sendo a primeira das três visitasprogramadas - a Benavente e Samora Correia, por ilustres visitantes,que eram aguardados pelo Administrador do Concelho; Luís FilipeValente, Secretário; António Garrido, Prior da Freguesia; Rev. Fernandesde Castro e o Presidente da Câmara; Porphyrio Neves da Silva. O grupo
de visitantes, encabeçado por D. Luís de Castro, acompanhado pelasautoridades da terra e por muito povo percorreu as ruas da vila, vendo-se espelhados nos rostos de alguns lágrimas, de horror e compaixãopelos habitantes de Salvaterra, que rondava para cima de dois milhabitantes.
No início de 1910, El-Rei D. Manuel, veio aSalvaterra visitar a população, e os estragos
causados pelo terramoto.A sua viagem processara-se através do rio
Tejo, em bergantim real, e o povo esperou-ono cais da vala, com vivas ao rei !!!
Em desfile, e entre alas, D. Manuel, deslocou-se aos vários locais davila, onde tinham sido instaladas barracas, há já alguns meses com as
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vítimas da catástrofe sísmica. Nos meses seguintes, a recuperação dascasas foi decorrendo, e outras se foram erguendo, em novosarruamentos aproveitando-se para tal terrenos devolutos por detrásdas ruínas do palácio, até às antigas cavalariças reais. Para fazer faceà fome, que grassava, foi construído naquela zona um hortado, paraalimentar o povo, em terreno livre a sul da vila .(1)
A 7 de Outubro de 1910,
com a implantação doRegime Republicano, emPortugal, foi nomeada umacomissão administrativa,no concelho de Salvaterrade Magos, constituída por:António Jorge de Carvalho
(Presidente) e, José de Vasconcelos, João Ferreira Vasco, Carlos deNovais Rodrigues, Vital Justino e João Pereira Rodrigues - este últimodo lugar de Marinhais.Para administrador interino do concelho; foi nomeado António Marcos
da Silva. Na sua primeira reunião estes autarcas republicanos,deliberaram aprovar um requerimento de “aforamento” do Curral doConcelho”, a Luiz Ferreira Roquette, que se dizia seu proprietário. Há jáalguns anos, e um outro apresentado por António Marcos da Silva, que
mostrou ser dono dum terreno no “Largo do Cafarro”.
************(1) . O Hortelão, tinha a alcunha de “O Sopas”, assim ficou conhecida
ao longo dos tempos, com muro em volta foi descativada nos anos70, o seu desaparecimento verificou-se já no séc .XXI dando lugara uma nova urbanização na vila.
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Ficando aqueles terrenos defronte ao Palácio da Falcoaria, foi ainda,naquela reunião aprovado, mudar os nomes a algumas ruas da vila; A ruaSanto António, mudou para Alm. Cândido dos Reis , a rua do Pinheiro paraDr.Miguel Bombarda , a praça Dr. Oliveira Feijão, para Praça da Republica ,a rua Porfírio Neves da Silva, para Teófilo Braga e, o Largo do Paláciopara 5 de Outubro .
A 27 de Outubro de 1910, cerca de 18 meses após o terramoto,começaram os trabalhos de desmontagem das barracas, já nãonecessárias ao abrigo dos carenciados.
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As instalações provisórias colocadas no Largo 5 de Outubro, Praça daRepublica, Av. do Calvário (hoje: Av. Dr. Roberto Ferreira da Fonseca),Rua do Jogo da Bola, Largo do Cafarro, Canto da Ferrugenta e, Largo deS. Sebastião, foram desmontadas, ficando apenas as que seencontravam na zona das Areias.
Foi ainda deliberado distribuir roupas que, foram encontradas numarmazém da câmara municipal. Por último foi tomado conhecimento
que, a República do Uruguai, oferecia duzentas libras, para a construçãode uma escola em solidariedade para com as povoações, que sofreramas terríveis consequências do terramoto.
OUTRAS CALAMIDADES
Salvaterra de Magos, ao longo dos séculos tem sido vítima de outras
“convulsões” geológicas e atmosféricas, como o terramoto de 1755, queao destruir a cidade de Lisboa, aqui muitos estragos provocou.Também segundo consta, em alguma documentação, um outro sismo,
em 1858, aqui sentido, provocou estragos de algumas habitações, naIgreja Matriz, Palácio Real, ficando este num estado de muitadegradação..
CHEIAS E TEMPORAIS
Quanto às cheias anuais, os campos de Salvaterra, sofriam com aságuas das chuvas de Inverno, drama cíclico para as populações rurais,com perdas de gados, e perdas de sementeiras, pois ficavam alagadosmuitas vezes meses seguidos.
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Um exemplo se retira de uma notícia da imprensa da época, emsituação ocorrida em 1876.
“ Em Salvaterra, a enchente chegou até ao meio da rua de S. Paulo,invadiu a igreja da misericórdia, e muitas casas” “ Um homem chamado José Zeco, apontava chorando para o celeiroonde tinha 4 moios de trigo, únicos haveres da sua pobre família, que aágua começava a invadir” Uma outra cheia, em 1887, deu notícia no
jornal “Correio da Tarde ”de 9 de Janeiro.“ …. À Casa Cadaval, terem-lhe morrido, segundo consta, 40 e tantascabeças de gado cavalar, e note-se que esta casa, sendo a mais opulentado distrito, as suas melhores pastagens estão inundadas”
Em 1941, uma forte ventania, que assolou o país, que foi chamado de“Ciclone”, provocou grandes estragos em edifícios da vila, especialmente
na sua Praça de Toiros, que teve de receber profundas reparações.Em Fevereiro de 1979, o autor fez sair em vários jornais a notícia quea águas da cheia, entre os dias 11 e 14, muitos estragos causou noscampos, vento forte e constante, naquele último dia, provocou gravesprejuízos na Capela da Misericórdia, com a queda das suas paredes etecto,Os quadros (retábulos a óleo) que forravam o tecto foram salvos.
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Em Fevereiro de 1979, o autor fez sair em vários jornais a notícia quea águas da cheia, entre os dias 11 e 14, muitos estragos causou noscampos, vento forte e constante, naquele último dia, provocou gravesprejuízos na Capela da Misericórdia, com a queda das suas paredes etecto , Os quadros (retábulos a óleo) que forravam o tecto foram salvos.
Uma tromba de
água, em 1987,provocou taisprejuízos, emSalvaterra, e terrasvizinhas, conforme sepode ver nas notíciasdo dia seguinte,
especialmente no“Correio da Manhã” de 23 de Setembro, onde o autor, colaborou narecolha para o seu noticiário. Outra forma de sinistralidade provocadapelo mau tempo, foi no dia 10 de Maio de 1998, onde uma grande e fortetrovoada, fez cair na zona do Bairro do Pinhal da Vila, algumas faíscas,tendo uma delas entrado num prédio de habitação do autor destaslinhas, através de uma antena de televisão, fazendo um grande buracono telhado e provocando grandes prejuízos no seu recheio.
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COLECÇÃO DE APONTAMENTOS Nº 18
Documentos para a históriade
SALVATERRA DE MAGOSséc. .XI I I – séc. XXI
Património:Geográfico, Monumental , Cul tural, Social, Político,Económico e Desportivo
O Autor
JoséGameiro
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FICHA TECNICA:
Titulo:HOMENAGENS E INAUGURAÇÕES !
Tipo de Encadernação: Brochado
Autor: Gameiro. JoséColecção: RECORDAR, TAMBÉM É RECONSTRUIR !
Editor Gameiro, José RodriguesMorada: Bº Pinhal da Vila – Rua Padre Cruz, Lote 49Localidade: Salvaterra de MagosCódigo Postal: 2120- 059 SALVATERRA DE MAGOS
Tel. 263 504 458 Telem 918 905 704 E-mail: [email protected]
ISBN:978 – 989 – 8071 – 18 – 7Depósito Legal: 256470 /07Março 2007 – Primeira edição
Edição Revista e Aumentada
Março 2015
Fotos da Capa: -
1) - Homenagem, - Alexandre Varanda da Cunha2) – Homenagem Prof. Fernando Duarte Assunção3) – (Depósito) Inauguração Rede Abastecimento de Água4) – Inauguração Estação CTT
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O MEU CONTRIBUTO
Ao longo da nossa vida, fomos assistindo a inaugurações e homenagens, umas mais do que outras,organizadas com pompa ecircunstância, sendo os momentos e os
protagonistas, o espelho das mesmas .
O ser humano, por vezes manifesta-se parco em agradecer, tem dificuldade mesmo no reconhecer o mérito
das obras, de um seu semelhante que, às vezes até é um seu conterrâneo. Nesta terra, quantos estão ainda àespera do reconhecimento público, pelas obras que prestaram à comunidade onde estão inseridas.
Decerto no nosso caso damo-nos por compensados,em 2014, o executivo municipal, sob a chefia do EngºHelder Esménio, deu-nos o prazer de ainda em vidavivermos uma Honrosa Homenagem, para além de ser reconhecido publicamente o contributo que demos na
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divulgação de Salvaterra de Magos, em mais de 50 anos em Jornais e Revistas. Foi uma cerimónia,onde os familiares e muitos amigos estiveram presentes, neste dia único da nossa vida. A entrega de uma salvacom texto expressivo do reconhecimento do Município da minha terra-mãe, foi deveras salientada a minha pesquiza no campo da História local, especialmente destacada a minha presença na área da Crónica durante50 Anos. Uma Exposição, com uma vasta e notóriaexpressão da nossa vida, esteve patente ao público.
Outros decerto também merecedores dosreconhecimentos públicos até porque se empenharam nocampo da filantropia, como é os casos dos IrmãosRoberto(s); Vicente e Roberto da Fonseca e deGaspar da Costa Ramalho, têm sido esquecidos ao
longos dos anos por uma homenagem, mesma que singela.
Março: 2015 O AutorJosé Gameiro
(José Rodrigues Gameiro)
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INAUGURAÇÕES
A CONSTRUÇÃO DE UM HOSPITAL
O terramoto de 1909, deixou a vila em situação de grandes carências,sendo notória no campo da assistência médica e hospitalar, a antiga
Albergaria (1), tinha desaparecido e a população da vila de Salvaterra deMagos, lamentava aquela necessidade.
Um homem bom da terra - Gaspar da Costa Ramalho - fez recair sobresi, as despesas da construção de um novo edifício hospitalar e, nodecorrer do empreendimento, foi secundado por um outro benemérito – Francisco Lino.
Os esforços levaram à sua inauguração no ano de 1912, e a populaçãodo concelho, passou a utilizar uma moderna unidade de cuidadosmédicos hospitalares, que depois da solenidade da ocasião, foi oferecidaà Misericórdia local.
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Os festejos, especialmente as sessões de agradecimento,decorreram sempre sem a presença do homenageado, pessoa que tudofazia para não estar presente, nos actos onde tivesse tido aoportunidade de colaborar.
PRAÇA DE TOIROS
O povo continuava a não encontrar sítio onde realizar, osespectáculos que mais adorava – as corridas de toiros. Um grupo dehomens de boa vontade, um dia, reuniu e uma Comissão foi constituídapara levar por diante a construção de uma Praça de Toiros.
As obras decorreram num terreno cedido pela câmara municipal,local registado, onde tinham existido alguns moinhos da vila.
O dia escolhido para a inauguração do belo tauródromo, recaiu no dia 1de Agosto de 1920. A solenidade dos festejos foi de monta, culminandona realização de duas corridas de toiros. Assistiu e foi director daprimeira corrida, o antigo bandarilheiro Vicente Roberto, uma glória das
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arenas, natural desta vila. Vinte anos depois, quando do ciclone, fortesventos que se fizeram sentir nesta zona, destruíram muitas dasinfraestruturas deste belo edifício taurino. A família Monte Real e GasparCosta Ramalho, tomaram a iniciativa de suportar os custos das obras dasua reconstrução. Nos festejos, houve uma grande corrida de toiros,onde esteve presente, o presidente da república, Óscar Carmona
LUZ ELÉCTRICA
No ano de 1948, deliberou a vereação camarária, em reuniãopública, apoiar uma proposta do presidente, para que os festejos dainauguração da luz eléctrica, projectadapara o dia 28 de Novembro, fossem levadosa efeito com o maior brilho possível.
Convidadas
entidadesoficiais que,foram recebidasnos paços doconcelho com um Porto de Honra , extensivoao povo que os recebeu.Aos indigentes e pobres, foi distribuído um
bodo, até ao valor de quinhentos escudos, suportados pela
municipalidade, conforme constava no programa da festa. Naquele dia,uma cabina em cimento, construída pela Hidro Eléctrica do Alto Alentejo(HEAA), instalada na E.N.118, junto ao matadouro municipal, forneceu luzeléctrica à vila de Salvaterra de Magos, eram onze horas da manhã. Nascerimónias, onde o povo acorreu, estiveram os bombeiros, com a suabanda de música e, fez-se uma largada de pombos-correio
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ABASTECIMENTO DE ÁGUA
O dia 24 de Junho de 1951, tinha um programa cheio de actividadessocioculturais.
Entre elas, pelas 16,30 horas inauguraçãooficial, da rede do abastecimento público deágua à vila - Um
depósito elevatório e um
furo de captação , eram o rosto daquele diafestivo. Era o culminar de uma obra, cujo
trabalho durante anos, teve necessidade deabrir valas e ligações às moradias.
Estação dos correios – CTT
Inaugurada no dia 4 de Outubro de 1960, o novo edifício situado na ruados bombeiros, teve a “mão” doEng.º. Gama Prazeres, ao temporesponsável pelas obras dosCTT, vivendo na terra, sitia asgrandes necessidades dapopulação. Era um imóvel
recheado de técnicas deprimeira linha para a época, tapava assim uma lacuna, que se vinhasentindo há muitas décadas. A estação dos correios, então encerrada,funcionava num edifício municipal, da época manuelina, no Largo daRepública, sucedendo esta a uma outra que, existiu na rua de S. Paulo,onde ali foi instalada a rede local de Telégrafos.
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MUSEU DA MISERICÓRDIA
Construído numa dependência da Capela daquela instituição, foiinaugurada a 4 de Julho de 1981. Os seus promotores tinham na feliziniciativa levar acabo a divulgação de algum património cultural eliterário. O seu maior espólio recaía em fotos antigas, oferecidos pela
população que via a iniciativa com carinho, visto na terra - Salvaterra deMagos, neste campo apenas eram vistas a escassas e periódicasexposições. O Museu foi cedendo os seus frenéticos entusiasmo, a ummarasmo total, que acabou no seu encerramento, verificando-se odesaparecimento total daquele requisito espólio, que marcava umaépoca sociocultural do povo.
BIBLIOTECA MUNICIPALDuas décadas antes a Fundação C. Gulbenkian, fazia chegar a
Salvaterra de Magos, umaviatura biblioteca, onde osmuitos leitores tinham aliespaço para a sua ânsia demais aprender.
O executivo de AntónioMoreira, através do Vereadorda Cultura, Joaquim MárioAntão, para além das muitas iniciativas que levou acabo, na área doturismo, o apoio à cultura não perdeu o seu entusiasmo e daí a criaçãode uma Biblioteca Municipal.
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Estava-se em 1985, o antigo edifício escolar “O Século”, no Largo dosCombatentes, foi adaptado e assim, nasceu no dia 10 de Junho, umespaço de cultura, onde passou também a estar exposto o patrimóniobibliotecário ambulante da Gulbenkian.
Os visitantes/leitores passaram a ter ao dispor nas estantes, cerca
de 4.000 livros., o que para a época foi realçado quando dos discursosdas entidades oficiais convidadas. No seu interior uma placa assiná-la, asolenidade.
NOVA BIBLIOTECA
Um projecto e o início das obras, para novas instalações da BibliotecaMunicipal, foi feito no tempo do executivo de Dr. José Gameiro dos
Santos, num grande e velho edifício da época manuelina. A mudançateve lugar, com a conclusão da obra no mandato de Ana Cristina Ribeiro,conforme consta de uma placa, na sua entrada.“ Biblioteca Municipal, foi inaugurada pelo Secretário de Estado Cultura,Prof. Dr. Mário Vieira de Carvalho, com a presença, de Ana CristinaRibeiro, Presidente da Câmara * 9/Setembro/2005 ”
CENTRO DE SAÚDE
Depois de muitos anos a população do concelho de Salvaterra deMagos, receber assistência médica e internamentos, no antigo hospitalda Misericórdia local, em situações precárias, visto aquela unidade virde 1913, A Casa do Povo local mantinha no seu edifício, um gabinete para
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consultas médicas aos associados. Com a implementação do ServiçoNacional de Saúde (SNS), através do Dec Lei Nº56/79 de 15 de
Setembro, algumas transformaçõesse verificaram na vila, com arequisição oficial daquela edifício,algumas para as consultas médicas.A Casa do Povo deixou de dar apoioaos seus associados e alguns anos
depois, após negociações para umterreno entre o Município,
Misericórdia e Serviços de Saúde, um projecto teve inicio para dar lugara um “Centro de Saúde”, em Salvaterra de Magos, que foi inaugurado em1985
INAUGURAÇÃODA ESCOLA SECUNDARIA
( Escola Dr. Gregório Fernandes)
A notícia nos jornais publicavam “ Ontem pelas 11 horas da manhã, dodia 15 de Outubro, o sol já aquecia, fazendo lembrar os verões idos de S.Martinho, quando os serões convidavam ao escarolar do milho, e ele o
santo, no calendário religioso, está de chegada daqui a dias. Houve festaem Salvaterra de Magos – foi inaugurada a sua Escola Secundária”
Com os convidados oficiais; Ministro da Educação; Prof. Dr. JoséAugusto Seabra, Secretário de Estado das Obras Públicas e doEquipamento Social, Eng.º Eugénio Nobre e ainda o Governador Civil de
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Santarém, Eng.º José Frazão, chegaram os autarcas do concelho deSalvaterra de Magos. Os Presidentes da Câmara Municipal, AntónioMoreira e, o Dr. Alexandre Monteiro, da Assembleia Municipal,acabaram momentos antes, no salão nobre dos paços do concelho, delhes dar as boas vindas, em nome da população do concelho.
Não deixaram de também estar presentes, os deputados naAssembleia da República, pelo distrito de Santarém; Silvério Marques e
Jorge Lacão, PS, e Fernando Condesso, PSD, e outras autoridadesmilitares e religiosas. Junto aos portões da nova escola que, dentro demomentos ia ser inaugurada, uma multidão, preparava-se para se juntarà comitiva, assistindo aos actos oficiais.
Uma força em parada dos Bombeiros Voluntários locais, e sua Bandade Música, fizeram a guarda de honra com a execução do hino nacional,quando no momento se fazia uma grande solta de pombos-correio.
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Antes da visita às novas instalações, o ministro da educação,descerrou uma lápide, onde o seu nome constava na efeméride, pois erauma obra custeada pelo estado e orçou em 51.285.622$00.
O corpo directivo da nova escola, acompanhando os convidados, iamostrando as várias salas de aulas, cantina, pavilhão polivalente,biblioteca e muitas outras dependências do foro sócio-administrativo.António Lopes, professor e membro da comissão administrativa da
escola, não deixou de prestar os necessários esclarecimentos,seguindo-se os discursos de inauguração.
Usaram da palavra, a Dr.ª Maria Irene Lopes Pinto, em nome daComissão Directiva, e o Secretário de Estado, Eugénio Nobre. AntónioMoreira, presidente da municipalidade salvaterrense, começou porlembrar, quanto o concelho de Salvaterra de Magos, ficava a dever poresta obra, a Leonardo Cardoso e, ao seu executivo de 1976/17979, pelo
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muito esforço e carinho, quando iniciou a resolução deste problema doforo escolar, e a escolha de terrenos da Ómnia, pertencentes à famíliaLino. Ao representante máximo da educação em Portugal, ali presente,agradeceu o apoio dado à concretização de um sonho de à muito dapopulação.
A terminar a cerimónia , discursou o ministro, José Augusto Seabra,que agradeceu as atenções de que foi rodeado pela população agora emfesta e, enalteceu o trabalho, persistência, dedicação e esforço juntodo seu ministério, do presidente Moreira, para a concretização da obra,
agora posta ao serviço da classe estudantil de Salvaterra de Magos.
Mais disse, estar o seu ministério, atento aos actuais problemas daeducação no país, mormente o da família/escola/trabalho, e que dentroem breve uma lei, sairia, para os estudantes, além das horas de estudo,fizessem prática profissional. Por último informou os presentes, que o
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estado, passou nos últimos três anos, de uma média de construção deescolas, de 10 escolas/ano, para 50 escolas/ano. Após uma brevereunião de trabalho, com os representantes da nova escola e da câmaramunicipal, a comitiva deslocou-se aos Foros, onde durante o almoço, noPavilhão das Festas locais, actuou o Rancho Típico dos Foros deSalvaterra.
* ) - Reportagem/ notícia – JVT – 16.10.1983 * José Gameiro
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Nota: Quando da iniciativa do processo da construção,desta Escola Secundária, José Teodoro Amaro, vereadormunicipal foi um dos seus entusiastas, e por ele foi-me
pedido qual o nome de uma figura pública - filha destaterra - Salvaterra de Magos que, merecesse pelo seucomportamento cívico, ser perpetuado, através daquelaescola. Usando o seu nome, era um sinal de gratidão
pelos seus concidadãos. Entre outros, sugeri o do Dr.Gregório Fernandes, que, foi aceite e usado. Anos depois, ao contrário de outras escolas que, por
esse país fora conservaram o seu patrono, a EscolaSecundária de Salvaterra de Magos, deixou de ostentaro de Dr. Gregório Fernandes.
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AUDITÓRIO DA CAPELA REAL
Há séculos atrás, quando da feitura d obra do palácio real deSalvaterra de Magos, nela foi incluída uma capela.Num terreno junto a si, na sua fachada Sul, teve várias utilizações com o
decorrer dos anos. Uma delas, foi de Picadeiro, função que ficouregistada, em alguns mapas da terra, durante várias épocas.
A última foi usada de cemitério público, no século XIX, quando dasReformas Liberais , porquanto até ali o povo era enterrado nos adros dasigrejas, e os senhores , podiam optar pela sepultura em espaços seus.
Depressa, aquele pequeno espaço estava esgotado, por sepulturastérreas, que tinham pedras tumulares, e alguns jazigos. Comconstrução de um novo campo santo, na freguesia de Salvaterra deMagos, nos últimos anos daquele século, ficou aquele terreno nasituação de “espera”, na base dos 50 anos que a lei lhe conferia para
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suportar as campas dos falecidos ali enterrados. Durante anos, ficouum pouco ao abandono, o Corpo de Escuteiros de Salvaterra de Magos, acabado de ser formado, em 1964, no âmbito da igreja católica, aliinstalou a sua sede provisoriamente numa sala dependente da capela.
Os jovens escuteiros, ao limparem aquele terreno do vasto matagal,que ali foi nascendo, depressa trouxeram à luz aquelas pedrastumulares e jazigos. Os anos passaram, em 1997, o Dr. José Gameiro
dos Santos, então presidente da câmara municipal, aproveitando umprojecto do jovem arquitecto italiano, Flávio Barbini, estagiário no
município, propôs para aquele espaço a construção de um Auditório aoar livre, que a concretizar-se em pleno tinha uma panorâmica da épocaromana. Com início das obras, na limpeza do terreno, algumas ossadasvieram à luz do dia, logo um grupo de jovens e