colóquio sobrereflexões multidisciplinares no contexto angolano do pós-guerra

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A PEDAGOGIA DA MUDANÇA: REVISITANDO A PEDAGOGIA DO OPRIMIDO DE PAULO FREIRE PARA SONDAR CAMINHOS PARA A MUDANÇA EM ANGOLA

REGIME AUTORITÁRIO

Gandhi:

“existem em nosso planeta recursos suficientes para atender às necessidades de todos, mas, em compensação, eles não bastarão se o objectivo for satisfazer o desejo de posse, a avidez, a cobiça, mesmo que seja de alguns.”

PATRICK VIVERET

“a miséria material de uns está directamente relacionada à miséria ética, afectiva e espiritual de outros” (VIVERET, 2013)

FILOSOFIA DO FRACTAL:

O TODO ESTÁ PARA A PARTE COMO A PARTE ESTÁ PARA O TODO

Humanização e desumanização dentro da história, num contexto real,

concreto, objectivo, são possibilidades dos seres humanos como seres

inconclusos e conscientes da sua inconclusão. (E diz mais) se ambas são

posssibilidades, só a primeira nos parece ser o que chamamos de vocação dos

homens. Vocação negada na injustiça, na exploração, na opressão, na violência

dos opressores. Mas afirmada no anseio de liberdade, de justiça, de luta dos

oprimidos, pela recuperação de sua humanidade roubada (FREIRE, 2005, pág.

32).

A liberdade, que é uma conquista, e não uma doação, exige uma

permanente busca. Busca permanente que só existe no acto responsável

de quem a faz. Ninguém tem liberdade para ser livre: pelo contrário, luta

por ela precisamete porque não a tem. Não é também a liberdade um

ponto ideal, fora dos homens, ao qual inclusive eles se alienam. Não é

ideia que se faça mito. É condição indispensável ao movimento de busca

em que estão inscritos os homens como seres inconclusos (FREIRE, 2005,

pág. 37).

Apesar do oprimido reconhecer a contradição que o opõe ao opressor ele é levado por várias circunstâncias a desenvolver medo da liberdade, resignando-se.

É por isso necessário, por meio de acção pedagógica apropriada, levar o oprimido a reconhecer dentro de si as forças, enfim, a potência que carrega para empreender a conquista da liberdade.

A libertação, por isto, é um parto. E um parto doloroso. O homem que nasce deste parto é um homem novo que só é viável na e pela superação da contradição opressores-oprimidos, que é a libertação de todos.

A superação da contradição é o parto que traz ao mundo este homem novo não mais opressor; não mais oprimido, mas homem libertando-se.

Paulo Freire