como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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Projeto Escolhe Vilar

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Page 1: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado
Page 2: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

• INDICE

INDICE

INTRODUÇÃO

O QUE É UM RECURSO ESCOLHAS?

PORQUE ESCOLHEMOS ESTE RECURSO?

QUAL O OBJETIVO DESTE RECURSO?

ETAPAS, COMO E O QUE FIZEMOS ATÉ CHEGARMOS AO RECURSO.

O QUE É SER VOLUNTÁRIO?

A NOSSA EXPERIÊNCIA, O QUE FAZEMOS E COMO FAZEMOS

COMO É QUE CRIO O GRUPO?

COMO DINAMIZO OS GRUPOS?

COMO VAMOS CONSOLIDAR O GRUPO?

COMO SE MOBILIZA A COMUNIDADE?

COMO SE OBTÊM OS RECURSOS NECESSÁRIOS?

COMO SE MOBILIZAM E DINAMIZAM OS JOVENS AO LONGO DO PROCESSO DE

FORMA A CAPACITAR?

A IMPORTÂNCIA DE UM TÉCNICO MONITOR

INSTRUMENTOS

GUIÃO PARA ENTREVISTAS A UM VOLUNTÁRIO

SELEÇÃO DO VOLUNTÁRIO

GRELHA DE ACOMPANHAMENTO DO VOLUNTÁRIO

A FORMAÇÃO

CONTRATUALIZAR O VOLUNTARIADO, SIM OU NÃO?

NOTAS FINAIS

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DOIS

TRÊS

SEIS

NOVE

ONZE

QUINZE

DEZANOVE

VINTE E QUATRO

TRINTA E TRÊS

TRINTA E SETE

TRINTA E NOVE

QUARENTA E UM

QUARENTA E TRÊS

QUARENTA E CINCO

QUARENTA E SETE

QUARENTA E NOVE

CINQUENTA E UM

CINQUENTA E CINCO

CINQUENTA E SETE

CINQUENTA E NOVE

SESSENTA E UM

SESSENTA E TRÊS

SESSENTA E SEIS

2

Page 3: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

3

Introdução

Page 4: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Este manual pretende dar resposta ao desafio do Programa Escolhas em

criar um Recurso, ou um produto, Escolhas, que pudesse ser utilizado por

terceiros.

O objetivo principal é que este seja um manual acessível a todos,

utilizando uma linguagem simples e direta de forma a melhor passar a

informação ao seu uti l izador, disponibi l izado de forma

completamente gratuita e pretende partilhar a nossa experiência

pessoal e profissional na criação de grupos de voluntariado,

como os animar/dinamizar e consolidar. Fomos incitados a

criar um “Recurso”, que seja disponibilizado a outros

Projetos/Instituições para que também eles tenham

acesso ao trabalho desenvolvido e à forma a

como tudo se processa.

Quando nos foi lançado o desafio, coube-nos

escolher um tema a desenvolver e uma vez que o “Grupo

de Voluntariado” como atividade regular do Projeto, é um

grupo de sucesso resolvemos debruçar-nos sobre este

tema.

Escolhemos a área do associativismo e

dinamização comunitária por ser a que melhor se

adequa ao nosso recurso.

Assim o nosso recurso é sobre o Voluntariado, ao longo do

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Page 5: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

manual o leitor vai ter acesso a conceitos como, os direitos e deveres do

voluntário, experiências pessoais e guiões de entrevista entre outros.

Entre outras coisas, tentamos demonstrar a importância de um “Técnico/

Monitor”.

Ainda que ao voluntario, não seja exigida uma formação

específica, achamos que é importante apostar na formação

do mesmo, tentamos que o voluntário conheça um pouco da

instituição e do trabalho que poderá desenvolver,

adequar os objetivos esperados às suas

aptidões e disponibilidade, antes de dar início ao seu trabalho

no terreno, pelo que lhe é ministrada uma pequena

formação inicial, esta formação

deve ser sempre realizada ao

longo do processo também, se os

técnicos assim o considerarem.

O objetivo final? Fornecer uma ferramenta

que ilustre o nosso trabalho e vos

possa ser útil, pensando que através do voluntariado se

pode criar uma base para a sustentabilidade destes

projetos.

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Page 6: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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O que é um Recurso Escolhas?

Page 7: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Formalmente, um Recurso Escolhas é constituído por

duas componentes principais:

Uma ferramenta / instrumento

e ou um dispositivo ou

me t o d o l o g i a d e

intervenção que configura

uma boa prática e/ou uma

solução inovadora e;

Uma narrativa que explicita o seu

modo de utilização, isto é, um

manual de apoio à utilização que

permite uma apropriação e

u t i l i z ação au tónoma po r

terceiros situados noutros contextos ou

situações de intervenção.

Em termos de conteúdos, o pressuposto base que define

um Recurso Escolhas consiste na existência efectiva de uma

boa prática e/ou solução inovadora de intervenção que

contribui inequivocamente para promover a inclusão social de

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Page 8: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

crianças e jovens provenientes de contextos socioeconómicos mais vulneráveis,

tendo em vista a igualdade de oportunidades e o reforço da coesão

social.

Um Recurso Escolhas é a materialização de uma boa

prática e/ou solução inovadora de intervenção, desenvolvida

no contexto de intervenção de um projecto Escolhas, que

confirmou experimentalmente a sua pertinência, utilidade e

mais-valia para a solução de problemas sociais e para a

melhoria das práticas das organizações e dos projetos

relativamente a outras respostas do mesmo tipo,

disponíveis ou em utilização, e viu

devidamente reconhecida e

validada a sua qualidade e

valor acrescentado por parte de

pares provenientes de outros projetos

e o r g a n i z a ç õ e s e d e p e r i t o s

independentes, a cuja análise crítica foi

submetida em diferentes fases do seu

processo de elaboração e desenvolvimento.

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Page 9: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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Porque escolhemos

este Recurso?

Page 10: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Foi lançado o desafio pelo Programa Escolhas e

depois de discutido o assunto foi decidido

unanimemente que este seria o nosso

R e c u r s o , u m a v e z q u e

acreditamos que este seja uma

boa prática do nosso projeto e a atividade

que serviu como ponto de partida para o

mesmo, seja uma das que melhor

caraterizam o nosso trabalha e forma de

estar.

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Page 11: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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Qual o Objetivo deste

Recurso?

Page 12: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

A elaboração deste recurso tem como objetivo responder à necessidade

de promover a participação cívica da comunidade, de auxiliar técnicos no

terreno que muitas vezes necessitam de ajuda para dinamizar as atividades.

Tem a i nda c omo objectivo ajudar jovens, familiares e membros da

c o m u n i d a d e a prevenir comportamentos de risco integrando-se

em atividades em benefício da própria comunidade, assim como

fornecer formação útil a que os membros da

comun idade a judem a cr ia r caminhos para a

sustentabilidade dos projetos.

Responder à necessidade de promover a participação cívica

da comunidade, ajudar as Equipas Técnicas no terreno que

geralmente são pequenas e muitas vezes necessitam de

ajuda para dinamizar as atividades.

Ajudar jovens, familiares e membros da comunidade a

prevenir comportamentos de risco integrando-se em

atividades em benefício próprio e da comunidade.

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Page 13: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Fornecer (in)formação útil, capacitar , envolver e responsabilizar os

membros da comunidade com o objetivo de ajudarem a

criar caminhos para a sustentabilidade dos projetos.

Promover a ocupação de tempos livres de uma forma

pedagógica, prevenindo comportamentos de risco,

solidão, isolamento social, etc…

Ao observar os voluntários, outros indivíduos

começam a envolver-se e querer participar como

voluntários também, vendo os níveis de auto-

e s t ima e au t o - conce i t o a umen t ados pe l a

responsabilização que o “ser voluntário” implica. Vão

progressivamente tomando consciência do poder que

têm como agentes de mudança e da sua importância na

dinamização cívica e comunitária. Vão descobrir a

importância das aprendizagens e (in)formação para a

realização de actividades em benefício da comunidade.

Com o tempo esperamos que se sintam capazes, jovens

empreendedores sociais, quem sabe até, como responsáveis pela forma de

sustentabilidade dos projetos em causa.

Potenciar a capacidade de resiliência;

Fomentar o voluntariado e serviço cívico;

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Page 14: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Fornecer ferramentas de trabalho, ao nível da formação;

Os destinatários e beneficiários do Projeto, vão beneficiar da ajuda dos

voluntários no decorrer da dinamização das

atividades;

Tanto os destinatários como beneficiários usufruem do

acompanhamento dos voluntários com regras específicas e

bem definidas;

Os voluntários vão beneficiar de formação específica para o

desempenho das funções requeridas;

Vão sentir-se úteis, responsabilizados, capacitados e

integrados na sua comunidade e isso vai aumentar-lhes a

auto-estima e auto-conceito.

Promover a interculturalidade e intergeracionalidade,

s e n d o estas, duas das nossas bandeiras, ao desenvolver o seu

trabalho no nosso projeto, o voluntário estará em contacto com várias

culturas e gerações da comunidade em torno de um objectivo comum, que é

o voluntariado e a dinamização comunitária.

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Page 15: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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Etapas, como e o

que fizemos até

chegarmos ao recurso.

Page 16: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Depois de decidido pelo consórcio qual seria o

nosso recurso este foi submetido a escrutínio

de forma a ver reconhecido e legitimado o

seu valor e potencial de inovação pelos

consultores, passamos a etapa seguinte que consistiu

na elaboração de um “protótipo” ou “desenho”

daquilo que pretendíamos fazer, no nosso caso a

elaboração de um manual.

Este foi submetido a avaliação dos consultores

de forma a estar devidamente formatado e

sistematizado com o objetivo final de vir a ser

editado e disseminado.

O recurso passou por uma fase de

experimentação, este, foi submetido a avaliação dos nossos

parceiros, foi utilizado por alguns estagiários de Educação Social da ESE do

Porto, (um a fazer o mestrado e 3 a acabar a licenciatura), por um Eng.

Informático que estava interessado em realizar projetos de voluntariado, por

uma professora do ensino especial, e por uma jovem voluntária.

Foi ainda, posto à prova pelos parceiros do Projeto, nomeadamente os

parceiros de consórcio e foi discutido em assembleia de jovens, tivemos de

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Page 17: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

todos um feedback bastante positivo, também a nossa

consultora nos deu uma avaliação positiva.

Depois de ter passado pela experimentação, nós

consideramos o nosso recurso inovador, porque

reflete a nossa postura enquanto “dinamizadores de

grupos de voluntariado”. O principal ponto inovador a nosso

ver é a forma informal de transmissão de informação e

na promoção do voluntariado no seio de populações

juvenis em situação de desfavorecimento social, visando o

combate a comportamentos de risco e à promoção de

estilos de vida saudáveis. Temos como objetivo

inclusão social através da capacitação dos nossos

jovens, fomentando o empreendedorismo social.

Ao utilizarmos o voluntariado como um veículo de

prevenção de comportamentos de risco e de exclusão

social, integramos e mobilizamos os jovens e

familiares como estratégia de intervenção de forma a dar resposta a

problemas identificados.

Consideramos que o nosso recurso se adequa aos objetivos da nossa

intervenção enquanto Projeto, aos problemas e necessidades da população e

que é uma mais-valia, porque além de otimizarmos os meios existentes, os

grupos de jovens ao ajudar as equipas técnicas ajudam no bom

funcionamento dos projetos, assim, estamos a atingir os objetivos do projeto

ao capacitarmos os nossos voluntários.

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Page 18: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

O recurso criação de Grupos de Voluntariado é uma ferramenta de

intervenção comunitária útil, consideramos que a criação destes grupos é

essencial para o funcionamento dos projetos, pois as equipas técnicas dos

projetos normalmente são muito pequenas. Assim os destinatários

beneficiam duplamente com este recurso, por um lado com a ajuda dos

voluntários, os projetos funcionam melhor e por outro os próprios

destinatários estão a beneficiar, pois estão a ser capitados através da sua

integração nestes grupos e posterior dinamização dos mesmos. Adquirem

competências pessoais e sociais, aumentam os níveis de auto-estima, etc.

O nosso recurso promove o desenvolvimento de competências pessoais e

sociais, capacitamos os nossos jovens e um dos nossos objetivos é promover

a sustentabilidade através deste grupo. A nossa postura e o envolvimento

dos nossos jovens responsabiliza e promove a autonomia dos mesmos.

Estes grupos, como já referimos beneficiam destinatários e beneficiários,

pois ao ajudarem na dinamização das atividades, estas correm melhor e ao

estarem integrados nestes grupos estão simultaneamente a desenvolver

competências, a diminuir fatores de exclusão, promovendo-se assim a sua

integração.

Acreditamos que o nosso recurso responde ao critér io da

transferibilidade, facilmente se transfere e replica a outros projetos.

Pensamos que o manual está elaborado de uma forma bastante simples,

será colocado na nossa página Web onde estão os nossos contatos onde

nos mostramos disponíveis para tirar qualquer tipo de dúvidas.

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Page 19: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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O que e ser Voluntario?

Page 20: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Todo o trabalho que tenha caráter isolado e

esporádico ou seja determinado por razões

familiares, de amizade e de boa vizinhança, não são

consideradas trabalho comunitário ainda que sejam

executado de forma desinteressada.

Podemos referir ainda que o voluntário é um indivíduo que

de forma deliberada e desinteressada, se compromete,

de acordo com as suas aptidões e no seu tempo

disponível, a efectuar ações de voluntariado numa

entidade.

Segundo Shin e Kleiner (2003), voluntário é um indivíduo que

oferece o seu serviço a uma determinada organização, sem

esperar uma compensação monetária, serviço que origina

benefícios ao próprio indivíduo e a terceiros. De acordo com a

Organização das Nações Unidas (UN, 2001) a atividade voluntária

não inclui benefícios financeiros, é levada a cabo atendendo à livre e

espontânea vontade de cada um dos indivíduos e traz vantagens a terceiros,

bem como ao próprio voluntário.

De acordo com Parboteeah, Cullenb e Lim (2004), há dois tipos de

voluntariado, um menos formal, que seria aquele voluntariado em que os

vizinhos ajudam em certas alturas, como por exemplo quando a vizinha tem

de ir fazer um recado e pede ao vizinho do lado para tomar conta dos filhos

ou de alguém que está acamado em casa ou um idoso. E, um outro tipo de

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Page 21: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

voluntário mais formal que é o voluntariado que se enquadra em actividades

voluntárias realizadas em instituições.

A qualidade de voluntário não pode, de qualquer forma, decorrer de

relação de trabalho subordinado ou autónomo ou de qualquer relação de

conteúdo patrimonial com a organização promotora, sem

prejuízo de regimes especiais constantes da Lei.

Tendo em conta a Lei n.º 71/98, de 3 de Novembro -

Bases do enquadramento jurídico do voluntariado,

vamos indicar os direitos e os deveres dos

Voluntariados:

Direitos:

Acordar com a organização promotora um programa

de voluntariado, que regule os termos e condições do

trabalho que vai realizar;

Ter acesso a programas de formação inicial e

contínua;

Beneficiar do regime específico de Segurança Social e

de outros benefícios e compensações concretas

estabelecidos na lei;

Obter declaração que certifique o trabalho desenvolvido como voluntário;

Desenvolver um trabalho de acordo com os seus conhecimentos,

experiências e motivações;

Receber apoio no desempenho do seu trabalho com acompanhamento e

avaliação técnica;

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Page 22: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Ter ambiente de trabalho favorável e em condições de higiene e

segurança;

Participação das decisões que dizem respeito ao seu trabalho.

Deveres:

Para com os destinatários:

Respeitar a vida privada e a dignidade da pessoa;

Respeitar as convicções ideológicas, religiosas e

culturais;

Guardar sigilo sobre assuntos confidenciais;

Usar de bom senso na resolução de assuntos

imprevistos, informando os respetivos responsáveis;

Atuar de forma gratuita e desinteressada, sem

esperar contrapart idas e compensações

patrimoniais;

Contribuir para o desenvolvimento pessoal e

integral do destinatário.

Para com a organização promotora:

Observar os princípios e normas inerentes à actividade,

em função dos domínios em que se insere;

Conhecer e respeitar estatutos e funcionamento da

organização, bem como as normas dos respetivos

programas e projetos;

Atuar de forma diligente, isenta e solidária;

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Page 23: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Zelar pela boa utilização dos bens e meios postos ao seu dispor;

Participar em programas de formação para um melhor desempenho do

seu trabalho;

Garantir a regularidade do exercício do trabalho voluntário;

Não assumir o papel de representante da organização sem seu

conhecimento ou prévia autorização;

Informar a organização promotora com a maior

antecedência possível sempre que pretenda

interromper ou cessar o trabalho voluntário.

Para com os profissionais:

- Colaborar com os profissionais da organização

promotora, potenciando a sua atuação no âmbito de

partilha de informação e em função das orientações

técnicas;

Para com os outros voluntários:

- Respeitar a dignidade e liberdade dos outros

voluntários, reconhecendo-os como pares e

valorizando o seu trabalho.

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Page 24: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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A nossa Experiência,

o que fazemos e

como fazemos

Page 25: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

No Escolhe Vilar, desde o princípio e mesmo antes deste, existir como

Projeto do Programa Escolhas, sempre envolvemos as pessoas que dele

fazem parte, na sua concepção e dinamização.

Desta forma, fomos criando uma dinâmica de proximidade que facilitou o

trabalho em equipa e sempre motivou a comunidade para voluntariamente

ajudar o Projeto, pois sempre o sentiram como deles.

Acreditamos que é fundamental para que o trabalho no

terreno tenha sucesso que exista este envolvimento e

entrosamento entre as partes. Devemos fazer com que a

população e todos os intervenientes "sintam o Projeto

como deles", “como?” apostando na

proximidade, trabalhando com eles nunca

apenas para eles, não ficando em gabinetes à espera que

venham ter connosco mas indo ao encontro deles, é mais

fácil trabalhar para o sucesso de algo que "sentimos como

nosso" e com o qual nos identificamos.

Neste caso e devido à relação criada, o Grupo de

Voluntariado foi algo que surgiu naturalmente,

consideramos assim que a relação de proximidade é algo

fundamental para que haja o envolvimento e motivação

necessárias para o sucesso destes grupos.

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Page 26: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Quando as pessoas "estão por dentro" da dinâmica de funcionamento de

um projeto, são conscientes das necessidades e sentem-se motivadas a

ajudar de forma a impulsionar o desenvolvimento das atividades.

Se por um lado esta relação de proximidade é a chave de todo o nosso

trabalho e é o maior facilitador do sucesso dos grupos de voluntariado, esta

relação é também o ponto mais crítico.

As relações humanas, sejam elas de que natureza forem, são complicadas.

E, uma relação de proximidade em contexto profissional pode-o ser

ainda mais. Esta é construída numa linha de fronteira muito

ténue entre a relação de amizade e a relação profissional, nas

relações de amizade não há regras específicas e tudo vai

sendo permitido em nome da amizade e dos afetos. Na

relação profissional não, nem pode permiti-lo. Assim

um dos pontos mais difíceis de gerir é a

relação de proximidade existente, que

consideramos fundamental, num equilíbrio entre as

relações de amizade, emocionais e afetivas criadas sem

nunca deixarmos de ser profissionais e cumprir todas as

regras inerentes a este facto.

Mais difícil ainda é o facto de termos de gerir esta

relação profissional de uma forma muito dinâmica,

cumprindo sempre regras específicas sem nunca

deixarmos de ser tolerantes. Não podemos ser

resistentes à mudança, a capacidade de adaptação contínua é

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Page 27: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

fundamental, se optarmos por uma postura rígida e não tolerante a relação

está condenada ao fracasso.

A comunicação é de facto fundamental. Devemos dar muita importância

às formas de comunicação, comunicar de forma assertiva é o caminho para

o sucesso destas relações. Mais uma vez referimos que não é fácil, mas é

fundamental, devem apostar numa comunicação eficiente e eficaz.

O cumprimento de regras pré-estabelecidas facilita o trabalho. Este é um

dos pontos que consideramos como um facilitador do nosso trabalho. A

definição de regras e o seu cumprimento.

A Informação é outro aspeto fundamental, o voluntário que connosco

trabalha, deve ter acesso a informações fundamentais do nosso

trabalho, como a caracterização da instituição, no nosso caso do

Projeto, dos elementos do consórcio, qual o tipo de

papel que cada um assume, informação como o tipo de

a v a l i a ç ão a que e s t amos s u j e i t o s , o s

constrangimentos orçamentais, no caso específico do

Programa Escolhas devem conhecer a candidatura dos

Projetos (ainda que de forma geral) e as regras do

Programa.

Ass im consideramos como fundamenta l sermos

conhecedores dos tipos de relações existentes, os tipos de

comunicação e delinear regras desde o início. A

capacidade de adaptação é um aspeto fundamental para

a implementação eficaz e eficiente dos grupos de

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Page 28: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

voluntários segundo a nossa perspetiva.

É fundamental capacitar o voluntário, valorizar o seu trabalho, corrigir os

seus erros, monitorizar constantemente o mesmo. Os nossos voluntários são

monitorizados como os restantes elementos da equipa técnica,

semanalmente realizamos uma reunião de equipa onde são discutidas

questões como por exemplo as atividades realizadas na semana anterior, as

atividades a realizar na semana seguinte, planos de actividades, os

orçamentos para as mesmas, etc. Sempre que o voluntário quiser (não é uma

condição obrigatória) o voluntário está presente nestas reuniões. Esta é mais

uma forma que consideramos importante, além de servir para avaliar o

trabalho do voluntário, serve para que este esteja constantemente a "reciclar"

conhecimentos sobre o seu trabalho, o funcionamento do projeto e

promover que este participe na proposta e dinamização de novas atividades

e iniciativas a realizar.

Uma vez que apostamos muito na capacitação e empreendedorismo de

jovens e os nossos grupos de voluntários são maioritariamente constituídos

por jovens promovemos a participação dos mesmos nas assembleias de

jovens que realizamos no Projeto.

Os Grupos de Voluntariado são fáceis de formar, não devem ser impostos,

é como uma na agricultura, nós técnicos devemos colocar a semente, ir

regando e deixar as coisas fluir naturalmente, depois de despertado o

interesse os próprios grupos começam a crescer quase autonomamente,

devemos apenas auxiliando e orientando o seu crescimento, como o fazer? É

simples, devemos monitorizar os voluntários, formá-los e esclarece-los a

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Page 29: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

medida que vão surgindo dúvidas ou entraves. Nunca devemos impôr um

objetivo devemos discuti-los, analisar as diferentes formas de atingir esse

objetivo e adequar a formação a cada momento ou situação.

A responsabilização e o espírito de equipa, trabalharmos todos no sentido

de fazer com que o grupo resulte de forma eficaz e eficiente são essenciais a

que os grupos se tornem dinâmicos e coesos, no nosso caso o nosso Grupo

de Voluntariado, já teve várias iniciativas como a candidatura a subsídios do

DoSomething para a criação de uma sala de convívio de forma a promover

ainda mais a intergeracionalidade. Estas ideias surgem de forma

espontânea em reuniões onde há muita

partilha de informação, os reforços positivos e a

orientação no sentido de encontrar alternativas é

fundamental. Podem pensar que a partilha de

informação é demasiado arriscada, não dizemos o

contrário, mas nós como técnicos temos de ter essa

questão sempre em conta, no nosso caso funcionou

muito bem, não significa que noutros funcione

igualmente, contudo acreditamos que se deve

sempre arriscar. Avaliar constantemente cada passo

que se dá e reajustar a forma de intervenção

conforme os resultados obtidos.

Como já referimos é importante a constante

avaliação de todos os passos dados, a autoavaliação

é fundamental, para isso além da monitorização

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Page 30: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

constante dos voluntários devem fazer-se reuniões de forma avaliar o que foi

feito, os resultados positivos, os resultados negativos, o que mudar, o que

continuar a fazer, estas reuniões no nosso caso não são demasiado formais,

não tem uma regularidade definida, são realizadas conforme há necessidade,

pode por exemplo passar um mês sem que haja necessidade de se realizar

ou haver necessidade de realizar duas numa semana, deve-se ajustar as

necessidades que vão surgindo. Embora haja essa flexibilidade,

nós pessoalmente temos o cuidado de realizar uma

semanalmente e convidamos os voluntários a estar

presentes nas reuniões de equipa.

Nunca chamamos a atenção de um voluntário de

algo que corra menos bem em público e

consideramos fundamental que todas as questões sejam

tratadas no grupo e não fora dele para evitar constrangimentos.

A equipa técnica deve fomentar a crítica do seu próprio

trabalho, o feedback dos beneficiários e destinatários do

projeto é muito importante, a dos voluntários por vezes ainda

é mais, ao participarem diretamente na dinamização das

atividades podem ajudar-nos a ver coisas que funcionam

menos bem e que muitas vezes nem nos apercebemos. Uma

boa estratégia de comunicação é essencial para que os grupos

funcionem.

Ao participarmos todos na autoavaliação todos aprendemos, ao

verem os técnicos a fazer o exercício de autoavaliação os

30

Page 31: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

voluntários sentem-se mais a vontade para o fazer também, com o tempo

reconhecem o benefício desta avaliação e a importância das aprendizagens

que dela retiram, acaba por se tornar um hábito, uma necessidade e não uma

imposição.

É importante estarmos atentos aos sentimentos dos voluntários, muitas

vezes quando as coisas correm menos bem e nos dizem “eu falhei, estraguei

tudo”, devemos trabalhar no sentido de verificar o que correu de fato mal, o

que podia ter sido feito para correr de outra forma e reforçar o trabalho

positivo que dessa experiência se extraiu. Devemos

responsabilizar mas nunca culpabilizar, caso contrário não

funciona.

Embora não tenha sido esse o objetivo da criação dos

grupos de voluntariado, estes podem ter

muitas vezes uma componente de despiste

vocacional/ orientação vocacional, ao participar em

diversas actividades em contexto real de trabalho e

neste caso em trabalho de campo, os voluntários

podem verificar se de facto tem aptidões e/ou

vocação real para aquela área ou se apenas está

“iludido”, este é outro aspecto muito importante a ressaltar.

Um grupo de voluntários pode apenas ser

constituído, como já dissemos, para auxiliar na dinamização

das atividades do projeto, mas este pode e deve crescer, pode

começar a crescer, identificar e criar respostas a questões pertinentes da

31

Page 32: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

comunidade, como referimos a partir de uma certa altura estes

grupos começam a funcionar com um dinamismo fabuloso, o

nosso grupo já implementou várias ações, como a

identificação de idosos em isolamento social e várias

atividades de apoio aos mesmos.

Se trabalharmos todos no mesmo sentido, se formos

reajustando a nossa intervenção de forma eficaz e

eficiente conforma as situações os grupos não só se

mantêm coesos e dinâmicos como tem tendência a

fazer mais e melhor, no nosso caso o nosso grupo

quer-se tornar numa associação legalmente registada

de voluntariado, sendo esta uma ideia para o nosso

roteiro de sustentabilidade.

Ao reconhecer a essencialidade de algumas

atividades chave e explorar formas destas resultarem

cada vez mais e melhor, retiram muitas aprendizagens

positivas.

Pontos-chave, a capacidade de adaptação e o

reajustamento constante da intervenção.

32

Page 33: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

33

Como é que crio um grupo?

Page 34: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Esta questão tem toda a pertinência, mas não há uma fórmula mágica,

como temos vindo a referir, há que reajustar constantemente as situações às

circunstâncias, população, área geográfica de intervenção etc... o que

funciona numa comunidade, pode não funcionar noutra, pelo que sempre

dissemos que isto era apenas um guia dinâmico onde explicamos a nossa

experiência e que esta deve ser um ponto de partida e não um guião a seguir

porque pode não funcionar.

No nosso caso o grupo surgiu através de algumas

atividades do Escolhe Vilar, os grupos de discussão, as

dinâmicas de grupo e as assembleias de jovens. Nestas

atividades sempre foram debatidos diversos assuntos e

questionado o funcionamento do projeto, pois faz parte

da nossa avaliação obter o constante feedback da

nossa população.

Os jovens consideraram que era muito importante

alguém acompanhar os jovens do primeiro ciclo

até ao projeto quando saiam da escola, porque a equipa

técnica tinha de atrasar algumas atividades “roubando-

lhes” tempo para o ir fazer. Decidiram organizar-se em

grupos conforme a disponibilidade de horários para serem

eles a fazer esse acompanhamento. Posteriormente

decidiram que iriam ajudar em atividades como a

elaboração dos trabalhos de casa e em tarefas como

34

Page 35: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

controlar as saídas e entradas do projeto. Foi a partir de aqui que tudo

começou.

Os jovens ao verem a utilidade do seu trabalho, começaram a sentir-se

mais responsáveis e capazes, a autoestima e o autoconceito aumentaram e

verificamos uma evolução muito positiva dos seus comportamentos.

Ou seja, os voluntários são benéficos para nós equipas, mas também

beneficiam com a sua participação, é uma forma de trabalharmos a

capac i t ação dos nossos j ovens e o empreendedorismo.

“ Eu era vítima de Bullying na escola, na

altura nem lhe chamavam assim, mas agora vejo

que era. Não me sentia bem lá, odiava a escola e

estava sempre e inventar doenças e histórias para

faltar. Tinha um apelido de que não gostava e toda a

gente me chamava assim e gozava comigo, odiava

estar na escola e ter de aturá-los. Como todos

gozavam comecei a portar-me mal, assim gozavam

comigo mas também eram meus amigos porque eu

os fazia rir. Fui suspenso muitas vezes e reprovei

muito. Quando comecei a ajudar no projeto as outras

pessoas começaram a olhar para mim de outra

forma, se os stores do projeto confiavam em mim

era porque eu devia ter alguma coisa de bom. Não

sei explicar, deu-me poder para deixar de ter medo

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Page 36: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

porque as pessoas também olhavam para mim com mais

respeito. Agora não tenho medo de ir a escola, já estudo

mais, não reprovei mais e sou muito mais feliz!”

“ Eu estava sempre a ser suspenso, era tudo sempre

minha culpa, enervava-me e fazia asneiras, batia nos

outros, respondia aos stores e ameaçava-os. Depois de

ser voluntário viram que também sei fazer coisas

boas e não sou tão mau como me pintavam.

Confiam mais em mim e há mais respeito. Estar aqui a

ajudar só me ajudou“

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Page 37: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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Como dinamizo os grupos?

Page 38: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Através da constante monitorização dos voluntários, das reuniões onde se

analisam as intervenções e se reajustam as mesmas. Muito importante não

ter receio de criticar construtivamente e reforçar positivamente tudo que for

feito. Saber aceitar as críticas, não estamos lá como seres invencíveis só

para criticar e levar palmadinhas nas costas, estamos a trabalhar com eles

numa relação de proximidade, para a obtenção de um objetivo comum.

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Page 39: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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Como vamos

consolidar o grupo?

Page 40: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Através do trabalho conjunto e o constante reajuste do mesmo. Sem

receio de arriscar, aproveitar e analisar em conjunto todas as ideias que

surgirem e em conjunto encontrar formas de as por em prática. Incentivar

sempre com novos desafios, que devem partir deles também. Arriscar e

incentivar sem deixar de acompanhar.

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Page 41: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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Como se mobiliza a

comunidade?

Page 42: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Não deve ser nada imposto, através dos grupos de pais e atividades

intergeracionais, começamos a mostrar abertamente algumas

necessidades que nos impediam muitas vezes de fazer mais e

melhor, mostramos o que os nossos jovens faziam.

Consideramos que a melhor forma de mobilizar a

comunidade é através da amostragem dos resultados

obtidos e do” marketing” que as crianças fazem, ou seja,

as nossas crianças e jovens ao contarem como existem

voluntários e o que fazem, começam a “vender o produto”

e despertar o interesse da comunidade, envolvendo-

os.

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Page 43: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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Como se obtêm os recursos

necessários?

Page 44: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

No caso dos projetos Escolhas, os recursos são os do próprio projeto.

Noutras situações, terão de avaliar os recursos disponíveis e os necessários

e ajustar a intervenção aos recursos, ou então procurar financiamento para

esses recursos. Pela nossa experiência pessoal, os recursos mais

importantes são a motivação e a disponibilidade de tempo.

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Page 45: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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Como se mobilizam e dinamizam os jovens ao longo do

processo de forma a

capacitar?

Page 46: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Já vimos, que a forma de os mobilizar é relativamente simples, a

participação nas reuniões, a partilha de informação (por exemplo sempre que

há uma avaliação de Programa Escolhas esta é partilhada com eles), a

constante formação e o incentivo a que hajam, sabendo que a equipa

técnica está lá sempre por trás como a rede do trapezista se

caírem, é a nossa forma de os capacitar levando-os cada vez

mais a ser autónomos e responsáveis, o que por sua

vez os motiva mais para encontrar formas de

continuar o trabalho. Há um dia em que querem

saltar sem a rede para “ver” como é… Este é um

momento delicado e de grande ansiedade para

todos, mas que devemos deixar acontecer.

No nosso caso os nossos jovens já se candidatam a subsídios

como os do DoSomething e neste momento andam a estudar

formas de gerar receitas para a constituição de uma

associação. Tem como objetivo continuar o seu trabalho e

numa futura candidatura ao Programa Escolhas, essa

associação fazer já parte do consórcio. O que não querem

é deixar que o seu trabalho na comunidade deixe de ser

feito.

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Page 47: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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A importância

de um Técnico Monitor

Page 48: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

É muito importante a existência da figura de um “Técnico Monitor”, esta

figura deve ter experiência e formação específica na área.

A importância da existência desta figura a que chamamos de “Técnico

Monitor” reside no fato de ser responsável pelo acompanhamento do

trabalho dos voluntários. No fundo trata-se de um orientador, que é

responsável pela seleção do voluntário e acompanhamento do

mesmo durante todo o seu trabalho como voluntário.

Não tem de ter um perfil específico, deve ter formação ou

experiência na área em que vai intervir de forma a saber lidar

com as diferentes situações e ser conhecedor das técnicas e

conceitos basilares, para poder avaliar e orientar os

voluntários.

No caso dos projetos Escolhas, os técnicos tem a

experiência necessária e a formação de base está

assegurada o que facilita o processo.

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Page 49: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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Instrumentos

Page 50: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Nesta secção, encontram-se alguns instrumentos que podem facilitar a

criação e dinamização de grupos de voluntariado.

É importante ter em atenção estes itens porque, para cada trabalho

voluntário que se venha a desempenhar deve corresponder um perfil, perfil

este que é caraterizado por uma série de competências, que podem ir desde

a formação à experiência profissional e de vida e às características

individuais.

Segundo a nossa experiência é fundamental a definição do

“perfil” do voluntário pretendido, do trabalho que este irá

realizar e como de forma assegurar o correto desempenho

da função.

É importante fornecer ao voluntário um

certificado de participação na formação

sobre voluntariado que damos, assim como um documento

que indique o número de horas dedicadas ao

voluntariado no nosso projeto e as funções exercidas.

Não deixamos aqui um modelo dos mesmos pois

consideramos que cada projeto deverá criar um de

acordo com as suas características.

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Page 51: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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Guião para entrevistas

a um voluntário

Page 52: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Qual o seu nível de escolaridade e área de especialização?

Dados pessoais (telefone, morada, etc.)

O que o trouxe até à nossa instituição? (É muito importante saber se o

voluntário vem até nós de forma espontânea e motivado ou se pelo contrário

vem fazer voluntariado encaminhado por uma instituição ou programa que

de alguma forma o “obrigue” a ser voluntário. Esta questão não deve de

forma alguma ser motivo de exclusão do voluntário, mas deve ser tida em

conta, pois muitas vezes é necessário trabalhar a motivação do mesmo,

retirando o peso da obrigatoriedade.)

Em que áreas se sente mais à vontade em termos de conhecimentos e de

experiência para desenvolver o seu trabalho?

Que outra formação ou conhecimentos possui (cursos profissionais,

línguas, informática, etc …)?

Tem Experiência Profissional?

Quais as tarefas que já executou quer ao nível profissional ou de

voluntariado, ou dia-a-dia?

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Page 53: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Tem alguma experiência na área social?

Que tipo de trabalho gostaria de realizar especificamente nesta

instituição?

Prefere trabalhar em grupo ou mais individualmente?

Prefere trabalhar em atividades mais de rotina ou iniciar uma

atividade nova, procurando soluções inovadoras

para um problema concreto?

Está disposto a cumprir um específico?

Está disposto a assumir as responsabilidades do trabalho

que lhe será atribuído?

É consciente que ao assumir a responsabilidade por um

horário e tarefa específica o seu incumprimento pode

p ô r e m causa todo o funcionamento da instituição?

Quais são as atividades a que dedica os seus tempos livres?

Porque é que decidiu colaborar com a área social?

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Page 54: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Como é que tomou conhecimento da nossa

instituição?

O que sabe de nós?

Porque é que quer trabalhar connosco?

Quais as suas expectativas?

O que é que procura nesta atividade

voluntária?

Durante quanto tempo espera ser nosso

voluntário?

Quanto tempo tem disponíve l para o

voluntariado?

Acha que poderia fazer este Projecto crescer?

Como?

Podemos contar com o seu empenho/comprometimento para assumir a

responsabilidade de realização das tarefas que lhe serão atribuídas?

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Page 55: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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Seleção do Voluntário

Page 56: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Depois de feita a entrevista ao voluntário o técnico responsável deverá

saber se o perfil do voluntário se adequa ou não. Por exemplo, se o

voluntário vem encaminhado de algum lado “obrigado” certamente não está

motivado e não será um bom candidato a voluntário, contudo não se deve

excluir a partida, devemos arriscar sempre.

No caso do técnico considerar que não é bom candidato,

deve-se dar o feedback ao candidato a voluntário de

forma assertiva.

No caso do voluntario ficar a realizar o seu

trabalho no nosso Projeto passa-se a uma fase

de formação, este processo pode ser feito

de uma forma muito informal ou não,

dependendo do julgamento do técnico monitor que

estará a realizar o processo de seleção.

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Page 57: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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Grelha de acompanhamento

do voluntario

Page 58: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

__/__/____/__/__ __/__/____/__/____/__/___/__/__

Autonomia

Manifesta autonomia na

realização das tarefas.Autonomia É consciente dos serviços

programas comunitários e

estatais e sabe utilizá-los

Responsabilidade

/ Empenho

Participa nas atividades

do Projecto

Responsabilidade

/ Empenho

E s t a b e l e c e

r e l a c i o n a m e n t o

interpessoal

Responsabilidade

/ Empenho

Respeita a opinião dos

outros

Responsabilidade

/ Empenho

Tem espírito crítico

Comunicação

Revela capacidade de

expressão oralComunicaçãoÉ assertivo

Comportamento

É respeitador?

Comportamento

Respeita os técnicos?

Comportamento

Está Motivado?

ComportamentoÉ assíduo?

Comportamento

C u m p r e o t r a b a l h o

estabelecido?

Comportamento

Propões a participação

noutras atividades?

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Page 59: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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A formação

Page 60: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Como já fomos referindo a formação é dada no início e sempre que seja

necessário, ou por surgirem dúvidas, ou porque os voluntários demonstram

interesse em conhecimentos mais profundos.

Deixamos-vos aqui um esboço do tipo de formação que se poderá fazer,

mais uma vez referimos que não deve ser um guião, é apenas um ponto de

partida, cada técnico deve analisar as circunstâncias, as caraterísticas dos

voluntários e as atividades que vão desempenhar e desenhar a formação que

melhor se adeqúe a cada caso.

Durante o processo com os voluntários. (Nesta como em todas as outras

etapas, devemos adequar a informação à situação). Deve-se:

Informar sobre o significado do voluntariado;

O que significa ser voluntário;

Direitos do Voluntário;

Deveres do Voluntário;

Caraterização da instituição, Projeto, Programa, Candidatura, ect.;

Caraterização dos trabalhos possíveis de realizar na instituição;

Caraterização do trabalho a realizar;

Abordar os tipos de comunicação e realçar a importância da

assertividade;

Abordar os tipos de relações existente,

Abordar os tipos de liderança,

Partilha de experiências, espaço para questões e sugestões.

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Page 61: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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Contratualizar o

voluntariado, sim ou não?

Page 62: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Sim, é fundamental a existência de um documento ou contrato onde os

técnicos especifiquem exatamente o que esperam dos voluntários e vice-

versa, é muito importante ainda que o voluntário se responsabilize pelo

cumprimento daquilo que dele é esperado como voluntário, como a

assiduidade, o comportamento, etc.

No nosso caso, sempre o fizemos de forma informal, no entanto e durante

o s v á r i o s momentos de reflexão que realizamos durante o processo de

elaboração do recurso, consciencializámo-nos que é

mais benéfico a existência de um contrato formal por

escrito, não se trata de não confiar nos nossos

voluntários, mas acreditamos que é mais uma forma de

os responsabilizar, valorizar e capacitar.

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Page 63: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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Notas finais

Page 64: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Não acreditamos que o nosso Recurso, que espelha o nosso trabalho na

criação de grupos de voluntariado, seja a receita mágica para a criação

destes nem para a receita para o despertar a motivação para o

voluntariado, apenas expomos a nossa experiência enquanto

Projeto do Programa Escolhas.

Tentamos fazer um manual simples e objetivo de forma

a transmitir a informação de forma clara eficaz e

eficiente. Devemos salientar que as informações por

nós dadas não devem ser interpretadas de

forma rígida, este manual deve ser encarado

como um ponto de partida e nunca como um guião

rígido a seguir, com sucesso garantido.

O nosso objetivo é proporcionar um instrumento de

reflexão dinâmico que pode e deve ser adequado às

circunstâncias de cada Projeto.

Muito haveria a dizer sobre o voluntariado, as

motivações, etc, contudo o nosso objetivo não foi

analisar em profundidade as motivações do

voluntário, os tipos de voluntariado nem os

processos psicológicos e ou sociais que motivam para a

realização do voluntariado, ou que estão na base do voluntariado, desde o

início que o nosso objetivo foi só e apenas transmitir a nossa experiência de

forma simples e concisa de forma a que esta possa ser aproveitada ou não,

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Page 65: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

conforme seja considerado relevante ou não, por quem tiver acesso a este

recurso.

Embora nós não o tenhamos conseguido fazer, através de todo o

processo de elaboração deste recurso apercebemo-nos da importância que

todo o processo de formação dos voluntários tem e consideramos que se

deve trabalhar no sentido de a conseguirmos certificar.

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Page 66: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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Referências bibliográficas

Page 67: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

Deixamos aqui algumas referências bibliográficas para consulta:

Feldman, R.S., 5º edição (2001) Compreender a Psicologia, Universidade

de Massachusetts- Amherstr: Mc Graw Hills

Gleitman, H, 3ª edição (1998), Psicologia, Lisboa: Fundação Calouste

Gulbenkian

Campbell, K.N. & Ellis, S. J., (1998) Guide to Volunteers Management, USA:

Energize

Pierron, H., (1995) Dicionário de Psicologia: Globo

Cabral, A., (2006) Dicionário Técnico de Psicologia, Brasil : Cultrix

Amaro, R.R., Ana, Q., , et. al., (2001), O Voluntariado Nos Projectos De Luta

Contra a Pobreza, Lisboa: CNAIV

Vários, American Psychological Association, (2010), Dicionário de

Psicologia APA, USA: Artmed

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Freixo, M.J.V., (2006), Teorias e Modelos de Comunicação, Instituto Piaget

Lemos, A., (1999), Comunicar com Assertividade, Lisboa: IEFP

Ferreira, M., Proença, Proença, T, João F. (2008) As motivações no

trabalho voluntário: Rev. Portuguesa e Brasileira de Gestão, vol.7, no.3, p.

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http://agil.programaescolhas.pt

Plano de Formação Programa Escolhas - Agosto de 2011 do centro de

documentação da AGIL

http://escolhasemformacao.ning.com/

http://www.voluntariado.pt/

www.Juventude.pt

http://www.sve.pt/

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Page 69: Como criar, animar e consolidar grupos de voluntariado

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