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SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS ESPÍRITAS COLETÂNEA DE MATERIAL DE APOIO PARA USO NA APLICAÇÃO DO CURRÍCULO NOS GRUPOS DE EXERCÍCIO MEDIÚNICO Agosto 2013 Versão 1.6 www.sbee.org.br [email protected]

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Page 1: COLET NEA DE MATERIAL DE APOIO PARA USO NA APLICAÇÃO DO CURRÍCULO NOS GRUPOS DE EXERCÍCIO MEDIÚNICO

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS ESPÍRITAS

COLETÂNEA DE MATERIAL DE APOIO PARA USO NA APLICAÇÃO DO CURRÍCULO NOS

GRUPOS DE EXERCÍCIO MEDIÚNICO

Agosto 2013 Versão 1.6

www.sbee.org.br

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O centro espírita busca revelar Deus ao ser e o ser a si mesmo.

Nosso maior inimigo é o desconhecimento de quem somos.

Espírito Leocádio José Correia

O Centro Espírita deve trabalhar para alcançar o padrão de Universidade aberta.

A Doutrina dos Espíritos ensina a pensar, não o que pensar.

Espírito Antonio Grimm

Currículo é vida; é, portanto, a totalidade das experiências do ser humano que são dirigidas, conotadas, para os fins de educação. O exercício mediúnico deve refletir no seu currículo a conduta de todos, permitindo uma

linha processual educativa com continuidade e sequência.

O futuro está aberto à todos.

Espírito Marina Fidélis

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SUMÁRIO Proposta desta coletânea .....................................................................................................5  Filosofia e objetivo do exercício mediúnico..............................................................................6  Planejamento do semestre de reuniões do GEM.......................................................................6  Fase preparatória - antecede o início do semestre ...................................................................6  Leitura básica e sugestões de releitura...................................................................................6  Livro Espiritismo e Currículo .................................................................................................6  Sugestões de leitura complementar e material de apoio ...........................................................7  Programa de atividades do Semestre.....................................................................................8  Plano de reunião semanal do GEM.........................................................................................8  Exemplo de um plano reunião: (aplicável ao Módulo 4): ...........................................................8  Avaliação ...........................................................................................................................9  Coordenando a reunião de exercício mediúnico .......................................................................9  Recursos da primeira reunião ...............................................................................................9  Técnicas de reunião.............................................................................................................9  Informativo da fase pré-curricular ....................................................................................... 12  Natureza e significado do convite para participação do GEM - Grupo de Exercício Mediúnico ........ 13  Currículo.......................................................................................................................... 13  Plano de reunião de Grupo de Estudos Espíritas - Reunião nº 1 ............................................... 14  Plano de reunião de Grupo de Estudos Espíritas - Reunião nº 2 ............................................... 17  Auto-avaliação: ................................................................................................................ 20  Fazendo a diferença - Stephen Kanitz .................................................................................. 21  Existe mesmo injustiça? - Nelson J. Wedderhoff .................................................................... 22  O que é ser espírita? - Mario Eduardo Branco........................................................................ 23  Fazer o quê? - Nelson J. Wedderhoff.................................................................................... 24  Vôo Tam 3054 – Acaso, Destino ou Livre Arbítrio? - Paulo H. Wedderhoff ................................. 25  Política e cidadania – Paulo H. Wedderhoff ............................................................................ 28  Observar e Pensar - Stephen Kanitz .................................................................................... 29  Carbono14 uma máquina de tempo ..................................................................................... 31  Darwin – A Origem das Espécies ......................................................................................... 32  Conceitos - Espiritualismo versus Espiritismo ........................................................................ 33  Reencarnação................................................................................................................... 33  Espiritualização................................................................................................................. 34  O que é o Espiritismo? – Alguns conceitos ............................................................................ 35  Doutrina dos Espíritos........................................................................................................ 36  Introdução à Filosofia ........................................................................................................ 37  O QUE É FILOSOFAR? ........................................................................................................ 37  Para que serve a filosofia?.................................................................................................. 40  CONCEITOS – O PASSE ..................................................................................................... 43  ÉTICA  é  uma  coisa  relativa?  Dinâmica ............................................................................................ 44  O Caso da Ponte ............................................................................................................... 45  Dinâmica de Grupo - O Caso da Ponte - Instruções para o Coordenador: .................................. 46  O Dilema da Vacina........................................................................................................... 48  O Dilema da Vacina (Parte 2) ............................................................................................. 49  O PODER DA EDUCAÇÃO – texto da dinâmica da vacina ............................................................... 50  VELÓRIO – Dinâmica ......................................................................................................... 51  TESTE: Você se conhece?................................................................................................... 52  Carta do Chefe Seatle........................................................................................................ 53  Evangelho no Lar .............................................................................................................. 55  FILMES............................................................................................................................ 56  Fichamento de leitura do livro “O Médium e o Exercício Mediúnico” da irmã Marina Fidélis........... 57  Allan Kardec (1804 - 1869) ................................................................................................ 60  Breve História do Espiritismo .............................................................................................. 61  Breve história da SBEE ...................................................................................................... 62  

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O Livro da Vida................................................................................................................. 63  Um pequeno serviço.......................................................................................................... 64  A Resposta da Gratidão ..................................................................................................... 65  Competência e Humildade.................................................................................................. 66  Festival do Vinho .............................................................................................................. 67  Cercas ou Pontes?............................................................................................................. 68  Duas Histórias, Dois Destinos ............................................................................................. 69  A JANELA......................................................................................................................... 70  O monge e o escorpião ...................................................................................................... 71  A traseira do cavalo e a engenharia ..................................................................................... 72  UMA PESCARIA INESQUECÍVEL........................................................................................... 73  SEM CHANCE.................................................................................................................... 75  VOCÊ É O QUE DESEJA SER ............................................................................................... 77  ECOGRAFIA DOS GEMEOS – módulo inicial ........................................................................... 78  DIÁLOGO PRÉ NASCIMENTO – Módulo 2 ou 3 ....................................................................... 79  HAGAR – RECRUTADOR DE TRIPULAÇÕES – Sintonia entre semelhantes .................................. 80  HAGAR - RESOLUÇÃO DE ANO NOVO................................................................................... 81  O ECO ............................................................................................................................. 82  SÓ NÃO ERRA QUEM NÃO FAZ – ERRO COMO ACERTO EM PROCESSO ..................................... 83  CALVIN & HOBBES – Questões da vida - materialismo ........................................................... 84  CALVIN & HOBBES – Limites do livre arbítrio ........................................................................ 85  Exercício da Amnésia: ....................................................................................................... 87  Regras para viver no planeta Terra...................................................................................... 88  MOSAICO  TERAPEUTICO  NATURAL ............................................................................................... 89  Caminhante ..................................................................................................................... 90  Prece de Francisco de Assis ................................................................................................ 91  PAI NOSSO ...................................................................................................................... 92  A ignorância também mata. Alumínio: útil e mortal............................................................ 93  Alimentação Natural .......................................................................................................... 94  A Força da Prece............................................................................................................... 95  A eficiência da 'lei seca' ..................................................................................................... 97  Sócrates o filósofo e Hípias o sofista – (Teatro) ..................................................................... 98  DIÁLOGO EM ATENAS – (Teatro)......................................................................................... 99  Preâmbulo do livro “O Que é o Espiritismo” ........................................................................ 101  Exemplo de texto do Evangelho para leitura de debate - Morte Prematura .............................. 102  SBEE - Exercício Mediúnico – Módulo 2 (2/2002) ................................................................. 104  Deus ............................................................................................................................. 104  Jesus e a Moral Cristã...................................................................................................... 109  Um Homem Chamado Jesus ............................................................................................. 111  Da Pluralidade das Existências - A Reencarnação – O Livro dos Espíritos............................... 115  Reencarnação................................................................................................................. 117  Livre-arbítrio .................................................................................................................. 119  Cultura e Mediunidade ..................................................................................................... 120  Mediunidade – SBEE – Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas – Maio/2000 ......................... 121  Trajetória de Vida ........................................................................................................... 122  Das coisas que presenciaram na terra do Eldorado - CAPÍTULO XVIII ..................................... 124  Um Novo Fim ................................................................................................................. 128  Decisão da Assembleia .................................................................................................... 129  Ética é uma coisa relativa? ............................................................................................... 129  INVENTÁRIO DA ESTRUTURA E ATIVIDADES DA SBEE – JUNHO DE 2006 - (SUMÁRIO) ........... 130  Caminhos da vida ........................................................................................................... 138  INDICE REMISSIVO DA COLETÂNEA 1.5............................................................................. 140  

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Proposta desta coletânea

A proposta deste trabalho é reunir um conjunto de documentos que possam servir de apoio para a leitura, estudo e debate nos grupos de exercício mediúnico.

O livro ESPIRITISMO E CURRÍCULO II sugere os temas a serem trabalhados nos grupos;

este trabalho sugere alguns artigos, recortes, reproduções e dinâmicas que podem facilitar a abordagem ao conhecimento que se pretende explorar.

O conteúdo deste trabalho tem caráter exemplificativo e não deve ser visto como modelo,

mas como padrão da diversidade de meios que o coordenador pode lançar mão para alcançar os objetivos do exercício mediúnico.

Os recursos aqui disponibilizados podem servir tanto aos grupos que já possuem módulos

sequenciais estruturados, como aos grupos que por razões diversas ainda não tem condições de aplicar o currículo proposto de forma sequencial.

As fontes utilizadas são várias e incluem as obras da codificação espírita; livros editados

pela SBEE; conteúdos do site www.sbee.org.br; jornal Documentos SBEE; edições da revista SER Espírita; matérias e artigos do site www.serespírita.com.br; artigos de jornais e revistas; notícias do cotidiano; artigos espíritas; dinâmicas de grupo e outras técnicas de apoio à condução das reuniões.

Cada tema sugerido pelo currículo pode ser trabalhado com profundidade variável

dependendo do módulo, prontidão ou experiência dos coordenadores e coordenandos. Para tanto o coordenador pode fazer uso de um documento base que facilite a abertura do debate e sirva de referencial para o coordenando.

Tipicamente, a reunião do grupo de exercício mediúnico consiste em um debate em torno de

uma questão onde o coordenador pede a opinião dos participantes; expressa sua opinião sobre o assunto; apresenta um material que sirva de referencia e conduz para uma conclusão antes da prece de encerramento da atividade do dia. A proposta não é convencer pessoas, mas ajudá-las a repensar o pensado, expondo ideias sem impor convicções. O convencimento ocorre de dentro para fora quando as evidências e o encadeamento lógico ajudam o coordenando a chegar à suas próprias conclusões.

Sempre que um grupo, por alguma razão, recebe novos integrantes é importante relembrar

os princípios básicos da Doutrina dos Espíritos para facilitar aos novos o entendimento e encadeamento das ideias que estão sendo trabalhadas.

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Filosofia e objetivo do exercício mediúnico

A filosofia do Grupo Exercício Mediúnico é alcançar o princípio básico da vida que é o espiritual e o planejamento das reuniões de grupos visa à aplicação do currículo dentro de uma pedagogia construtivista.

O objetivo é promover em cada pessoa o autoconhecimento e o desenvolvimento de uma consciência crítica e ativa de seu próprio processo de vida, trazendo instrumentos e instruções fundamentais ao gerenciamento mais consciente das oportunidades, desafios e contradições do cotidiano.

Planejamento do semestre de reuniões do GEM

Fase preparatória - antecede o início do semestre

Antes do início do semestre é importante organizar o conteúdo e o material de apoio para o desenvolvimento das reuniões.

Leitura básica e sugestões de releitura

A leitura mínima recomendada ao coordenador e seu grupo pode ser encontrada nas páginas 39 e 63 do Livro Espiritismo e Currículo.

Um método que o Coordenador pode utilizar no planejamento das 16 ou 18 reuniões do semestre é o de definir um tema para cada reunião e selecionar um texto ou outro recurso que represente o exemplo ou o apoio lógico do que se está debatendo ou estudando. Sugestões de releitura

Como preparação para o início de cada semestre, recomenda-se a releitura periódica de textos, mensagens e livros de apoio, que permitem a ampliação e o enriquecimento da interpretação alcançada em leituras anteriores. 1- Textos de apoio e glossário do livro “Espiritismo e Currículo - 2011” 2 - Espiritismo e Exercício Mediúnico da Irmã Marina Fidélis 3 - O Médium e o Exercício Mediúnico pelo espírito Leocádio José Correia 4 - Cadernos de Psicofonias pelo espírito Antonio Grimm 5 - Textos do jornal Documentos SBEE 6 – Editoriais, textos, entrevistas, matérias e frases da revista SER Espírita 7 - A espiritualidade ilumina a vida do homem, entre outros livros pelo espírito Leocádio J. Correia.

Livro Espiritismo e Currículo O livro que orienta a aplicação do currículo dos Grupos de Exercício Mediúnico apresenta o seguinte conteúdo:

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Sugestões para o Ciclo Básico Sugestões para o Ciclo Complementar Glossário

Textos de Apoio: Deus

Jesus e a Moral Cristã Livre Arbítrio

Mediunidade Reencarnação

Espírito Evolução

Trajetória de Vida Mediunato Espírita Homem Integral Auto atualização permanente

Avaliação no Exercício Mediúnico

Sugestões de leitura complementar e material de apoio

• Filosofia para não filósofos. Albert Jacquard • Iniciação à História da Filosofia. Danilo Marcondes • Introdução à Filosofia Espírita – Herculano Pires • Sementes da descoberta científica. W.I.B. Beveridge • Ética para meu filho. Fernando Savater • As Perguntas da Vida. Fernando Savater • Sociologia básica. Machado Neto, A.L. • Cultura - Um Conceito Antropológico. Roque Laraya • Coleção Caminhos da Ciência. Steve Parker

o Einstein e a Relatividade o Franklin e a Eletrostática o Edison e a Lâmpada Elétrica o Galileu e o Universo o Darwin e a Evolução o Newton e a Gravitação o Pasteur e os Microorganismos o Marie Curie e a Radioatividade

Material de apoio

Seleção de materiais que permitam fazer o cruzamento do cotidiano com os princípios doutrinários e que possam ajudar a enriquecer as reuniões:

• editoriais de jornais • artigos de revistas e jornais • textos de apoio do livro Espiritismo e Currículo • tirinhas de jornais e revistas • imagens e outros recursos.

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Programa de atividades do Semestre

Definição dos temas, estratégias e técnicas que poderão ser aplicadas para as reuniões do semestre.

Trata-se de um programa genérico, suscetível a mudanças no decorrer do semestre de acordo com o emergente do grupo.

Plano de reunião semanal do GEM . Abertura: . Tema: . Assunto: . Objetivo: . Conteúdo: . Técnica: . Recursos: . Encerramento:

Exemplo de um plano reunião: (aplicável ao Módulo 4): . Abertura: Prece Conversa dois a dois por cinco minutos . Tema: Autoconhecimento . Assunto: Objetivos de vida . Objetivo: Promover reflexão sobre história e trajetória de vida. . Conteúdo: . Construção do significado de história de vida;

. Entendimento do que é trajetória de vida e o impacto das escolhas;

. A importância do estabelecimento de objetivos de vida;

. Técnica: . Primeiro momento: solicitar ao grupo que elabore um cartaz através de recorte e colagem, respondendo a questão: “Quais são os meus objetivos (2 ou 3) de vida?” . Segundo momento: breves apresentações individuais.

. Terceiro momento: fechamento. . Recursos: Cartolina, cola, tesouras, revistas velhas. . Encerramento: Relaxamento rápido e prece final.

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Avaliação

A avaliação das reuniões de grupo de exercício mediúnico é processo e como tal deve ser contínua, ampla e permanente. Sua função é permitir o diagnóstico para manutenção ou correção de rota, assim como a auto-avaliação (do coordenador). No processo de avaliação cabe alguns questionamentos, entre outros: . Como coordenador(a), tenho procurado conhecer cada integrante do meu grupo? . Tenho sabido lidar com o emergente do grupo? . Tenho conseguido perceber o perfil dominante do grupo? (Mais científico. Mais afetivo. Mais preocupado com fenômenos.) . Conhecendo o perfil do grupo, tenho conseguido adaptar métodos, linguagem e conteúdo às suas necessidades? . Tenho procurado ampliar meu conhecimento através da boa leitura? . Tenho alcançado os objetivos planejados? . O grupo vem participando de forma ativa nas reuniões? Têm feito comentários e/ou perguntas? . Estou alcançando o que o grupo quer e o que ele precisa? . Os coordenandos vêm compreendendo os conceitos trabalhados? . Os coordenandos conseguem entender os desdobramentos dos conceitos e princípios trabalhados? . Os coordenandos tem conseguido aplicar os conceitos no seu cotidiano?

Coordenando a reunião de exercício mediúnico

O Coordenador do Grupo de Exercício Mediúnico – GEM é misto de estudante e facilitador de aprendizado. Entre as ferramentas que dispõe está a leitura da natureza, do mundo, dos textos, das pessoas e das coisas. Uma de suas grandes contribuições é o exemplo.

A reunião é aberta com uma prece por parte do coordenador, segue com a leitura de um trecho do Evangelho que pode ou não ter relação com o tema a ser tratado.

As técnicas devem se alternar de modo a não cansar os participantes. Se em uma semana a atividade foi uma palestra expositiva, a atividade da semana seguinte deve propiciar o debate que aprofunde o tema anterior esclarecendo dúvidas que possam ter ficado.

Recursos da primeira reunião - Lista coletando nomes, fones e e-mails - Crachás com nome legível à distância - Regras de horário - Orientação sobre água fluída - Apresente o colega do lado.

Técnicas de reunião

São inúmeras as técnicas que podem ser adotadas de modo a enriquecer a prática das reuniões. Alguns exemplos abaixo:

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. Apresentação expositiva e interativa. Após o “aquecimento” o apresentador coloca uma ou várias perguntas para incentivar a participação do grupo; . Discussão em grande grupo. Colocado o assunto em questão o coordenador vai estimulando o grupo e construindo os conceitos a partir da colaboração do grupo. . Discussão em sub-grupos utilizando textos com mesmo conteúdo ou com conteúdos diferentes de modo a permitir o cruzamento no momento da discussão em grande grupo. . Debate entre dois sub-grupos que defendem posições opostas. Dependendo da maturidade do grupo em um primeiro momento o coordenador solicita aos sub-grupos que discutam o assunto assumindo uma posição e no momento do debate inverte as posições.

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REDE DE CONTATOS DO GRUPO DE EXERCÍCIO MEDIÚNICO

Fone Fone Fone

Nome e-mail Comercial Residencial Celular

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Informativo da fase pré-curricular

A filosofia do Exercício Mediúnico é a promoção, preservação e valorização da vida. Tem como objetivo maior promover em cada pessoa o desenvolvimento de uma consciência crítica e ativa de seu próprio processo de vida, trazendo instrumentos e instruções fundamentais ao gerenciamento de seu cotidiano.

A Educação Espírita é libertadora. Procura, através do conhecimento, conscientizar e

desenvolver em cada indivíduo o sentido universal da vida que é a evolução. A Educação Espírita quer revelar a cada um o que cada um realmente é. Entendemos que

todas as potencialidades, todos os recursos, todas as ferramentas para a vida, existem e subsistem no interior da pessoa. O espiritismo é a vida e o caminho da vida.

O Espiritismo, através da pedagogia da cultura, demonstra, permanentemente, que a

consciência do homem representa a sua liberdade. Temos consciência de que o homem alcançará uma maior e melhor constituição do exterior pela força de seu interior.

Alcançando-se é que o homem alcança o Universo; é sendo que ele é a vida. O Exercício

Mediúnico é encontro, fraternidade, caridade e diálogo, troca de experiências e informações, é estudo e pesquisa, é construção do conhecimento.

O grupo de Exercício Mediúnico busca, continuamente, na própria vida, a descoberta de

novos caminhos, para a aprendizagem da vida. Trabalha permanentemente na abertura de horizontes mais amplos, mais claros, que permitam a cada um se renovar e crescer no sentido do seu viver.

Secretaria do Exercício Mediúnico

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Natureza e significado do convite para participação do GEM - Grupo de Exercício Mediúnico

A escassez de pessoas, tempo e recursos nos obriga a concentrar esforços com pessoas realmente

interessadas em ampliar o seu conhecimento dos princípios espíritas. O fato de vir até a casa espírita é um indicador da busca por um entendimento maior sobre o sentido e

o significado da vida. O centro espírita é um laboratório que busca a verdade e deve trabalhar no sentido de alcançar e

manter o foro de universidade aberta. Através do estudo da filosofia, da ciência e da religião, o Espiritismo busca oferecer os instrumentos e

as instruções para que cada pessoa se revele a si mesma, alcance a identidade creatura-Creador e exerça seu livre arbítrio de maneira mais consciente.

Currículo

Seguimos um currículo que procura auxiliar cada um a fazer um melhor entendimento dos princípios

da Doutrina Espírita: Deus Jesus e a moral cristã Reencarnação Livre arbítrio Mediunidade Imortalidade Espírito Evolução À medida que o estudioso espírita amplia seu conhecimento do significado de Deus, Jesus e seu

exemplo, reencarnação, livre arbítrio, mediunidade, e outros princípios que vão se revelando à medida que seu entendimento se amplia, a visão de mundo se altera. Mudando a visão, mudam os valores e com isso o comportamento vai entrando em sintonia com as leis naturais.

A assiduidade às reuniões do grupo de exercício mediúnico tem real importância, pois os temas se interligam uns com os outros e com o tempo o exercitando vai percebendo, não só a ligação entre os temas, com também o impacto do conhecimento adquirido no seu comportamento diário. Outro aspecto a considerar é o respeito aos espíritos que se acompanham cada exercitando durante o exercício mediúnico.

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Plano  de  reunião  de  Grupo  de  Estudos  Espíritas  -­‐  Reunião  nº  1  1) Deixar  giz  e  apagador  disponíveis;  

2) A  organização  das  cadeiras  em  semicírculo  facilita  a  integração  do  grupo;  3) Agradecer  a  presença  de  todos;  

Se  houver  um  (a)  novo  (a)  participante  no  grupo,  é  importante  que  se  faça  uma  breve  apresentação  

do(a)  mesmo(a):  .  nome  

.  profissão    ou  atividade  que  exerça;  

.  se    já  teve  contato  anterior  com  a  Doutrina  Espírita;  

.  em  caso  positivo,  vale  a  pena  perguntar  se  já  participou  de  outros  grupos,  etc.  

 4) Tema  do  dia:  “Introdução  à  Doutrina  Espírita”  

Primeira  parte:  Perguntar  ao  grupo  se  eles  podem  colaborar  indicando  os  principais  fundamentos  da  Doutrina  

Espírita;  Escrever  no  quadro  na  medida  em  que  as  pessoas  forem  dizendo;  Listar  os  principais  fundamentos,  caso  eles  não  tenham  sido  mencionados  ainda:  

Deus    Jesus  e  a  moral  cristã  Livre  arbítrio  

Reencarnação  Mediunidade  Espírito  

Evolução  Há  outros  importantes  como  a  caridade  e  o  amor  que  estão  inseridos  na  moral  cristã.  

Os  fundamentos  não  são  exclusivos  da  Doutrina  Espírita,  pois  outras  religiões  também  reconhecem  e  trabalham  os  mesmos  princípios.  A  principal  diferença  está  na  interpretação  dada  pela  Doutrina.    

Fazer  uma  breve  abordagem  sobre  cada  um  dos  fundamentos  da  Doutrina:  É  importante  estimular  a  participação  de  todos,  no  sentido  de  ir  compondo  os  conceitos.  Depois  que  o  grupo  expõe  suas  ideias,  cabe  ao  coordenador  fazer  a  síntese,  chegando  o  mais  

próximo  possível  dos  conceitos  abaixo.  Deus  como  fundamento  do  fundamento  da  vida.  Causa  primária  de  todas  as  coisas.  

Jesus  como  referencial  moral.  Construiu  valores  universais  únicos,  capazes  de  promover  mudanças  profundas.  O  significado  de  Jesus  encontra-­‐se  em  seu  exemplo  de  vida  e  nos  seus  ensinamentos.  

Livre  arbítrio  –  a  possibilidade  de  cada  um  de  nós  fazer    nossas  escolhas  e  construir  a  nossa  trajetória,  tendo  de  um  lado  a  liberdade  de  escolha  e  no  outro  a  responsabilidade  pelas  consequências;  

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Reencarnação  –  como  oportunidade  de,  na  vivência  material,  ampliar  conhecimento  e  aplicar  o  que  

já  foi  construído  anteriormente;  Mediunidade  –  como  entendimento  de  que  a  vida  não  se  limita  ao  plano  material,  mas  sim  que  há  uma  interação  entre  o  material  e  o  espiritual.  

Espírito  –  ser  vivo,  inteligente,  consciente,  do  universo.  (consciente  de  si  mesmo).  Evolução  –  capacidade  de  adaptação  e  transformação;  

 

Segunda  parte:  A  Doutrina  Espírita  busca  o  entendimento,  a  construção  do  conhecimento  através  dos  três  eixos  

do  conhecimento:    

Cabe  neste  momento  também,  solicitar  a  participação  do  grupo.  

Filosofia  –  porque  questiona  se  o  que  entendemos  ou  sabemos  é  mesmo  verdade;  porque  busca  novas  respostas  para  velhas  questões;  porque  busca  novas  questões;  porque  ensina  a  pensar  e  não  o  que  pensar;  

  Ciência  –  porque  busca  na  ciência  as  evidências  que  sustentem  o  conhecimento;  porque  

incorpora  as  novas  descobertas  científicas  comprovadas;  

  Religião  –  a  interpretação  religiosa  para  a  Doutrina,  resulta    da  soma  de  conhecimento  de  várias  

pessoas  encarnadas  e  desencarnadas.    Nâo    é  a  religião  do  sobrenatural,  do  mágico,  do  oculto,  

do  mistério,  pois  toda  a  sua  extensão  é  alcançável  através  do  conhecimento.  A  religião  espírita  é  transformação  individual,  é  intensa  e  extensa  modificação  de  comportamento  da  pessoa,  segundo  valores  que  ampliam  a  consciência  de  sua  unidade  com  o  

Creador.  Tem  como  base  a  moral  cristã.    

Portanto,  na  visão  espírita,  a  interpretação  religiosa  não  está  isolada  da  ciência  e  da  filosofia.  A  ciência,  a  filosofia  e  religião  são  interdependentes  e  se  completam,  tendo  como  resultado  um  quadro  muito  mais  amplo  de  entendimento  do  ser  humano  e  da  vida,  do  que  cada  um  

deles  isoladamente.    

Terceira  parte:    Leitura  do  trecho  do  Evangelho  Segundo  o  Espiritismo  –  Capítulo  I  “  Aliança  da  Ciência  e  da  Religião”  

 A  leitura  deste  trecho  do  Evangelho  tem  por  objetivo  ilustrar  o  tema  até  agora  abordado,  da  Doutrina  Espírita  trafegar  pelos  três  eixos  do  conhecimento,  fazendo  a  unidade  do  conhecimento.  

 

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8.  A  Ciência  e  a  Religião  são  as  duas  alavancas  da  inteligência  humana;  uma  revela  as  leis  do  mundo  

material  e  a  outra  as  leis  do  mundo  moral;  mas  umas  e  outras,  tendo  o  mesmo  princípio  que  é  Deus,  não  podem  se  contradizer;    se  elas  são  a  negação  uma  da  outra,  uma  necessariamente  é  errada  e  a  outra  certa,  porque  Deus  não  pode  querer  destruir  sua  própria  obra.  A  incompatibilidade  que  se  

acreditava  ver  entre  essas  duas  ordens  de  ideias,  prende-­‐se  a  um  defeito  de  observação  e  a  muito  de  exclusivismo  de  uma  parte  e  da  outra;  daí  um  conflito  de  onde  nasceram  a  incredulidade  e  a  intolerância.  

 Os  tempos  são  chegados  em  que  os  ensinamentos  do  Cristo  devem  receber  seu  complemento;  em  que  o  véu,  lançado  propositadamente  sobre  algumas  partes  desse  ensinamento,  deve  ser  levantado;  

em  que  a  Ciência,  deixando  de  ser  exclusivamente  materialista,  deve  inteirar-­‐se  do  elemento  espiritual,  e  em  que  a  Religião,  cessando  de  menosprezar  as  leis  orgânicas  e  imutáveis  da  matéria,  

essas  duas  forças,  apoiando-­‐se  uma  sobre  a  outra,  e  andando  juntas,  se  prestarão  um  mútuo  apoio.  Então,  a  Religião,  não  recebendo  mais  o  desmentido  da  Ciência,  adquirirá  uma  força  inabalável,  porque  estará  de  acordo  com  a  razão,  e  não  se  lhe  poderá  opor  a  irresistível    lógica  dos  fatos.  

 

Quarta  parte:  Se  houver  tempo,  pedir  para  o  grupo  comentar  rapidamente  sobre  o  trecho  do  Evangelho.    

Quinta  e  última  parte:  Prece  de  encerramento.    

Observações:  É  importante  estimular  a  participação  de  todos,  pois  é  comum  que  algumas  pessoas  sejam  mais  falantes  que  outras.  

É  preciso  também,  ao  solicitar  ao  grupo  os  comentários,  manter  o  controle  da  reunião  e  do  tempo,  para  que  todos  possam  participar.  

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Plano  de  reunião  de  Grupo  de  Estudos  Espíritas  -­‐  Reunião  nº  2  

1) Deixar  giz  e  apagador  disponíveis;  

2) A  organização  das  cadeiras  em  semicírculo  facilita  a  integração  do  grupo;  3) Agradecer  a  presença  de  todos;  

Se  houver  um(a)  novo(a)  participante  no  grupo,  é  importante  que  se  faça  uma  breve  apresentação  do(a)  

mesmo(a):  .  nome  .  profissão  ou  atividade  que  exerça;  

.  se  já  teve  contato  com  a  Doutrina  Espírita;  

.  em  caso  positivo,  vale  a  pena  perguntar  se  já  participou  de  outros  grupos,  etc.    

4) Tema  do  dia:  “Espírito”  Primeira  parte:  

  Pedir  para  que  o  grupo  se  divida  em  duplas;     As  duplas  irão  conversar    por  5  a  10  minutos    no  máximo,  sobre  “o  que  entendem  por  espírito”;  

Terminada  a  discussão,  cada  uma  das  duplas  apresenta  seu  entendimento,  que  é  registrado  no  

quadro,  de  forma  resumida;     Segunda  parte:  

Aproveitando  da  melhor  forma  possível,  a  contribuição  apresentada  pelas  duplas,  o  coordenador  inicia  a  apresentação  do  conteúdo  do  dia.  

A  ideia  de  espírito  não  está  associada  à  morte  ou  à  dor.  Com  o  entendimento  do  que  é  o  

espírito,  a  morte  deixa  de  significar  a  extinção  do  ser.  

Espírito  não  é  fantasma,  nem  incorpora.    

Conceito  de  espírito:  

Neste  momento  cabe  uma  colocação:  

Pergunta-­‐se  ao  grupo  se  eles  sabem  a  diferença  entre  “definição”  e  “conceito”.  

Explicação:  

A  definição  fecha,  define  limites,  dá  a  ideia  de  que  não  sofrerá  mudanças.  

O  conceito  por  sua  vez  é  aberto,  permite  interpretações  e  ampliações  na  medida  em  que  o  conhecimento  e  a  consciência  se  ampliam.  

Conceito  de  espírito:  

Ser  vivo,  inteligente,  consciente  do  universo.  

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Através  do  processo  de  evolução  pelo  conhecimento,  os  seres  vivos  passam  de  seres  vivos  

inteligentes,  para  seres  vivos  auto  conscientes,  a  que  chamamos  de  espírito.  

Ser  vivo  que  alcançou  um  patamar  de  inteligência  e  consciência  de  si  mesmo,  ou  seja,  com  a  capacidade  de  se  perguntar    -­‐  “quem  sou  eu?”  “qual  o  significado  da  vida?”  etc...  

O  nível  de  consciência  de  cada  espírito  é  diferenciado,  pois  depende  da  sua  história.  

O  espírito  é  em  essência  conhecimento  acumulado:  o  acervo  de  cada  um,  a  história,  a  trajetória,  todas  as  escolhas  feitas  no  exercício  do  livre  arbítrio.    

Este  acervo  é  que  dá  a  cada  um  a  individualidade  e  a  singularidade.    É  o  que  o  Irmão  Antonio  

Grimm,  um  dos  mentores  da  SBEE,  denomina  de  “irredutibilidade  da  singularidade”.  

Ou  seja,  o  espírito  é  irredutível  porque  não  há  como  negar  as  escolhas  que  fez,  o  conhecimento  que  acumulou  ninguém  retira  ou  diminui.  

Para  fazer  o  acúmulo  de  conhecimento,  periodicamente  o  espírito  faz  o  trânsito  entre  o  

polissistema  material  e  o  polissistema  espiritual,  gerando  experiências,  vivências,  convivências  que  lhe  são  úteis.  

Quando  o  espírito  está  transitando  na  matéria,  ou  seja,  está  encarnado,  ele  é  imortal.  Embora  a  matéria  pereça,  quem  está  dando  vida  àquele  corpo  físico,  é  imortal,  não  vai  se  desagregar  com  

a  desagregação  do  corpo  físico.  Não  há  morte,  mas  sim  evolução.  

O  espírito  assume  funções,  desempenha  papéis,  ocupa  espaços,  sustenta  compromissos,  determina  uma  trajetória  no  exercício  do  seu  livre  arbítrio  que  lhe  permite  romper  suas  limitações  e  aplicar  suas  habilidade  e  capacidades.  

    Evolução  =  evoluir  implica  em  mudar  a  mentalidade  e  a  massa  crítica  do  grupo  social.  

    É  o  objetivo  da  vida.  Para  a  Doutrina,  evolução  significa  modificação  de  comportamento  

pelo  acúmulo,  associação  e  operação  de  experiências.  

Principais  características  do  espírito:  

• Individualidade  • Inteligência  =  capacidade  de  se  adaptar;  capacidade  de  resolver  problemas;  • Percepção  

• Intuição  • Razão  • Imaginação  =>  dá  sentido  ao  que  percebe  

• Memória  • Vontade,  capacidade  de  agir,  de  fazer  

Portanto,  o  espírito  faz  o  trânsito  entre  frequências  diferenciadas  –  encarnado  no  polissistema  

material  e  desencarnado  no  polissistema  espiritual.  Para  mudar  de  frequência,  do  polissitema  

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espiritual  para  o  material,  precisa  de  equipamento  especial  que  é  o  corpo  físico.  Para  estar  e  

ficar  na  matéria  precisa  do  corpo  físico.  

Para  fazer  a  interface  do  PSE  com  o  PSM  precisa  do  períspirito  

  Espírito  desencarnado         Espírito  encarnado  

 

        espírito             espírito  

          perispírito           perispírito    

                      corpo    

Quando  encarna,  o  espírito  faz  a  somatória  do  seu  acervo  mais  toda  a  informação  genética  que  recebe.  

Espírito  encarnado  =  

Acervo  do  espírito      +          genética  (história  biológica)      +      cultura  

O  corpo  humano  possui  aproximadamente  60  trilhões  de  células  e  aproximadamente  100  

bilhões  de  neurônios.  

O  espírito  é  o  grande  maestro  que  dá  o  ritmo  e  estrutura  o  corpo.  

O  espírito,  quando  encarnado,  percebe  pelos  sentidos  físicos.  

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Auto-avaliação:

1) Quem eu sou? 2) Quem eu amo? 3) Como eu vejo e sinto DEUS? 4) Estou realizando meus objetivos? 5) O que eu quero fazer? 6) O que eu pensava há um ano atrás? 7) O que faço para deixar as pessoas mais alegres? 8) O que posso fazer para melhorar o mundo? 9) Faça um verbete: quem sou? Com se fosse para ser publicado em uma enciclopédia.

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Fazendo a diferença - Stephen Kanitz Ser rico, famoso ou poderoso tem sido o objetivo da maioria das pessoas, mas sempre falta algo. Recentemente, ouvi sobre uma nova postura ética de sucesso, que vale a pena resumir aqui, porque na época ninguém noticiou. Numa reunião no World Economic Forum, em Davos, o local onde o mundo empresarial se reúne uma vez por ano em janeiro, um empresário que acabava de fazer um tremendo negócio foi convidado numa das várias sessões a expor suas idéias. Primeiro perguntaram como ele se sentia, subitamente um bilionário. Sem pestanejar um único minuto, ele afirmou que o dinheiro não lhe pertencia, e que doaria toda sua fortuna a instituições beneficentes. "Sou simplesmente fruto do acaso, tenho os genes certos e estou no momento certo, no setor certo. É difícil falar em 'mérito' numa situação dessas." "Se eu, o Bill Gates aqui presente, ou então o Warren Buffett, tivéssemos nascido 2.000 anos atrás, nenhum de nós teria tido o porte atlético necessário para se tornar um general do Império Romano, posição de destaque equivalente à nossa, na época. Teríamos sido trucidados na primeira batalha." Alguns seres humanos sempre estarão momentaneamente mais adequados ao ambiente que os outros e receberão, portanto, melhores salários, apesar do esforço dos demais. A idéia da meritocracia, tão decantada pela direita conservadora como justificativa para a sua riqueza, cai por terra se levarmos em consideração a nova teoria de que somos todos frutos do acaso genético das interpolações do DNA de nossos pais. Se nossos genes são mero acaso da variação genética, falar em QI, mérito, proeza atlética e se achar merecedor de 100% dos ganhos que esses atributos nos proporcionam não faz mais muito sentido. O que há de meritocrático em ter os genes certos? Ninguém está sugerindo o outro extremo de salários iguais para todos, porque toda sociedade precisa incentivar os que se esforçam mais, os que trabalham melhor e especialmente os que assumem riscos e têm a coragem de inovar. O que essa nova postura sugere delicadamente é uma maior humildade e generosidade daqueles que ganham fortunas por ter uma inteligência superior, um porte atlético avantajado ou um talento excepcional. Por trás de toda "fortuna" existe um elemento de sorte, muito maior do que os "afortunados" gostariam de admitir. Mas a frase que mais tocou a platéia estarrecida foi esta: "Mesmo doando toda a minha fortuna", disse o empresário, "continuará a existir uma enorme injustiça social no mundo. Eu terei tido um privilégio que muitos não terão. O privilégio de ter feito uma diferença com o meu trabalho e minha vida." Segundo essa visão, o mundo é dividido entre aqueles que fizeram ou não uma diferença com sua vida, o dinheiro não é o objetivo final. E existem inúmeras maneiras de fazer uma diferença, desde inventar coisas, gerar novos empregos, criar novos produtos, até ajudar os outros com o dinheiro obtido. Aproximadamente 55% dos empresários americanos não pretendem legar sua fortuna aos filhos. Acham que estariam estragando sua vida gerando playboys e um bando de infelizes. Percebem que o divertido na vida é chegar lá, não estar lá. Ser filho de empresário e receber de mão beijada uma BMW, um Rolex e uma supermesada não é o caminho mais curto para a felicidade. Muito pelo contrário, é uma roubada. Por isso, os ricos de lá criaram instituições como a Fundação Rockfeller, a Fundação Ford, a Fundação Kellogg, a Fundação Hewlett. No Brasil, estamos muito longe de convencer os empresários a fazer o mesmo, razão pela qual sua fortuna provavelmente virará mais um imposto. O imposto sobre herança. O segredo da felicidade, portanto, não é ganhar dinheiro, que a maioria acabará perdendo de uma forma ou de outra. O segredo é ter feito uma diferença.

Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br) Revista Veja, Editora Abril, edição 1838, ano 37, nº 4, 28 de janeiro de 2004

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Existe mesmo injustiça? - Nelson J. Wedderhoff O contato com a realidade do nosso tempo é constante. Somos testemunhas oculares de muitos fatos, leitores ou ouvintes de outros. Para cada notícia temos diferentes reações; ficamos alegres, indiferentes, concordamos ou discordamos. Cada reação decorre da avaliação que fazemos da notícia quanto à sua ”adequação“, isto é, se a julgamos boa ou ruim, construtiva ou destrutiva, certa ou errada, etc. Esta avaliação é individual, e está baseada em conhecimento e valores, ou ainda na noção das leis de causa e efeito. Em muitos casos avaliamos que a situação é injusta, ou seja, que o efeito é coerente com sua causa. Como um exemplo simples pode-se citar um jogo de futebol onde a equipe A esteve melhor, mas acabou perdendo por um gol feito pela equipe B no final da partida.

Mas o que é injustiça? Pelo exemplo que citamos, uma situação onde o resultado não é coerente com sua causa ou intenção. Para esclarecer tomemos outro exemplo: o motorista A respeita a sinalização, porém sofre um acidente devido ao motorista B, que naquele momento não respeitou a sinalização. Para o motorista A o efeito sofrido é incoerente com seus atos, considerando exclusivamente o respeito à sinalização. Porém é importante lembrar que o respeito às leis não foi a única escolha do motorista A; ambos os motoristas fizeram escolhas que os levaram ao mesmo local.

Percebe-se que a ação isolada de uma pessoa contribui para o resultado, porém não o garante. Outros fatores originários do meio ambiente e do meio social podem influenciar o resultado de uma ação. No exemplo do jogo de futebol, as regras não impedem que uma equipe marque gols apenas por que joga mal. O resultado está de acordo com as regras conhecidas e aceitas por ambas as equipes, e pode ocorrer.

Ao aceitarmos viver em um grupo social aceitamos influenciá-lo e sermos influenciados. Diante desta noção de influência mútua conhecida e aceita, substitui-se o termo injustiça por distorção. No exemplo do jogo de futebol, o resultado não depende somente da equipe A, mas de vários outros fatores, como a atitude da equipe B ou a percepção dos juízes. No exemplo do motorista A, as atitudes de todos os demais motoristas, dos pedestres, entre outros fatores, influenciarão nos desdobramentos da sua vida.

Pelo exposto conclui-se que não existe injustiça, pois cada indivíduo posiciona-se em um meio segundo escolhas decorrentes do seu nível evolutivo, da sua proposta de vida, da sua mentalidade. Logo, está aceitando as influências diversas advindas deste meio, e que certamente poderão distorcer os resultados esperados a partir de suas ações. Como avaliar então as diversas dificuldades que enfrentamos, ou as diferenças sociais existentes em nossa própria cidade? Certamente um ambiente composto por indivíduos cuja visão restringe-se, em grande parte, a seus interesses pessoais, tenderá a gerar distorções, pois o respeito pelo semelhante ou pelo ambiente não é prioridade. E não sendo prioridade não há por que preservar planos, trajetórias ou equilíbrio de outros. O contrário, que normalmente denominamos de “sociedade justa“, é aquela onde a intenção de um indivíduo sofre pouca distorção devido às intenções dos demais, assim como o equilíbrio do ambiente é preservado. Esta pouca distorção deriva de um sistema que preserva o respeito ao semelhante, à individualidade, à diversidade e ao ambiente. Com base no princípio do livre-arbítrio, apoiado na visão que a Doutrina dos Espíritos traz sobre Deus, caracterizando-o como “causa primária de todas as coisas“, assim como “justo e bom“, fundamenta-se a noção de que tudo é justo, pois deriva de uma causa justa. A relação entre as diversas causas possíveis e os respectivos efeitos são as leis naturais do ambiente em que vivemos, das quais conhecemos ainda muito pouco, mas que também estão vinculadas à causa primária, que é justa. A situação contemporânea seja nossa individual, seja da sociedade, não necessariamente nos agrada, mas é efeito de nossas próprias atitudes ao longo de nossas existências. Por fim cabe perguntar quais influências esta reflexão pode ter em nosso cotidiano? Uma delas é a visão mais crítica e menos revoltada sobre o ambiente, que não é injusto, e apenas reflete resultados de nossas diversas ações. Se existem muitas distorções, muitas diferenças, cabe a cada um atuar para reduzi-las, e o primeiro passo é expandir o conhecimento, com base no qual fazemos as escolhas.

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O que é ser espírita? - Mario Eduardo Branco

O Espiritismo não é a religião que ausenta a pessoa da realidade, não é a filosofia que se perde em especulação, não é a ciência que descobre sem dar sentido. Espiritismo é a ciência, a religião e a filosofia que permitem, facilitam, orientam a ação, o comportamento diferenciado. A Doutrina não é, portanto, uma doutrina de contemplação, da recompensa futura, do paraíso prometido, da fuga da realidade.

Há espaço, dentro do Espiritismo, para a espera e planejamento, para a cautela e a avaliação, há espaço para a ponderação e meditação, reflexão e preparação para a decisão. Mas o Espiritismo é, essencialmente, a doutrina da ação, do fazimento. É a Doutrina da construção pessoal e da construção social, da construção intelectual e moral, da construção de si mesmo através da construção dos outros, da construção da mentalidade, da linguagem, dos atos, das instituições, da sociedade, da construção espiritual.

A Doutrina, ao explicitar valores universais, sustenta a ação, o comportamento diferenciado, continuado, da pessoa dentro de seu grupo cultural. A Doutrina se caracteriza por um conjunto de princípios, fundamentos, conceitos, valores que determinam uma visão singular do espírito, da sociedade, da natureza, do universo, do cosmo, de Deus. À medida que a pessoa conhece, interpreta e contextualiza a visão espírita, ela é colocada diante do desafio da coerência, da compatibilização entre conceito adquirido e ação. Entre a sua nova mentalidade e a mentalidade de seu grupo cultural. Um hiato permanente, uma tensão essencial entre o que se é e o que se pode ser, entre o ser e o vir-a-ser.

Só, de fato, se aproxima da Doutrina, a pessoa que alcança e expressa o novo entendimento através de sua linguagem, de suas ações, de seu comportamento. Só é espírita aquele que age com coerência em relação aos princípios que aceita, aquele que o tempo todo está avaliando as suas ações, em todos os seus papéis e funções na sociedade, procurando cada vez mais a coerência possível.

A condição para ser espírita não é só conhecer a Doutrina, embora seja fundamental conhecê-la; não é apenas participar do centro espírita, embora seja importante dele participar; não é se utilizar de instrumentos de equilíbrio desenvolvidos pela Doutrina embora sejam eficazes para a preservação da saúde; não é se sentir bem ao participar do exercício mediúnico embora a persistência e a continuidade na atividade mediúnica abra perspectivas novas para a pessoa. Ser espírita é, fundamentalmente, fazer “integral mudança de seu comportamento porque sua consciência crítica se alterou” (Leocádio J. Correia, fevereiro de 2000).

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Fazer o quê? - Nelson J. Wedderhoff O que nos faz pensar que uma outra pessoa ou que muitas outras pessoas não são importantes? Que sua vida não tem valor? Que não merecem nosso respeito ou a nossa atenção? O que nos leva a não gostar dos outros? A não entendê-los ou a não aceitá-los? Pode ser que alguns de nós vivenciemos algumas dificuldades de caráter biológico ou psicológico, o que poderia explicar, mas nunca justificará qualquer ação de agressão à vida, ao meio e às pessoas. O que fazer? O que fazer para não ser agredido, para não ser roubado, para não ter sua vida interrompida pela ação de uma outra pessoa? O que fazer para não ser privado da companhia de alguém próximo, ou muito próximo? Quem de nós não deseja viver? Viver mais e melhor, na companhia da família e de amigos? O que fazer para que possamos desfrutar nossa vida com tranqüilidade? Ou, pelo menos, com menor risco de interrupção devido à ação invasiva de outras pessoas? Veja, refiro-me à pessoas, portanto, seres iguais a nós! Talvez seja necessário cuidar mais dos outros. Isso mesmo, cuidar! Cuidar para que tenham o Amor como referência de vida. Amor pela natureza, pelas pessoas (com base em exemplos de Amor). Quem sabe assim as pessoas passem a gostar mais dos outros, a entender que a vida de todas as pessoas é muito importante e que ela serão respeitadas como pessoas porque, pelo seu exemplo, ensinaram o respeito pelo ser humano. Isso vai resolver no curto prazo? Certamente não significativamente, mas é no médio e no longo prazo que precisamos pensar. Talvez não seja possível evitar outros assassinatos de crianças, de jovens e adultos no curto prazo, mas certamente conseguiremos reduzir outros que aconteceriam quando a geração de crianças de hoje alcance a maturidade e tenha seus filhos. Não nos resta outra saída, senão cuidar das outras pessoas. Mas, quais ações práticas representariam este cuidado? Vejamos alguns exemplos: - Faça autoconhecimento. Pergunte-se: Qual é o propósito da minha vida? Mas pense se colocando no lugar dos menos favorecidos (em diversos aspectos). - Repense seu voto. Acompanhe seu representante e quem sabe, candidate-se também. - Envolva-se em trabalhos comunitários. - Faça planejamento pessoal para poder estudar, trabalhar, cooperar com os outros, participar da família, cuidar da saúde. - Preserve a natureza. Reduza a geração de lixo, poupe água e energia, use materiais recicláveis. Enfim, existe além destas, muitas outras maneiras de ajudar pessoas a se construírem de tal forma que elas vejam nos outros o significado de estar temporariamente na Terra e possam, por sua vez, investir sua inteligência, seu tempo, seu potencial na preservação e valorização da vida. Assim, mesmo sendo temporária, sua passagem por aqui, deixará contribuições permanentes. Por isso deseje e faça por merecer o maior titulo que alguém pode desejar: o de uma pessoa boa!

Nelson José Wedderhoff Consultor, professor do ensino superior

www.mediunato.org

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Vôo Tam 3054 – Acaso, Destino ou Livre Arbítrio? - Paulo H. Wedderhoff

Após uma tragédia coletiva como o acidente da GOL em 2006 ou o acidente da TAM em 2007, é comum ouvirmos comentários de pessoas ligadas ao meio espírita procurando dar uma explicação que conforte as pessoas que perderam seus entes queridos.

A maioria das explicações que temos ouvido e lido no meio espírita se direcionam para as ideias mais

trabalhadas pelas pessoas que buscam conforto e esperança. Uma é o acaso e a outra é o destino. Dependendo da idéia de destino que o leitor faça, pode ficar a sensação de que era para ser assim ou que pela imprevisibilidade do acaso, a tragédia se tornou inevitável. O perigo é que estas duas opções diminuem a importância de se investigar causas, estabelecer responsabilidades e punir culpados para evitar que tais fatos de repitam.

Se aceitarmos que se trata de destino, isto significa que a situação está sob controle de uma força

superior, o que equivale a negar o livre arbítrio. Tal idéia parece aceitável quando analisamos fenômenos naturais, como terremotos, tsunamis, furacões e inundações. Mesmo assim, depois da primeira surpresa, passamos a ter a opção de fazer algo a respeito para minimizar os danos decorrentes destas catástrofes naturais previsíveis. Um exemplo disso está nos efeitos de alguns terremotos no Japão. É admirável notar que fortes tremores de terra causem poucos danos em algumas áreas do Japão, ao passo que tremores similares, causem enorme destruição e um enorme número de mortos em outros países. Os Japoneses não tem controle sobre os terremotos, mas constroem seus novos prédios de modo a resistir a eles com o menor dano possível.

Se aceitarmos que um acidente, como o TAM 3054, se trata de acaso, isto significa que a situação

não está nem sob o controle humano e nem sob o controle de uma força superior; ou seja, se os fatores negativos coincidirem, o acidente se tornará inevitável. Estaríamos então nas mãos da sorte. Uma espécie de loteria da vida onde se não chover tudo dará certo.

Ambas as linhas de pensamento nos encaminham para um perigoso conformismo capaz de gerar uma

repetição infindável de acidentes com perdas de vidas, sem esquecer, que devido ao caos aéreo há uma enorme perda de tempo que poderia ser aplicado de maneira mais produtiva.

Precisamos pensar mais profundamente sobre o assunto, e tentar construir uma resposta que

sobreviva ao teste da lógica e seja coerente com o que sabemos dos princípios doutrinários do espiritismo. Entre eles destacamos o princípio do livre arbítrio. Este princípio não significa que temos controle de tudo, mas que somos responsáveis sobre os desdobramentos daquilo que está sob o nosso controle. O espiritismo entende que livre arbítrio é o espírito agindo no limite do seu conhecimento e sendo responsável na medida do seu entendimento.

As unidades culturais espíritas, apoiadas no estudo transdisciplinar da Filosofia, Ciência e Religião,

trabalham no desenvolvimento da capacidade pensante dos seus estudiosos encarnados e desencarnados. Assim sendo, como espíritas, temos a responsabilidade de questionar, construir evidências e propor referenciais que contribuam para a mudança nos padrões morais e administrativos das organizações humanas. Afinal, em muitas situações, transferimos a estas organizações a responsabilidade pelo nosso bem estar e segurança. Ao confiarmos nossas vidas à manutenção de uma empresa aérea; ao comando da Aeronáutica ou às decisões de uma agencia reguladora, estamos renunciando a uma parte do nosso livre arbítrio e passando o controle àqueles que comandam o sistema aéreo.

Quando rejeitamos a idéia de destino ou acaso, nos obrigamos a propor uma terceira alternativa que

explique racionalmente o que aconteceu. Esta terceira explicação aparece quando relacionamos as variáveis que contribuíram para a ocorrência do acidente. Uma vez listada, a somatória de variáveis causais, indicam que o acidente poderia ter sido evitado. Para tanto, bastava que cada um cumprisse o seu dever. Cumprir o dever pode significar estar mais atento às condições de sucesso de qualquer ação. Pode ser uma viagem de ônibus, um pouso, uma cirurgia, uma operação que pode levar uma empresa à falência, uma alimentação que pode fazer muito mal, dirigir um automóvel, etc...

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Em 1978 sobrevivi a uma tentativa de aterrissagem que não terminou em tragédia. Chegávamos ao aeroporto de Congonhas em um vôo Vasp vindo de Foz do Iguaçu. Já era noite e o aeroporto estava sob uma forte tempestade. Mesmo assim a torre de comando autorizou o pouso. Ventava muito. Éramos jogados de um lado para outro nas poltronas a ponto de sentir dores devido ao choque dos quadris contra o apoio dos braços. O medo era geral. No ultimo instante, ao perceber o fim da pista chegando rapidamente, o piloto arremeteu o 737 e subiu em uma inclinação inacreditável para uma aeronave tão pesada. Dentro do avião a gritaria era geral. Homens e mulheres choravam. Atrás de mim alguém gritou: - Eu não quero morrer!

Depois de um pouso suave em Viracopos, muitos bateram na porta da cabine de comando exigindo

que o piloto abrisse a porta e liberasse os passageiros. Depois de uma breve mensagem, o piloto levou o avião para a cabeceira da pista, decolou novamente e voltou para Congonhas, onde, já sem vento, o pouso ocorreu normalmente.

Perguntado sobre como via aquilo tudo, o presidente da empresa em que eu trabalhava e que estava

no mesmo vôo respondeu com uma serenidade invejável: - Acho que o piloto também não quer morrer e ele é o mais preparado entre nós para decidir o que fazer.

Será que teria ocorrido o acidente da TAM se a proibição de pousar apenas com um reverso em dias

de chuva, aplicada ao avião presidencial, fosse também aplicada aos vôos comerciais? Ou se tivesse sido proibido o pouso de aviões de grande porte em um aeroporto tão pequeno e sem pista de escape? Se a derrapagem do vôo da Pantanal, no dia anterior e os alertas dos pilotos que apelidaram a pista de “skate no gelo” fosse levada a sério pelas autoridades do Aeroporto, da Aeronáutica ou da agência reguladora, o acidente teria ocorrido? Ou se a agência reguladora não tivesse enviado o documento que enganou a juíza que fechou o aeroporto, forçando-a a liberar a pista recém reformada?

Será que as pessoas que deveriam ter assumido uma posição radical como fez a corajosa juíza, não

deixaram para alguém decidir, ou confiaram no acaso ou no destino? Quando se somaram as variáveis com potencial de gerar acidentes como: avião de grande porte

pousando em pista de 1940 metros sem escape, comparado com pistas de até 4000 metros; chuva na pista; pista nova com ausência de canaletas para escoamento da água; limitações no reverso, o qual era extremamente importante em situações de chuva na pista, percebemos que o acidente se tornou impossível de evitar. Assim sendo, mesmo sem um profundo conhecimento técnico, é possível a qualquer pessoa que o analisa, compreender que este acidente ocorreu porque todas as pessoas diretamente envolvidas, permitiram que a somatória de variáveis causais ultrapassasse os limites de segurança de pouso.

Sem uma melhor compreensão do livre arbítrio e das nossas conseqüentes responsabilidades,

continuaremos prisioneiros de mitos e crenças que tem o potencial de contribuir para gerar novas tragédias. Como espíritos, todos sabemos de antemão que iremos desencarnar um dia. Saber qual dia e de que maneira iremos morrer, não nos parece coerente com a lei da diversidade.

Administrar a nossa vida e os fatores que afetam a vida de outros com coerência é responsabilidade

de cada um; assim como, administrar recursos financeiros e técnicos, que impliquem em risco de interrupção da vida encarnada de muitos é responsabilidade de poucos. Por isso, seria desejável que estas poucas pessoas passassem a ter acesso a um melhor entendimento do sentido e do significado da vida; para que não sejamos surpreendidos por novos acidentes que possam interromper nossos projetos de vida antes do esgotamento natural do nosso capital de vida.

Depois que decola, o destino de um avião é o solo, quer seja por meio de um pouso normal, de um

pouso forçado ou de uma queda fatal. Só devemos lembrar que, antes do pouso, houve a livre escolha do passageiro de aceitar o risco da viagem e a decisão soberana do piloto de autorizar a decolagem.

Quando as variáveis causais estiverem sob o controle humano, não há porque acreditar que somos

vítimas do destino ou do acaso. Assim sendo, precisamos assumir que somos responsáveis pelas variáveis que estão sob nosso controle e cumprir com nosso dever sob pena de assumir sérios débitos morais perante nossa consciência e, portanto, perante as leis naturais.

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Livre  arbítrio  e  obsessão  -­‐  Rui  Paz    A  obsessão  é  tema  recorrente  em  grande  parte  das  casas  espíritas.  Eu  diria,  inclusive,  que  em  muitas  este  tema  é  o  eixo  condutor  das  atividades  nessas  casas.  Portanto,  somente  por  essa  razão  a  questão  requer  uma  reflexão  cuidadosa.    O  conceito  corrente  sobre  obsessão  refere-­‐se,  via  de  regra,  à  influência  exercida  por  espíritos  malévolos  sobre  outras  pessoas,  inclusive,  alcançando  estados  de  domínio  e  possessão.  Com  efeito,  a  pessoa  obsidiada  torna-­‐se  vítima  de  um  controle  ao  qual  não  pode  resistir,  ou  seja,  seu  livre  arbítrio  fica  tolhido  pela  ação  de  terceiros.    Ora,  em  primeiro  lugar,  devemos  refletir  sobre  algumas  questões  fundamentais  relativas  a  esse  suposto  fenômeno:  há  espíritos  desencarnados  malévolos  entre  nós  encarnados?  O  que  acontece  depois  que  desencarnamos?  Para  onde  vamos?  O  espírito,  sem  o  corpo  físico,  é  capaz  de  permanecer  aqui  na  Terra,  segundo  a  sua  vontade?    Vejamos.  Para  vivermos  na  matéria,  precisamos  de  um  corpo  físico  compatível  com  a  densidade  e  a  frequência  vibratória  dessa  matéria.  Em  outras  palavras,  é  preciso  estabelecer  uma  simetria  entre  matéria  e  espírito.  Como  ambos  são  substancialmente  diferentes,  o  corpo  e  o  perispírito  cumprem  essa  função  mediadora.  Analogamente,  um  profissional  de  mergulho  em  grandes  profundidades,  por  exemplo,  necessita  de  uma  roupagem  especial,  associada  a  tubos  de  oxigênio  e  outros  gases,  para  poder  permanecer  nesses  ambientes  por  um  determinado  tempo.  Ora,  essa  parafernália  nada  mais  é  do  que  o  elemento  mediador  entre  a  assimetria  do  corpo  humano  e  o  ambiente  subaquático,  do  contrário,  seria  impossível  ao  mergulhador  permanecer  submerso  por  longos  períodos.    O  mesmo  ocorre  com  o  espírito  reencarnante.  Ele  necessita  de  um  “escafandro”  para  mediar  a  distância  entre  a  sua  natureza  e  a  da  matéria.  A  assimetria  é  compensada  pelo  perispírito,  que  é  o  elemento  intermediário  entre  ambos.  Esse  “escafandro”  é,  pois,  o  copo  físico.  E,  quando  desencarna,  em  face  do  esgotamento  ou  de  dano  irreparável  do  corpo  material,  perde  completamente  a  condição  de  permanecer  no  ambiente  Terra,  por  absoluta  ausência  de  simetria.    Então,  como  poderia  o  espírito  permanecer  vinculado  ao  polissistema  material  sem  a  mediação  do  corpo  físico?  Qualquer  espírito,  independentemente  de  seu  grau  de  evolução  é  capaz  de,  num  ato  volitivo,  aqui  permanecer  ao  seu  bel-­‐prazer?      

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Política  e  cidadania – Paulo  H.  Wedderhoff Atribui-­‐se  a  origem  da  palavra  política  ao  termo  grego  “pólis”  que  significa  cidade.  Quando  pensamos  em  política,  logo  nos  vem  à  mente  a  idéia  de  decisões  que  afetam  muitos.    Uma  política  comercial  de  vender  só  a  vista  ou  só  a  prazo,  é  um  exemplo  de  como  uma  decisão  pode  afetar  um  grupo  de  clientes  ou  todos  os  clientes  de  uma  empresa.         Quando  pensamos  em  política  no  sentido  público,  logo  associamos  com  decisões  que  viram  leis  e  que  podem  afetar  uma  cidade,  um  estado,  uma  nação  ou  todo  o  planeta.  Veja  o  impacto  da  decisão  que  gerou  o  incidente  conhecido  como  11  de  setembro  nos  EUA.       Tomás  de  Aquino,  o  filósofo  dizia  que  política  é  a  arte  de  governar  os  homens  e  administrar  as  coisas,  visando  o  bem  comum,  de  acordo  com  as  normas  da  reta  razão.         A  qualidade  das  decisões  políticas  de  um  governo,  pode  ampliar  ou  diminuir  sua  habilidade  de  influenciar  as  decisões  dos  governados.  Em  uma  democracia,  isto  pode  redundar  na  renovação  de  um  mandato  ou  até  na  remoção  de  um  governante  como  foi  o  caso  do  impedimento  do  ex-­‐presidente  Collor.         Devido  à  desinformação  ou  desilusão  relacionadas  às  suas  expectativas,  muitas  pessoas  dizem  categoricamente  que  não  gostam  de  política.  Essas  pessoas,  não  tem  idéia  do  prejuízo  que  estão  gerando  para  si  mesmas  e  para  o  grupo  social.  Votando  em  branco,  ou  anulando  o  voto,  por  exemplo,  diminuem  o  número  de  votos  válidos  e  facilitam  a  vida  de  quem  não  gostariam  de  eleger.  Seria  importante  que  todos  compreendessem  que  seu  desinteresse  equivale  a  renunciar  à  cidadania.         Platão,  o  filósofo  grego,  discípulo  de  Sócrates  dizia:  -­‐  Não  há  nada  de  errado  com  aqueles  que  não  gostam  de  política.  Simplesmente  serão  governados  por  aqueles  que  gostam.       Precisamos  mudar  o  nosso  conceito  de  política  e  o  primeiro  passo  é  separar  a  palavra  política,  de  politiqueiro  e  da  politicagem.    Na  Grécia  antiga,  em  cidades  como  Atenas,  os  cidadãos  livres  participavam  da  assembléia  para  discutir  os  problemas  comuns  a  todos  e  tomavam  decisões  destinadas  a  solucioná-­‐los.       Baseado  nesta  experiência,  Aristóteles,  um  dos  maiores  sábios  gregos,  dizia  que  política  é  a  ciência  e  a  arte  do  bem  comum.  Para  ele  a  cidade  deveria  ser  governada  em  proveito  de  todos,  e  não  apenas  em  proveito  dos  governantes  ou  de  alguns  grupos.       Muitas  vezes,  não  percebemos,  mas  algumas  decisões  políticas  afetam  a  vida  de  todos.  Os  gastos  públicos,  por  exemplo,  diminuem  as  verbas  disponíveis  para  investimentos    públicos  em  educação,  estradas,  saúde,  segurança,  financiamento  de  novas  empresas,  etc.  Estes  gastos  aumentam  a  dívida  pública  a  qual  precisa  ser  “rolada”,  ou  seja,  contrata-­‐se  uma  nova  dívida,  para  pagar  a  velha.  Isto  mantém  os  juros  elevados  e    atrai  especuladores  estrangeiros.  O  aumento  da  oferta  de  dólares  fortalece  o  real  e  derruba  o  cambio.  O  cambio  barato,  deixa  o  produto  importado  mais  competitivo  e  fica  difícil  exportar.  A  produção  cai  e  as  fábricas  dispensam  parte  da  sua  mão  de  obra,  passam  a  produzir  no  exterior  ou  fecham.  Criamos  empregos  lá  fora  e  desemprego  no  Brasil.         É  por  razões  como  estas  que  nenhum  cidadão  sensato  pode  ignorar  a  política.  Cada  pessoa  deve  procurar  compreender  e  participar  da  política.  Para  atuar  politicamente  e  assim  influenciar  o  poder,  cada  cidadão  e  cidadã  deve  se  conscientizar,  informar-­‐se,  ouvir,  ler,  falar,  debater,  estudar  e  procurar  formar  sua  opinião  sobre  os  diferentes  problemas.    Com  consciência  política  estaremos  preparados  para  votar,  fazer  sugestões,  acompanhar  os  trabalhos  dos  seus  parlamentares,  exigir  e  reagir  quando  for  necessário.  Toda  eleição  é  um  contrato.  O  candidato  promete,  a  gente  vota  e  espera  que  ele  cumpra  o  que  prometeu.  Se  ele  mentiu  ou  foi  incompetente,  temos  o  direito  de  não  renovar  o  contrato  ou  afastá-­‐lo  antes  que  seja  tarde.  A  conscientização  é  o  melhor  remédio  para  que  o  Brasil  desperte.                  

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Observar e Pensar - Stephen Kanitz

O primeiro passo para aprender a pensar, curiosamente, é aprender a observar. Só que isso, infelizmente, não é ensinado. Hoje nossos alunos são proibidos de observar o mundo, trancafiados que ficam numa sala de aula, estrategicamente colocada bem longe do dia-a-dia e da realidade. Nossas escolas nos obrigam a estudar mais os livros de antigamente do que a realidade que nos cerca. Observar, para muitos professores, significa ler o que os grandes intelectuais do passado observaram – gente como Rousseau, Platão ou Keynes. Só que esses grandes pensadores seriam os primeiros a dizer "esqueçam tudo o que escrevi", se estivessem vivos. Na época não existia internet nem computadores, o mundo era totalmente diferente. Eles ficariam chocados se soubessem que nossos alunos são impedidos de observar o mundo que os cerca e obrigados a ler teoria escrita 200 ou 2.000 anos atrás – o que leva os jovens de hoje a se sentir alienados, confusos e sem respostas coerentes para explicar a realidade.

Não que eu seja contra livros, muito pelo contrário. Sou a favor de observar primeiro, ler depois. Os livros se forem bons, confirmarão o que você já suspeitava. Ou porão tudo em ordem, de forma esclarecedora. Existem livros antigos maravilhosos, com fatos que não podem ser esquecidos, mas precisam ser dosados com o aprendizado da observação.

Ensinar a observar deveria ser a tarefa número 1 da educação. Quase metade das grandes descobertas científicas surgiu não da lógica, do raciocínio ou do uso de teoria, mas da simples observação, auxiliada talvez por novos instrumentos, como o telescópio, o microscópio, o tomógrafo, ou pelo uso de novos algoritmos matemáticos. Se você tem dificuldade de raciocínio, talvez seja porque não aprendeu a observar direito, e seu problema nada tem a ver com sua cabeça.

Ensinar a observar não é fácil. Primeiro você precisa eliminar os preconceitos, ou pré-conceitos, que são a carga de atitudes e visões incorretas que alguns nos ensinam e nos impedem de enxergar o verdadeiro mundo. Há tanta coisa que é escrita hoje simplesmente para defender os interesses do autor ou grupo que dissemina essa idéia, o que é assustador. Se você quer ter uma visão independente, aprenda correndo a observar você mesmo.

Sou formado em contabilidade e administração. A contabilidade me ensinou a observar primeiro e opinar (muito) depois. Ensinou-me o rigor da observação, da necessidade de dados corretamente contabilizados, e também a medir resultados, a recusar achismos e opiniões pessoais. Aprendi ainda estatística e probabilidade, o método científico de chegar a conclusões, e finalmente que nunca teremos certeza de nada. Mas aprendi muito tarde, tudo isso me deveria ter sido ensinado bem antes da faculdade.

Se eu fosse ministro da Educação, criaria um curso obrigatório de técnicas de observação, quanto mais cedo na escala educacional, melhor. Incentivaria os alunos a estudar menos e a observar mais, e de forma correta. Um curso que apresentasse várias técnicas e treinasse os alunos a observar o mundo de diversas formas. O curso teria diariamente exercícios de observação, como:

1. Pegue uma cadeira de rodas, vá à escola com ela por uma semana e sinta como é a vida de um deficiente físico no Brasil.

2. Coloque uma venda nos olhos e vivencie o mundo como os cegos o vivenciam. 3. Escolha um vereador qualquer e observe o que ele faz ao longo de uma semana de trabalho. Observe quanto ele ganha

por tudo o que faz ou não faz.

Quantas vezes não participamos de uma reunião e alguém diz "vamos parar de discutir", no sentido de pensar e tentar "ver" o problema de outro ângulo? Quantas vezes a gente simplesmente não "enxerga" a questão? Se você realmente quiser ter idéias novas, ser criativo, ser inovador e ter uma opinião independente, aprimore primeiro os seus sentidos. Você estará no caminho certo para começar a pensar.

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Qual é o Problema? - Stephen Kanitz Um dos maiores choques de minha vida foi na noite anterior ao meu primeiro dia de pós-graduação em administração. Havia sido um dos quatro brasileiros escolhidos naquele ano, e todos nós acreditávamos, ingenuamente, que o difícil fora ter entrado em Harvard, e que o mestrado em si seria sopa. Ledo engano.

Tínhamos de resolver naquela noite três estudos de caso de oitenta páginas cada um. O estudo de caso era uma novidade para mim. Lá não há aulas de inauguração, na qual o professor diz quem ele é e o que ensinará durante o ano, matando assim o primeiro dia de aula. Essas informações podem ser dadas antes. Aliás, a carta em que me avisaram que fora aceito como aluno veio acompanhada de dois livros para ser lidos antes do início das aulas. O primeiro caso a ser resolvido naquela noite era de marketing, em que a empresa gastava boas somas em propaganda, mas as vendas caíam ano após ano. Havia comentários detalhados de cada diretor da companhia, um culpando o outro, e o caso terminava com uma análise do presidente sobre a situação.

O caso terminava ali, e ponto final. Foi quando percebi que estava faltando algo. Algo que nunca tinha me ocorrido nos dezoito anos de estudos no Brasil. Não havia nenhuma pergunta do professor a responder. O que nós teríamos de fazer com aquele amontoado de palavras? Eu, como meus outros colegas brasileiros, esperava perguntas do tipo "Deve o presidente mudar de agência de propaganda ou demitir seu diretor de marketing?". Afinal, estávamos todos acostumados com testes de vestibular e perguntas do tipo "Quem descobriu o Brasil?".

Harvard queria justamente o contrário. Queria que nós descobríssemos as perguntas que precisam ser respondidas ao longo da vida. Uma reviravolta e tanto. Eu estava acostumado a professores que insistiam em que decorássemos as perguntas que provavelmente iriam cair no vestibular. Adorei esse novo método de ensino, e quando voltei para dar aulas na Universidade de São Paulo, trinta anos atrás, acabei implantando o método de estudo de casos em minhas aulas. Para minha surpresa, a reação da classe foi a pior possível.

"Professor, qual é a pergunta?", perguntavam-me. E, quando eu respondia que essa era justamente a primeira pergunta a que teriam de responder, a revolta era geral: "Como vamos resolver uma questão que não foi sequer formulada?".

Temos um ensino no Brasil voltado para perguntas prontas e definidas, por uma razão muito simples: é mais fácil para o aluno e também para o professor. O professor é visto como um sábio, um intelectual, alguém que tem solução para tudo. E os alunos, por comodismo, querem ter as perguntas feitas, como no vestibular.

Nossos alunos estão sendo levados a uma falsa consciência, o mito de que todas as questões do mundo já foram formuladas e solucionadas. O objetivo das aulas passa a ser apresentá-las, e a obrigação dos alunos é repeti-las na prova final.

Em seu primeiro dia de trabalho você vai descobrir que seu patrão não lhe perguntará quem descobriu o Brasil e não lhe pagará um salário por isso no fim do mês. Nem vai lhe pedir para resolver "4/2 = ?". Em toda a minha vida profissional nunca encontrei um quadrado perfeito, muito menos uma divisão perfeita, os números da vida sempre terminam com longas casas decimais. Seu patrão vai querer saber de você quais são os problemas que precisam ser resolvidos em sua área. Bons administradores são aqueles que fazem as melhores perguntas, e não os que repetem suas melhores aulas.

Uma famosa professora de filosofia me disse recentemente que não existem mais perguntas a ser feitas, depois de Aristóteles e Platão. Talvez por isso não encontramos solução para os inúmeros problemas brasileiros de hoje. O maior erro que se pode cometer na vida é procurar soluções certas para os problemas errados. Em minha experiência e na da maioria das pessoas que trabalham no dia-a-dia, uma vez definido qual é o verdadeiro problema, o que não é fácil, a solução não demora muito a ser encontrada.

Se você pretende ser útil na vida, aprenda a fazer boas perguntas mais do que sair arrogantemente ditando respostas. Se você ainda é um estudante, lembre-se de que não são as respostas que são importantes na vida, são as perguntas. Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br) Editora Abril, Revista Veja, edição 1898, ano 38, nº 13, 30 de março de 2005, página 18

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Carbono14 uma máquina de tempo

Análise da presença de elementos químicos radioativos permite estimar a idade dos fósseis

Seis milhões de anos. Essa é a idade daquela que provavelmente é nosso ancestral mais antigo, conhecido pelo singelo nome Orrorin tugenensis. Apesar de bem velhinho, ele tem sido afrontado por muitos paleontólogos, que duvidam do seu pedigree (será ele realmente um hominídeo ou apenas um chimpanzé?). Assim, oficialmente, a coroa de vovô ainda pertence ao Ardipithecus ramidus, um garotão de 4,4 milhões de anos, e a briga entre esses dois parece muito longe do fim.

Mas como os cientistas sabem que o Orrorin e o Ardipithecus viveram há tanto tempo? Ou, então, como poderiam afirmar que o Santo Sudário – o manto que teria envolvido Jesus Cristo depois da crucificação – deve ser falso, pois teria sido produzido na Idade Média, por volta de 1300 d.C.? Ou que certas pinturas nas cavernas de Lascaux, na França, foram feitas por homens pré-históricos há 16 mil anos?

Resposta: por meio de testes com carbono-14. Mas que método é esse? Imagine a seguinte situação: um rapaz, aos 20 anos, ostenta uma enorme cabeleira. Mas, para seu

desespero, a partir daí, o destino cruel começa a levar os cabelos. Aos 30 anos, restam metade dos fios dos 20. Aos 40, metade do que ele tinha aos 30. E assim por diante. Quer dizer: observando seus cabelos, sempre poderemos estimar a idade.

Com os fósseis, o raciocínio é semelhante. Claro que ninguém analisa a cabeleira dos fósseis, mas sim o teor de determinados elementos químicos na sua constituição, ou nos utensílios e rochas encontrados a eles.

No caso do carbono-14 (C-14), a idéia é a seguinte: as plantas absorvem o C-14 (14 é a soma de prótons e nêutrons no núcleo desse átomo) durante a fotossíntese. O C-14 passa dos vegetais para os animais pela cadeia alimentar. Assim, todos os seres vivos apresentam um certo teor fixo de C-14. Quando a planta ou o animal morre, suas reservas de C-14 diminuem porque, como todos os elementos radioativos, o C-14 decai (transforma-se em outro elemento químico, no caso, o nitrogênio-14). O C-14 perde metade de sua massa a cada 5.730 anos. Em outras palavras, temos um relógio que começa a funcionar no momento em que o ser morre.

Esses 5.730 anos do C-14 são chamados de meia-vida. Dessa maneira, pode-se fazer a datação de um fóssil (ou de um artefato de madeira, ou de uma pintura) pelo raciocínio abaixo, muito parecido com o do caso do nosso amigo ex-cabeludo.

O único porém é que, depois de 70 mil anos, sobra tão pouco que fica difícil medir. É por isso que esse método não serve para datação de materiais mais antigos.

Para esses casos, existem outros testes, quase todos baseados nos mesmos princípios de meia-vida e radioatividade. Um exemplo é o método potássio (k-40)/argônio (Ar-40). O K-40, radioativo, decai, originando o Ar-40 (meia-vida: 1,3 bilhão de anos). Por raciocínio semelhante ao do C-14, pode-se estimar a idade, por exemplo, de rochas – como as lunares, de quatro bilhões de anos, trazidas pela expedição Apolo 11 – e de fósseis, como os dos nossos avós Orrorin e Ardipithecus.

Até mesmo a idade do nosso planeta já foi calculada (método urânio-238/ chumbo-206) Com o conhecimento da meia-vida do urânio-238 (4,5 bilhões de anos), chegou-se à estimativa de mais de 4,5 bilhões de anos.

É uma viagem no tempo que parece coisa de ficção científica. Mas que acontece de verdade, graças à precisão e à criatividade dos pesquisadores.

10  

5  

2,5  1,25  

0  2  4  6  8  10  

5730   11460   17190   22920  

Concentração  do  Carbono  14  em  partes  por  bilhão    

anos  

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Darwin  –  A  Origem  das  Espécies  

O  livro  que  abalou  o  mundo  

Alfred  Wallace  sabia  do  interesse  de  Darwin  sobre  a  evolução  e  lhe  mandou  uma  carta  com  o  resumo  de  sua  teoria:  “Sobre  a  tendência  de  as  variedades  se  afastarem  indefinidamente  do  tipo  original”.  Perplexo,  com  o  que  o  Wallace  tinha  escrito,  era  toda  a  sua  teoria  e  disse:  “Até  os  termos  dele  estão  nos  títulos  dos  meus  capítulos”.    Lyell  e  Hooker,  amigos  dos  cientistas,  aconselharam  que  os  dois  lessem  seus  trabalhos  em  um  congresso,  o  que  se  deu  na  Reunião  da  Sociedade  Lineana  de  Londres,  em  junho  de  1858.  Mas  Darwin,  tinha  reunido  muito  mais  provas  para  defender  a  sua  teoria  do  que  Wallace.  E  assim,  em  24  de  novembro  de  1859,  foi  publicado  A  origem  das  espécies  por  seleção  natural.  

Reação  contra  “A  origem  das  espécies”  

Muitos  colegas  de  Darwin  se  voltaram  contra  ele,  após  a  publicação  do  livro.  Um  deles  foi  Adam  Sedgwick  ,  professor  de  Cambridge,  Richard  Owen,  que  ajudara  com  as  espécimes  do  Beagle.      Porém,  houve  outros  que  reconheceram  a  genuína  ciência  das  ideias  de  Darwin.  Juntamente  com  os  amigos,  Hooker  e  Lyell,  o  biólogo  Thomas  Huxley,  falou  em  favor  dele  na  Inglaterra.  Em  oposição  ao  clérigo  americano,  Asa  Gray,  professor  de  botânica  na  Universidade  de  Harvard,  o  defendeu.    

 Pensamento  em  rede    Como  explicar  que  Wallace,  estando  do  outro  lado  do  mundo,  tivesse  alcançado  as  mesmas  ideias  de  Darwin?    Será  por  que  quando  pensamos  operamos  em  rede  mental?  

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Conceitos - Espiritualismo versus Espiritismo As religiões que pregam a sobrevivência do espírito após a morte do corpo são classificadas

como espiritualistas. Todos os espíritas são espiritualistas, mas nem todos os espiritualistas são espíritas.

As religiões de modo geral, buscam entender e explicar o sentido da vida, da dor, morte, bem como a vida além da vida e cada uma faz a sua interpretação possível, influenciada pela cultura e pela consciência critica do seu tempo.

O Espiritismo pode ser conceituado como o estudo, a interpretação e a prática dos princípios

da Doutrina Espírita, descobertos e organizados por Allan Kardec. Desde Allan Kardec e suas descobertas a comunicação com espíritos orientadores adquiriu

um novo padrão e têm propiciado aos estudiosos do assunto o acesso à informações que permitem fazer o novo olhar sobre ambos os lados da vida.

Reencarnação

Apesar da crença na sobrevivência do espírito, muitas religiões pregam que só se encarna uma vez. Em outras palavras é como se fosse proibido ao espírito voltar em um novo corpo para aprender o que não foi possível aprender nesta encarnação, para os crentes na encarnação única, ou até então, para os crentes nas experiências multi-encarnatórias.

Há outras correntes de pensamento religioso que acreditam na eterna recorrência, ou seja,

que o ser nunca se livra da reencarnação. O Espiritismo entende que o processo reencarnatório é uma das fases da evolução do espírito.

Livre Arbítrio

O livre arbítrio, ou seja, nossa liberdade para pensar, falar e agir, bem como a ampliação

gradual da nossa consciência sobre esta liberdade e suas consequências faz parte do processo de evolução do espírito.

Nossa liberdade é equilibrada por outra lei conhecida como causa e efeito. O fato de não haver controle externo em nossas decisões, implica que também não há intervenção na colheita dos efeitos do nosso plantio. Mais cedo ou mais tarde encontraremos os efeitos prazerosos ou dolorosos do que ajudamos a construir em nosso presente, tanto pelas nossas ações como pelas nossas omissões. Mediunidade

Um dos recursos que dispomos como meio de acesso e orientação é a mediunidade. Este é

um recurso que todos temos em potencial e que usamos em maior ou menor grau e cujo aperfeiçoamento depende do exercício.

Cada um de nós é como uma rádio ligada em tempo integral fazendo sintonia com as redes de pensamento universal. Assim como o potencial de ouvir e aprender a falar dos bebês, podemos aperfeiçoar nossa capacidade de fazer acesso e troca de ideais com as infinitas faixas mentais que preenchem o universo do pensamento. Podemos comparar o potencial musical com o potencial mediúnico. Como espíritos todos têm o potencial musical pleno, mas nem todos se interessam em aprender a ler partituras, tocar instrumentos, compor melodias e cantar.

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Espiritualização

Ao olharmos a espiritualização como processo, podemos começar com a frase de Leon Denis: - “A consciência dorme no mineral, desperta no vegetal, se move no animal e pensa no ser humano”.

Processo pressupõe sequência de eventos e no que diz respeito à espiritualização ainda não entendemos seu princípio ou seu fim. Descobertas arqueológicas apresentam evidências que nos permitem imaginar uma época em que os humanos primitivos não tinham qualquer consciência do espiritual. No início os humanos concebiam apenas o mundo material.

Achados fossilizados parecem sugerir o aparecimento da consciência do espiritual quando nossos antepassados passaram a enterrar seus pares com alguns dos seus pertences. Há registros de pessoas enterradas com armas, joias, símbolos de nobreza, alimentos, etc.

Os egípcios chegaram a desenvolver a técnica da mumificação, na esperança de usar seu próprio corpo na vida após a vida. Ao contrário deles, os rituais gregos incluíam a colocação de uma moeda sob a língua nos campos de batalha, ou de uma moeda em cada olho na cremação. As moedas deveriam servir para pagar Caronte, o barqueiro que os levaria ao Hades, ou mundo das sombras. Evidências como estas demonstram que a crença na existência do mundo espiritual é muito antiga. Com o passar do tempo começam as comunicações entre o mundo material e o mundo espiritual. . Moisés edita os 10 mandamentos possivelmente sob a orientação de um espírito orientador. . A Pitonisa de Delphos responde aos questionamentos de pessoas que a procuram demonstrando um crescente reconhecimento da possibilidade da comunicação entre o mundo material e o espiritual.

No século XIX as comunicações se intensificam e ganham caráter científico, com a presença de pessoas de reconhecida credibilidade, em torno do fenômeno das mesas girantes e a anotação de perguntas e respostas, que acabaram desaguando na psicografia e psicofonia. O processo começou a ocorrer em vários países com a participação de homens e mulheres de várias áreas do conhecimento.

Solidifica-se a consciência de que a comunicação entre o polissistema material e o polissistema espiritual é uma das características do espírito, tanto encarnado quanto desencarnado.

A descoberta é maravilhosa, pois através destas comunicações o Homem finalmente se dá conta de que é realmente um espírito imortal.

Como consequência descobrimos que não somos seres materiais vivendo uma experiência espiritual; somos seres espirituais vivendo mais uma experiência material.

Neste estágio compreendemos que o mundo material é apenas uma parte do universo natural que inclui o polissistema espiritual e o polissistema material.

À medida que o homem descobre que é um espírito sujeito às leis naturais, ele alcança a compreensão da imortalidade e o sentido da reencarnação como caminho da evolução. Com isso sua visão da vida, do mundo, do ser e das coisas, se altera por inteiro e suas atitudes antes despreocupadas, mudam para atitudes cada vez mais consequentes.

Neste estágio o homem encarnado alcança o sentido da reespiritualização onde sua atitude passa ser a de buscar a harmonização entre o mundo natural e o mundo cultural em que vive.

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O que é o Espiritismo? – Alguns conceitos

O Espiritismo é o estudo, a interpretação e a prática dos princípios fundamentais da Doutrina Espírita. A Doutrina Espírita é a parte do sistema de ideias conhecido como Doutrina dos Espíritos que Allan Kardec conseguiu descobrir e documentar.

Para que serve o espiritismo? - Para ensinar a pensar e não o que pensar... - Para ajudar o ser a fazer exercício pleno do livre arbítrio... - Para ajudar o ser a administrar os desafios e contradições do cotidiano... - Para ajudar a fazer a unidade do conhecimento

- - - 0 - - -

“O centro espírita é um laboratório que busca a verdade” Antonio Grimm

O Espiritismo procura, na vivência da ciência, fazer a verdade através da prova. Na filosofia, procura mostrar, afirmar, reunir e expor o pensamento sobre a evolução da vida à luz do conhecimento. Na concepção religiosa, faz vida consciente, operando, mediante a história de vida de cada um, a força do autoconhecimento, objetivando o alcance da identidade com o Creador.

Espírito Antonio Grimm

O Espiritismo é a religião da compreensão alcançada, do entendimento construído, dos valores vivenciados, da modificação consciente do comportamento através do conhecimento renovado de si mesmo, do conhecimento renovado do significado e da unidade da vida, do conhecimento renovado da identidade com o Creador.

O religioso espírita é o que sustenta pensamento, linguagem, comportamento, que o

aproximam cada vez mais, do agenciar conscientemente a organização, o ordenamento, a harmonia, a estruturação inteligente do universo.

Espírito Leocádio José Correia

O Espiritismo é ciência empírica, reflexão filosófica e religião natural.

O Espiritismo é uma doutrina que abrange todo o conhecimento humano, acrescentando-lhe as dimensões espirituais que lhe faltam para a visualização da realidade total. O mundo é o seu objeto, a razão é o seu método e a mediunidade é o seu laboratório.

J. Herculano Pires

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Doutrina dos Espíritos

O que é uma Doutrina? - Doutrina é um conjunto de princípios que servem de base para um sistema de ideias. O

Direito, por exemplo, é baseado em princípios que se sustentam em sua própria lógica, como aquele que afirma: “todos são iguais perante a lei”, ou “não se deve penalizar o mesmo réu duas vezes pela mesma falta”; ou “a pena não deve ser maior que o crime”.

Os princípios espíritas mais evidentes são: Deus como causa primária de todas as coisas;

Jesus como exemplo de comportamento construtivo do bem e da paz; o livre arbítrio como meio de permitir o aprendizado da liberdade com responsabilidade; reencarnação como oportunidade de voltar ao polissistema material para aplicar o conhecimento adquirido e ampliar o conhecimento faltante; e a mediunidade como meio de acesso e comunicação com os demais seres inteligentes do universo.

Entre os demais princípios podemos lembrar o espírito, a imortalidade, a evolução, a trajetória, a inteligência, o aprendizado, entre outros.

Quanto mais estudamos, mais compreendemos que a Doutrina dos Espíritos faz parte do

existente. Allan Kardec fez uma enorme contribuição para com a humanidade ao descobrir e registrar seus princípios.

Entendemos que a Doutrina dos Espíritos não está pronta, pois o conhecimento se expande

continuamente. O estudo da Doutrina dos Espíritos em torno dos eixos; filosofia, ciência e religião nos permite tecer a unidade do conhecimento de forma transdisciplinar e ir compreendendo os seus princípios e suas relações de causa e efeito.

A Doutrina dos Espíritos procura ajudar o ser a revelar-se a si mesmo.

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Introdução à Filosofia

Disse Aristóteles que “aquele que estudar como as coisas começaram terá delas a mais clara visão”. Humberto Rohden revela que ao estudar algo novo, o iniciado por fazer por 3 fases conhecidas como

CONFUSÃO, DEMOLIÇÃO e RECONSTRUÇÃO. Confusão entre verdades pessoais e realidades objetivas. Demolição de mitos e crenças infundadas. Reconstrução com base em evidências e deduções lógicas. No processo de filosofar, é importante lembrar de algumas lições de filosofia: A primeira, sugerida pelo grande professor de filosofia e história é: - Todos nós podemos estar equivocados. Will Durant NOSSA HERANÇA ORIENTAL.pag.569 A segunda lição sugerida por Immanuel Kant é: - Não se aprende filosofia, aprendemos a filosofar. A terceira lição é que “filosofar é questionar as certezas”. A quarta lição é que “a certeza equivocada é mais perigosa do que a dúvida”. Para compreender melhor esta terceira lição imagine-se de olhos vendados em um trampolim de 10

metros sem ter a certeza de que há água na piscina. Pular ou não pular? Eis a questão! Isto posto filosofemos!

O que é filosofia? O termo filosofia parece ter origem na junção dos termos gregos philo e sophós. Desta combinação parece vem o termo philosophos que na atualidade se escreve filósofos. Philo significa amigo ou amante e sophós significa sabedoria. É importante conceituar sabedoria como o conhecimento aplicado ao bem, ou o conhecimento eticamente aplicado, para evitar a confusão entre conhecimento e sabedoria. Conhecimento é saber; sabedoria é saber usar o saber para o bem da humanidade. Com base nisso podemos concluir que todos os que buscam o conhecimento para produzir o bem, são, em tese, filósofos. Isto não impede que uma pessoa mal intencionada filosofe; visto que filosofar é buscar um entendimento maior do que o que a pessoa possui no momento em que questiona seu conhecimento atual. Quando filosofa, a pessoa pode, entre outras coisas, estar buscando pelo uso da razão, alcançar o entendimento dos fundamentos e princípios do ser; do mundo; da vida; da dor; da morte. Filosofar é, portanto, a atitude de repensar o pensar. É o esforço consciente; crítico e racional de ampliar o conhecimento. É por assim dizer um processo de reflexão crítica sistemática. É como se fosse o conhecimento duvidando de si mesmo para ter certeza de que não está iludindo a si mesmo. O processo de filosofar é exercido pelo que podemos chamar de atitude filosófica. Cada vez que usamos nossa razão para questionar o que sabemos ou o que nos dizem saber, estamos filosofando.

O QUE É FILOSOFAR?

Fazer reflexão avaliativa de maneira sistemática. Repensar o pensado.

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Expressão da razão para compreender a realidade. A Filosofia se afigura como uma interminável curiosidade contaminada por uma desconfiança

sistemática incurável. O oposto de magia. (do ótimo livro O MUNDO DE SOFIA) É o esforço consciente, crítico e racional de ampliar conhecimento. É o estudo das grandes questões do homem no que diz respeito à vida, origens, universo. É busca da verdade que se faz em processo racional, aberto e contínuo. É o uso da razão e da argumentação como instrumentos para alcançar a verdade. Potencial crítico que permite ao homem alterar a sua visão de realidade. Antonio Grimm Questionar as certezas. (frase do programa Fantástico) Para que serve a filosofia? Para questionar o conhecimento estabelecido; Para construir novos conceitos; Como ferramenta para abrir ideias fechadas. (EWW) Para nortear a ação, servir de referência; A filosofia levanta questões e constrói respostas que não são absolutas. A filosofia busca pela razão o que está além da experiência Um nova verdade serve de instrumento para se alcançar outras verdades. Para ampliar a consciência do homem sobre si mesmo, sobre os outros, sobre o mundo, sobre o

universo; Quais são as ferramentas do ato de filosofar? - a observação, o pensar, os conceitos, os dados, a informação, a lógica, a razão, a dedução...

Você já viu um filósofo? Filosofamos quando: - Repensamos nossos valores. Quando submetemos as verdades ao crivo da

razão. Veja o exemplo de Hagar o Horrível; um dos mais famosos guerreiros Vikings, que invade diariamente as tirinhas de jornais no mundo todo, graças ao talento do seu criador Dick Browne. No primeiro quadro, em um esforço de motivar seus homens em meio à uma luta, ele brada:

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Em seguida em um belo exemplo de atitude filosófica, seu fiel escudeiro, Lucky Sortudo diz:

Veja bem o olhar desapontado do Hagar ao ver a sua verdade questionada de maneira tão hábil. -- Não é uma pérola?!

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Para que serve a filosofia? Pela tirinha do Hagar podemos concluir que a atitude filosófica pode servir para questionar o

conhecimento estabelecido; para construir conceitos novos; para ampliar o entendimento; para ampliar a consciência do homem sobre si mesmo, sobre os outros, sobre o mundo, sobre o universo. Pode ainda servir para nortear a ação, servir de referência.

Qual a diferença entre filosofia e mito? O mito surgiu antes, quando as pessoas não tinham a capacidade de analisar criticamente e

concluir que determinadas explicações não tinham sustentação lógica. Algo semelhante ocorreu com todos nós durante uma parte da nossa infância quando éramos alegres prisioneiros do mito do Papai Noel, ou do coelho da páscoa, por exemplo.

Note que o mito não é lógico, não é coerente, não é consistente, não se adapta à mudanças, mas é útil em um determinado estágio da evolução. O mito não tem compromisso com o racional e procura atender o imediato sem se importar com as contradições. Por outro lado a filosofia tenta ser racional sustentando posições com coerência, evitando contradições.

Segundo o historiador Will Durant, os chineses acreditavam que os espíritos maus habitavam a Terra, mas como só andavam em linha reta era possível impedir sua entrada nas casas pela colocação de um biombo em frente às portas.

O QUE É CIÊNCIA? Estudo das leis naturais. Busca do conhecimento verificável. Em seu livro Filosofia para não filósofos, o filósofo contemporâneo Albert Jacquard explica

que o procedimento científico não utiliza o verbo crer; a ciência contenta-se em propor modelos explicativos provisórios da realidade; e está pronta para modificá-los, desde que uma nova informação traga alguma contradição.

“Novas verdades se tornam evidentes, quando novos instrumentos se tornam disponíveis.” Rosalyn Yalow - Prêmio Nobel de Medicina

Antes da luneta, a maioria das estrelas “não existia”, pois as escrituras diziam que os astros eram 1022. (Blaise Pascal)

Qual a diferença entre filosofia e ciência? O dicionário afirma que ciência é o conjunto organizado de conhecimentos. Podemos

entender ciência também como o estudo metódico que visa testar hipóteses e permitir a previsão de eventos. A Ciência usa instrumentos como a medição, a verificação, a comparação para submeter o conhecimento ao estudo sistemático.

A ciência não admite opiniões ou preferências pessoais. Para sustentar-se, uma teoria tem que resistir às tentativas que buscam provar o contrário. A ciência é, portanto, objetiva. O conhecimento científico é confiável por que busca a comprovação através de métodos de maneira que não haja dúvida possível. Seus métodos buscam verificar que a verdade corresponde à realidade. Na ciência tudo é objeto de estudo; de observação; de experimentação. Tudo está subordinado ao como, por que e para que? A Filosofia investiga os fundamentos do conhecimento sem preocupação de uma resposta única e pronta, mas ambas trabalham o processo racional e lógico. Tanto a Ciência quanto a Filosofia trabalham o processo racional e lógico.

A Ciência sabe muito sobre pouco, mas quando perguntada sobre o significado da vida, a Ciência não tem o que dizer. As grandes questões da vida envolvem valor e não há como serem respondidas pela ciência, elas são questões filosóficas.

HÁ CIÊNCIA ESPÍRITA? - Há a aplicação de metodologia científica na pesquisa espírita.

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HÁ FILOSOFIA ESPÍRITA? - Há a aplicação da metodologia filosófica no pensamento espírita.

“As palavras são para o processo de pensar, o que os instrumentos são para o trabalho”. Will Durant.

A Filosofia, a Ciência e a Religião são perfeitas? - Como poderiam seres imperfeitos produzir ideias perfeitas? - As pessoas são fáceis ou difíceis, de se lidar e entender? ... e nós não somos pessoas? - Como praticar o espiritismo sem atitude filosófica, científica e ética? - Se não faço reflexão sobre a vida não estou aproveitando o potencial do meu livre arbítrio. - No comportamento moral eu escolho como devo viver. Escolhendo valores, estou sempre

me construindo. Às vezes pelo amor e às vezes pela dor. Fontes: - www.sbee.org.br - www.mediunato.org ; - Textos do Coordenador Mário Eduardo Branco apresentados na SBEE. - JACGUARD, A. - Filosofia para não filósofos - GRIMM, A – CRUZ, M.R, Cadernos de Psicofonias - DURANT, W. – História da Filosofia - OSBORNE, R. – Filosofia para principiantes. - Anotações das aulas do espírito Antonio Grimm (psicofonias do prof. Maury R. Cruz)

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CONCEITOS – O PASSE

Apesar de ser uma prática muito antiga, a Ciência sabe muito pouco sobre o passe. Até o presente o passe espírita tem sido entendido como uma espécie de transfusão de energia espiritual que pode alterar o campo celular. Alguns o vêm como técnica e outros como um ato de amor. O passe não foi inventado por nenhuma religião, mas vem sendo estudado pelo Espiritismo. Muitos relatos nos dão conta de que Jesus usava o passe. Quando dois ou mais espíritos, encarnados ou não, estabelecem uma sintonia, cria-se um fluxo de energia, onde um dos efeitos é o de reorientar o campo energético de ambos. Esse fenômeno foi inicialmente chamado de magnetização animal e Kardec e outros o estudaram por muitos anos. Entende-se que durante o passe a pessoa emite ou canaliza uma espécie de energia que alcança o campo energético de todos os envolvidos. Assim entendido o passe pode ser visto como uma ação consciente que envolve permissão entre o passista e o receptor. Pelo passe, a mente revitaliza a vida celular. O passe tornou-se popular pela sua eficácia. Nele, o paciente assimila os recursos vitais, retendo-os na sua constituição psicossomática, através das várias funções do sangue. Podemos dizer que o passe atua diretamente sobre o corpo espiritual de três formas diferentes: como revitalizador, compondo as energias perdidas; reorientando o fluxo energético; e como auxiliar na cura das enfermidades, a partir do reequilíbrio do corpo espiritual. O termo correto é fazer um passe tanto para quem o recebe quando para quem o aplica. A energia não sai do médium, mas envolve os participantes.

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ÉTICA  é  uma  coisa  relativa?  Dinâmica      O  sociólogo  Peter  Berger  escreveu  um  livrinho  interessante  chamado:  "Introdução  à  Sociologia".    Um  dos  seus  capítulos  tem  um  título  estranho:  "Como  trapacear  e  se  manter  ético  ao  mesmo  tempo".    Para  sustentar  a  ideia  o  autor  defende  que  na  política,  é  de  suma  importância  juntar  ética  e  trapaça.  Para  explicar  ele  conta  a  seguinte  historieta.    Em  uma  cidade  dos  Estados  Unidos  havia  uma  congregação  religiosa  e  seus  membros  faziam  parte  de  um  ramo  do  cristianismo  muito  rigoroso  nos  seus  princípios  éticos.      Na  mesma  cidade  havia  uma  fábrica  de  cerveja  que,  para  aquela  congregação,  era  a  vanguarda  de  Satanás.  O  líder  religioso  não  poupava  a  fábrica  de  cerveja  nas  suas  pregações...  Aconteceu,  entretanto,  que,  por  razões  pouco  esclarecidas,  a  fábrica  de  cerveja  fez  uma  doação  de  500  mil  dólares  para  a  dita  congregação.  Instalou-­‐se  uma  acalorado  debate!    Os  membros  mais  ortodoxos  foram  unânimes  em  denunciar  aquela  quantia  como  dinheiro  do  diabo  e  que  não  poderia  ser  aceito.  Mas,  passada  a  exaltação  dos  primeiros  dias  e  acalmados  os  ânimos,  os  mais  ponderados  começaram  a  analisar  os  benefícios  que  aquele  dinheiro  poderia  trazer:  uma  pintura  nova  para  o  prédio  da  organização,  um  órgão  de  tubos,  jardins  mais  bonitos,  um  salão  social  para  festas.      Reuniu-­‐se  então  a  congregação  em  assembleia  para  uma  decisão  democrática.  Depois  de  muita  discussão  registrou-­‐se  a  decisão  no  livro  de  atas:    Debata  o  assunto  com  o  seu  grupo  e  escreva  3  linhas  informando  e  justificando  a  decisão  do  grupo.    

  Após a decisão e debate dos grupos, veja a decisão da assembleia da igreja no final desta coletânea.

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O Caso da Ponte João era casado com Maria e se amavam. Depois de um certo tempo, JOÃO começou a

chegar cada vez mais tarde em casa. Maria se sentiu abandonada e procurou PAULO,

que morava do outro lado da ponte. Acabaram amantes e Maria voltava para casa

sempre antes do marido chegar. Um dia, quando voltava, encontrou um BANDIDO atacando as pessoas que passavam na ponte. Ela correu de volta para casa de PAULO e pediu proteção. Ele respondeu que não tinha nada a ver com isso e que o problema era dela. Ela, então, procurou um AMIGO. Este foi com ela até a ponte, mas se acovardou diante do bandido e não teve coragem de enfrentá-lo. Resolveu procurar um BARQUEIRO, mais para baixo no rio. Este aceitou levá-la por R$ 5,00, mas nenhum dos dois tinha dinheiro.

Insistiram, mas o barqueiro foi irredutível. Aí voltaram para a ponte e o bandido matou Maria.

Coloque os seis personagens em ordem de culpa, isto é, coloque na linha No.1 o maior

responsável pelo que ocorreu e os restantes em ordem decrescente, ficando o número 6 para o menos culpado. Minha Opinião Opinião do Grupo 1. _____________________ 1. _____________________

2. _____________________ 2. _____________________

3. _____________________ 3. _____________________

4. _____________________ 4. _____________________

5. _____________________ 5. _____________________

6. _____________________ 6. _____________________

Escreva o nome da maior vítima.______________________________

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Dinâmica de Grupo - O Caso da Ponte - Instruções para o Coordenador:

1. IMPORTANTE: Leia o Caso da Ponte ANTES de ler as instruções. 2. Organize as pessoas em grupos de 4 pessoas (5 no máximo) 3. Um método simples é o de numerar as pessoas de 1 a 4 e pedir que as pessoas de número 1 se reúnam; a seguir as de número 2 e assim por diante. 4. Peça que leiam com atenção o texto que será distribuído. 5. Após a leitura cada um deve escrever na própria folha os nomes dos culpados por ordem de culpa, do mais culpado para o menos culpado onde o numero 1 é o maior culpado e o numero seis é o menos culpado. Tempo: 5 minutos. 6. Após listar os culpados o pequeno grupo deve escolher uma pessoa para registrar o consenso do pequeno grupo sobre quem são os culpados seguindo a mesma ordem do mais culpado para o menos culpado. Tempo 20 minutos. 7. Neste momento surgirão as discussões e discordâncias e o coordenador poderá ser chamado a dirimir dúvidas. A melhor resposta é que o grupo é soberano e que os dados são apenas os que estão na folha. Uma boa frase para ajudar os participantes a fazerem reflexão sobre a complexidade da interação humana é ... “imaginem como deve ser difícil chegar a um consenso na Câmara dos Deputados...” 8. Ao final do tempo os grupos se reúnem novamente e cada representante de grupo informa o consenso do grupo. As opiniões individuais não vêm mais ao caso, pois foram úteis como ponto de partida para o debate do pequeno grupo. 9. O coordenador registra no quadro ou cavalete os resultados conforme a o plano abaixo os nomes dos culpados pela ordem de consenso de cada grupo:

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 etc...

1. __________ __________ __________ 2. __________ __________ __________ 3. __________ __________ __________ 4. __________ __________ __________ 5. __________ __________ __________ 6. __________ __________ __________

Este exercício tem sido usado nos módulos iniciais e apresenta vários benefícios:

1. Ajuda na integração do grupo devido à interação que gera para construção do consenso. A opinião do grupo tende a ser diferente da opinião de cada pessoa. 2. Permite ampliar a consciência sobre as dificuldades de construir um entendimento quando várias pessoas estão envolvidas. 3. Permite avaliar as dificuldades do processo de julgar a partir de informações insuficientes recebidas de terceiros.

Fechamento: Comentários do coordenador

1. O objetivo não é descobrir quem tem razão ou qual grupo acertou. 2. Não é possível julgar uma situação que não vivemos. 3. Como julgar o João ou a Maria, se não conhecemos seus motivos? 4. Na verdade, ao final que cada situação, processo ou vida, todos seremos julgados por alguém que viu tudo. Quem é esse alguém ? É comum os participantes afirmarem que é Deus. A melhor resposta contudo é: seremos julgados por nossa própria consciência. Nós estávamos

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lá. Nós agimos conscientemente. Quando alcançarmos o que fizemos, nós nos cobraremos e tão logo isso ocorra, o que mais buscaremos é uma nova oportunidade para refazer o caminho. 5. Estas razões fortalecem as convicções porque muitos já vivemos situações de arrependimento e podemos avaliar como é importante o perdão e a oportunidade de refazer o caminho. Compensar o erro cometido. Reencarnar e fazer melhor desta vez. 6. Conclusão: não estamos preparados para julgar o outro. Somente a nós mesmos. 7. Para encerrar é importante perguntar: Quem é a maior vítima? O nome que aparece neste ponto é normalmente o da Maria. Contudo, tão logo alcance as consequências do que fez, a maior vítima do remorso será o bandido que matou a Maria violando um dos princípios fundamentais que é a vida.

Fora estas sugestões entra o conteúdo já trabalhado pelo grupo no tocante ao livre arbítrio e a lei de causa e efeito e todas as implicações decorrentes. O coordenador pode enriquecer muito esta dinâmica e oferecer ideias sobre melhorias que podem ser incorporadas a estas instruções. Se você tiver sugestões ou perguntas escreva para [email protected] Boa reunião!

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O Dilema da Vacina

Há uma epidemia de gripe que mata em

poucos dias não poupando ninguém. Todos os

laboratórios foram convocados a produzir a vacina

AEPIRG que protege contra a gripe fatal.

Descobriu-se que entre as pessoas que já

foram vacinadas, algumas adquiriram o vírus e

estão morrendo por causa da vacina.

Técnicos do Ministério da Saúde defendem

que a produção sob suspeita seja suspensa, mas

ninguém sabe qual laboratório está produzindo a

vacina que mata, ou se todos estão.

A falta da vacina pode multiplicar o número de mortos.

Você faz parte do controle de qualidade de um dos laboratórios e você e sua equipe estão

aqui reunidos para debater o assunto.

A pressão é enorme; a produção é insuficiente e pessoas estão morrendo por falta da

vacina.

Seu laboratório tem um lote da vacina e está encarregado de abastecer sua pequena cidade

para a vacinação em massa neste Domingo. Todos terão que ser vacinados, inclusive você e sua

família.

Você e sua equipe descobriram que a causa do problema está na presença de agentes “d” e

“D” que estão no composto de algumas das vacinas produzidas, mas o problema é que não se sabe

quando estarão disponíveis os lotes de vacinas sem os agentes que matam.

São 19h30min de Sábado.

A vacinação iniciará neste Domingo às 07h30min.

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O Dilema da Vacina (Parte 2)

Se você está lendo estas instruções é porque a decisão foi de passar a noite em claro para

inspecionar as vacinas.

Se o controle de qualidade conseguir detectar todas as vacinas contaminadas pelos agentes

“d” e “D” a vacinação será segura; do contrário novas mortes ocorrerão.

O pessoal do controle passou a noite verificando os lotes, mas a cada nova inspeção novos

agentes “d” e “D” são encontrados.

Você tem 15 minutos para liberar ou reter o lote.

Antes de liberar informe quantas vacinas contaminadas pelos agentes “D” ou “d” foram

encontradas.

ANOTE AQUI O RESULTADO DA CONTAGEM INDIVIDUAL _______________________

Nome do(a) inspetor (a): ____________________________________________________

EQUIPES

Contagem 1 2 3 4 5 6 7 8 9

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

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O PODER DA EDUCAÇÃO – texto da dinâmica da vacina Conta-se que o legislador Licurgo foi convidado a proferir uma palestra a respeito de educação. Aceitou o convite, mas pediu, no entanto, o prazo de seis meses para se preparar. O fato causou estranheza, pois todos sabiam que ele tinha capacidade e condições de falar a qualquer momento sobre o tema e, por isso mesmo, o haviam convidado.

Transcorridos os seis meses, compareceu ele perante a assembléia em expectativa. Postou-se à tribuna e logo em seguida, entraram dois criados, cada qual portando duas gaiolas. Em cada uma havia um animal, sendo duas lebres e dois cães. A um sinal previamente estabelecido, um dos criados abriu a porta de uma das gaiolas e a pequena lebre, branca, saiu a correr, espantada. Logo em seguida, o outro criado abriu a gaiola em que estava o cão e este saiu em desabalada carreira ao encalço da lebre. Alcançou-a com destreza trucidando-a rapidamente. A cena foi dantesca e chocou a todos. Uma grande admiração tomou conta da assembléia e os corações pareciam saltar do peito. Ninguém conseguia entender o que Licurgo desejava com tal agressão. Mesmo assim, ele nada falou. Tornou a repetir o sinal convencionado e a outra lebre foi libertada. A seguir, o outro cão. O povo mal continha a respiração. Alguns mais sensíveis levaram as mãos aos olhos para não ver a reprise da morte bárbara do indefeso animalzinho que corria e saltava pelo palco. No primeiro instante, o cão investiu contra a lebre. Contudo, em vez de abocanhá-la deu-lhe com a pata e ela caiu. Logo ergueu-se e se pôs a brincar. Para surpresa de todos, os dois ficaram a demonstrar tranqüila convivência, saltitando de um lado a outro do palco. Então, e somente então, Licurgo falou; "senhores, acabais de assistir a uma demonstração do que pode a educação. Ambas as lebres são filhas da mesma matriz, foram alimentadas igualmente e receberam os mesmos cuidados. Assim igualmente os cães". "A diferença entre os primeiros e os segundos é, simplesmente, a educação. E prosseguiu vivamente com seu discurso dizendo das excelências do processo educativo. A educação, baseada numa concepção exata da vida, transformaria a face do mundo.” Eduquemos nosso filho, "esclareçamos sua inteligência, mas, antes de tudo, falemos ao seu coração, ensinemos a ele a despojar-se das suas imperfeições. Lembremo-nos de que a sabedoria por excelência consiste em nos tornarmos melhores." Você sabia? Que Licurgo foi um legislador grego que deve ter vivido no século quarto antes de Cristo? E que o verbo educar é originário do latim educare ou educcere e quer dizer extrair de dentro? Percebe-se, portanto, que a educação não se constitui em mero estabelecimento de informações, mas sim de se trabalhar as potencialidades interiores do ser, a fim de que floresçam, à semelhança de bela e perfumada flor.

Considere a frase: “A palavra convence, mas o exemplo arrasta”.

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VELÓRIO – Dinâmica

Em uma dinâmica de grupo para uma vaga para trabalhar em uma empresa multinacional, foi feita a seguinte pergunta para os três candidatos finalistas: "O QUÊ VOCÊ GOSTARIA QUE FALASSEM DE VOCÊ NO SEU VELÓRIO?" Não fale, apenas pense e escreva a resposta que você daria se fosse um dos candidatos à vaga: Após cada pessoa ter tido a chance de colocar a sua opinião, revele as respostas dos candidatos. O 1º candidato disse: - Que eu fui um grande médico e um ótimo pai de família. O 2º candidato disse: - Que eu fui um homem maravilhoso, excelente pai de família, e um professor de grande influência no futuro das crianças. Aí, o 3º arrasou: - Gostaria que eles dissessem: -"OLHA, ELE ESTÁ SE MEXENDO..."

............................ Após o momento alegre aproveite para debater sobre a importância de poder olhar para traz com serenidade e segurança de ter feito o seu melhor durante mais esta encarnação.

 

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TESTE: Você se conhece? Os livros contam que a frase CONHECE A TI MESMO estava na entrada de um famoso templo de Delfos na Grécia antiga. Desde então pelo menos 2500 anos se passaram. Será que já conhecemos a nós mesmos? Entendemos que quem se conhece, se administra melhor. Veja como você se sai.

1. Sou um corpo ou tenho um corpo? a) Sou um corpo b) Tenho um corpo c) Ainda não sei

2. Se tenho um corpo, o que sou?

a) Sou energia b) Sou um espírito c) Ainda não sei

3. Se sou um espírito, o que é o espírito?

a) Ser vivo b) Ser inteligente do Universo c) Ainda não sei

4. Se sou um espírito, quando eu morrer acaba tudo?

a) Sim. Morreu acabou. b) Não. Meu corpo morre, mas eu continuo. c) Ainda não sei

5. Até quando viverei como espírito? a) Até aprender tudo o que preciso aprender b) Para sempre, como espírito sou imortal c) Ainda não sei

6. Se eu continuo, poderei voltar a nascer aqui na Terra?

a) Não. Só se nasce uma vez. b) Sim. Poderei reencarnar muitas vezes. c) Ainda não sei

7. Se eu reencarnar, poderei escolher onde nascer e como serei?

a) Sim b) Dependerá das disponibilidades, da minha prontidão e merecimento. c) Ainda não sei

8. Se eu reencarnar, poderei escolher meus próximos pais?

a) Sim b) Dependerá da minha prontidão e da utilidade para mim e para meus pais. c) Ainda não sei

9. Se eu quiser escolher meus pais, há muita espera?

a) Não b) Depende. Estima-se que há uma vaga para cada 10 espíritos. c) Ainda não sei

10. Devo ter pressa para reencarnar?

a) Sim

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b) Não. Sendo imortal, como espírito aprendo em ambos os lados da vida. c) Ainda não sei  

Carta do Chefe Seatle No ano de 1854, o presidente dos Estados Unidos fez a uma tribo indígena a proposta de comprar grande parte de suas terras, oferecendo, em contrapartida, a concessão de uma outra reserva. A CARTA DO ÍNDIO é a resposta dada pelo Chefe Seatle a essa proposta. Posteriormente foi distribuída pela ONU em todo o mundo e é considerada um dos mais belos e profundos pronunciamentos já feitos a respeito do Meio Ambiente. “ Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra ? Essa idéia nos parece estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los ? Cada pedaço desta terra é sagrada para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra da floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho. Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro, e o homem – todos pertencem à mesma família. Portanto, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós. O Grande Chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar sua oferta de comprar a nossa terra. Mas isso não será fácil. Esta terra é sagrada para nós. Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhe vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar as suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz de meus ancestrais. Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicam a qualquer irmão. Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção da terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto. Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda.

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Não há lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos. E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros. O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro – o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro. Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda vida que mantém. O vento que deu a nosso avô seu primeiro inspirar também receber seu último suspiro. Se lhe vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados. Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição : o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir. Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecer vivos. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo. Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem as suas crianças o que ensinamos às nossas, que a terra é nossa mãe. Tudo que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos. Isto sabemos : a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos : todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo que fizer ao tecido, fará a si mesmo. Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos – e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que O possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não é possível. Ele é o Deus do homem, e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e feri-la é desprezar seu criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos. Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força de Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnada do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam. Onde está o arvoredo? Desapareceu. É o final da vida e o começo da sobrevivência.

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Evangelho no Lar O Evangelho tradicional, conhecido e respeitado por todas as religiões; cujo significado é boa nova, contém os ensinamentos e o código moral do Cristo. As parábolas e ensinamentos de Jesus contidas no Evangelho Segundo o Espiritismo são explicados pelos espíritos de maneira acessível ao entendimento da maioria das pessoas.

Apesar da sua linguagem própria da época de Kardec, o evangelho se mantém incrivelmente atual e segue como um farol iluminando a escuridão do entendimento humano sobre a vida, seu sentido e significado. A leitura semanal do Evangelho no lar é uma prática recomendada que deve ser iniciada e mantida como hábito da família e recurso de reflexão sobre os desafios e contradições do cotidiano.

O Evangelho Segundo o Espiritismo é um manual de vida, portanto, sua leitura tem o potencial iluminador para quem busca conhecer, compreender e praticar os ensinamentos de Jesus. Além de ser um referencial moral, serve ainda como recurso educativo e transformador.

Como fazer o Evangelho no Lar Escolha um dia e um horário fixo na semana para fazer o Evangelho. Convide todas as pessoas

da casa – incluindo as crianças – mas não obrigue ninguém a participar. Convide pessoas que trabalham na casa e visitantes eventuais a participar. O respeito à data e hora permitem que plano espiritual se organize e esteja presente às reuniões.

Coloque sobre a mesa, ou em outro local próximo, um recipiente, de preferência que seja de vidro transparente, com água para a fluidificação e sirva para as pessoas após o término da reunião. Outra forma é a de se colocar um copo ou uma garrafa de água com o nome de cada um que poderá ser tomada após a reunião ou durante a semana.

Não existe e nem precisa ser criado nenhum ritual para a leitura do evangelho, portanto, estar sentado em volta de uma mesa, em outro local qualquer, de mãos dadas ou não, com esta ou aquela cor de roupa não vai influenciar em nada. A sinceridade, a boa sintonia, os bons pensamentos e a intenção de fazer o bem são as únicas coisas que contam.

Inicie com uma breve prece agradecendo a oportunidade do momento, a reunião familiar, e o apoio dos espíritos orientadores. A prece é uma conversa com Deus e não uma formula pré-estabelecida. O Evangelho pode ser lido de maneira sistemática até completar sua leitura integral. Como o texto é dividido por mensagens breves de uma ou duas páginas, o tempo pode ser regulado pela leitura e debate destes trechos.

Após a leitura incentive os comentários com a participação daqueles que queiram emitir opinião sobre o conteúdo lido. Debata as dúvidas e as relações com os acontecimentos do dia-a-dia de cada um, lembrando sempre, que o momento é de reflexão e não de critica ao comportamento de quem quer que seja.

Após os comentários pode ser feito um momento de irradiação (pensamentos positivos emitidos para algumas pessoas que não estão presentes, para os hospitais, para a paz, por exemplo). Os nomes podem ser expressos em voz alta ou apenas em silêncio com os pedidos que cada um achar coerente fazer em benefício do próximo – amigo ou não – em seguida faz-se o encerramento da atividade com outra prece agradecendo mais uma vez pela oportunidade do encontro, os ensinamentos e entendimentos, o apoio dos espíritos protetores, a iluminação Deus e Jesus.

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FILMES

FILMES IMPERDÍVEIS TÍTULO

ORIGINAL Atores CATEGORIA COMENTÁRIO Censura

Presente de Grego comédia mãe executiva 12? Destino em dose dupla aventura tudo seria diferente se.... livre A corrente do bem drama cadeia causal livre Pearl Harbor Pearl Harbor drama as tres frases 14 12 homens e uma sentença 12 Angry Man Henry Fonda drama liderança livre Gandhi Gandhi historia a força do bem livre O Clube do Imperador drama causa e efeito 12 Giordano Bruno Giordano Bruno drama um retrato da mentalidade

religiosa 18

Meia Noite e um comédia repetir até aprender livre Moisés Moses Charlton Heston épico histórico livre Quo Vadis Quo Vadis épico histórico livre Beh hur Beh hur Charlton Heston épico histórico livre Contatos imediatos do 3o. Grau Close encounters of the 3rd kind ficção cient. intuição livre K PAX ficção cient. como um ET nos vê livre Irmão urso Desenho Ótica espiritual indigena livre Shrek Shrek Desenho sou o que sou, o que veêm? livre Homem aranha Spider Man aventura a responsabilidade do poder livre Felicidade não se compra James Stuart drama Se vc não existisse que falta

faria? livre

Sete Homens e um destino Mgnificent Seven Yul Briner farwest Baseado no épico, os sete samurais

livre

Inimigo meu Denis Quaid aventura É possível unir inimigos? livre Golpe do destino Willian Hurt drama Um médico vira paciente livre Quando os Anjos Falam A rumor of angels Vanessa Redgrave drama Há vida após a vida? livre Ao mestre com carinho I To Sir with love I Sidnei Poitier drama O impacto de um professor livre Ao mestre com carinho II To Sir with love

II Sidnei Poitier drama O impacto de um professor livre

Lutero Lutero histórico O impacto de um homem integro

livre

As sandálias do pescador Anthony Quinn drama Os dilemas de um papa livre O Feitiço do Tempo Groundhog day Bill Murray ficção Aprendendo com os erros livre

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Fichamento de leitura do livro “O Médium e o Exercício Mediúnico” da irmã Marina Fidélis O objetivo do exercício mediúnico é alcançar “o princípio básico da vida, que é o espiritual”. pg 14 - "O exercício mediúnico, através da teoria e da prática, deve redimensionar a visão crítica do exercitando sobre a vida, a evolução e todos os comportamentos humanos." pg 19 - "O aprendizado no exercício mediúnico deve sensibilizar o médium para as grandes responsabilidades doutrinárias, sociais, espirituais." pg 19 - "Devem os orientadores, continuamente, procurar novas técnicas que permitam maior equilíbrio, satisfação e espiritualidade para os orientandos." pg 23 - "O médium, inserido no processo civilizatório materialista, deve estar atento a não se comprometer com os princípios materialistas que negam o princípio básico da vida, que é o espiritual." pg 23 – “A mensagem espírita fortalece a busca de novos elementos, pois procura afiançar que só há liberdade no espírito quando ele se conhece, sabe quem é, o que quer, o que faz, por que faz;...” pg 24 – “O médium, agente do bem, da fraternidade, não pode cultivar uma bondade aparente. Sua transformação deve ser integral, atingindo, portanto, toda a extensão da sua vida.” Pg 30 – “Devemos associar o ensino da Doutrina dos Espíritos ao momento presente...” Pg 31 – “A educação espírita é libertadora, procura conscientizar e desenvolver em cada indivíduo o sentido universal da vida que é a evolução.” Pg 33 – “O médium deve descobrir, na Doutrina dos Espíritos, respostas, suporte para todos os momentos da existência.” Pg 34 – “O facilitador mediúnico precisa sensibilizar o médium espírita a fazer reflexão sobre a realidade em que vive, para alcançar o conceitual de sua origem, da significação do espiritual, da natureza, do semelhante, da finalidade evolutiva da vida, do exemplo sublime e benevolente de Cristo, da grandeza, da bondade e da justiça de Deus.” Pgs 38 e 39 – Ver questões sugeridas para avaliação do andamento do exercício mediúnico...

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Pg 47 – “A vida em qualquer estágio é sempre um processo para alcançar a plenitude do ser.” Pg 47 – “Não basta cuidar do corpo, é preciso, é fundamental, cuidar do espírito na plenitude de todo seu ser. Toda educação sem fundamentação filosófica é estéril.” Pg 51 – “Não somos mais fortes do que a nossa convicção. Não aprendemos senão pela força inspiradora da nossa convicção.” Pg 52 – “O homem é sempre o seu pensamento, limitado pelo seu ideal; o homem vive a força da sua convicção.” Pg 56 – “A comunhão com Deus traz ao espírito humano a saúde, a paz, o poder, a felicidade, a harmonia.” Pg 60 – “O importante é a transformação íntima, a reforma moral, a consciência do que faz, por que faz, por que deixa de fazer, não perdendo nunca a identidade com o livre-arbítrio.” Pg 60 – “ O Espiritismo explica que não há milagres, tudo se explica racionalmente no Universo.” Pg 61 – “Não há médiuns desenvolvidos na escalada da evolução. Todos caminham em todos os momentos para aprender, modificar comportamentos, melhor operar o sistema universal da vida.” Pg 61 – “O médium deve ter consciência crítica da alta responsabilidade de orientar o próximo sem tirar-lhe a liberdade, de educar sem constranger, de falar em amor exemplificando, de ajudar e agenciar a caridade sem humilhar, de ensinar a liberdade com responsabilidade, se aconselhar sem anular o livre arbítrio, de ser útil sem se sentir indispensável, de participar dos padrões materiais sem descurar dos princípios espirituais, de ser humilde sem servilismo, de acreditar sem imaginar que é dono da verdade, de crer em Deus, no Evangelho de Cristo e na Doutrina dos Espíritos sem perder o raciocínio crítico”. Pg 65 – “Método é um caminho para se alcançar um fim; não há Espiritismo sem Ciência”.

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Allan Kardec (1804 - 1869)

Nascido em Lyon - França - de uma família tradicionalmente voltada para a magistratura e advocacia, Allan Kardec (pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail) desde jovem sentiu-se inclinado ao estudo das ciências e da filosofia Educado na Escola de Pestalozzi, em Yverdum (Suíça), tornou-se um discípulo desse célebre professor e um dos mais zelosos propagandistas do seu sistema de educação.

O fato de ter nascido de uma família católica e de ter sido educado em um país protestante, o fez experimentar situações de intolerância religiosa, o que o levou a conceber, desde cedo, a idéia da necessidade de uma reforma religiosa que culminasse com a unificação das crenças.

Bacharelou-se em Letras e em Ciências; lingüista insigne, falava alemão, inglês, italiano, espanhol e holandês, chegando a traduzir diferentes obras de educação e moral para a língua alemã. Foi membro de várias sociedades culturais e científicas da época, entre outras, a Academia Real de Arrás.

Em 1832 casou-se com Amélie Gabrielle Boudet, estabelecendo residência em Paris. Na própria residência, entre 1835 e 1840, fundou cursos gratuitos de Química, Física, Anatomia, Astronomia, entre outros. Sua preocupação com a Educação, aliás, levou-o a publicar várias obras, abordando os mais variados assuntos, tais como Instrução Pública, Aritmética, Gramática Francesa, Geometria, Química, Física, Astronomia e Fisiologia, sendo que estes últimos eram professados por ele no Liceu Polimático.

Em 1854 Allan Kardec tomou conhecimento dos fatos envolvendo as "mesas girantes e falantes". Começou a assistir as reuniões sem dar muito crédito. Foi convidado a estudar os fenômenos junto à família Boudin. Com o decorrer das pesquisas, Kardec definiu o Espiritismo como uma nova ciência a qual, pelo método experimental, chegou à conclusão de que estas manifestações provavam a existência da alma e de sua sobrevivência ao transe da morte. Percebera que cada espírito possuía um grau de conhecimento e moralidade. A comunicação com os Espíritos resultaram em vasto material, que consistia em relatos, descrições, desenhos e mensagens e, com a ajuda de amigos pesquisadores, Allan Kardec, resolveu estudá-los, classificá-los e explicá-los. Eliminou as repetições ociosas, anotou criteriosamente as falhas, as dúvidas e as lacunas para futuros esclarecimentos a serem ditados pelos Espíritos.

Note-se que Kardec baseava seus estudos nas mensagens de outros médiuns, pois ele mesmo não tinha desenvolvido a habilidade da psicofonia ou psicografia.

Fundou em Paris, a 01 de abril de 1858 a primeira sociedade regularmente constituída, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

Portador de uma lesão grave no coração,desencarnou a 03 de março de 1869, quando contava com 65 anos de idade.

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Breve História do Espiritismo

Em toda história humana, principalmente

entre os povos mais antigos da Índia, Egito, Grécia, aparecem relatos de fatos mediúnicos. Existem registros na Bíblia de que os Hebreus faziam evocações dos mortos. Também observamos registros destes fatos nos escritos religiosos dos Gregos e as pitonisas dos oráculos e entre os Vedas na Índia. Na Idade Média, devido à intolerância religiosa tornou-se difícil a prática destas manifestações.

Somente no século XIX, em 1844, acontece

o início da corrente espiritualista nos Estados Unidos da América, liderada por Andrew Jackson Davis protagonista de diversos fenômenos de desdobramento e experiências fora do corpo físico que levaram à publicação de um conjunto de livros conhecidos como Filosofia Harmônica.

Em 1848 houve maior interesse nas manifestações com o caso das irmãs Fox. O fenômeno

ficou conhecido por ruídos, pancadas e movimentos cujas causas eram desconhecidas. Da América esse fenômeno multiplicou-se por toda Europa, em particular na França onde por alguns anos pessoas se colocavam em torno de mesas que emitiam ruídos e produziam movimentos. As mesas girantes, como foram chamadas na época, viraram moda e criaram divertimento nos salões da França.

Em 1854, Hippolite Leon Denizard Rivail, pedagogo e educador, foi convidado a participar de

reuniões onde era estudado o fenômeno das mesas girantes. Em uma destas ocasiões ele conheceu o Sr. Baudin, passando a frequentar as reuniões em sua casa, onde a técnica utilizada não era mais a das mesas girantes e sim a das cestas escreventes. A partir daí passou a estudar metodicamente os fenômenos, observando, comparando, analisando e registrando todas as experiências de que participava formando um conjunto de mais de cinquenta cadernos de relatos.

Ao concluir que as respostas obtidas através destas manifestações continham profundo

sentido lógico, o estudioso publicou em 1857 o Livro dos Espíritos. O livro foi publicado sob o pseudônimo de Allan Kardec visto que o professor Rivail não achava justo publicar algo que não era dele, mas que provinha do ensinamento de pessoas que já haviam falecido. No ano seguinte fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e editou a Revista Espírita. Em 1859 publicou "O que é o Espiritismo", em 1861, o "Livro dos Médiuns", em 1864 "O Evangelho Segundo o Espiritismo", em 1865 "O Céu e o Inferno", e em 1868 "A Gênese".

Com o desencarne de Allan Kardec em 1869, assumiu a liderança do movimento o espírita

Leon Denis, considerado o consolidador do Espiritismo e à quem se credita o desenvolvimento do lado filosófico da Doutrina Espírita.

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Breve história da SBEE

A Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas, instituição filantrópica e beneficente, tem por objetivo estudar todas as manifestações espíritas; divulgar os princípios da Doutrina Espírita e proporcionar Assistência Social aos que necessitam. A SBEE é uma Sociedade de Utilidade Pública Federal, Estadual e Municipal e teve seu início em 1953, quando da fundação do Agrupamento Espírita Afonso Pena, o qual tinha como médium fundador o médium Maury Rodrigues da Cruz. O planejamento espiritual para a organização da instituição é missão do espírito Leocádio José Correia, cuja proposta visa atualizar a interpretação do Espiritismo.

Cronologia Histórica:

• 1953 - Fundação do Agrupamento Espírita Afonso Penna - grupo familiar. • 1955 - Inaugura a sede do Agrupamento Afonso Penna. • 1956 - Criação da Assistência Social • 1957 - Mudança da sede para a Rua 29 de Junho s / no • 1958 - Alteração de nome para Centro Experimental de Estudos Espíritas Afonso Pena, para

atendimento de uma maior parcela da comunidade. • 1963 - Inauguração da sede própria na Rua 29 de Junho, 504. • 1963 - Fundação do Lar de Meninos Leocádio José Correia, antecessor do atual Lar Escola. • 1965 - Nova alteração de nome para, Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas - SBEE, com

a proposta de criar uma massa crítica na interpretação e divulgação do Espiritismo, sob uma nova visão à luz da Ciência , Filosofia e Religião. Inaugura também o Museu Nacional do Espiritismo - MUNESPI

• 1970 - Alteração do Nome Lar dos Meninos Dr. Leocádio José Correia para Lar Escola Dr. Leocádio José Correia.

• 1972 - Inaugura da primeira sede do Lar Escola Sr. Leocádio José Correia. • 1979 - Inauguração da segunda e atual sede do Lar Escola Dr. Leocádio José Correia, que

visa o atendimento à crianças de famílias de baixa renda da comunidade. • 1984 - Inauguração da sede do Campus de Assistência Social que já vinha fazendo os

atendimentos desde 1956, na sede da SBEE. • 1990 - Inauguração do Centro de Estudos Superiores Dr. Leocádio José Correia- CELEC. • 1999 - Lar Escola recebe o Prêmio " Bem Eficiente " • 2000 - Autorizada pelo MEC a Faculdade "Dr. Leocádio José Correia", tendo como entidade

mantenedora o Lar Escola Dr. Leocádio José Correia. • 2000 - Alteração do nome CELEC para Espaço Cultural da Faculdade Dr. Leocádio José

Correia, com sede na Rua Mateus Leme.

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O Livro da Vida

Benjamin Franklin, inteligência privilegiada do século 18, mais conhecido entre nós pela sugestão do uso de pára-raios em grandes edifícios, escreveu certa vez: “Quando vejo que nada é aniquilado nos trabalhos de Deus, e nem uma gota d’água é desperdiçada, não posso acreditar que exista o aniquilamento das almas. Também não posso acreditar que Deus queira promover suportar o esbanjamento de milhões de mentes já feitas, que agora existem, e dar-se ao contínuo trabalho de fazer outras, novas. Assim, vendo que existo no mundo, acredito que, sob uma forma ou outra, sempre existirei. E, com todos os inconvenientes que a vida humana tende a oferecer, não farei objeções a uma nova edição da minha. Espero, contudo, que a errata da última seja corrigida.”

Possivelmente em um momento de bom humor, mas firme nesse seu ponto de vista, Franklin escreveu seu próprio epitáfio: “O corpo de Benjamin Franklin, impressor, como a capa de um livro velho, seu conteúdo despedaçado e despido de seu título e de seus dourados aqui jaz. Alimento para os vermes. Mas o trabalho não será perdido. Pois, como ele acredita, aparecerá mais uma vez, em nova e mais elegante edição, revista e corrigida pelo autor.”

Vemos que o grande cientista acreditava, não somente na imortalidade da alma, mas também na reencarnação. E, como ele, podemos dizer que a nossa vida é um livro que estamos escrevendo e estudando todos os dias. Os nossos atos vão compondo novas páginas, os nossos pensamentos vão nele sendo impressos. Cada capítulo que concluímos, pela maturidade que vamos alcançando, é mais rico. Nenhum capítulo é somente dor. Como nenhum é de total êxtase. Lágrimas e dores se confundem, tornando a obra um best-seller. Cada vida é um livro inédito, sem igual.

É bom lembrar, no entanto, que, quando um autor lança um livro pede a alguém competente no assunto que faça a apreciação do seu trabalho. Essa apreciação passa a constar como prefácio da obra. De outras vezes, é o autor mesmo que apresenta a sua obra. No prefácio ele oferece ao leitor dados sobre o conteúdo, razão e finalidade dos seus escritos. As pessoas quase sempre deixam de ler essa parte e começam a ler o assunto principal. Justamente por essa forma errada de ler, menosprezando as explicações do autor ou do prefaciador, muito do conteúdo poderá ficar sem um bom entendimento. O livro da nossa vida também possui um prefácio. É nele que anotamos os projetos e falamos dos nossos objetivos na presente existência. É no prefácio que assinalamos as diretrizes que deveremos seguir. Por essa razão, pelo menos uma vez por ano devemos reler o prefácio do livro da nossa vida. Isto para termos refrescada a memória sobre o que desejamos fazer da nossa existência.

Porque viver não é somente respirar, saciar as necessidades básicas de alimentação, repouso e lazer. Viver é oportunidade de crescimento, de progresso. Ninguém nasce para ser um fracassado, derrotado. Cada qual nasce para um grande objetivo: se tornar melhor, subir um degrau na evolução. Relendo o prefácio do livro da nossa vida, recordando porque nos encontramos aqui, poderemos realizar as correções devidas para aproveitar esta oportunidade, de forma ampla. Poderemos lembrar de retornar àquele curso que começamos e desistimos. Ou talvez que devamos retornar ao seio da família que um dia largamos, em algum lugar. Possivelmente nessa lida do prefácio, recordaremos da intensa necessidade de Deus, da religiosidade. Talvez, em algum momento, reguemos com lágrimas as páginas do prefácio, enquanto a memória reavivada nos remete ao doce aconchego da prece.

Pensemos nisso! Será hoje o momento de proceder à leitura do prefácio do livro da nossa vida?

Equipe de Redação do Momento Espírita com base no artigo Prólogos e prefácios de Octávio Caúmo Serrano, da Revista Internacional de Espiritismo de janeiro/2004 e do cap. Testemunhos sobre a reencarnação (2ª Parte) do livro A Reencarnação através dos séculos de Nair Lacerda, ed. Pensamento.

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Um pequeno serviço

Um homem foi chamado à praia para pintar um barco. Trouxe com ele tinta e pincéis, e começou a pintar o barco de um vermelho brilhante, como fora contratado para fazer. Enquanto pintava, percebeu que a tinta estava passando pelo fundo do barco. Percebeu que havia um vazamento, e decidiu consertá-lo.

Quando terminou a pintura, recebeu seu dinheiro e

se foi. No dia seguinte, o proprietário do barco procurou o

pintor e presenteou-o com um belo cheque. O pintor ficou surpreso:

- O senhor já me pagou pela pintura do barco - disse ele. - Mas isto não é pelo trabalho de pintura. É por ter consertado o vazamento do barco. - Foi um serviço tão pequeno que não quis cobrar. Certamente, não está me pagando uma

quantia tão alta por algo tão insignificante ! Meu caro amigo, você não compreendeu. Deixe-me contar- lhe o que aconteceu. Quando pedi a você que pintasse o barco, esqueci de mencionar o vazamento. Quando o barco secou, meus filhos o pegaram e saíram para uma pescaria. Eu não estava em casa naquele momento.. Quando voltei e notei que haviam saído com o

barco, fiquei desesperado, pois lembrei-me que o barco tinha um furo. Imagine meu alívio e alegria quando os vi retornando sãos e salvos. Então, examinei o barco e constatei que você o havia consertado! Percebe, agora, o que fez? Salvou a vida de meus filhos! Não tenho dinheiro suficiente para

pagar-lhe pela sua "pequena" boa ação... ..........................................................................................................................

Não importa para quem, quando, de que maneira. Sempre que for possível, sempre que depender de você, e principalmente, dentro de suas possibilidades, vá além ...

Este poderá ser o seu diferencial!

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A Resposta da Gratidão

Jim nunca imaginou que as coisas acontecessem daquela forma. Enquanto trabalhava como

salva-vidas, amava o que fazia. Num dia de folga, andando pela praia, ele viu uma mulher em perigo. Jogou-se n’água e a trouxe para a praia.Depois a carregou até o posto salva-vidas, onde uma ambulância a levou para o hospital.

Victória ficou muito agradecida e passou a visitá-lo, de vez em quando, no posto. Quando sabia que ele estava trabalhando, mandava-lhe pizza. Jim retribuía com visitas e telefonemas. Os outros rapazes faziam gozação da sua amizade com aquela senhora. Ele não ligava. Durante anos, mantiveram a amizade.

Certo dia, retornando de uma viagem, Jim ligou para a casa dela. Quem atendeu foi uma jovem, que se identificou como bárbara. Era sua sobrinha. Contou-lhe que Victoria havia morrido, vítima de um derrame. A sobrinha viera de outra cidade para resolver alguns negócios da tia. Ela sabia tudo a respeito dele porque sua tia lhe falou. O tempo passou.

Uma noite, numa festa na praia, com amigos, Jim percebeu que as coisas estavam saindo do controle. Bebidas e drogas começaram a circular. Ele decidiu ir embora. Logo depois, uma mulher que ele havia conhecido apenas algumas horas antes, também saiu. Quando ela foi dada como desaparecida e seu vestido esfarrapado foi encontrado ao lado da estrada, ele foi acusado de assassinato.

Parecia um pesadelo. Ele mal a conhecia. Era uma acusação maluca. Mas a polícia precisava de um suspeito. E ele era um suspeito.

Um defensor público foi indicado para cuidar do seu caso, porque ele não tinha dinheiro. Foi preso e a fiança estipulada em um valor elevadíssimo. Jim achou que não teria mais saída. Então, um dia, recebeu um telefonema. Era bárbara. Formada em direito, ela ouviu o noticiário a respeito da sua prisão e perguntava se ele aceitaria que ela o defendesse gratuitamente. Jim aceitou de pronto. Ela começou a se inteirar dos detalhes do caso.

A única testemunha ocular que identificou Jim, como o homem que saiu da festa com a mulher, descreveu o casal como sendo da mesma altura. Alguma coisa estava muito errada. A suposta morta tinha 1,65m. Jim tinha quase 1,80m. Graças a esse detalhe, ela conseguiu que a fiança fosse reduzida e Jim pôde ir para casa. Aquilo foi um presente para ele. Ela contratou um detetive que, depois de algum tempo, descobriu que a suposta vítima vivia num país vizinho.

Ela decidira sair de casa e abandonar o marido para começar uma nova vida, com outra pessoa. Depois de muita insistência, meses de trabalho, conseguiram que a mulher retornasse e se mostrasse à polícia, provando que estava viva. Jim estava livre da acusação. Hoje, ele vive com sua mulher e três filhos. Tem uma fazenda e dirige sua própria fábrica.

Mas nunca vai esquecer aquela amizade especial com Victoria. Comenta ele: “se aquela doce senhora não falasse de mim para sua sobrinha como o fez, é bem possível que eu estivesse apodrecendo na prisão, pelo resto da minha vida. Devo minha vida àquela mulher.”

No entanto, bárbara tem uma versão diferente: “ele merecia minha ajuda. Ele salvou a vida de alguém que nem conhecia, mesmo não estando em serviço naquela hora. Esse tipo de amor pela humanidade não fica sem recompensa.”

*** Faça o bem, sem nunca aguardar recompensa. Mas guarde a certeza que os benefícios lhe

chegarão, de alguma forma, neste mundo ou no outro. Isto porque à toda ação corresponde uma reação. E o bem somente gera bem maior.

Equipe de Redação do Momento Espírita com base no cap. Heróis também precisam de heróis, do livro Triunfos do coração, de autoria de Chris Benghue, ed. Butterfly.

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Competência e Humildade

No dia 14 de março de 2004, um fato ocorrido em Recife, capital pernambucana, no Hospital da Restauração, o maior pronto-socorro público do Nordeste, se tornou notícia nacional.

A reportagem dizia o seguinte: "Uma mulher que levou um tiro no coração sai andando do quarto do hospital!" Quem viu a cena

ficou imaginando: como é possível alguém escapar vivo de uma situação dessas? Naquela segunda-feira de carnaval, o cirurgião João Veiga só deveria dar plantão às 4h da

madrugada. Mas ele teve insônia e resolveu ir mais cedo para o trabalho. Era pra chegar na unidade de trauma às 4h da manhã. Voltei à meia-noite, contou João.

Uma hora depois, a turista israelense Moran Bomflek deu entrada na emergência baleada no coração, em estado gravíssimo.

Ela não respirava, o coração não batia, a pupila estava dilatada, quer dizer, o cérebro estava sofrendo. Então é morte aparente. Não tinha nenhum reflexo, lembrou o cirurgião.

Um plantonista menos experiente poderia ter dado o caso como perdido. Mas João Veiga, 17 anos de profissão, agiu rápido: abriu o peito de Moran e tentou um procedimento arriscado. Massageou o coração da paciente com as próprias mãos.

Eu só fiz puxar um pouquinho o coração para expor melhor a lesão e fiz dois pontos. Costurei a parte atingida e o coração ficou sem bater. Foi aí que eu comecei o procedimento de massagem cardíaca, ou seja, segurar o coração e ficar fazendo um movimento em torno de dois a quatro minutos, relatou o médico.

A vida da paciente dependia de uma transfusão de sangue, urgente. O tipo de sangue necessário já estava disponível.

Eu tinha pedido, há 20 minutos, sangue para outra paciente que estava estável mas precisava de sangue e quando este sangue chegou para a outra paciente eu usei pra ela. O sangue "o" negativo, que foi fundamental, contou Dr. João.

*** Importante lembrar que o médico, que deveria chegar ao hospital somente às 4h da madrugada,

teve insônia e resolveu ir logo para o trabalho. Somente um profissional que ama o que faz é capaz de tomar uma decisão dessas.

Ele poderia ter ficado em casa descansando, assistindo televisão, ouvindo música, fazendo algo para passar o tempo...

Mas ele preferiu ir para o hospital. Diga-se, um hospital público. Não é de admirar que um homem com tamanha competência e humildade, tenha tanto amparo do alto em suas tarefas.

Por causa da sua extremada dedicação, ele havia solicitado sangue para outra paciente, e isso o ajudou a salvar uma vida.

Sem dúvida, podemos afirmar que não houve sorte nem coincidências. Houve competência e dedicação, aliadas á providência divina. Acostumado a lidar com casos graves, João Veiga não quer ser tratado como herói.

Mais uma prova de que ele é realmente um grande homem, um profissional competente e um coração generoso.

Ao final da reportagem, João Veiga diz, com simplicidade e sincera humildade: "eu gosto de fazer exatamente isso, foi para isso que eu treinei."

Somente pessoas verdadeiramente abnegadas conseguem fazer coisas grandiosas com a naturalidade de quem resolve pequenas questões.

Um fato que nos leva a crer que este mundo tem jeito. Que existem profissionais que desempenham suas tarefas com competência e dedicação. E, acima de tudo, que Deus atende seus filhos através dos seus filhos. Sejam eles médicos, cientistas, agricultores, ou simplesmente um homem bom.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em reportagem exibida na Rede Globo, no Fantástico do dia 14/03/2004

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Festival do Vinho

Era uma vez um vilarejo onde a principal atividade era produzir uvas e naquele ano a colheita havia sido das melhores.

Os moradores então decidiram comemorar com um importante festival de vinho que iria acontecer em poucos dias.

Para tanto, tomaram emprestado da cidade vizinha, um barril bem grande e o colocaram no

meio da praça do vilarejo. Combinaram então que cada um dos moradores deveria colocar uma garrafa do seu melhor

vinho no barril, desta maneira haveria bastante vinho para a grande festa. Mas um dos moradores do vilarejo, se achando muito esperto pensou: “se eu colocar uma

garrafa de água ao invés de uma garrafa de vinho, ninguém irá notar, pois haverá tanto vinho bom no barril que a água vai se misturar e ninguém irá notar!”

E a noite do grande festival chegou. Todos se dirigiram à praça com suas jarras e taças para

provar o tão esperado vinho. A torneira do barril foi finalmente aberta aos olhos de todos os moradores, mas o que saiu

foi a mais pura água! Todos os moradores do vilarejo tiveram a mesma idéia!

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Cercas ou Pontes?

Dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um

riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de trabalho lado a lado.

Mas agora tudo havia mudado. O que começou com um pequeno mal entendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio. Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta.

- Estou procurando trabalho. Sou carpinteiro. Talvez você tenha algum

serviço para mim. - Sim, disse o fazendeiro. Vê aquela fazenda ali, além do riacho? É do meu vizinho. Na realidade do

meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois use para construir uma cerca bem alta.

- Acho que entendo a situação, disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos. O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade. O homem ficou ali cortando, medindo,

trabalhando o dia inteiro. Quando o fazendeiro chegou, não acreditou no que viu: em vez de cerca, uma ponte foi construída ali, ligando as duas margens do riacho.

Era um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou: - Você foi atrevido construindo essa ponte depois de tudo que lhe contei. Mas as surpresas não pararam ai. Ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão se aproximando

de braços abertos. Por um instante permaneceu imóvel do seu lado do rio. O irmão mais novo então falou: - Você realmente foi muito amigo construindo esta ponte mesmo depois do que eu lhe disse. De

repente, num impulso, o irmão mais velho correu na direção do outro e abraçaram-se, chorando no meio da ponte.

O carpinteiro que fez o trabalho começou a fechar a sua caixa de ferramentas. - Espere, fique conosco! Tenho outros trabalhos para você. E o carpinteiro respondeu: - Eu adoraria, mas tenho outras pontes a construir... Já pensou como as coisas seriam mais fáceis se parássemos de construir cercas e muros e

passássemos a construir pontes com nossos familiares, amigos, colegas do trabalho e principalmente nossos inimigos...

Muitas vezes desistimos de quem amamos por causa de magoas e mal entendidos. Vamos deixar isso de lado, ninguém é perfeito, mas alguém tem que dar o primeiro passo. Construa pontes ao seu redor. 1. Quem é o irmão mais velho? 2. Quem é o irmão mais novo? 3. Quem é o carpinteiro? 4. O que é a caixa de ferramentas?

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Duas Histórias, Dois Destinos

1ª História Certa vez um garoto entrou na sala de emergência de um hospital depois de ter sido

atropelado. O motorista que o socorreu, ao ser interpelado para efetuar o depósito necessário ao atendimento, informou que não possuía, naquele momento, dinheiro ou cheque que pudesse oferecer em garantia, mas certamente, se o hospital aceitasse, poderia efetuar o depósito na primeira oportunidade. O atendente, na impossibilidade de liberar o atendimento, mas, com a vantagem de ter um dos diretores do hospital, que também era médico, de plantão naquele momento, resolveu consultá-lo. Todavia, por não ter dinheiro nem garantias para o tratamento, não liberou o atendimento, fato que levou a criança atropelada a falecer. O diretor, novamente chamado para assinar o atestado de óbito do garoto, ao chegar para o exame cadavérico, descobre que o garoto atropelado era seu filho, que poderia ter sido salvo, se tivesse recebido atendimento. 2ª História

Antônio, um pai de família, um certo dia, quando voltava do trabalho, dirigindo num trânsito bastante pesado, deparou-se com um senhor que dirigia apressadamente. Vinha cortando todo o mundo e, quando se aproximou do carro de Antônio, deu-lhe uma tremenda fechada, já que precisava atravessar para a outra pista. Naquela hora, à vontade de Antonio foi de xingá-lo e impedir sua passagem, mas logo pensou:

- Coitado! Se ele está tão nervoso e apressado assim... Vai ver que está com um problema sério e precisando chegar logo ao seu destino, pensando assim, foi diminuindo a marcha e deixou-o passar. Chegando em casa, Antonio recebeu a notícia de que seu filho de três anos havia sofrido um grave acidente e fora levado ao hospital pela sua esposa. Imediatamente seguiu para lá e, quando chegou, sua esposa veio ao seu encontro e o tranquilizou dizendo: - Graças a Deus está tudo bem, pois o médico chegou a tempo para socorrer nosso filho. Ele já está fora de perigo. Antonio, aliviado, pediu que sua esposa o levasse até o médico para agradecer-lhe. Qual não foi sua surpresa quando percebeu que o médico era aquele senhor apressado para o qual ele havia dado passagem!

DUAS HISTÓRIAS, DOIS DESTINOS

"Esteja sempre alerta para ajudar o próximo, independentemente de sua aparência ou

condição financeira". "Procure ver as pessoas além das aparências". “Imagine que por trás de uma atitude, existe uma história, um motivo que leva a pessoa a agir de determinada forma.”

(Texto sem autor.). "JULGAMOS A NÓS MESMOS PELO QUE NÓS SOMOS CAPAZES DE FAZER, ENQUANTO OS

OUTROS NOS JULGAM PELO QUE JÁ FIZEMOS..."

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A JANELA Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital. Um deles podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões. A sua cama estava junto da única janela do quarto.

O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas. Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres e famílias, das suas casas, dos seus empregos, de onde tinham passado as férias.

E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, ele passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto, todas as coisas que ele conseguia ver do lado de fora da janela.

O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a atividade e cor do mundo do lado de fora da janela.

A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris. Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem, e a tênue vista da silhueta da cidade podia ser vista no horizonte. Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava a pitoresca cena.

Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar.

Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, ele conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a retratava através de palavras bastante descritivas. Dias e semanas passaram.

Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida do homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia. Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo.

Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca. Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto.

Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela, que dava, afinal, para uma parede de tijolos!

O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto, lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.

A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede. “Talvez ele quisesse apenas dar-lhe coragem”.

“Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas. A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade, quando partilhada, é dobrada”.

Extraído do sitio www.meusonhonaotemfim.org.br mantido por Alex Cardoso de Melo

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O monge e o escorpião Um monge e seus discípulos iam por uma estrada; quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. Imediatamente, o monge correu pela margem do rio, entrou na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o escorpião o picou.

Devido à dor, o homem deixou-o cair novamente no rio. Foi então que o monge pegou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, mais uma vez, colheu o escorpião e o salvou.

Satisfeito, o monge voltou à ponte e juntou-se a seus discípulos. Eles, que haviam assistido à cena, o receberam perplexos e penalizados. Um deles, então falou:

– Mestre, deve estar doendo muito! Mas, porque foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos. Veja como ele retribuiu à sua ajuda. Picou a mão que o salvava. Não merecia a sua compaixão!

O monge ouviu tranquilamente os comentários e respondeu sereno: – Ele agiu conforme a sua natureza e eu de acordo com a minha.

* * *

“Jamais subestime o poder de suas ações. Com um pequeno gesto você pode mudar a vida de uma pessoa. Para melhor ou para pior.” - Alex Cardoso de Melo

www.meusonhonaotemfim.org.br

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A traseira do cavalo e a engenharia Aqui está o mais puro exemplo de como temos, muitas vezes, de nos adaptar às atitudes tomadas no passado: A bitola das ferrovias (distância entre os dois trilhos) nos Estados Unidos é de 4 pés e 8 polegadas e meia. - Por que esse número foi utilizado? - Porque esta era a bitola das ferrovias inglesas, e como as ferrovias americanas foram construídas pelos ingleses, esta foi a medida utilizada. - Por que os ingleses usavam esta medida? - Porque as empresas inglesas que construíam os vagões eram as mesmas que, antes das ferrovias, construíam as carroças e por isso utilizavam os mesmos ferramentais. - Por que das medidas de 4 pés, 8 polegadas e meia para as carroças? - Porque a distância entre as rodas das carroças deveria servir para as estradas antigas da Europa, que tinham esta medida. - E por que as antigas estradas europeias tinham esta medida? - Porque foram construídas pelo antigo império romano, quando de suas conquistas e suas medidas eram baseadas nas antigas bigas romanas. - E por que as medidas das bigas foram definidas assim? - Porque foram feitas para acomodar dois traseiros de cavalos! Finalmente... O ônibus espacial americano utiliza dois tanques de combustível sólido (SRB - Solid Rocket Booster) que são fabricados pela Thiokol, no estado de Utah; distante do Cabo Canaveral, onde o ônibus espacial é lançado. Os engenheiros que os projetaram, queriam fazê-los mais largos, porém tinham a limitação dos túneis das ferrovias por onde eles seriam transportados, os quais tinham suas medidas baseadas na bitola da linha do trem. Conclusão: O exemplo mais avançado da engenharia mundial em termos de projeto e tecnologia acaba sendo afetado pelo tamanho do traseiro dos cavalos da Roma antiga. PS.: No mundo atual, inacreditavelmente, ainda existem várias empresas de liderança tecnológica que também têm um monte de coisas definidas por bundões... Este exemplo de encadeamento causal é uma boa ilustração de como certas decisões e costumes que apoiamos hoje poderão afetar positiva ou negativamente o nosso dia a dia, tanto nesta encarnação como em encarnações futuras.

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UMA PESCARIA INESQUECÍVEL Ele tinha onze anos e, cada oportunidade que surgia, ia pescar no cais próximo ao chalé da família, numa ilha que ficava em meio a um lago. A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas os peixes cuja captura estava liberada. O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água. Logo, elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o lago. Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha. O pai olhava com admiração, enquanto o garoto, com muito cuidado, erguia o peixe exausto para fora da água. Era o maior que já haviam visto, até então; porém sua pesca só era permitida na temporada. O garoto e o pai olharam para o peixe, tão bonito, as guelras movendo para trás e para frente. O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio. Eram dez da noite, faltavam apenas duas horas para a abertura da temporada. Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo: - Você tem que devolvê-lo, filho! - Mas, papai, reclamou o menino. - Vai aparecer outro, insistiu o pai. - Não tão grande quanto este, choramingou a criança. O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista. Voltou novamente o olhar para o pai. Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável. Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura. O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu. E, naquele momento, o menino teve certeza de que jamais veria um peixe tão grande quanto aquele. Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje, o garoto é um arquiteto bem-sucedido. O chalé continua lá, na ilha em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais. Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite. Porém, ele sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que se depara com uma questão ética. Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de certo e errado. Agir corretamente, quando se está sendo observado é uma coisa. A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos vendo. Essa conduta reta só é possível quando, desde criança, se aprendeu a fazer a coisa certa, ainda que isto seja apenas devolver um peixe à água. Esta história valoriza não como se consegue ludibriar as regras, mas como dentro delas, é possível fazer a coisa certa. A ética é como uma moeda de ouro: TEM VALOR EM TODA PARTE.

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SEM CHANCE

Em todas as áreas do conhecimento, a chance de termos bons profissionais está diretamente ligada ao processo de formação dos indivíduos. O relato a seguir, extraído do livro “Chicken soup for the soul” – Canja de galinha para a alma - (1993 Jack Canfield e Mark Victor Hansen), exemplifica o impacto destas atitudes.

Um professor universitário solicitou à sua turma de

sociologia que fizesse uma visita às favelas de Baltimore e obtivessem casos, histórias, de 200 garotos.

Eles deveriam fazer por escrito uma avaliação de perspectiva de futuro de cada um dos meninos.

Em todos os casos os estudantes escreveram, “Ele não tem chance”. Vinte e cinco anos mais tarde, outro professor de sociologia da mesma universidade se

deparou com o estudo feito anteriormente e pediu que seus alunos fizessem um acompanhamento do projeto, para verificar o que havia acontecido com aqueles garotos.

Com exceção de 20, alguns que haviam mudado de cidade, outros que morreram, os estudantes descobriram que 176 dos 180 remanescentes haviam alcançado mais do que um sucesso comum como advogados, médicos e homens de negócios.

O professor ficou surpreso com o resultado e decidiu persistir na investigação. Felizmente todos os garotos, agora homens, permaneciam na área e foi possível ao professor perguntar a cada um deles, “A que você atribui o seu sucesso?” Em todos os casos a resposta veio com sentimento, “Havia uma professora!”.

A professora ainda estava viva e o professor descobriu onde encontrá-la. Foi até ela e perguntou à idosa, porém alerta senhora, qual a fórmula mágica que ela usou para que aqueles meninos da favela se tornassem homens bem sucedidos. Os olhos da professora brilharam e os seus lábios se abriram em um sorriso gentil. “É realmente muito simples” ela disse. “Eu amava aqueles meninos”.

- - - o O o - - -

Fazer o que se gosta ou gostar do que se faz é uma questão de atitude. Nem sempre é

possível fazer só o que se gosta, mas é possível aprender a gostar do que se faz e vencer os desafios. O estudante de administração pode começar exercitando a administração da sua própria vontade e os outros desafios parecerão pequenos.

Esta é uma das muitas belas histórias do livro Chicken Soup for the. Procure o livro pelo titulo Histórias para aquecer o coração. Texto traduzido por Eliane Wollmann Wedderhoff

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UMA HISTÓRIA DE GANDHI Certa vez, Gandhi foi procurado por uma mãe que levou seu filho consigo. - Mahatma, este menino come muito açúcar. Já tentei de tudo e não consigo que ele pare com isso. Como ele gosta muito do senhor, com certeza irá obedecê-lo. Por favor, peça para que ele pare de comer açúcar! Gandhi pediu àquela mãe que voltasse dentro de 15 dias e ele falaria com o menino. Decorrido o prazo a mãe o procura novamente e Gandhi olha o menino com bastante atenção e diz: - Pare de comer açúcar! O menino baixou a cabeça, mas fez sinal de que iria obedecê-lo. A mãe um tanto surpresa com a simplicidade da medida, perguntou: - Mahatma, por que o senhor não falou isso para ele 15 dias atrás? - É que há 15 dias atrás eu também comia açúcar! QUANTAS VEZES EXIGIMOS DO OUTRO AQUILO QUE AINDA NÃO CONSEGUIMOS MUDAR EM NÓS?

Coerência é sintonia entre nosso pensar, nosso falar e nosso agir.

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VOCÊ É O QUE DESEJA SER

João era um importante empresário. Morava em um apartamento de cobertura, na zona nobre da cidade. Ao sair pela manhã, deu um longo beijo em sua amada, fez sua oração matinal de agradecimento a Deus pela sua vida, seu trabalho e suas realizações. Tomou café com a esposa e os filhos e os deixou no colégio. Dirigiu-se a uma das suas empresas. Cumprimentou todos os funcionários com um sorriso. Ele tinha inúmeros contratos para assinar, decisões a tomar, reuniões com vários departamentos, contatos com fornecedores e clientes. Por isso, a primeira coisa que falou para sua secretária, foi: “calma, vamos fazer uma coisa de cada vez, sem stress.” Ao chegar a hora do almoço, foi curtir a família. À tarde, soube que o faturamento do mês superara os objetivos e mandou anunciar a todos os funcionários uma gratificação salarial, no mês seguinte. Conseguiu resolver tudo, apesar da agenda cheia. Graças a sua calma, seu otimismo. Como era sexta-feira, João foi ao supermercado, voltou para casa, saiu com a família para jantar. Depois, foi dar uma palestra para estudantes, sobre motivação. Enquanto isso, Mário em um bairro pobre de outra capital, como fazia todas as sextas-feiras, foi ao bar jogar e beber. Estava desempregado e naquele dia recusara uma vaga como auxiliar de mecânico, por não gostar do tipo de trabalho. Mário não tinha filhos, nem esposa. A terceira companheira partira, cansada de ser espancada e viver com um inútil. Ele morava de favor, num quarto muito sujo, em um porão. Naquele dia, bebeu, criou confusão, foi expulso do bar e o mecânico que lhe havia oferecido a vaga em sua oficina, o encontrou estirado na calçada. Levou-o para casa e depois de passado o efeito da bebedeira, lhe perguntou por que ele era assim: “sou um desgraçado”, falou. “meu pai era assim. Bebia, batia em minha mãe. Eu tinha um irmão gêmeo que, como eu, saiu de casa depois que nossa mãe morreu. Ele se chamava João. Nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma.” Na outra capital, João terminou a palestra e foi entrevistado por um dos alunos: “por favor, diga-nos, o que fez com que o senhor se tornasse um grande empresário e um grande ser humano?” Emocionado, João respondeu: “devo tudo à minha família. Meu pai foi um péssimo exemplo. Ele bebia, batia em minha mãe, não parava em emprego algum. Quando minha mãe morreu, saí de casa, decidido que não seria aquela vida que queria para mim e minha futura família. Tinha um irmão gêmeo, Mário, que também saiu de casa no mesmo dia. Nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma.” *** O que aconteceu com você até agora, não é o que vai definir o seu futuro, e sim a maneira como você vai reagir a tudo que lhe aconteceu. Não lamente o seu passado. Construa você mesmo o seu presente e o seu futuro. Aprenda com seus erros e com os erros dos outros. O que aconteceu é o que menos importa. Já passou. O que realmente importa é o que você vai fazer com o que vai acontecer. E esta é uma decisão somente sua. Você decide o seu dia de amanhã. De tristeza ou de felicidade. De coisas positivas ou de amargura, sem esperança ou com esperança. Pense nisso! Mas pense agora!

Extraído do Momento Espírita - www.momento.com.br

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ECOGRAFIA DOS GEMEOS – módulo inicial

Uma mãe, grávida de gêmeos, foi fazer o seu ultimo exame pré-natal. Ao colocar o estetoscópio para ouvir os batimentos cardíacos o médico ouviu o seguinte diálogo entre os gêmeos:

Para nós que já nascemos, não há duvida que há vida após o parto, mas coloque-se no lugar de quem ainda não nasceu e você perceberá que a dúvida é razoável. O mesmo raciocínio deve se aplicar a quem ainda não crê na imortalidade do espírito e no processo reencarnatório como meio de permitir o auto-aperfeiçoamento espiritual.

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DIÁLOGO PRÉ NASCIMENTO – Módulo 2 ou 3

No ventre de uma mulher grávida dois gêmeos dialogam:

- Você acredita em vida após o parto?

- Claro! Há de haver algo após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.

- Bobagem, não há vida após o nascimento. Afinal como seria essa vida?

- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminharemos com nossos próprios pés e comeremos com a nossa boca.

- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Além disso, andar não faz sentido pois o cordão umbilical é muito curto.

- Sinto que há algo mais. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.

- Mas ninguém nunca voltou de lá. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.

- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.

- Mamãe? Você acredita em mamãe? Se ela existe, onde ela está?

- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela não existiríamos.

- Eu não acredito! Nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que ela não existe.

- Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, posso ouvi-la cantando, ou senti-la afagando nosso mundo. Eu penso que após o parto, a vida real nos espera; e, no momento, estamos nos preparando para ela.

Autoria desconhecida

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HAGAR – RECRUTADOR DE TRIPULAÇÕES – Sintonia entre semelhantes

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HAGAR - RESOLUÇÃO DE ANO NOVO

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O ECO

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SÓ NÃO ERRA QUEM NÃO FAZ – ERRO COMO ACERTO EM PROCESSO

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CALVIN & HOBBES – Questões da vida - materialismo

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CALVIN & HOBBES – Limites do livre arbítrio

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Exercício da Amnésia: Ao ouvir a pergunta abaixo, não responda em voz alta para não “queimar” as respostas dos colegas. Apenas pense ou anote as suas perguntas.

Se você despertasse em um quarto de hotel, acometido de amnésia, que perguntas te ocorreriam?

1. 2. 3. 4. 5.

Depois de anotar as perguntas mais obvias, trabalhe as respostas mais coerentes com os princípios espíritas.

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Regras para viver no planeta Terra 1) Você receberá um corpo. Você poderá adorá-lo ou odiá-lo, mas ele será seu durante toda uma vida. 2) Você aprenderá lições. Você estará matriculado em tempo integral numa escola informal chamada vida. A cada dia nessa escola, você terá a oportunidade de aprender lições. Você poderá gostar das lições ou achá-las irrelevantes. 3) Não existem erros, apenas lições. Evolução é um processo de tentativas, com erros e acertos chamados experimentação. As “experiências” que falham são tão importantes para o processo quanto as experiências que dão certo. 4) Uma lição é repetida até ser aprendida. Uma lição será apresentada a você de várias formas até que você a tenha aprendido. Quando você aprendê-la poderá passar para a lição seguinte. 5) Aprender lições nunca termina. Não existe parte da vida que não contenha suas lições. Enquanto você estiver vivo, haverão lições para ser aprendidas. 6) “Lá” não é melhor do que “aqui”. Quando o seu “lá” se tornar o seu “aqui”, você simplesmente obterá outro “lá” que novamente se parecerá melhor do que “aqui”. 7) Os outros são meros espelhos de você. Você não poderá gostar ou detestar algo sobre outra pessoa a menos que reflita algo que você goste ou deteste sobre si mesmo. 8) O que você fará de sua vida depende de você. Você tem todos os recursos e ferramentas que necessita. O que você faz com eles depende de você. A escolha é sua. 9) Suas respostas estão dentro de você. As respostas para as questões da vida estão dentro de você. Tudo que você precisa é olhar, ouvir e confiar. 10) Você esquecerá todas estas regras.

Chérie Carter-Scott

Traduzido e adaptado do livro “Chicken Soup for the Soul”

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MOSAICO  TERAPEUTICO  NATURAL  

 Ar  puro  -­‐  O  ar  é  o  principal  alimento  do  corpo.  Evita  a  respiração  curta.  Habitue-­‐se  a  fazer  uma  respiração  mais  profunda.    5  minutos  diários  de  sol  –  Precisamos  de  Sol  para  que  nosso  corpo  processe  determinados  hormônios  e  algumas  vitaminas.  Exponha  pulsos  e  tornozelo  ao  Sol  por  5  minutos  diariamente.    Água  –  Usamos  baldes  de  água  para  lavar  alguns  pratos,  mas  esperamos  que  nossos  rins  limpem  nosso  sangue  com  um  copo  de  água  por  dia.  O  ideal  é  tomar  seis  copos  de  água  diariamente.    Água  fluída  –  A  água  fluída  é  um  importante  veículo  através  dos  quais  os  bons  espíritos  podem  nos  ajudar  a  reequilibrar  a  saúde.    Reveja  a  alimentação  gordurosa  –  Gordura  animal  e  frituras  são  reconhecidos  como  um  dos  grandes  males  para  os  intestinos  e  para  o  sistema  circulatório.  Estude  as  estatísticas  de  câncer  e  acidente  vascular  cerebral,  conhecido  como  derrame  entre  os  países  com  dieta  rica  em  gorduras  e  os  países  que  evitam  este  tipo  de  alimentação.    Coma  mais  alimentos  crus:  O  cozimento  elimina  boa  parte  dos  ingredientes  que  nosso  organismo  precisa  para  manter  nosso  corpo  saudável.  Aprenda  a  comer  mais  fibras  cruas  proveniente  das  verduras,  legumes  e  frutas.  Deixe  as  saladas  de  molho  com  uma  colher  de  vinagre  para  reduzir  riscos  de  contaminação.    Evite  a  cola  (trigo  branco):  O  trigo  branco  é  o  que  há  de  mais  pobre  em  termos  de  alimentação  com  carboidratos.  Prefira  trigo  integral  sempre  que  possível.      Coma  mais  frutas:  Frutas  são  alimentos  naturais  de  facílima  absorção.  Leia  sobre  o  assunto  e  aprenda  como  e  quando  comer  frutas.  Salada  de  frutas,  por  exemplo,  não  é  o  ideal.  Há  frutas  como  o  melão  de  não  combinam  com  outros  alimentos  e  deve  ser  ingeridos  separadamente.    Cuide  na  combinação  dos  alimentos:  Pesquise  sobre  as  consequências  da  má  combinação  de  alimentos.    Coma  bem  pela  manhã,  pouco  no  almoço  e  mal  à  noite.  (Rei,  príncipe  e  mendigo)    Ande  mais  –  Quem  não  anda,  desanda!  Dr.  Leocádio  –  Para  um  bípede  como  nós  a  caminhada  é  o  melhor  exercício.    Evite  fumo  e  álcool  -­‐    Descubra  como  a  renovação  celular  pode  ajudar  a  livrar-­‐se  da  dependência  química.    Coma  para  viver  e  não  viva  para  comer:  Aprendemos  com  o  E.  Antonio  Grimm  que  “todo  o  excesso  gera  escassez”,  assim  sendo  que  faz  excesso  ao  se  alimentar  poderá  colher  escassez  de  bem  estar.    Evite  o  alumínio  e  use  cúrcuma  para  a  memória:  Nos  países  mais  desenvolvidos  não  se  encontra  mais  panelas  de  alumino  ao  passo  que  entre  nós  elas  ainda  são  muito  populares  em  casas  e  restaurantes.    Coma  uma  laranja  em  gomos  antes  de  dormir  para  melhorar  o  sono  e  ajudar  os  intestinos.    Faça  uso  do  fito-­‐químico  como  preventivo  do  câncer:  Bata  diariamente  4  folhas  de  alface  lisa,  um  punhado  de  salsa  de  quintal  e  uma  folha  de  couve  ou  outro  vegetal  verde  escuro.  Alterne  a  cada  dois  dias  entre  couve,  brócolis,  acelga,  espinafre,  etc.  Bata  a  mistura  no  liquidificador  com  meio  copo  d’água  e  tome  15  minutos  antes  do  café  da  manhã.  A  salsa  tem  vários  benefícios,  entre  os  quais  está  o  efeito  positivo  sobre  o  líquido  sinovial  que  protege  as  articulações.    Use  o  alho  cru  para  ajudar  nos  processos  de  laringite,  gripe,  sinusite  e  resfriado:  Esmague  um  ou  dois  dentes  de  alho  em  meio  copo  de  água  fria.  Deixe  descansar  por  15  minutos  e  tome  uma  colher  de  chá  à  cada  5  minutos  durante  1  hora.      Durma  8  horas:  Durante  o  sono,  o  organismo  se  refaz.  O  desrespeito  ao  sono  traz  graves  consequências.    Vinagre  de  maçã:  Uma  colher  de  sopa  de  vinagre  em  um  pouco  d’água  após  as  refeições  ajuda  no  processo  químico  digestivo  e  no  equilíbrio  hormonal.      Use  chá  de  bardana  para  melhorar  a  imunidade    Suco  de  melão  por  21  dias  para  combater  os  efeitos  da  depressão.  O  suco  facilita  a  absorção  de  potássio.    Óleo  de  oliva  no  pão  como  substituto  da  manteiga  que  é  gordura  animal  e  se  deposita  nas  artérias.      Favo  de  mel  mastigado  como  chiclete  para  proteger  as  mucosas.  

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Caminhante POESIAS PARA INTERPRETAR Caminhante, são suas pegadas,

O caminho e nada mais; Caminhante, não há caminho Se faz o caminho ao caminhar Ao andar se faz o caminho, E ao olhar para trás Se vê a trilha que nunca Voltaremos a pisar. Caminhante, não há caminho, Apenas rastros no mar

Caminante, son tus huellas El camino, y nada más; Caminante, no hay camino, Se hace camino al andar. Al andar se hace camino, Y al volver la vista atrás Se ve la senda que nunca Se ha de volver a pisar. Caminante, no hay camino, Sino estelas en la mar.

XXIX canto da Antologia Poética de Antonio Machado, em Provérbios Y Cantares. O espanhol A. Machado (1875-1939) foi o poeta da geração “noventa e oito “.

Consoada Quando a indesejada das gentes chegar (Não sei se dura ou caroável), Talvez eu tenha medo. Talvez sorria, ou diga: -Alô, ineludível ! O meu dia foi bom, pode a noite descer. (A noite com seus sortilégios.) Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, A mesa posta, Com cada coisa em seu lugar. Manuel Bandeira ( 1886 - 1968)

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Prece de Francisco de Assis

Senhor, fazei de mim instrumento do Vosso Amor,

Onde haja ódio, que eu leve o amor. Onde haja tristeza, que eu leve a alegria. Onde haja dor, que eu leve o alívio. Onde haja desespero, que eu leve a esperança. Onde haja trevas, que eu leve a luz.

Senhor,

Que eu não procure tanto ser compreendido quanto compreender. Que eu não procure tanto ser consolado quanto consolar. Que eu não procure tanto ser amado quanto amar. Porque é dando que recebemos, É perdoando que somos perdoados, E é morrendo que nascemos para a vida eterna.

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PAI NOSSO Pai Nosso que estais no céu, na Terra e em todos os mundos espirituais. Santificado e bendito seja sempre o Vosso Nome, mesmo quando a dor e a desilusão ferirem o nosso coração. O pão nosso de cada dia, dai-nos hoje Pai, dai-nos o pão que revigora as forças físicas, mas dai também o pão para o espírito. Perdoai as nossas dívidas, mas nos ensinai antes a merecer o Vosso perdão, perdoando aqueles que tripudiam sobre as nossas dores, espezinham nossos corações e destroem nossas ilusões. Que possamos perdoá-los, não com os lábios e sim com o coração. Afastai do nosso caminho todo sentimento contrário à caridade. Que este Pai Nosso seja dadivoso para com todos aqueles que sofrem, como espíritos encarnados ou desencarnados. Que uma partícula deste Pai Nosso vá até os cárceres, onde alguns sofrem merecidamente, mas outros pelo erro judiciário. Que vá até os hospícios, iluminando aqueles cérebros conturbados. Que vá aos hospitais, onde muitos choram e sofrem sem o consolo da palavra amiga. Que aqueles que neste momento transpõem o pórtico da vida terrena para a espiritual, tenham um guia e Vosso perdão. Que este Pai Nosso, vá até os lupanares e erga aquelas pobres infelizes, que ali foram tangidas pela fome, dando-lhes o apoio e a fé. Que vá até o seio da Terra, onde o mineiro está exposto ao fogo do grisu. Que ele, findo o dia, possa voltar ao seio da sua família. Tende piedade dos órfãos, viúvas e daqueles que até esta hora ainda não tiveram uma côdea de pão. Tende compaixão dos navegadores dos mares, dos que lutam com os vendavais no meio do mar bravio. Tende piedade da mulher que abre os olhos do ser à vida. Que este Pai Nosso vá até os dirigentes das Nações, para que evitem a guerra e cultivem a paz. Que a paz e a harmonia do bem fiquem entre nós e estejam com todos. Assim seja. O abraço de, LEOCÁDIO JOSÉ CORREIA Mensagem psicografada pelo médium Maury Rodrigues da Cruz Copyright: Todos os direitos reservados. A SBEE autoriza a reprodução dos textos para fins não comerciais desde que seja mencionada a fonte"

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A ignorância também mata. Alumínio: útil e mortal Se seu cabelo está caindo, desconfie do alumínio. Este metal, quando está excessivo no

organismo, provoca grande oleosidade no couro cabeludo, que vai sufocar a raiz dos cabelos. Usar xampus contra a oleosidade ajuda, mas se você não eliminar a causa, vai perder muito cabelo. Muitas vezes a queda de cabelos vem acompanhada de dormências ou formigamentos quando se fica na mesma posição (com as pernas cruzadas, por exemplo). Além dos seus cabelos, todo seu organismo está sendo prejudicado: o alumínio deposita-se no cérebro, causando o mal de Alzheimer (esclerose mental precoce) e expulsa o cálcio dos ossos, produzindo a osteoporose. Este cálcio vai se depositar em outros lugares, produzindo bursite, tártaro nos dentes, bico de papagaio, cálculos renais... E também vai para dentro das suas artérias, estimulando a pressão alta e a possibilidade de isquemias cardíacas (infarto), cerebrais (trombose) e genitais (frigidez e impotência). Para o Dr. MauroTarandach, da Sociedade Brasileira de Pediatria, está bem claro o papel do alumínio nas doenças da infância, graças ao avanço da biologia molecular no que tange ao papel dos oligoelementos na fisiologia e na patologia. Os sintomas clínicos da intoxicação por alumínio nas crianças, além da hiperatividade e da indisciplina, são muitos: anemia microcítica hipocrômica refratária ao tratamento com ferro, alterações ósseas e renais, anorexia e até psicoses, o que se agrava com a continuidade da intoxicação. No Rio de Janeiro, pesquisa realizada pelo Dr. Sérgio Teixeira, membro da Sociedade Brasileira de Medicina Biomolecular, através do mineralograma (análise dos metais presentes no organismo mediante a espectrometria dos cabelos humanos) revelou uma média próxima de 17 vezes acima do normal nos 3.000 pacientes estudados durante três anos, entre crianças e adultos de ambos os sexos. Esse estudo, publicado em seu livro Medicina Holística - a Harmonia do Ser Humano, da Editora Campus (1998) demonstra bem a importância que o mineralograma teve para a medicina. Atualmente o Dr. Sérgio Teixeira utiliza a biorressonância para avaliar o nível do alumínio e outros metais. O método é muito menos dispendioso, podendo ser utilizado no consultório ou na casa do paciente. E como é que o alumínio entra no organismo? Através das panelas de alumínio, por exemplo, que vêm sendo proibidas em muitos países do mundo. Na Itália, famosa por seus restaurantes, nenhum deles pode usar essas panelas, devido à proibição do governo italiano. É que as panelas de alumínio contaminam a comida intensamente. Para você ter uma idéia: pesquisa da Universidade do Paraná demonstrou que as panelas vendidas no Brasil deixam resíduos de alumínio nos alimentos que vão de 700 a 1.400 vezes acima do permitido. Isso só ao preparar a comida. Se esta ficar guardada na panela por algumas horas, ou de um dia para o outro, este valor pode triplicar ou quintuplicar. Viu por que vale a pena trocar de panelas? Mas não é só. Sabe as latinhas de refrigerantes e cervejas, hoje tão difundidas no Brasil? Pesquisa do Departamento de Química da PUC demonstrou que elas não são fabricadas de acordo com os padrões internacionais. Em consequência, seu refrigerante predileto pode conter quase 600 vezes mais de alumínio do que se estivesse na garrafa. E além do alumínio, foram demonstrados pelo mesmo estudo mais 12 outros metais altamente perigosos para a saúde nessas latinhas, como o manganês, que causa o mal de Parkinson, o cádmio, que causa psicoses, o chumbo, encontrado no organismo de muitos assassinos e outros. Que tal? Prefira as garrafas, tá? Descoberto em 1809, o alumínio é um metal muito leve (só é mais pesado do que o magnésio) e já foi muito caro. Naquela época, Napoleão III, imperador da França, pagou 150 mil libras esterlinas (mais ou menos 300 mil reais) por um jogo de talheres de alumínio. Este metal tem espantosa versatilidade, sendo utilizado em muitas ligas metálicas. Depois do aço, é o metal mais usado no mundo, seja em panelas, embalagens aluminizadas, latas de refrigerantes e cervejas, antiácidos e desodorantes antitranspirantes, assim como vasilhames para cães e gatos comerem e beberem. Nestes, pode causar paralisia dos membros posteriores que leva ao sacrifício precoce dos animais. Em suma, o alumínio é muito útil... porém mortal.

DR. SÉRGIO TEIXEIRA Rua Visconde de Pirajá 608/609 Ipanema - Rio de Janeiro Fones/Fax 2259-

2746 e 2259-2193 e-mail [email protected]

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Alimentação Natural

A alimentação ingerida tem efeitos poderosos sobre a vida mental do homem.

O comportamento humano é resultante do seu estado mental. A agressão, a passividade, a depressão, a alegria, o otimismo, a felicidade, resultam da frequência mental.

A alimentação natural, quando fundamenta no estudo, na pesquisa, ajuda a manter o equilíbrio mental, a integração moral, a harmonia, a saúde física, mental e espiritual, desde que realizada conscientemente, sem fanatismos ou distorções que perturbam a consciência crítica, o livre arbítrio, a autodeterminação do praticante.

O homem que busca o autoconhecimento deve procurar o potencial da alimentação natural.

Comer não significa simplesmente satisfação física, mas fundamentalmente, defesa da vida, portanto, é ato moral. Todo o tempo do homem pertence ao homem.

A alimentação natural representa energia que ajuda a determinar o estado de equilíbrio entre o corpo, a mente e o espírito.

Corpo, mente e espírito não atual um sobre o outro porque são um só. O ator, o portador da cultura e dos comportamentos é o espírito.

Leocádio José Correia Mensagem psicografada pelo médium

Maury Rodrigues da Cruz Em 10 de Maio de 1990

Mensagem extraída do livro “No Cenário da Vida” – Leocádio José Correia – Editado pela SBEE

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A Força da Prece

Estudo Brasileiro mostra que o corpo reage a preces. (1)

A espiritualidade exerce ação efetiva sobre o corpo humano?

R: Cientistas do mundo inteiro vêm realizando estudos na tentativa de esclarecer essa questão. No que depender da primeira pesquisa brasileira nessa área, a resposta é sim.

Segundo um estudo da UnB (Universidade de Brasília), um dos principais mecanismos de defesa do organismo - a fagocitose - pode ter a função estabilizada com preces feitas à distância. O estudo foi realizado com 52 voluntários, todos estudantes de medicina da UnB. A cada semana, uma dupla fornecia amostras de sangue e respondia a um questionário sobre estresse.

(...) Encaminhava-se uma foto do voluntário, identificada apenas pelo nome, a um grupo de dez religiosos de diferentes credos, que, por uma semana, faziam preces para aquela pessoa.

Coordenada pelo professor de imunologia Carlos Eduardo Tosta, a pesquisa demorou três anos para ser concluída. - "Eu e minha equipe ficamos surpresos porque, embora no fundo quiséssemos que houvesse influência [das orações], achávamos que a maior probabilidade seria a de não acontecer nada", diz o médico.

Ana Paula de Oliveira - da Folha de São Paulo, 09.07.2004.

Como vemos e constata também Joanna de Ângelis, “lentamente, mesmo sem dar-se conta, os cientistas se tornam sacerdotes do Espírito e avançam corajosamente ao encontro de Deus e de Suas Leis, que vigem em toda parte”.

Gradativamente, a ciência vai comprovando fatos que a Doutrina Espírita já tem demonstrado. Na experiência aqui relatada identificamos vários eventos importantes: a força do pensamento, a ação dos fluidos e o valor da prece intercessória.

Allan Kardec, ao emitir seus comentários na questão 662 de O Livro dos Espíritos, afirma que “o pensamento e a vontade representam em nós um poder de ação que alcança muito além dos limites da nossa esfera corporal. A prece que façamos por outrem é um ato dessa vontade.”

Diz-nos o Espírito Emmanuel que “O homem custa a crer na influencia das ondas invisíveis do pensamento, contudo, o espaço que o cerca está cheio de sons que os seus ouvidos materiais não registram (...)” . E ainda esclarece: “a eletricidade é energia dinâmica; o magnetismo é energia estática; o pensamento é força eletromagnética”. É através dessa força que emulamos nossas preces e também direcionamos nossas vibrações benéficas em favor de outras pessoas, pois “a prece é a emanação do pensamento bem direcionado e rico de conteúdos vibratórios”.

Vale a pena considerar a elucidação do Espírito André Luiz ao referir-se aos passes, que podem também ser transmitidos à distância, através das vibrações que são doadas e veiculadas pela ação da prece: - “Pelo passe magnético, no entanto, notadamente naquele que se baseie no manancial da prece, a vontade fortalecida no bem pode soerguer a vontade enfraquecida de outrem para que essa vontade novamente ajustada à confiança magnetize naturalmente os

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milhões de agentes microscópicos a seu serviço, a fim de que o estado orgânico, nessa ou naquela contingência, se recomponha para o equilíbrio indispensável”.

André Luiz esclarece-nos ainda que “reconhecendo-se a capacidade do fluido magnético para que as criaturas se influenciem reciprocamente, com muito mais amplitude e eficiência atuará ele sobre as entidades celulares do estado orgânico – particularmente as sanguíneas e as histiocitárias -, determinando-lhes o nível satisfatório, a migração ou a extrema mobilidade, a fabricação de anticorpos ou, ainda, a improvisação de outros recursos combativos e imunológicos, na defesa contra as invasões bacterianas e na redução ou extinção dos processos patogênicos (...)”.

Verificamos que, na experiência da UnB, os voluntários comportaram-se como agentes passivos inconscientes do experimento e, apesar disso, foram beneficiados pela ação das preces, no que se refere à estabilização das funções da fagocitose. Observou-se também, segundo os questionários que foram respondidos, que o nível de estresse dos estudantes destinatários das preces não mudou.

Pode-se concluir com isso que, se os voluntários tivessem consciência do processo e participassem dele ativamente, - “ativando suas antenas receptoras destas energias” (4) - seguramente os resultados poderia ser ainda mais proveitosos. O mesmo aconteceria nos casos de aplicação direta de bioenergia através de passes.

Quando “Jesus recomendou que orássemos uns pelos outros, num convite à solidariedade fraternal, (ele assim o fez) a fim de que nos ajudemos através das ondas mentais da comunhão com Deus”, (5) sem que isso significasse a instituição de profissionalismo religioso.

Só nos resta sugerir que os estudiosos e investigadores continuem a produzir experiências que tragam cada vez mais luzes ao conhecimento humano, pois “são eles os missionários da fé vibrante dos tempos passados, que retornam com o instrumento da ciência para confirmar o potencial de mediar o bem que há em cada ser”. (2)

por: Lincoln Barros de Sousa

Bibliografia: 1 - Folha on-line_Folha de São Paulo, Jornal. Estudo Brasileiro mostra que corpo reage a prece. 08 de julho 2004, 07:36h. 2 - FRANCO, Divaldo Pereira. Desenvolvimento Científico. In:___. Dias Gloriosos, 1ª. ed. Salvador: LEAL, 1999. p. 12 e 20. 3 - ______ - Pedir e Conseguir. In:__ Jesus e o Evangelho à Luz da Psicologia Profunda, 1ª ed, Salvador: LEAL, 2000. p. 220. 4 - ______ - Orações Encomendadas. In:__ Messe de Amor, 7ª ed., Salvador: LEAL, 1964, p 155. 5 - ______ - Orações Solicitadas. In:__Desperte e Seja Feliz, 4ª ed. Salvador:LEAL, 1998. p.160. 6 - KARDEC, Allan. A Prece, Questão 662. In: ___O Livro dos Espíritos, 83ª.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. p. 320. 7 - XAVIER, Francisco Cândido. Intercessão.In: ___Pão Nosso, 5ª.ed. Rio de Janeiro:FEB, 1977. p.45. 8 - ______ - Vontade. In:___Pensamento e Vida, 9ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1991. p.16. 9 - ______ - Passe magnético. In: Evolução em Dois Mundos, 16ª ed. Rio de Janeiro:FEB, 1998, p. 200 e 201

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Sexta-feira, 6 de setembro de 2002

A eficiência da 'lei seca'

A cidade de Diadema registrou em agosto o menor número de homicídios desde novembro de 1994. Esse município da Grande São Paulo passou dois fins de semana consecutivos, em julho, sem registrar nenhum homicídio, mudança relevante para uma cidade marcada, no ano passado, por uma média de 4 a 5 homicídios por fim de semana. Em julho de 2001 houve na cidade 26 assassinatos, contra apenas 7 neste ano. O motivo da queda da criminalidade em Diadema se deve, em grande parte, à chamada "lei seca" que proíbe o funcionamento dos bares entre 23 e 6 horas, aprovada pela Câmara Municipal e em vigor desde o início de junho último. Um trabalho conjunto da Delegacia Seccional de Polícia de Diadema com a Coordenadoria Social do município mapeou os locais e horários de maior incidência dos crimes de morte e descobriu que 60% dos homicídios ocorriam entre 11 e 4 horas no interior ou na saída dos bares, principalmente naqueles que funcionam com mesas nas calçadas. Os "acertos de contas" que vão desde o pagamento de dívidas banais até resultados dos jogos de bilhar motivaram a quase totalidade desses crimes caracterizados sempre pela embriaguez dos beligerantes.

O município pioneiro nesse tipo de medida foi Barueri, seguido de Itapevi. Agora, os bons resultados de Diadema levaram a Câmara de Mauá, na mesma região, a aprovar idêntico projeto. Os vereadores de Santo André e São Bernardo também estão discutindo se proíbem a venda de bebidas alcoólicas em lugares públicos a partir das 23 horas. Em Diadema, uma rigorosa fiscalização garantiu a eficácia da lei. Regina de Luca Miki, coordenadora da Defesa Social na cidade, diz que cerca de 85% dos 1.200 bares estão obedecendo à proibição. A fiscalização da prefeitura já fechou 4 que desrespeitaram a lei, multou 18 e notificou 127.

Com os bares fechados durante a madrugada, não foram apenas os homicídios que diminuíram. Os dados da polícia demonstram que o número de atendimentos a pessoas alcoolizadas em hospitais, envolvidas em pequenos acidentes, caiu de 164 em maio, antes da proibição, para 53 em junho, depois da lei. Os acidentes de trânsito despencaram de 150 para 51, no mesmo período, e os registros de agressões, de 92 para 36. A resistência dos donos dos estabelecimentos à medida é compreensível, mas o alcance social da lei é inquestionável. O argumento de que a medida só pode vigorar em cidades pequenas onde não há custosos empreendimentos destinados a um comércio de horário noturno não procede porque a lei de Diadema, por exemplo, prevê licenças especiais concedidas por uma comissão que inclui membros da comunidade, representantes do sindicato dos bares e restaurantes, policiais e funcionários da prefeitura. Os bares de consumo de classe média, que cumprirem certos critérios, como de proteção acústica, licença da vigilância sanitária e acesso para pessoas com deficiência física podem ter horário mais longo de funcionamento. Porém, basta uma única reincidência de crime envolvendo embriaguez nesses locais para que a licença seja cassada definitivamente. Os donos dos bares de consumo mais caro, destinados à classe média em Santo André e São Bernardo, omitem, em suas críticas à lei de Diadema; a possibilidade de obtenção dessa licença. São Paulo já fez algumas tentativas malogradas de fechar bares de madrugada. Os resultados obtidos em Diadema sugerem que elas deveriam ser repetidas. Artigo enviado por Rosa Branco – GEM da SBEE - 5a. Feira - Sede – para [email protected]

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Sócrates o filósofo e Hípias o sofista – (Teatro)

Filósofo – o que busca a sabedoria, ou seja, o conhecimento coerente e lógico aplicável para o bem de todos. Sofista – sujeito que usava argumentos falsos para impor uma verdade duvidosa. Diálogo da beleza - Te saúdo Sócrates! Diz Hípias ao cruzar com Sócrates em uma das ruas de Atenas. - Olhem o belo Hípias. Responde Sócrates. - Fazia tempo que não o víamos pela cidade. Aonde vais tão bem vestido Hipías? - Vou ao ginásio fazer um discurso sobre a genealogia dos heróis. Gostaria de ouvi-lo? - Não posso. Infelizmente tenho outro compromisso. Responde Sócrates. - É um discurso que já fiz e todos acharam muito belo, mas eu gostaria de ter também a tua opinião. - Você disse muito belo? Então você sabe o que é a beleza? Provoca Sócrates. - Ah. Certamente! Responde Hípias demonstrando autoconfiança. - E você se importaria de me explicar o que é? - Facílimo. Uma bela donzela! Sócrates, aí está algo belo. - Uma boa resposta, mas diga-me Hípias, pode-se dizer que uma bonita jumenta é bela? - Sim. Na minha cidade há jumentas de grande beleza. Responde Hípias. - E uma bonita panela, pode-se dizer que é uma bela coisa? - Não entendo caro Sócrates, que você se possa servir de um objeto assim tão prosaico1 para falar de coisas tão elevadas. - Mas o que você esperava? Eu sou apenas um ignorante. Porém, você deve admitir que uma bonita panela também é bela. - Sim, pode ser, porém a mais bela das panelas, diante de uma bela donzela é feia. Responde Hípias. - Como a mais bela das donzelas será feia se comparada a um deus. É o que acha? - Exatamente! Responde Hipias com segurança. - Mas antes você disse: - uma bela donzela, aí está algo belo. E há pouco me disse que comparada a um deus é feia. Mas não pode ser bela e feia ao mesmo tempo. Assim, você ainda não me disse o que é a beleza! - Te explico em outro dia! Quando queiras. Até logo Sócrates!

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1 - prosaico – comum, corriqueiro, banal.

Questão filosófica: Onde está a beleza? No que se observa ou no interior do observador?

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DIÁLOGO EM ATENAS – (Teatro)

Estamos no século V antes de Cristo, mas você não sabe disso. Você só sabe que tem o privilégio de ser discípulo do grande filósofo Sócrates e, como ele, sabe que nada sabe. Acompanhando o mestre numa de suas andanças pela gloriosa Atenas, que hoje está elegendo seus dirigentes, você e seus colegas tiveram mais uma valiosa oportunidade de vê-lo utilizar seu famoso método de fazer perguntas. Vocês cruzaram com Nicomáquides, candidato a estratego, a quem Sócrates perguntou:

- Então, Nicomáquides, quais são os estrategos eleitos?

- Ah, Sócrates, você não acha que os atenienses foram injustos? Em lugar de elegerem a mim, que tenho tanta experiência militar e fui tantas vezes ferido (e mostrava suas cicatrizes), escolheram Antístenes, que nunca foi soldado e até hoje só se dedicou a acumular dinheiro.

- Mas, você não acha que essa é uma boa qualidade? - Ora, Sócrates, saber juntar dinheiro não significa saber comandar exércitos. - Antístenes - continuou Sócrates - já demonstrou que é o nosso melhor mestre de coro. - Santo Júpiter, Sócrates! Uma coisa é estar à frente de um coro e outra, muito diferente, é estar à frente de um exército! - Veja, Nicomáquides, que Antístenes não sabe cantar nem treinar cantores, mas teve a habilidade de escolher os melhores artistas. - Sim, Sócrates, mas será que ele encontrará no exército quem organize as tropas e faça a guerra em seu lugar? - Se ele conseguir encontrar os melhores em questões militares, assim como soube fazer no caso dos cantores, bem que poderá vencer batalhas. - Ah, é, Sócrates? Então, você acha que alguém pode ter, ao mesmo tempo, competência como diretor de coros e estratego? - O que penso é o seguinte: o bom administrador terá bom desempenho à frente de um coro, uma casa, cidade ou exército. - Santo Júpiter, Sócrates! Nunca pensei ouvir você dizer que um bom administrador de bens pode ser um bom general! - Pois bem, Nicomáquides. Vamos ver se as responsabilidades de um e outro são iguais ou diferentes. - Está bem, Sócrates. Vejamos. - Cercar-se de colaboradores competentes, não é responsabilidade de ambos? - Com certeza. - Designar aos colaboradores as tarefas para as quais são mais aptos, sim ou não? - Sim, é claro. - Punir os relaxados e recompensar os aplicados? - Certamente. - Confraternizar com os colaboradores, para criar um clima positivo e espírito de colaboração? - Sem dúvida. - Cuidar do patrimônio, não devem ambos? - Isso também é certo. - Enfim, não devem ser igualmente dedicados em suas atribuições? Não é certo que ambos têm inimigos ou concorrentes? Não têm o mesmo interesse em vencê-los? - Sim, é claro. - Então, Nicomáquides, se os negócios particulares são tão parecidos com os negócios

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públicos, porque o administrador de um não pode ser o administrador de outro?

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Preâmbulo do livro “O Que é o Espiritismo”

As pessoas que não têm do Espiritismo senão um conhecimento superficial, são naturalmente levadas a fazer certas indagações, às quais um estudo completo lhes daria, sem dúvida, a solução. Mas o tempo e, Frequentemente, a vontade, lhes faltam para se consagrarem às observações continuadas. Quereriam, antes de empreender essa tarefa, saber ao menos do que se trata e se vale a pena dela se ocuparem. Pareceu-nos útil, pois, apresentar, em um quadro restrito, a resposta a algumas das questões fundamentais que nos são diariamente dirigidas. Isso será, para o leitor, uma primeira iniciação e, para nós, tempo ganho pela dispensa de repetir constantemente a mesma coisa.

O primeiro capítulo contém, sob a forma de diálogos, respostas às objeções mais comuns da parte daqueles que ignoram os primeiros fundamentos da Doutrina, assim como a refutação dos principais argumentos dos seus opositores. Essa forma nos pareceu mais conveniente, porque não tem a aridez da forma dogmática.

O segundo capítulo é consagrado à exposição sumária das partes da ciência prática e experimental, sobre as quais, na falta de uma instrução completa, o observador novato deve dirigir sua atenção para julgar com conhecimento de causa. É de alguma forma o resumo de O Livro dos Médiuns. As objeções nascem, o mais Frequentemente, de ideias falsas que são feitas, a priori, sobre o que não se conhece. Corrigir essas ideias é antecipar-se às objeções: tal é o objeto deste pequeno escrito.

O terceiro capítulo pode ser considerado como o resumo de O Livro dos Espíritos. É a solução, pela Doutrina Espírita, de um certo número de problemas do mais alto interesse de ordem psicológica, moral e filosófica, que são colocados diariamente, e aos quais nenhuma filosofia deu, ainda, soluções satisfatórias. Que se procure resolvê-los por outra teoria, e sem a chave que nos oferece o Espiritismo, e ver-se-á que elas são as respostas mais lógicas e que melhor satisfazem à razão.

Este resumo não é somente útil para os iniciantes que poderão nele, em pouco tempo e sem muito esforço, haurir as noções mais essenciais, mas também o é para os adeptos aos quais ele fornece os meios para responder às primeiras objeções que não deixam de lhe fazer, e, de outra parte, porque aqui encontrarão reunidos, em um quadro restrito, e sob um mesmo exame, os princípios que eles não devem jamais perder de vista.

Para responder, desde agora e sumariamente, à questão formulada no título deste opúsculo, nós diremos que:

O Espiritismo é ao mesmo tempo uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, ele compreende todas as consequências morais que decorrem dessas relações.

Pode-se defini-lo assim: O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e da destinação dos Espíritos, e das suas relações com o mundo corporal.

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Exemplo de texto do Evangelho para leitura de debate - Morte Prematura

21. Quando a morte ceifa nas vossas famílias, arrebatando, sem restrições, os mais moços antes dos velhos, costumais dizer: Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte e tem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções; pois leva os que são úteis e deixa os que para nada mais servem; pois despedaça o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria.

Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, para compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal; a sábia previdência onde pensais divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveis de avaliar a justiça divina pela vossa? Podeis supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero capricho, a vos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos advêm, nelas encontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e os vossos miseráveis interesses se tornariam de tão secundária consideração, que os atiraríeis para o último plano.

Crede-me; a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses vergonhosos desregramentos que pungem famílias respeitáveis, dilaceram corações de mães e fazem que antes do tempo embranqueçam os cabelos dos pais. Frequentemente, a morte prematura é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez lhe acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aquele que morre na flor dos anos; é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra.

É uma horrenda desgraça, dizeis, ver cortado o fio de uma vida tão prenhe de esperanças! De que esperanças falais? Das da Terra, onde o liberto houvera podido brilhar, abrir caminho e enriquecer? Sempre essa visão estreita, incapaz de elevar-se acima da matéria. Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida, ao vosso parecer tão cheia de esperanças? Quem vos diz que ela não seria saturada de amarguras? Desdenhais então das esperanças da vida futura, ao ponto de lhe preferirdes as da vida efêmera que arrastais na Terra? Supondes então que mais vale uma posição elevada entre os homens, do que entre os Espíritos bem-aventurados?

Em vez de vos queixardes, regozijai-vos quando praz a Deus retirar deste vale de misérias um de seus filhos. Não será egoístico desejardes que ele aí continuasse para sofrer convosco? Ah! essa dor se concebe naquele que carece de fé e que vê na morte uma separação eterna. Vós, espíritas, porém, sabeis que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo. Mães; sabei que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, estão muito perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, a lembrança que deles guardais os transporta de alegria, mas também as vossas dores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma revolta contra a vontade de Deus.

Vós, que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações do vosso coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirdes a Deus que os abençoe, em vós sentireis fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentireis aspirações grandiosas que vos mostrarão o porvir que o soberano Senhor prometeu. - Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris. (1863.)

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Se fosse um homem de bem, teria morrido

22. Falando de um homem mau; que escapa de um perigo, costumais dizer: - "Se fosse um homem bom, teria morrido." Pois bem; assim falando, dizeis uma verdade, pois, com efeito, muito amiúde sucede dar Deus a um Espírito de progresso ainda incipiente prova mais longa, do que a um bom que, por prêmio do seu mérito, receberá a graça de ter tão curta quanto possível a sua provação. Por conseguinte, quando vos utilizais daquele axioma, não suspeitais de que proferis uma blasfêmia.

Se morre um homem de bem, cujo vizinho é mau homem, logo observais: - "Antes fosse este." Enunciais um grande erro, porquanto aquele que parte concluiu a sua tarefa e o que fica talvez não haja principiado a sua. Por que, então, haveríeis de querer que ao mau faltasse tempo para terminá-la e que o outro permanecesse preso à gleba terrestre? Que diríeis se um prisioneiro, que cumpriu a sentença contra ele pronunciada, fosse conservado no cárcere, ao mesmo tempo que restituíssem à liberdade um que à esta não tivesse direito? Ficai sabendo que a verdadeira liberdade, para o Espírito, consiste no rompimento dos laços que o prendem ao corpo e que, enquanto vos achardes na Terra, estareis em cativeiro.

Habituai-vos a não censurar o que não podeis compreender e crede que Deus é justo em todas as coisas. Muitas vezes, o que vos parece um mal é um bem. Tão limitadas, no entanto, são as vossas faculdades, que o conjunto do grande todo não o apreendem os vossos sentidos obtusos. Esforçai-vos por sair, pelo pensamento, da vossa acanhada esfera e, à medida que vos elevardes, diminuirá para vós a importância da vida material que, nesse caso, se vos apresentará como simples incidente, no curso infinito da vossa existência espiritual, única existência verdadeira. - Fénelon. (Sens, 1861.) Trecho obtido na Internet em uma cópia on-line do Evangelho Segundo o Espiritismo

Jesus escreve sobre o caráter dos que o cercam

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SBEE - Exercício Mediúnico – Módulo 2 (2/2002)

Deus 1. Deus Interior 2. Deus como justiça não pune nem castiga

“...não há efeito sem causa.” (Livro dos Espíritos – Parte 1, Cap. 1) “...Deus é o fundamento do fundamento...” (Antônio Grimm) “Atribuir a formação primária das coisas às propriedades íntimas da matéria seria tomar o efeito pela causa, porquanto essas propriedades são, também elas, um efeito que há de ter uma causa.” (Livro dos Espíritos – Parte 1, Cap. 1) “Deus é imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo nenhuma estabilidade teriam.” (Livro dos Espíritos – Parte 1, Cap. 1) “Todos os homens estão submetidos às mesmas leis da Natureza. Todos nascem igualmente fracos, acham-se sujeitos às mesmas dores e o corpo do rico se destrói como o do pobre. Deus a nenhum homem concedeu superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela morte: todos, aos seus olhos, são iguais.” (Livro dos Espíritos – Parte 3, Cap. 9) “É lei da natureza a desigualdade das condições sociais? Não; é obra do homem e não de Deus. Algum dia essa desigualdade desaparecerá? Eternas somente as leis de Deus o são. Não vês que dia a dia ela gradualmente se apaga? Desaparecerá quando o egoísmo e o orgulho deixarem de predominar. Restará apenas a desigualdade do merecimento. Dia virá em que os membros da grande família dos filhos de Deus deixarão de considerar-se como de sangue mais ou menos puro. Só o Espírito é mais ou menos puro, e isso não depende de posição social.” (Livro dos Espíritos – Parte 3, Cap. 9) Questões anteriores: 1) Descreva o ambiente onde está inserido. 2) Qual o seu objetivo de vida? 3) O que você entende por justiça? Responda às questões (para auxiliar na análise, pense em exemplos):

1) O que relaciona um efeito à sua causa? 2) Qual a origem do elo de ligação entre uma causa e seu respectivo efeito? 3) Quais os desdobramentos da afirmação: “Deus é soberanamente justo e bom.” ? (Livro dos Espíritos – Parte 1, Cap. 1) 4) Por que “Deus como justiça não pune nem castiga” ?

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Comentários: O que liga um efeito à sua causa pode ser chamado de lei (ou regra). Sempre que determinadas condições se repetem (causas), manifesta-se o mesmo efeito. Por exemplo: neve, evaporação, gravidade, vento, combustão, etc. O estudo do ambiente tem nos levado a identificar diversos “efeitos”. Tudo o que vemos são efeitos, e gradualmente identifica-se também suas causas e a conseqüente relação entre causa e efeito. Feita esta constatação, um próximo passo natural é pensar sobre “a causa das leis”, ou de outra forma: - pensar por que a água entre em ebulição quando sua temperatura é elevada a 100°C?

(respeitadas outras condições, como a pressão) - por que alguns planetas tem gravidade? - por que existem os elementos químicos, e suas conhecidas (e ainda desconhecidas)

associações? O Espiritismo entende Deus como “a causa primária de todas as coisas”. Nosso entendimento deste conceito, porém, evolui constantemente segundo estudo individual sobre o mundo (material e espiritual). Ao analisar estes ambientes percebe-se sua complexidade, bem como o equilíbrio potencial oferecido pelas leis que os coordenam. As leis (ou regras) não orientam apenas o ambiente material. Quais princípios básicos estariam apoiando todas essas leis ou regras? - preservação da vida - responsabilidade - liberdade - igualdade Ao avaliar estes princípios identifica-se sua veracidade, coerência e aplicação. Então, é possível

questionar:

- preservar a vida é um princípio básico da humanidade, e é possível percebê-lo imutável em qualquer época, mesmo que as ações resultantes da sua aplicação sejam diferentes segundo o entendimento que fazemos;

- a liberdade é natural de todos os seres em qualquer época ou circunstância; Estes (assim como outros) princípios não se alteram. Sua interpretação porém pode variar segundo quem os aplica. Estes princípios são, portanto, imutáveis? E qual sua origem? Por que existem?

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DEUS - A evolução de um conceito (Veja a edição no. 9 da revista SER Espírita)

Deus é um princípio fundamental para a Doutrina Espírita. • Como víamos Deus quando morávamos em cavernas? • Quantos deuses havia? • Deus natureza - Trovão – Vulcão – Ventos – Chuva – Sol • Deuses ganham forma: meio animal, meio humana e depois humana. CRENÇA EGÍPCIA - Anúbis traz Hunefer e pesa seu coração – Não pode pesar mais que uma pena de avestruz - Thot anota o resultado - Sobek a devoradora aguarda o julgamento 1250 AC - Moisés – Monoteísmo - 10 Regras - Contradição entre o “Não matarás” e o “Olho por olho” Moisés (1250 a.C): conjunto de regras a serem obedecidas, aliança, decálogo, monolatria; . Amós (800 a.C.): Deus de justiça . Oséas (600 a.C.): Deus de perdão . Deutero Isaías (400 a.C.): Deus único, o Deus de Israel era o Deus de toda a humanidade . Jesus (6 a.C. – 27 A.D.): Deus de amor, todos são iguais perante Deus . Spinoza: Deus não pessoal, Deus não mais fora do mundo . Os conceitos são abandonados à medida em que deixam de atender às expectativas das pessoas e de seus grupos. CONCEITOS MAIS COERENTES PREVALECEM DEUS DEIXOU DE SER: 1 entre muitos - Deus de um só povo - Deus dos exércitos - Deus que castiga Deus controlador - Deus que governa pelo medo - Deus de uma igreja Deus dogmático - Deus criado pelo homem DEUS NÃO SE RELACIONA AO: Mágico – Místico – Divinal - Sacro - Infinito – Absoluto

Não é matéria ou energia, não tem forma definida, não está restrito à uma pessoa, não está no céu. Está nos seres e nas coisas mas não se confunde com elas. Não determina comportamentos, assim não há desobediência ou pecado, não vigia, não fiscaliza, não

pune, não aceita oferendas ou promessas, não concede dons ou favores, não intercede, não aceita pedidos, não protege ou age por milagres. DEUS CÓSMICO

Abrange todas as coisas, todos os seres, inteligentes ou não, encarnados ou desecarnados Evidente na harmonia e na estruturação inteligente do Universo. É a totalidade. Nossa identidade com o Cosmos é identidade com Deus. Identidade se faz pelo conhecimento,entendimento, sabedoria, consciência. Onipresente pois os seres criam expressando Deus. Onisciente pela consciência de cada um Onipotente, pois age através de suas criaturas

ISAAC NEWTON e o cético. O que é Deus para você?

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DEUSES EGÍPCIOS

Note que na imagem, o faraó é conduzido à presença dos deuses que irão comparar o peso do seu coração (representando seus arrependimentos no prato esquerdo da balança, contra o peso de uma pena de avestruz no prato direito da balança)

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ZEUS – Rei dos deuses com um feixe da raios na mão esquerda e PALAS ATENA deusa da guerra

INTI – o deus Sol dos Incas Jaguar – deus Maia do submundo

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Jesus e a Moral Cristã

Jesus, vivendo o seu tempo, construiu valores universais únicos, que, pela profundidade e extensão, modificaram os aspectos culturais, sociais, políticos e econômicos da humanidade. Para o Espiritismo, esses valores são conceitos fundamentais, sendo a moral cristã o eixo de sua visão de mundo e interpretação da realidade.

O Espiritismo entende que o significado de Jesus encontra-se em seu exemplo de vida, fazendo e demonstrando a viabilidade de um padrão de comportamento. Foi a força de seu exemplo que deu significado à sua existência e não a série de mitos, interpretações e dogmas que foram agregados ao entendimento de sua mensagem. Portanto, é fundamental que o espírita possa fazer essas distinções.

Para a Doutrina Espírita, Jesus, como todo ser humano, nasceu da união entre um homem e uma mulher e não de uma forma sobrenatural. De origem humilde, não era descendente de Davi e não possuía nenhuma pretensão ao poder temporal.

O Espiritismo não recorre à idéia de milagre, que não existe para a Doutrina, para justificar algumas situações da existência de Jesus. Este, ao colocar em prática o seu conhecimento e a sua capacidade mediúnica, foi interpretado, pelo desconhecimento das pessoas ao seu redor, como o realizador de acontecimentos maravilhosos e fantásticos.

Para entender Jesus, o Espiritismo não precisa utilizar a idéia de messias, salvador ou cordeiro de Deus. Não é importante como Jesus nasceu ou morreu, mas, sim, como viveu. Seu significado não se encontra nas condições de sua morte — não há necessidade de entendê-la como um sacrifício para salvar a humanidade ou tentar transformá-la em exceção através da idéia de ressurreição.

Apesar de sua importância, Jesus não se confunde com Deus. Não é a Sua encarnação. Era filho de Deus como todas as criaturas o são. Deixar de confundir Jesus com Deus permite reconhecer o valor desse espírito que alcançou, pelo exercício de seu conhecimento, a compreensão do amor como lei fundamental do Universo, a que nenhum homem até então havia alcançado. Considerar Jesus como divino é retirar dele uma característica fundamental: a de um ideal possível de ser alcançado, uma referência exeqüível para a humanidade.

Jesus, para a Doutrina, é um espírito que tem uma história ao longo da qual foi construindo seu conhecimento, diferenciando-se do nível médio da cultura terrena. Na medida em que vivenciou, em que desenvolveu experiências de vida, foi se fazendo presente, através da força de seu exemplo, da intensidade de sua coerência, da inovação e clareza do conhecimento que alcançou. O significado da síntese que construiu a respeito da existência, do ser humano, da vida, pode ser avaliado em um pequeno resumo de suas ideias:

• Deus único é o pai de todos (todos são iguais perante Deus) • Ame a Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o espírito, e ame seu

próximo como a si mesmo, essa é toda a lei e todos os profetas estão contidas nela. • Trate todos os homens da mesma forma que você gostaria de ser tratado • Ame seus inimigos e faça o bem àqueles que o odeiam e ore por aqueles que o perseguem

e caluniam • Aquele dentre vocês que não tiver errado, que atire a primeira pedra

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• Eu não digo que deva perdoar ao seu irmão até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes

• Reconcilie-se com seu adversário enquanto estiver com ele no caminho • Não julgue a fim de que não seja julgado • Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo • O homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida pela de muitos • Por que vê um cisco no olho de vosso irmão, você que não vê uma trave no seu olho? • Que a sua mão esquerda não saiba o que faz a sua mão direita • Não se acende uma candeia para colocá-la sob o alqueire, mas sobre o candeeiro a fim de

que ela clareie todos aqueles que estão na casa • Não há nada de secreto que não deva ser descoberto, nem nada de oculto que não deva ser

conhecido • Fora da caridade não há condições de se alcançar um conhecimento maior de si mesmo e da

vida. • Bem aventurados os que choram, porque serão consolados; os que tem fome e sede de

justiça porque serão saciados; os humildes porque deles é o reino dos céus; aqueles que tem o coração puro porque verão a Deus; aqueles que são brandos porque possuirão a Terra; os pacíficos, porque eles serão chamados de filhos de Deus; aqueles que são misericordiosos porque eles próprios obterão misericórdia

Jesus, em sua existência cósmica, é o caminho, a verdade, a vida em sua multiplicidade, diversidade, alteridade. Seus ensinamentos, seu comportamento e os exemplos de outras pessoas que se identificaram com sua proposta, foram desenhando, construindo, um código, um padrão de referência fundamentado na unidade da humanidade e na igualdade entre os seres, e, em decorrência, no amor ao próximo, na solidariedade, na tolerância, na responsabilidade pessoal, na liberdade de consciência e na moral como defesa, promoção da vida. Jesus é padrão de comportamento aberto para auxiliar as pessoas na construção de seu próprio futuro. Jesus é exemplo claro de comportamento moral que reflete a identidade do ser com o Universo e com Deus.

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Um Homem Chamado Jesus Que homem foi esse?

Não escreveu livros, não pintou quadros famosos, não foi ator de novela, não foi jogador de futebol e mesmo assim não foi esquecido em mais de 2000 anos de história? Não só não foi esquecido, mas acabou por dividir a história do ocidente em a.C e d.C.

Durante as reuniões dos grupos de estudos, denominados Grupos de Exercício Mediúnico, e no atendimento à consultas que recebemos pelo e-mail da SBEE, temos nos defrontado com algumas perguntas muito interessantes sobre Jesus.

Algumas destas perguntas estão relatadas abaixo juntamente com a resposta que no momento entendemos como a mais coerente. O que sabemos de Jesus? - Sabemos o que lemos e cremos naquilo que encontra sustentação em nossa fé crítica raciocinada. Jesus foi um homem? - Jesus é um espírito evoluído que encarnou como homem. De onde veio Jesus? - Não sabemos, mas pelos seus ensinamentos podemos deduzir ele veio de uma boa escola, já que muitas de suas ideias não eram conhecidas na Terra naquela época. Por quê Jesus veio a Terra? - Baseados na idéia de que quanto mais esclarecido for o espírito, mais livre ele é, podemos concluir que Jesus não veio contra a sua vontade. No mínimo aceitou um convite ou uma missão. Para quê Jesus veio a Terra? - Jesus mesmo declarou: “eu não vim destruir a Lei, mas dar-lhe cumprimento e a Lei é amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo”. Quem foram os pais de Jesus? - A lógica de que Deus não vai contra suas próprias leis nos levam a concluir que seus pais foram um homem e uma mulher. Jesus é Deus? - Jesus chamava Deus de pai e seus contemporâneos de irmãos. Por quê sua mensagem resistiu ao tempo? - Porque Jesus viveu e sofreu as consequências das suas convicções. Havia coerência entre seu pensar, seu falar e seu agir. Jesus anunciou o novo e nos deu a conhecer leis e valores maravilhosos como: a continuidade da vida, a reencarnação; o amor a Deus e ao próximo, o perdão e tantos outros conceitos que ainda carecem do entendimento pleno por parte da humanidade. Jesus ressuscitou?

- Se ressuscitar é voltar à vida material no mesmo corpo, a resposta é não. Os romanos aplicavam penas capitais muito cruéis aos não romanos. A crucificação, a morte na fogueira e a morte por animais tinham como objetivo dar o exemplo e extinguir a pessoa de modo a não sobrar nada para ser cultuado. Era costume deixar o corpo crucificado ser consumido pelos abutres e cães carniceiros. Assim sendo, podemos entender que por usar o exemplo e a prova como método de ensino, Jesus teve que materializar-se para poder aparecer aos discípulos e provar a continuidade da vida.

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Jesus realmente existiu? - Mesmo que fosse um mito, alguém teria que ter concebido as ideias superiores que chegam até nós. Quem quer que as tenha concebido é merecedor da nossa admiração e respeito. Há contudo, relatos de escritores não cristãos que sustentam as evidências da existência de Jesus.

o Tácito ( 55-120d.C.) escrevendo sobre o incêndio de Roma informa que “Nero acusa aqueles detestáveis por suas abominações que a multidão chama de cristãos. Esse nome vem de Cristo, que sob o principado de Tibério, foi mandado para o suplício pelo procurador Pôncio Pilatos. Reprimida momentaneamente, essa superstição horrível rebrotou novamente, não apenas na Judéia mas agora dentro de Roma” (Anais – cap XV p.54)

o Suetônio ( 55-120 d.C.) falando da vida do imperador Cláudio: “O imperador expulsou de Roma os judeus que viraram causa permanente de desordem pela pregação de Cristo” (Vida de Cláudio, cap 25, p.4)

o Plínio o Jovem (61-114 d.C.) escrevendo para o Imperador Trajano: “os cristãos tem o hábito de se reunir em um dia fixo para rezar ao Cristo, que consideram Deus, para cantar e jurar não cometer crime, abstendo-se de roubo, assassinato, adultério e infidelidade”. (Carta a Trajano, cap. X, pg 96) Fonte: Revista Superinteressante, abril de 1996, pg 51.

Onde Jesus nasceu? - Tudo indica que Jesus nasceu em Nazaré e não em Belém. Quando Jesus nasceu? - Jesus nasceu em torno do ano 3.790 do calendário judaico. Devido a um erro do abade Dionísio o Exíguo. Este abade ficou encarregado do recálculo do calendário devido a adoção do calendário gregoriano estabelecido pelo papa Gregório em 1582. Segundo ele Jesus deve ter nascido em torno do ano 6 a. C. da nossa era. Os registros históricos mostram que Quirino que fez o famoso censo, só assumiu em 6 d.C. ou seja, 12 anos depois do nascimento de Jesus. Em que dia Jesus nasceu? - Ninguém sabe. A comemoração do nascimento de Jesus em 25 de dezembro, só foi instituída em 525 d.C. e seu objetivo era coincidir com as festas pagãs de modo a substituí-las. Somente após 1582 adotou-se a idéia de a.C. e d.C. Jesus tinha irmãos? - O texto original em grego usa a palavra adelphos que significa literalmente irmãos quando se refere aos irmãos de Jesus. Mateus nomeia Tiago, José, Simão, Judas e menciona suas irmãs sem nominá-las. Há quem afirme que uma de suas irmãs se chamava Miriam. Qual a mensagem de Jesus? - Sua mensagem era forte, complexa, intensa e extensa. Era, sobretudo nova; tão nova que sua compreensão e aplicação ainda estão em nosso futuro. Jesus trouxe mensagens revolucionárias para o momento em que viveu e desafiadoras para a nossa capacidade de mudança. Ideias como todos somos iguais perante o pai; nossa relação com o pai é de amor e não de medo; é necessário perdoar os inimigos ainda estão para ser incorporadas em nossos hábitos diários. Jesus morreu? - Desencarnou, pois fazia uso de um corpo material como o de qualquer ser humano. Jesus morreu para nos salvar? - Não, em uma época em que era costume sacrificar animais para conseguir a purificação, usou-se o assassinato de Jesus como uma figura de linguagem para passar a idéia que seu sacrifício

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garantiria o resgate das culpas que cada pessoa sentia. A salvação que Jesus propunha era a salvação da falta de autoconhecimento, do ódio, do egoísmo e da ignorância. Conhecereis a verdade e esta os libertará dizia Jesus. Como Jesus ensinava? - Jesus aproveitava cada oportunidade para transformar em uma lição. Os samaritanos por exemplo eram perseguidos por sua dissidência religiosa. Era uma falta grave para um judeu falar com um samaritano. A situação ficava pior ainda se a conversa fosse uma mulher que era considerada uma pessoa de menos valor. Veja a seguir o famoso diálogo com uma Samaritana que ele encontra em um poço na Samaria;

- Dá-me de beber, disse Jesus - Como sendo tu judeu me pedes de beber a mim que sou mulher samaritana? - Se tu conhecesses quem é que te diz dá-me de beber, tu lhe pedirias, e Ele te daria água viva. - Senhor! Tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? És tu maior do que o nosso pai Jacó que nos deu o poço, dele bebendo, ele próprio, seus filhos e o seu gado? - Qualquer um que beber desta água tornará a ter sede, mas aquele que beber da água que eu lhe der, nunca terá sede, porque a água que eu lhe der fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna. - Dá-me dessa água para que não mais tenha sede, e aqui não venha tirá-la. (Note que a mulher samaritana fica presa ao sentido material da mensagem sem alcançar seu verdadeiro sentido espiritual) - Vai chamar teu marido e vem cá. - Não tenho marido... - Disseste bem: pois que cinco maridos tiveste, e o que agora tens não é teu marido. - Vejo que és profeta! ( neste ponto ela percebe o valor e passa a procurar a verdade) - Nossos pais adoraram neste monte e vós judeus dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. - Mulher acredita-me, a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. A hora vem em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade. - Eu sei que o Messias vem e quando vier nos anunciará tudo. - Eu o sou, eu que falo contigo!

Quantos de nós percebe o significado das mensagens de Jesus que estão aí aguardando a compreensão e a prática?

Jesus irá voltar? - Se Jesus voltasse provavelmente não seria reconhecido. Além disso, teria sentido um professor ensinar redação para quem ainda não aprendeu a ler e a escrever? Quando virá o consolador prometido por Jesus? - Assim como os Judeus ainda esperam o Messias que já veio, alguns de nós, aguardam o consolador que já se encontra entre nós. Em nossa interpretação o consolador não é nada mais que o entendimento do significado da mensagem de Jesus; o conhecimento do significado da vida como oportunidade de evolução. Cabe a cada um de nós trabalhar na construção da ampliação da nossa consciência e da consciência daqueles com quem convivemos. Porque os escritores da época florearam a história de Jesus? - O estudioso Jaldemir Vitório do Centro de Estudos Superiores da Companhia de Jesus em Belo Horizonte explica que o texto bíblico segue o gênero literário conhecido como misdrah . Basicamente, o misdrah é uma forma de contar a história da vida de alguém usando como pano de

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fundo a biografia de outras personalidades históricas. No caso de Jesus a referência a Belém é feita para associá-lo ao rei Davi do Antigo Testamento, que segundo a tradição teria nascido lá. Um outro exemplo desta licença poética é a terrível execução de recém nascidos ordenada por Herodes e a fuga de Maria e José para o Egito para simbolizar que Jesus é o novo Moisés, já que esta narrativa é bem semelhante ao que se contava da vida do patriarca bíblico. A visita dos três reis magos teria a função de simbolizar que Jesus foi reconhecido pelos demais povos do Oriente. Temos que ter em mente que os encarregados de documentar a base da nova doutrina cristã tinham que manter coerência com as histórias do velho testamento dando um sentido de continuidade. Este documento veio a se chamar biblos ou livros e mais tarde Bíblia Sagrada. A expressão sagrada tinha como função desencorajar discordâncias.

Qual a diferença entre o Jesus ideal e o Jesus real? - O Jesus ideal foi criado pelas pessoas que não entenderam o valor da sua mensagem e precisavam adicionar características misteriosas para criar uma aura divina em torno da figura de Jesus. Apegados à forma e não ao conteúdo, temiam que ninguém respeitaria um judeu pobre sem sangue real e filho de um carpinteiro. O Jesus real é um espírito evoluído que por estar à frente da mentalidade da época marcou a todos pela força das suas ideias inovadoras e coerentes com a moral cósmica. O que significa Cristo? - Cristo em grego quer dizer o ungido, ou seja aquele que foi eleito para receber o óleo sagrado. Por que Jesus era detestado pelos religiosos da época?

- Como havia muitas doenças e não havia nenhum sistema de saúde as pessoas recorriam ao templo para tentar se curar. Os doentes eram orientados a pagar taxas e oferecer sacrifícios no templo. Isto gerava para o doente um ciclo interminável de sofrimento e dívidas. A casta sacerdotal do templo detinha o monopólio de conduzir os fiéis aos rituais de purificação. É fácil imaginar o mal estar que os sacerdotes deviam sentir ao ouvir relatos de que com um simples toque um judeu pobre da Galiléia andava curando doentes e declarando que pessoas estavam livres dos pecados.

Jesus era essênio?

- Os essênios viviam no isolamento, tinham hábitos simples, admitiam a reencarnação, tinham normas morais rígidas e eram vegetarianos. Este grupo era conhecido como nazarenos. Nos manuscritos de Qunram encontrados em 1947 no Mar Morto não se encontrou até o momento nenhuma referencia a Jesus, mas o que impressiona segundo o arqueólogo Lankester Harding é a coincidência de práticas e terminologias antes consideradas exclusivas do cristianismo. Os essênios praticavam o batismo no estilo de João - o batista e se reuniam para uma ceia litúrgica de pão e vinho. Sua comunidades eram dirigidas por 12 sábios e todos os bens individuais eram compartilhados. A identidade se repete em ensinamentos da não-violência e no costume de curar doentes.

Pesquisador : Paulo Henrique Wedderhoff [email protected] Referencias Bibliográficas: SBEE – Espiritismo e Currículo – 1999 - www.sbee.org – Princípios – Jesus e a Moral Cristã A. KARDEC - O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec A. RODRIGUES – Luz do Mundo - psicografado por Divaldo Franco A. RODRIGUES – Primícias do Reino – Psicografado por Divaldo Franco Revista Superinteressante – Edição de Agosto de 1996

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Da Pluralidade das Existências - A Reencarnação – O Livro dos Espíritos 166. Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se? R: “Sofrendo a prova de uma nova existência. ” a) - Como realiza essa nova existência? Será pela sua transformação como Espírito? “Depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transformação, mas para isso necessária lhe é a prova da vida corporal.” b) - A alma passa então por muitas existências corporais? “Sim, todos contamos muitas existências. Os que dizem o contrário pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se encontram. Esse o desejo deles.” c) - Parece resultar desse princípio que a alma, depois de haver deixado um corpo, toma outro, ou, então, que reencarna em novo corpo. E assim que se deve entender? R: “Evidentemente.”. 167. Qual o fim objetivado com a reencarnação? R:“Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?” 168. É limitado o número das existências corporais, ou o Espírito reencarna perpetuamente? R: “A cada nova existência, o Espírito dá um passo para diante na senda do progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas, não tem mais necessidade das provas da vida corporal.” 169. É invariável o número das encarnações para todos os Espíritos? R:“Não; aquele que caminha depressa, a muitas provas se forra. Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porquanto o progresso é quase infinito.” 170. O que fica sendo o Espírito depois da sua última encarnação? R: “Espírito bem-aventurado; puro Espírito.” Justiça da reencarnação 171. Em que se funda o dogma da reencarnação? R: “Na justiça de Deus e na revelação, pois incessantemente repetimos: o bom pai deixa sempre aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento. Não te diz a razão que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna todos aqueles de quem não dependeu o melhorarem-se? Não são filhos de Deus todos os homens? Só entre os egoístas se encontram a iniqüidade, o ódio implacável e os castigos sem remissão.” Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova. PARTE 2ª - CAPÍTULO IV Não obraria Deus com eqüidade, nem de acordo com a Sua bondade, se condenasse para sempre os que talvez hajam encontrado, oriundos do próprio meio onde foram colocados e alheios à vontade que os animava, obstáculos ao seu melhoramento. Se a sorte do homem se fixasse irrevogavelmente depois da morte, não seria uma única a balança em que Deus pesa as ações de todas as criaturas e não haveria imparcialidade no tratamento que a todas dispensa. A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para o Espírito muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à idéia que formamos da justiça de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única que pode explicar o futuro e firmar as nossas esperanças, pois que nos oferece os meios de resgatarmos os nossos erros por novas provações. A razão no-la indica e os Espíritos a ensinam. O homem, que tem consciência da sua inferioridade, haure consoladora esperança na doutrina da reencarnação. Se crê na justiça de Deus, não pode contar que venha a achar-se, para sempre, em pé de igualdade com os que mais fizeram do que ele. Sustém-no, porém, e lhe

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reanima a coragem a idéia de que aquela inferioridade não o deserda eternamente do supremo bem e que, mediante novos esforços, dado lhe será conquistá-lo. Quem é que, ao cabo da sua carreira, não deplora haver tão tarde ganho uma experiência de que já não mais pode tirar proveito? Entretanto, essa experiência tardia não fica perdida; o Espírito a utilizará em nova existência. Encarnação nos diferentes mundos 172. As nossas diversas existências corporais se verificam todas na Terra? R: “Não; vivemo-las em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras, nem as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição.” 173. A cada nova existência corporal a alma passa de um mundo para o outro, ou pode ter muitas no mesmo globo? R:“Pode viver muitas vezes no mesmo globo, se não se adiantou bastante para passar a um mundo superior.” a) - Podemos então reaparecer muitas vezes na Terra? R: “Certamente.” b) - Podemos voltar a este, depois de termos vivido em outros mundos? R: “Sem dúvida. É possível que já tenhais vivido algures e na Terra”. 174. - Tornar a viver na Terra constitui uma necessidade? R:“Não; mas, se não progredistes, podereis ir para outro mundo que não valha mais do que a Terra e que talvez até seja pior do que ela.” 175. Haverá alguma vantagem em voltar-se a habitar a Terra? R:“Nenhuma vantagem particular, a menos que seja em missão, caso em que se progride aí como em qualquer planeta.” a) - Não se seria mais feliz permanecendo na condição de Espírito? R:“Não, não; estacionar-se-ia e o que se quer é caminhar para Deus.” 176. Depois de haverem encarnado noutros mundos, podem os Espíritos encarnar neste, sem que jamais aí tenham estado? R: “Sim, do mesmo modo que vós em outros. Todos os mundos são solidários: o que não se faz num faz-se noutro.” a) - Assim, homens há que estão na Terra pela primeira vez? R: “Muitos, e em graus diversos de adiantamento.” b) - Pode-se reconhecer, por um indício qualquer, que um Espírito está pela primeira vez na Terra? R: “Nenhuma utilidade teria isso.” 177. Para chegar à perfeição e à suprema felicidade, destino final de todos os homens, tem o Espírito que passa pela fieira de todos os mundos existentes no Universo? R: “Não, porquanto muitos são os mundos correspondentes a cada grau da respectiva escala e o Espírito, saindo de um deles, nenhuma coisa nova aprenderia nos outros do mesmo grau.” a) - Como se explica então a pluralidade de suas existências em um mesmo globo? “De cada vez poderá ocupar posição diferente das anteriores e nessas diversas posições se lhe deparam outras tantas ocasiões de adquirir experiência.” 178. Podem os Espíritos encarnar em um mundo relativamente inferior a outro onde já viveram? R: “Sim, quando em missão, com o objetivo de auxiliarem o progresso, caso em que aceitam alegres as tribulações de tal existência, por lhes proporcionar meio de se adiantarem.” a) - Mas, não pode dar-se também por expiação? Não pode Deus degredar para mundos inferiores Espíritos rebeldes? R: R: “Os Espíritos podem conservar-se estacionários, mas não retrogradam. Em caso de estacionamento, a punição deles consiste em não avançarem, em recomeçarem, no meio conveniente à sua natureza, as existências mal empregadas.”

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Reencarnação

Reencarnação é o processo pelo qual o espírito, estruturando um corpo físico, retorna, periodicamente, ao polissistema material. Esse processo tem como objetivo, ao propiciar vivência de conhecimentos, auxiliar o espírito reencarnante a evoluir.

O reencarne obedece a um princípio de identidade de frequências, ou seja, o espírito reencarna em um determinado continente, em um determinado país, em uma determinada região desse país, em uma determinada localidade dessa região, com determinadas características culturais (idioma, usos, costumes, valores, tradições, história etc.), bem como em uma determinada família, de acordo com a sintonia que a frequência do seu pensamento consiga estabelecer em relação a cada um desses elementos.

O espírito realiza a reencarnação conscientemente, inclusive traçando o seu próprio plano geral para a existência material que está se iniciando. O espírito reencarnante, de acordo com suas limitações, será mais ou menos auxiliado por espíritos com mais conhecimento e com os quais tenha afinidade. No entanto, se não estiver suficientemente equilibrado ou consciente, será orientado no planejamento de sua passagem pelo polissistema material.

Todavia, reencarnado o espírito, inicia-se o processo de existência corporal no polissistema material. É um processo aberto, pois a trajetória pessoal do encarnado segue o exercício do seu livre-arbítrio. Portanto, não há que se falar em destino, em caminhos previamente traçados.

O espírito encarnado, fundamentando-se em seu existente (a bagagem de conhecimentos e experiências adquiridos ao longo de toda a sua história, seja encarnado, seja desencarnado), passa a exercitar sua capacidade, a constatar e desenvolver suas potencialidades, enfim, passa a construir seu momento presente e seu momento futuro. Vai enfrentando contradições, dificuldades, obstáculos, facilidades, administrando encontros e desencontros, permanecendo no seu plano geral ou se desviando em função de algumas variáveis do processo, mas sempre de acordo com sua vontade.

No exercício do livre-arbítrio, o espírito encarnado vai construindo seu equilíbrio ou seu desequilíbrio, de acordo com a maneira pela qual enfrenta as situações e a vida. Vai, por assim dizer, determinando-se, segundo a natureza de seus pensamentos e atos. Por menos que faça, ou por mais que se desequilibre, o espírito sempre alcança progressos em um ou outro aspecto do seu ser.

A evolução não está necessariamente vinculada ao tempo de vida material, mas à intensidade com que ela é vivida. A quantidade de experiências e o aproveitamento que é feito delas é fundamental para o crescimento do espírito, não importando se as experiências estão sendo vivenciadas no polissistema material ou espiritual.

É de se ressaltar que, entre uma encarnação e outra, o espírito continua trabalhando, continua aprendendo, continua evoluindo, de modo que ele não reencarna no mesmo estágio em que desencarnou.

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A Doutrina Espírita trabalha, atualmente, com a hipótese de que o processo reencarnatório envolve os conceitos de missão, provação, expiação e carma.

Vale ressaltar que no entendimento atual da Doutrina, os processos reeencarnatórios apresentam facetas desses quatro conceitos, mas que algumas reencarnações podem apresentar o predomínio de algumas dessas características. Eles não são consequência de uma interferência ou controle externo ao espírito reencarnante, descartando-se portanto qualquer idéia de castigo, punição ou recompensa. Eles são decorrentes da lei de causa e efeito e das condições de equilíbrio e harmonia do espírito.

Missão é a situação na qual o espírito reencarnante aplica conhecimentos internalizados a favor de uma pessoa ou do grupo de sua convivência.

Provação é a situação na qual o conhecimento em processo de acomodação e internalização deve ser vivenciado; é a situação na qual o espírito é desafiado ao limite de seu conhecimento.

Expiação não se refere à aplicação de conhecimento, mas, sim, a uma consequência de um conhecimento aplicado, que provocou consequências difíceis, desagradáveis, muitas vezes dolorosas, que o seu responsável deverá enfrentar.

Carma ainda é um conceito útil dentro da concepção da Doutrina, desde que se esteja atento para o seu significado, diverso do de outras Doutrinas. Para o Espiritismo, carma caracteriza a situação na qual o espírito está enfrentando as consequências de atos seus que lhe provocaram um desequilíbrio muito intenso, tanto em qualidade como em quantidade, e que, pela sua intensidade, o espírito poderá levar toda uma encarnação, ou mais de uma, para recuperar seu equilíbrio.

A pessoa em desequilíbrio estará sempre em recuperação tanto pela sua reação própria como pela ajuda de outras pessoas ( curar, aliviar, consolar; conhecimento técnico, moral e afetivo). O que varia é apenas o tempo necessário para que o equilíbrio seja novamente retomado. É importante frisar que as dificuldades que o espírito encarnado encontra em seu cotidiano muitas vezes não são explicadas pela reencarnação. Reencarnação não explica tudo. Há muitas situações de desequilíbrio causadas em sua encarnação atual.

Em resumo, rencarnação não serve para explicar tragédias e desgraças; não serve para esconder a ignorância, não serve como desculpa ao imobilismo; não serve como consolo para aquelas situações que deveriam ser modificadas e não o são; não serve para destacar o passado e paralisar o presente. Reencarnação é oportunidade de aprendizado, é oportunidade de se aplicar o que se sabe e superar as limitações através de vivências sucessivas no polissistema material. Reencarnação é afirmação da unidade e da continuidade da vida.

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Livre-arbítrio 843. Tem o homem o livre-arbítrio de seus atos?R: “Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina.” 844. Do livre-arbítrio goza o homem desde o seu nascimento?R: “Há liberdade de agir, desde que haja vontade de fazê-lo. Nas primeiras fases da vida, quase nula é a liberdade, que se desenvolve e muda de objeto com o desenvolvimento das faculdades. Estando seus pensamentos em concordância com o que a sua idade reclama, a criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo que lhe é necessário.” 845. Não constituem obstáculos ao exercício do livre-arbítrio as predisposições instintivas que o homem já traz consigo ao nascer? R: “As predisposições instintivas são as do Espírito antes de encarnar. Conforme seja este mais ou menos adiantado, elas podem arrastá-las à prática de atos repreensíveis, no que será secundado pelos Espíritos que simpatizam com essas disposições. Não há, porém, arrastamento irresistível, uma vez que se tenha a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder.” 846. Sobre os atos da vida nenhuma influência exerce o organismo? E, se essa influência existe, não será exercida com prejuízo do livre-arbítrio? “É inegável que sobre o Espírito exerce influência a matéria, que pode embaraçar-lhe as manifestações. Daí vem que, nos mundos onde os corpos são menos materiais do que na Terra, as faculdades se desdobram mais livremente. Porém, o instrumento não dá a faculdade. Além disso, cumpre se distingam as faculdades morais das intelectuais. Tendo um homem o instinto do assassínio, seu próprio Espírito é, indubitavelmente, quem possui esse instinto e quem lho dá; não são seus órgãos que lho dão. Semelhante ao bruto, e ainda pior do que este, se torna aquele que nulifica o seu pensamento, para só se ocupar com a matéria, pois que não cuida mais de se premunir contra o mal. Nisto é que incorre em falta, porquanto assim procede por vontade sua.” (Vede n°s. 367 e seguintes - “Influência do organismo”.) DA LEI DE LIBERDADE 847. Da aberração das faculdades tira ao homem o livre-arbítrio? “Já não é senhor do seu pensamento aquele cuja inteligência se ache turbada por uma causa qualquer e, desde então, já não tem liberdade. Essa aberração constitui muitas vezes uma punição para o Espírito que, porventura, tenha sido, noutra existência, fútil e orgulhoso, ou tenha feito mau uso de suas faculdades. Pode esse Espírito, em tal caso, renascer no corpo de um idiota, como o déspota no de um escravo e o mau rico no de um mendigo. O Espírito, porém, sofre por efeito desse constrangimento, de que tem perfeitaconsciência. Está aí a ação da matéria.” (371 e seguintes) 848. Servirá de escusa aos atos reprováveis o ser devida à embriaguez a aberração das faculdades intelectuais? “Não, porque foi voluntariamente que o ébrio se privou da sua razão, para satisfazer a paixões brutais. Em vez de uma falta, comete duas.”

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Cultura e Mediunidade

Cultura é o conjunto de respostas que uma sociedade utiliza em um determinado momento

nas soluções de seus problemas e necessidades. Cultura é cumulativa, resultante de experiências e conhecimentos. Ao mesmo tempo é

plural pois oferece várias respostas para uma mesma necessidade. Ela está em contínuo processo de modificação pois necessita responder novas questões

emergentes ou encontrar respostas novas para questões antigas determinando assim seu caráter dinâmico.

As novas respostas podem ser geradas dentro da própria sociedade ou encontradas externamente à ela.

Por exemplo o polissistema material pode ampliar o seu campo de busca no polissistema espiritual. À comunicação entre estes pólos chamamos de mediunidade.

Esta comunicação é fruto da composição de espíritos desencarnados e encarnados fazendo superação e gerando um produto mediúnico, como pinturas ou mensagens escritas e faladas.

A mensagem mediúnica nos traz o referencial do polissistema espiritual permitindo respostas mais amplas ao processo evolutivo.

Ela é universal e ao mesmo tempo individual. É agente de transformação.

----------------oOo---------------- Nossa proposta para este semestre foi o estudo de cultura e mediunidade. Sociedade Brasileira de Estudos Espirítas Grupo de Pequenos Projetos II Equipe de Cultura e Mediunidade 5a. Feira - Sede Redigido pelo grupo no 2o. Semestre de 1995 Coordenador: Oswaldo Henrique Branco

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Mediunidade – SBEE – Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas – Maio/2000

Cultura é a herança social. É todo o conhecimento acumulado pelas pessoas ao enfrentarem situações e desafios no cotidiano. Cada pessoa, motivada pela necessidade ou interesse e sustentada pela prontidão, fará continuamente conhecimento ao buscar um referencial diferente, que permita a construção de conceitos novos e, por sua vez, sustente comportamentos, atitudes renovados. As ferramentas que estão à disposição do ser humano nessa busca de referenciais diferentes são muito variadas. A mediunidade é uma dessas ferramentas que podem ser utilizadas para o crescimento do ser humano, mas o seu conceito, utilizado pelo senso comum, deve ser modificado.

No entendimento do Espiritismo, mediunidade não é sagrada, não é mística, não é mágica, não é sobrenatural. Não se alcança através de rituais ou de fórmulas predeterminadas. A sua prática é racional, equilibrada, transparente, fruto da persistência e da continuidade. O seu exercício envolve objetivo, planejamento e estruturação do processo.

A mediunidade não serve para "falar com os mortos", pois os espíritos desencarnados não se enquadram nesta concepção do imaginário da cultura material. A mediunidade não se reduz a um balcão de atendimento ao qual se recorre para resolver problemas. Não serve para dizer o que as pessoas devem fazer ou para decidir seu futuro, tolhendo o seu livre-arbítrio.

Para a Doutrina Espírita, mediunidade não deve ser vista como "transe". Mediunidade é sintonia e troca de experiência entre espíritos desencarnados e encarnados. Não há perda de consciência, não há anulação. Há soma das experiências das partes envolvidas, trazendo superação.

A mediunidade não "serve contra mau olhado" , não "serve para ganhar na loteria", não serve para justificar comportamentos anormais. Não "serve para desobsidiar espíritos". Não é "dom", não é "graça", não é castigo ou punição. É trabalho contínuo para a construção de um momento diferente, evidenciado no comportamento de cada um. A mediunidade não faz milagres. Não concede "poderes" especiais. Ela não é fonte de todo o conhecimento. Os espíritos encarnados e os desencarnados envolvidos no processo mediúnico só conhecem alguma coisa na medida de suas experiências e de suas vivências.

A mediunidade não é exclusiva de algumas pessoas. Ela é uma capacidade, uma faculdade do espírito, que se aperfeiçoa pelo exercício e esforço pessoal. Ela é de todo o grupo cultural e está intimamente ligada aos seus valores e sentimentos. A mediunidade não está pronta e acabada, transforma-se e modifica-se ao longo do tempo, acompanhando o momento emergente, as situações vividas pelo grupo, a evolução das pessoas.

As pessoas evoluem pela soma de suas experiências e das experiências acumuladas pelo grupo social. Em constante crescimento interior, cada pessoa é diferente das outras porque vive experiências únicas ao longo de sua trajetória de vida. Ao ser colocada diante de novas situações, procura encontrar respostas em seu conhecimento acumulado ou no conhecimento acumulado de outras pessoas, estejam encarnadas ou desencarnadas. Exercitar a mediunidade é buscar e encontrar respostas para as questões das pessoas e da sociedade, através da comparação dos referenciais de valores, ideias e sentimentos do polissistema material e do polissistema espiritual, úteis para a evolução da pessoa e do grupo.

Quando uma pessoa elabora um produto mediúnico está procurando, limitada pela prontidão do grupo cultural, evidenciar questões e/ou respostas novas para situações do social. Portanto, o seu produto é, antes de tudo, um produto cultural, com conceitos universais, alternativos, especialistas e individuais, e caracterizado por uma forma, com um significado e com uma função.

Mediunidade é instrumento que auxilia cada pessoa na construção do novo, através do rompimento de seus limites, ampliando a visão de si mesmo, dos outros, da natureza, de Deus. Mediunidade é expressão de identidade, é sintonia e troca de experiência. Mediunidade é interação entre os polissistemas material e espiritual.

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Trajetória de Vida

No processo de aprendizado, a pessoa tem momentos de profunda reflexão na busca do significado de sua existência: Quem eu sou? De onde eu vim? Por que estou aqui? Para onde eu vou ?São perguntas cujas respostas são essenciais para o indivíduo deixar de ser passageiro do mundo imediato e se transformar em agente consciente e conseqüente do seu processo de vida, passando, dessa forma, a planejar sua evolução.

A proposta da Doutrina Espírita é tentar fornecer instrumentos e instruções para que se possa compreender e construir a pluralidade de caminhos que compõe a trajetória de vida. Portanto, é fundamental conhecer as alternativas existentes e ter consciência clara - sabedoria — dos caminhos que podem ser escolhidos.

É muito importante, ao se falar em trajetória de vida, conceituar passado, presente, futuro e referencial de vida.

O passado são os acontecimentos vividos, experiências acumuladas. O presente é o que a pessoa é e o que ela faz. Ao agir, o homem faz transformações — "quem não age não é" (Antonio Grimm). O futuro é a expectativa do que a pessoa quer ser.

O presente da pessoa possui suas bases no somatório das suas experiências e vivências, portanto é um resultado único e individual. A observação plena, racional e intensa do presente possui profundo significado para o homem. Viver o presente, analisá-lo, pesquisá-lo é dar a dimensão do Universo à vida do homem (Antonio Grimm).

A Doutrina Espírita promove o processo sustentável de vida por meio do encontro do homem consigo mesmo; ou seja, aquele que vive somente os acontecimentos do passado, ou apenas as expectativas do futuro, não vive o presente, portanto não age e não transforma.

A análise do passado, do presente e do futuro é feita de acordo com determinado referencial de vida. Para a Doutrina Espírita, referencial de vida é um sistema de valores utilizado como parâmetro de avaliação crítica das decisões, das ações e do comportamento.

Pode-se tentar traduzir a idéia de referencial de vida usando o seguinte exemplo: uma pessoa decidiu viajar. Viajar é uma experiência bastante interessante que permite conhecer outros lugares, pessoas e viver momentos novos. Ou seja, viajar é uma oportunidade de aprendizagem. Se esta viagem for planejada previamente, levando-se em conta as experiências anteriores da pessoa, acrescida das suas preferências e tendências atuais, além de se considerar as informações e indicações dos lugares a serem visitados, com certeza a viagem será mais condizente com as expectativas. O planejamento permitirá a escolha de caminhos mais objetivos e, o que é muito importante, servirá como referência caso, por engano, a pessoa saia do trajeto que escolheu. Entretanto, supondo-se que a pessoa não fez o planejamento prévio, deixando para o momento e para o acaso a escolha do caminho a ser tomado, a probabilidade da viagem não ser satisfatória será maior. Corre-se o risco de levar a trajetos perigosos, muitas vezes difíceis e penosos. Todo este cenário pode ser agravado pela falta de um ponto de referência para saber se a pessoa está se aproximando ou se afastando do objetivo desejado.

Dessa forma, a trajetória de vida de um indivíduo pode ser encarada como uma viagem do espírito a várias culturas, lugares, momentos, situações, desafios, funções e oportunidades. A abordagem da vida como trajetória e a utilização do referencial como ferramenta são muito úteis

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na otimização da evolução de cada pessoa. É importante estar reavaliando continuamente o referencial, transformando-o e corrigindo-o.

O sistema referencial proposto pela Doutrina Espírita traz alguns conceitos tais como: capital de vida, história de vida, inventário de vida, projeto de vida.

Capital de vida é a duração potencial, a quantidade de tempo disponível pelo espírito para construção de sua trajetória no polissistema material.

História de vida é a resultante singular e universal do somatório contínuo de experiências vividas e convividas pelo espírito.

Inventário de vida é o levantamento e avaliação de valores agregados pelo espírito ao longo de sua trajetória; coleção do resultado de suas experiências.

Projeto de vida é a construção da trajetória de vida do indivíduo na expectativa do que ele quer ser - projeto de construção do ser na ação de sua consciência.

O objetivo da vida é a evolução. Como evolução é um processo, a vida é necessariamente aberta, não há destino. A trajetória de vida é construída pela pessoa ao desenvolver os seus potenciais e superar os seus limites.

Resumindo, trajetória de vida é um caminho construído livremente pelo espírito ao interagir de forma consciente e consequente consigo mesmo, com os outros, com a natureza, com o Universo.

Copyright: Todos os direitos reservados. A SBEE autoriza a reprodução dos textos para fins não comerciais desde que seja mencionada a fonte"

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Das coisas que presenciaram na terra do Eldorado - CAPÍTULO XVIII Extraído do livro CANDIDO ou o Otimismo de Voltaire.

Cacambo manifestou ao hospedeiro toda a sua curiosidade; e este lhe disse: – Sou muito ignorante, e

aliás me dou bem assim; mas temos aqui um velho retirado da Corte, que é o homem mais sábio do reino, e muito comunicativo. Em seguida conduz Cacambo à residência do velho. Cândido não desempenhava mais que o papel de segunda personagem, e acompanhava a seu criado. Entraram numa casa muito simples, pois a porta era apenas de prata e as salas modestamente revestidas de ouro, mas tudo trabalhado com tanto gosto que nada ficavam a dever aos mais ricos lambris. A antecâmara, na verdade, era incrustada somente de esmeraldas e rubis; mas a harmonia do conjunto compensava de sobra essa extrema simplicidade.

O velho recebeu os dois estrangeiros num sofá forrado de penas de colibri, e lhes mandou servir licores em taças de diamante. Depois disso, satisfez-lhes a curiosidade nos seguintes termos:

— Tenho cento e setenta e dois anos e ouvi de meu falecido pai, escudeiro do Rei, as espantosas revoluções do Peru, de que ele foi testemunha. O reino onde estamos é a antiga pátria dos incas, que daqui saíram imprudentemente para ir subjugar uma parte do mundo, e que foram afinal reduzidos ao aniquilamento pelos espanhóis. Mais sábios se mostraram os príncipes que permaneceram em seu país natal; ordenaram, com o consentimento da nação, que nenhum habitante jamais saísse do nosso pequeno reino; e foi isso que nos conservou a nossa inocência e felicidade. Os espanhóis tiveram um confuso conhecimento deste país, a que chamaram Eldorado, e um inglês, o cavaleiro Raleigh. chegou até a aproximar-se daqui há cerca de cem anos; mas, como estamos cercados de rochedos inacessíveis e de precipícios, conservamo-nos até agora ao abrigo da rapacidade dos europeus, que têm uma inconcebível loucura pelas pedras e a lama da nossa terra, e que, para as conseguir, são capazes de nos matar a todos, até o último.

A conversação foi longa; versou sobre a forma de governo, os costumes, as mulheres, os espetáculos públicos, as artes. Afinal Cândido, que sempre tivera gosto pela metafísica, indagou, por intermédio de Cacambo, se no país não havia uma religião.

O velho enrubesceu um pouco. — Como pode o senhor duvidar de tal coisa? – perguntou ele. – Será que nos toma por ingratos? Cacambo perguntou humildemente qual era a religião do Eldorado. O velho corou de novo. — Acaso pode haver duas religiões? – disse ele. – Temos, creio eu, a religião de todo o mundo:

adoramos a Deus dia e noite. — Não adoram senão a um único Deus? – interrogou Cacambo, sempre servindo de intérprete às

dúvidas de Cândido. — Quer-me parecer – tornou o velho, formalizado, – que não há nem dois, nem três, nem quatro

deuses. Francamente, fazem cada pergunta! Cândido não se cansava de interrogar o bom do velho; quis saber como rezavam a Deus no Eldorado. Não lhe rezamos – disse o bom e respeitável sábio. – Nada temos que lhe pedir; ele nos deu tudo o

que precisamos; nós lhe agradecemos sem cessar. Cândido teve curiosidade de ver os sacerdotes; e perguntou onde estavam. O bom do velho sorriu. — Meus amigos – disse ele, – nos todos somos sacerdotes; cada manhã, o rei e todos os chefes de

família entoam, solenemente, cânticos de ações de graça; e cinco ou seis mil músicos os acompanham. — Como, os senhores não têm padres que ensinam, que disputam, que governam, que cabalam, e

que mandam queimar as pessoas que não são da sua opinião? — Só se fôssemos loucos- disse o velho. – Aqui somos todos da mesma opinião, e não entendemos o

que quer o senhor dizer com os seus padres. Cândido, a cada uma dessas palavras, cala em êxtase e dizia consigo: “Como tudo isto é diferente da

Vestfália e do castelo do senhor barão! Se o nosso amigo Pangloss visse o Eldorado, não diria mais que o castelo de Thunder-ten-tronckh era o que havia de melhor sobre a face da terra; não há dúvida de que é preciso viajar”.

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Trecho do Evangelho

Então, levantando-se, disse-lhe um doutor da lei, para tentá-lo: Mestre, que preciso fazer para possuir a vida eterna? - Respondeu-lhe Jesus: Que é o que está escrito na lei? Que é o que lês nela? - Ele respondeu: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças e de todo o teu espírito, e a teu próximo como a ti mesmo. - Disse-lhe Jesus: Respondeste muito bem; faze isso e viverás. Mas, o homem, querendo parecer que era um justo, diz a Jesus: Quem é o meu próximo? - Jesus, tomando a palavra, lhe diz: Um homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu em poder de ladrões, que o despojaram, cobriram de ferimentos e se foram, deixando-o semimorto. - Aconteceu em seguida que um sacerdote, descendo pelo mesmo caminho, o viu e passou adiante. -Um levita, que também veio àquele lugar, tendo-o observado, passou igualmente adiante. - Mas, um samaritano que viajava, chegando ao lugar onde jazia aquele homem e tendo-o visto, foi tocado de compaixão. - Aproximou-se dele, deitou-lhe óleo e vinho nas feridas e as pensou; depois, pondo-o no seu cavalo, levou-o a uma hospedaria e cuidou dele. - No dia seguinte tirou dois denários e os deu ao hospedeiro, dizendo: Trata muito bem deste homem e tudo o que despenderes a mais, eu te pagarei quando regressar. Qual desses três te parece ter sido o próximo daquele que caíra em poder dos ladrões? - O doutor respondeu: Aquele que usou de misericórdia para com ele. - Então, vai, diz Jesus, e faze o mesmo. (S. LUCAS, cap. X, vv. 25 a 37.)

3. Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade: Bem-aventurados, disse, os pobres de espírito, isto é, os humildes, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que quereríeis vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos, antes de julgardes os outros. Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar e o de que dá, ele próprio, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de combater. E não se limita a recomendar a caridade; põe-na claramente e em termos explícitos como condição absoluta da felicidade futura. No quadro que traçou do juízo final, deve-se, como em muitas outras coisas, separar o que é apenas figura, alegoria. À homens como os a quem falava, ainda incapazes de compreender as questões puramente espirituais, tinha ele de apresentar imagens materiais chocantes e próprias a impressionar. Para melhor apreenderem o que dizia, tinha mesmo de não se afastar muito das ideias correntes, quanto à forma, reservando sempre ao porvir a verdadeira interpretação de suas palavras e dos pontos sobre os quais não podia explicar-se claramente. Mas, ao lado da parte acessória ou figurada do quadro, há uma ideia dominante: a da felicidade reservada ao justo e da infelicidade que espera o mau. Naquele julgamento supremo, quais os considerandos da sentença? Sobre que se baseia o libelo? Pergunta, porventura, o juiz se o inquirido preencheu tal ou qual formalidade, se observou mais ou menos tal ou qual prática exterior? Não; inquire tão-somente de uma coisa: se a caridade foi praticada, e se pronuncia assim: Passai à direita, vós que assististes os vossos irmãos; passai à esquerda, vós que fostes duros para com eles. Informa-se, por acaso, da ortodoxia da fé? Faz qualquer distinção entre o que crê de um modo e o que crê de outro'? Não, pois Jesus coloca o samaritano, considerado herético, mas que pratica o amor do próximo, acima do ortodoxo que falta com a caridade. Não considera, portanto, a caridade apenas como uma das condições para a salvação, mas como a condição única. Se outras houvesse a serem preenchidas, ele as teria declinado. Desde que coloca a caridade em primeiro lugar, é que ela implicitamente abrange todas as outras: a humildade, a brandura, a benevolência, a indulgência, a justiça, etc., e porque é a negação absoluta do orgulho e do egoísmo.

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O mandamento maior

4. Mas, os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca aos saduceus, se reuniram; e um deles, que era doutor da lei, foi propor-lhe esta questão, para tentá-lo: - Mestre, qual o grande mandamento da lei? - Jesus lhe respondeu: Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito. - Esse o maior e o primeiro mandamento. - E aqui está o segundo, que é semelhante ao primeiro: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos. (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 34 a 40.)

5. Caridade e humildade, tal a senda única da salvação. Egoísmo e orgulho, tal a da perdição. Este princípio se acha formulado nos seguintes precisos termos: "Amarás a Deus de toda a tua alma e a teu próximo como a ti mesmo; toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos." E, para que não haja equívoco sobre a interpretação do amor de Deus e do próximo, acrescenta: "E aqui está o segundo mandamento que é semelhante ao primeiro", isto é, que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo, nem amar o próximo sem amar a Deus. Logo, tudo o que se faça contra o próximo o mesmo é que fazê-lo contra Deus. Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se resumem nesta máxima: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.

Necessidade da caridade, segundo S. Paulo

6. Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade, serei como o bronze que soa e um címbalo que retine; -ainda quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse perfeita ciência de todas as coisas; ainda quando tivesse a fé possível, até o ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. - E, quando houver distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria. A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho; - não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal; não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. Agora, estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem; mas, dentre elas, a mais excelente é a caridade (S. PAULO, 1ª Epístola aos Coríntios, cap. XIII, vv. 1 a 7 e 13.)

7. De tal modo compreendeu S. Paulo essa grande verdade, que disse: Quando mesmo eu tivesse a linguagem dos anjos; quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios; quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. Dentre estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a mais excelente é a caridade. Coloca assim, sem equívoco, a caridade acima até da fé. É que a caridade está ao alcance de toda gente: do ignorante, como do sábio, do rico, como do pobre, e independe de qualquer crença particular. Faz mais: define a verdadeira caridade, mostra-a não só na beneficência, como também no conjunto de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o próximo.

Fora da Igreja não há salvação. Fora da verdade não há salvação

8. Enquanto a máxima - Fora da caridade não há salvação - assenta num princípio universal e abre a todos os filhos de Deus acesso à suprema felicidade, o dogma - Fora da Igreja, não há salvação -se estriba, não na fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma, fé comum a todas as religiões, porém numa fé especial, em dogmas particulares; é exclusivo e absoluto. Longe de

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unir os filhos de Deus, separa-os; em vez de incitá-los ao amor de seus irmãos, alimenta e sanciona a irritação entre sectários dos diferentes cultos que reciprocamente se consideram malditos na eternidade, embora sejam parentes e amigos esses sectários. Desprezando a grande lei de igualdade perante o túmulo, ele os afasta uns dos outros, até no campo do repouso. A máxima - Fora da caridade não há salvação consagra o princípio da igualdade perante Deus e da liberdade de consciência. Tendo-a por norma, todos os homens são irmãos e, qualquer que seja a maneira por que adorem o Criador, eles se estendem as mãos e oram uns pelos outros. Com o dogma - Fora da Igreja não há salvação, anatematizam-se e se perseguem reciprocamente, vivem como inimigos; o pai não pede pelo filho, nem o filho pelo pai, nem o amigo pelo amigo, desde que mutuamente se consideram condenados sem remissão. É, pois, um dogma essencialmente contrário aos ensinamentos do Cristo e à lei evangélica.

9. Fora da verdade não há salvação eqüivaleria ao Fora da Igreja não há salvação e seria igualmente exclusivo, porquanto nenhuma seita existe que não pretenda ter o privilégio da verdade. Que homem se pode vangloriar de a possuir integral, quando o âmbito dos conhecimentos incessantemente se alarga e todos os dias se retificam as ideias? A verdade absoluta é patrimônio unicamente de Espíritos da categoria mais elevada e a Humanidade terrena não poderia pretender possuí-la, porque não lhe é dado saber tudo. Ela somente pode aspirar a uma verdade relativa e proporcionada ao seu adiantamento. Se Deus houvera feito da posse da verdade absoluta condição expressa da felicidade futura, teria proferido uma sentença de proscrição geral, ao passo que a caridade, mesmo na sua mais ampla acepção, podem todos praticá-la. O Espiritismo, de acordo com o Evangelho, admitindo a salvação para todos, independente de qualquer crença, contanto que a lei de Deus seja observada, não diz: Fora do Espiritismo não há salvação; e, como não pretende ensinar ainda toda a verdade, também não diz: Fora da verdade não há salvação, pois que esta máxima separaria em lugar de unir e perpetuaria os antagonismos.

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS – Fora da Caridade não há salvação

10. Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão encerrados os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida, encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita, benditos de meu Pai. Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de si Nada exprime com mais exatidão o pensamento de Jesus, nada resume tão bem os deveres do homem, como essa máxima de ordem divina. Não poderia o Espiritismo provar melhor a sua origem, do que apresentando-a como regra, por isso que é um reflexo do mais puro Cristianismo. Levando-a por guia, nunca o homem se transviará. Dedicai-vos, assim, meus amigos, a perscrutar lhe o sentido profundo e as consequências, a descobrir lhe, por vós mesmos, todas as aplicações. Submetei todas as vossas ações ao governo da caridade e a consciência vos responderá. Não só ela evitará que pratiqueis o mal, como também fará que pratiqueis o bem, porquanto uma virtude negativa não basta: é necessária uma virtude ativa. Para fazer-se o bem, mister sempre se torna a ação da vontade; para se não praticar o mal, basta as mais das vezes a inércia e a despreocupação.

Meus amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos; é que, ajudando-vos a compreender os ensinos do Cristo, ela vos faz melhores cristãos. Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam. Paulo, o apóstolo. (Paris, 1860.) NOVO CONCEITO: “Fora

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da caridade não há evolução, pois o Espiritismo não é salvacionista; é iluminador.” Espírito Antonio Grimm.

Um Novo Fim

Nasceste no lar que precisavas. Vestiste o corpo que merecias. Moras onde melhor Deus te proporcionou de acordo com teu adiantamento. Possuis os recursos financeiros coerentes com tuas necessidades; nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas. Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para tua realização. Teus parentes e amigos são as almas que atraíste, com tua própria afinidade. Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle. Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas tudo aquilo que te rodeia a existência. Teus pensamentos e vontades são a chave de teus atos e atitudes... São as fontes de atração e repulsão na tua jornada. Não reclames nem te faças de vítima. Antes de tudo, analisa e observa. A mudança está em tuas mãos. Reprograme tua meta, busque o bem e viverás melhor. Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar a fazer um novo fim. Chico Xavier

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Decisão da Assembleia

Ética é uma coisa relativa?

DECISÃO DA ASSEMBLÉIA DA CONGREGAÇÃO

"Nossa congregação decidiu aceitar a oferta de 500 mil dólares feita pela Cervejaria na firme convicção de que o Diabo ficará furioso quando souber que o seu dinheiro vai ser

usado para a glória de Deus."

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INVENTÁRIO DA ESTRUTURA E ATIVIDADES DA

SBEE – JUNHO DE 2006 - (SUMÁRIO)

S.B.E.E. – SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS ESPÍRITAS www.sbee.org (ver, também: www.mediunato.org) R. 29 de Junho, 504 – Vila Tingüi, Curitiba – PR.

2.1    SEGEM  –  Secretaria  do  Grupo  de  Estudos  Mediúnicos  

s egem. sbee@br tu rbo . com.b r  

Secretária: EZENIR GABARDO

Atendimento: MARIA LÚCIA WALENIA (3023-8201)

2ªs e 4ªs, no horário do atendimento ao público

 

2.2    GEM  -­‐  Grupos  de  Exercício  Mediúnico  

Módulos 1 a 10 (semestrais):

2ªfeira: 14h às 16h e 20h30 às 22h30;

Sábado: 19h às 21h

3ª a 6ª feira: 20h30 às 22h30

Participação: coordenandos – convite do Dr. Leocádio; coordenadores –

convite da Coordenação; autorização do Dr. Leocádio, após conclusão

do CCM - Curso de Capacitação

2.3    GEM  –  PARA  MENORES  

Coordenação: OSWALDO BRANCO

- Aprendizes do Evangelho: 08 a 11 anos

- Pré-adolescentes: 12 a 14 anos

- Adolescentes: 15 a 18 anos

Horário: 2ªs, 4ªs e 5ªs, das 20h30 às 22h30

- Dr. Leocádio encaminha ou autoriza, a pedido dos pais.

Voluntários: precisa, inclusive para coordenar os grupos.

2.4 ATENDIMENTO AO PÚBLICO:

2ªs e 4ªs - feiras, a partir de 20h: prece, palestras, passes e consultas

(mediante senha).

5ª - feira: a partir de 14h30: fluidificação da água e passe;

Sábado, 15h: passe / gabinete / fluidificação da água/ entrega de algodão

energizado;

Domingo, 10h: palestra

Voluntários: a partir do Módulo 6, mediante indicação do coordenador e

autorização do Dr. Leocádio.

2.5        GRUPO  CHICUTA  NOGUEIRA  

Coordenadora:  VERGÍNIA  DEMOGALSKI(3257-­‐4916)  

Centraliza arrecadação e distribuição de alimentos.

Reúnem-se às 4ªs - feiras das 20:30 às 22:30h

Voluntários: partir do Módulo 8, com autorização do Dr. Leocádio.

2.6    GRUPO  SARAH  MARTIN  

Coordenadora: ELIZABETE CURY (3352-8634)

Visitas ao presídio masculino e feminino. Respondem às cartas de

presidiários.

Reúnem-se às 2ªs - feiras, das 20h às 23h.

Voluntários: a partir do Módulo 8 e mediante autorização do Dr.

Leocádio. Precisa de voluntários, especialmente homens (reativada a

visita ao presídio masculino).

Aceitam doações para os presidiários, tais como: calçados, roupas,

cobertores, etc.

2.7      GRUPO  FRANCISCO  FAJARDO  

Coordenadora: THEREZINHA MESSIAS SCANDELARI (3356-6256 /

9126-1342)

Atendimento a prostitutas, travestis e garotos de programa. Reúne-se às

2ªs -feiras à noite e às 6ªs -feiras à tarde

Voluntários: a partir do Módulo 6, mediante autorização do Dr.

Leocádio. Necessita para o trabalho de 6ª feira à tarde.

2.8      GRUPO  SAMARITANOS  

Coordenadora: Dra. ELIZABETE MILA

Trabalha com os dependentes químicos, alcoólatras e dependentes de

tabaco.

Reúnem-se às 2ªs e 4ªs à noite, no atendimento ao público.

Requisitos: Médicos integrantes da SBEE. Necessitam de autorização do

Dr. Leocádio.

2.9 SETOR DE IMPRENSA E DIVULGAÇÃO

Coordenador: ELIEL VALÉRIO SCUSSEL

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Gravação de Mensagens, Atendimento de voluntários e Setor de

Imprensa.

Reúne-se às 2ªs e 4ªs - feiras à noite.

2.9.1 CENTRAL DE ATENDIMENTO AO VOLUNTÁRIO (CAAV) Responsável: ROGÉRIO ATHAYDE Telefones para contato: 3333-2203 – 3356-7047 – 9162-1204 Horário: 2ªs e 4ªs, 20h30 às 22h30, na Sala de Imprensa.

2.10 LIVRARIA DA SBEE

Responsável:  ALFEU  WILBAR  MARQUES  GARCIA    

(  3253  3186  )  

Horário de atendimento ao público:

2ªs - feiras, das 13h30 às 14h e das 20h às 23h

3ªs - feiras, das 19 h às 20 h 30 min

4ªs - feiras, das 20h às 23h

sábados, das 15h às 17h

2.11 BIBLIOTECA ZIGMONT GRABARSKI

Funcionamento  no  horário  do  Atendimento  ao  Público.  

2.12    BAZAR  DA  AMIZADE  

Coordenadora: THEREZINHA MESSIAS SCANDELARI (3356-6256 /

9126-1342)

Bordado e artesanato. No Lar Escola Dr. Leocádio Correia.

Reúne-se às 3ªs-feiras, das 13h30 às 17h00

Voluntários: Qualquer pessoa (mesmo não integrante da SBEE) Precisa,

principalmente para costura.

 

2.13    GRUPO  TONHÁ  REGIS  

Coordenadora: ELEONORA GUTIERREZ

Visita às ilhas do litoral paranaense (Ilha de Guapicun e do complexo de

Superagui), atendendo cerca de 20 famílias.

Uma domingo ou 2ª- feira/mês. Depende de barco.

Voluntários: Precisa arcar com os próprios custos de transporte

(inclusive a sua parte no barco).

2.14    GRUPO  EUGÊNIA  VIANA  DA  SILVA  

Coordenadora: PEDRINA MARIA JOSÉ DE SOUZA (3256-3041)

Atende famílias de baixa renda em Campina Grande do Sul, levando

cesta básica e materiais escolares.

2.15    GRUPO  LÉA  CORREIA  

Coordenadora: MARIA AMÉLIA GUTIERREZ BRANCO (3232-1937)

Atendimento a idosos em domicílio para passe e leitura.

Periodicidade: Atendimento de 15 em 15 dias.

Voluntários: mediante autorização do Dr. Leocádio. Necessita de

voluntários com carro.

 

2.16    GRUPO  DR.  ERASTO  GAERNER  

Coordenador: JOÃO AMILTON LIVRAMENTO

Endereço do Hospital: Av. Brasilia S/N Piraquara – PR.

Telefone: (41)3673-1234

Visita HOSPITAL DE DERMATOLOGIA SANITÁRIA DO PR, antigo

LEPROSÁRIO SÃO ROQUE.

No 1° domingo mês. Também distribui sacola de alimentos.

Voluntários: Não há requisitos. São sempre bem vindos.

GRUPOS DE APOIO ( do GRUPO DR. ERASTO GAERNER) :

2.16.1 Separação e distribuição das sacolas.

Coordenador: JOEL CAMARGO

Contato: CLARA H. YAMADA (3254-6212 / 9976-5458)

Reúne-se no sábado que antecede o primeiro domingo do mês, para

separar os alimentos provenientes de doações.

2.16.2 Almoço de Natal.

Coordenador: Mª EUGÊNIA TAVARES (3256-5364 /9255-6771)

O grupo realiza o almoço de Natal e distribuição de presentes no dia

24/12

Voluntários: Não há requisito.

Procuram empresas que possam ajudá-los (p.ex.: floricultura p/ ajudar na

decoração do local)

2.17    GRUPO  ANA  SEBASTIANA  PATITUCCI  

Coordenador: LACIR (3223-3313) ou WANDA (3263-1822)

O grupo realiza uma visita mensal ao Asilo do Tarumã.

Dia da visita: 3° (terceiro) domingo do mês, às 14h horas

Voluntários: Não há requisitos. São sempre bem vindos.

2.18    CONFECÇÃO  DO  ALGODÃO  

Coordenadora: SÔNIA

Reúne-se: 2ªs - feiras à tarde e à noite, 4ªs - feiras à noite.

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Voluntários: Necessita de voluntários. A partir do Módulo 1, mediante

autorização do respectivo coordenador.

2.19 GRUPO DE IRRADIAÇÃO

Coordenadores: LÍLIAN ALBERTI e DILMA APª MARTINS

Monitor: JOSÉ ANTÔNIO STEFANUTO

Horário: 2ª feira 14:00 às 16:00 h

3ª feira 20:00 às 20:30 h.

(preferencialmente médiuns médicos)

Voluntários: completar módulos do GEM e ser indicado.

 

2.20    GRUPO  DE  ECTOPLASMIA  

Responsáveis: ELIEL SCUSSEL, LUIZ ORTIZ e CARLOS

ALEXANDRE BRERO.

Reúnem-se às: 2ªs , 4ªs e 6ªs - feiras, a partir das 23h30.

Voluntários: mediante convite do Dr. Leocádio, ou sua autorização após

indicação da coordenação do GEM.

2.21 GRUPOS DE ESTUDO E PESQUISA

2.21.1 NEP – NÚCLEO DE ENSINO E PESQUISA

AULAS DO IRMÃO GRIMM

http://www.sbee.org/orient grimm.htm

Coordenação: LUIZ ROBERTO CAMPOS e PAULO BRERO

Aulas: uma 6a. feira/mês, das 21:00 ~23:30 h.

Participação: mediante indicação dos orientadores e autorização do ir.

Grimm. Necessário estar vinculado ao GEM (como orientador ou

orientando de módulos finais).

2.21.2.1      PSICOMUSICOGRAFIA  e  PSICOGRAFIA  

Responsável: JOEL SAMWAYS NETO

Reunião: 3ªs - feiras; horário: início 23h (até 00h15 / 00h30 )

Requisitos:módulo V, mediante autorização do Dr. Leocádio.

 

2.21.2.2    PSICOPICTOGRAFIA  

Responsável: CLÁUDIA DE LARA

Coordenadoras: IEDA COELHO – um domingo (tarde)/mês

CLÁUDIA DE LARA – toda 6ª feira, 18h30 às 20h30

SUELI TRAMONDINOLLI – uma 6ª feira/mês, 20h30~22h30

Requisitos: a partir do módulo V. Contato com Cláudia às 4ªs-feiras, das

21h00 às 00h00 no museu da SBEE.

Voluntários: precisa para montagem de exposições, bem como para

fazer catalogação das psicopictografias no museu às 2ªs e 4ªs – feiras, à

noite.

2.21.2.3 GRUPO DE INTUIÇÃO

Reúne-se às 3ªs -feiras, início às 23h00 (até 00:15 / 00:30).

Requisitos: a partir do módulo VI.

2.21.3 CURSO DE CAPACITAÇÃO DE MONITORES

Coordenador: JOEL SAMWAYS NETO

Aos sábados à tarde, durante um ano.

Requisitos: indicação da coordenação e autorização do Dr. Leocádio.

2.21.4 CURSO DE ORADORES

Coordenador: JOEL SAMWAYS NETO

Aos sábados à tarde.

Requisitos: Convite da coordenação e autorização do Dr. Leocádio após

ter completado o CCM - Curso de Capacitação de Monitores.

2.22 GRUPOS DE ATIVIDADES CULTURAIS

2.22.1 CORAL MARINA FIDÉLIS

Coordenadora: ROSANAIR NEVES FRANCO (3354-4726)

e-mail: [email protected]

Monitoras: JOCEMA LIMA e THEMIS BUSSE

Reúnem-se no sábado às 16:00 horas para o ensaio

Requisitos: serem médiuns da SBEE; parentes (cônjuge, filhos, pais)

destes podem acompanhá-los na atividade.

 

3. MUNESPI- Museu Nacional do Espiritismo  Responsável:

LUIZ ROBERTO HAHNEMANN DE CAMPOS

Horário: 2ªs e 4ªs - feiras: 20h30 às 22h30

Sábados: 15h às 17h

Endereço: junto à sede da SBEE

 

4    LAR  ESCOLA  DR.  LEOCÁDIO  JOSÉ  CORREIA  

End.: R. Antonio Leprevost, 331 Santa Cândida, Ctba/PR

Telefone: (41)3256-5142

Presidente: Prof. Dr. MAURY RODRIGUES DA CRUZ

Diretora Administrativa: Prof. DISABEL RUTH BOND DE MATTOS

Coordenadora: SUELI MARIA REHLANDER

Assistente social: JUSSARA DE PAULA XAVIER BONIN

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Macintosh HD:Users:ruipaz2:Downloads:COLETANEA_2013 - V 1.6.docx

Atende crianças de famílias da comunidade local, cujo limite de renda

seja de até R$ 1.000,00, e as mães trabalhem fora de casa.

Contribuição mensal de R$ 40,00.

Horário: das 7h30 às 17h (tolerância até 17h15)

Servidas 4 refeições: café da manhã, almoço, lanche e sopa.

Passes: para alunos e funcionários às 6ªs-feiras pela manhã.

Voluntários: necessita, para o passe.

4.1 CENTRO ESPORTIVO SUPERAÇÃO

5    CAMPUS  DE  ASSISTÊNCIA  SOCIAL  

End.: R. Antonio Grochovski, 07 Jd Aliança, Santa Cândida

Telefone: 3256-4860

Diretora: HELI NICE FINATTI RISTOW

Caseira: TEREZINHA

Voluntária: MARIA CRISTINA- 3356-0604 / 3356-5278/ 9935-9690)

Serviços e cursos oferecidos:

- Curso de cabeleireira: aceita doações, inclusive de usados (ex.:

xampu, pente, etc.)

- Bazar: vende a preços simbólicos os objetos recebidos em doação

- Comemorações (no pátio) de dia das mães, festa junina, Natal, etc.

- Cestas de Natal: distribuídas a todos os participantes (não apenas

3ª idade)

- Grupo de 3a. idade: durante o encontro (às 6ªs feiras) um lanche é

servido aos idosos. Fornece também cesta básica (há 45 idosos

cadastrados). Na última 6ª feira de cada mês há atividades diversas

(como dança, alongamento, pular corda, etc.) bem como

comemoração dos aniversários.

- Horário dos cursos: 13:30 ~16:00 ou 14:00 ~17:00

2a-feira: alfabetização de adultos, cabeleireira, reforço escolar

3a-feira: bijuterias, cabeleireira, pintura, bordado (o bordado é vendido

no bazar da SBEE)

4ª - feira: costura

5a - feira: bordado e tricô

6a - feira: artesanato para 3a idade (13:30 ~16:00)

Contato: LAISY CAMARGO (3367-4022), voluntária que ensina

artesanato para o grupo de 3a. idade, às 6as. feiras.

Voluntários: necessita. Não há pré-requisito (não precisa ser integrante

da SBEE, pode ser de qualquer religião). Disponível inclusive para

criação de novos cursos mediante apresentação de projeto. Aceita

doações.

 

6    FACULDADE  DR.  LEOCÁDIO  JOSÉ  CORREIA  –  FALEC      

  www.falec.br  

Mantenedora: LAR ESCOLA DR. LEOCÁDIO CORREIA

End.: R. José Antº. Leprevost, 331 - Sta. Cândida – Ctba/PR

Fone/FAX: (41) 3256-5717

Horário de atendimento: 7h20min. às 22h40min.

Dirigentes da Instituição

Presidente da Mantenedora: Prof. DR. MAURY RODRIGUES DA

CRUZ

Diretor: Prof. DR. ÊNIO JOSÉ COIMBRA DE CARVALHO

Vice-Diretor: Prof. Me. ELIEL VALÉRIO SCUSSEL

Cursos:

Graduação:

PEDAGOGIA; ADMINISTRAÇÃO; TEOLOGIA ESPÍRITA

Pós graduação: METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR, GESTÃO

AMBIENTAL, TEATRO

Coordenação dos Cursos:

ADMINISTRAÇÃO: Prof. ANTONIO BUENO DA SILVA

TEOLOGIA ESPÍRITA: Profª CLEUSA MARIA FUCKNER

e, Adjunto, Prof. REGINALDO FRANCISCO DOMINGOS

PEDAGOGIA: Profª. SILVETE APª. CRIPPA DE ARAÚJO.

 

6.1     BIBLIOTECA   SUELI   ELAINE   RAMOS   BIANCHI   –   FALEC     (Biblioteca  

Central)  

Coordenadora: Prof. IVONE MARANGÓN

Endereço: junto ao Lar Escola

Telefone: 3256-5142

Horário de atendimento: 9h~12h; 13h~17h e 18h30~21h30

Voluntários: aceita. Não há requisitos: não precisa pertencer nem à

SBEE, nem à FALEC.

6.2      ESPAÇO  CULTURAL  FALEC  

Responsável: Prof. ÊNIO JOSÉ COIMBRA DE CARVALHO

End.: R. Mateus Leme, 990 Ctba/PR

(a duas quadras do Shopping Mueller)

Telefone: (41)3352-2685

6.2.1 CURSO DE TEATRO

Às 3ªs feiras, das 16h às 18h30.

Há vagas disponíveis.

6.3    OUTRAS  FRENTES  de  VOLUNTARIADO  DA  FALEC  

Page 134: COLET NEA DE MATERIAL DE APOIO PARA USO NA APLICAÇÃO DO CURRÍCULO NOS GRUPOS DE EXERCÍCIO MEDIÚNICO

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6.3.1 Alfabetização de adultos:

Coordenador: Prof. JOSÉ COSTA DO MONTE

Alfabetização de jovens e adultos da comunidade.

Aulas: 2ª, 4ª e 6a- feira, das 14h ~ 16h e 19h ~ 21h.

Voluntários: Não necessita pertencer à SBEE ou à FALEC.

6.3.2 Programa de apoio às dificuldades lingüísticas e de matemática:

Coordenadora de língua portuguesa:

VALDENIR ORMENEZI ZANINI (3262-8336)

Coordenadora de matemática:

Profª. FABIANA ORMENEZI ZANINI (3256-5717)

Aulas de reforço de língua portuguesa e matemática para alunos e

funcionários da FALEC e LAR ESCOLA.

Voluntários: graduados em Letras ou Matemática

6.3.3 Cursos de línguas estrangeiras:

Atende à comunidade acadêmica da FALEC, funcionários e público em

geral, é cobrada a taxa de matrícula e mensalidade dos alunos. Por

enquanto não tem turmas, mas existe a possibilidade de abrir cursos de

inglês, francês, espanhol e japonês. Informações na secretaria da

FALEC.

6.3.4 Orientação filosófica:

Gabinete para alunos e funcionários da FALEC, com orientadores da

SBEE

Dias de atendimento: 2ª. , 4ª e 5a. feira a partir das 19h;

6.3.5 Passe para alunos e funcionários da FALEC:

Dia de atendimento: 6a. feira (noite)

6.3.6 DEVOTRA

(Departamento de Voluntariado Transdisciplinar)

Coordenadora: Profª HUGUETTE ELAINE S. FRANÇA

Atendimento psicológico aos alunos e funcionários da FALEC e Lar

Escola. ∗ RESUMO do Trabalho apresentado no Grupo de Exercício

Mediúnico, Módulo 10, 2ª-feira - tarde.

Coordenadora: HUGUETTE ELAINE SIMIÃO FRANÇA

Monitora: MARGARETH PESCH

Equipe: CLARA YAMADA; ELIANE APª RIBEIRO; JOCEMARA

CORRÊA; LÍDIA SANTANA; MARIA APª JACUNDINO; MARIA

LUIZA GALIOTTO; MARISE KUCZMARSKI; MARLI SARAIVA;

MICHELE FABIANE ALVES; MILTON CORRÊA JR; MONICA

SNIECIKOSKI; PRISCILA PRADO; TEREZINHA DA SILVA

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135

7.        NÚCLEOS  FILIADOS  

PARANÁ

Campina Grande do Sul

Centro Experimental de Estudos Espíritas Leocádio José Correia

Rua Waldomiro de Souza Hathy, nº 50 B. (CEP 83430-000)

GEM: quintas-feiras, das 20h30min às 22h30min

Atendimento ao Público: não tem

Campo Largo

Centro Experimental de Estudos Espíritas Dr. Leocádio José Correia

Rua Vereador Arlindo Chemin, S/N (Próximo ao antigo Cemitério) (CEP 83601-070)

Atendimento ao público: quinta 20h30min

GEM terça-feira - 20h30min

Cascavel

SPE - Sociedade de Pesquisas Espíritas Antonio Grimm

Rua Antonina, 1908 - Caixa Postal 527 (CEP: 85818-570)

Exercício mediúnico: 3ª feira: das 20h30min

Atendimento ao público: 5ª feira 20h30

Castro

Sociedade Espírita Paulo de Tarso

Rua D. Pedro Ll , 1002 – Caixa Postal 92 (CEP 84165-970)

GEM: segunda-feira - 20h30min

Atendimento ao público: quinta-feira - 20h30min

Foz do Iguaçu

Centro Experimental de Estudos Espíritas Leocádio José Correia

Rua Marechal Deodoro, 902 - Centro (ao lado do Hotel Coroados) - Tel: 45 3572-2372

GEM: sábado - 17h às 18h30min

Atendimento ao público: Quinta-feira - 20h

Palmeira

Sociedade de Estudos Espíritas Dr. Leocádio José Correia

Avenida 7 de Abril, 726 – Sede Provisória (CEP 84130-000)

GEM: Sábado

Atendimento ao público: quinta-feira – 20h e Sábado – 15h

Paranaguá

Centro Experimental de Estudos Espíritas Dr. Leocádio José Correia.

Rua José Gomes, 725 (CEP 83203-610)

GEM: segunda-feira - 20h30min

Atendimento ao público: quinta-feira - 20h30min

Page 136: COLET NEA DE MATERIAL DE APOIO PARA USO NA APLICAÇÃO DO CURRÍCULO NOS GRUPOS DE EXERCÍCIO MEDIÚNICO

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Piraquara

Centro Experimental de Estudos Espíritas Dr. Leocádio José Correia

Rua Vitório Scarante, 988 esquina com Cândido Portinari, 173 (CEP 83306-020)

GEM: sábado - 15h

Atendimento ao público: Quinta-feira às 20:00h

Ponta Grossa

Centro Experimental de Estudos Espíritas Dr. Leocádio José Correia

Rua Euclides da Cunha Cunha , 267 – Vila Ana Rita (CEP 84020-070)

GEM: segunda, terça, quarta e quinta-feira - 20h

Atendimento ao público: Sábado - 16h

São José dos Pinhais

Centro Experimental de Estudos Espíritas Dr. Leocádio José Correia

Endereço - Nações Unidas, 363 -Cidade Jardim - S J Pinhais-PR

Horário de atendimento público - 5ª FEIRA -20:00 H passes

Exerçicio mediúnico 3ª FEIRA - 20:30 H

SANTA CATARINA

Campos Novos

Novos Sociedade de Estudos Espíritas “Casa do Caminho”

Rua Nereu Ramos, (CEP 89620-000)

GEM: quarta-feira – 20h e Sábado

Atendimento ao público: segunda e quarta-feira. - 20h

Balneario Camboriú

Centro Experimental de Estudos Espíritas Marina Fidélis

Rua 2950, Nº 345, Centro (CEP 88330-000)

GEM: quarta-feira e sábado.- 20h

Atendimento ao público: segunda-feira – 20h

PARAÍBA

João Pessoa

Sociedade de Estudos Espíritas Leocádio José Correia

Rua Almirante Barroso, 1040 (CEP 58020-000 )

RIO GRANDE DO SUL

Porto Alegre

Sociedade Experimental de Estudos Espíritas Beneficente Dr. Leocádio José Correia

Rua Luiz Afonso, Nº 241 – Cidade Baixa (CEP 90050-310)

Atendimento ao público: não tem

RIO DE JANEIRO

Rio de Janeiro

Centro Exp. de Estudos Espíritas Leocádio José Correia - CEEE

Av. N. Senhora de Copacabana, 1102, casa 01 – Pça. Sara Kubistcheck (CEP 22040-000)

Page 137: COLET NEA DE MATERIAL DE APOIO PARA USO NA APLICAÇÃO DO CURRÍCULO NOS GRUPOS DE EXERCÍCIO MEDIÚNICO

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Atendimento ao público: Terça-feira – 20h e Sábado - 15h

GEM: quinta-feira – 20h

SÃO PAULO

São Paulo

Casa da Fraternidade

Rua Benedito da Fonseca Rondon, 298 Jardim Sto. Elias – Pirituba (CEP 05133-160)

E-mail: [email protected]

Site: www.casadafraternidade.com.br

Horário de atendimento ao Público:Segundas e Quartas das 20:30 às 22:30 hs

Estudos Mediúnicos: Terças e Quintas das 20:30 às 22:30 hs

MINAS GERAIS

Belo Horizonte

Grupo de Estudos Espíritas Dr. Leocádio José Correia

Rua Juiz de Fora, 833 ap 201 - Barro Preto (CEP: 30.180-061)

GEM – Quarta-feira às 20h

Atendimento ao Público: não tem

MATO GROSSO DO SUL

Campo Grande

Centro Experimental de Estudos Espíritas Dr. Leocádio José Correia.

Rua Professor Henrique Cirilo Correia, 17 - Vila Marli - CEP 79117-011

Rua Formosa,. 254, Vila Marli / CEP 79117-080

∗ Trabalho apresentado no Grupo de Exercício Mediúnico, Módulo 10, 2ª-feira - tarde. Coordenadora: HUGUETTE

FRANÇA

Monitora: MARGARETH PESCH

Equipe: CLARA YAMADA; ELIANE APª RIBEIRO; JOCEMARA CORRÊA; LÍDIA SANTANA; MARIA APª JACUNDINO; MARIA LUIZA

GALIOTTO; MARISE KUCZMARSKI; MARLI SARAIVA; MICHELE FABIANE ALVES; MILTON CORRÊA JR; MONICA SNIECIKOSKI;

PRISCILA PRADO; TEREZINHA DA SILVA

Page 138: COLET NEA DE MATERIAL DE APOIO PARA USO NA APLICAÇÃO DO CURRÍCULO NOS GRUPOS DE EXERCÍCIO MEDIÚNICO

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Caminhos da vida

Reflexão  e  debate          

                Escolhemos    

    Morreu               onde  nascer?  

    Acabou?         Volta  por        

                que  quer?      

                         

            Continua                

          e  volta?           Ou  escolhem    

                        por  nós?  

                Ou  a  volta      

    Morreu               é  compulsória?      

    continua?                

        Continua          

        mas  não            

        volta?          

                 

                 

                 

Dependendo  do  tamanho  do  grupo,  depois  da  manifestação  da  opinião  de  alguns  ou  de  todos,    

faça  alguns  comentários  como  os  abaixo:          

-­‐  Morremos  porque  queremos  ou  é  um  evento  natural  e  inescapável?    

-­‐  Será  que  quanto  mais  conscientes  menos  tutelados?      

-­‐  Uma  criança  escolhe  tomar  uma  vacina  injetável?        

-­‐  Aqueles  segundos  da  dor  da  picada  da  injeção  não  irão  garantir  anos  de  saúde  e  bem  estar?  

-­‐  O  adulto  consciente  precisa  de  ser  obrigado  a  tomar  uma  vacina?    

                 

Se  a  reencarnação  é  algo  inevitável  durante  uma  fase  da  evolução  do  espírito,  o  que  devemos    

fazer  para  garantir  mais  qualidade  de  vida  em  nossas  próximas  encarnações?  

-­‐  ensino  de  qualidade  assegurado  a  todos?          

-­‐  ensino  de  filosofia,  ciencia  e  ética  para  todos?        

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Esta coletânea foi organizada a partir de materiais usados ao longo de algumas das reuniões dos Grupos de Estudos das Terças e Quintas feiras na SBEE.

Para obter cópias escreva para [email protected]

Colaboração de:

Eliane Wollmann Wedderhoff

Mario Eduardo Branco

Mariângela Branco

Nelson José Wedderhoff

Oswaldo Branco

Paulo Henrique Wedderhoff

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INDICE REMISSIVO DA COLETÂNEA 1.6 A  eficiência  da  'lei  seca  '   93  A  Força  da  Prece   91  A  ignorância  também  mata.          Alumínio:  útil  e  mortal    89  A  JANELA   68  A  Resposta  da  Gratidão    63  A  traseira  do  cavalo  e  a  engenharia   70  Alimentação  Natural   90  Allan  Kardec  (1804  -­‐  1869)   58  Auto-­‐avaliação:     20  Avaliação   9  Breve  história  da  SBEE   60  Breve  História  do  Espiritismo   59  CALVIN  &  HOBBES  –  Limites  do  livre  arbítrio   82  CALVIN  &  HOBBES  –  Questões  da  vida  –  materialismo     81  Caminhante   86  Caminhos  da  vida   133  Carbono14  uma  máquina  de  tempo   31  Carta  do  Chefe  Seatle   52  Cercas  ou  Pontes?   66  Competência  e  Humildade   64  Conceitos  -­‐  Espiritualismo  versus  Espiritismo   33  CONCEITOS  –  O  PASSE    42  Coordenando  a  reunião  de  exercício  mediúnico     9  Cultura  e  Mediunidade       115  Currículo   13  Da  Pluralidade  das  Existências    -­‐  A  Reencarnação  –    O  Livro  dos  Espíritos   110  Darwin  –  A  Origem  das  Espécies   32  Das  coisas  que  presenciaram  na  terra  do  Eldorado  -­‐  CAPÍTULO  XVIII   119  Decisão  da  Assembleia          124  Deus   99  DIÁLOGO  EM  ATENAS  –  (Teatro)   95  DIÁLOGO  PRÉ  NASCIMENTO  –  Módulo  2  ou  3      76  Dinâmica  de  Grupo  -­‐  O  Caso  da  Ponte  -­‐  Instruções  para  o  Coordenador:     45  Doutrina  dos  Espíritos   36  Duas  Histórias,  Dois  Destinos   67  ECOGRAFIA  DOS  GEMEOS  –  módulo  inicial   75  Espiritualização      34  ÉTICA  é  uma  coisa  relativa?  Dinâmica   43  Ética  é  uma  coisa  relativa?   124  Evangelho  no  Lar   54  Exemplo  de  texto  do  Evangelho  para  leitura  de  debate  -­‐  Morte  Prematura   97  Exemplo  de  um  plano  reunião:  (aplicável  ao  Módulo  4):     8  Exercício  da  Amnésia:   83  Existe  mesmo  injustiça?  -­‐  Nelson  J.  Wedderhoff      22  Fase  preparatória  -­‐  antecede  o  início  do  semestre   6  

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Fazendo  a  diferença  -­‐  Stephen  Kanitz   21  Fazer  o  quê?  -­‐  Nelson  J.  Wedderhoff   24  Festival  do  Vinho   65  Fichamento  de  leitura  do  livro  “O  Médium  e  o  Exercício  Mediúnico”  da  irmã  Marina  Fidélis   56  FILMES  55  Filosofia  e  objetivo  do  exercício  mediúnico   6  HAGAR  –  RECRUTADOR  DE  TRIPULAÇÕES  –  Sintonia  entre  semelhantes      77  HAGAR  -­‐  RESOLUÇÃO  DE  ANO  NOVO   78  Informativo  da  fase  pré-­‐curricular   12  Introdução  à  Filosofia   37  INVENTÁRIO  DA  ESTRUTURA  E  ATIVIDADES  DA  SBEE  –  JUNHO  DE  2006  -­‐    (SUMÁRIO)     125  Jesus  e  a  Moral  Cristã   104  Leitura  básica  e  sugestões  de  releitura      6  Livre-­‐arbítrio   114  Livro  Espiritismo  e  Currículo   6  Mediunidade  –  SBEE  –  Sociedade  Brasileira  de  Estudos  Espíritas  –  Maio/2000      116  MOSAICO  TERAPEUTICO  NATURAL   85  Natureza  e  significado  do  convite  para  participação  do  GEM  -­‐  Grupo  de  Exercício  Mediúnico   13  O  Caso  da  Ponte   44  O  Dilema  da  Vacina  (Parte  2)   48  O  Dilema  da  Vacina   47  O  ECO   79  O  Livro  da  Vida  61  O  monge  e  o  escorpião      69  O  PODER  DA  EDUCAÇÃO  –  texto  da  dinâmica  da  vacina       49  O  QUE  É  FILOSOFAR?   37  O  que  é  o  Espiritismo?  –  Alguns  conceitos   35  O  que  é  ser  espírita?  -­‐  Mario  Eduardo  Branco   23  Observar  e  Pensar  -­‐  Stephen  Kanitz   29  PAI  NOSSO   88  Para  que  serve  a  filosofia?   40  Planejamento  do  semestre  de  reuniões  do  GEM   6  Plano  de  reunião  de  Grupo  de  Estudos  Espíritas  -­‐  Reunião  nº  1          14  Plano  de  reunião  de  Grupo  de  Estudos  Espíritas  -­‐  Reunião  nº  12    17  Plano  de  reunião  semanal  do  GEM   8  Política  e  cidadania  –  Paulo  H.  Wedderhoff   28  Preâmbulo  do  livro  “O  Que  é  o  Espiritismo”   96  Prece  de  Francisco  de  Assis   87  Programa  de  atividades  do  Semestre   8  Proposta  desta  coletânea   5  Recursos  da  primeira  reunião   9  Reencarnação   112  Reencarnação   33  Regras  para  viver  no  planeta  Terra   84  SBEE  -­‐  Exercício  Mediúnico  –  Módulo  2  (2/2002)   99  SEM  CHANCE   72  SÓ  NÃO  ERRA  QUEM  NÃO  FAZ  –  ERRO  COMO  ACERTO  EM  PROCESSO     80  Sócrates  o  filósofo  e  Hípias  o  sofista  –  (Teatro)    94  

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Sugestões  de  leitura  complementar  e  material  de  apoio   7  Técnicas  de  reunião   9  TESTE:  Você  se  conhece?   51  Trajetória  de  Vida   117  Um  Homem  Chamado  Jesus   106  Um  Novo  Fim   123  Um  pequeno  serviço   62  UMA  PESCARIA  INESQUECÍVEL      71  VELÓRIO  –  Dinâmica   50  VOCÊ  É  O  QUE  DESEJA  SER   74  Vôo  Tam  3054  –  Acaso,  Destino  ou  Livre  Arbítrio?  -­‐  Paulo  H.  Wedderhoff   25