colÉgio estadual alcides munhoz ensino fundamental e mÉdio … · 1. apresentaÇÃo o colégio...
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COLÉGIO ESTADUAL ALCIDES MUNHOZENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
IMBITUVA2010
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“Há que se valorizar a escola pública, guardá-la no coração e defendê-la de quaisquer ataques que possa vir a sofrer. Ela é uma instituição que temos procurado, com muito esforço, construir, e que precisamos preservar, atualizar e aperfeiçoar. Ainda que não mude o mundo, a escola pode ajudar o(a) estudante a melhor entender como o mundo opera, o que é condição indispensável para se operar nesse mundo”.
(Antonio Flavio B. Moreira, 2004/2005).
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SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO............................................................................................. 032. IDENTIFICAÇÃO............................................................................................... 042.1. IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA...................................................................... 042.2. ASPECTOS HISTÓRICOS IMPORTANTES................................................. 042.3. ORGANIZAÇÃO DE ESPAÇOS DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO..... 062.4. OFERTA DE CURSOS E MODALIDADES.................................................... 072.5 REGIME ESCOLAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS................. 072.6. QUANTO A PROGRESSÃO PARCIAL.......................................................... 092.7 CARACTERÍSTICAS DA COMUNIDADE ESCOLAR.................................... 103. DIAGNÓSTICO DO ESTABELECIMENTO – MARCO SITUACIONAL............ 103.1. CONSULTA À COMUNIDADE ESCOLAR..................................................... 113.2. SOBRE O RENDIMENTO ESCOLAR............................................................ 123.3. FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROF. E FUNC......................... 133.4. A ORGANIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE TURMAS......................................143.5. ORGANIZAÇÃO DA HORA ATIVIDADE........................................................ 143.6. CONSELHO DE CLASSE...............................................................................144. PRINCÍPIOS DIDÁTICO PEDAGÓGICOS – MARCO CONCEITUAL.............. 155. AVALIAÇÃO.......................................................................................................185.1. INSTRUMENTOS.......................................................................................... 205.2. REGISTRO..................................................................................................... 216. PLANEJAMENTO DE AÇÕES DA ESCOLA – MARCO OPERACIONAL........ 226.1 REORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ESCOLAR............................................ 22 6.2 AÇÕES PEDAGÓGICAS................................................................................ 25
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1. APRESENTAÇÃO
O Colégio Estadual Alcides Munhoz – Ensino Fundamental e Médio, da
cidade de Imbituva- PR, atendendo as determinações dos órgãos governamentais,
apresenta o seu Projeto Político Pedagógico, depois de passar por discussões
desde 2004 tendo como base legal:
- a Constituição Federal de 1.988, que em seu artigo 205, diz: “a educação,
direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” Cabe ao
Estado a responsabilidade pela educação formal dos cidadãos, no sentido de
promover a democracia da sociedade. O direito à educação está relacionado ao
princípio da igualdade de todos perante a lei e ainda que seja um dos fundamentos
para a promoção do avanço social, não garante de forma efetiva a igualdade social,
que só poderia ser obtida através de um ensino de qualidade para todos.
- Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, Lei nº9394/96), disciplina a
educação escolar, que se desenvolve predominantemente pelo ensino em
instituições próprias, devendo estar vinculada à prática social e ao mundo do
trabalho. Entre os artigos relacionados à educação está o artigo 4º que trata dos
principais compromissos do Estado com a educação escolar, onde diz que a
educação é dever do Estado e da família.
- ainda no artigo 12º, inciso I, os estabelecimentos de ensino, respeitadas as
normas comuns e as do sistema estadual de ensino, terão a incumbência de
elaborar a sua proposta pedagógica, e no artigo 13º, inciso I a incumbência dos
docentes de participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento
de ensino.
Sendo assim entendemos que todo Projeto Político Pedagógico precisa partir
da escola, do seu meio ambiente, dos alunos e suas famílias, estando aberto à
reflexão coletiva que favoreça o diálogo, comunicação entre os diferentes
segmentos envolvidos com o projeto educativo.
Deverá ter como pressupostos a autonomia e a participação de todos os
órgãos ligados à escola, tais como Conselho Escolar, APMF, Grêmio Estudantil e
parcerias da comunidade.
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2. IDENTIFICAÇÃO
2.1. IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA: COLÉGIO ESTADUAL ALCIDES MUNHOZ -
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Código do Estabelecimento: 00021
Endereço: RUA MARECHAL FLORIANO PEIXOTO, N.º 61. CEP-84.430-000.
Município: IMBITUVA, Cód. 1020
Fone-Fax: (42) 3436-1327.
Núcleo Regional de Educação: PONTA GROSSA, Cód. 25
Dependência Administrativa: SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
Entidade Mantenedora: GOVERNO ESTADUAL.
Ato de Autorização de Funcionamento: Dec.2820/80 D.O.E 27/08/80
Ato de Reconhecimento/Renovação: Res. Nº 4036/07 D.O.E. 13/11/2007
Parecer de Aprovação do Regimento Escolar pelo NRE: 136/2001
Distância do Estabelecimento ao NRE: Aprox. 60 km
2.2. ASPECTOS HISTÓRICOS IMPORTANTES
Alcides Munhoz nasceu em Curitiba em 02 de agosto de 1873 e faleceu em
sua cidade natal a 13 de junho de 1930.
Seguiu uma carreira burocrática das mais brilhantes, atingindo por seus
próprios méritos, importantes cargos da administração pública estadual. Foi um dos
fundadores da Academia de Letras do Paraná, da qual foi Presidente e um dos seus
maiores incentivadores.
A vida de Alcides Munhoz é para todos, um exemplo de dedicação e
versatilidade.
É este ilustre paranaense que empresta o seu nome à nossa Escola.
O Colégio Estadual Alcides Munhoz – Ensino Fundamental e Médio foi criada
pelo Governo Municipal de Imbituva com o nome de Ginásio Municipal de Imbituva. -
Foi instalado e inaugurado oficialmente a 06/03/50, às 13 horas numa das salas do
Instituto Santa Terezinha, para atender à demanda de alunos para as quatro séries
que compunham o antigo curso ginasial.
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Os primeiros diretores do Ginásio Municipal de Imbituva foram: Dr.Cláudio
Roberto de Barros, assistido por Dr. Jacob Brenner de Barros.
Os ilustres vultos que lutaram para a criação do Ginásio Municipal,
continuaram a luta pela estadualização do mesmo. Outras pessoas aderiram a essa
luta e a Escola passou à responsabilidade e acervo do Estado, conforme Decreto nº
12.658 de 13/11/50, quando exercia a gestão de Governo do Estado do Paraná o Sr.
Moysés Lupion, com a denominação de GINÁSIO ESTADUAL DE IMBITUVA.
O Decreto nº 29.451 de 03/05/60 sancionado pelo Governador Moisés Lupion
denomina-o GINÁSIO ESTADUAL DR. ALCIDES MUNHOZ, conforme foi publicado
no Diário Oficial nº 51 de 04/05/60. Tal alteração foi aprovada pelo Inspetor
Seccional de Curitiba, Sr. Hélio Amaral Camargo, conforme o Ato nº 19 de 21/11/60,
por ele assinado.
Em 1.981 a Escola passou a ser dirigida pela professora Edna Menon,
quando então foi criada a bandeira da Escola, bem como os Jogos Internos da
Escola Alcides Munhoz - JIDEAM. Nesta gestão a Escola passou a chamar-se
ESCOLA ESTADUAL ALCIDES MUNHOZ - ENSINO DE 1º GRAU, continuando a
ofertar somente as séries terminais do 1º grau (5ª a 8ª séries).
De 1.991 até abril de 1.995, a Escola foi dirigida pela professora Dolores
Tessari, quando é então foi implantado o Curso Noturno de 5ª a 8ª séries.
Em 1997 pela resolução nº 2.942/97, foi autorizado o funcionamento do Curso
de 1º Grau Supletivo – Função Suplência de Educação Geral – Fase II – Estruturado
em Blocos de Disciplinas. Sendo assim, neste mesmo ano, a Escola passa a
denominar-se Escola Estadual Alcides Munhoz – Ensino de 1º Grau Regular e
Supletivo. A partir de 11 de setembro de 1998, a Escola passa a denominar-se
Escola Estadual Alcides Munhoz – Ensino Fundamental.
Em 1999 – implantou-se a EJA, Educação de Jovens e Adultos – Ensino
Fundamental (Supletivo por Períodos).
Em 2007 pela resolução nº 2423/07 – DOE de 04/07/2007, foi autorizado o
funcionamento, além do reconhecimento do Ensino Médio na modalidade da EJA –
Educação de Jovens e Adultos, em que a Escola passou a denominar-se Colégio
Estadual Alcides Munhoz – Ensino Fundamental e Médio.
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Nosso Estabelecimento conta em 2010, com 1368 alunos matriculados, sendo
1052 de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental, 277 do Ensino Fundamental e Médio
da EJA e 39 das APED'S, extensões da EJA, que funcionam em outras escolas.
O corpo docente é formado por 26 professores efetivos, uma Direção, uma
Direção Auxiliar, três Professoras Pedagogas efetivas, um Secretário, 9 Agentes
Educacionais II e 12 Agentes Educacionais I.
2.3 ORGANIZAÇÃO DE ESPAÇOS DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO
O colégio tem adaptado seus espaços de acordo com as circunstâncias que
fazem parte do cotidiano escolar.
Contamos com seis blocos distintos, o que nos traz grandes problemas
quanto à área coberta, demasiadamente restrita para o grande número de alunos,
principalmente em dias chuvosos, o que é muito frequente em nossa região.
No bloco 1 localizam-se 6 salas de aula, são as mais antigas. Neste mesmo
bloco localizam-se os banheiros masculinos e femininos, destinados aos alunos e
um banheiro de professores e funcionários; uma sala que outrora fora utilizada como
cantina comercial, no momento serve como espaço de preparo de lanches para
professores e funcionários, e uma pequena sala destinada ao arquivamento de
materiais didáticos de uso exclusivo da EJA – Educação de Jovens e Adultos.
No bloco 2 localizam-se 3 salas de aula e banheiros destinados às
professoras e funcionárias do estabelecimento e banheiro feminino destinado às
discentes.
No bloco 3 localizam-se 2 salas de aula, cuja construção foi iniciativa da APM
e participação exclusiva da comunidade.
No bloco 4 funciona a secretaria da escola, sala de Direção, o laboratório de
informática do Paraná Digital, compartilhada também como Sala de Professores,
para uso de hora atividade e nos intervalos de recreio. Neste mesmo bloco temos o
almoxarifado, destinado a arquivo de documentação antiga e materiais de uso
docente e administrativo. No porão deste mesmo bloco com 1,75 m de altura,
funciona a sala da Equipe Técnica Pedagógica do Colégio, composta de duas
pedagogas em cada turno com vínculo efetivo (QPM) e uma professora readaptada.
No bloco 5, funcionam três salas de aula, construídas no ano de 2003,
através do convênio entre a APM e a Fundepar.
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Funciona no espaço destinado a moradia do caseiro, o Laboratório de
Ciências, Química, Física e Biologia, tendo sido adaptado para cumprir exigência
legal de funcionamento da escola. Destaca-se que neste espaço funciona também
as salas de apoio a aprendizagem de Língua Portuguesa e Matemática nos turnos
manhã e tarde.
No bloco 6 localizam-se a cozinha, o refeitório, a biblioteca, uma pequena
sala de recursos para a Educação Física e um banheiro.
Constitui também o espaço físico, um pequeno bosque, possui uma piscina
semiolímpica, sem condições de uso, estando com seu equipamento todo
deteriorado.
2.4 OFERTA DE CURSOS E MODALIDADES
- Este Colégio oferta:
I – o Ensino Fundamental, de 5ª a 8ª séries;
II – a Educação de Jovens e Adultos – Ensino Fundamental Fase II e Médio
Presencial a partir de 2006
2.5 REGIME ESCOLAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS:
O aproveitamento de estudos para alunos oriundos da organização de ensino
por série/período/etapas/semestre, procede-se da seguinte forma:
- O aluno requer na matrícula inicial da disciplina aproveitamento de estudos
mediante a apresentação do comprovante de conclusão da
série/período/etapa/semestre a ser aproveitado.
- Para o Ensino Fundamental Fase II e Ensino Médio ou uma
série/período/etapa/semestre, concluídas com êxito, o aproveitamento será de
25% da carga horária total de cada disciplina da EJA.
- A última série/período/etapa/semestre, de cada nível de ensino, não será
aproveitado.
- Considerando o aproveitamento de estudos, o aluno deverá cursar a carga
horária restante de todas as disciplinas constantes na matriz curricular e obter as
seguintes quantidades de registro de notas, conforme tabela abaixo:
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I - ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II
Disciplinas/CargaHorária Total
% de aproveitamento de cada série(s) / período(s) / etapa(s) / semestre(s),Carga Horária a ser cumprida, Nº de Registros de notas
1 série oucorrespondente =
25%
2 séries oucorrespondentes = 50%
3 séries oucorrespondentes = 75%
Língua Portuguesa(272h/a)
204h/a, 4 registros denotas
136h/a, 3 registros denotas
68h/a, 2 registros de notas
Matemática (272h/a) 204h/a, 4 registros denotas
136h/a, 3 registros denotas
68h/a, 2 registros de notas
Ciências Naturais(192h/a)
144h/a, 3 registros denotas
96h/a, 2 registros de notas 48h/a, 1 registro de nota
História (192h/a) 144h/a, 3 registros denotas
96h/a, 2 registros de notas 48h/a, 1 registro de nota
Geografia (192h/a) 144h/a, 3 registros denotas
96h/a, 2 registros de notas 48h/a, 1 registro de nota
EM - Inglês(192h/a) 144h/a, 3 registros denotas
96h/a, 2 registros de notas 48h/a, 1 registro de nota
Artes(64h/a)
48h/a, 2 registros denotas
32h/a, 1 registro de nota 16h/a, 1 registro de nota
Educação Física(64h/a)
48h/a, 2 registros denotas
32h/a, 1 registro de nota 16h/a, 1 registro de nota
Ensino Religioso (*) Disciplina de oferta obrigatória pelo Estabelecimento de Ensino e de matrículafacultativo pelo educando.
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II – ENSINO MÉDIO
Disciplinas/Carga Horária Total
% de aproveitamento de cada série(s)/período(s) / etapa(s) /semestre(s),Carga Horária a ser cumprida, Nº de Registros de notas
1 série ou correspondentes = 25% 2 séries ou correspondentes = 50%
Língua Port. e Literatura(208h/a)
156h/a, 4 registros de notas 104h/a, 3 registros de notas
Matemática (208h/a) 156h/a, 4 registros de notas 104h/a, 3 registros de notas
Biologia (128h/a) 96h/a, 3 registros de notas 64h/a, 2 registros de notas
Física (128h/a) 96h/a, 3 registros de notas 64h/a, 2 registros de notas
Química (128h/a) 96h/a, 3 registros de notas 64h/a, 2 registros de notas
História (128h/a) 96h/a, 3 registros de notas 64h/a, 2 registros de notas
Geografia (128h/a) 96h/a, 3 registros de notas 64h/a, 2 registros de notas
LEM - Inglês(128h/a)
96h/a, 3 registros de notas 64h/a, 2 registros de notas
Arte(64h/a)
48h/a, 2 registros de notas 32h/a, 1 registro de nota
Filosofia(64h/a)
48h/a, 2 registros de notas 32h/a, 1 registro de nota
Sociologia(64h/a)
48h/a, 2 registros de notas 32h/a, 1 registro de nota
Educação Física(64h/a)
48h/a, 2 registros de notas 32h/a, 1 registro de nota
- O aluno com disciplina(s) em curso, que no ano de 2009, apresentarem
comprovante de conclusão de série/período/etapa/semestre, só poderão ser
beneficiados com aproveitamento, no ato da matrícula, para cursar a(s) próxima(s) e
disciplina(s).
- Poderá ser requerido o aproveitamento integral de estudos de disciplina concluída
com êxito por meio de cursos organizados por disciplina ou de exames supletivos,
mediante comprovação de conclusão da mesma.
2.6 QUANTO A PROGRESSÃO PARCIAL:
O Estabelecimento de Ensino não oferta aos seus alunos matrícula com
progressão parcial. As transferências recebidas de alunos com dependência em até
três disciplinas serão aceitas e deverão ser cumpridas mediante plano especial de
estudos.
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2.7 CARACTERÍSTICAS DA COMUNIDADE ESCOLAR
Realizada uma análise geográfica, podemos perceber que uma porcentagem
considerável de alunos do Ensino Fundamental diurno residem na zona urbana, que
estão distribuídos principalmente em vilas localizadas na periferia da cidade e,
também no entorno desta. Assim sendo, o restante 20% perfazem a nossa clientela
oriunda da zona rural. Quanto a EJA (Educação de Jovens e Adultos) ofertada no
noturno, perfaz um total de 90% de sua clientela da zona urbana e 10% da rural.
3 – DIAGNÓSTICO DO ESTABELECIMENTO - MARCO SITUACIONAL
O Colégio Estadual Alcides Munhoz – Ensino Fundamental e Médio, está
situada na área central na cidade de Imbituva – PR, atendendo aos alunos dessa
área, dos bairros existentes e das comunidades do interior do município servidas
pelas linhas de ônibus, que fazem o transporte escolar sob a responsabilidade da
Prefeitura Municipal. Atende alunos de 5as a 8as Séries do Ensino Fundamental, e no
período noturno a Educação de Jovens e Adultos ( 5as a 8as Série) e desde 2006
atende também na EJA o Ensino Médio.
Neste ano de 2010 nosso Colégio conta com um total de 1049 alunos do
diurno, distribuídos em 28 turmas, sendo 14 no turno matutino e 14 no turno
vespertino. Na EJA atualmente contamos com 185 alunos frequentando o Ensino
Fundamental e 92 frequentando o Ensino Médio. Nas APED'S no Ensino
Fundamental 24 alunos e no Ensino Médio 15 alunos. O total de alunos do Colégio
atualmente é de 1365 alunos. Os alunos são provenientes da cidade e de mais ou
menos 10 comunidades do interior.
A sede da cidade de Imbituva conta com aproximadamente 16.731
habitantes, e o município com 27.052 habitantes, de acordo com o último censo
realizado.
O desenvolvimento industrial em nossa cidade nos últimos anos alterou o
modo de vida da mesma, trazendo a população da zona rural para a zona urbana,
bem como famílias de municípios vizinhos. Essa população migrante vem com a
expectativa de um bom emprego, de boas oportunidades sociais, de Escolas para os
filhos e um futuro mais digno, tudo o que julgavam não possuir em seus locais de
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origem. Com a chegada de muitas famílias, praticamente 5 novos bairros se
formaram com os problemas que decorrem do crescimento desordenado das
cidades, que em nada diferem dos problemas enfrentados pelas cidades ao receber
um acentuado número de pessoas. Principalmente nos últimos 10 anos percebemos
uma procura intensa de matrícula em nossa Escola o que levou à abertura de novas
turmas com a ampliação de 5 novas salas de aula.
O nível sócio econômico de nossa clientela, na sua maioria é de classe média
e baixa de alunos que possuem um bom nível de vida, e daqueles que vivem na
periferia da cidade e interior do município em condições bastante precárias. Tal
situação coloca a Escola numa dificuldade grande no que se refere à elaboração de
uma Proposta Pedagógica que atenda a esse leque de situações socioeconômicas,
uma vez que elas interferem no processo de ensino-aprendizagem. Aluno que
possuiu recursos tecnológicos em suas mãos, bem tratado, com saúde, certamente
terá condições de um melhor aproveitamento dos conteúdos ministrados. Já o aluno
proveniente da periferia, que não possui nenhum recurso tecnológico, nem base
familiar sólida, não possui estímulos, nem interesse em adquirir conhecimentos.
Nessa situação, professores precisam planejar e executar aquilo que possa
ser trabalhado por aqueles que têm acesso à Internet e aqueles que não possuem
nem um aparelho eletrônico em sua casa e até mesmo energia elétrica.
Nesse contexto social e econômico entra a difícil tarefa da escola pública que
não mede esforços para manter seus alunos e ao mesmo tempo dar um ensino de
qualidade, uma vez que uma das maneiras de conseguir uma melhoria na sua
qualidade de vida seria através da educação.
3.1 CONSULTA À COMUNIDADE ESCOLAR
Sobre a participação dos pais na vida escolar de seus filhos, coletada em
questionários enviados as famílias no decorrer do ano letivo de 2010, a grande
maioria dos entrevistados disse que acompanha o desempenho escolar dos filhos,
mas comparece a escola somente na ocasião da entrega dos boletins.
Em entrevista feita junto aos alunos sobre as expectativas dos mesmos ao
frequentar uma Escola, notamos que a grande maioria procura nessa Instituição um
caminho para um futuro melhor. Uma minoria diz que vem a escola somente para
receber benefícios dos programas sociais.
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Sobre o trabalho que a escola desenvolve a maioria disse que é de ótimo a
bom. Grande parte dos pais disse que os filhos comentam o trabalho desenvolvido
no dia a dia da escola.
Perguntados sobre o que poderia melhorar na escola tivemos por ordem os
seguintes pedidos:
1. Melhorar a segurança para evitar as brigas que ocorrem dentro da
escola;
2. Aumentar o número de salas de aula;
3. Implantar o Ensino Médio no diurno;
4. Proporcionar aulas de informática;
5. Diminuir o número de alunos no interior dos veículos que realizam o
transporte escolar.
3.2 SOBRE O RENDIMENTO ESCOLAR
Conforme análise das estatísticas referentes aos anos de 2006 a 2009,
verificamos que houve uma melhora acentuada nas aprovações de alunos e uma
redução no número de alunos desistentes, conforme tabelas abaixo:
2006
Aprovados 659 70,20%
Reprovados 168 17,90%
Transferidos 60 6,40%
Desistentes 52 5,50%
TOTAL 939 100,00%
2007
Aprovados 763 79,70%
Reprovados 114 11,90%
Transferidos 55 5,70%
Desistentes 26 2,70%
TOTAL 958 100,00%
2008
Aprovados 820 80,40%
Reprovados 104 10,20%
Transferidos 69 2,60%
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Desistentes 27 6,80%
TOTAL 1020 100,00%
2009
Aprovados 908 89,00%
Reprovados 93 7,00%
Transferidos 46 3,00%
Desistentes 11 1,00%
TOTAL 1058 100,00%
3.3 FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS
Desde 2003 já se procura capacitar professores através de grupos de estudos
que se reúnem periodicamente para discutir sua prática pedagógica, tomar
conhecimento de novos estudos em suas disciplinas específicas e verificar o que é
possível aplicar em sua sala de aula.
Espaços para reflexão da prática escolar diária, troca de experiências
efetuadas, leitura de material que chega à Escola ligado à prática escolar, repasse
de cursos frequentados pelos professores e funcionários são temas constantes da
formação pedagógica prevista pela Escola.
Ainda que no âmbito acadêmico muitas pesquisas sejam desenvolvidas no
sentido de fazer a análise da abordagem das políticas públicas, a formação dos
professores, tanto inicial quanto continuada, não prescinde dessa relação, a qual vai
para além das políticas públicas e se coloca na necessidade de somar esforços
entre Estado, Instituições de Ensino Superior, Movimentos Sociais e comunidade em
geral.
Os funcionários a partir de 2004 também passam por capacitações, o que dá
aos mesmos a visão de escola como compromisso de todos os que fazem parte da
tarefa educativa, sendo reconhecidos a partir de 2009 como Agentes Educacionais.
Ao se falar em formação continuada de professores e funcionários não
podemos esquecer que a mesma depende também de recursos financeiros e de
espaços dentro dos dias letivos para o aprofundamento de assuntos a serem
estudados.
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Aprender e continuar aprendendo durante toda a vida profissional é uma
competência exigida não só para os alunos, mas para todos os que integram o
processo educacional.
3.4 A ORGANIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE TURMAS
É feita pela equipe pedagógica, ouvida a opinião dos professores que estão
envolvidos com a realidade das turmas. São distribuídas em 2 turnos de acordo com
o transporte escolar que atende as diversas localidades e bairros que usam o
transporte para vir à escola e a modalidade de ensino ofertada.
A formação de turmas na EJA acontece por meio da organização individual ou
coletiva, sendo a matrícula por disciplinas tanto no Ensino Fundamental, como no
Ensino Médio.
3.5 ORGANIZAÇÃO DA HORA ATIVIDADE
A organização da hora atividade procura atender às orientações do NRE,
dando oportunidades aos professores das diversas disciplinas de se reunirem no
mesmo horário para troca de experiências e realização de planejamentos.
Ressaltando que, nem sempre é possível seguirmos estas orientações devido o
remanejamento contínuo de professores no decorrer do ano letivo, e não possuir um
quadro completo de efetivos sendo uma grande parte contratados e portanto com
aulas em várias escolas.
3.6 CONSELHO DE CLASSE
A partir de 2007 os Conselhos de Classe passaram a ser constituídos por três
fases:
Pré-Conselho
Dos alunos: espaço aberto para os alunos debaterem questões, dar sugestões,
fazer reivindicações, analisar seu desempenho, sugerir ideias que possam contribuir
com o trabalho dos professores.
Dos professores: análise do planejamento do bimestre( planejado e executado),
avaliações realizadas e os problemas encontrados nas turmas.
Conselho de Classe: discussão das mudanças possíveis em planejamento e
condução do trabalho em sala de aula, após a análise dos pré-conselhos.
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Pós-Conselho:
Com os alunos: discussão das decisões tomadas depois do Pré-conselho e do
Conselho de Classe, para que as medidas previstas sejam postas em ação e
também são comentadas os avanços do rendimento escolar das turmas.
Com os professores: durante as horas atividades, comentários com os professores
sobre o andamento das ações propostas no Conselho de Classe.
4 – PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS - MARCO CONCEITUAL
A Filosofia Dialética, seguindo tendências Progressistas, os estudos de
Paulo Freire e Dermeval Saviani nos mostram linhas de ação para o trabalho
pedagógico levem nossos alunos a adquirir um conhecimento elaborado, crítico e
possam intervir na sociedade de maneira transformadora.
Na prática educativa desenvolvida por nossa escola, buscamos estabelecer a
interação entre alunos, professores, funcionários em geral e comunidade, com o
sentido de ampliar a capacidade de entendimento global da realidade em que nos
encontramos inseridos.
A partir do momento em que decidirmos que a luta é o caminho, que as
mudanças só ocorrem se não desistirmos e repensarmos sempre nossa prática
pedagógica baseados nos princípios dialéticos: Ação – Reflexão – Ação,
poderemos transformar a realidade escolar.
A escola e a educação deve ser o ponto de partida para discussões de
interesses da comunidade. Uma escola pública, gratuita e de qualidade como direito
fundamental do cidadão. Se a função social da escola é a de promover o acesso aos
conhecimentos socialmente produzidos pela humanidade, a fim de possibilitar ao
educando condições de emancipação humana, a mesma deve ter um caráter
político, centrada numa educação crítica, que tenha consciência da realidade para
garantir as transformações sociais. Que o relacionamento professor e aluno
aconteça através do dialogo, enfatizando a necessidade da participação da família e
da sociedade, onde o assistencialismo, embora necessário, não prevaleça. Portanto
a escola está para transformar as relações sociais e não para reproduzir a
sociedade tal qual está organizada.
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Com relação à sociedade que queremos justa, democrática e igualitária,
precisamos dar ao aluno as ferramentas necessárias para ocupar o seu lugar nessa
sociedade. Apontaremos também o direito de expor pensamentos diferentes,
opiniões próprias de cada um, concedendo o direito à forma livre de expressar ideias
e criatividade, mostrando na prática o conceito de democracia e como essa
sociedade vai atuar nos aspectos sociais, culturais, humanísticos, tecnológicos,
políticos e ambientais.
Para que possamos chegar a isso é necessária a proximidade significativa dos pais,
poder público, profissionais e comunidade na organização e desenvolvimento das
atividades na escola.
Vivendo num mundo cada vez mais globalizado, explorado pela mídia,
trazendo ao conhecimento fatos que acontecem no tempo real, com transformações
acontecendo em vários aspectos (econômico, cultural, social, humanístico,
tecnológico, político, ambiental, etc.), exige da educação um compromisso ainda
maior com a formação de pessoas capazes, competentes, que acompanhem e
satisfaçam estes processos, sem deixar de lado a visão do educando como ser
humano com seus limites, sonhos, entre outros fatores.
Quando refletimos sobre conhecimento, ensino e aprendizagem
lembramos que o conhecimento que o aluno possui deve ser sempre o ponto de
partida para a prática pedagógica.
Segundo Moretto (2004, p. 45) o conhecimento do contexto social dos alunos
é de fundamental importância para o processo de ensino. Não é preciso que o
professor conheça um por um os alunos, mas que saiba as características do grupo
como um todo. A partir delas, o professor trabalhará valores, conceitos, linguagens e
atitudes.
Podemos dizer o mesmo do conhecimento psicológico e cognitivo dos alunos,
pois é a partir dessas transformações que o professor poderá adequar seu
planejamento e suas estratégias de ensino.
De acordo com Paulo Freire (1982), só o homem com consciência crítica
poderá ser capaz de entender o mundo que o rodeia e atuar sobre ele para
transformá-lo. Para despertar a consciência crítica, a educação não pode basear-se
nos meios e métodos tradicionais. Por isso Freire questiona profundamente a
relação educador – aluno. Segundo ele os dois aparecem como sujeitos do
17
conhecimento. A realidade é desvendada por ambos, de tal maneira que o diálogo
entre eles e seu diálogo comum com a sociedade são as constantes que o
conduzem o homem ao descobrimento de seu contexto social, político e econômico
que deve ser a meta da educação conscientizadora.
É um movimento que deve partir do individual para o coletivo, pois pressupõe
encontros: de pessoas, ideias, conhecimentos, presenças e possibilidades.
Também constitui desafio para o educador a escola inclusiva, que deverá
reestruturar e adequar seu planejamento e a prática dos conteúdos buscando
estratégias para melhor atender os alunos portadores de necessidades especiais.
O currículo deve ser baseado nas dimensões científicas, artística e filosófica
do conhecimento, apontando na direção da totalidade do conhecimento e sua
relação com o cotidiano, deve ser coerente com a concepção de escola e sociedade,
buscando a construção coletiva do conhecimento escolar e visando a redução do
isolamento e da fragmentação entre as diferentes disciplinas curriculares,
oferecendo ao estudante a formação necessária para o enfrentamento com vistas à
transformação da realidade social, econômica e política de seu tempo.
Entre o currículo formal explícito e traduzido em conteúdos, metodologias e
recursos do conhecimento escolar e o currículo oculto que com este convive,
procuramos uma nova forma de organização curricular, que dinamize os conteúdos
curriculares de maneira a provocar a participação do aluno. É um movimento que
deve partir do individual para o coletivo, pois pressupõe encontros: de pessoas,
ideias, conhecimentos, presenças e possibilidades.
Pensando em tecnologia, verificamos que o homem através dos tempos,
desenvolveu instrumentos e formas de trabalhar e produzir as condições para
sobreviver e viver melhor, de tal maneira que mudou as próprias condições de
trabalho, como a técnica e a tecnologia.
O acesso ás tecnologias de informação e comunicação amplia as
transformações sociais e desencadeia mudanças que levam ao conhecimento de
forma mais rápida, o que muito tem contribuído com o trabalho dos professores. A
utilização da TV Pendrive, computadores como recursos para o preparo de aulas,
trouxeram possibilidade de novas metodologias, enriquecendo as informações e o
conhecimento transmitido.
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5 - AVALIAÇÃO
A avaliação é uma prática pedagógica intrínseca ao processo ensino e
aprendizagem, com a função de diagnosticar o nível de apropriação do
conhecimento pelo aluno. (Art. 109º do Regimento Escolar).
Na promoção ou certificação de conclusão, para os anos finais do Ensino
Fundamental, a média final mínima exigida é de 6,0( seis vírgula zero), observando
a frequência mínima exigida por lei. ( Art. 122º do Regimento Escolar)
A fórmula do sistema de Avaliação está regimentada no Art. 125º do
Regimento Escolar.
Citadas algumas referências regimentadas sobre a avaliação, fazemos as
considerações a seguir:
“A avaliação deve ser colocada a serviço da aprendizagem, no seu interior,
constituindo-a e não como seu elemento externo” (LUCKESI, 2002), dessa forma
vemos a avaliação como uma integrante do trabalho diário do professor, e não um
momento privilegiado de estudo.
“Identificar não só o que o aluno não sabe, mas, principalmente o porquê de
ele não saber quais são suas dificuldades” (MELCHIOR, 1999). Sendo assim o erro
deve ser o objeto do trabalho, um instrumento de melhoria e crescimento
redirecionando a pratica pedagógica realizada e assim promovendo a melhoria do
processo ensino-aprendizagem.
Neste aspecto a avaliação formativa é a que melhor expressa esta
concepção, por buscar caminhos para uma efetiva aprendizagem, pois é interna ao
processo ensino-aprendizagem, interessa-se mais pelos processos do que pelos
resultados, torna o aluno protagonista de sua aprendizagem, permite diferenciar o
ensino, serve ao professor para, através das informações colhidas, reorientar sua
prática, serve ao aluno para autorregular sua aprendizagens, conscientizando-o de
que a aprendizagem não é o produto de consumo, mas um produto a construir, e de
ele próprio tem um papel fundamental nessa construção.
Como um modelo regulador, indica o objetivo a se chegar e não o caminho,
sendo que este pode ser alterado com cada situação utilizando-se de diferentes
instrumentos avaliadores, englobando a diversidade da sala de aula, buscando a
emancipação dos alunos, para que estes possam com as informações que tem
acesso refletir e construir seu conhecimento, pois “a informação ou conjunto de
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informações são apropriadas pelo sujeito que dá sentido a elas e assim se tornam
conhecimento. Se não apropriadas são somente acúmulos de informações”
(MORETTO, 2003). Então nas avaliações não se deve cobrar as informações, mas
assim os conhecimentos que elas geram.
Na avaliação da aprendizagem, no que diz respeito à EJA, é fundamental a
análise da capacidade de reflexão dos educandos frente às suas próprias
experiências. E, portanto, deve ser entendida como processo contínuo, descritivo,
compreensivo que oportuniza uma atitude crítico-reflexiva frente à realidade
concreta. Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser
respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação
contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações
que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação
formal, como durante o atual processo de escolarização.
A avaliação deve ser processual e não pontual. Não deve ser feita só a
valoração da nota e sim o que ela realmente significa; o que se ensinou e o que se
aprendeu. Dessa forma educa e educa-se, avalia e avalia-se também e assim
transforma e se transforma, faz-se humano.
Na modalidade Eja, para fins de promoção, serão registradas de 02(duas) a
06(seis) notas por disciplina, que corresponderão a provas individuais escritas e a
outros instrumentos avaliativos adotados, a que, obrigatoriamente o se submeterá
na presença do professor(Art. 129 do Regimento Escolar)
O registro de notas , a promoção ou certificação e a fórmula adotada para a
promoção do aluno, consta nos Artigos 130º, 131º e 132º do Regimento Escolar.
Na modalidade EJA, o aluno receberá certificação de conclusão de curso ao
concluir todas as disciplinas constantes na matriz curricular( Art. 133º do Regimento
Escolar).
A idade mínima para obtenção do certificado de conclusão do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio na EJA é a estabelecida na legislação vigente(Art.
134º do Regimento Escolar).
5.1 Instrumentos
20
Para se chegar ao desenvolvimento desta concepção é necessária a análise
dos instrumentos de avaliação, bem como de que forma estes podem ser utilizados
para auxiliar o professor na orientação e organização de sua prática docente.
Neste contexto, reflete-se que “o que se precisa questionar é que práticas
avaliativas cada vez mais estreitas e padronizadas, impedem ver e sentir
cada sujeito da educação em seu desenvolvimento integral e singular,
negando heterogeneidade que os torna humanos e limitando o acesso à
escola apenas aos que se aproximam ou se submetem a expectativas
rigidamente determinadas por elas” (HOFFMANN, 2003).
Os instrumentos avaliativos como provas orais escritas, testes, trabalhos em
grupo, atividades individuais, apresentações, seminários, entre outros devem estar
ligados à concepção de avaliação que se tem e também aos objetivos propostos
desde o planejamento da disciplina. E estes inúmeros instrumentos de avaliação são
necessários, pois se precisa das várias chances e formas de desempenho para que
o aluno seja realmente avaliado, esta avaliação servindo como informação e
orientação para a melhoria da aprendizagem. Somente assim engloba-se a
diversidade da sala de aula e também se evita a evasão escolar.
Pois, “tão importante quanto estabelecer os objetivos para o ensino e para a
avaliação da aprendizagem é escolher estratégias adequadas para a intervenção
pedagógica. Dessa escolha dependerá, muito provavelmente, o sucesso da
aprendizagem”. (MORETTO,2004 )
Nesta visão analisa-se as finalidades do ensino que se deseja, pois “não é
acabando com as provas que melhoraremos o processo de avaliação, mas
ressignificando o instrumento e elaborando-o dentro de uma nova perspectiva”.
(MORETTO, 2004)
Até mesmo porque a prova é uma técnica avaliativa e, como tal, não pode ser
identificada com todo o processo de avaliação.
Os instrumentos avaliativos que podem ser utilizados, elevando-se sempre
em consideração o objetivo ao qual está ligado são:
prova discursiva ou dissertativa
prova objetiva
entrevista (“chamada oral”)
prova com questões de lacunas
exercícios com questões “verdadeiras” ou “falsas”
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prova com consulta
trabalhos e pesquisas
solução de casos
observação com registros
relatórios
dissertação
questionários
debates
observação por escrito
seminários
Lembrando que, nenhum método de avaliação é melhor que outro, o
importante é mesclá-los, adaptando-os às necessidades de cada turma e aos
objetivos a serem analisados.
A partir dessas proposições entende-se que “a aprendizagem possa por
coisas como pesquisas, elaboras, argumentar, fundamentar, participar diretamente
da engrenagem do conhecimento”. É isso que deve ser avaliado... Isso não vem
somente com prova, mas com um processo contínuo de acompanhamento do aluno,
fazendo escrever, elaborar, argumentar, fundamentar e pesquisar todos os dias.
(DEMO, 2003)
Colocando a avaliação realmente dentro do processo de ensino –
aprendizagem conduzida como mais um momento em que o aluno aprende, e não
como um processo de verificação da expectativa do professor ao final de um
conteúdo.
5.2 Registro
O registro de notas é uma necessidade para se informar as outras pessoas o
desempenho do aluno, e não um objetivo da avaliação. O que ocorre é que se
utilizam instrumentos, verifica-se a aprendizagem, se fazem provas, somam-se
notas e nada se faz com os resultados. Nesse sentido, no Livro de Registro de
Classe deverão ser contempladas e registradas todas as atividades avaliativas e de
recuperação de estudos asseguradas ao aluno pela legislação, em acordo com os
documentos produzidos coletivamente pela escola.
22
Sendo assim a recuperação e a análise dos erros deve ser algo presente a
todo o instante no processo de aprendizagem e construção do conhecimento. O
controle que se deve ter dos resultados dos alunos para se passar ao exterior da
relação pedagógica muitas vezes empobrece o ato avaliador, resumindo todo um
processo de construção do conhecimento a uma letra ou número, mas é algo
necessário, por isso seu registro deve ser realizado com cautela.
Qualquer formato para comunicar os resultados do aluno/a deve-se
submeter a uma série de princípios gerais de caráter formal e de uso:
Deve mostrar uma unidade coerente, de informação, e não ser uma mistura
de informações sobre o aluno/a escolhidas ao acaso.
Deve ser fácil de compreender, incluindo os procedimentos para seu uso.
Deve ser fácil de preencher e manter em dia.
Esforçar-se em ser correto e coletar informação útil, evitando divagar com
argumentos pessoais, embora saibamos que não inevitáveis os aspectos
subjetivos de qualquer apreciação.
Deve ser acessível a algum tipo de controle, ao mesmo tempo que mantém
a privacidade dos dados .
Deve contar com a formação adequada dos que o preencham, para que as
categorias, postas nele sejam significativas e cheias de conteúdo,
(GOACHER, 1990 In SACRISTÁN, 2003).
Esses parâmetros facilitam a tarefa de transformar todos os momentos de
aprendizagem da sala de aula, em valores concretos que expressem o resultado da
avaliação.
A recuperação será realizada da forma paralela, ao longo do período letivo,
no decorrer do processo ensino e aprendizagem. Estudo, avaliação e reavaliação
deverão caminhar juntos. Será planejada, constituindo um conjunto integrado ao
processo de ensino e aprendizagem, além de se adequar às dificuldades dos
alunos.
A Progressão Parcial não será ofertada em nossa escola.
A avaliação, os instrumentos e o registro de notas da Educação de Jovens e
Adultos, seguirá procedimentos próprios dessa modalidade de ensino.
6 – PLANEJAMENTO DE AÇÕES DA ESCOLA - MARCO OPERACIONAL
6.1 Reorganização do trabalho escolar
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A reorganização do trabalho escolar passa por uma gestão democrática, que
compreende a tomada de decisões conjunta no planejamento, execução,
acompanhamento e avaliação das questões administrativas e pedagógicas
envolvendo a participação de toda a comunidade escolar.
Segundo Ferreira (1999:1241)
“Gestão significa tomar decisões, organizar as políticas educacionais que se
desenvolvem na escola comprometidas com a formação da cidadania[...] é
um compromisso de quem toma decisões – a gestão –, de quem tem
consciência do coletivo – democrática –, de quem tem responsabilidade de
formar seres humanos por meio da educação.”
Para bem exercermos em nossa escola a prática de uma gestão democrática
tratamos da participação crítica na construção de nossa proposta pedagógica. A
autonomia e a liberdade faz parte da própria natureza do ato pedagógico. Há
necessidade da compreensão dos problemas postos pela prática pedagógica para
que as decisões quanto a finalidade e conteúdos sejam tomadas para humanização
da formação dos sujeitos. Regras e orientações sejam criadas pelos próprios
sujeitos da ação, em conformidade com a intencionalidade definida coletivamente.
Em relação à participação da comunidade escolar, há que se buscar um
maior comprometimento de todos para com a escola, promovendo atividades para
integração entre pais/alunos/ professores/ funcionários, com o objetivo de
compreender o funcionamento da escola redimensionando o seu papel político e
pedagógico.
Uma das grandes preocupações do nosso colégio é diminuir os índices de
evasão e repetência escolar, em grande parte em decorrência de alunos que
apresentam dificuldades e/ou distúrbios de aprendizagem. Porém, não possuímos
em nosso estabelecimento de ensino a sala de recursos para o atendimento de
alunos com distúrbios de aprendizagem, o que em muito ajudaria na resolução
desses problemas.
Outra possível causa do abandono é a falta de motivação dos alunos para os
estudos. Na busca de uma solução para este problema instituiremos o Projeto
Dialogando.com o objetivo de trocar experiências, responder aos questionamentos e
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provocar uma reflexão sobre “valores” nos dias de hoje, realização de sonhos,
enfrentamento de decepções e possíveis obstáculos.
Outros motivos seriam as desigualdades sociais e econômicas que são
causas de marginalização. Procuramos proporcionar aos alunos um atendimento
igualitário de valorização do ser humano promovendo discussões que exaltam o
papel de cada um na construção de uma sociedade mais justa.
Dentro desse contexto serão realizados trabalhos com líderes de turma,
valorizando o seu importante papel em sala de aula. Além da criação de um mural
de reconhecimento para alunos que se destacarem nas diversas atividades
propostas.
Exercendo o papel de mediador do conhecimento cabe ao professor agir
como observador, encontrando nos resultados obtidos pelos alunos nas avaliações
um parâmetro para orientar o seu planejamento de trabalho, considerando sobre
tudo as diferentes manifestações do aprendizado, que deve ser coerente com a linha
pedagógica da escola.
A inclusão, é tema de debate há muito tempo em nosso colégio. Já
recebemos vários alunos com necessidades especiais, mas as barreiras
arquitetônicas constituem um obstáculo uma vez que nosso Estabelecimento de
Ensino não foi construído para atender esses alunos, isso porém não constitui
motivo para o não atendimento aos mesmos.
Temos procurado, ao receber alunos com necessidades especiais, realizando
um trabalho para auxiliar sua adaptação, de modo que possam usufruir direitos
iguais aos demais alunos.
Concordamos com a política da SEED de inclusão responsável,
principalmente quanto à necessidade de uma rede de ajuda de apoio aos
educadores, alunos e familiares.
A proposta da escola quanto as questões relacionadas à diversidade e as
relações étnico-raciais é de garantir tratamento igualitário entre todos, como meio
de efetivar uma educação que venha contribuir para a formação do cidadão, bem
como oferecer aos alunos o conhecimento da cultura afro-brasileira e africana.
É importante destacar que cada escola, desenvolvendo o seu processo,
segundo a sua realidade, articulando com todos os segmentos escolares, tem por
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finalidade avançar na compreensão do movimento histórico e social da educação,
tendo em vista a melhoria do ensino-aprendizagem.
6.2 Ações pedagógicas:
A curto prazo:
Palestras educativas pais/alunos/educadores, que contemplem os Desafios
Sociais Contemporâneos, proporcionando oportunidades de realizar um trabalho
educativo e conscientizador num exercício prático de cidadania.
Divulgação do Regimento Escolar no inicio do ano letivo.
Criar um termo de responsabilidade a ser assumido pelos pais e alunos em
reunião de APMF.
Incluir nos planejamentos dos professores, os desafios educacionais
contemporâneos inseridos aos conteúdos trabalhados em cada disciplina.
Desenvolver projetos e programas específicos no Colégio (dialogando,
higiene, sexualidade, violência, uso indevido de drogas, etc.)
A médio prazo:
Promover reuniões pedagógicas aproveitando os espaços e tempo disponível
para discutir os problemas pedagógicos buscando as possíveis soluções.
Valorização do profissional educador de nossa escola, destacando seu papel
para atingir as metas estabelecidas para a qualidade do ensino-aprendizagem.
Jogos, gincanas para integrar pais, professores, funcionários, alunos e toda a
comunidade escolar.
Cultos ecumênicos.
Oficinas variadas (boas maneiras, manicure, nutrição).
Curso de relações humanas para professores e funcionários.
A longo prazo:
Busca de parcerias para realização de melhorias na escola.
Diminuir gradativamente os índices de evasão e repetência.
Melhorar as condições dos espaços físicos do Colégio.
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Contar com um quadro maior de professores concursados permitindo uma
melhor organização da escola durante o ano letivo, principalmente no seu início.
São estas as ações propostas pelos envolvidos na elaboração do presente
Projeto Político Pedagógico com o objetivo de atender às metas do estabelecimento
de ensino.
Observação:
A organização do trabalho pedagógico com os seus vários componentes está
contemplada do Art. 9 ao Art. 51 do Regimento Escolar do Colégio Estadual Alcides
Munhoz que está disponível no site da escola.
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Referências Bibliográficas
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ARROYO, Miguel G. Ofício de Mestre: imagens e auto-imagens.Petrópolis:
DEMO, P. Avaliar para quê? Revista Pátio. Ano I, nº 01, maio 2003, pág. 5 a 7.
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FREIRE, Paulo, Educação e Mudança, 5ª Edição, Rio de Janeiro, Paz e tema,
1982.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro; Paz e Terra, 1975.
FREIRE, Paulo. Uma educação para a liberdade. Porto, Textos Marginais,
HADJI, Charles. Avaliação Demistificada trad. Patrícia C. Ramos – Porto Alegre,
Artned Editora, 2001.
HOFFMANN, Jussara Maria Leuch, Pontos e Contrapontos: do pensar ao agir
em avaliação, 7ª ed. Porto Alegre. Meditação, 2003.
LUCKESI, C. C. Avaliação da Aprendizagem escolar: estudos e posições. 14ª
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MELCHIOR, M. C. Avaliação Pedagógica: função e necessidade, 1999.
MORETTO, Vasco Pedro, Prova – um momento privilegiado de estudo não um
acerto de contas. 4ª ed. Rio de janeiro: DP e A, 2004.
SACRISTÁN, J. G. e GOMEZ, A, I, P. Compreender e transformar o ensino,
Porto Alegre: Artmed Editora, 2003.
VASCONCELLOS, C. dos S. Avaliação: Concepção dialética – Libertadora do
Processo de Avaliação Escolar. 14ª Ed. São Paulo. Libertad, 2004.
VASCONCELLOS, Celso dos S. Coordenação do trabalho pedagógico:
VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org). Projeto político pedagógico da escola:
VEIGA, Ilma Passos Alencastro & REZENDE. Lúcia Maria Gonçalves (org).
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