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Comunicação e Semiótica III Profª. Taís Alves UEMG – março 2010

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Page 1: Comunicação e Semiótica III Profª. Taís Alves UEMG – março 2010

Comunicação e Semiótica III

Profª. Taís AlvesUEMG – março 2010

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Texto: Modelos e séries

o sistema dos objetos (Jean Baudrillard) • O objeto pré-industrial

e o modelo industrial

• Público privilegiado artesanato local

• Antes da era industrial: não existia modelo/série.

Ampola de vidro de necrópole Romana do século 4

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Era pré-industrial

- Trabalho à mão

- A produção artesanal imprimia as marcas individuais do produtor no objeto criado, fundamentalmente no ciclo pré-industrial.

- O modelo permanece absoluto, há difusão restrita das técnicas artesanais.

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Era pré-industrial

- “se é nobre ou não, o nobre não é o termo privilegiado de uma série social, sua nobreza é uma graça que o distingue absolutamente”.

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Questão de estilo

• Nobre seria aquilo que tem estilo • Objetos de estilo pré-industriais e os

atuais – quais as diferenças?• Diferenças entre o modelo e a série. • Modelo: minoria social• Série: a maioria das camadas sociais

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Modelo X série

• A comunicação de massa difunde tais objetos de série.

• Diferença radical entre a era pré-industrial e a industrial: o estilo

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Modelo

• Um carro cabriolet PGO Beauty coberto com 300 mil cristais da famosa marca Swarovski, único no mundo

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Exemplos das multinacionais• Em entrevista ao jornal

Financial Times, o CEO da Volkswagen, Martin Winterkorn, disse que a marca não acredita mais no conceito de “carro global” e que o tempo de criar um único modelo para o mundo todo está “morto e enterrado”. A fabricante está desenvolvendo projetos únicos para seus principais mercados (EUA, Índia e China) e deve lançar 20 novos modelos nos próximos três anos.

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Volkswagen

• “Nossos clientes na Índia e na China esperam por soluções diferentes das que apresentamos nos Estados Unidos ou na Europa”. O conceito Up!, que deve ser o novo modelo de entrada da Volkswagen, foi apresentado em inúmeras versões voltadas para as necessidades de cada região, em vez de um único carro para ser vendido no mundo todo.

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Modelo/série

• “Escolher tal carro de preferência a outro talvez personalize você, mas é sobretudo o fato de escolher que o insere no conjunto da ordem econômica”.

• “ O simples fato de escolher este ou aquele objeto para com isso se distinguir dos outros é em si mesmo um serviço social”. (Stuart Mill)

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Personalização

• Hoje é mais do que um argumento publicitário

• É um conceito ideológico fundamental de uma sociedade que visa

• “ao personalizar os objetos e as crenças, integrar melhor as pessoas”.

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Modelo X série

• “aquele que comprou um quarto nas Casas Bahia e alguns eletrodomésticos de série sabe, pela novela, pela mídia em geral da existência de mercados interiores “harmonizados” e “funcionalizados”.

• Mundo de luxo e prestígio (poder aquisitivo)

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Modelo/série

• Resultado?

• Frustração?

• Cópia do modelo? (o que ganha e o que perde com isso?)

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Modelo/série

• Por outro lado: • Os modelos não mais se restringem à uma

casta • Inserem-se na produção industrial• Passam a ser funcionais• O que não aconteceria com o móvel de estilo • Neste caso, as massas participam por direito do

modelo, pelo menos ficam próximos disso.

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O objeto segundo Baudrillard

• Ideologia da sociedade: levar da série ao modelo, difundir-se o modelo na série.

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O objeto personalizado

• Modelo de luxo X modelo de série• Marcas conhecidas (diferença no preço)• Por outro lado, um conjunto de

laminadores, mesmo único no mundo, é apesar disso e, desde que surge, um objeto de série.

• Uma máquina pode ser a mais moderna e nem por isso ser modelo.

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Definição modelo X série

• A dinâmica psicossociológica do modelo e da série não atua pois ao nível da função primária do objeto, mas ao nível de uma função segunda que é a do objeto personalizado.

• Exigência individual• Baseada no sistema cultural

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Possibilidade de escolha

• Numa sociedade industrial, como signo de uma liberdade formal é oferecida à sociedade o direito de escolha.

• Personalização do objeto = signo

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A diferença marginal

• Diferença de um objeto para outro- cor, acessório, detalhe

Uma lata de lixo decorada com flores e entregue a uma determinada pessoa como presente.

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A diferença marginal

• Um refrigerador revolucionário: possui um compartimento de congelamento e aquecedor para manteiga

• Barbeador elétrico hexagonal e antimagnético.

• Diferenças não essenciais segundo o autor.

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Série/modelo

• O modelo seria como uma essência que, dividida e multiplicada pelo conceito de massa, iria dar na série.

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Modelo / série

• O deficit técnico- Algumas peças de carro são criadas para

durar 60 mil quilômetros.- Estratégia do desejo e da frustração:- “uma e outra se completam para

assegurar a finalidade exclusiva da produção, direito dos objetos à vida e à morte”.

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O deficit de estilo

• Os valores visuais de cor e de forma tendem facilmente a se transpor para a série porque se prestam melhor ao jogo da diferença marginal.

• Nem a forma nem a cor passam intactas para a série.

• O acabamento, a invenção, mesmo sendo fielmente transpostos, as formas são sutilmente privadas de sua originalidade.

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A diferença de classe

• “promoção do gosto ao nível das massas”. • Sala de jantar barroca

• Cozinha azul.

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O privilégio da atualidade

• O objeto de série foi feito para não durar.

• Por outro lado: o produto mais procurado hoje não é mais a matéria prima ou máquina, mas uma personalidade.

• Realização pessoal

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Conclusões

1) Sociedade de consumo-diferenças sutis: comprimento da saia,

nuances de vermelho. 2) Os objetos possuídos não nos libertam

enquanto seus possuidores e nos remetem à liberdade indefinida de possuir outros objetos.

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Conclusões

• 3) Tudo muda, tudo se move a olhos vistos, tudo se transforma e, contudo, nada muda.

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Referência bibliográfica

• BAUDRILLARD, Jean. O sistema dos objetos: tradução Zulmira Ribeiro Tavares. São Paulo: Perspectiva, 2006.