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26/04/2016 comoVER arquitetura urbanismo o blog: Eisenman e Giger: O conceito de Grotesco
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d o m i n g o , 1 0 d e j u n h o d e 2 0 1 2
Eisenman e Giger: O conceito de Grotesco
Eisenman e Giger: O conceito de Grotesco ou A gravidade não pode ser desligadapor um gesto arquitetônico
Não há como fazer arquitetura sem se subjugar à física e à natureza, já que essassão leis imutáveis de nosso mundo e realidade. Não há como mudar a física com umedifício, mas podemos questiona‐la através de uma representação formal. Porém, nãoadianta que um edifício apenas resista à gravidade, sendo preciso demonstrarvisualmente, de maneira que o observador (esse ser capaz de não apenas ver, mas sentiro edifício) enxergue as características que representam tais questionamentos.
O edifício da CCTV em Pequim, China. Excelente exemplo de questionamento através daforma.*
Todas as formas físicas estão sujeitas a forças imateriais, portanto etéreas, no
Fernando Gobbo e LarissaFrança
Larissa França Peres: Arquiteta eUrbanista formada naUniversidade PresbiterianaMackenzie, São Paulo‐SP.Fernando Gobbo Ferreira:Arquiteto e Urbanista formado noCentro Universitário UniSEB,Ribeirão Preto‐SP. Atualmentecursando Mestrado na Faculdadede Arquitetura e Urbanismo daUniversidade de São Paulo(FAUUSP).
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sentido de que uma representação formal na arquitetura é refém, não apenas de suaspróprias características, mas de tudo que forma a realidade e dimensão percebida. É oresultado dessa reação, mais a soma da subjetividade da personalidade de cada indivíduo(suas experiências e vivências), que forma a percepção do "Belo" e do "Feio". Segundo o arquiteto Peter Eisenman, em seu famoso texto "En Terror Firma: NaTrilha dos Grotescos" (ver referência ao final da postagem), esse resultado pode serchamado de Sublime, as qualidades do etéreo que acabam por se dividir no conceito de"Grotesco" (aquilo que é feio, incerto, que causa medo pela não dominação danatureza).
Maquete da Casa Virtual de Peter Eisenman, a morada que pertence a lugar algum.
Pessoa comprometida a explorar a Arquitetura enquanto ação que nega oformalismo (responsável, em sua opinião, por desviar a atenção do desenvolvimento daArquitetura Moderna), Peter Eisenman tentou libertar a profissão dos paradigmas epreconceitos que a tentavam "contaminar": Lugar + Função + Sistema Construtivo (paramuitos o que define Arquitetura em si). Mas o que sobra quando tiramos essas três características? Uma Arquitetura que sedefine como livre desses conteúdos/obrigações, capaz de resolver a construção atravésda exploração formal. Ou seja, uma arquitetura puramente preocupada com a questãoda tectônica, da construção e da representação formal resultante.
Estudos para a Casa VI ‐ Peter Eisenman
A exploração dessa subjetividade formal, ligada fortemente com os sistemasconstrutivos, acaba por ser tema exaustivo da exploração do arquiteto Eisenman. Aocupação do espaço, seja ele real ou virtual (se é que existe tal separação), é dadoportanto por suas características superficiais (de sua superfície) e do vazio entre oscheios. Superficial enquanto forma, materialidade, textura, cor, etc, que sãoperceptíveis sensorialmente. E vazio enquanto características que não percebemossensorialmente, como profundidade, recuo, frontalidade, alongamento, compressão,
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etc, que apenas julgamos existir (já que não é possível "ver" o vazio, dado que o mesmo éjustamente a ausência de percepção, o intervalo entre as coisas em nosso universo). A arquitetura que Eisenman busca, pertence ao campo do vazio.
Vista externa da Casa VI de Eisenman concluída.Para o arquiteto é importante que a forma resultante seja provedora das característicasque levaram à sua concepção final.
A imagem interna da casa mostra duas escadas. A primeira, escura, é funcional e ligaduas cotas de nível diferentes. A segunda, vermelha, está no teto da casa. Será elafuncional? A pergunta na verdade é: será que a função deve se relacionar apenas ao queas pessoas podem fazer (no caso subir a escada), ou deve também envolver a poesia decomo as pessoas ocupam o espaço? A escada vermelha representa o eixo que divide aconstrução.
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Assim como na arte cubista, o resultado final não é o mais importante, mas sim oprocesso, revelado no produto final. Portanto não é de estranhar que alguns pilares evigas na Casa VI não tenham função estrutural alguma, mas em relação a todo oconjunto desenvolvem um diagrama conceitual, que mostra o processo projetual pensadopelo arquiteto, capaz de ser vivido e habitado por seus moradores.
Porém, como o próprio arquiteto percebe após muitos estudos, um edifíciorepresentado de maneira material real, ou seja, construído em nosso mundo, estácondenado a fazer parte deste. Não é possível escapar da física, nem da resultanteimpressão sensorial de cada indivíduo. Portanto, como dito no começo desse texto, não é possível fazer arquitetura(construída e no mundo "real") sem se subjugar à natureza. Podemos chegar então àconclusão que não existe Arquitetura Grotesca, já que se algo pode ser projetado econstruído, ele não é mais incerto, não pode fugir da física e daquilo que é natural. Assim que a Arquitetura sai do campo "irreal" (virtual) e passa para o "real"(construído), ela instantaneamente torna‐se certa. Não existe mais o medo de talrepresentação não dominar a natureza (ou ser dominada por ela), existe apenas (e naobra de Eisenman isso é latente) a representação de tais medos no vazio sensorial, nãopercebido conscientemente por todas as pessoas.
Landscape 30 (1975) ‐ H. R. Giger
Já no campo das Artes Plásticas, ao contrário da Arquitetura, é possível que algoincerto seja representado de maneira concreta, já que o a própria interface de umapintura pode ser considerada real (enquanto representativa através de técnicasexperimentais ou consolidadas no plano pretendido) e virtual (enquanto representativadas idéias que o artista tenta exprimir, consciente e inconsciente). Uma pintura querepresenta algo incerto, portanto desconhecido, é algo que foge da natureza, e nãoprecisa estar presa à física de nossa realidade e dimensão, enquanto aquilo que tem apretensão ou não de simbolizar algo. A arte do suíço H. R. Giger pode ser, então, verdadeiramente Grotesca.
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Waterfall (1977) ‐ H. R. Giger
Uma arte não apenas Grotesca, mas, como diz Eisenman, uma forma complexa deBelo (que inclui o feio). Hans Rüdi Giger atinge tal barreira ao representar cenários completamenteimprováveis e estranhos, como que saídos de mundos e realidades extra‐terrestres.Mesmo que certos aspectos físicos de nossa natureza sejam reconhecidos (como acatarata na imagem acima, ou até mesmo orgãos genitais e outras representações deteor sexual) não há como ter a confirmação e certeza que aquilo que vemos realmente éo que pensamos ser. Tal é o nível grotesco que sua arte atinge, que a física é postacompletamente em xeque.
New York City 22, Subway (1981) ‐ H. R. GigerEmbora sensorialmente, seja possível identificar orgãos genitais, todo o restante fogecompletamente das leis naturais conhecidas, acabando por confundir o real significado.
Giger é mais conhecido pelos designs que realizou para o primeiro filme de ficção
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científica Alien (e mais recentemente Prometheus), e pela arte que ilustra álbuns dediversas bandas, de rock progressivo a heavy metal.
Alien Hieroglyphics (1978) ‐ H. R. GigerImagem conceitual utilizada no design do filme Alien (Alien: O Oitavo Passageiro, aquino Brasil), de 1979.
Pilot in Cockpit of the Alien Wrack (1978) ‐ H. R. GigerO acrílico sobre papel acima, ilustrando o "Space Jockey" como ficou conhecido no filmeAlien, teve seu design novamente utilizado para o filme Prometheus (2012), também dodiretor Ridley Scott.
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Capa para o álbum Brain Salad Surgery, da banda de rock progressivo Emerson, Lake &Palmer (1973) ‐ H. R. Giger
Vlad Tepes (1978) ‐ H. R. GigerAcrílico sobre papel utilizado na capa do álbum Eparistera Daimones, da banda de heavymetal Triptykon.
A maneira como o artista explora e monta os cenários que cria, acaba pordesnortear o observador. Através de formas inesperadas que parecem criar seres elugares ao mesmo tempo artificiais e orgânicos, Giger toma como base a natureza efísica de nossa realidade, e a altera completamente, sem deixar claro (como nas
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representações de Eisenman) o processo pelo qual chegou‐se ao resultado final. Osdesenhos são fotografias exóticas de um universo cujo conteúdo só é possível de serobservado graças à arte de Giger. Se o resultado é planejado ou causado deliberadamente, através da criatividade,apenas o artista pode responder. Se alguns dos desenhos de Giger, porém, foramrepassados para a vida real através do Filme Alien, por exemplo, ainda assim continuama questionar a natureza. Continuam, pois mesmo que passem à nossa realidademomentaneamente, são novamente eternizados no cinema, em filme. No cinema, o conceito de grotesco ganha novamente validade, em revés àarquitetura.A gravidade não pode ser desligada por um gesto arquitetônico, mas pode ser desligadaquando as luzes se apagam e o filme se projeta na grande tela.
Eggsilo Exterior (1978) ‐ H. R. GigerPara aqueles que já assistiram Prometheus.
Imagens e mais informações:> Primeira imagem que ilustra o post: montagem utilizando a foto‐montagem do projetopara a Max Reinhardts Haus (1992), de Peter Eisenman[http://archidialog.com/2010/06/14/peter‐eisenman‐rem‐koolhass/], e o acrílico sobrepapel/madeira Hommage à Böcklin (1977), de H. R. Giger[http://media.photobucket.com/image/Giger/netito_c/hr_giger_hommageaboecklin.jpg];> CCTV, projeto do escritório de arquitetura holandês OMA[http://espacoemovimento.blogspot.com.br/2010/11/china‐central‐television‐headquarters.html];> Maquete da Casa Virtual, de Peter Eisenman[http://www.boeldieu.com/leonard/Observation/Observation/PAROLES%20D'ARCHITECTES/08005912‐13CB‐4FB6‐9D68‐C71B42DA2414.html];> Estudos para a Casa VI, de Peter Eisenman[http://www.moma.org/collection/browse_results.php?criteria=O%3AAD%3AE%3A6969%7CA%3AAR%3AE%3A1&page_number=6&template_id=1&sort_order=1];> Imagens da Casa VI construída [http://www.archdaily.com/63267/ad‐classics‐house‐vi‐peter‐eisenman/];> Artes de H. R. Giger:‐ http://paulowdesigner.wordpress.com/2007/07/30/h‐r‐giger‐15/‐ http://www.eskimo.com/~recall/bleed/0211.htm‐ http://www.museumsyndicate.com/item.php?item=20287‐ http://www.empireonline.com/features/alien‐vault/p2‐ http://www.chartstats.com/art.php?type=album&id=3338
> EISENMAN, Peter. "Em terror firma: na trilha dos grotescos". In NESBITT, Kate. Umanova agenda para a arquitetura. São Paulo, Cosac Naify, 2006, p. 611.> MONEO, Rafael. Inquietação teórica e estratégia projetual. São Paulo, Cosac Naify,2008, p. 135.> H. R. Giger ARh+. Colônia, Benedict Taschen, 2004, p. 64.
*A imagem do prédio da CCTV, para ilustrar um questionamento formal da física, nãoestá na postagem a toa. O projeto do Office for Metropolitan Architecture de RemKoolhaas é parecidíssimo com o projeto de Peter Eisenman para a Max Reindhart Haus,nunca construído, que ilustra a montagem da primeira imagem. Apenas uma curiosidade.
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Postado por Fernando Gobbo e Larissa França às 09:00
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